Interbio v.2 n.1 2008 - ISSN 1981-3775 56 PREVALÊNCIA DE DOR NA COLUNA VERTEBRAL EM ODONTOLÓLOGOS DE DOURADOS-MS PAIN PREVALENCE IN THE SPINAL COLUMN IN DENTISTS OF DOURADOS-MS. VALERIO1, Sabrina Bigatão; LIMA1, Juliana Soares de; OLIVEIRA1, Ângela Midori Kuraoka de; 1 Curso de Fisioterapia, Centro Universitário da Grande Dourados-UNIGRAN, Dourados-MS, Brasil. [email protected] Introdução As desordens musculoesqueléticas estão cada vez mais presentes dentre as queixas principais dos profissionais de saúde bucal, para os quais elas representam um problema de grande relevância (GRAÇA, et al., 2006). Estas desordens podem afetar várias partes do corpo de cirurgiões dentistas, como, mãos, punhos, braços, ombros, coluna vertebral e membros inferiores. As taxas de prevalência nestas regiões variam de 36% a 57% na região lombar (DOORN, 1995), 42% no ombro (LEHTO, 1991) e 44% na região cervical (MILERAD; EKENVALL, 1990). A presença de dor em diferentes regiões do corpo de cirurgiões dentistas, coloca esses profissionais entre os primeiros lugares em afastamentos do trabalho por incapacidade temporária ou permanente (DOORN, 1995; SANTOS; BARRETO, 2001). Objetivo O objetivo deste trabalho foi verificar prevalência de dor na coluna vertebral em odontólogos de Dourados - MS e identificar suas regiões mais acometidas. Materiais e métodos Este trabalho foi realizado com dezenove odontólogos da cidade de Dourados-MS. Os participantes responderam um questionário, cujas perguntas consistiram em tempo de serviço, quantidade média de pacientes por dia, presença de dor na coluna vertebral, região da coluna acometida (cervical, torácica, lombar e sacral), necessidade de faltar ao trabalho pela dor, período de manifestação e a quantificação da dor em uma escala analógica. Resultados e discussão A presença de dor na coluna vertebral em decorrência da atividade profissional foi constada em 94,7% dos Odontólogos da pesquisa. As regiões da coluna vertebral com maior freqüência de dor foram a regiões cervical (52%) e a lombar (47%), uma vez que durante os procedimentos de trabalho estas regiões são mantidas em posturas com alto gasto energético e por um longo período, estando respectivamente em flexão e raramente apoiada ao encosto do mocho. As outras regiões da coluna representaram 10% para a torácica e 5% para a sacral. A manifestação da dor foi maior no período noturno (42%), seguido do vespertino (32%), vespertino e noturno (16%), matutino (5%) madrugada (5%). O período noturno seria o momento para estes profissionais descansarem, no entanto é nele que ocorre a maior freqüência da presença de dor. A presença de dor resultou em abstenção de 13,3% desses profissionais ao trabalho e a sua intensidade foi VALERIO, S. B. et al. Interbio v.2 n.1 2008 - ISSN 1981-3775 subjetivamente quantificada em a nota média de 5,16 e com ±2,38 de desvio padrão. Esta abstenção representa perda de produtividade para estes profissionais. Conclusões A população de odontólogos da região de Dourados apresenta um alto número de profissionais com a presença de dor na coluna vertebral, sendo necessárias medidas e estratégias terapêuticas com urgência, pois, a postura corporal inadequada, mantida por longos períodos e associada a um ambiente ergonomicamente incorreto pode originar desordens músculo-esqueléticas graves. Como estas alterações se manifestam principalmente com a dor, esta pode influenciar negativamente na produtividade profissional. Assim a reeducação postural e a adequação ergonômica do local de trabalho poderão promover a diminuição do estresse físico e mental provocados por estes fatores e prevenir futuras complicações. 57 Scand Journal Work Environ Health, n. 16, p. 129-134, 1990. SANTOS, S. B. F.; BARRETO, S. M. Atividade e Prevalência de Dor Osteomuscular em Cirurgiões Dentistas de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: Contribuição ao Debate sobre os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Cad. Saúde Pública v. 17 n. 1 Rio de Janeiro Jan/Feb. 2001. Referencias bibliográficas DOORN, J.W.C. Low back disability among self-employed dentists, veterinarians, physicians and physical therapists in Netherlands. Acta Orthopaedica Scandinavica, v. 66, n. 263, p. 1- 64, 1995. GRAÇA, C.C.; ARAÚJO, T.M.; SILVA, C.E.P. Desordens Musculoesqueléticas em Cirurgiões-Dentistas. Itientibus, Feira de Santana, n.34, p.71-86, 2006. LEHTO, T.U. et al. Musculoskeletal symptoms of dentists assessed by a multidisciplinary approach. Community Dent Oral Epidemiology, n. 19, p. 38-44, 1991. MILERAD, E.; EKENVALL, L. Symptoms of the neck and upper extremities in dentists. VALERIO, S. B. et al.