PREVISÃO DA FALTA DE ÁGUA Larissa Nichele [email protected] Universidade Federal de Santa Maria – UFSM Ricardo Fajardo Universidade Federal de Santa Maria - UFSM Resumo Este trabalho tem como objetivo descrever os resultados de uma experiência realizada na disciplina de Projeto de Pesquisa e Extensão de Matemática II, do curso de Matemática, utilizando modelagem matemática como metodologia de ensino. A escolha do tema “Previsão da falta de água” para o desenvolvimento desse projeto deve-se ao desperdício de água que está ocorrendo e as conseqüências que surgirão futuramente. Através de propostas com diferentes situações-problema do cotidiano e questões específicas do conteúdo, é possível inferir que existe um grande número de litros de água que são desperdiçados pela população mundial e, principalmente, de Santa Maria. Palavras-Chave: Modelagem matemática, previsão de água e situações-problema. INTRODUÇÃO Acredita-se que o gosto pela matemática se desenvolve com mais facilidade quando é movido por interesses e estímulos externos a ela, vindo do mundo “mundo real”. A matemática aplicada é o caminho, de acordo com (Bassanezi, 2004). A modelagem matemática, enquanto método de obtenção de modelos teve origem na matemática aplicada. A partir das experiências de ensino realizadas por Bassanezi ela torna-se uma metodologia de ensino que pode ser usada em sala de aula de qualquer nível de ensino. Neste trabalho, tendo como base uma reportagem do jornal A Razão, junto com dados da Companhia Riograndense de Santa Maria (CORSAN), desenvolveu-se esta experiência com modelagem matemática a partir do desperdício de água na cidade de Santa Maria. Construíram-se modelos matemáticos com questões para os próximos anos do consumo de água relacionando com o crescimento da população e analisando modelos matemáticos com demonstrativos dos gastos mensais, proporcionando as propriedades e aplicações da função exponencial. Segundo uma reportagem fornecida pelo Governo de São Paulo, a escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. Há regiões onde a situação de falta de água já atinge índices críticos de disponibilidade, como nos países do Continente Africano, em que a média de consumo de água é de dez a quinze litros/pessoa. Já em Nova York, onde a situação é o contrário, há um consumo exagerado de água tratada e potável disponível para a população, e um cidadão chega a gastar dois mil litros/dia. De acordo com dados do relatório mundial “living Planet 2004”, publicado no dia 21 de outubro pela ONG, o consumo de água está aumentando no planeta enquanto as fontes estão secando. Segundo esse documento, o consumo de água no mundo dobrou nos 40 anos compreendidos entre 1961 a 2001. Por causa disso, alguns rios estão se deteriorando, com o nível fluvial diminuindo. Esse é o caso do Nilo, no Egito, e do Colorado, nos EUA. Ambos são fontes de abastecimento humano e de irrigação de agricultura. Analisando o gráfico abaixo podemos visualizar a distribuição dos recursos hídricos no mundo. A agricultura corresponde a 70% do consumo de água, sendo que 22% vão para a indústria e apenas 8% destinam-se ao consumo doméstico. Fonte: Universidade da água Estima-se que 74% da população mundial tenham acesso à água potável, sendo que, na África, essa proporção baixa para apenas 46%, chegando a extremos como Chade e Mali, com menos de 24%. Isso gera novos conflitos internacionais, motivando disputas pela água que deverão aparecer nas próximas décadas. Crescem previsões de que, em regiões como o Oriente Médio e a Bacia do rio Nilo, na África, a água vá substituir o petróleo como o grande causador de discórdia. Dos 2,5% de água doce da Terra, 0,3% são acessíveis ao consumo humano. Essa cifra demonstra claramente a diferença entre água e recursos hídricos, ou seja, água passível de utilização como bem econômico. A quantidade total de água da Terra é suficiente para abastecer com folga toda a população. Isso porque o ciclo hidrológico mantém um fluxo constante do volume de água, a uma taxa de 41000 km3/ano. Para analisar melhor, basta olhar o mapa abaixo, que mostra a porcentagem de cada região sem acesso à água potável. 533 Fonte: The World´s Water (Gleick 1998) Além disso, o uso da água varia de país para país. Os dados sobre como o uso da água se distribui segundo gastos domésticos, agrícolas e industriais são esparsos e incompletos. Esses mapas, entretanto, não mostram a real situação de cada país quanto à escassez ou abundância de água. Isso, porque vários países apresentam escassez de chuvas durante a metade do ano e abundância no resto e outros, como os países da Faixa de Sahel, na África, possuem lugares do território desértico, mas são cortados por algum rio caudaloso, como o Nilo ou o Níger, e assim parte do seu território tem água suficiente e a outra tem escassez. Além disso, esses dados não levam em consideração causas políticas e culturais que podem alterar drasticamente o acesso da população à água potável. Por isso se observarmos o gráfico abaixo, podemos ver que a disponibilidades de água no mundo tem diferenças enormes de país para país. Na América do Sul, que é a mais favorável em água, há 27% de disponibilidade; a Ásia tem 26%; a América do Norte tem disponível 17%; a Europa 15%, enquanto que a América Central, que é a que tem o menor índice de disponibilidade de água, com 2% apenas. Segundo informações fornecidas pela Universidade da Água, a maior parte da água potável não está disponível para o consumo humano, pois 97,5% é água salgada, encontrada nos oceanos e mares e 2,4% formam geleiras inacessíveis. Apenas 0,007% de toda a água são doces podendo, ser utilizados para o consumo do homem e dos animais. Se toda a água doce do planeta fosse distribuída para a população total, cerca de seis bilhões 534 de pessoas, cada um de nós receberia uma cota de dois bilhões de litros de água. Apenas para ter uma idéia do que isso significa, essa quantidade de água equivale aproximadamente seis vezes à distância Rio-São Paulo. Há regiões no planeta com muita água, enquanto outras são verdadeiros desertos. Outro agravante é o enorme consumo de água pelas indústrias. A fabricação de uma simples latinha de refrigerante, por exemplo, necessita de, aproximadamente, 28 litros de água. O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Tem a maior reserva de água doce do planeta, ou seja, 12% do total mundial. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional. A Amazônia, por exemplo, abriga o maior rio em extensão e volume do planeta, o Amazonas sendo considerado um rio essencial para o planeta. Ao mesmo tempo, é também uma das regiões menos habitadas do Brasil. Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros, como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná. E mesmo recendo chuvas abundantes em mais de 90% do território brasileiro durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciarem a formação de uma extensa e densa rede de rios, o semi-árido acabam ficando em desvantagem onde os rios são pobres e temporários. Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento. Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino, e pelo uso de agrotóxicos nos campos de lavoura. Nas grandes cidades, esse comprometimento da qualidade é causado por despejos de esgotos domésticos e industriais, além do uso dos rios como convenientes transportadores de lixo. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 70% da água superficial e os outros 30% distribuemse irregularmente para os 93% da população. Para analisarmos melhor esses dados, basta conferir na tabela abaixo e ver a distribuição de água superficial relacionada com a população de cada região. Fonte: DNAEE 535 De acordo com a Universidade da Água, o aqüífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea no planeta, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná até a Bacia do Chaco-Paraná. Na região que engloba o centro-sul do Brasil, o nordeste argentino, o Uruguai e o Paraguai localizam-se o Aqüífero Guarani que tem 1,2 milhões de km2 de área linear, o equivalente à soma dos territórios da Inglaterra, França e Espanha. A espessura dessa manta de água varia 100 metros a 130 metros em algumas regiões. Sendo 840 mil km2 no Brasil, 255 mil km2 na Argentina, 58500 km2 no Uruguai e 58500 no Paraguai. A porção brasileira integra o território de oito estados: MS, RS, SP, PR, GO, MG, SC E MT. Menos de 1% da água doce disponível no mundo provém de fontes renováveis, uma parte considerável dessa porcentagem está sob os pés de brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Ambiental e Agropecuária (Embrapa), a água ali contida é de excelente qualidade e suficiente para abastecer a atual população brasileira por 2500 anos. Por isso ambientalistas preocupam-se com a sustentabilidade do aqüífero e com a soberania em relação a ele, enquanto os recursos já estão sendo utilizados nos quatro países. Sendo que a maioria dos poços que explora o Aqüífero Guarani foi feita justamente onde ele é protegido apenas pela rocha porosa de arenito. Por isso, esses poços necessitam de proteção permanente na sua entrada, para evitar a contaminação por água com despejos de animais ou com esgotos domésticos. Para evitar contaminação futura, os poços têm de ser lacrados quando o cano se estraga, o que ocorre ao redor de 30 anos de uso. Nas regiões agrícolas, há a preocupação com relação aos adubos químicos, herbicidas e pesticidas, que podem entrar pela rocha porosa e contaminar a água subterrânea. Para monitorar e regulamentar a retirada da água, os países onde se localiza o aqüífero iniciaram conversações sobre o assunto na década de 1990. Em fevereiro de 2000, um primeiro documento foi assinado pelos presidentes dos quatro países envolvidos, em Foz do Iguaçu (PR). Em 22 de maio de 2003, foi assinado em Montevidéu, no Uruguai, o Projeto Aqüífero Guarani. No Brasil, o órgão de acompanhamento do aqüífero é a Agência Nacional de Águas. Logo abaixo podemos visualizar, através do mapa, uma localização aproximada do aqüífero. 536 Fonte: Universidade da água Estimativas recentes da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a crise da água já tem data marcada para ocorrer: 2025. Em Santa Maria, segundo dados da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o desperdício real (água que na chega até o cliente) entre vazamentos aparentes e não aparentes é de cerca de 760 mil metros cúbicos de água/mês, o equivalente a 760 milhões de litros de água/mês. A cidade tem ainda uma perda aparente em função das ligações clandestinas e falta de hidrômetros, de aproximadamente 250 mil metros cúbicos/mês, o equivalente a 8,3 mil metros cúbicos/dia, ou seja, 8,3 milhões de litros de água. Entre as causas levantadas pela direção da Corsan, que resultam em perdas do líquido, estão: a ausência de hidrômetros (acredita-se que existam cerca de 16 mil imóveis sem medição na cidade), as ligações clandestinas (a estimativa é de cinco mil imóveis nessa situação), erros pelos medidores e os vazamentos. Para amenizar o problema, a Corsan firmou, recentemente, convênio com o Ministério das Cidades, dentro do Projeto de Gestão Integrada de Combate a Perda e o Desperdício de Energia que prevê ações de combate ao desperdício como o levantamento de vazamentos, identificação de infratores e a substituição e instalação de novos medidores, segundo informações extraídas do Jornal A Razão. O consumo diário de água em Santa Maria, pela média anual da Corsan é de aproximadamente 57 mil m3, o equivalente a 57 milhões de litros de água. O consumo mensal, em média, é de 1,7 bilhões de litros de água por mês; em fevereiro de 2007 o consumo foi de mais de 1,9 milhões de litros de água. O índice de perdas do faturamento da Corsan foi de 47%, em 2006, litros/habitantes/dia. Abaixo podemos visualizar uma foto de um dos rios que abastece a cidade de Santa Maria sendo que a cidade é abastecida por dois rios o Vacacaí Mirim e o rio Ibicuí Mirim. 537 O Programa de Modernização do Setor Saneamento do Ministério das Cidades (PMSS) é um projeto que presta assistência técnica a operadores públicos de sistemas de abastecimento de água. Esse programa é um dos principais da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. O programa foi concebido originalmente em 1993, como um projeto piloto, mas transformou-se em um programa permanente do Governo Federal. Tem suas ações voltadas à criação das condições propícias a um ambiente de mudanças e de desenvolvimento do setor saneamento do país. O programa tem como objetivo fortalecer mecanismos de controle operacional, manutenção hidráulica, intervenções físicas com disponibilização de equipamentos, desenvolver tecnologias de gerenciamento das perdas de água e o fortalecimento técnico e institucional aos prestadores de serviço. Foi realizada uma chamada pública para a seleção de 10 municípios de todo o Brasil para serem beneficiados com o programa em agosto de 2005. O município de Santa Maria foi contemplado para ter a implantação desse programa e a tabela abaixo é uma amostra do fornecimento de informações feita pelo programa com a previsão de crescimento da população e do consumo médio diário nos próximos 20 anos. ANO POPULAÇÃO PREVISTA (hab) ÍNDICE DE POPULAÇÃO CONECTADA AO SISTEMA POPULAÇÃO ATENDIDA EFETIVA 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 256.554 261.755 267.063 272.478 278.002 283.639 289.390 295.258 301.244 307.352 313.584 319.942 326.429 333.048 339.801 346.690 353.720 360.892 368.209 375.675 383.292 98,00% 98,50% 99,00% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 99,50% 251.422 257.829 264.392 271.115 276.612 282.221 287.943 293.781 299.738 305.815 312.016 318.342 324.797 331.383 338.102 344.957 351.951 359.087 366.368 373.797 381.376 CONSUMO MÉDIO PER CAPITA EFETIVO (L/hab.dia) 179 179 166 153 145 140 136 133 131 129 128 128 128 128 128 128 128 128 128 128 128 538 Através de um software chamado Curv Expert foram inseridos dados da tabela para visualizar o crescimento da população do ano de 2005 até 2025 e com esses dados o modelo matemático mais próximo que se ajustou foi com tendência exponencial como pode ser visto abaixo. Gráfico da população do ano de 2005 até 2025 S = 0.27020811 r = 1.00000000 395 Y Axis (units) 370 .80 965 .20 618 .60 270 345 319 .00 923 57 294 269 243 5.4 0 .80 227 .20 880 0.1 3.9 7.7 11.5 15.4 19.2 23.0 X Axis (units) Da mesma forma foi feito com os dados do consumo médio per capita do ano de 2005 até 2025 da tabela anterior, obtendo-se nesse software um modelo matemático com tendência polinomial como podemos verificar no gráfico abaixo. Gráfico do consumo médio per capita de 2005 até 2025 S = 2.40116529 r = 0.99148392 184 .10 Y A xis (units) .90 173 163 153 143 .70 .50 .30 .10 133 122 .90 0.1 4.5 8.8 13.2 17.6 21.9 26.3 X Axis (units) Com base nesses dados foram feitos alguns questionamentos que se segue a seguir. A) É possível prever o consumo de água diário nos próximos 10 anos? 539 Como se pode notar no gráfico o consumo diário perca pita segundo dados da CORSAN a tendência é de que haja uma redução até que se estabilize o consumo em 128 litros por habitante por dia. B) Será que o consumo de água e o crescimento da população crescem na mesma proporção? Não, pois o crescimento populacional é exponencial e o consumo é uma função polinomial. A CORSAN trabalha com a possibilidade de a população crescer exponencialmente, mas o consumo médio diário por habitante de Santa Maria se estabilizou em 128 litros por pessoa por dia. C) Teremos água suficiente para abastecer a população segundo estes dados? Se este estudo da previsão realizado pela CORSAN através do PMSS se concretizar teremos água suficiente para o abastecimento da população de Santa Maria nos próximos 20 anos. Como exemplo de como pode ser aplicado em sala de aula este método de modelagem matemática foram criadas situações-problema que podem ser resolvidas pelos próprios alunos através de pesquisa em suas próprias casas verificando a quantidade de litros de água que se gasta os eletrodomésticos, por exemplo, em uma família com 4 pessoas como mostra a tabela a seguir. LOCAL QUANTIDADE Descarga 115 l/dia Chuveiro 100 l/dia Maquina de lavar roupas 50 l/dia Lavar pratos 15 l/dia Cozinhar e beber 15 l/dia Escovar os dentes 10 l/dia Limpeza da casa 10 l/dia a) Segundo dados acima qual será a previsão de gastos, de água, desta família em um mês? Descarga: 115 x 30 = 3450 Chuveiro: 100 x 30 = 3000 540 Máquina de lavar roupa: 50 x 30 = 1500 1m³-------1000 Lavar pratos: 15 x 30 = 450 x-----------9450 l Cozinhar e beber: 15 x 30 = 450 x = 9,45 m³ Escovar os dentes: 10 x 30 = 300 Limpeza da casa: 10 x 30 = 300 Total: 9450 litros b) Qual a previsão do valor a ser pago por esta família em um mês sabendo que o valor do m³ é de R$ 2,40 (jornal A Razão de 13/03/2007)? O consumo mensal é de 9,45 m³, logo o valor pago é de 9,45 x 2,40 = R$ 22,68 Em decorrência das notícias alarmistas e das previsões sobre a futura falta de água, vários países já começaram a se preparar para a venda de grandes volumes de água, pensando em obter lucros da necessidade dos outros. No Canadá, por exemplo, a preocupação já é com a legislação que não permite a venda de grandes volumes como é feito com o petróleo. O consumo de água deverá ser significativamente reduzido e podemos começar dentro de casa mudando nossos hábitos e costumes. No banheiro, reduzir o tempo de banho e economizar 6 litros por minuto, fechar a torneira enquanto for fazer a barba ou escovar os dentes economiza de 10 a 20 litros por minuto; não deixar a torneira aberta enquanto estiver ensaboando a louça economiza 100 litros de água em 15 minutos; uma torneira pingando consome cerca de 46 litros de água por dia e, em um mês, 1380 litros. Com base nessas informações podemos ver um exemplo de um casal em um mês e comparar os gastos de água com a torneira aberta e fechada. LOCAL TORNEIRA USO ABERTA Escovar os dentes por 12 l PARCIMONIOSO 01 l 05 min Barbear-se por 10 min 24 l 4l Regar o jardim por 10 186 l 96 l min Lavar o carro por 30 560 l 40 l min 541 a) Qual a previsão de gastos, com água, de um casal, em um mês, escovando os dentes 03 vezes por dia deixando a torneira aberta? 12 x 3 = 24 litros Logo serão gastos 24 x 2 = 48 x 30 = 1440 litros em um mês. São 1,44 m³ b) Qual a previsão de gastos sabendo que o valor do m³ é de R$ 2,40? 1,44m³ x 2,40 = R$ 3,45 c) Qual seria a economia de água deste casal se fechasse a torneira? 1 x 3 = 3 litros Logo serão gastos 3 x 2 = 6 x 30 = 180 litros em um mês. São 0,18 m³ d) De quanto seria sua economia, em reais? 0,18 m³ x 2,40 = R$ 0,43 Logo a economia seria de R$ 3,45 – R$ 0,43 = R$ 3,02 Com essas situações-problema e modelos matemáticos podemos ver que a modelagem matemática por ser uma nova área ocupando a matemática e a computação científica busca elaborar modelos através de problemas atuais pode ser ocupada em qualquer nível de ensino. CONCLUSÃO O desconhecimento e a falta de orientação das pessoas são as principais responsáveis pelo desperdício de água. Concluímos através deste artigo que é preciso saber usar a água para que não tenhamos racionamentos e a falta de água em um futuro não muito distante. É necessária também a conscientização das pessoas para o uso correto e necessário da água, evitar vazamentos, gastos desnecessários como, por exemplo, lavar calçadas, molhar gramados, deixar chuveiros e torneiras abertas por muito tempo. Como vimos nas situações-problema propostas, se for diminuído o consumo diário de água é possível que este consumo se estabilize. Por menor que seja a economia diária, será considerável em alguns anos. REFERÊNCIAS BASSANEZI, R. Carlos. Ensino Aprendizagem com Modelagem Matemática. São 542 Paulo: Contexto, 2004. CANTO, E. L.do. Ciências Naturais Aprendendo com o Cotidiano. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2004. COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO. Setor Administrativo. Modelos matemáticos para a previsão de água. Santa Maria, 2007. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/gesta_escassez.asp>. Acesso em: 27 maio 2007. Disponível em http://www.pmss.gov.br/. Acesso em: 06 junho 2007. Disponível em: <http://www.wmo.int>. Acesso em: 27 maio 2007. Disponível em: <http://www.worldwater.org>. Acesso em: 27 maio 2007. JORNAL DIÁRIO DE SANTA MARIA. Santa Maria, mar. 2007. JORNAL A RAZÃO. Santa Maria, mar. 2007. REPORTAGENS, Água: Abundância e Escassez. 2000. 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