RICARDO AMARAL CUNHA
UTILIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS COM
CONTROLE DE VAZÃO VISANDO A ECONOMIA
DE ÁGUA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
SÃO PAULO
2005
RICARDO AMARAL CUNHA
UTILIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS COM
CONTROLE DE VAZÃO VISANDO A ECONOMIA
DE ÁGUA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.
Orientador:
Giansante
SÃO PAULO
2005
Prof. Dr. Antonio
E.
i
Dedico a Tatiana, pela sua paciência e compreensão.
ii
RESUMO
A maior parte da água do planeta, cerca de 97,5% está nos oceanos e não é própria
para o consumo. De toda a água doce existente no planeta, somente 0,007%
corresponde à água doce e destina-se ao consumo humano, sendo ela encontrada
em rios, lagos e pântanos. Mas devido a má utilização da água doce, aliado a
crescente demanda pelo recurso, principalmente em grandes centros urbanos, existe
uma preocupação muito grande de especialistas e autoridades no assunto, isso
porque é evidente o decréscimo da disponibilidade de água limpa em todo o planeta.
Diante destes fatos, é sensível a necessidade de uma política educacional que leve
a conscientização da importância do não desperdício de água. A crescente
consciência coletiva quanto à importância da água se estende às pequenas, mas
efetivas contribuições que se pode fazer na rotina diária. Isso significa estar atento
ao uso racional da água no dia-a-dia, e, desse modo, alguns fabricantes de
dispositivos hidráulicos como torneiras, válvulas de descarga e bacias com caixa
acoplada têm se preocupado em controlar a vazão dos seus dispositivos, diminuindo
o consumo de água, sem diminuir o conforto por parte do usuário, e atendendo as
novas normas e exigências ambientais.
Palavras Chave: Economia de Água, Controle de Vazão, Disponibilidade de Água
iii
ABSTRACT
Most of the water of the planet, about 97,5% is in the oceans and is not proper for the
consumption. Of all the candy water existing in the planet, just 0.007% corresponds
to the candy water and destines it the human consumption, being found it in rivers,
lakes and swamps. But due to bad utilization of the candy water, ally the increasing
demand for the resource, mainly in great urban centers, exists a great concern of
specialists and authorities in the subject, this because the decrease of the clean
water availability is evident in all the planet. Ahead of these facts, the necessity of
one educational politics is sensible that has taken the awareness of the importance
of not the water waste. The increasing collective conscience of the importance of the
water if it extends the small ones, but effective contributions that if can make in the
daily routine. This means to be intent to the rational use of the water in day-by-day,
and, in this way, some manufacturers of hydraulical devices as taps, valves of
discharge and basins with connected box if have worried in controlling the outflow of
its devices, diminishing the water consumption, without diminishing the comfort on
the part of the user, and taking care of to the new norms and ambient requirements.
Key Words: Economy of Water, Control of Outflow, Availability of Water
iv
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.1: Disponibilidade de água no planeta ..........................................................9
Figura 5.1: Disponibilidade de água doce nos continentes .......................................17
Figura 5.2: Disponibilidade de água no Brasil ...........................................................17
Figura 5.3: Pontos de Consumo................................................................................19
Figura 5.4: Litros desperdiçados em um dia .............................................................20
Figura 6.1: Funcionamento da torneira Docol Pressmatic.........................................33
Figura 6.2: Funcionamento interno da torneira Docol Pressmatic.............................33
Figura 6.3: Funcionamento da torneira Docol Tronic ................................................34
Figura 6.4: Arejador econômico Standard .................................................................35
Figura 6.5: Torneira da linha Decalux .......................................................................36
Figura 6.6: Arejador economizador de água .............................................................37
Figura 6.7: Caixa acoplada da Deca .........................................................................38
Figura 6.8: Consumo Mensal após implantação do PURA .......................................40
Figura 6.9: Consumo total em m3 ..............................................................................41
Figura 6.10: Economia medida após instalação das torneiras ..................................43
Figura 6.11: Volume mensal X Valor da Conta .........................................................44
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 - Previsão de Escassez de Água.............................................................11
Tabela 5.1 - Distribuição dos Recursos Hídricos pelo Brasil .....................................18
Tabela 5.2 - Vazamentos em torneiras .....................................................................21
Tabela 6.1 – Consumo Mensal em m3 ......................................................................41
Tabela 6.2 – Consumo x Conta.................................................................................42
vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANA
Agência Nacional das Águas
CASAN
Companhia de Água e Saneamento do Estado de Santa Catarina
CETESB
Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico
CTH
Centro Tecnológico de Hidráulica
DAEE
Departamento de Águas e Energia Elétrica
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPT
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ISA
Instituto Sócio Ambiental
Mercosul
Mercado Comum do Sul
MMA
Ministério do Meio Ambiente
OMS
Organização Mundial da Saúde
ONU
Organização das Nações Unidas
PBQP-H
Programa
Brasileiro
da
Qualidade
e
Produtividade
Construção Habitacional
PURA
Programa de Uso Racional de Água
Sabesp
Companhia de Abastecimento do Estado de São Paulo
na
vii
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.....................................................................................................9
2
OBJETIVOS.......................................................................................................13
2.1
Objetivo Geral ............................................................................................................ 13
2.2
Objetivo Específico ..................................................................................................... 13
3
METODOLOGIA DO TRABALHO.....................................................................14
4
JUSTIFICATIVA ................................................................................................15
5
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO MUNDO .....................................................16
5.1
Consumo e Desperdício .............................................................................................. 16
5.2
O custo da água no Brasil .......................................................................................... 21
5.3
Influência do saneamento básico no custo da água ................................................. 22
5.4
Busca de soluções para a economia de água ............................................................ 24
5.4.1
Soluções encontradas pelo Governo Federal........................................................ 24
5.4.2
Soluções que estão sendo estudadas pelo Mercado Comum do Sul.....................25
5.4.3
Soluções encontradas pelo Governo do Estado de São Paulo .............................. 27
5.4.4
Soluções encontradas por empresas brasileiras utilizando novas tecnologias ..... 30
6
ESTUDO DE CASO ...........................................................................................32
6.1
Soluções da empresa Docol ........................................................................................ 32
6.2
Soluções da empresa Deca ......................................................................................... 35
6.3
ESTUDOS DE CASOS UTILIZANDO TECNOLOGIA DE CONTROLE DE
VAZÃO.................................................................................................................................... 39
6.3.1
Condomínio Cidade Jardim em Moema – São Paulo........................................... 39
viii
7
6.3.2
Hospital das Clínicas em São Paulo ..................................................................... 40
6.3.3
Escola Vera Cruz (concluído em Janeiro de 1995) .............................................. 42
6.3.4
Hotel Deville – Case Deca ................................................................................... 43
CONCLUSÕES..................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................47
9
1 INTRODUÇÃO
A maior parte da água do planeta, cerca de 97,5%, está nos oceanos (água salgada)
e não é própria para o consumo humano, a não ser que seja realizado um processo
de dessanilização, o que requer um investimento muito alto. Da água doce existente,
cerca de 2,5% encontram-se em regiões polares (geleiras), ou em zonas
subterrâneas (aqüíferos) de difícil acesso, conforme é demonstrado na figura 1.1. De
toda a água existente no planeta, somente 0,007% corresponde a água doce e
destina-se ao consumo humano, sendo ela encontrada em rios, lagos e pântanos,
conforme dados da Companhia de Abastecimento do Estado de São Paulo –
SABESP (2005).
97,50%
Água Doce (acessível)
Água Doce (difícil
acesso)
Oceanos
0,007%
2,50%
Figura 1.1: Disponibilidade de água no planeta
(ONU, 2004)
10
Durante alguns milênios a água foi considerada um recurso infinito, pois a
generosidade da natureza fazia crer em inesgotáveis, abundantes e renováveis
mananciais. Hoje, a má utilização da água, aliado a crescente demanda pelo
recurso,
devido
ao
crescimento
populacional
acentuado
e
desordenado,
principalmente nos grandes centros urbanos, preocupam especialistas e autoridades
no assunto, isso porque é evidente o decréscimo da disponibilidade de água limpa
em todo o planeta segundo informações da Companhia de Tecnologia de
Saneamento Básico - CETESB (2005).
Os principais institutos de pesquisa científica ambiental do mundo indicam que a
capacidade da Terra em fornecer o suprimento de água doce necessário à vida da
população está se esgotando rapidamente. Segundo informações da Docol Metais
Sanitários, (Docol, 2005): “O Banco Mundial informa que, em 10 anos, 40% da
população mundial não terá mais água suficiente para se sustentar”.
Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE (2005), no Estado de
São Paulo, já é possível observar o quadro de super exploração e poluição dos
mananciais superficiais e subterrâneos, notadamente na Grande São Paulo, Baixada
Santista, Vale do Paraíba e Bacias do rio Piracicaba e do rio Sorocaba. Os estudos e
projeções já realizados indicam que, mantidas as tendências atuais de crescimento,
estas regiões apresentarão, já no início do século XXI, uma situação de absoluta
falta de água para atender à demanda urbana, industrial e agrícola.
A Constituição Brasileira no seu Art. 225 descreve: “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a
11
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Diante destes fatos é sensível a necessidade de uma política educacional que leve a
conscientização da importância do não desperdício de água doce no planeta. O fato
é que, quando se fala em água, qualquer dado sempre aponta para três aspectos
fundamentais: sua importância, sua escassez e a necessidade de preservar esse
bem natural.
As perspectivas para o próximo século indicam um cenário de escassez da água até
o ano 2050, conforme demonstrado na tabela 1.1. Por isso, programas de uso
racional da água são realizados por todo o mundo, através de leis, orientações e
conscientização da população, e principalmente, tecnologia de ponta aplicada a
aparelhos hidráulicos sanitários. (DECA, 2005)
Tabela 1.1 - Previsão de Escassez de Água
Previsões
População Mundial
1999
2050
6,0 bilhões 9,4 bilhões
Suficiência
92%
58%
Insuficiência
5%
24%
Escassez
3%
18%
Fonte: Revista Veja (1998)
Empresas ligadas a área de saneamento vem atuando desde a década de 90,
desenvolvendo aparelhos e dispositivos como torneiras, chuveiros, bacias com caixa
12
acoplada e válvulas de descarga com controle de vazão, evitando o desperdício de
água, e ocasionalmente reduzindo o consumo tanto no uso residencial como no
comercial dependendo do tipo de aparelho ou dispositivo instalado. (DOCOL, 2005).
Além disso há a Agência Nacional das Águas - ANA, que tem como missão regular o
uso da água dos rios e lagos de domínio da União, assegurando quantidade e
qualidade para os usos múltiplos, e implementar o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, um conjunto de mecanismos, jurídicos e
administrativos, que visam o planejamento racional da água com a participação de
governos municipais, estaduais e sociedade civil. A ANA criou condições técnicas
para implantar a Lei 9.433/97, conhecida como Lei das Águas.
13
2 OBJETIVOS
Apresentação da distribuição e disponibilidade de água no planeta e o
desenvolvimento de tecnologia como os dispositivos com controle de vazão que
visam a preservação do recurso.
2.1 Objetivo Geral
Abordar de uma maneira geral a disponibilidade de água para consumo humano,
assim como a importância da preservação da mesma.
Apresentar produtos de controle de vazão que estão sendo desenvolvidos por
empresas brasileiras, visando o uso racional da água.
2.2 Objetivo Específico
Apresentar produtos como torneiras e válvulas de descarga com controle de vazão,
elaborados conforme as novas tecnologias desenvolvidas por empresas brasileiras
deste segmento, que estão cada vez mais preocupadas com o uso consciente da
água potável do planeta.
14
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
O presente estudo foi realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica, enfocando a
década de 90 até os dias atuais, e abrange de modo geral o uso racional de água no
mundo, dando ênfase para o Brasil; bem como, as novas tecnologias desenvolvidas
por empresas brasileiras visando o não desperdício da água.
As fontes utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa foram revistas, jornais,
livros, artigos e sites.
Foram selecionados tabelas e gráficos a partir do ano de 1998 até 2004, que
pudessem justificar a importância e a preocupação com o uso e disponibilidade de
água no planeta.
15
4 JUSTIFICATIVA
A economia de água é um assunto discutido hoje em dia e importante, devido a
constante diminuição das reservas de água doce no mundo.
Á água já foi considerada como um recurso infinito, mas nas últimas décadas devido
a má utilização e também a crescente demanda pelo recurso, há uma maior
preocupação por parte das autoridades e especialistas em relação a preservação e
utilização racional da mesma.
Estimular uma produção responsável, com qualidade e eficiência, bem como um
consumo consciente e o combate ao desperdício são, portanto, questões
fundamentais para resolvermos os grandes problemas ambientais atualmente
colocados.
Algumas empresas brasileiras através de novas tecnologias, desenvolveram
produtos com dispositivos de controle de vazão como torneiras, bacias com caixa
acoplada, arejadores e válvulas de descarga, visando desta forma diminuir o
consumo excessivo da água sem diminuir o conforto por parte do usuário e
obedecendo as novas normas e exigências ambientais, que visam de forma geral o
manejo sustentável da água.
16
5 DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO MUNDO
A distribuição geográfica de água no planeta é muito irregular, mas o Brasil é
privilegiado nesse aspecto, pois é o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios
do mundo, concentrando cerca de 12 % de água doce do planeta, de acordo com a
Revista BemEstarBem (2005).
5.1 Consumo e Desperdício
Segundo cálculos da Organização das Nações Unidas, dentro de 25 anos, 2,8
bilhões de pessoas viverão em regiões de seca crônica. Durante o Habitat 2, a
Conferência das Nações Unidas sobre as cidades, realizada em Istambul, Turquia,
em Junho de 1996, especialistas também estimaram que a metade da água potável
dos países em desenvolvimento vem sendo ilegalmente desviada ou desperdiçada.
Nos países desenvolvidos, esse índice chega a 12%. “A água será o problema mais
crucial no século 21”, destacou em 1996 o Sr. Wally N’Dow, secretário geral da
Conferência.
A disponibilidade de água doce nos continentes pode ser estimada em porcentagens
conforme é demonstrado na figura 5.1:
17
5%
5%
10%
7%
África
18%
América do Norte
América do Sul
Ásia
Europa
Oceania
32%
23%
Antartida
Figura 5.1: Disponibilidade de água doce nos continentes
(ONU, 2004)
Em relação a esta disponibilidade da água no planeta, podemos ver o quanto é
privilegiada a situação do Brasil que possui cerca de 12 % das reservas de água do
mundo; porém 80 % dos mananciais localizam-se na Amazônia, região que
concentra apenas 5 % da população, os outros 20 % dos mananciais estão
distribuídos pelo país para abastecer 95 % dos brasileiros (figura 5.2 ).
20%
Região Amazônica
Outras Regiões
80%
Figura 5.2: Disponibilidade de água no Brasil
(ONU, 2004)
18
Os estudos do IBGE apresenta a configuração da distribuição de água superficial e
população por região do Brasil como apresentado na tabela 5.1, um tanto quanto
diferente do instituto de pesquisa da ONU, porém mais realista.
Tabela 5.1 - Distribuição dos Recursos Hídricos pelo Brasil
RECURSOS SUPERFÍCIE POPULAÇÃO
REGIÃO
HÍDRICOS (%)
(%)
(%)
Norte
68,50
45,30
6,98
Centro-Oeste
15,70
18,80
6,41
Sul
6,50
6,80
15,05
Sudeste
6,00
10,80
42,65
Nordeste
3,30
18,30
28,91
Fonte: IBGE (2004)
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, em parceria com a Sabesp, realizou no
Brasil em 1995, um estudo sobre a demanda de utilização de água em residências.
(Deca, 2005).
Nas grandes cidades brasileiras, a média geral de consumo (consumo de projeto) é
de 200 litros por pessoa por dia. Este consumo tem sua distribuição em chuveiros,
torneiras, bacias sanitárias, máquinas de lavar, entre outros, conforme a figura 5.3:
19
9%
6%
29%
Bacia Sanitária
5%
Chuveiro
Lavatório
Pia de cozinha
Maquina de lavar louças
Tanque
17%
Maquina de lavar roupa
6%
28%
Figura 5.3: Pontos de Consumo
(ONU, 2004)
Segundo a Sabesp (2002), uma torneira gotejando desperdiça 46 litros de água num
período de 24 horas, a mesma quantidade que um ser humano necessita para suprir
suas necessidades básicas diárias (considerando os dados da Organização Mundial
da Saúde - OMS). Já uma abertura de 1 mm, o aparentemente desprezível fiozinho
de água escorrendo da torneira será responsável pela perda de 2.068 litros em 24
horas (figura 5.4).
20
Figura 5.4: Litros desperdiçados em um dia
(SABESP, 2002)
A estimativa de consumo médio mensal de água para uma moradia com 4 pessoas
por apartamento em prédios é de 24 m³ e para casa térrea é 18 m³ (Sabesp 2002).
Para que seja analisado o consumo de água dentro da residência, é necessária uma
coleta de dados consistente, para uma caracterização dos ambientes, na qual
devem ser analisados: pressão, vazão, clima, população, freqüência de utilização,
condições sócio-econômicas, produtos instalados, entre outros (IPT, 2002).
Conforme a Sabesp (2002), as perdas por vazamentos chegam a representar mais
de 30% do volume de água consumido em residências e prédios de uso coletivo. O
maior consumo em apartamentos deve-se à conta coletiva e à falta de hidrômetros
individuais. A instalação correta de hidrômetros adequados e a medição
individualizada em apartamentos, contribui para a redução do consumo de água.
21
Nas instalações prediais, a detecção de vazamentos na rede deve ser analisada
desde a entrada da água no cavalete até os produtos instalados. Os vazamentos
podem ser visíveis ou ocultos. Os vazamentos visíveis ocorrem em torneiras como:
jardim, tanque, pia de cozinha, bóia da caixa d’água, ou nas tubulações embutidas
na parede. Neste último caso a umidade vai aparecer na própria parede (DECA,
2005).
A tabela 5.2 mostra alguns tipos de vazamentos em torneiras, suas vazões e quanto
se perde de água em um mês.
Tabela 5.2 - Vazamentos em torneiras
Gotejamento Lento
Gotejamento Rápido
Choro Contínuo
Vazão de 0,01l/min
Vazão de 0,025 l/min
Vazão de 0,15 l/min
Perda mensal de 400 L
Perda mensal de 1000 L
Perda mensal de 6500 L
Fonte: Deca (2004) - modificado
5.2 O custo da água no Brasil
Para ser transformada de matéria-prima in natura em produto final, próprio para
consumo, a água inclui no seu preço os custos de captação, tratamento e
distribuição. A tentativa de levar água tratada para o abastecimento de grandes
cidades consome, assim, milhares de dólares anualmente. Além disso, empresas de
saneamento cobram pela coleta e tratamento do esgoto e pela manutenção das
redes de coleta e distribuição (SABESP, 2002).
22
A água tratada custa caro. No Brasil, o preço da água pode chegar a US$ 4,40 por
m3, acima de 50m3 (Diário de Oficial do Estado de S.Paulo, 1997).
Em Santa Catarina, por exemplo, o preço cobrado pela Companhia de Água e
Saneamento do Estado de Santa Catarina – CASAN, para o consumo de categoria
residencial é de R$ 2,44 por m3 para o volume acima de 25 m3 por mês.
5.3 Influência do saneamento básico no custo da água
De modo geral considera-se saneamento básico os sistemas de abastecimento de
água e esgotamento sanitário e a coleta de resíduos sólidos. Como acesso aos
serviços de saneamento básico compreende-se a presença de rede geral de
abastecimento de água, a coleta pública de lixo e a proporção da população coberta
por esses serviços (SABESP, 2005).
A Sabesp não cobra pela água em si, pois se trata de um bem público. Ela cobra
pelos serviços de tratamento e distribuição da água, coleta e tratamento do esgoto e
pela manutenção das redes de coleta e distribuição.
Segundo a Revista Digital da Água do Saneamento e do Meio Ambiente (2005), para
se ter uma idéia da importância do saneamento, a OMS estima que 80% das
doenças dos países em desenvolvimento são causadas pela água sem tratamento
adequado. Ainda segundo a OMS, a cada dólar aplicado em saneamento, deixa-se
de gastar US$ 5 em tratamento médico.
23
De um modo geral, a SABESP informa que a proporção da população coberta por
coleta pública de resíduos sólidos aumentou de 60% em 1991 para 76% em 2000; a
proporção da população coberta pela rede pública de abastecimento de água foi
ampliada de 52% em 1980 para 76% em 2000 e pela rede pública de esgotamento
sanitário de 25% em 1980 para 44% em 2000. Quando se considera no
esgotamento sanitário também a fossa séptica, a cobertura aumenta de 44% em
1980, para 59% em 2000.
A Sabesp visa a saúde da população e uma melhor qualidade de vida. Para oferecer
um serviço de qualidade, a empresa realiza grandes investimentos em obras e
serviços para ampliar as redes de água e esgoto, além do desenvolvimento e
aplicação de novas tecnologias.
O resultado pode ser visto pela queda da mortalidade infantil e diminuição de cáries
na população infantil, entre outros índices que fizeram a SABESP ser reconhecida
como uma das melhores empresas de saneamento do mundo.
A política de tarifas adotada pela Sabesp é regida pelo Decreto Estadual nº 41.446,
de 16 de dezembro de 1996. Para a cobrança da tarifa, são levados em
consideração diversos fatores como custos dos serviços, previsão para devedores e
a amortização das despesas, condições ambientais e climáticas da região
abastecida, quantidade consumida, categorias (indústrias ou residências) e condição
econômica do usuário. A cobrança visa compatibilizar a viabilidade econômica da
24
empresa com os aspectos sociais dos serviços de saneamento no Estado de São
Paulo.
5.4 Busca de soluções para a economia de água
De acordo com o Instituto Sócio Ambiental (ISA, 2004): “grande parte da água no
Brasil já perdeu a característica de água natural renovável, em razão de
urbanização, industrialização e produção agrícola que são incentivados, mas pouco
estruturados em termos de preservação ambiental e da água”.
5.4.1 Soluções encontradas pelo Governo Federal
Segundo informações divulgadas no site Tratamento de Água (2005), as pressões
sobre o meio ambiente, que ameaçam e degradam os recursos naturais, e as
variadas formas de vida, passam a fazer parte das discussões políticas e sociais da
atualidade. Os processos que afetam o meio ambiente e, em especial, os recursos
hídricos, têm sido objeto de várias ações do governo federal e da sociedade, por
meio de iniciativas de conservação e preservação desses recursos.
O Brasil já dispunha de um texto o “Código das Águas”, desde 1934. Porém, esse
código não foi capaz de incorporar meios para conter a contaminação das águas e
conflitos de uso.
25
Para preencher essa lacuna na legislação, foi elaborada a lei nº 9433/97, conhecida
como Lei das Águas, que apresenta a política nacional de recursos hídricos e cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – Singreh.
Estão presentes no Singreh, as três esferas do poder público, os usuários e a
sociedade civil organizada. Fazem parte do sistema o Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, Comitês de Bacia
Hidrográfica, Agência de Água, e outros órgãos do poder público que atuam no
sistema.
Em 1995, o Ministério do Meio Ambiente - MMA, criou a Secretaria de Recursos
Hídricos - SRH, que tem por missão além de ser, Secretaria do Conselho Nacional
dos Recursos Hídricos, formular a política nacional de Recursos Hídricos e
coordenar o Plano Nacional de Recursos Hídricos. (Aldo do C. Rebouças, 2002)
Recentemente foi aprovada no Congresso Nacional a criação da Agência Nacional
de Água - ANA, Lei Federal (9984/17/07/2000), entidade encarregada de
implementar a política Nacional de Recursos Hídricos. A ANA tem papel de estimular
e prestar assistência técnica e organizacional na criação e consolidação de Comitês
de Bacia Hidrográfica, e seus braços executivos, as agências de águas ou de
bacias, e na organização e atuação dos órgãos e entidades estaduais gestoras.
5.4.2 Soluções que estão sendo estudadas pelo Mercado Comum do Sul
Ecossistemas, como o amazônico que abrange sete países, ou outros que estão
presentes nos países do Mercado Comum do Sul - Mercosul, dependem de um
26
acordo comum dos países que os compartilham para sua preservação (Revista Água
online).
Por causa dessa interdependência recíproca é necessário um processo de
negociação e construção de consensos que estão na base da proposta apresentada
na reunião ocorrida em Lima (Peru), antecedendo o Simpósio sobre Gestão de
Bacias Hidrográficas Trans-fronteiriças, pelo secretário de Recursos Hídricos do
Brasil, Senra, (2005).
No documento apresentado aos representantes de 30 países da América Latina e
Caribe, presentes em Lima, são destacados alguns dos obstáculos que têm
dificultado o desenvolvimento de políticas comuns de gestão dos recursos hídricos,
como: aparelhos institucionais e legislações setoriais com poucos planos de
desenvolvimento que ignoram a necessidade de gerenciamento das águas como
uma das condicionantes para a construção de cenários futuros sustentáveis.
O problema da ocupação nas zonas de mananciais tornou crítico o abastecimento
da cidade de São Paulo, a maior metrópole da América do Sul e Central. Para
completar o quadro é importante lembrar que recente levantamento de dados do
IBGE mostrou que a má qualidade da água está entre os principais problemas que
afetam a população brasileira.
Segundo destacou o secretário de Recursos Hídricos do Brasil: “a questão chave a
ser equacionada é a construção de mecanismos que permitam que a água seja
considerada como um dos elementos estruturais do desenvolvimento”. A idéia é que
essa prioridade, já reconhecida pelos técnicos, seja encampada pelos presidentes e
27
chefes de Estado das Américas que estarão reunidos em novembro na Cúpula de
Mar Del Plata. E que medidas efetivas já possam ser anunciadas na 4º. Fórum
Mundial da Água, em março de 2006, no México.
Alguns dos pressupostos que devem nortear as ações comuns são os de
reconhecimento do uso racional da água para o consumo humano, e que deve ter
prioridade sobre os demais usos.
5.4.3 Soluções encontradas pelo Governo do Estado de São Paulo
Da mesma forma que nas residências existem as caixas d’água, o Estado de São
Paulo de certo modo também tem a sua, que são os rios, lagos e aqüíferos. Nas
residências, ela serve às família, para beber, cozinhar, lavar, tomar banho, regar
plantas, etc. No Estado, ela serve para o abastecimento público de mais de 30
milhões de pessoas, para as indústrias, irrigação, pesca, geração de energia
elétrica, entre outros (São Paulo, 2005).
A água é um recurso limitado e ela deve atender a todas as necessidades. Logo, a
gestão inadequada deste recurso pode provocar a degradação de sua qualidade, ou
diminuir a sua quantidade, comprometendo sua posterior utilização.
No Estado de São Paulo constata-se um quadro de super exploração e acelerada
degradação dos recursos hídricos nas regiões mais densamente povoadas. Esta é
uma situação que deve preocupar a todas as pessoas, especialmente aquelas
envolvidas na administração pública. Preocupado com o uso racional e preservação
28
da água, o Governo do Estado vem tomando uma série de medidas para garantir
não só o atendimento das demandas atuais, mas também para a preservação
destes recursos, em quantidades e qualidade garantindo-o às futuras gerações
(DAEE, 2005).
Os primeiros passos foram dados em meados dos anos 80, quando o DAEE que é
órgão gestor dos recursos hídricos do Estado de São Paulo, adotou um processo de
descentralização
implantando
suas
Diretorias
Regionais,
junto
às
Bacias
Hidrográficas. Mais tarde, este processo descentralizado viria a ser consagrado na
Constituição Estadual de 89 e na Lei 7.663/91.
A implantação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e dos Comitês de Bacias
Hidrográficas, com o apoio fundamental do DAEE, foi aberto o processo de
discussão e tomada de decisões, à comunidade técnica, científica, acadêmica e aos
usuários, sobre quais usos e sob que condições serão priorizados em cada região.
Atualmente, a principal atividade do DAEE é o gerenciamento planejado dos
recursos hídricos e a implementação das ações dele decorrentes, no Estado de São
Paulo, baseado nas legislações mais avançadas existentes na Europa e Estados
Unidos.
Atuando em parceria com os municípios, e apoiando os Comitês de Bacias, o DAEE
se preocupa em estimular o desenvolvimento das cidades de maneira harmônica
com
os
recursos
hídricos,
implementando
programas
conjuntos
para
o
aproveitamento racional, controle, proteção, conservação e recuperação dos
29
mananciais de abastecimento. O planejamento e gerenciamento do uso da água se
da por intermédio do Plano Estadual de Recursos Hídricos, de Relatórios Anuais de
Situação dos Recursos Hídricos do Estado, da implantação de um sistema de
informações com banco de dados, sistema de cadastro, fiscalização e a interação
com comitês de bacias, órgãos da administração pública, compostos por entidades
estaduais, municipais e da sociedade civil (DAEE, 2005).
O DAEE juntamente com o governo do Estado está implementando uma política de
estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias e treinamento de mão-de-obra
especializada
através
da
capacitação
profissional,
de
cursos,
pesquisas,
levantamento de dados e intercâmbio e cooperação com outros órgãos e entidades
a nível nacional e internacional. A mais antiga dessas parcerias é o convênio DAEEUSP que, por intermédio do Centro Tecnológico de hidráulica - CTH, conta com a
colaboração do corpo docente da Universidade de São Paulo para dar apoio à
pesquisa e projetos de recursos hídricos; com a Sabesp, o DAEE mantém um
convênio para a execução de obras, especificamente no sistema Alto Tietê, com
vistas ao abastecimento público da Região Metropolitana de São Paulo e com o
convênio DAEE - IPT tem como objetivo a colaboração mútua entre os dois órgãos
na realização de levantamentos, estudos, pesquisas e desenvolvimento tecnológico,
em apoio ao planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos do Estado de São
Paulo. Esses acordos refletem efetivamente na melhoria de pesquisa e
desenvolvimento no campo de hidráulica e hidrologia, além de treinamento técnico.
A gestão dos recursos hídricos no Estado de São Paulo está empenhada na criação
de normas e leis, e na sua execução, garantindo assim a disponibilidade de água
30
que temos nos nossos rios, córregos, lagos e depósitos subterrâneos, em
quantidade e qualidade, de forma a garantir o processo de desenvolvimento do
nosso Estado.
A experiência pioneira de São Paulo no gerenciamento dos recursos hídricos foi
utilizada como subsídio para a elaboração da legislação federal que dispõe sobre
Política Nacional e o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos,
sancionada em janeiro de 1997, bem como de sua regulamentação.
5.4.4 Soluções encontradas por empresas brasileiras utilizando novas
tecnologias
A crescente consciência coletiva quanto à importância da água se estende às
pequenas, mas efetivas contribuições que se pode fazer na rotina diária. Isso
significa estar atento ao uso racional da água no dia-a-dia, conforme a Revista
BemEstarBem (2005).
Uma alternativa para amenizar o problema da escassez é a substituição dos
equipamentos convencionais por produtos com fechamento automático. Na Europa,
já há algumas décadas, a utilização dos produtos de fechamento automático é
prática comum em locais públicos. No Brasil, produtos desse tipo estão sendo
desenvolvidos e vêm se tornando imprescindíveis como solução para a economia
desse valioso recurso natural.
31
A Sabesp vem atuando, desde 1995, para adotar um Programa de Uso Racional de
Água – PURA. Através do PURA, a Sabesp atua junto aos fabricantes de
equipamentos hidráulicos, buscando produtos que gastem menos água sem deixar a
desejar no conforto e saúde de seus usuários.
32
6 ESTUDO DE CASO
”A água que existe no território brasileiro é suficiente para as necessidades de todos
nós. O que é necessário é mais consciência da população e dos governantes quanto
ao uso racional deste recurso”, destaca a Revista BemEstarBem (2005).
6.1 Soluções da empresa Docol
A Docol é uma empresa pioneira no ramo e a preocupação com a economia de água
está presente, também nos produtos. Alguns destaques da linha de produtos são:
DocolMatic: Família de produtos da Docol, com torneiras, misturadores e válvulas,
economizadores de água. Produtos com fechamento automático.
O uso racional da água não é importante apenas para preservar a vida em nosso
planeta, mas para reduzir os gastos - cada vez maiores - com o consumo da água.
DocolMatic proporciona redução de até 77% no consumo de água, segundo estudo
da UFSM (2005).
A Pressmatic utiliza o exclusivo Sistema de Acionamento Hidromecânico Docol, isto
é, a abertura e o fechamento ocorrem com a atuação de duas forças simultâneas: a
hidráulica (pressão da água) e a mecânica (pressão do acionamento, manual ou
com o pé).
As figuras 6.1 e 6.2 mostram o funcionamento automático da Docol Pressmatic
33
Figura 6.1: Funcionamento da torneira Docol Pressmatic
(Docol, 2005)
• A pressão hidráulica no interior da câmara de compensação mantém o
fechamento. Quando uma leve pressão mecânica é aplicada sobre o botão, ocorre o
alívio da pressão na câmara de compensação e o deslocamento do pistão, liberando
a passagem da água.
• Ao ser retirada a pressão mecânica, inicia-se o fechamento temporizado. A mola
provoca o fechamento de alívio na câmara, provocando o fechamento da válvula em
um tempo predeterminado.
Figura 6.2: Funcionamento interno da torneira Docol Pressmatic
(Docol, 2005)
34
Já a torneira da linha Docol Tronic utiliza acionamento eletrônico, ou seja, é
disparado por um sensor que é acionado com a aproximação das mãos e é fechado
quando o usuário retira as mãos (figura 6.3).
Figura 6.3: Funcionamento da torneira Docol Tronic
(Docol, 2005)
Arejadores: reduzem o consumo de água, além de proporcionar um jato mais
confortável (adiciona ar à água no jato). São encontrados em vários produtos da
Docol, que também possui uma linha de arejadores na família Docol Matic.
A Docol inclui arejadores em vários de seus produtos, como das linhas de DocolArte
(Accord, Chamonix, Florale, Formatta, Grand Antique, Hampton, Kristal, Kromus,
Liberty, Lumiere, Matinatta, Nuage, Royalle, Sonatta, Splendor, Symphony, Syrius e
Vera Cruz), DocolLuxo (Topic, Queen, Prinz, Tower e Reggia), DocolEspecial
(Itapema Bella e Delicatta) e DocolMatic (Benefit, Deluxe, Noblesse, 110, 120 e Inox.
A Docol disponibiliza, também, quatro modelos de Arejadores Econômicos (figura
6.4). Estes arejadores mantêm a vazão da água estável em sete litros e meio por
minuto, independente da pressão, garantindo ainda mais economia de água.
35
Figura 6.4: Arejador econômico Standard
(Docol, 2005)
Válvulas de descarga Docol: Permitem a economia de água, através da regulagem
de vazão (uma das funções do registro integrado). A Docol tem uma coleção
completa de Válvulas de Descarga em torno de 28 opções de acabamento em suas
seis linhas, todas com a qualidade e tecnologia Docol. Foi a primeira a lançar
Válvulas de Descarga livres do "golpe de Aríete" e a que desenvolveu o acabamento
especial antivandalismo super-resistente, ideal para banheiros coletivos.
6.2 Soluções da empresa Deca
Seguindo a tendência mundial de aplicar tecnologia de ponta em produtos
hidráulicos e sanitários, a DECA fabrica sua própria linha ecológica, para economia
de água e energia elétrica com requinte e elegância.
36
A Deca fabrica, com fechamento automático da água, a torneira da linha Decalux
(figura 6.5) acionada por célula fotoelétrica, e a torneira da linha Decamatic, com
sistema hidromecânico.
Figura 6.5: Torneira da linha Decalux
(Deca, 2005)
Acompanhando uma tendência mundial em economia de recursos hídricos, a DECA
fabrica os arejadores economizadores de água compatíveis com todas as suas
linhas de torneiras e chuveiros (figura 6.6).
Os arejadores proporcionam economia de água sem perda de conforto, mantendo a
vazão constante. São recomendados para pressões acima de 100 kPa.
37
Figura 6.6: Arejador economizador de água
(Deca, 2005)
A bacia sanitária é o principal componente do sistema de descarga, no que se refere
ao consumo da água. Para isso, o governo federal incluiu no PBQP-H que, todas as
bacias sanitárias devem ser projetadas para a categoria V.D.R. (Volume de
Descarga Reduzido - 6 litros) independente do sistema de descarga adotado.
Historicamente antes de 2000 as bacias sanitárias deveriam ser projetadas para
consumir no máximo 12 litros de volume de descarga sendo que teriam que reprojetar suas bacias para um volume entre 6 a 9 litros até o ano 2000. Entre o ano
2000 e 2002 as bacias teriam que consumir no máximo 6 a 9 litros e tendo que a
partir de 2002 consumir no máximo 6 litros.
A Deca já está com todas as suas bacias projetadas para um consumo máximo de 6
Litros. Para se ter uma idéia: numa casa onde existe uma bacia de 12 litros, a troca
por uma bacia de 6 litros reduzirá o consumo pela metade sendo assim recuperando
o gasto com a bacia rapidamente.
38
As bacias com caixa acoplada da Deca (figura 6.7) apresentam como principal
característica a simplicidade de instalação e a utilização de tubos de diâmetros
menores, sendo que o tempo de uso é dado pelo preenchimento da caixa acoplada,
dependendo diretamente da pressão de instalação, pois quanto menor a pressão,
maior será o tempo de enchimento da caixa.
Figura 6.7: Caixa acoplada da Deca
(Deca, 2005)
Suas principais características são:
- Três pontos de regulagem do volume de água (torre de entrada, flutuador e
comporta);
- Facilidade de manutenção;
- Acionamento suave;
- Sistema de funcionamento hidráulico (através de membrana), que garante exatidão
do volume de descarga na caixa acoplada;
- Botão do acionador embutido.
39
6.3 ESTUDOS DE CASOS UTILIZANDO TECNOLOGIA DE CONTROLE
DE VAZÃO
6.3.1 Condomínio Cidade Jardim em Moema – São Paulo
Neste condomínio não havia dispositivos com controle de vazão, porém foi
constatado que através de pequenas ações foi resolvido o problema do consumo de
água excessivo, obtendo uma economia mensal significativa.
Fonte: Sabesp (2005)
Ações:
-
Pesquisa e correção de vazamentos na rede interna, reservatórios e pontos
de consumo
-
Instalação hidráulica predial
Características do edifício: 11 andares por bloco, 04 apartamento por andar
Consumo antes do Programa de Uso Racional de Água (PURA):
1460 m3 por mês - R$ 7.013,54
Consumo Médio após o PURA: 1045 m3 por mês – 4.996,64
Economia mensal (1998-1999): 415 m3 por mês – 2.016,90
Impacto da redução: 28,5%
Valor do investimento: R$ 4.000,00
Retorno: 02 meses
40
Figura 6.8: Consumo Mensal após implantação do PURA
(SABESP, 2005)
6.3.2 Hospital das Clínicas em São Paulo
No Hospital das Clínicas foram instalados dispositivos com controle de vazão por
acionamento hidromecânico e eletrônico. Esta ação em conjunto possibilitou uma
economia mensal significativa.
Fonte: Sabesp (2005)
Ações: Conserto de vazamentos, gerenciamento de consumo, substituição parcial
dos equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de água (cerca
de 2.600 pontos)
População (Fixa/leito): 13.000
População Total: 52.000
Litros/Leito/Dia (1996): 13.980 leitos
Litros/Leito/Dia (2001): 13.000 leitos
Consumo per capita: 255 para 202 L/leito/dia
O Consumo mensal em m3 é apresentado na Tabela 6.1:
41
Tabela 6.1 – Consumo Mensal em m3
Ano
Consumo
Conta
1996
107.166,70
972.941,01
1997
91.703,67
832.536,97
1998
84.723,33
769.155,55
1999
85.905,00
888.116,80
2000
83.314,00
861.325,86
2001
81.883,00
846.529,32
Fonte: SABESP (2005)
Impacto da redução (1996-1998): 26 %
Economia mensal (1996-1998): R$203.785,43
Figura 6.9: Consumo total em m3
(SABESP, 2005)
42
6.3.3 Escola Vera Cruz (concluído em Janeiro de 1995)
Instalação de torneiras com dispositivos de controle de vazão, resultando em uma
economia de 25% com relação ao ano anterior . (Tabela 6.2).
Fonte: Sabesp (2005)
Equipamentos instalados: 16 torneiras com fechamento automático
Custo de Investimento: material e mão-de-obra (R$ 2.384,00)
Economia mensal: R$ 452,25
População: 925 alunos
Retorno do Investimento: 06 meses
Impacto de Redução (1994-1995): 25 %
Tabela 6.2 – Consumo x Conta
Ano
Consumo (m3)
Conta (R$)
1994
2826
20.382,96
1995
2110
14.955,76
Economia
716
5.427,00
Fonte: SABESP (2005)
43
Figura 6.10: Economia medida após instalação das torneiras
(SABESP, 2005)
6.3.4 Hotel Deville – Case Deca
Instalação de Arejadores com dispositivos de controle de vazão. Um investimento
pequeno se analisado a economia mensal após a instalação dos mesmos.
Fonte: Deca (2005)
Colocação de: 350 Arejadores de vazão
Investimento: R$ 1.500,00
Amortização do Investimento: 15 dias
Economia mensal: R$ 3.000,00
44
Figura 6.11: Volume mensal X Valor da Conta
(DECA, 2005)
45
7 CONCLUSÕES
Através do conhecimento e evolução humano, pode -se constatar atualmente que a
água é um recurso finito e um patrimônio da humanidade que deve ser preservado.
Apesar de a maior parte do planeta Terra se constituído por água, não é toda ela
que pode ser usada para o nosso consumo. Somente a água doce encontrada em
rios, lagos, mananciais e geleiras é que são ideais para o consumo dos seres vivos.
A água do mar para ser utilizada deve passar por um processo de dessalinização,
que é uma técnica muito cara e demorada, o que torna o procedimento inviável até o
momento.
Existe uma preocupação mundial com o crescimento desordenado da população,
ambiente urbano, poluição, fatores estes que são um risco direto para a conservação
da água doce do planeta.
Governantes e ambientalistas do mundo tem se preocupado em criar leis e acordos
para que seja realizado o uso racional da água sem o desperdício.
No Brasil há uma Lei Federal 9.433/97 que defende essas idéias. Essa lei é
conhecida como Lei das Águas.
A preocupação com a água doce do planeta deixou de ser uma preocupação
exclusiva dos governantes e ambientalistas, e passou a ser de todos os cidadãos
conscientes.
46
Empresas no mundo todo estão investindo em alta tecnologia e criando produtos de
baixa vazão para diminuir o desperdício de água, estes produtos devem estar de
acordo com as normas mundiais.
Algumas empresas brasileiras como a Deca, Docol e a Forusi, preocupadas com os
uso racional de água investem nessa tecnologia e criam produtos de baixa vazão
como (torneiras, válvulas de descarga, entre outros).
Este trabalho procura conscientizar o leitor sobre a importância do uso racional da
água, alertar sobre os problemas atuais e futuros, aprimorar os conhecimentos sobre
as leis e principalmente informar as soluções encontradas por empresas brasileiras.
47
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