UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Bruna de Novaes TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE RECICLAGEM DE EMBALAGENS DE ÓLEO LUBRIFICANTE NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ. Administração Geral ITAJAÍ (SC) 2008 2 BRUNA DE NOVAES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE RECICLAGEM DE EMBALAGENS DE ÓLEO LUBRIFICANTE NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ. Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sócias Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ – SC, 2008 3 Agradeço primeiramente a Deus, por me iluminar e por estar com saúde para poder concluir este trabalho. Agradeço também pela atenção, dedicação, carinho e amor que tenho da minha família; mãe, pai e Beta, vocês são muito especiais, sou grata por tudo. Agradeço em especial pelo meu namorado João Raphael, o qual abriu o caminho realizasse atenção este e para que trabalho, compreensão eu sua foram essenciais, obrigado por fazer parte da minha história, te amo muito. Obrigado à minha orientadora, Profª Antônia e a Pré-Incubadora de Empresas Univali, pelo aprendizado e apoio prestados para o desenvolvimento deste trabalho. Por fim, sou grata a todos que contribuíram direta ou indiretamente para o alcance de mais um objetivo. 4 “Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los.” Dalai-Lama, 2001. 5 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Bruna de Novaes b) Área de estágio Administração geral c) Supervisor de campo Prof. Edemir Manoel dos Santos, M. Eng. d) Orientadora de estágio Profª. Antônia Egídia de Souza, MSc. e) Responsável pelos Estágios em Administração Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc. 6 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI b) Endereço Rua Uruguai, 458 – Bloco 29 – 4° piso – Centro – Itajaí/SC – CEP 88302-202 c) Setor de desenvolvimento do estágio Pré-Incubadora de Empresas Univali d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Prof. Edemir Manoel dos Santos, M. Eng. f) Carimbo e visto da empresa 7 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA ITAJAÍ, 03 de novembro de 2008. A Empresa PRÉ-INCUBADORA DE EMPRESAS UNIVALI, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica BRUNA DE NOVAES. __________________________________ Prof. Edemir Manoel dos Santos, M.Eng. 8 RESUMO Na atual conjuntura do desenvolvimento econômico percebe-se, cada vez mais, o importante papel dos empreendedores. Pessoas que identificam as oportunidades e sabem aproveitá-las. Para o negócio ter um resultado esperado é indicado que o empreendedor elabore um plano de negócios, pois permite diminuir as possibilidades de erros antes de abrir o empreendimento. Desta forma, este trabalho teve como objetivo geral elaborar um plano de negócios visando à viabilidade de implantar uma empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante (PEAD) no município de Itajaí. O modelo de estágio aplicado foi proposição de planos. A pesquisa teve abordagem do tipo qualitativa com caráter exploratório-descritivo. A pesquisa foi composta por dados secundários e primários. Os dados secundários foram levantados por meio de análise documental, a partir de fontes de dados relacionadas com o mercado de reciclagem. Os dados primários foram levantados através de entrevistas, junto aos possíveis clientes. O resultado final do trabalho foi a elaboração do plano de negócios. A conclusão do estudo indica a viabilidade do negócio, porém, se a mesma buscar parcerias com fornecedores no Vale do Itajaí e/ou posteriormente no Estado, ou prestar serviço apenas de coleta das embalagens de óleo lubrificantes usadas e vender às empresas que já reciclam o PEAD. PALAVRAS-CHAVE: empreendimento sustentável; reciclagem; plano de negócios. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Receita líquida de vendas 2007........................................................... 25 Quadro 1 – Empreendedorismo social em uma visão nacional............................. 31 Quadro 2 – Classificação utilizada pelo SEBRAE para o tamanho das empresas. 33 Quadro 3 – Pesquisa de taxa de mortalidade........................................................ 34 Gráfico 2 – Taxa de mortalidade............................................................................ 35 Quadro 4 – Variáveis do macroambiente............................................................... 40 Figura 1 – Cinco forças competitivas do Porter...................................................... 42 Figura 2 – Matriz SWOT......................................................................................... 44 Quadro 7 – Definição dos 4P’s do mx de marketing.............................................. 46 Figura 3 – Os 4P’s do mix de marketing................................................................ 46 Quadro 8 – Termos utilizados na contabilidade de custos..................................... 49 Quadro 9 – Conteúdo do balanço patrimonial........................................................ 50 Quadro 10 – Demonstrativo de resultados............................................................. 50 Quadro 11 – Fluxo de caixa.................................................................................... 51 Gráfico 3 – Composição média do lixo na coleta (% em peso) nas cidades.......... 56 Quadro 12 – Origem do resíduo plástico consumido em 2005............................... 57 Quadro 13 – Capacidade de produção por região em 2005.................................. 57 Quadro 14 – Modelo adaptado da matriz SWOT................................................... 63 Figura 4 – Organograma da JB Reciclagem.......................................................... 73 Quadro 15 – Investimento inicial............................................................................ 77 Quadro 16 – Demonstrativo de resultados............................................................. 77 Quadro 17 – Fluxo de caixa.................................................................................... 78 Quadro 18 – Balanço patrimonial........................................................................... 79 Quadro 19 – Síntese dos resultados...................................................................... 81 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor.......................................................................................................... 27 Tabela 2 – Ações realizadas na área de Recursos Humanos........................... 47 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABRE – Associação Brasileira de Embalagens ASSOCOMAPLAST – Associação Italiana dos Construtores de Máquinas e Moldes para Plásticos e Borrachas BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente DBE – Documento Básico de Entrada DETRAN – Departamento se Trânsito de Santa Catarina DIVS – Diretoria de Vigilância Sanitária EPP – Empresa de Pequeno Porte FAC – Ficha de Atualização Cadastral FEBRABAN – Federação Brasileira dos Bancos FIESC – Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IRMP – Elaboração e monitoramento dos índices de reciclagem de plástico no Brasil PEAD – Polietileno de alta densidade PEBD – Polietileno de baixa densidade PET – Polietileno tereftalato PIB – Produto interno bruto PP – Polipropileno PS – Poliestireno PVC – Policloreto de vinila SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SELIC – Sistema especial de liquidação e de custódia SIMPESC – Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina SUSP – Sistema Único de Segurança Pública 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 14 1.1 Problema de pesquisa................................................................... 16 1.2 Objetivo geral e específicos......................................................... 16 1.3 Aspectos metodológicos.............................................................. 17 1.3.1 Caracterização da pesquisa......................................................... 17 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa........................................... 18 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados...................... 19 1.3.4 Tratamento e análise dos dados................................................... 19 2 REVISÃO TEÓRICA........................................................................... 21 2.1 Sustentabilidade............................................................................ 21 2.1.1 Gestão ambiental.......................................................................... 22 2.2 Empreendedorismo....................................................................... 26 2.2.1 Conceituando empreendedorismo e empreendedor.................... 26 2.2.2 Características das micro e pequenas empresas......................... 33 2.3 Plano de negócios......................................................................... 35 2.3.1 Estrutura do plano de negócios.................................................... 37 3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO............................................ 52 3.1 Descrição da Pré-Incubadora de Empresas Univali................... 52 3.2 Ameaças e oportunidade para o negócio.................................... 53 3.3 Diagnóstico do ambiente setorial................................................ 60 3.4 Matriz SWOT................................................................................... 63 3.5 Capa................................................................................................ 65 3.6 Sumário executivo......................................................................... 66 3.7 Definição do negócio..................................................................... 69 13 3.8 Ações de marketing....................................................................... 70 3.9 Equipe gerencial............................................................................ 72 3.10 Estrutura operacional.................................................................. 72 3.11 Aspectos legais para a abertura do negócio............................ 73 3.12 Plano financeiro........................................................................... 76 3.12.1 Análise do investimento........................................................... 80 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 82 5 REFERÊNCIAS.................................................................................. 84 APÊNDICES.......................................................................................... 90 ANEXOS.............................................................................................. 112 DECLARAÇÃO ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS 14 1 INTRODUÇÃO Com as constantes mudanças, as organizações estão se deparando com novas responsabilidades, além das preocupações econômicas. O surgimento dessas novas responsabilidades está relacionado com o resultado das modificações no ambiente em que a empresa opera. Nesse contexto as empresas passam a se preocupar em estabelecer ações que contribuam para um planeta mais sustentável. A partir disso a preocupação ambiental ganhou atenção nas últimas décadas do século XX. Ao defrontar com estes desafios, as empresas procuram a inovação não apenas para manterem-se competitivas, mas também para colaborar com a solução dessa crise dentro de uma visão futura, tornando-se parceiras do desenvolvimento sustentável. Atender as necessidades do presente permitindo que as gerações futuras possam também suprir as suas próprias necessidades é um desenvolvimento sustentável, e este é um direito de todos. Ação de sustentabilidade é uma tentativa de responder aos impactos ambientais provocados pela ação humana. O movimento pela sustentabilidade tem feito surgir uma série de novos negócios que aproveitam recursos já utilizados por outras empresas. Apesar do cenário favorável à implantação de empresas sociais e sustentáveis, ao abrir uma empresa, muitos empreendedores sem experiência acabam se deparando com vários obstáculos como, por exemplo, o desconhecimento do mercado, a falta de planejamento, recursos financeiros insuficientes, entre outros. Esses fatores podem contribuir para aumentar o grau de risco enfrentado pela empresa nos primeiros meses de vida do negócio. Nesse sentido, é importante as empresas estarem bem estruturadas e planejadas para permanecerem no mercado, ou seja, elaborar um plano de negócios para o seu empreendimento. Com base em pesquisas já realizadas, citadas em alguns dos principais livros de empreendedorismo, como por exemplo, o livro “O segredo de Luisa”, pode-se verificar que com o auxílio do plano de negócios, as empresas aumentam a probabilidade de sucesso nos negócios e minimizam os riscos. 15 Conforme sustenta Dolabela (2006) através do plano de negócios é explanado de forma completa o que é ou o que a empresa pretende ser. O plano de negócios é uma das principais armas de gestão que o empreendedor possui para ter sucesso em seu empreendimento. Identifica e compreende melhor a empresa, tanto para os agentes internos quanto para os externos; é a apresentação da empresa, sua organização, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado e suas estratégias. Por conseguinte, o trabalho pretendeu apresentar através do plano de negócios, a viabilidade da implantação da empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante no município de Itajaí. A proposta da empresa é inovadora e está tendo todo o suporte para o seu processo de maturação na Pré-Incubadora de Empresas Univali, na qual a acadêmica está desenvolvendo o trabalho. A Pré-Incubadora, conta com o apoio do MEU – Movimento Empreendedor Univali, que visa difundir conceitos e criar uma cultura empreendedora no ambiente acadêmico. A Pré-Incubadora de Empresas Univali proporciona ao pré-incubado além da oportunidade de compartilhar experiências com os demais participantes, desfrutar de instalações físicas e buscar financiamentos e suporte técnico gerencial para seus projetos. O empreendimento terá a aprovação na Pré-Incubadora de acordo com o plano de negócios apresentado. O negócio proposto está inserido na cadeia produtiva de postos de combustíveis e também empresas de produtos reciclados que utilizam o PEAD (Polietileno de Alta Densidade) como matéria prima, ou, as que compram estas embalagens já lavadas e trituradas. O nicho de mercado explorado atualmente, não possui nenhuma empresa atuante na área da coleta e extrusão de embalagens usadas de óleo lubrificante – plástico do tipo PEAD, de acordo com pesquisa realizada pelo bacharel em Logística João Raphael Pires no segundo semestre de 2006 - UNIVALI. 16 1.1 Problema de pesquisa O presente trabalho teve o propósito de verificar a viabilidade na implantação de uma empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante no município de Itajaí, através do desenvolvimento do plano de negócios. De acordo com Dornelas (2002, p.55): A principal utilidade do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma organização, seja ela com ou sem fins lucrativos, empresa ou incubadora de empresas. Sendo assim, com a elaboração do plano de negócios buscou-se encontrar quais os fatores de sucesso que poderão ser identificados através da elaboração do plano de negócios, para a abertura de uma empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificantes no município de Itajaí. Este trabalho justificou-se pela necessidade de conhecer o mercado de atuação da empresa; fornecedores, clientes, entre outros, onde se deseja investir e adquirir dela um resultado expressivo para o empreendedor e para o crescimento do mercado. A pesquisa é importante para acadêmica, pois a mesma espera praticar todo conhecimento alcançado e desenvolvido durante o curso de administração, bem como, determinar através do plano de negócios se a empresa, a qual participa da Pré-Incubadora de Empresas Univali, será implantada ou não, de acordo com o resultado de viabilidade do mesmo. Para a Pré-Incubadora de Empresas Univali, a importância deste trabalho contribuiu para a realização de sua missão e alcance de seus objetivos, que é incentivar as iniciativas empreendedoras dos acadêmicos da Univali, a partir do desenvolvimento científico e tecnológico, apoiando projetos inovadores que estão em processo de maturação. 1.2 Objetivo geral e específicos Elaborar um plano de negócios visando a viabilidade de implantar uma empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante (PEAD) no município de Itajaí. 17 De acordo com o objetivo geral apresentado acima, formulam-se os seguintes objetivos específicos: • Identificar ameaças e oportunidades para o negócio. • Diagnosticar o ambiente setorial. • Definir o negócio da empresa. • Estabelecer ações de marketing. • Definir equipe gerencial. • Definir estrutura operacional. • Elaborar plano financeiro. 1.3 Aspectos metodológicos Nesta etapa é apresentado como foi conduzido o trabalho. Para Roesch (2006), os procedimentos metodológicos apontam como o trabalho será conduzido. Dito de outra maneira refere-se ao material que será utilizado no estudo; os métodos e técnicas de pesquisa empregada na coleta de dados, justificando a escolha da empresa e dos participantes, propondo as etapas, configuração e estruturação da análise dos conteúdos. 1.3.1 Caracterização da pesquisa O modelo de estágio aplicado é proposição de planos. Pois, foi elaborado um plano de negócios, para identificar a viabilidade da implantação da futura empresa. Roesch (2006, p.71) afirma que o propósito da proposição de planos “é apresentar propostas de planos ou sistemas para solucionar problemas organizacionais”. A pesquisa teve abordagem do tipo qualitativa com caráter exploratóriodescritivo. Foi utilizada esta abordagem, por ser a mais apropriada para este tipo de estudo que visa melhorar a abrangência e a efetividade do plano de negócios. Richardson (2007, p.79) explana que: O método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de 18 um problema. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas. Feitas essas considerações é necessário explanar sobre o contexto e participantes deste estudo. 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa A população é composta por sujeitos que contribuem com informações para responder o problema de pesquisa. Conforme Roesch (2006, p.138), “uma população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo”. Diante disso, a população considerada relevante para o estudo em foco foram os 69 postos de combustíveis existentes em Itajaí e 31 empresas associadas ao SIMPESC - Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina, que utilizam o PEAD como matéria-prima. As informações relativas aos postos de combustíveis foram coletadas no final de 2006, pelo acadêmico João Raphael Pires, quando da realização de seu trabalho de conclusão de curso em logística. Já as informações sobre as empresas que utilizam PEAD como matéria-prima, foram por meio de amostra por conveniência, nesse caso foi selecionada uma amostra de 15 empresas que se propuseram a responder a entrevista por e-mail e telefone. Segundo Malhotra (2001), na amostra por conveniência o pesquisador seleciona membros da população mais acessíveis. Por tratar-se de um trabalho referente à elaboração de um plano de negócios para abertura de uma empresa de reciclagem, a pesquisa também foi feita dentro do contexto que envolve variáveis do ambiente de negócios de reciclagem. Neste contexto foram pesquisadas as instituições que publicam dados relacionados com este mercado. Fazem parte destas instituições o IBGE, Prefeitura de Itajaí, SEBRAE, CEMPRE, SIMPESC, entre outras de interesse da pesquisa, que disponibilizam informações pelos sites. 19 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados Por tratar-se de um trabalho de estágio cujo resultado foi a elaboração de um plano de negócios, envolvendo abordagem qualitativa, sendo os dados coletados de natureza secundária, fornecidos pelo próprio ambiente analisado, e de natureza primária, através de entrevistas com os possíveis clientes (as 15 empresas que utilizam o PEAD como matéria-prima). Dados secundários são aqueles que já foram coletados por outra pessoa, e estão disponíveis pra os interessados, já os primários, são coletados pelo próprio pesquisador (ROESCH, 2006). Quanto às entrevistas aplicadas com os possíveis clientes (dados primários), foram realizados por telefone e por e-mail; de acordo com a possibilidade de cada entrevistado. A pesquisa foi realizada através da seleção de uma amostra. O tipo de dado coletado delimitou as possibilidades da análise. 1.3.4 Tratamento e análise dos dados Várias são as alternativas para fazer a análise dos dados de uma pesquisa. No caso particular de abordagem qualitativa a técnica mais indicada é a análise de conteúdo. Roesch (2006, p. 169) ressalta que “a análise de textos em pesquisa científica tem sido conduzida principalmente mediante um método denominado Análise de Conteúdo”. O objetivo deste método é classificar palavras, frases, ou parágrafos em categorias de conteúdo. A mesma autora argumenta que ao realizar uma análise de conteúdo é necessário definir as unidades de análise, definir as categorias, com base nas categorias codificar o texto, apresentar os dados de forma criativa e interpretar os dados com base em teorias conhecidas. Para elaborar um plano de negócio é necessário compreender o ambiente e o contexto que circunscreve o empreendimento, por isso fazer uma análise do ambiente e contexto do negócio de forma qualitativa e não quantitativa torna-se relevante. Nesse sentido, as categorias analisadas foram: macroambiente (variáveis políticas, tecnológicas, econômicas, sociais e ambientais) e setoriais (concorrentes, fornecedores, clientes). Após a análise as informações foram organizadas na matriz 20 SWOT. Destacando que plano financeiro foi elaborado com o auxílio da planilha de análise econômico-financeiro, de autoria do Profº Jonas Duarte da Silva. 21 2 REVISÃO TEÓRICA Desenvolver um plano de negócios para a criação de um novo empreendimento social sustentável é um processo complexo que exige o conhecimento de alguns itens como, sustentabilidade, gestão ambiental e processo empreendedor. Para dar o respaldo teórico necessário ao tema proposto, será apresentada, a seguir, uma revisão da literatura com temas pertinentes, propondo com isso assegurar a credibilidade e agregar um caráter cientifico ao trabalho, voltado ao plano de negócios para a empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante. 2.1 Sustentabilidade Cada vez mais as organizações estão se conscientizando e procurando soluções para amenizar ou até mesmo resolver as agressões ao meio ambiente que possam vir a provocar em função de seu processo produtivo ou implicações resultantes deste. Para Sachs (2007, p.286) “sustentabilidade evoca constância (steadiness), uma combinação de regularidade e perenidade”. Acrescenta-se que atualmente a perenidade depende de vários fatores que vão muito além de lucro. O lucro é imprescindível para a empresa, entretanto a mesma tem que preservar o que está ao seu redor, para que no futuro todos possam atender as suas necessidades como ocorre no presente (SACHS, 2007). Pode-se dizer ainda que do ponto de vista de Almeida (2007) a sustentabilidade é a condição de sobrevivência do planeta, do homem e de seus empreendimentos. A sustentabilidade é um substantivo abstrato que demonstra a qualidade ou característica do que é sustentável, sendo assim precisa de complemento para ter algum sentido. Barbieri e Simantob (2007, p.90) destacam que: Em relação a uma organização, pode-se, por exemplo, atribuir ao termo sustentável o significado de manter a sua capacidade de sobrevivência, continuar atuando no seu ramo de negócio, ou conseguir continuamente os recursos de que necessita para continuar existindo e crescendo. 22 De acordo com Almeida (2002), uma empresa para ser sustentável deve buscar em todas as suas ações e decisões a ecoeficiência, buscando produzir mais e com melhor qualidade gerando menos poluição e utilizando menos recursos naturais. Existem algumas dimensões que servem de base para a sustentabilidade, as quais são apresentadas por diversos autores, sendo as principais: econômica, social e ambiental. A sustentabilidade social está atrelada ao padrão estável de crescimento, melhor distribuição de renda com redução das diferenças sociais. Já a sustentabilidade econômica está vinculada ao fluxo constante de inversões públicas e privadas além da destinação e administração corretas dos recursos naturais. A sustentabilidade ambiental permite que ecossistemas naturais realizem autodepuração. Partindo desta premissa, será apresentado no próximo item a Gestão Ambiental, a qual ganha o seu destaque, pois dentro deste contexto é a base para a oportunidade de negócio (SACHS, 2007). 2.1.1 Gestão ambiental A gestão ambiental deve fazer parte da organização, com o objetivo de consolidar, ampliar, atualizar e sustentar a política ambiental da empresa. Esta gestão exige uma nova visão e atitude das pessoas envolvidas na organização, segundo Barbieri (2007, p.113), essas “devem passar a considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam para ampliar a capacidade de suporte do planeta”. Identificar os aspectos mais importantes da gestão ambiental é o principal passo para diminuir, ou até mesmo eliminar os impactos ao meio ambiente. Esperase com isso, que as empresas deixem de ser um dos problemas que afetam o meio ambiente e passem a ser soluções para estes problemas. A preocupação está aumentando cada vez mais entre as empresas que estão buscando alcançar e evidenciar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente. Neste sentido, a gestão ambiental está posicionada como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. Além 23 dessa ferramenta, a problemática ambiental envolve também o gerenciamento dos assuntos relacionados ao meio ambiente, por meio de sistemas de gestão ambiental, da busca pelo desenvolvimento sustentável e da análise da cadeia dos produtos. Berté (2007, p.17) explana que: A gestão ambiental tem por objetivo analisar a questão do meio ambiente a partir da interação entre os meios social e físico-natural e identificar os principais aspectos da Gestão Ambiental no Brasil e suas implicações. Neste contexto, buscar-se-á o entendimento do sistema nacional do meio ambiente, o pacto federativo das atribuições estatais e, principalmente, uma ampla discussão com a sociedade civil organizada. Para Meyer (2000), a gestão ambiental é apresentada da seguinte forma: • Meio de conservar o meio ambiente saudável (dentro do possível), para atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer a recepção das necessidades das gerações futuras. • Gestão que atua sobre os impactos causados ao meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ação viável, com algumas prioridades definidas. • Instrumentos de monitoramentos, controles, imposições, subsídios, divulgação, obras e ações, além de treinamento e conscientização. • Base de atuação de diagnósticos ambientais no cenário empresarial, a partir de estudos e pesquisas focados à busca de soluções para os problemas que forem detectados. A gestão ambiental fornece inúmeras vantagens competitivas para a empresa como também a sustentabilidade de sua atividade, promovendo a melhoria consecutiva e garantindo a saúde do meio ambiente ao seu redor e onde está inserida. Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão ambiental deve, decisivamente, passar por uma mudança em sua cultura empresarial; por uma revisão de seus paradigmas e por um planejamento adequado. Desta forma, a gestão ambiental recebe um enorme destaque nas atividades relacionadas com qualquer empreendimento (BARBIERI, 2007). 24 Nesse sentido, reciclar passou a ser um diferencial, sendo um dos principais meios para controlar a poluição. Na visão de Barbieri (2007, p.122): A prevenção da poluição combina duas preocupações ambientais básicas: uso sustentável dos recursos e controle da poluição. Os instrumentos típicos para o uso sustentável dos recursos podem ser sintetizados pelas seguintes atividades, conhecidas como 4Rs: redução de poluição na fonte, reuso, reciclagem e recuperação energética [...] São várias as ações que uma empresa pode realizar em relação a sustentabilidade ambiental, entre elas as ações de reciclagem. Sendo assim, no próximo item será destacado sobre a reciclagem, pois é dela que surge a oportunidade deste negócio. 2.1.1.1 A Reciclagem como Negócio No cenário globalizado atual, há um destaque tanto na mídia quanto entre as organizações a questão da reciclagem. Muito se consome, e pouco daquilo que é descartado é reaproveitado como matéria-prima secundária. Com isso, surge a oportunidade para atividade de recolocação do produto pós consumo novamente no processo produtivo. De acordo com o site Ambientebrasil (2008), a reciclagem é: “um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro”. A reciclagem traz os seguintes benefícios: • Diminui o índice de poluição; • Aumenta a qualidade de vida da população e melhora a limpeza nas cidades; • Estende a vida útil de aterros sanitários; • Gera oportunidades de empregos para população não qualificada; • Aumenta a receita com o comércio dos recicláveis; • Estimula a concorrência, entre os produtos feitos de matérias-primas recicladas e os produtos gerados a partir de matérias-primas virgens; • Contribui para o aumento da conscientização ecológica. 25 Conforme estudo realizado pela FGV-RJ para a ABRE (Associação Brasileira de Embalagens), o material reciclado que gerou maior receita em 2007 foi o plástico; com 36,4% dos R$32,5 bilhões do faturamento da indústria de embalagens no Brasil, conforme pode-se verificar no gráfico a seguir: Gráfico 1 – Receita líquida de vendas 2007. Fonte: www.abre.org.br/centro_dados.php>. Acesso em: 21 abril 2008. Ainda segundo os sites Ambientebrasil, Plastivida e ABRE (2008) os plásticos são classificados em diferentes tipos, sendo que os mais utilizados são: • PET (Polietileno tereftalato) • PEAD (Polietileno de alta densidade) • PVC (Policloreto de vinila) • PEBD (Polietileno de baixa densidade) • PELBD (Polietileno linear de baixa densidade) • PP (Polipropileno) • PS (Poliestireno) Do total de plásticos produzidos no Brasil, 15% são reciclados. Esta pequena porcentagem ocorre devido à grande variedade de tipos de plásticos; pois existem os que podem ser reciclados (garrafas de PET, sacos de supermercados, 26 embalagens de óleo, vasilhas, etc) e os que não podem ser reciclados (cabos de panela, bijuterias, canetas, etc). É de grande valia para os fabricantes, que utilizem o plástico como matériaprima, a realização da reciclagem, pois se torna muito mais prático utilizar a matériaprima já elaborada, com todas as misturas e processos químicos já realizados do que fazer uso de todo o processo produtivo novamente. Já os administradores dos empreendimentos deste segmento, precisam ter a visão de que o produto reciclado pode trazer lucros para o estabelecimento. Na formação do preço desse material reciclado Leite (2003, p.110) afirma que: O preço de material reciclado é, portanto, formado pela soma dos diversos custos somados e dos lucros respectivos dos diversos agentes que intervêm nas etapas do canal reverso, desde a primeira posse de pósconsumo até sua reintegração ao ciclo produtivo. Eventuais subsídios ou impostos de várias naturezas nas etapas do canal reverso estarão incluídos nos custos dessas diversas etapas. Com a participação das empresas no enfrentamento das agressões ao meio ambiente, além de a reciclagem ser um dos principais meios que contribuem para a preservação do meio ambiente, é um meio que também permite obter algum tipo de retorno financeiro, sendo assim, surgindo oportunidade de novos empreendimentos. 2.2 Empreendedorismo Este item aborda conceitos de empreendedorismo e empreendedor, bem como diferença entre empreendedor e empresário. Menciona o contexto que resulta do empreendedorismo e o trabalho do empreendedor, o qual são as empresas, que em sua grande maioria, no Brasil são micro e pequenas. 2.2.1 Conceituando empreendedorismo e empreendedor Quem é um empreendedor? O que é empreendedorismo? O que é uma trajetória empreendedora? Perguntas como estas feitas com freqüência refletem o crescente interesse nacional e internacional nos empreendedores, quem são eles e como causam impacto em uma economia? Apesar de todo esse interesse, ainda não surgiu uma definição concisa e internacionalmente aceita (HISRICH; PETERS, 2006). 27 A Tabela abaixo apresenta o histórico de conceitos que nos permite iniciar uma compreensão sobre o tema. TABELA 1 – Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor: Origina-se do francês: significa AQUELE QUE ESTÁ ENTRE ou ESTAR ENTRE (intermediário). Idade Média: Século XVII: 1725: 1803: 1876: 1934: 1961: 1964: 1975: 1980: 1983: participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala. pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. Richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital. Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados dos lucros de capital. Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtenham lucro com habilidades administrativas. Joseph Schumpeter – o empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. Albert Schapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos, e aceita riscos de fracasso. Karl vésper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicológicos, negociantes e políticos. Gifford Pinchot – o intra-empreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. Fonte: Hisrich 1986 (apud HISRICH; PETERS, 2006). Tem-se o entendimento de Hisrich (2006) que definiu o empreendedorismo como um processo de criar algo novo, diferente e com valor, com dedicação de tempo e esforço, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais que corresponderem e receber as conseqüentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Segundo Cole (apud HASHIMOTO, 2006, p. 4) empreendedorismo é “atividade com propósito de iniciar, manter e aumentar uma unidade de negócios voltada ao lucro, para a produção ou distribuição de bens e serviços”. A unidade de negócios, objeto do empreendedorismo, segundo Chiavenato (2004, p. 22) é “um esforço organizado por determinadas pessoas para produzir bens e serviços, a fim de vendê-los em um determinado mercado e alcançar recompensa financeira pelo seu esforço”. Uma empresa é uma unidade de negócio. Assim, o empreendedorismo é um conceito de ação positiva para realizar uma idéia inovadora, de forma a gerar riqueza, na criação de uma empresa ou no desenvolvimento de uma já existente, assumindo riscos e recompensas, e possuindo algumas características. Vale ressaltar que, em quase todas as definições de empreendedorismo, conforme o desenvolvimento da teoria desde 1.725 há um consenso de que se trata de espécie de comportamento que envolve (1) tomar iniciativa, (2) organizar e 28 reorganizar mecanismos sociais e econômicos para transformar recursos e situações para proveito prático (3) aceitar riscos ou fracassos (HISRICH; PETERS, 2006). Estes comportamentos remontam o conceito do agente do empreendedorismo, o empreendedor. Na tentativa de acompanharem as mudanças que estão ocorrendo atualmente impulsionadas pela globalização, pelos avanços tecnológicos e pela revolução das comunicações, empreendedores estão sendo incentivados a criarem seus próprios negócios. O Brasil é um dos países com maior número de empreendedores em todo o mundo. A cada ano, mais empresários decidem abrir seu próprio negócio. Mas, segundo estatísticas, a maioria não chega ao quinto ano de atuação. Atribuem-se os fracassos ao próprio empreendedor, que geralmente não compreende o mercado em que atua e acaba fazendo escolhas erradas (DORNELAS, 2001). Este movimento que vem ocorrendo está impulsionado tanto pelas necessidades devido ao desemprego tecnológico, provocado pela automação e robotização de processos empresariais, quanto pelas oportunidades que este novo ambiente vem se destacando. Dolabela (2006, p.25) afirma que, “o empreendedor é o motor da economia, um agente de mudanças”, o autor ainda reforça que o ambiente também interfere no seu desempenho. O empreendedor é um ser social, produto do meio em que vive (época e lugar). Se uma pessoa vive em um ambiente em que ser empreendedor é visto como algo positivo, terá motivação para criar seu próprio negócio. (DOLABELA, 2006, p.25) Toda empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, surge da idéia e esforço de alguém que toma a iniciativa e a responsabilidade pessoal pelos riscos inerentes ao novo negócio. Este alguém é denominado de empreendedor. Em uma explicação mais ampla, Hisrich e Peters (2006, p.29) expõem que: Para os economistas, um empreendedor é aquele que combina recursos, trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes; também é aquele que introduz mudanças, inovações e uma nova ordem. Para um psicólogo, tal pessoa é geralmente impulsionada por certas forças. – a necessidade de obter ou conseguir algo, experimentar, realizar ou talvez escapar à autoridade de outros. Para alguns homens de negócios, um empreendedor pode ser um aliado, uma fonte de suprimento, um cliente ou alguém que cria riqueza para outros, assim como encontra melhores maneiras de utilizar recursos, reduzir o desperdício e produzir empregos que outros ficarão satisfeitos em conseguir. 29 Em resumo os empreendedores são os indivíduos que dão início a um novo negócio, mediante a criação de micro, pequena ou média empresa, além de enfrentarem os desafios inerentes à atividade fim das mesmas. A chave para a capacidade empreendedora é a capacidade de identificar, explorar e capturar o valor das oportunidades de negócio. Em termos práticos, a oportunidade pode ser definida como um conceito negocial que, se transformado em produto ou serviço oferecido por uma empresa e resulta em lucro. 2.2.1.1 Empreendedor x Empresário Um empreendedor é “aquele que combina recursos, trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é aquele que introduz mudanças, inovações e uma nova ordem” (HISRICH; PETERS, 2006, p. 29). Segundo Azevedo (1994) o empreendedor é aquele indivíduo capaz de desenvolver novos projetos e que assume a responsabilidade de conduzir um negócio, de tal forma que esse empreendimento funcione e alcance sucesso. É o que se dá na criação de empresas, indivíduos processam recursos, trabalho, materiais e outros de forma a obter um produto ou resultado de maior valor que os insumos iniciais. Neste sentido, para empreender um novo negócio, existem algumas características que irão diferenciar o empreendedor de apenas um empresário. Enquanto que um empresário será todo aquele que possua uma empresa ou tenha investido capital e recursos para abertura de um negócio, cujo objetivo principal é o retorno financeiro (lucro). O empreendedor, conforme os conceitos apresentados, será aquele indivíduo que se envolve na criação ou desenvolvimento do negócio, sendo reconhecido por características abordadas a seguir. As primeiras três características do empreendedor, segundo Hashimoto (2006), são a inovação, o risco e a autonomia. Cunha (1997), apenas uma parcela dos empresários é constituída por empreendedores. E o que distinguem o empreendedor são algumas virtudes, as de apoio e as superiores. Cunha (1997) acrescenta ainda que as virtudes de apoio, características dos empreendedores e bons administradores são: visão, energia, comprometimento, liderança e capacidade de decisão/concentração. Já as virtudes superiores, de 30 acordo com o autor, privativas aos grandes empreendedores são: criatividade; independência, entusiasmo e paixão. 2.2.1.2 Empreendedorismo social A partir das últimas décadas, em função da preocupação com o meio ambiente e com as questões sociais, têm surgido outro tipo de empreendedor conceituado como empreendedor social. Dentro dessa visão Oliveira (2004b, p.17) traça os seguintes esclarecimentos quanto ao empreendedorismo social. Ele busca a inovação de estilo empresarial na solução de problemas e causas sociais, impactando ações que geram, na prática, mais do que na teoria, a emancipação social, a inclusão social e o empoderamento dos cidadão por meio do estoque de capital social e ações voltadas para o desenvolvimento integrado e sustentável. Por conseqüência, um empreendedor social é uma pessoa visionária, criativa, prática e pragmática; que sabe ir além dos obstáculos para criar modificações sociais significativas e sistêmicas, e que realmente faz o que gosta. Para melhor esclarecimento, cumpre verificar alguns conceitos empreendedorismo social numa visão nacional, conforme quadro a seguir. de 31 AUTOR CONCEITO "O empreendedor social é uma das espécies do gênero dos empreendedores [...] São empreendedores com uma missão social, que é sempre central e explícita." Leite (2002) Ashoka Empreendedores Sociais e Mackisey e Cia. INC (2001) "Os empreendedores sociais possuem características distintas dos empreendedores de negócios. Eles criam valores sociais pela inovação, pela força de recursos financeiros em prol do desenvolvimento social, econômico e comunitário. Alguns dos fundamentos básicos do empreendedorismo social estão diretamente ligados ao empreendedor social, destacando-se a sinceridade, paixão pelo que faz, clareza, confiança pessoal, valores centralizados, boa vontade de planejamento, capacidade de sonhar e uma habilidade para o improviso." Melo Neto e Froes (2001) "Quando falamos de empreendedorismo social, estamos buscando um novo paradigma. O objetivo não é mais o negócio do negócio [...] trata-se, sim, do negócio do social, que tem na sociedade civil o seu principal foco de atuação e na parceria envolvendo comunidade, governo e setor privado, e sua estratégia." "Empreendedores sociais, indivíduos que desejam colocar suas experiências organizacionais e empresarias mais para ajudar os outros do que para ganhar dinheiro." Rao (2002) Rouere e Pádua (2001) "Constituem a contribuição efetiva de empreendedores sociais inovadores cujo protagonismo na área social produz desenvolvimento sustentável, qualidade de vida e mudança de paradigma de atuação em benefício de comunidades menos privilegiadas." Quadro 1 - Empreendedorismo social em uma visão nacional Fonte: Oliveira, 2004b, p.12. Os empreendedores sociais tornam-se agentes de mudanças capazes de gerar um grande impacto social, e contribuir para o desenvolvimento sustentável e com isso proporcionando um mundo melhor. Em outras palavras, estes empreendedores, praticam mais e falam menos sobre o modo responsável, e buscam um bem comum; se for ao contrário, no presente estarão plantando um futuro abstinente. Diante deste quadro, é importante também ressaltar as diferenças entre o empreendedorismo social, responsabilidade social empresarial e o empreendedorismo privado, pois são termos que apresentam semelhanças entre si. Em comentário a essa questão é oportuno destacar que: [...] as diferenças, apesar de tênues, são substanciais, pois o empreendedorismo social atua mais na geração de ações que causem o impacto local – não restrito a causas específicas e focadas, como é o caso da responsabilidade social empresarial – e tem como objetivo o resultado coletivo, diferentemente do empreendedorismo privado (OLIVEIRA, 2004b, p. 17), 32 Em resumo, pode-se argumentar que quando se fala de empreendedor no Brasil, as pesquisas apontam para três tipos: o social, que se acabou de definir, o individual, aquele que abre seu próprio negócio e o intra-empreendedor, aquele que empreende no espaço de trabalho. 2.2.1.3 O empreendedorismo no Brasil Resultados do Relatório GEM 2007 (SEBRAE, 2007) confirmam a vocação empreendedora do povo brasileiro, com uma taxa de atividade empreendedora de 12,7% o que significa que, praticamente 13 em cada 100 brasileiros adultos estão envolvidos com atividade empreendedora. No entanto, os dados continuam a revelar o lado sombrio do alto índice de empreendedorismo, que coloca o país entre os dez mais empreendedores. Dos 7,5 milhões de brasileiros que empreendem 41,6% não o fazem voluntariamente, mas por necessidade. Com a criação de alguns programas junto com as incubadoras de empresas e as universidades, que o tema empreendedorismo ganhou mais destaque na sociedade brasileira. Na percepção de Dornelas (2005, p.26): O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedades Brasileira para exportação de Software) foram criadas. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. O SEBRAE tem como objetivo oferecer suporte e apoio desde o início do negócio até quando o empreendedor necessitar de algum tipo de consultoria no sentido de buscar melhorias. Também oferece soluções em educação empreendedora, por meio de treinamentos, atendimentos individualizados e programas para aperfeiçoamento dos processos gerenciais e desenvolvimento de habilidades de liderança e do comportamento empreendedor (ROSA, 2004). As micro e pequenas empresas são um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira, que pela sua enorme capacidade geradora de empregos, quer pelo infindável número de estabelecimentos desconcentrados geograficamente. Elas estão presentes em todas as partes do país, concorrendo com as médias e grandes, disputando a preferência do mercado consumidor pelos seus produtos (CHIAVENATO, 2004). 33 Ao alcance certas organizações estão os preceitos da administração de empresas que se revestem de grande importância na atualidade, devido ao alto grau de mutação dos ambientes em que os empreendimentos estão inseridos. A evolução da sociedade, dos clientes, fornecedores e público relacionado, põe em cheque, a capacidade dos novos empreendedores manterem ativas as suas empresas na tênue linha da estabilidade. Por isso, o conhecimento dos conceitos de administração, os instrumentos e técnicas de gestão são de fundamental importância para quem pretende se iniciar no mundo dos negócios. Estes conceitos e técnicas podem e devem ser aplicados pelas micro e pequenas empresas, principalmente as que estão iniciando suas atividades, proporcionando com isso uma melhor gestão para o crescimento sustentável em um ambiente de alta competitividade (CHIAVENATO, 2004). Será explanado a seguir sobre as micro e pequenas empresas, conforme visto anteriormente, representam uma boa parte na economia brasileira. 2.2.2 Características das micro e pequenas empresas As empresas, também chamadas de organizações, conforme citado por Chiavenato (2004), são os objetos do empreendedorismo, onde atuam os empreendedores, que poderão tanto atuar na criação de novas organizações de forma inovadora ou em organizações já existentes. Apresenta-se no Quadro a seguir as classificações quanto ao porte de empresas, por número de empregados: Classificação (porte) Número de empregados Indústria Comércio e serviços Pequena empresa 20 a 99 10 a 49 Média empresa 100 a 499 50 a 99 Grande empresa 500 ou mais 100 ou mais Quadro 2 - Classificação utilizada pelo Sebrae para o tamanho das empresas. Fonte: CHIAVENATO, 2004, p. 46. No Brasil, conforme boletim estatístico do SEBRAE (2005) a representatividade de micro e pequenas empresas em 2002 registrou 99,2% - fruto de grande empreendedorismo por necessidade. 34 Em 2004, segundo o Sebrae (2004), pelo levantamento de informações entre 2000 e 2002, as Juntas Comerciais registravam a abertura de aproximadamente 470 mil novas empresas anualmente no País. Muitas delas não ultrapassavam a barreira do segundo, terceiro ou quarto ano de vida. Os dados são da pesquisa “Fatores Condicionantes e Taxa de Mortalidade de Empresas no Brasil”, realizada pelo Sebrae no primeiro trimestre de 2004. As taxas de mortalidade verificadas para o Brasil e as regiões são apresentadas no quadro a seguir. As taxas consolidadas para o Brasil foram as seguintes: Quadro 3 - Pesquisa de Taxa de Mortalidade Fonte: www.sebrae.com.br/uf/pernambuco/acesse/boletim-estatistico-de-micro-e-pequenas-empresas/>. Acesso em: 03 jul. 2008. O SEBRAE (2004) apurou em campo que o principal motivo estava ligado às falhas gerenciais, destacando-se problemas como falta de planejamento na abertura do negócio, falta de capital de giro (apresentando descontrole de fluxo de caixa), problemas financeiros (situação de alto endividamento), localização comercial inadequada e falta de conhecimentos sobre gestão. Em seguida vêm as causas econômicas conjunturais e a alta tributação. Em outro estudo realizado pelo SEBRAE 2007 sobre a mortalidade e sobrevivência das empresas no Brasil a pesquisa revela que entre 2000 e 2005, ocorreu uma evolução positiva dos índices, conforme gráfico a seguir: 35 Gráfico 2 - Taxa de mortalidade Fonte: www.sebrae.com.br/uf/pernambuco/acesse/boletim-estatistico-de-micro-e-pequenasempresas/>. Acesso em: 03 jul. 2008. O Gráfico 2 apresentou a evolução das taxas de mortalidade de empresas no Brasil. Neste pode-se perceber que a taxa alarmante de mortalidade de empresas segundo os estudos anteriores, que eram próximas a 60% caem para média de 22% no país. Ainda conforme dados do Sebrae (2004), motivos levantados para o sucesso de empresas foram três características comuns: 1) habilidades gerenciais; 2) capacidade empreendedora; 3) logística operacional. Cita-se também a necessidade de conhecimento do mercado. Para o empreendedor que está ingressando na atividade empresarial, a elaboração de plano de negócios é uma ferramenta imprescindível que pode esclarecer as principais dúvidas que surgem na implantação de um novo empreendimento. 2.3 Plano de negócios Este item tem como objetivo, levantar a importância do plano de negócios nas organizações, que atualmente estão cada vez mais competitivas e por isso, procuram estar bem estruturadas e planejadas para permanecerem no mercado, bem como destacar algumas definições. 36 Segundo Dolabela (1999, p.127), “o plano de negócios é a validação da idéia, a análise de sua viabilidade como negócio”. Dornelas ressalta que (2002, p.55): A principal utilidade do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma organização, seja ela com ou sem fins lucrativos, empresa ou incubadora de empresas. Assim, a organização utiliza o plano de negócios para identificá-la de forma completa ou para descrever o que ela pretende. É uma ferramenta que permite uma visão ampla da empresa, tanto pra mesma quanto para os interessados nela. O plano de negócios para Dornelas (2005, p.93) “é parte fundamental do processo empreendedor. Empreendedores precisam planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento”. Através do plano de negócios, o empreendedor consegue planejar e decidir a respeito do futuro de sua empresa, tendo como base o seu passado, sua situação atual em relação ao mercado, aos clientes e à concorrência. Com o mesmo, é possível identificar os riscos e propor planos para minimizá-los e até mesmo evitálos; identificar seus pontos fortes e fracos em relação à concorrência e o ambiente de negócio em que atua; conhecer o mercado e definir estratégias de marketing para seus produtos e serviços. Chiavenato (2004, p.128) explana que: O plano de negócios – business plan – é um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define suas principais características e condições para proporcionar uma análise da sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implantação. É uma espécie de plano de viabilização de uma idéia, um pequeno check list para não deixar passar nada despercebido. O plano de negócios é uma das principais armas de gestão que o empreendedor possui para ter sucesso em seu empreendimento. Identifica e compreende melhor a empresa, tanto para os agentes internos quanto para os externos; é a apresentação da empresa, sua organização, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, suas estratégias, etc. De acordo com Dornelas (2001), para elaborar um plano de negócios o empreendedor deve adotar algumas regras básicas que não são estáticas e que permitem que seja empregada a criatividade e o bom senso, ressaltando um ou outro aspecto que mais interessa ao público-alvo do plano de negócios em questão. 37 2.3.1 Estrutura do plano de negócios O plano de negócios pode levar de acordo com Hisrich e Peters (2006, p.217) “mais de 200 horas para ser preparado, dependendo da experiência e do conhecimento do empreendedor, bem como do propósito a que o plano se destina”. Existem à disposição do empreendedor vários tipos de estruturas de plano de negócios, porém, explica Dornelas (2005, p.107) “não existe um tamanho ideal ou quantidade exata de páginas. o que se recomenda é escrever o plano de negócios de acordo com as necessidades do público-alvo”. Dolabela (2006, p. 77) ressalta que o empreendedor é o principal usuário do plano de negócios, “ele é uma ferramenta que o faz mergulhar profundamente na análise de seu negócio, diminuindo sua taxa de risco e subsidiando suas decisões, que podem até ser de não abrir uma empresa ou de não lançar um novo produto”. Nesse sentido, a escolha da estrutura de um plano de negócios depende das necessidades e interesses de cada empreendedor. No trabalho em foco, foram analisadas, além da estrutura proposta por Dolabela (2006), a estrutura proposta por Dornelas (2005) e a Hisrich e Peters (2006). Porém, para o presente trabalho será utilizado o modelo de plano de negócios sugerido por Dolabela, com adaptações dos outros autores citados. 2.3.1.1 Sumário executivo O sumário executivo, seguindo o modelo de Dolabela (2006), transmite a primeira imagem da organização, identifica o empreendedor e indica a localização do futuro empreendimento. Deve ter um parágrafo descrevendo a empresa e a natureza do negócio e também um parágrafo contendo uma declaração do caráter confidencial do relatório. Esta folha estabelece o conceito básico que o empreendedor está tentando desenvolver. 2.3.1.2 Ambiental do negócio Seguindo a orientação de Dolabela (2006), Dornelas (2005) e Hisrich e Peters (2006), o empreendedor ao fazer a análise do ambiente deve avaliar as 38 perspectivas e tendências futuras que podem influenciar o negócio, deve fazer uma análise dos principais concorrentes, a segmentação do mercado e as previsões para o setor. Deve levar em consideração as tendências econômicas (PIB, desemprego, renda disponível), avaliação de mudanças culturais e demográficas, avanços tecnológicos, preocupações legais e demandas do setor. Além das informações citadas, o empreendedor deverá também se focalizar no mercado específico, buscando informações sobre seus futuros clientes e o ambiente de negócios na área geográfica onde o empreendimento estará localizado. De acordo com Oliveira (1998) o ambiente de um negócio é formado pelo macroambiente, ambiente setorial e ambiente interno. Como não é oportuna a análise do ambiente interno para este trabalho, serão destacados os componentes do macroambiente e ambiente setorial. 2.3.1.2.1 Macroambiente A relação com o ambiente externo constitui um fator-chave da própria existência das organizações. Por esse motivo, entender a composição desse ambiente e como ele se organiza torna-se essencial para a gestão das empresas. Trata-se de uma análise do ambiente externo à empresa, ou seja, das condições externas que rodeiam a empresa e que lhe impõem desafios e oportunidades. A análise externa é a identificação de oportunidades ou ameaças e suas respectivas causas priorizadas, localizadas externamente ao seu negócio ou ao território, entendidas como fatores ou situações que podem ser aproveitadas ou neutralizadas, que afetam positiva ou negativamente os resultados. (HARTMANN, 2002, p. 173). Deve-se portando partir para uma síntese, visando identificar as principais oportunidades e ameaças encontradas, durante a análise do ambiente externo. É no macroambiente que é determinado as ameaças e oportunidades que consistem em variáveis incontroláveis que cria condições desfavoráveis ou favoráveis para a organização. Um correto entendimento e percepção dessas variáveis permitem à organização o planejamento de objetivos e metas, a elaboração de estratégias e, consequentemente, grande vantagem competitiva frente à concorrência. 39 As oportunidades são fatores do ambiente geral ou da indústria que, se bem aproveitados, podem fornecer uma vantagem competitiva para a empresa. Como exemplo, pode-se citar as falhas apresentadas pelo concorrente, que podem ser aproveitadas pela empresa como uma oportunidade para melhorar o seu produto e ganhar em diferencial (HARTMANN, 2002). De acordo com Oliveira (2001, p. 70) “devem-se considerar como oportunidades da empresa situações que esta realmente tem condições e/ou interesse de usufruir. Do contrário, a situação pode tornar-se uma ameaça”. Já as ameaças, por sua vez, são fatores que podem vir a perturbar o funcionamento da empresa, causando dificuldades para a sua gestão e desempenho. A entrada de um novo concorrente forte no mercado, a implementação de restrições tarifárias por parte de um país importador dos produtos da empresa, a diminuição da demanda, todos esses são aspectos que podem ser definidos como ameaças para a empresa. Oportunidades (grifo do autor) são forças ambientais incontroláveis pela empresa, que podem favorecer sua ação estratégica, desde que reconhecidas e aproveitadas satisfatoriamente enquanto perduram. Ameaças (grifo do autor) são forças ambientais incontroláveis pela empresa, que criam obstáculos a sua ação estratégica, mas que poderão ou não ser evitadas, desde que reconhecidas em tempo hábil. (OLIVEIRA, 2007, p. 78). Entretanto, é importante ressaltar que o planejamento não deve ser definido com base em todas as oportunidades e ameaças identificadas. É necessário que o gestor faça uma triagem das oportunidades e ameaças mais relevantes em relação à sua empresa. Essa seleção deve priorizar as oportunidades do ambiente que a empresa pode aproveitar com reais chances de sucesso, ou seja, as oportunidades para as quais a empresa possui as competências necessárias. Já, no caso das ameaças, devem ser selecionadas aquelas que consistirem em maior preocupação para a gerência, ou seja, aquelas que afetam mais diretamente a empresa e a indústria em que ela atua (OLIVEIRA, 2007). Dentro de um contexto de macroambiente encontram-se diversas variáveis que nenhum membro de uma organização consegue controlar. Porém, é através de um correto entendimento e a devida relevância dessas variáveis que a empresa consegue driblá-las e/ou utilizá-las a seu favor na busca pela vantagem competitiva. 40 Para Hartmann (2002, p. 173) “o macroambiente é constituído por ambientes menores que por sua vez são constituídos por fatores ou variáveis que podem ser consideradas ou não dependendo de seus relacionamentos com o Negócio”. Para analisar o ambiente geral, é importante que o gestor levante informações sobre os seguintes aspectos: • Socioculturais: preferências, tendências populacionais, cultura, nível educacional, estilo de vida, distribuição etária e geográfica da população-alvo da empresa; • Legais: leis, impostos, taxas aplicáveis ao setor; • Políticos/governamentais: políticas governamentais de incentivo e/ou restrição, influências políticas e de demais grupos de interesse; • Econômicos: juros, câmbio, renda, nível de emprego, inflação, índices de preços; • Tecnológicos: pesquisa e desenvolvimento de produtos na área, avanços tecnológicos e custos envolvidos. Pode-se também notar no quadro a seguir os segmentos e elementos citados por Lobato (2005): Segmento Demográfico Econômico Sociopolítico Tecnológico Quadro 4 – Variáveis do macroambiente. Fonte: Hitt apud Lobato, 2005, p.44. Elementos Tamanho e taxa de crescimento da população Pirâmide populacional (faixas etárias da população) Composto étnico e principais grupos lingüísticos Distribuição de renda Evolução dos índices de preços e quantidades Taxas de juros e de poupança Evolução do PIB e investimentos em capacidade de produção Balança de pagamentos Níveis de emprego e renda do país Internacionalização da economia Principais traços culturais da população Atitudes, hábitos e diversidade cultural Leis de defesa da concorrência, leis trabalhistas e tributárias Investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) Incentivos a pesquisa e desenvolvimento Inovações e aplicação de conhecimentos 41 Além do macroambiente existe o ambiente setorial que também faz parte do universo da Análise Externa. Sendo assim, no próximo item será ampliado sobre o ambiente setorial. 2.3.1.2.2 Ambiente Setorial O ambiente setorial ou microambiente externo procura buscar informações mais próximas da empresa, dados não tão distantes como os estudados pelo macroambiente, e sim, dados que possuem ligação direta com a empresa em si. Cecconello e Ajzental (2008, p. 71) afirmam que “o microambiente externo refere-se à busca do entendimento do entorno mais próximo e imediato da empresa – de seu setor ou indústria – em que ela atua ou atuará”. O empreendedor deve agregar o máximo de conhecimento possível do setor em que deseja atuar ou no qual já atua, e é nesta fase de conhecimento que o ambiente setorial o auxilia. Através do ambiente setorial são executadas as análises da oferta e da demanda, análises que estão relacionadas uma a outra. Cecconello e Ajzental (2008, p. 72) explanam a importância dessas análises: [...] análise da demanda que propicia o conhecimento de um dos fatores mais importantes na implantação de uma estratégia, que é conhecer quem, onde, quando e como se dá o consumo (dados qualitativos), que servirão de parâmetros para a obtenção dos dados quantitativos. Primeiro, precisa-se saber o que se quer contar ou medir, para, então, realizá-lo”. Quanto à análise da oferta, os mesmos autores explicam que a mesma servirá para conhecer as atuais ofertas dos concorrentes. Para poder proceder com a análise do ambiente setorial, será utilizado também o modelo das cinco forças competitivas (PORTER, 1992), a qual está citada no item a seguir como uma das ferramentas para análise do ambiente. Esta ferramenta aborda fatores que influenciam diretamente na empresa, suas ações e reações para com os concorrentes, estudando sempre com o olhar de fora para dentro da empresa. Para tanto, para que seja realizada a análise do macroambiente e do ambiente setorial, deve ser utilizadas algumas ferramentas, as quais serão citadas no tópico a seguir. 42 2.3.1.2.3 Ferramentas para análise do ambiente Para a melhor análise do macroambiente e do ambiente setorial, serão utilizadas algumas ferramentas, como: Cinco Forças Competitivas e a Análise SWOT. a) Cinco Forças Competitivas É fundamental que o gestor conheça bem as características das Cinco forças competitivas presentes em sua empresa, pois ele será determinante em termos de lucratividade do setor. Porter (1992, p. 4), afirma que “as cinco forças determinam a rentabilidade da indústria porque influenciam os preços, os custos e o investimento necessário das empresas em uma indústria – os elementos do retorno sobre o investimento”. Assim, o objetivo dessa análise, é calcular o nível médio de lucratividade a longo prazo dos competidores em uma determinada indústria. Hartmann (2002, p. 139), ressalta que “o setor onde se situa o seu negócio será atrativo em função de como se comportam As Cinco Forças Competitivas, pois elas determinam a rentabilidade do setor como um todo [...]” A figura exposta a seguir, demonstra as Cinco Forças Competitivas: Novos Entrantes Fornecedores Concorrência no Setor Compradores Produtos Substitutos Figura 1 – Cinco Forças Competitivas de Porter. Fonte: Porter apud Hartmann, 2004, p. 139. De acordo com Porter (1992) as cinco forças competitivas de uma indústria são formadas por: 43 • Concorrência no setor: a rivalidade entre vendedores concorrentes na indústria, que é determinada pelo número de concorrentes, seu tamanho e as condições de competição existentes (demanda, integração das empresas, armas competitivas utilizadas); • Produtos substitutos: as tentativas que as empresas de outras indústrias fazem no mercado para conquistar os clientes com seus produtos substitutos. Os produtos substitutos podem ser considerados todos aqueles de outras indústrias que atendem à mesma necessidade; • Novos entrantes: o potencial de entrada de novos concorrentes, que é determinado pela quantidade e intensidade das barreiras à entrada existentes do mercado, assim como pela reação dos concorrentes existentes; • Fornecedores: o poder de barganha dos fornecedores, que é definido, dentre outros fatores, pelo tamanho do fornecedor, a importância do seu insumo e as vantagens que ele oferece para a empresa cliente; • Compradores: o poder de barganha dos compradores do produto, que é maior quando os consumidores têm mais opções de compra e possibilidade de trocar de marcas, sem maiores custos. Em outras palavras, quanto maior for a intensidade dessas forças, maior será a competitividade da indústria e menor a lucratividade coletiva das empresas participantes. b) Análise SWOT SWOT é a sigla de strenghts (forças), weaknesses (fraquezas), oppotunities (oportunidades) e threats (ameaças). A análise SWOT fornece uma direção estratégica. Primeiro deve-se corrigir o que está errado. Logo após aproveitar ao máximo as oportunidades que foram identificadas no mercado. A avaliação estratégica realizada a partir da matriz Swot é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização. (LOBATO, 2005, p. 67). 44 Através desta ferramenta é possível analisar os pontos fortes e fracos dos seus principais concorrentes em relação ao seu produto/serviço. Dessa maneira, será mais fácil para tentar tornar os pontos fracos deles em oportunidades e melhorar seu produto/serviço de maneira a tentar eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos. Pode-se verificar na figura a seguir o modelo da matriz SWOT: EXTERNA INTERNA 2 CAPITALIZAR 3 MELHORAR OPORTUNIDADES 4 MONITORAR 1 ELIMINAR AMEAÇAS PONTOS FORTES PONTOS FRACOS Figura 2 – Matriz SWOT Fonte: Dornelas, 2001, p.159. Conforme Dornelas (2001), a análise SWOT contribui continuamente para empresa, é uma ferramenta que não deve deixar de ser utilizada, como também não deve ser utilizada apenas uma vez. Ela demonstra claramente o caminho a ser seguido e a ação que deve ser tomada, resume-se em eliminar os pontos fracos em áreas ameaçadas e fortalecer os pontos fortes em áreas onde se identificam oportunidades. 2.3.1.3 Definição do negócio Este item deverá fazer uma apresentação da empresa, que explicará o nível organizacional empresarial do negócio, oferecendo uma visão global do futuro empreendimento. Deverá informar todos os dados do empreendimento, setor de atividade, forma jurídica, enquadramento tributário, capital social, produtos, serviços e operações do novo empreendimento (ROSA, 2004). A descrição do empreendimento, segundo Hisrich e Peters (2004, p. 221), “[...] deve começar com a declaração da missão, ou missão da empresa do novo 45 empreendimento. Essa declaração basicamente descreve a natureza do negócio e o que o empreendedor espera conquistar com o empreendimento”. Segundo os autores acima citados, entre os elementos-chave que deverão ser descritos estão: missão, produtos e serviços, dimensão do negócio, pessoal e equipamentos necessários, localização, situação do imóvel (próprio ou alugado), entre outros. 2.3.1.4 Plano de marketing O plano de marketing elabora e implementa a estratégia de marketing, atrelando um conjunto de ações de marketing com a estratégia e objetivo da empresa. “Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros” (KOTLER, 2000, p.30). Portanto, pode-se resumir que o plano de marketing será constituído de ações que tenham tal finalidade. No tocante ao plano de marketing, este é considerado por Dolabela (2006, p.141) como “um planejamento do marketing mix (composto mercadológico) de uma organização. É seu papel orientar o processo decisório de marketing. Esse plano é como um mapa – mostra à empresa para onde ela está indo e como vai chegar lá”. O plano de marketing, segundo Hisrich e Peters (2006, p.238), “[...] estabelece como o empreendedor competirá e operará de modo eficiente no mercado e, assim, atingirá as metas e objetivos do novo empreendimento”. Quando se fala em plano de marketing, deve-se ter em mente o composto de marketing ou mix de marketing, os chamados 4P’s: Produto, Preço, Praça e Promoção. Tem-se a seguir no quadro 7, a definição dos 4P’s tendo como base dois autores, Kotler (2000) e Las Casas (2006). 46 MIX DE MARKETING PRODUTO PREÇO PRAÇA PROMOÇÃO A análise do produto permite a empresa avaliar os produtos existentes, sua expansão, sua lucratividade e os riscos atuais e futuros. O produto pode influenciar muito nas decisões da empresa. Em muitas estratégias, ele é o fator que mais contribui para o desempenho de uma empresa. O preço é uma ferramenta efetiva de marketing, pois afeta a demanda, influencia a imagem do produto e pode ajudar a atingir o seu mercado alvo. Ao considerar o preço a ser praticado é importante saber que o preço não deve ser baseado na produção mais alguma margem, como geralmente se faz. Os canais de distribuição representam as diferentes maneiras pelas quais o produto é colocado à disposição do consumidor. O propósito do processo de distribuição é levar ao consumidor o que ele precisa. A Praça inclui atividades da empresa que tornam o produto disponível aos consumidores, ou seja, o alvo. A promoção é um estímulo ao marketing, utilizada para gerar demanda do produto ou serviço. O propósito da promoção é poder dizer ao público que você tem aquele produto ou serviço que satisfaz a demanda do consumidor. As empresas devem muito mais do que criar produtos que satisfaçam os desejos e necessidades dos consumidores, colocá-los à disposição do mercado e definir preços atrativos, o produto deve ser promovido, ou seja, deve ser comunicado, informar aos consumidores seus benefícios. Quadro 7 – Definição dos 4P’s do mix de marketing. Fonte: Adaptado de Kotler, 2000; Las Casas, 2006. Para um melhor entendimento, segue na figura a seguir a preparação de um mix de marketing em uma organização, ou seja, o que consta na construção do Produto, Preço, Praça e Promoção em uma empresa. MIX DE MARKETING PRODUTO PRAÇA Variedade de produtos Canais Qualidade Cobertura Design MERCADO-ALVO Variedades Características Locais Nome de marca Estoque Embalagem Transporte PREÇO PROMOÇÃO Serviços Preço de lista Promoção de vendas Garantias Descontos Publicidade Devoluções Concessões Força de vendas Prazo de pagamento Relações públicas Condições de financiamento Marketing direto Tamanhos Figura 3 – Os 4P’s do mix de marketing. Fonte: Kotler, 2000, p. 37. A definição de uma estratégia de marketing errada pode destruir uma empresa/produto antes mesmo de ser implementada, independente da qualidade 47 do produto/serviço da empresa ser de alta qualidade ou não. Nesse sentido, tornase importante a elaboração da estratégia do mix de marketing. 2.3.1.5 Ações de recursos humanos As pessoas que compõem a empresa são essenciais para seu funcionamento. São em muitas vezes a vantagem competitiva da empresa. Por isso, a administração de recursos humanos tem um forte papel em encontrar e treinar as pessoas que contribuem para o sucesso da empresa. O termo administração de recursos humanos (ARH) refere-se ao projeto e à aplicação de sistemas formais em uma organização para garantir o uso eficaz e eficiente do talento humano na realização das metas organizacionais. (DAFT, 2005, p. 294). Algumas ações (atividades práticas) deverão ser tomadas para que o quadro de pessoas da empresa tenha o melhor desenvolvimento, como podemos notar na tabela a seguir: TABELA 2 – Ações realizadas na área de Recursos Humanos: Recrutamento: as atividades ou práticas que definem as características desejadas dos candidatos para os empregos específicos. Seleção: o processo para determinar talentos, habilidades e outros atributos que uma pessoa necessita para desempenhar um trabalho específico. Treinamento: um tipo de treinamento no qual um funcionário experiente “adota” um funcionário novo para ensiná-lo como desempenhar seus deveres no trabalho. Remuneração / Compensação: pagamentos monetários (ordenados, salários) e bens / commodities não monetários (benefícios, férias) usados para premiar os funcionários. Fonte: Adaptado de Daft, 2005. Em resumo a área de recursos humanos, através de suas ações, busca atrair uma força de trabalho eficaz através de recrutamento e seleção, busca também desenvolver a força do trabalho eficaz através de treinamentos aos novos funcionários e por último manter esta força de trabalho através da remuneração / compensação. 48 2.3.1.6 Plano operacional Neste item busca-se apresentar a estrutura necessária para que a oferta possa ser realizada e as metas da empresa sejam atingidas. O plano operacional é um item importantíssimo, diz respeito às pessoas, talentos, com quem se fará o negócio, sendo normal os investidores perguntarem quem o conduzirá, antes de discutirem idéias e produtos. Para facilitar esse entendimento, deve-se apresentar os possíveis responsáveis inserindo um breve curriculum vitae de cinco a seis linhas. O currículo completo pode ser exposto no final, como apêndice. É importante apresentar também o organograma da instituição. (CECCONELLO; AJZENTAL, 2008, p. 285) O plano operacional, segundo Hisrich e Peters (2004, p. 223) “descreve as formas de propriedade e linhas de autoridade e responsabilidade dos membros do novo empreendimento”. Segundo os mesmos autores, o plano operacional deverá ser representado através de um gráfico da empresa indicando a linha de autoridade e os papéis e responsabilidade de cada membro da equipe. 2.3.1.7 Plano financeiro O plano financeiro é uma das etapas mais importantes na elaboração do plano de negócios, pois determina o investimento necessário para o novo empreendimento e indica se o negócio é economicamente viável ou não. Em comentário a essa questão, Dornelas (2005, p.162) aponta que: A parte financeira é, para muitos empreendedores, a mais difícil do plano de negócio. Isso porque ela deve refletir em números tudo que foi escrito até então nas outras seções do plano, incluindo investimentos, gastos com marketing, despesas com vendas, gasto com o pessoal, custos fixos e variáveis, projeção de vendas, análises de rentabilidade do negócio, etc. A área de finanças é bastante ampla e dinâmica e afeta diretamente a vida de todas as pessoas e de todas as organizações, micro, pequenas e grandes empresas. Sem capital que atenda às necessidades básicas de funcionamento de uma empresa, seja para iniciar um negócio, financiar seu crescimento ou para atender as operações do dia-a-dia é impossível sobreviver no mundo empresarial. 49 Os termos mais utilizados no plano financeiro são: gastos, despesas, custos, investimento e desembolsos, sendo assim, se faz necessário o entendimento dos mesmos. Apresentam-se no quadro 8 alguns conceitos básicos para estes termos. SIGNIFICADO DE TERMOS UTILIZADOS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS TERMO SIGNIFICADO Compreende os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção. Custo Compreende os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços das áreas administrativa, comercial e financeira, que direta ou indiretamente visam à obtenção de receitas. Despesa Desembolso Gasto Investimento Entrega de numerários antes, no mento ou depois da ocorrência dos gastos. Desembolso à vista ou a prazo para a obtenção de bens ou serviços, independentemente da sua destinação dentro da empresa. Compreende, geralmente, os gastos com a obtenção de bens de uso da empresa. Quadro 8: Termos utilizados na contabilidade de custos Fonte: Ribeiro, 1999, p.22. Os dois principais demonstrativos financeiros são o balanço e a demonstração de lucros e perdas ou demonstrativo de resultados (DRE), estes proporcionam informações básicas utilizadas para o controle financeiro de uma organização (DAFT, 2005). O autor traça os seguintes esclarecimentos: O balanço mostra a posição financeira da empresa em relação aos ativos e aos passivos em um ponto específico no tempo. A demonstração de lucros e perdas [...] resume o desempenho financeiro da empresa durante um dado intervalo de tempo, geralmente um ano. (DAFT, 2005, p. 483) No Balanço Patrimonial, o ativo trata-se de todos os bens e direitos de uma organização, o passivo refere-se às obrigações, ou parcelas de financiamentos obtidos de terceiros e, o patrimônio líquido representa os recursos dos proprietários, aplicados na organização. Apresenta-se no quadro abaixo as contas contidas no Balanço Patrimonial. 50 CONTEÚDO DO BALANÇO Bens e direitos ATIVO PASSIVO Ativo circulante Passivo circulante Ativo realizável a longo prazo Passivo exigível a longo prazo Ativo permanente dividido em: Resultado de exercícios futuros -Investimentos -Ativo imobilizado Patrimônio líquido dividido em: -Ativo Diferido -Capital social -Reservas de capital -Reservas de reavaliação -Reservas de lucros -Lucros (ou prejuízos) acumulados Quadro 9 – Conteúdo do Balanço Patrimonial Fonte: Adaptado de Daft, 2005. Conforme sustenta Daft (2005, p. 484) a demonstração de resultados “mostra as receitas vindo para a organização de todas as fontes e subtrai todas as despesas, incluindo os custos dos produtos vendidos, os juros, os impostos e a depreciação.” Portanto o resultado final demonstra o lucro ou perda que a empresa teve naquele determinado período. Segue no quadro a seguir, para maior conhecimento, o demonstrativo de resultados. ITEM Receita bruta (-) deduções = Receita líquida DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS EXPLICAÇÃO Total geral de vendas. Imposto, devoluções e abatimentos. Gastos referentes à produção e à comercialização ou aos serviços prestados (-) Custos do período (-) Despesas = Lucro operacional (+/-) Receita/Despesa não operacional = Lucro antes do imposto de renda (-) Imposto de renda =Lucro líquido São gastos necessários para que a atividade seja desenvolvida (atividades administrativas, de venda e financeiras) Não provenientes das operações. Quadro 10 – Demonstrativo de resultados. Fonte: Dornelas, 2005, p. 165. Outro controle que deve ser ressaltado no plano financeiro é o fluxo de caixa, uma ferramenta que permite ao empreendedor efetuar um planejamento financeiro, pois visa às análises de curto prazo e o controle financeiro do dia-a-dia. De acordo com Dornelas (2005, p. 167), “[...] administrar o fluxo de caixa de uma empresa é compilar os dados de entrada e de saída e caixa (depósitos e retiradas, no caso da conta corrente), projetados no tempo”. 51 No tocante, segue no próximo quadro o demonstrativo de fluxo de caixa. Descrição Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 12 1. Saldo de Caixa inicial 2 Total de entradas 2.1 Receita de vendas 2.2 Receitas financeiras 2.3 Empréstimos 2.4 Outras receitas 3. Total das saídas 3.1. (-) Despesas com produção 3.2. (-) Despesas com pessoal asministrativo 3.3. (-) Despesas com autônomos 3.4. (-) Despesas com Diretoria 3.5. (-) Despesas com vendas e marketing 3.6. (-) Despesas gerais 3.7. (-) Manutenção e conservação 3.8. (-) Seguros 3.9. (-) Impostos 3.10. (-) Provisão para imposto de renda 3.11. (-) Despesas financeiras 3.12. (-) Depreciação (não desembolso) 4. Saldo do período 5. (-) Reserva de capital 6. (+) Depreciação 7. Fluxo Líquido de Caixa Quadro 11 – Fluxo de Caixa Fonte: Adaptado de Dolabela, 1999. Em virtude do que foi mencionado, para o empreendedor, o plano financeiro precisa ser elaborado, pois, a área de finanças é muito mais complexa e avança rapidamente que as demais áreas da empresa. As taxas de juros e o cambio, podem subir ou cair acentuadamente, num período de tempo muito curto e essas mudanças podem afetar o futuro da organização, levando-a a falência. Além disso é comum se perceber nas micro e pequenas empresas a pouca atenção dada a gestão financeira. 52 3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Este capítulo tem como objetivo apresentar a elaboração do plano de negócios da empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante. O desenvolvimento deste plano de negócios foi realizado na Pré-Incubadora de empresas UNIVALI, empresa que proporcionou todo o suporte necessário para a concretização deste trabalho. A elaboração do plano de negócios iniciou-se com a análise estratégica que envolveu pesquisas e entrevistas, nas quais foram levantas informações sobre os possíveis clientes que a futura empresa irá atender. Os próximos itens demonstram os resultados das pesquisas e entrevistas, a análise dos dados e a proposta de plano de negócio para verificar se é viável ou não a abertura desta empresa no município de Itajaí. 3.1 Descrição da Pré-Incubadora de Empresas Univali A Pré-Incubadora de Empresas Univali é um espaço para estimular as iniciativas empreendedoras, a partir do desenvolvimento científico e tecnológico, dos alunos regularmente matriculados ou recém formados nos Cursos de Graduação da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, uma das maiores instituições de ensino superior do Brasil. Em constante crescimento, a Pré-Incubadora de Empresas Univali surgiu em 2004 através de um grupo de professores que retomou a idéia e obteve da alta administração da Universidade, o endosso para a implementação de uma incubadora de empresas. A mesma conta com o apoio do MEU – Movimento Empreendedor Univali, que visa difundir conceitos e criar uma cultura empreendedora no ambiente acadêmico. O MEU tem suas atividades orientadas por forças-tarefas, atuando decisivamente na expansão da idéia empreendedora dentro da Universidade. O grupo vem desenvolvendo atividades, oficinas, palestras e garantindo as iniciativas de incubadoras e pré-incubadoras nos campi da UNIVALI. 53 A Pré-Incubadora de Empresas Univali proporciona ao pré-incubado além da oportunidade de compartilhar experiências com os demais participantes, desfrutar de instalações físicas e buscar financiamentos e suporte técnico gerencial para seus projetos. 3.2 Ameaças e oportunidades para o negócio As ameaças e oportunidades, como foram levantadas no referencial teórico, são variáveis incontroláveis para uma boa parte das empresas. Estas ameaças e oportunidades são encontradas no macroambiente e contém informações, consideradas de grande valia para a elaboração de um plano de negócios na área de reciclagem. Foram utilizados nesta pesquisa dados secundários, disponibilizados em websites. a) Ambiente político/legal A legislação ambiental caminha no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo o ciclo de vida de seus produtos, desde a fabricação até seu descarte. Para que se possa fazer um estudo específico das normas e leis que envolvem o ciclo dos produtos que irão constituir este negócio, deve-se englobar essas regras desde a aquisição da matéria-prima até ao produto final já elaborado. De acordo com Leite (2003, p.22), “as legislações ambientais envolvem diferentes aspectos do ciclo de vida útil de um produto, desde a fabricação e uso de matériasprimas virgens até sua disposição final ou a dos produtos que o consistem”. No caso do óleo lubrificante pode-se perceber que as embalagens utilizadas geram impacto ambiental, pois após o seu uso, costuma ficar resíduos. Em função disso, as empresas que utilizam esse produto podem sofrer punições caso não tenham políticas voltadas para a preocupação com o meio ambiente. Para que não ocorram tais punições, os responsáveis pelos postos de combustíveis têm que seguir padrões pré-estabelecidos pelo poder público, que no caso é representado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Este tem a função de elaborar todos os parâmetros ligados ao meio ambiente, 54 parâmetros estes que dizem o que fazer os postos de combustíveis em todas as esferas ligadas à disposição de resíduos. Podem-se tomar como referência alguns aspectos que constam na resolução número 9, de 31 de agosto de 1993, onde o CONAMA, conforme anexo A, que comenta sobre algumas obrigações no tratamento dos óleos lubrificantes após o seu uso. No artigo 10 “obrigações dos receptores de óleos usados” item IV, menciona que se deve reter e armazenar os óleos usados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, no caso de instalações próprias. Seguindo, no artigo 12 “obrigações dos coletores de óleos usados”, o item V comenta que é preciso responsabilizar-se pela destinação final de óleos lubrificantes usados ou contaminados não regeneráveis, quando coletados, através de sistemas aprovados pelo órgão ambiental competente. Já o artigo 15, reforça que o armazém e transporte das embalagens do óleo lubrificantes, devem ser construídos de acordo com os padrões estipulados pelas normas vigentes. No que diz respeito às embalagens pode-se observar a Lei n° 3.369 do Estado do Rio de Janeiro, de 07/01/2000, onde estabelece que todas as empresas que utilizam garrafas e embalagens plásticas na comercialização de seus produtos serão responsáveis pela destinação final, ambientalmente adequada das mesmas. Já em relação aos óleos queimados e que sobram do processo de troca de óleo em postos de combustíveis, o órgão do Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE, em seu artigo sobre óleos lubrificantes usados fala sobre a resolução CONAMA de 1993, a qual foi revisada e sofreu alterações. Ficando vigente a Resolução CONAMA 362/2005, que torna ainda mais severa a punição caso as empresas não cumpram as normas relativas ao gerenciamento, coleta, transporte e re-refino dos óleos usados. A Resolução nº 362, de 23 de junho de 2005, a qual revoga a Resolução n° 9/93, tem-se no anexo B para poder ser melhor analisada. Dois métodos conhecidos de obter um destino final ao óleo lubrificante já utilizado são: a incineração e o aterro de óleo usado. Nesses casos, a resolução CONAMA 362/2005 proíbe a prática dos mesmos, como afirma o CEMPRE; proíbe a queima e a incineração, como forma de 55 reciclagem ou destino final dos óleos lubrificantes usados, pois isto representaria a destruição de frações nobres de petróleo que se encontram no lubrificante usado. Ainda de acordo com o CEMPRE, na resolução CONAMA 362/2005, não autoriza o aterro de óleo usado, e sim determina que todo óleo deverá ser coletado e destinado à reciclagem. Assinala ainda, que a reciclagem deverá ser realizada por meio de processo de re-refino e que deverá ser priorizado o aproveitamento de todos os materiais contidos no óleo usado. Ainda não existe legislação que obrigue as empresas a fazerem com que os seus produtos retornem a cadeia produtiva. No Brasil, existem apenas resoluções para algumas áreas, como por exemplo, as empresas fabricantes de pneus. b) Ambiente demográfico A cidade de Itajaí, foi fundada em 15 de junho de 1860, está localizada às margens da BR 101, 90 km ao norte da capital de Santa Catarina. Sua área é de 289 Km². A população fixa de Itajaí, conforme IBGE 2007 é de 163.218 habitantes, a qual cresceu aproximadamente 23% nos últimos 10 anos. Em 1997, a estimativa populacional do IBGE era de 134.797 habitantes. Com relação à frota de veículos da cidade de Itajaí, de acordo com o Departamento de Trânsito de Santa Catarina (DETRAN), o último registro, o qual foi em setembro de 2008, apresenta uma frota de 94.744 veículos. Em 2002, esta frota era de 53.689, ou seja, houve o crescimento de aproximadamente 80% em 6 anos. O que resulta no aumento do movimento nos postos de combustíveis de Itajaí, que totalizam em 69 postos ativos, conforme informado pela Prefeitura Municipal, e também no aumento das trocas de óleo nos veículos, aumentando o descarte das embalagens de óleo lubrificante usadas e movimentando o mercado de reciclagem. c) Ambiente sociocultural Nos últimos anos a sociedade brasileira têm se preocupado cada vez mais com as questões ambientais. Isso tem levado alguns governos locais estabelecer políticas públicas e ações para reduzir o impacto causado pela ação do homem. 56 Nesse sentido, em relação à reciclagem, em Itajaí no ano de 2005, foi implantada a campanha “Lixo reciclado, tarifa zero”, esta campanha iria além da isenção da taxa de lixo. A preservação do meio ambiente e a geração de novos empregos, decorrente da coleta seletiva, são outros importantes benefícios. Em 2005, o secretário de obras e serviços municipais, Manoel Jesus da Conceição, ressaltou a importância desta campanha para a cidade decorrente da coleta seletiva, “a reciclagem pode gerar empregos e integrar na economia formal, os trabalhadores antes marginalizados, que terão o seu trabalho facilitado pela separação realizada nas residências e empresas.” Este ressaltou também que a intenção da coleta seletiva não é apenas gerar recursos, mas diminuir o volume de lixo e obter ganhos ambientais, para assim investir no ambiente e na qualidade de vida. Com este processo seletivo, os papéis, vidros, plásticos e metais seriam reciclados e reduziria a utilização dos aterros sanitários, prolongando sua vida útil. Também reduz consideravelmente os níveis de poluição ambiental e do desperdício de recursos naturais na cidade. Porém a fiscalização não é muito rígida perante a este programa. Dados de janeiro a setembro de 2007 mostram um percentual de adesão de 63% da população, quando o total de lixo reciclável coletado não chegou a 4%, conforme apresentado no site Impacto Santa Catarina. Nesse sentido, a fiscalização deverá ser melhorada e é necessário conscientizar mais a população de Itajaí da importância da coleta seletiva e preservação ao meio ambiente. Nos gráficos e quadros a seguir, serão expostos resultados de uma pesquisa realizada entre 2003 e 2005 que evidencia que o plástico é o segundo lixo mais coletado no Brasil, como também a região sul é a segunda maior consumidora de plástico e a segunda que possui maior capacidade de produção. GRÁFICO 3 - Composição média do lixo na coleta seletiva (% em peso) nas cidades. Fonte: http://www.plastivida.org.br/reciclagem/pes_mercado02.htm>. Acesso em: 22 out. 2008. 57 O resíduo plástico consumido no Brasil é de 59,4% pós-consumo e 40,6% industrial. Conforme demonstra o quadro a seguir. QUADRO 12 – Origem do resíduo plástico consumido em 2005. Fonte: http://www.plastivida.org.br/reciclagem/pes_mercado02.htm>. Acesso em: 22 out. 2008. A capacidade de instalação, produção e nível operacional médio da "Elaboração e Monitoramento dos Índices de Reciclagem de Plástico no Brasil (IRMP)", pode ser verificada no quadro abaixo. QUADRO 13 – Capacidade de Produção por região em 2005. Fonte: http://www.plastivida.org.br/reciclagem/pes_mercado02.htm>. Acesso em: 22 out. 2008. Analisando estes dados, pode-se verificar que há um ambiente sociocultural favorável à reciclagem de plásticos. d) Ambiente econômico A pesquisa de projeções macroeconômicas da FEBRABAN (2008), realizada na segunda quinzena de setembro/2008, com 26 bancos, sobre diversas variáveis econômicas, revela as seguintes projeções: 58 • PIB – O ano de 2008 deverá fechar com um PIB Industrial de 5,46% e, as projeções para o ano de 2009 teve uma grande queda, fechando em 4,11%. • Inflação – A projeção média do IPCA para este ano é de 6,19% enquanto que, a estimativa para 2009 está calculada em 4,94%, havendo aí uma baixa na inflação. • Câmbio – Após esta crise financeira internacional, o dólar deverá se estabilizar para um valor em torno de R$ 1,74. Para o ano de 2009, as projeções ficaram em torno de R$ 1,82. • Juros – A projeção média para a taxa SELIC para o final do ano de 2008 é de 14,75% ao ano, enquanto que, para o final de 2009 deverá ocorrer redução, chegando a 13,75% ao ano. Houve uma redução média nas projeções para o crescimento da produção industrial no Brasil, na pesquisa feita em julho o índice era de 4,52%, já na última pesquisa realizada em setembro o índice reduziu para 4,20%. Como também houve uma redução nas projeções da formação bruta de capital fixo, de 10,75% passou para 9,79%. Provavelmente, estes resultados, foram conseqüência também da crise financeira internacional, a qual refletindo na economia brasileira. A estimativa de investimento industrial para o período 2008 a 2010 é de R$ 6 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhões em 2008, R$ 2,2 bilhões em 2009 e R$ 1,7 bilhão em 2010. Do total a ser investido até 2010, 81% será realizado em Santa Catarina, 15% em outros Estados e 4% no exterior. Os investimentos fora de Santa Catarina terão como motivos filiais situadas fora do estado, incentivos fiscais, mão-de-obra, logística, oportunidades de negócios/expansão comercial, aumento da proximidade com potenciais clientes e fornecedores de matéria-prima, diversificação da linha de produção e capilaridade dos canais de distribuição. Os investimentos no exterior objetivam a instalação de nova unidade fabril, instalação de escritórios regionais de vendas, desenvolvimento de novos mercados e conseqüentemente expansão da base de clientes (FIESC 2008). A economia industrial de Santa Catarina é caracterizada pela concentração em diversos pólos, o que confere ao Estado padrões de desenvolvimento equilibrado entre suas regiões: cerâmico, carvão e descartáveis plásticos no Sul, alimentar e móveis no Oeste, têxtil e cristal no Vale do Itajaí, metal-mecânico e mobiliário no Norte, madeireiro na região Serrana e tecnológico na Capital. Devido a esta 59 concentração por região, muitos municípios estão desenvolvendo vocações diferenciadas, fortalecendo vários segmentos de atividade (FIESC 2008). Ressaltando que a receita no Brasil gerada em 2007 com o material reciclado, conforme citado no item 2.1.1.1 deste trabalho, o material reciclado que gerou maior receita foi o plástico; com 36,4% dos R$32,5 bilhões do faturamento da indústria de embalagens no Brasil. Com relação ao financiamento do capital deste negócio, o banco BNDES, possui o apoio a investimentos em meio ambiente, o qual oferece financiamento com condições especiais para projetos ambientais que promovam o desenvolvimento sustentável do país, os projetos deverão envolver os investimentos relacionados ao encerramento de eventuais depósitos de lixo existentes na região. e) Ambiente tecnológico Na área de reciclagem, ocorrem inovações tecnológicas a cada ano, porém a empresa irá escolher a tecnologia que se adéqua a sua necessidade, dependendo do tipo de material que irá reciclar. Houve no ano de 2007, em Milão, uma Feira internacional de plásticos e borrachas, onde se encontravam as melhores máquinas para plásticos. Segundo Ricardo Comerio, presidente da ASSOCOMAPLAST, o setor de máquinas para plástico na Itália é o segundo mais importante na classificação mundial, logo após a Alemanha, mas antes dos EUA, China e Japão, com 1,5 milhões de empregados, com uma produção para a Europa de 160 bilhões de euros/ano (FERNANDO, 2007). Encontra-se no Brasil empresas que são representantes de empresas internacionais, que fabricam excelentes máquinas para a reciclagem, que possuem equipamentos de pré-seleção, lavagem, secagem, extrusão, filtragem e granulação. Em relação à reciclagem de PEAD, os avanços técnicos da identificação e separação das diversas resinas, bem como equipamentos e tecnologias mais modernas de reprocessamento, vêm abrindo novos mercados para a reciclagem do plástico. Existem também engenheiros brasileiros que desenvolvem projetos tecnológicos de reciclagem de PEAD, para vender às empresas de reciclagem já existentes ou pessoas que queiram abrir negócio neste ramo. 60 Enfim, existem várias tecnologias para a área de reciclagem, estas deverão ser analisadas de acordo com o possível investimento do empreendedor, pois têm altos custos. Expostas essas informações de grande valia; as quais regem as atividades ligadas à captação, comercialização e destinação dos óleos lubrificantes e suas embalagens, e que são encontradas no macroambiente, será possível explanar sobre o ambiente setorial. 3.3 Diagnóstico do ambiente setorial Neste item será apresentada a pesquisa feita sobre o ambiente setorial, onde se encontram as cinco forças competitivas de Porter (1992): novos entrantes, concorrência no setor, produtos substitutos, fornecedores e compradores; estes serão expostos a seguir através de pesquisa realizada com fontes secundárias e primárias. a) Novos entrantes Não existem barreiras para a entrada de novos competidores no mercado de reciclagem. Pois é um mercado promissor e que precisa de novas empresas para suprir as necessidades; pois o índice de lixo reciclável é alto, conforme visto nos itens anteriores, e conseqüentemente o mercado necessita de empresas que reciclem estes lixos, para este não agredirem o meio ambiente. Dessa forma, não há restrições para novos entrantes. O empreendedor necessita apenas estar dentro das leis, pois quando se lida com o meio ambiente a empresa deve estar indispensavelmente legalizada, caso contrário, está fora do mercado. Outro item necessário para abrir uma empresa neste ramo é possuir um capital alto, pois é um grande investimento. b) Concorrência no setor Os principais concorrentes no setor estão localizados na região de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Santa Catarina, há poucas empresas que reciclam o 61 PEAD, na pesquisa com os possíveis clientes foi informado apenas um fornecedor de PEAD reciclado em Santa Catariana. Porém são concorrentes que oferecem o mesmo produto, mas não o mesmo processo de serviço. Não foi identificada nenhuma empresa que recolha as embalagens nos postos de combustíveis de forma organizada, e que faça o processo de descontaminação e extrusão das embalagens e venda o PEAD reciclado em grão. As empresas encontradas, ou compram as embalagens dos “catadores de lixo”, ou não fazem o processo de descontaminação, enfim, características que não englobam todo o processo de retorno do PEAD a cadeia produtiva. Outro concorrente relacionado ao serviço de coleta das embalagens nos postos de combustíveis, serão os “catadores de lixo”, pois estes que na maioria dos postos recolhem as embalagens de óleo lubrificante usadas. c) Produtos substitutos O único produto que poderá substituir o PEAD reciclado é o PEAD virgem, porém estes dois produtos atendem mercados diferentes. Existem empresas que dependendo do produto e sua utilidade só podem utilizar o PEAD virgem, como por exemplo, empresas que fabricam potes plásticos para alimentos, pois quando envolve produtos alimentícios é utilizado somente o PEAD virgem. Já as empresas que podem optar pelo PEAD reciclado ou virgem, optam pelo PEAD reciclado, pois é aproximadamente 50% do valor do PEAD virgem. d) Fornecedores Os principais fornecedores serão os postos de combustíveis localizados na cidade de Itajaí. Estes serão fornecedores e parceiros, pois serão trocadas as embalagens de óleo lubrificantes usadas pelo certificado que afirma estar dando o destino correto das embalagens. Este certificado servirá para comprovar que o posto está dentro das normas. Estima-se que se um posto de combustível realizasse, por exemplo, cinco trocas de óleo por dia ou 150 trocas em um mês, essa operação poderia gerar 450 embalagens vazias de 1 litro. Considerando que cada embalagem vazia e tampada pesa cerca de 65 gramas, precisa-se de 15 embalagens para acumular 62 aproximadamente 1 quilo. Assim sendo, este posto de serviço típico, geraria por mês cerca de 30 kg de embalagens plásticas usadas (FREITAS, 2008). Em vista disso, os 69 postos de combustíveis ativos em Itajaí, gerariam aproximadamente 2.070 Kg, o que talvez não seja suficiente para atingir a produção estimada do PEAD reciclado, tendo que coletar embalagens dos postos de combustíveis das cidades vizinhas, ou em oficinas mecânicas. Conforme pesquisa realizada em 2006 pelo acadêmico João Raphael Pires, na maioria dos postos de combustíveis, as embalagens de óleo eram recolhidas por “catadores de lixo” que levam as embalagens para o aterro, e também a maioria não havia local de armazenamento próprio. Esta pesquisa, feita com 14 postos de combustíveis da cidade, demonstrou que nenhum posto procedia de forma correta com as embalagens, ou seja, não lavavam, não separavam em lixo próprio, acondicionados em ambiente não contendo risco de explosão. Sendo assim, para os postos de combustíveis esta parceria será importante, pois tornará este processo mais organizado e dentro das leis. e) Compradores Os compradores serão primeiramente, todas as empresas de Santa Catarina que utilizem o PEAD reciclado como matéria-prima. Futuramente a empresa poderá atender também os outros estados. Existem atualmente 31 empresas associadas ao SIMPESC – Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina, que utilizam o PEAD na fabricação de seus produtos. De acordo com a pesquisa realizada pela acadêmica, as empresas que utilizam o PEAD reciclado em sua produção, utilizam mensalmente uma quantidade entre 1 a 5 toneladas. O principal mercado consumidor de PEAD reciclado na forma de grãos são as indústrias de artefatos plásticos, que utilizam o material na produção de embalagens para produtos de limpeza, sacos de lixo hospitalar, eletro dutos, dutos para telefonia subterrânea, conduítes, entre outros. 63 3.4 Matriz SWOT A análise ambiental, conforme foi ressaltado na revisão teórica, contribui para a elaboração do plano de negócios, pois é através desta análise que é identificado os pontos forte e fracos e as oportunidades e as ameaças relacionados a futura empresa. Como o ambiente interno; os pontos fortes e fracos, não serão analisados, pois a empresa está em processo de construção, será realizado apenas a análise do ambiente externo, macroambiente e ambiente setorial, onde se encontram as oportunidade e as ameaças, para esta análise foi utilizado e adaptado o modelo da matriz SWOT, conforme o próximo quadro. MATRIZ SWOT VARIÁVEIS Econômico Tecnológico M A C R O A M B I E N T E Sociocultural Demográfico Político/legal OPORTUNIDADES > Baixa na inflação e redução na taxa SELIC, > Linha de financiamento especial para projetos ambientais, > Grandes investimentos nas indústrias de SC e desenvolvimento equilibrado das mesmas, > Contribuição significativa para a receita brasileira. > Representantes que revendem máquinas e equipamentos de marcas internacionais, de alta tecnologia, > Avanço tecnológico em relação à reciclagem de PEAD, > Engenheiros brasileiros que desenvolvem tecnologias nesta área. > O plástico é o segundo lixo mais coletado no Brasil, > A região sul é a segunda maior região consumidora de plástico e a segunda que possui maior capacidade de produção. > Grande frota de veículos da cidade de Itajaí, > Conseqüência do aumento no movimento dos postos de combustíveis e na troca de óleo lubrificante. > Leis que obrigam os postos de combustíveis a reter e armazenar os óleos usados de maneira segura, > Transporte e armazenagem das embalagens devem estar de acordo com as normas vigentes, > Todas as empresas que utilizam garrafas e embalagens plásticas na comercialização é responsável pela destinação final, AMEAÇAS > Crise financeira internacional, > Baixa do PIB, > Aumento do dólar, > Redução no crescimento da produção industrial e na formação bruta de capital fixo. > Altos custos das tecnologias avançadas; máquinas e equipamentos. > Falta de conscientização da população de Itajaí em relação à preservação do meio ambiente, > Falha na fiscalização de Itajaí no programa “Lixo reciclado, tarifa zero”. > Inexistência de legislação que obrigue as empresas a fazerem com que os seus produtos (de embalagens PEAD) retornem a cadeia produtiva. 64 Continuação da Matriz SWOT. A OPORTUNIDADES M > Poucos concorrentes na região de B Santa Catarina, I > A escolha dos possíveis clientes pelo E PEAD reciclado devido ao seu custo, N > Formar parcerias com os postos de T combustíveis para conquistar a E confiabilidade da coleta das embalagens, > 31 empresas em Santa Catarina que S utilizam o PEAD como matéria-prima, E > Os possíveis clientes utilizam em torno T de 1 a 5 toneladas de PEAD reciclado ao O mês. R I A L Quadro 14 – Modelo Adaptado da Matriz SWOT Fonte: Dados primários e secundários. AMEAÇAS > Não existem barreiras para a entrada de novos entrantes, > Dependendo do produto e sua utilidade os fabricantes utilizam apenas PEAD virgem para fabricação dos mesmos, > São os “catadores de lixo” que recolhem atualmente na maioria dos postos as embalagens de óleo lubrificante, > Talvez não seja suficiente a quantidade de embalagens coletadas nos postos de combustíveis de Itajaí para atingir a produção estimada do PEAD reciclado. Após a análise efetuada através da matriz SWOT, será exposto o plano de negócios da JB Reciclagem LTDA., com um modelo criado para o tipo de negócio na área de reciclagem, adaptado de Dolabela (2006), cuja estrutura considera: capa; sumário executivo; definição do negócio; ações de marketing; equipe gerencial; estrutura operacional; e, plano financeiro. O plano financeiro foi elaborado com o auxílio da planilha de análise econômico-financeiro, de autoria do Profº Jonas Duarte da Silva. 65 3.5 Capa JB Reciclagem Responsável: Bruna de Novaes [email protected] 66 3.6 Sumário executivo Este plano de negócios tem como objetivo apresentar um estudo de viabilidade para abertura da empresa JB Reciclagem. Empresa que se destinará a oferecer serviço de reciclagem de embalagens de óleo lubrificantes e terá como foco de atuação o atendimento de clientes que utilizam o PEAD reciclado como matériaprima no Vale do Itajaí – SC, bem como recolher as embalagens de óleo lubrificante dos postos de combustíveis da cidade de Itajaí, e estabelecer o destino correto às mesmas. De forma resumida, serão expostos a seguir, os pontos considerados mais relevantes do estudo. a) Estrutura da empresa A empresa primeiramente terá uma estrutura enxuta, contando com 12 colaboradores, para a execução dos serviços prestados. A gestão será realizada pela empreendedora Bruna de Novaes e pelo seu sócio João Raphael Pires. Os serviços de apoio serão executados por um vendedor, três operadores de coleta, um auxiliar administrativo e cinco auxiliares de produção. Um dos pontos principais do negócio está relacionado com a equipe de trabalho que irão compor o quadro de pessoal da empresa. b) Gestão e equipe profissional A gestão do negócio ficará a cargo da empreendedora, com experiência no setor administrativo e financeiro e que neste ano estará concluindo o curso de administração na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. A gestão ficará a cargo também de seu sócio João Raphael Pires, bacharel em logística pela UNIVALI, e que em seu trabalho de conclusão de curso estudou sobre a logística reversa das embalagens de óleo lubrificante. Futuramente os gestores da organização irão realizar cursos especializados na área de reciclagem, para agregar maior conhecimento da atividade exercida, buscando um aprimoramento contínuo. Os demais colaboradores, serão selecionados de acordo com sua experiência profissional e perfil desejável para determinado cargo. 67 c) Serviços e tecnologia A empresa terá como atividade principal a reciclagem de embalagens de óleo lubrificante encontradas nos postos de combustíveis da cidade de Itajaí / SC. O processo iniciará na coleta das embalagens de óleo lubrificante usadas e terminará na venda do PEAD em grãos. Para o melhor desempenho e segurança no trabalho, a empresa contará com uma máquina de realizar extrusão e tratamento das embalagens de óleo lubrificante usadas. d) Mercado potencial – as oportunidades O mercado de reciclagem de PEAD no município de Itajaí é muito promissor, pois a cidade possui 69 postos de combustíveis e cidades vizinhas, como Joinville, que futuramente irão proporcionar a ampliação do negócio. A principal concorrência na coleta das embalagens são os “catadores de lixo”, e na venda do polietileno reciclado, foi identificado uma empresa em Santa Catarina que faz este serviço, as outras empresas existentes são nos estado de São Paulo e Rio de Janeiro. A oportunidade identificada pela empreendedora e seu sócio, através da pesquisa realizada nos postos de combustíveis, está relacionada com o descarte incorreto das embalagens de óleo lubrificante nos postos de combustíveis e preocupação com a qualidade de vida associado a um modelo de desenvolvimento racional e sustentável. e) Elementos de diferenciação O principal elemento de diferenciação da JB Reciclagem está relacionado com o serviço organizado na coleta das embalagens, o que não é feito atualmente, pois as embalagens não têm local para serem depositadas. Há reclamações dos postos de combustíveis onde os catadores de lixo não se preocupam com o ambiente que recolhem o material. E por este motivo a empresa irá instalar nos postos um “Coletor da JB Reciclagem” (Apêndice C) onde as embalagens de óleo lubrificante usadas serão depositadas e coletadas de forma padronizada. 68 Outro diferencial na coleta, será a forma de como o colaborador chegará até o local para o recolhimento das embalagens; o mesmo estará dispondo de um veículo com a logomarca da empresa, uniformizado e com crachá para que os postos de combustíveis identifiquem com facilidade a empresa e sua equipe. Faz parte também do diferencial da empresa, a pesquisa de mercado que será feita periodicamente com os clientes sobre a satisfação da prestação de serviço e trazer conhecimento aos postos de combustíveis (fornecedores) sobre a reciclagem e conscientização da proteção do meio ambiente. f) Projeção de vendas A estimativa do volume de vendas está calculada entre 60 e 70 toneladas de PEAD reciclado ao mês. Alcançando estas vendas a empresa deverá render ao mês uma receita líquida em torno de R$ 38.000,00. Esta projeção foi calculada levando em consideração a pesquisa feita com os clientes e fornecedores das embalagens. g) Rentabilidade e projeções financeiras Conforme exposto no plano financeiro, a partir da composição dos custos e da projeção de venda, a prestação de serviços proporcionará um bom retorno financeiro para a empresa, conforme pode ser observado no Demonstrativo de Resultados e na Análise do Investimento realizado no Simulador do Projeto Financeiro (Apêndice B). No primeiro ano de funcionamento a empresa deverá alcançar um faturamento bruto de aproximadamente R$ 2.268.000,00. O tempo estimado para a empresa recuperar o investimento inicial é de 13 meses e a lucratividade é de aproximadamente 21,11% ao ano, demonstrando uma oportunidade com retorno a curto prazo, o que ajuda a evidenciar a viabilidade do futuro empreendimento. 69 3.7 Definição do negócio A empresa JB Reciclagem é um projeto que vem sendo pensado desde 2006 pela empreendedora e pelo seu sócio João Raphael; quando no trabalho de conclusão de curso de logística do sócio João Raphael apontou esta possibilidade de negócio. Esta idéia foi se desenvolvendo na Pré-Incubadora de Empresas Univali, onde recebeu total apoio para a formação deste plano de negócios. A idéia de abrir um negócio sustentável através da reciclagem, deve-se ao atual momento que é vivenciado por todos; um mundo onde o homem cria e destrói o que ele mesmo faz. Quando foi identificado que as embalagens eram jogadas fora e ali acabava o seu ciclo, o primeiro pensamento foi, porque não ganhar dinheiro com o lixo, seria um negócio certo, pois em muitas outras empresas, o custo mais alto é da matériaprima, e para este empreendimento a matéria prima viria do lixo. Enfim, depois de nascer essa idéia, a empreendedora e o sócio têm um único objetivo, conciliar a experiência profissional de ambos e estudar a viabilidade de abrir este negócio, para assim adquirirem estabilidade profissional. A empresa irá nascer e ter personalidade jurídica como “sociedade empresária” e será dominada JB Reciclagem, sendo considerada uma Empresa de Pequeno Porte (EPP), de acordo com a sua receita bruta anual. A empresa deverá inscrever-se na Junta Comercial do estado de Santa Catariana. Terá a reunião de dois empreendedores ou mais, para a exploração, em conjunto, de atividade(s) econômica(s). Os sócios respondem de forma limitada ao capital social da empresa, pelas dívidas contraídas no exercício da sua atividade perante os seus credores. Cumprindo com todos os deveres de uma organização formal, a JB reciclagem irá objetivar a plenitude em seus serviços, buscando levar a qualidade e atingir a satisfação da sua gama de clientes e parceiros. 70 3.8 Ações de marketing Para inserir a JB Reciclagem no mercado, foram elaboradas ações de marketing bem definidas, desde a coleta das embalagens até a venda do PEAD reciclado aos clientes. Nos itens a seguir, estão descritas as principais ações de marketing relacionadas com produtos/serviços, preço, praça e promoção. a) Produtos e serviços Os serviços de coleta e reciclagem estão ligados a um produto concreto, o qual é o PEAD reciclado, que serve como matéria-prima para empresas que o utilizam para fabricação de seus produtos. O processo para chegar ao PEAD reciclado, inicia com a coleta das embalagens de óleo lubrificante usadas nos postos de combustíveis da cidade de Itajaí. Este processo é exercido pelos operadores de coleta, estes irão no começo do dia, com a caminhonete da empresa, passar nos postos referentes à sua área de atendimento para coletar as embalagens que foram descartadas no dia anterior no coletor da JB Reciclagem instalado nos postos de combustíveis. Assim que recolher as embalagens em todos os postos que lhe são pertinentes, o mesmo irá entregar na indústria da JB Reciclagem, para poder partir pro processo de reciclagem. Logo que as embalagens chegarem às indústrias, passarão pelo processo de descontaminação e extrusão das embalagens, para em seguida estas serem fardadas, este processo será feito pelos auxiliares de produção. Em seguida, o produto estará pronto para ser vendido. Sendo assim, o PEAD será vendido em forma de grãos e em fardos (em Kilo). b) Preço Para a definição do preço do PEAD, foram analisadas as respostas obtidas pelos possíveis clientes, e também por pesquisas feitas em sites que revendem e compram recicláveis. 71 Nesse sentido, o preço do PEAD reciclado vendido pela JB Reciclagem estará dentro do preço de mercado; o produto será vendido em Kilo por R$ 2,70. A empresa oferecerá melhores condições de pagamento para compra acima de 1 tonelada, como também desconto para compras à vista. c) Praça A JB Reciclagem será localizada em uma área fora do perímetro central da cidade de Itajaí, a qual ainda está em estudo, este ponto deverá ser apropriado para desova das embalagens PEAD, e ter abrangência de água. A estrutura básica da empresa deve contar com uma área de 10.000 m², que abrigará um galpão que será dividido em quatro áreas: galpão industrial, escritório, cozinha e os sanitários, contendo no terreno uma ampla vaga de garagem, para poder descarregar as embalagens e circular tranquilamente as duas caminhonetes e as duas empilhadeiras. No galpão industrial irá conter duas extrusoras e uma prensa, já no escritório haverá os seguintes equipamentos e móveis: duas impressoras, três telefones, um fax, duas mesas, dois balcões, três cadeiras giratórias, quatro cadeiras, três armários, dois laptops e um computador. A empresa atenderá todas as empresas de Santa Catarina que utilizem o PEAD como matéria-prima de produção. Os estoques de PEAD reciclados ficarão armazenados na empresa, e posteriormente serão distribuídos. A distribuição será realizada por transportadoras, e de acordo com o valor da compra realizada pelo cliente, o frete será pago pela JB Reciclagem ou pelo mesmo. d) Promoção Para atingir o seu público-alvo, os vendedores da JB Reciclagem, irão visitar os clientes potenciais um-a-um para apresentar a empresa, deixando uma amostra do produto, a fim de formar parcerias de venda. Para garantir também a parceria com os postos de combustíveis, os quais irão fornecer as embalagens de óleo lubrificante usadas, a JB Reciclagem irá trocar o serviço de descontaminação e destinação correta das embalagens, por uma certificação que irá comprovar que os postos estão procedendo de acordo com o destino das embalagens e protegendo o meio ambiente. 72 3.9 Equipe gerencial A JB Reciclagem será composta por um gerente administrativo, um gerente de produção, um auxiliar administrativo, dois operadores de coleta, cinco auxiliares de produção e dois vendedores. Sendo que o cargo de gerente administrativo será ocupado pela empreendedora Bruna de Novaes e o cargo de gerente de produção pelo seu sócio João Raphael Pires. Estes possuem experiência na área administrativa e logística, Bruna irá concluir o curso de administração no final deste ano e João Raphael é bacharel em logística desde 2006, quando concluiu seu trabalho de conclusão de curso sobre a logística reversa das embalagens de óleo lubrificante usadas dos postos de combustíveis, onde identificou que as embalagens não retornavam a cadeia produtiva. Os sócios têm o objetivo de se aperfeiçoar cada vez mais na área de reciclagem, buscando cursos especializados como o de Ecoempreendedor e o de Ecointegração, oferecidos no estado de São Paulo, que são voltados àqueles que buscam conhecimento sobre o mercado de reciclagem e meio ambiente, bem como desenvolvem projetos ambientais. Os outros cargos serão ocupados por colaboradores que serão selecionados de acordo com a sua experiência profissional e perfil desejável para a determinada vaga, aplicando treinamento específico para área. 3.10 Estrutura operacional A estrutura organizacional está representada de forma simples, pois a empresa estará em processo de implantação, e conforme seu desempenho e recursos financeiros, a empresa terá futuramente uma estrutura mais complexa. Portanto a, empresa iniciará suas atividades com apenas 12 colaboradores, sendo que a gerência administrativa, comercial, a atividade de marketing, de recursos humanos e a atividade financeira, serão exercidas pela própria empreendedora. Já a produção, coleta e a distribuição ficarão por responsabilidade do seu sócio João Raphael. Ambos contarão com o apoio de seus colaboradores para realizar as atividades da empresa. O auxiliar administrativo ficará encarregado de acompanhar o serviço terceirizado de limpeza e manutenção. 73 Os sócios terão autonomia nas decisões pertinentes a sua área, porém ambos deverão ter conhecimento dos processos e resultados da empresa como um todo. A contabilidade, a assessoria jurídica, também será terceirizada como o serviço de limpeza e manutenção. Segue na figura abaixo, o organograma que representa a estrutura organizacional da empresa JB Reciclagem. GERENTE ADMINISTRATIVO E DE PRODUÇÃO ASSESSORIA CONTÁBIL OPERADOR DE COLETA ASSESSORIA JURÍDICA AUXILIAR ADMINISTRATIVO AUXILIAR DE PRODUÇÃO VENDEDOR LIMPEZA E MANUTENÇÃO Figura 4: Organograma da JB Reciclagem. Fonte: Elaborado pela acadêmica 3.11 Aspectos legais para a abertura do negócio Segue abaixo os passos que deverão ser seguidos para a abertura da empresa, o processo de constituição da empresa terá também o apoio de um contador. 1° passo: consulta de viabilidade Antes de construir ou abrir qualquer estabelecimento empresarial, deve-se consultar a prefeitura de seu município sobre a viabilidade do negócio desejado, ou seja, se é permitido desenvolver tal atividade no endereço escolhido. Portanto, deve-se solicitar uma consulta de viabilidade ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) do seu município. Aconselha-se o empresário comparecer a Central de Atendimento ao Cidadão de seu município munido de 74 documentos pessoais e do respectivo imóvel que será sede do estabelecimento empresarial. Caso a resposta da prefeitura for positiva, o empreendedor seguirá para o próximo passo. 2° passo: registro do contrato social e CNPJ Será elaborado o contrato social e registrá-lo na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina. No mesmo instante poderá ser dada entrada no CNPJ através do Documento Básico de Entrada (DBE), cujo software está disponível no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). Para agilizar o processo, sugere-se o auxílio de um contador, pois nesta etapa a burocracia poderá atrasar o negócio. A documentação exigida para o registro do Contrato Social na Junta Comercial será a seguinte: a) Capa do processo; b) Contrato Social - 3 vias; c) Cópia autenticada da carteira de identidade e CPF dos sócios; d) Comprovantes de pagamento: > Guia DARE (01 jogo), - R$ 50,00 > Guia DARF (03 vias), código da receita: 6621 - R$ 5,06. e) Se o titular for estrangeiro, é exigida carteira de identidade de estrangeiro, com visto permanente. f) Se for ME ou EPP, apresentar 03 vias da Declaração, em papel tamanho ofício, acompanhada de capa de processo. 3º passo: alvará sanitário Como a empresa é na área de reciclagem, será exigido o alvará sanitário, pois sua atividade envolve a preocupação com o meio ambiente. Portanto, o empreendedor deverá proceder da seguinte forma para requerer o alvará sanitário: 75 • Providenciar a documentação necessária conforme os pré-requisitos para cada tipo de alvará, a relação dos documentos está disponível no site: http://www.dvs.sc.gov.br; • Preencher requerimento padrão adquirido no Setor de Protocolo, anexando a documentação necessária e entregando ao mesmo para abertura de processo; • Obter o número do protocolo para acompanhar o processo. Após a vistoria realizada pela Diretoria de Vigilância Sanitária - DIVS, o alvará será ou não liberado. 4º passo: inscrição estadual Após a liberação do contrato social e do CNPJ, a empresa deverá providenciar a inscrição estadual na Secretaria da Fazenda Estadual, mas para isso, será necessário entrar em contato com um contador cadastrado na mesma, a fim do preenchimento da FAC. Para fazer este cadastro, deve-se levar os seguintes documentos: • Contrato Social original; • Procuração no caso de representante; • CPF do cônjuge e filhos menores dos titulares/sócios; • Comprovantes de recolhimento da taxa de serviços gerais - DARE - R$ 50,00; • Cartão do CNPJ; • Ficha de Atualização Cadastral - FAC - Assinada pelo contador e pelo empreendedor; • Certidão negativa de débitos dos sócios (se residentes ou situados em outro estado; • Inscrição municipal. Assim que a empresa possuir a inscrição estadual ela poderá escolher uma gráfica de sua confiança para confeccionar os blocos de notas fiscais para comercializar o PEAD reciclado. 76 5º passo - alvará municipal Após a liberação do contrato social e do CNPJ, também, deverá providenciar o registro da empresa na prefeitura municipal para requerer o alvará municipal de funcionamento da empresa. Com relação ao alvará de funcionamento, cada município possui uma tabela de preços. Logo, será verificado na central de atendimento ao contribuinte do município de Itajaí. Assim que a empresa possuir a inscrição municipal ela estará apta para funcionar regularmente. A empresa terá regime de tributação simples, e estará sujeita a pagar sobre a receita tributos federais e municipais, conforme demonstrado no anexo C. 3.12 Plano financeiro Todos os planos anteriores estudados terão abertura financeira, desde a fase de fundação do empreendimento até as operações do dia-a-dia, pois sem recursos financeiros que atenda as necessidades da empresa o negócio torna-se inviável. No plano financeiro foram agrupadas todas as despesas previstas, desde aquelas que serão feitas para iniciar o negócio, até aquelas que estarão sendo feitas na fase operacional para manter o funcionamento da empresa. Para estas despesas foram alinhadas todas as receitas previstas com a venda dos produtos. A elaboração do plano foi feita através da planilha de análise econômico-financeiro, de autoria do professor e consultor financeiro Jonas Duarte da Silva. A acadêmica optou por este simulador, pois demonstra o plano financeiro da empresa em até dois anos, e este também foi utilizado pela Pré-Incubadora de Empresas UNIVALI, para auxiliar no plano financeiro dos outros projetos participantes. A JB Reciclagem será implementada com um investimento inicial de R$ 534.762,00 sendo: R$ 446.610,00 de investimentos fixos, R$ 88.152,00 de capital de giro, que será utilizado para despesas pré-operacionais e produção do estoque inicial e R$ 24.698 de reserva técnica. Os recursos financeiros para o investimento inicial ficará dividido em 21,11% investidos pelos sócios e 78,89% de recursos 77 financiados, conforme é demonstrado no item 5 do simulador do projeto financeiro (Apêndice B). Esta distribuição do investimento inicial será demonstrada no quadro abaixo: INVESTIMENTO INICIAL DESCRIÇÃO INSTALAÇÕES EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS MÓVEIS E UTENSÍLIOS VEÍCULOS RESERVA TÉCNICA PROJEÇÃO PARA CAPITAL DE GIRO TOTAL Quadro 15 - Investimento inicial. Fonte: Dados primários. VALOR R$ 160.000,00 R$ 180.687,00 R$ 1.225,00 R$ 80.000,00 R$ 24.698,00 R$ 88.152,00 R$ 534.762,00 No demonstrativo de resultados pode-se observar a receita bruta e líquida de vendas, a margem de contribuição, despesas operacionais, resultado operacional e lucro líquido. O cálculo da receita bruta de vendas de serviços foi elaborado a partir de projeções do faturamento total previsto depois de dois anos, e extraído uma média mensal, para ter em vista as variações durante o ano. Segue no próximo quadro, a projeção dos resultados para o primeiro mês e segundo ano de funcionamento: DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DESCRIÇÃO JUN/2009 RECEITA OPERACIONAL BRUTA R$ 189.000,00 (-) Deduções impostos -R$ 24.759,00 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA R$ 164.241,00 (-) Custos dos produtos vendidos -R$ 35.000,00 LUCRO OPERACIONAL BRUTO R$ 129.241,00 (-) Despesas operacionais -R$ 71.338,00 RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS R$ 57.903,00 (-) Imposto sobre lucro -R$ 19.687,00 LUCRO LÍQUIDO R$ 38.216,00 Quadro 16 – Demonstrativo de resultados. Fonte: Dados primários. JUN/2011 R$ 189.000,00 -R$ 24.759,00 R$ 164.241,00 -R$ 35.000,00 R$ 129.241,00 -R$ 58.915,00 R$ 70.326,00 -R$ 23.910,00 R$ 46.416,00 Cabe esclarecer que as altas despesas operacionais da empresa estão relacionadas aos produtos utilizados mensalmente para a descontaminação das embalagens de óleo lubrificante e relacionados também com os encargos e salários. Neste sentido, estão sendo verificadas algumas formas, para baixar o custo mensal da descontaminação do produto com químicos especializados nessa área. 78 No simulador de projeto financeiro (Apêndice B), no item 1.1 (depreciação mensal) pode-se notar a perda de valor que ocorrerá no imóvel, máquinas, equipamentos, móveis e veículos no primeiro mês, totalizando um valor de R$ 53.229,73 no primeiro ano. Os altos valores estão vinculados principalmente aos veículos e máquinas. No Apêndice B, item 8 apresenta as projeções do fluxo de caixa, onde podem ser identificadas as projeções das entradas e saídas de recursos financeiros. Para o empreendedor, o fluxo de caixa é a principal ferramenta de planejamento financeiro, pois é através dela que serão analisadas projeções de curto prazo e a movimentação do caixa no dia-a-dia da empresa. Fluxo de Caixa Descrição 1. Saldo inicial 2. (+) Entradas · Vendas a vista · Vendas a prazo · Recursos dos sócios · Recursos de terceiros 3. (-) Saídas · Investimento fixo · Custos pré-operacionais · Reserva técnica · Compra a vista MD · Compra a prazo MD (1) · Mão-de-obra direta (MOD) · Custo de comercialização (2) · Custos fixos (3) · Prestações do empréstimo · Contribuição social (4) · Imposto de renda (5) · Estoque final produto acabado (6) · Outros custos 4. Saldo operacional 5. (+) Depreciação 6. Saldo Líquido de caixa Quadro 17 – Fluxo de caixa Fonte: Dados primários. 1.º Mês 0 629.262 94.500 0 112.888 421.874 537.734 446.610 0 0 14.000 0 0 0 57.264 19.859 0 0 0 0 91.529 4.436 95.964 2.º Mês 95.964 189.000 94.500 94.500 3.º Mês 141.876 189.000 94.500 94.500 147.524 160.933 14.000 10.500 0 34.613 48.864 19.859 5.211 14.476 0 0 137.440 4.436 141.876 14.000 21.000 0 34.613 48.864 19.859 5.981 16.615 0 0 169.943 4.436 174.379 O Balanço Patrimonial, apresentado no quadro a seguir, expressa a posição da empresa ao final do primeiro ano de funcionamento, sintetizando os ativos, passivos e valor líquido do empreendimento, considerando o mesmo faturamento da abertura da empresa. A apresentação dos elementos patrimoniais salienta grande importância, pois se trata de um instrumento contábil utilizado para a análise dos 79 negócios. Sua função é demonstrar o andamento financeiro da organização, pois engloba os investimentos, os financiamentos e o patrimônio líquido. Balanço Patrimonial ATIVO ATIVO CIRCULANTE 1.º Mês 2.º Mês 3.º Mês 24°Mês 190.464 236.376 268.879 938.159 DISPONIBILIDADES Caixa ou Bancos 95.964 95.964 141.876 174.379 141.876 174.379 843.659 843.659 DIREITOS REALIZAVEIS A CURTO PRAZO 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 442.175 437.739 433.303 340.151 IMOBILIZADO Investimento Fixo (-) Depreciação acumulada 442.175 446.610 4.436 437.739 433.303 446.610 446.610 8.872 13.307 340.151 446.610 106.459 DIFERIDO Despesas pré-operacionais Reserva técnica 0 0 0 DUPLICATAS A RECEBER Clientes a Receber ATIVO PERMANENTE TOTAL DO ATIVO............................................... PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE 632.639 1.º Mês 0 0 0 0 0 0 0 0 0 674.115 702.182 1.278.310 2.º Mês 3.º Mês 24°Mês 75.301 88.710 88.764 90.024 FORNECEDORES Fornecedores Material e Serviço 21.000 21.000 31.500 31.500 31.500 31.500 31.500 31.500 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS Contribuição Social a Pagar Imposto de Renda a Pagar 19.687 5.211 14.476 22.596 5.981 16.615 22.650 5.996 16.654 23.911 6.329 17.581 OUTRAS CONTAS A PAGAR Contas a Pagar 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 0,0000 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 406.234 390.437 374.482 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 151.105 194.968 238.936 1.188.285 CAPITAL SOCIAL Capital social 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Lucro do Exercício 38.216 38.216 82.080 126.048 1.075.397 82.080 126.048 1.075.397 TOTAL DO PASSIVO........................................... Quadro 18 – Balanço Patrimonial Fonte: Dados primários. 632.639 674.115 702.182 1.278.310 80 3.12.1 Análise do Investimento Na próxima página, segue o quadro com a planilha de Síntese dos Resultados, gerada através do simulador de projeto financeiro; resume os principais pontos analisados através do plano financeiro, e também demonstra o resultado da viabilidade financeira do mesmo. O prazo de retorno, conforme se pode notar no item 11.2 e 11.3, no simulador de projeto financeiro (Apêndice B) é de 12 meses. 81 12. Síntese dos Resultados Otimização 1 – DRE (=) ROB (=) ROL (=) LAJI (=) LO (=) LL ML % 2 - FLUXO DE CAIXA – SALDO 1.1 - SIMPLES 1.2 - DESCONTADO 3 – INDICADORES 3.1 - LIQUIDEZ GERAL - AC/(PC+ELP) 3.2 - LIQUIDEZ CORRENTE AC/PC 3.3 - MARGEM LÍQUIDA - LL/ROL 4 – INVESTIMENTOS (=) ATIVO FIXO (+) CAPITAL DE GIRO (=) TOTAL 5 – VIABILIDADE (=) FLUXO DE CAIXA – SIMPLES (=) FLUXO DE CAIXA - DESCONTADO (=) TAXA MÉDIA DE RETORNO (CONTÁBIL) SOBRE O LUCRO SOBRE O CAIXA SIMPLES (=) PAYBACK OU PRAZO DE RETORNO (=) PAYBACK ATUALIZADO (ÍNDICE) (=) VAL (=) IL OU ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE (=) TIR - TAXA INTERNA DE RETORNO 6 - ROI - RETORNO S/ O INVESTIMENTO (=) ROI (1) (=) ROI (2) (=) ROI (3) Nota: ROI (1) = (Lucro Liquído÷Vendas)×(Vendas÷Total de Ativos) ROI (2) = Resultado líquido do período/ Patrimônio líquido sem o resultado do período ou ROE ROI (3) = Lucro Líquido÷Total de Ativos ou ROA Quadro 19 – Síntese dos resultados Fonte: Dados primários. Ano 1 1o Sem 2o Sem 1.134.000 985.446 368.864 391.798 258.587 26,2% 1.134.000 985.446 389.102 406.118 406.118 41,2% -170.661 -176.044 0,88 4,12 26,2% 113,5% 35,4% 0,966 R$ 18.685 1,035 10,38% 1o Sem 32,9% 229,1% 32,9% 2.268.000 1.970.892 757.966 797.916 664.705 33,7% Ano 2 1o Sem 2o Sem 1.134.000 985.446 401.670 412.401 272.185 27,6% 1.134.000 985.446 415.010 419.072 276.587 28,1% 114.737 83.658 398.018 326.496 679.055 553.447 1,79 6,26 41,2% 3,66 8,36 27,6% 10,42 10,42 28,1% 446.610 88.152 534.762 679.055 553.447 Total 33,7% 5 – RECURSOS (=) PRÓPRIOS (+) TERCEIRO (=) TOTAL OK (Resultado Positivo: Investimento Atraente) 0 Aceita Aceita Aceita (a.m.) 2o Sem 42,6% 174,0% 42,6% Total 69,8% -2638,6% 69,8% 1o Sem 24,4% 42,6% 24,4% Total 2.268.000 1.970.892 816.680 831.473 548.772 27,8% 27,8% 21,1% 421.874 78,9% 112.888 100,0% 534.762 6 - PONTO DE EQUILÍBRIO 2o Sem 21,6% 30,3% 21,6% Total 42,9% 85,8% 42,9% 82 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As empresas, na atual sociedade, assumem um papel cada vez mais importante no desenvolvimento socioeconômico do País. As mesmas estão se preocupando com o ambiente em que se encontram inseridas, tendo uma visão holística do negócio e buscando ações que possam garantir um futuro melhor para a empresa e para sociedade. Os futuros empreendedores devem buscar incessantemente novos conhecimentos, desenvolvimento de novas habilidades e o uso adequado de ferramentas de gestão, que permitam auxiliá-los a identificar as oportunidades e ameaças ao abrir seu próprio negócio, podendo vencer os constantes desafios. Antes de abrir seu próprio empreendimento, aconselha-se elaborar um plano de negócios, ferramenta que permite ao empreendedor concluir se sua idéia é viável ou não e procurar restringir erros antes de adentrar ao mercado de trabalho. Conforme identificado no problema de pesquisa, o trabalho teve o propósito de verificar a viabilidade na implantação de uma empresa de reciclagem de embalagens de óleo lubrificante no município de Itajaí, através da ferramenta de plano de negócios, e concluir através do plano financeiro a viabilidade do empreendimento. Durante a primeira etapa do trabalho foi diagnosticado a oportunidade de reciclar as embalagens de óleo lubrificante usadas, pois as mesmas não estavam tendo o destino final correto. Em seguida buscaram-se informações do macroambiente e do ambiente setorial, para identificar as oportunidades e as ameaças ao novo negócio. Foi realizado pesquisa com os possíveis clientes e fornecedores, bem como informações e conhecimento através de websites, sindicatos e associações. Por meio desta análise de dados, foi possível a construção do plano de negócios, podendo compreender melhor a formação de uma nova organização. As pesquisas demonstraram que há um grande descarte das embalagens de óleo lubrificante usadas, porém as mesmas não retornam para a cadeia produtiva, o que seria o procedimento correto. Foi verificado também, que a estimativa da quantidade de embalagens que todos os postos de combustíveis de Itajaí descartam, não supre a necessidade de compra do cliente e também não atinge a 83 quantidade estipulada no plano financeiro para obter um bom resultado e retorno em 12 meses. Pelos resultados apresentados, foi possível concluir que a abertura deste negócio será viável se a mesma buscar parcerias com fornecedores no Vale do Itajaí e/ou posteriormente no Estado, pois somente no município a quantidade dos postos de combustíveis não suprem a necessidade da empresa em primeiro momento. Porém pode-se prestar serviço apenas de coleta das embalagens de óleo lubrificantes usadas, e vender as mesmas apenas prensadas, sem o processo de descontaminação e reciclagem, para as empresas que colocam o produto novamente à cadeia produtiva, pois há uma grande demanda de PEAD. As sugestões para realização de futuros estudos seria a oportunidade de mercado para a exportação do PEAD reciclado; ou realizar uma pesquisa de mercado, para verificar a área onde se concentra o maior número de embalagens de óleo lubrificante descartadas, para assim montar uma central de coleta próximo deste local. 84 5 REFERÊNCIAS ABRE - Associação Brasileira de Embalagem. Dados de mercado. Disponível em: <http://www.abre.org.br/centro_dados.php> Acesso em: 21 abril 2008. ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. _____. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. AMBIENTEBRASIL. Reciclagem. 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Disponível em: <http://www.simpesc.org.br/pt/nossas_industrias/index.php> Acesso em: 15 out. 2008 90 APÊNDICES 91 APÊNDICE A - INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS PESQUISA COM POSSÍVEIS CLIENTES Esta pesquisa é para o trabalho de conclusão de curso da aluna Bruna de Novaes, estudante do curso de administração da UNIVALI. 1. A empresa utiliza PEAD como matéria-prima? R: 2. Caso positivo, a empresa utiliza PEAD reciclado ou virgem? Se a empresa utiliza somente PEAD virgem, gentileza justificar. R: 3. Qual o valor médio de mercado pago pelo Kilo de PEAD reciclado atualmente? R: 4. Qual a quantidade de PEAD reciclado que a empresa utiliza mensalmente? R: 5. Em média quantos fornecedores de PEAD reciclado a empresa possui hoje? R: 6. Atualmente no mercado, os fornecedores da matéria-prima (PEAD reciclado), atendem a demanda da empresa? R: 7. Os atuais fornecedores são de fácil acesso? Onde os mesmos estão localizados? R: 92 APÊNDICE B PLANILHA DE PLANO FINANCEIRO - JB RECICLAGEM 93 Empresa: JB Reciclagem Projeto/Estudo de Viabilidade EconômicoFinanceira Acadêmica: Bruna de Novaes 1 - Investimento Fixo Descrição Quantidade Computadores e Periféricos Instalaçőes Equipamentos Máquinas Móveis e Utensílios Veículos Outros Total Reserva técnica Total 3 1 3 3 14 3 0 Média do Valor Unitário 1.567 160.000 329 58.333 88 26.667 0 246.983 24.698 271.681 Total Valor do bem Taxa ano (%) 4.700 160.000 987 175.000 1.225 80.000 0 421.912 24.698 446.610 1.1 Depreciaçăo mensal Bens Vida útil (anos) 5 10 5 10 10 5 10 Computadores e Periféricos Instalaçőes Equipamentos Máquinas Móveis e utensílios Veículos Reserva técnica Total anual Total mensal 4.700 160.000 987 175.000 1.225 80.000 24.698 20,00 10,00 20,00 10,00 10,00 20,00 10,00 Valor parcela 940,00 16.000,00 197,40 17.500,00 122,50 16.000,00 2.469,83 53.229,73 4.435,81 94 2 – Receitas Operacionais e Custos das Vendas e/ou Serviços Descriminação 1°Mês 2°Mês 3°Mês 4°Mês 24°Mês Quantidade PEAD (em KILO) 70.000 70.000 70.000 70.000 70.000 PEAD (em KILO) 2,70 2,70 2,70 2,70 2,70 PEAD (em KILO) TOTAL 189.000 189.000 189.000 189.000 189.000 189.000 189.000 189.000 189.000 189.000 PEAD (em KILO) 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 PEAD (em KILO) TOTAL 35.000 35.000 35.000 35.000 35.000 35.000 35.000 35.000 35.000 35.000 Preço Venda Receita Custo Unitário Custo 2.1 Política de Vendas % vendas a vista: % vendas a prazo: Total 50,00% 50,00% 100,00% 2.2 Controle das vendas a prazo Vendas a prazo Mês 1 2 3 4 5 6 Contas a receber no exercício Valor $ 1.º Mês 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 2.º Mês 3.º Mês 94.500 94.500 24°M ês 25°Mês 95 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 24 TOTAL 94.500 94.50 0 94.500 94.500 94.50 0 (1) Considerado como vendas a prazo: vendas no cartăo ou cheque pré-datado; Prazo de recebimento único de 30 (trinta) dias 3. Compras de Materiais Diretos e Mercadorias 3.1 Materiais Diretos (Matéria-Prima) % participação da matéria-prima Descrição Materiais diretos Compras de materiais diretos (1) Materiais diretos = custo unitário x quantidade vendida. (2) Considerado estoque = zero (sem estoque) 0,00% Valor $ 1°Mês 2°Mês 0 0 0 3°Mês 0 0 0 4°Mês 0 0 0 0 0 0 94.500 94.500 96 3.2 Mercadorias % participação do preço de compra no custo mercadorias: Descriçăo PEAD (em KILO) 0 Compras de mercadorias (1) Mercadoria = custo unitário x quantidade vendida. (2) Considerado estoque = zero (sem estoque) Valor $ 1°Mês 35.000 0 0 35.000 100,00% 2°Mês 35.000 0 0 35.000 3°Mês 35.000 0 0 35.000 4°Mês 35.000 0 0 35.000 35.000 35.000 35.000 3.3 Política de Compras de Materiais Diretos (Matéria-Prima) e Mercadorias Total das Compras Mês % compras a vista: % compras a prazo: Total 35.000 40,00% 60,00% 100,00% 3.4 Controle das Compras de Materiais Diretos e Mercadorias a Prazo Compras a Prazo Mês 1 2 3 4 5 6 7 Contas a receber no exercício Valor $ 1.º Mês 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 2.º Mês 10.500 3.º Mês 10.500 10.500 26°M ês 97 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 TOTAL 10.500 10.50 0 21.000 10.50 0 (1) Condiçőes de pagamento: 50% em 30 dd + 50% em 60 dd 4. Investimento Inicial Descriçăo 1. Investimento fixo 2. Capital de giro* 2.2 Estoque inicial 2.3 Despesas pré-operacionais 3. Custos pré-operacionais 3.1 Registro e regularizaçăo, Nota Fiscal e outros custos (5% sobre 1+2) 4. Reserva técnica (10% sobre 2+3) TOTAL 5. Empréstimos e Financiamentos 0,00% 0,00% Valor $ 446.610 88.152 85.302 2.850 0 0 0 534.762 98 Recursos próprios = Recursos financiados = Investimento inicial = Taxa de juros equivalente (a.m.) = Número de prestaçőes (n) = Prazo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Total (1) Financiamento em 24 parcelas sem entrada 21,11% 78,89% 100,00% 1,00% 24 Prestaçăo 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 19.859 Juros 4.219 4.062 3.904 3.745 3.584 3.421 3.257 3.091 2.923 2.753 2.582 2.410 2.235 2.059 1.881 1.701 1.520 1.336 1.151 964 775 584 391 197 54.744 (2) Sistema Price de amortizaçăo Amortizaçăo 15.640 15.797 15.955 16.114 16.275 16.438 16.603 16.769 16.936 17.106 17.277 17.449 17.624 17.800 17.978 18.158 18.340 18.523 18.708 18.895 19.084 19.275 19.468 19.662 421.874 Saldo devedor 421.874 406.234 390.437 374.482 358.368 342.093 325.654 309.052 292.283 275.347 258.241 240.965 223.515 205.891 188.091 170.113 151.955 133.616 115.093 96.385 77.489 58.405 39.130 19.662 0 99 6. Despesas Administrativas Quadro de Pessoal 1°Mês 2°Mês 0 2 5 1 3°Mês 4°Mês 1° Ano 0 2 5 1 0 0 0 8 2° Ano 4°Mês 700,00 700,00 700,00 2.100,00 1° Ano 8.400,0 8.400,0 8.400,0 25.200, 00 2° Ano 8.400,00 8.400,00 8.400,00 25.200,00 4°Mês 8 0 2 5 1 0 0 0 8 0 2 5 1 0 0 0 8 0 2 5 1 0 0 0 8 Salário Médio Operador de Coleta Auxilar de Produção Auxiliar administrativo Total 1°Mês 700,00 700,00 700,00 2.100,00 2°Mês 700,00 700,00 700,00 2.100,00 3°Mês 700,00 700,00 700,00 2.100,00 Pessoal, Encargos e Honorários 1. Pessoal da administraçăo com encargos 1.1 Retirada de pró-labore 1.2 Encargos sociais (20% sobre pró-labore) 2. Pessoal administrativo operacional com encargos 2.1 Vendedor 2.2 Operador de coleta 2.3 Auxiliar de produção 2.4 Auxiliar administrativo 1°Mês 8.400,00 7.000,00 1.400,00 5.600,00 2°Mês 3°Mês Operador de Coleta Auxiliar de Produção Auxiliar administrativo Total 3. Encargos Sociais 0,00 1.400,00 3.500,00 700,00 0,00 0,00 0,00 3.584,00 0 2 5 1 0 0 0 8 0,00 0,00 0,00 5.600,00 0,00 0,00 0,00 5.600,00 0,00 0,00 0,00 5.600,00 1° Ano 8.400,0 7.000,0 1.400,0 67.200, 2° Ano 0,00 0,00 0,00 67.200,00 0,00 1.400,00 3.500,00 700,00 0,00 0,00 0,00 3.584,00 0,00 1.400,00 3.500,00 700,00 0,00 0,00 0,00 3.584,00 0,00 1.400,00 3.500,00 700,00 0,00 0,00 0,00 3.584,00 0,00 16.800, 42.000, 8.400,0 0,00 0,00 0,00 43.008, 0,00 16.800,00 42.000,00 8.400,00 0,00 0,00 0,00 43.008,00 100 3.1. Encargos sociais (64%) 3.584,00 3.584,00 3.584,00 3.584,00 4. Pessoal administrativo sem encargos 800,00 800,00 800,00 800,00 3.1 Honorário do contador (autônomo) 800,00 800,00 800,00 800,00 0,00 0,00 18.384,00 0,00 0,00 9.984,00 0,00 0,00 9.984,00 0,00 0,00 9.984,00 1°Mês 10.050,00 2°Mês 10.050,00 3°Mês 10.050,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 200,00 200,00 200,00 Manutenção (2) Seguros (3) 0,00 3.721,75 0,00 3.721,75 0,00 3.721,75 Depreciaçăo (4) 4.435,81 4.435,81 4.435,81 33.407,56 33.407,56 33.407,56 3.340,76 3.340,76 3.340,76 36.748,32 36.748,32 36.748,32 2°Mês 2,00% 3°Mês 2,00% 3.2 Estagiário 3.3 Outros (Benefícios) TOTAL Demais Despesas Administrativas Água, luz e telefone Outras despesas Material de expediente Soma Outros custos não previstos (10%) Total 43.008, 00 9.600,0 0 9.600,0 0 0,00 0,00 128.208 ,00 4°Mês 1° Ano 10.050,00 120.600 ,00 15.000,00 180.000 ,00 200,00 2.400,0 0 0,00 0,00 3.721,75 44.661, 03 4.435,81 53.229, 73 33.407,56 400.890 ,76 3.340,76 40.089, 08 36.748,32 440.979 ,84 43.008,00 9.600,00 9.600,00 0,00 0,00 119.808,00 2° Ano 120.600,00 180.000,00 2.400,00 0,00 44.661,03 53.229,73 400.890,76 40.089,08 440.979,84 (2) 5% do valor dos softwares e instalaçőes, mensalmente; (3) Aproximadamente 10% do valor do investimento para apólice anual; (4) Calculada no quadro 1.1 6.1 Custos de Comercialização Indicadores de vendas Comissão de vendas (1) 1°Mês 2,00% 4°Mês 2,00% 1° Ano 0 2° Ano 0 101 Promoção e propaganda Simples IPI COFINS PIS Frete Perdas TOTAL Quadro de Pessoal 4,00% 13,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 19,10% 1°Mês Vendedor 2°Mês 2 0 0 0 0 0 0 2 Outros Total Salário Médio Fixo 4,00% 13,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 19,10% 1°Mês 4,00% 13,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 19,10% 3°Mês 4,00% 13,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 19,10% 4°Mês 2 2 2 0 2 0 2 0 2 2°Mês 3°Mês 4°Mês Acordo Coletivo 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Vendedor 650,00 650,00 650,00 650,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 650,00 650,00 650,00 650,00 1°Mês 1.300,00 2°Mês 1.300,00 3°Mês 1.300,00 4°Mês 1.300,00 Outros Total Pessoal e Encargos 2. Pessoal Comercial - Fixo 0 0 0 0 0 0 0 19,10% 0 0 0 0 0 0 0 19,10% 1° Ano 2 0 0 0 0 0 0 2 2° Ano 1° Ano 2° Ano 2 0 0 0 0 0 0 2 7.800,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.800,0 7.800,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.800,00 1° Ano 15.600, 00 2° Ano 15.600,00 102 2.1 Vendedores 1.300,00 1.300,00 1.300,00 1.300,00 2.7 Outros 3. Encargos Sociais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 832,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 832,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 832,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 832,00 3.1. Encargos sociais (64%) 832,00 832,00 832,00 832,00 2.132,00 2.132,00 2.132,00 2.132,00 TOTAL Demais Despesas Comerciais 1°Mês 2°Mês 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cursos Marketing Outras Soma Outros custos năo previstos (10%) Total 3°Mês 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4°Mês 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15.600, 00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9.984,0 0 9.984,0 0 25.584, 00 15.600,00 1° Ano 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2° Ano 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7. Demonstração do Resultado do Exercício 7.1 - DRE Gerencial / Margem de Contribuição DRE - GERENCIAL Receita Operacional Bruta Serviços Peças (-) Custos Variáveis 1°Mês 2°Mês 3°Mês 189.000 189.000 0 189.000 189.000 0 189.000 189.000 0 69.613 69.613 69.613 4°Mês 24°Mês 189.000 189.000 189.000 189.000 0 0 69.613 69.613 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9.984,00 9.984,00 25.584,00 103 Custo da Mão-de-obra Direta Custo do Material Direto Custo das Peças/Serviços Custo da Comercialização 0 35.000 34.613 0 35.000 34.613 0 35.000 34.613 119.387 119.387 119.387 57.264 48.864 48.864 48.864 48.864 55.132 2.132 46.732 2.132 46.732 2.132 46.732 2.132 46.732 2.132 62.122 70.522 70.522 70.522 70.522 4.219 4.062 3.904 3.745 197 (=) Resultado Antes dos Impostos 57.903 66.460 66.618 66.777 70.326 (-) Contribuição Social (9%) (-) Imposto de Renda (15%) 5.211 14.476 5.981 16.615 5.996 16.654 6.010 16.694 6.329 17.581 (=) Lucro Líquido do Exercício 38.216 43.864 43.968 44.073 46.415 (=) Margem de Contribuição (-) Custos Fixos Custo da Mão-de-obra Indireta Custo Administrativo Custo Comercial Custo Indireto de Produção (=) Resultado Operacional 0 35.000 34.613 0 35.000 34.613 119.387 119.387 (+) Receitas Financeiras (-) Juros Empréstimo 7.2 - DRE Fiscal / Societária DRE - FISCAL / LEGAL 1°Mês Receita Operacional Bruta Serviços Peças (-) Deduções (=) Receita Operacional Liquida 13% 2°Mês 3°Mês 189.000 189.000 0 189.000 189.000 0 189.000 189.000 0 24.759 24.759 24.759 164.241 164.241 164.241 4°Mês 24°Mês 189.000 189.000 189.000 189.000 0 0 24.759 24.759 164.241 164.241 104 (-) Custos dos Produtos Vendidos Custo da Mão-de-obra Direta Custo do Material Direto Custo das Peças/Serviços Perdas no Processo Custo Indireto de Produção 35.000 0 0 35.000 35.000 0 0 35.000 35.000 0 0 35.000 35.000 0 0 35.000 35.000 0 0 35.000 0 0 0 0 0 129.241 129.241 129.241 (-) Despesas Operacionais Despesas Administrativas Despesas Vendas Despesas Financeiras 71.338 55.132 11.986 4.219 62.781 46.732 11.986 4.062 62.623 46.732 11.986 3.904 62.464 46.732 11.986 3.745 58.915 46.732 11.986 197 (=) Resultado Antes dos Impostos 57.903 66.460 66.618 66.777 70.326 (-) Contribuição Social (9%) (-) Imposto de Renda (15%) 5.211 14.476 5.981 16.615 5.996 16.654 6.010 16.694 6.329 17.581 (=) Lucro Líquido do Exercício 38.216 43.864 43.968 44.073 46.415 (=) Lucro Operacional Bruto 129.241 129.241 8. Fluxo de Caixa Descrição 1. Saldo inicial 2. (+) Entradas · Vendas a vista · Vendas a prazo · Recursos dos sócios · Recursos de terceiros 3. (-) Saídas · Investimento fixo · Custos pré-operacionais · Reserva técnica 1.º Mês 0 629.262 94.500 0 112.888 421.874 537.734 446.610 0 0 2.º Mês 95.964 189.000 94.500 94.500 3.º Mês 141.876 189.000 94.500 94.500 24°Mês 812.404 189.000 94.500 94.500 25°Mês 843.659 94.500 0 94.500 147.524 160.933 162.181 99.383 105 · Compra a vista MD · Compra a prazo MD (1) · Mão-de-obra direta (MOD) · Custo de comercialização (2) · Custos fixos (3) · Prestações do empréstimo · Contribuição social (4) · Imposto de renda (5) · Estoque final produto acabado (6) · Outros custos 4. Saldo operacional 5. (+) Depreciação 6. Saldo Líquido de caixa 14.000 0 0 0 57.264 19.859 0 0 0 0 91.529 4.436 95.964 14.000 10.500 0 34.613 48.864 19.859 5.211 14.476 0 0 137.440 4.436 141.876 14.000 21.000 0 34.613 48.864 19.859 5.981 16.615 0 0 169.943 4.436 174.379 14.000 21.000 0 34.613 48.864 19.859 6.312 17.533 0 0 839.223 4.436 843.659 0 21.000 0 34.613 0 19.859 6.329 17.581 0 0 838.775 4.436 843.211 9. Balanço Patrimonial ATIVO ATIVO CIRCULANTE 1.º Mês 2.º Mês 3.º Mês 24°Mês 190.464 236.376 268.879 938.159 DISPONIBILIDADES Caixa ou Bancos 95.964 95.964 141.876 141.876 174.379 174.379 843.659 843.659 DIREITOS REALIZAVEIS A CURTO PRAZO 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 94.500 442.175 437.739 433.303 340.151 442.175 446.610 4.436 0 0 0 437.739 446.610 8.872 0 0 0 433.303 446.610 13.307 0 0 0 340.151 446.610 106.459 0 0 0 DUPLICATAS A RECEBER Clientes a Receber ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Investimento Fixo (-) Depreciação acumulada DIFERIDO Despesas pré-operacionais Reserva técnica 106 TOTAL DO ATIVO....................................................... PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE 632.639 1.º Mês 674.115 2.º Mês 702.182 3.º Mês 1.278.310 24°Mês 75.301 88.710 88.764 90.024 FORNECEDORES Fornecedores Material e Serviço 21.000 21.000 31.500 31.500 31.500 31.500 31.500 31.500 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS Contribuição Social a Pagar Imposto de Renda a Pagar 19.687 5.211 14.476 22.596 5.981 16.615 22.650 5.996 16.654 23.911 6.329 17.581 OUTRAS CONTAS A PAGAR Contas a Pagar 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 34.613 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 406.234 390.437 374.482 0,0000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 151.105 194.968 238.936 1.188.285 CAPITAL SOCIAL Capital social 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 112.888 38.216 38.216 82.080 82.080 126.048 126.048 1.075.397 1.075.397 632.639 674.115 702.182 1.278.310 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Lucro do Exercício TOTAL DO PASSIVO.................................................. 10. Analise Econômico-Financeira 10.1. Índices Financeiros Índice Part. Capital de Terceiros – ELP/PL Comp. Endividamento - PC/ELP 1.º Mês 268,84% 19% 2.º Mês 200,26% 23% 3.º Mês 156,73% 24% 4.º Mês 126,63% 25% Imobilização do PL - PL/PL 292,63% 224,52% 181,35% 151,54% 24°Mês 0,00% 1044120394 8331200% 28,63% 107 Imobilização Recursos Não Correntes - AP/(ELP+PL) Liquidez Geral - AC/(PC+ELP) Liquidez Corrente AC/PC Liquidez Seca = LC 79,34% 0,40 2,53 2,53 74,78% 0,49 2,66 2,66 70,64% 0,58 3,03 3,03 66,87% 0,67 3,39 3,39 28,63% 10,42 10,42 10,42 1.º Mês 3,12 23,27% 72,49% 303,50% 2.º Mês 2,92 26,71% 78,08% 269,97% 3.º Mês 2,81 26,77% 75,14% 220,82% 4.º Mês 2,70 26,83% 72,43% 186,88% 24°Mês 1,54 28,26% 43,57% 46,87% 10.2. Índices Econômicos Índice Giro do Ativo - ROL/AT*12 Margem Líquida - LL/ROL Rentabilidade do Ativo - LL/AT*12 Rentabilidade do Patrimônio Líquido - LL/PL 11. Decisões de Investimentos - Métodos de Avaliação e Outras Considerações - Ponto de Equilíbrio 11.1. Premissas - Taxa de Desconto para o Fluxo de Caixa Custo de capital de terceiros = Custo de capital próprio = Custo equivalente = Ponderado a Participação Taxa considerada de desconto = 1,00% 1% 1,00% 1,00% (Estimado) (a.m.) 11.2. Fluxo de Caixa Descrição lançamento 11.2.1 - Fluxo de Caixa Simples Entradas (Exceto capital próprio e de terc.) Saídas (exceto empréstimos) Total em giro 11.2.2 - Fluxo de Caixa Descontado Entradas (exceto capital próprio e de terc.) desc. Saídas (exceto empréstimos) desc. 1.º Mês 2.º Mês 3.º Mês 4.º Mês 24°Mês 94.500 517.875 -423.375 189.000 127.665 -362.040 189.000 141.074 -314.114 189.000 141.128 -266.242 189.000 142.322 679.055 93.564 512.747 185.276 125.149 183.442 136.925 181.625 135.621 148.850 112.088 108 Total em giro desc. Período -419.183 1 -359.056 2 0,0 Meses -312.540 3 -266.536 4 553.447 24 11.3. Prazo Médio de Retorno ou Payback 11.3.1 - Payback Simples ou Prazo Médio de Retorno 11.3.2 - Investimento Inicial 11.3.3 - Entrada Líquid a de Caixa (descontada) 11.3.4 - Entrada Líquida de Caixa Simples 11.3.5 - Payback Atualizado (10.3.2 / 10.3.3) Índice 11.3.6 - VAL ou VPL (10.3.3 - 10.3.2) 11.3.7 - IL = Índice de Lucratividade (10.3.3 / 10.3.2) R$ 534.762 R$ 553.447 R$ 679.055 0,966 R$ 18.685 1,035 OK (Resultado Positivo: Investimento Atraente) OK Aceita Aceita Aceita 11.3.8 - Fluxo de Caixa Descontado Entradas Líquidas de Caixa - Mês 1.º Mês (R$ 419.183) 2.º Mês R$ 60.126 3.º Mês R$ 46.516 Entradas Líquidas de Caixa - Acumulado (R$ 419.183) (R$ 359.056) (R$ 312.540) 11.3.9 - Fluxo de Caixa Simples Entradas (Exceto capital próprio e de terc.) 1.º Mês R$ 94.500 2.º Mês R$ 189.000 3.º Mês R$ 189.000 R$ 517.875 R$ 127.665 R$ 141.074 Entradas Líquidas de Caixa - Mês (R$ 423.375) R$ 61.335 R$ 47.926 Entradas Líquidas de Caixa - Acumulado (R$ 423.375) (R$ 362.040) (R$ 314.114) Saídas (exceto empréstimos) Taxa considerada no cálculo do VPL = VPL = 11.4. TIR - Taxa Interna de Retorno (a.m.) (*) 1,00% R$ 553.447 4.º Mês R$ 46.004 (R$ 266.536) 4.º Mês R$ 189.000 R$ 141.128 R$ 47.872 (R$ 266.242) 24°Mês R$ 36.762 R$ 553.447 24°Mês R$ 189.000 R$ 142.322 R$ 46.678 R$ 679.055 109 TIR = Comprovação do Método 11.4.1 - Entrada Líquida de Caixa (descontada) Então: 11.4.1 - Entrada Líquida de Caixa (descontada) = TIR Então: 10,4% (a.m.) 1% R$ 553.447 10,4% (a.m.) (a.m.) R$ 0,00000 É taxa de desconto que iguala o Valor Atual das Entradas Líquidas de Caixa ao Valor Atual dos Desembolsos Relativos aos Investimentos. 11.5. PONTO EQUILÍBRIO - Unidades PE 692.541 CF PV CV 1.181.144 2,70 0,99 110 12. Síntese dos Resultados Otimização 1 – DRE (=) ROB (=) ROL (=) LAJI (=) LO (=) LL ML % 2 - FLUXO DE CAIXA – SALDO 1.1 - SIMPLES 1.2 - DESCONTADO 3 – INDICADORES 3.1 - LIQUIDEZ GERAL - AC/(PC+ELP) 3.2 - LIQUIDEZ CORRENTE AC/PC 3.3 - MARGEM LÍQUIDA - LL/ROL 4 – INVESTIMENTOS (=) ATIVO FIXO (+) CAPITAL DE GIRO (=) TOTAL 5 – VIABILIDADE (=) FLUXO DE CAIXA – SIMPLES (=) FLUXO DE CAIXA - DESCONTADO (=) TAXA MÉDIA DE RETORNO (CONTÁBIL) SOBRE O LUCRO SOBRE O CAIXA SIMPLES (=) PAYBACK OU PRAZO DE RETORNO (=) PAYBACK ATUALIZADO (ÍNDICE) (=) VAL (=) IL OU ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE (=) TIR - TAXA INTERNA DE RETORNO 6 - ROI - RETORNO S/ O INVESTIMENTO (=) ROI (1) (=) ROI (2) (=) ROI (3) Nota: ROI (1) = (Lucro Liquído÷Vendas)×(Vendas÷Total de Ativos) ROI (2) = Resultado líquido do período/ Patrimônio líquido sem o resultado do período ou ROE ROI (3) = Lucro Líquido÷Total de Ativos ou ROA Ano 1 1o Sem 2o Sem 1.134.000 985.446 368.864 391.798 258.587 26,2% 1.134.000 985.446 389.102 406.118 406.118 41,2% -170.661 -176.044 0,88 4,12 26,2% 2.268.000 1.970.892 757.966 797.916 664.705 33,7% Ano 2 1o Sem 2o Sem 1.134.000 985.446 401.670 412.401 272.185 27,6% 1.134.000 985.446 415.010 419.072 276.587 28,1% 114.737 83.658 398.018 326.496 679.055 553.447 1,79 6,26 41,2% 3,66 8,36 27,6% 10,42 10,42 28,1% 446.610 88.152 534.762 679.055 553.447 Total 33,7% 5 – RECURSOS (=) PRÓPRIOS (+) TERCEIRO (=) TOTAL OK (Resultado Positivo: Investimento Atraente) Total 2.268.000 1.970.892 816.680 831.473 548.772 27,8% 27,8% 21,1% 421.874 78,9% 112.888 100,0% 534.762 6 - PONTO DE EQUILÍBRIO 113,5% 35,4% 0,966 R$ 18.685 1,035 10,38% 1o Sem 32,9% 229,1% 32,9% 0 Aceita Aceita Aceita (a.m.) 2o Sem 42,6% 174,0% 42,6% Total 69,8% -2638,6% 69,8% 1o Sem 24,4% 42,6% 24,4% 2o Sem 21,6% 30,3% 21,6% Total 42,9% 85,8% 42,9% 111 APÊNDICE C - ESBOÇO DO COLETOR DE EMBALAGENS NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS Esboço do coletor da JB reciclagem, para depósito das embalagens de óleo lubrificante usadas nos postos de combustíveis. Abertura Reduzida Bombonas plásticas Tampa Removível JB Reciclagem 112 ANEXOS 113 ANEXO A - RESOLUÇÃO N° 9, DE 31 DE AGOSTO DE 1993 – CONAMA. Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA RESOLUÇÃO Nº 9, DE 31 DE AGOSTO DE 1993 Publicação DOU nº 188, de 01/10/1993, págs. 14769-14770 Correlações: ”Estabelece definições e torna obrigatório o recolhimento e destinação adequada de todo o óleo lubrificante usado ou contaminado” Status: Revogada O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e no Regimento Interno aprovado pela Resolução/conama/nº 025, de 03 de dezembro de 1986, Considerando que o uso prolongado de um óleo lubrificante resulta na sua deterioração parcial, que se reflete na formação de compostos tais como ácidos orgânicos, compostos aromáticos polinucleares, "potencialmente carcinogênicos", resinas e lacas, ocorrendo também contaminações acidentais ou propositais; Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR10004, "Resíduos Sólidos - classificação", classifica o óleo lubrificante usado como perigoso por apresentar toxicidade; Considerando que o descarte de óleos lubrificantes usados ou emulsões oleosas para o solo ou cursos d'água gera graves danos ambientais; Considerando que a combustão dos óleos lubrificantes usados pode gerar gases residuais nocivos ao meio ambiente; Considerando a gravidade do ato de se contaminar o óleo lubrificante usado com policlorados (PCB's), de caráter particularmente perigoso; Considerando que as atividades de gerenciamento de óleos lubrificantes usados devem estar organizadas e controladas de modo a evitar danos à saúde, ao meio ambiente; 114 Considerando ainda que a reciclagem é instrumento prioritário para a gestão ambiental, resolve: Art. 1º Para efeito desta Resolução, entende-se por: I - Óleo lubrificante básico: principal constituinte do óleo lubrificante. De acordo com sua origem, pode ser mineral (derivado de petróleo), ou sintético (derivado de vegetal ou de síntese química); II - Óleo lubrificante: produto formulado a partir de óleos lubrificantes básicos e aditivos; III - Óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável: óleo lubrificante que, em decorrência do seu uso normal ou por motivo de contaminação, tenha se tornado inadequado à sua finalidade original, podendo, no entanto, ser regenerado através de processos disponíveis no mercado; IV - Óleo lubrificante usado ou contaminado não regenerável: óleo lubrificante usado ou contaminado, conforme definição do item anterior, não podendo, por motivos técnicos, ser regenerado, através de processos disponíveis no mercado; V - Reciclagem de óleo lubrificante usado ou contaminado: consiste no seu uso ou regeneração. A reciclagem via uso envolve a utilização do mesmo como substituto de um produto comercial ou utilização como matéria-prima em outro processo industrial. A reciclagem via regeneração envolve o processamento de frações utilizáveis e valiosas contidas no óleo lubrificante usado e a remoção dos contaminantes presentes, de forma a permitir que seja reutilizado como matéria-prima. Para fins desta Resolução, não se entende a combustão ou incineração como reciclagem; VI - Óleo lubrificante reciclável: material passível de uso, ou regeneração; VII - Rerrefino: processo industrial de remoção de contaminantes, produtos de degradação e aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, conferindo aos mesmos características de óleos básicos, conforme especificação do DNC; VIII - Combustão: queima com recuperação do calor produzido; IX - Incineração: queima sob condições controladas, que visa primariamente destruir um produto tóxico ou indesejável, de forma a não causar danos ao meio ambiente; X - Produtor de óleo lubrificante: formulador, ou envaziliador, ou importador de óleo lubrificante; XI - Gerador de óleo lubrificante usado ou contaminado: pessoa física ou jurídica que, em decorrência de sua atividade, ou face ao uso de óleos lubrificantes gere qualquer quantidade de óleo lubrificante usado ou contaminado; 115 XII - Receptor de óleo lubrificante usado ou contaminado: pessoa jurídica que comercialize óleo lubrificante no varejo; XIII - Coletor de óleo usado ou contaminado: pessoa jurídica, devidamente credenciada pelo Departamento Nacional de Combustíveis, que se dedica à coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados nos geradores ou receptores; XIV - Rerrefinador de óleo lubrificante usado ou contaminado: pessoa jurídica, devidamente credenciada para a atividade de rerrefino pelo Departamento Nacional de Combustíveis (DNC) e licenciamento pelo órgão estadual de meio ambiente; Art. 2º Todo o óleo lubrificante usado ou contaminado será, obrigatoriamente, recolhido e terá uma destinação adequada, de forma a não afetar negativamente o meio ambiente. Art. 3º Ficam proibidos: I - quaisquer descartes de óleo usados em solos, águas superficiais, subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais; II - qualquer forma de eliminação de óleos usados que provoque contaminação atmosférica superior ao nível estabelecido na legislação sobre proteção do ar atmosférico (PRONAR); Art. 4º Ficam proibidos a industrialização e comercialização de novos óleos lubrificantes não recicláveis, nacionais ou importados. § 1º Casos excepcionais serão submetidos à aprovação do IBAMA, com base em laudos de laboratórios devidamente credenciados. § 2º No caso dos óleos não recicláveis, atualmente comercializados no mercado nacional, o IBAMA, no prazo de 90 (noventa) dias a contar da publicação desta Resolução, efetuará estudos e proposição para a sua substituição. Art. 5º Fica proibida a disposição dos resíduos derivados no tratamento do óleo lubrificante usado ou contaminado no meio ambiente sem tratamento prévio, que assegure: I - a eliminação das características tóxicas e poluentes do resíduo; II - a preservação dos recursos naturais; e III - o atendimento aos padrões de qualidade ambiental. Art. 6º A implantação de novas indústrias destinadas à regeneração de óleos lubrificantes usados, assim como a ampliação das existentes, deverá ser baseada em tecnologias que minimizem a 116 geração de resíduos a serem descartados no ar, água, solo ou sistemas de esgotos. Parágrafo único. As indústrias existentes terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias para apresentar ao Órgão Estadual de Meio Ambiente um plano de adaptação de seu processo industrial, que assegure a redução e tratamento dos resíduos gerados. Art. 7º Todo o óleo lubrificante usado deverá ser destinado à reciclagem. § 1º A reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável deverá ser efetuada através do rerrefino. § 2º Qualquer outra utilização do óleo regenerável dependerá de aprovação do órgão ambiental competente. § 3º Nos casos onde não seja possível a reciclagem, o órgão ambiental competente poderá autorizar a sua combustão, para aproveitamento energético ou incineração, desde que observadas as seguintes condições: I - o sistema de combustão/incineração esteja devidamente licenciado ou autorizado pelo órgão ambiental; II - sejam atendidos os padrões de emissões estabelecidas na legislação ambiental vigente. Na falta de algum padrão, deverá ser adotada a NB 1266, "Incineração de resíduos sólidos perigosos Padrões de desempenho"; III - a concentração de PCB's no óleo deverá atender aos limites estabelecidos na NBR 8371 "Ascaréis para transformador e capacitores - Procedimento". Art. 8º Das obrigações dos produtores: I - divulgar, no prazo máximo de 12 meses, a partir da data de publicação desta Resolução, em todas as embalagens de óleos lubrificantes produzidos ou importados, bem como em informes técnicos a destinação imposta pela lei e a forma de retorno dos óleos lubrificantes usados contaminados, recicláveis ou não; II - ser responsável pela destinação final dos óleos usados não regeneráveis, originárias de pessoas físicas, através de sistemas de tratamento aprovados pelo órgão ambiental competente; III - submeter ao IBAMA para prévia aprovação, o sistema de tratamento e destinação final dos óleos lubrificantes usados, após o uso recomendado, quando da introdução no mercado de novos produtos, nacionais ou importados. Art. 9º Obrigações dos geradores de óleos usados: 117 I - armazenar os óleos usados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos; II - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado venha a ser contaminado por produtos químicos, combustíveis, solventes e outras substâncias, salvo as decorrentes da sua normal utilização; III - destinar o óleo usado ou contaminado regenerável para a recepção, coleta, rerrefino ou a outro meio de reciclagem, devidamente autorizado pelo órgão ambiental competente; IV - fornecer informações aos coletores autorizados sobre os possíveis contaminantes adquiridos pelo óleo usado industrial, durante o seu uso normal; V - alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados provenientes de atividades industriais exclusivamente aos coletores autorizados; VI - manter os registros de compra de óleo lubrificante e alienação de óleo lubrificante usado ou contaminado disponíveis para fins fiscalizatórios, por dois anos, quando se tratar de pessoa jurídica com consumo de óleo for igual ou superior a 700 litros por ano; VII - responsabilizar-se pela destinação final de óleos lubrificantes usados contaminados não regeneráveis, através de sistemas aprovados pelo órgão ambiental competente; VIII - destinar o óleo usado não regenerável de acordo com a orientação do produtor, no caso de pessoa física. Art. 10. Obrigações dos receptores de óleos usados: I - alienar o óleo lubrificante contaminado ou regenerável exclusivamente para o coletor ou rerrefinador autorizado; II - divulgar, em local visível ao consumidor a destinação disciplinada nesta Resolução, indicando a obrigatoriedade do retorno dos óleos lubrificantes usados e locais de recebimentos; III - colocar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação desta Resolução, à disposição de sua própria clientela, instalações ou sistemas, próprios ou de terceiros, para troca de óleos lubrificantes e armazenagem de óleos lubrificantes usados; IV - reter e armazenar os óleos usados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, no caso de instalações próprias. 118 Art. 11. No caso dos postos de abastecimento de embarcações não se aplica a exigência de instalações de troca de óleo lubrificante, devendo o gerenciamento do óleo lubrificante usado atender a legislação específica. Art. 12. Obrigações dos coletores de óleos usados: I - recolher todo o óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável, emitindo, a cada aquisição, para o gerador ou receptor, a competente Nota Fiscal, extraída nos moldes previstos pela Instrução Normativa nº 109/84 da Secretaria da Receita Federal II - tomar medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado venha a ser contaminado por produtos químicos, combustíveis, solventes e outras substâncias; III - alienar o óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável coletado, exclusivamente ao meio de reciclagem autorizado, através de nota fiscal de sua emissão; IV - manter atualizados os registros de aquisições e alienações, bem como cópias dos documentos legais a elas relativos, disponíveis para fins fiscalizatórios, por 2 anos; V - responsabilizar-se pela destinação final de óleos lubrificantes usados ou contaminados não regeneráveis, quando coletados, através de sistemas aprovados pelo órgão ambiental competente; VI - garantir que as atividades de manuseio, transporte e transbordo do óleo usado coletado sejam efetuadas em condições adequadas de segurança e por pessoal devidamente treinado, atendendo à legislação pertinente. Art. 13. Obrigações dos rerrefinadores de óleos usados: I - receber todo o óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável, exclusivamente de coletor autorizado; II - - manter atualizados os registros de aquisições e alienações, bem como cópias dos documentos legais a elas relativos, disponíveis para fins fiscalizatórios, por 2 anos; III - responsabilizar-se pela destinação final de óleos lubrificantes usados ou contaminados não regeneráveis, através de sistemas aprovados pelo órgão ambiental competente; VI - os óleos lubrificantes rerrefinados não devem conter compostos policlorados (PCB's) em teores superiores a 50 ppm. Parágrafo único. Os óleos básicos procedentes do rerrefino não devem conter resíduos tóxicos ou perigosos, de acordo com a CB 155 e não conter policlorados (PCB's/PCB's) em concentração superior a 50 ppm (limite vigente para óleos aprovados pelo órgão ambiental competente). 119 Art. 14. Armazenagem de óleos lubrificantes usados ou contaminados: as unidades de armazenamento do óleo lubrificante usado devem ser construídas e mantidas de forma a evitar infiltrações, vazamentos e ataque pelo seu conteúdo e riscos associados, e quanto às condições de segurança no seu manuseio, carregamento e descarregamento, de acordo com as normas vigentes. Art. 15. Embalagens e transporte de óleos lubrificantes usados ou contaminados: as embalagens destinadas ao armazenamento e transporte do óleo lubrificante usado devem ser construídas de forma a atender aos padrões estipulados pelas normas vigentes. Art. 16. O CONAMA recomendará ao Ministério da Fazenda, à vista dos problemas ambientais descritos nos considerandos desta Resolução, que sejam realizados estudos no sentido de considerar não tributável a receita obtida com a alienação, nos moldes deste instrumento, do óleo lubrificante usado ou contaminado regenerável. Art. 17. O não cumprimento ao disposto nesta Resolução acarretará aos infratores as sanções previstas na Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, e na sua regulamentação pelo Decreto 99.274, de 06 de junho de 1990. Art. 18. Os óleos lubrificantes usados ou contaminados, reconhecidos como biodegradáveis, pelos processos convencionais de tratamento biológico, não são abrangidos por esta Resolução, quando não misturados aos óleos lubrificantes usados regeneráveis. Parágrafo único. Caso o óleo usado biodegradável seja misturado ao óleo usado regenerável, a mistura será considerada como óleo usado não regenerável. Art. 19. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 120 ANEXO B - RESOLUÇÃO N°362, DE 23 DE JUNHO DE 2005 – CONAMA. Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA RESOLUÇÃO nº 362, de 23 de junho de 2005. Publicada no DOU no 121, de 27 de junho de 2005, Seção 1, páginas 128-130 Correlações: Revoga a Resolução n° 9/93 “Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado”. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990, tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria no 499, de 18 de dezembro de 2002155, e: Considerando que o uso prolongado de um óleo lubrificante acabado resulta na sua deterioração parcial, que se reflete na formação de compostos tais como ácidos orgânicos, compostos aromáticos polinucleares potencialmente carcinogênicos, resinas e lacas; Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em sua NBR10004, “Resíduos Sólidos - classificação”, classifica o óleo lubrificante usado como resíduo perigoso por apresentar toxicidade; Considerando que o descarte de óleo lubrificante usado ou contaminado para o solo ou cursos de água gera graves danos ambientais; Considerando que a combustão de óleos lubrificantes usados gera gases residuais nocivos ao meio ambiente e à saúde pública; Considerando que a categoria de processos tecnológico-industriais chamada genericamente de rerrefino, corresponde ao método ambientalmente mais seguro para a reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado, e, portanto, a melhor alternativa de gestão ambiental deste tipo de resíduo; e Considerando a necessidade de estabelecer novas diretrizes para o recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado, resolve: Art. 1o Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução. Art. 2o Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições: 121 I - coletor: pessoa jurídica devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo e licenciada pelo órgão ambiental competente para realizar atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado; II - coleta: atividade de retirada do óleo usado ou contaminado do seu local de recolhimento e de transporte até à destinação ambientalmente adequada; III - certificado de coleta: documento previsto nas normas legais vigentes que comprova os volumes de óleos lubrificantes usados ou contaminados coletados; IV - certificado de recebimento: documento previsto nas normas legais vigentes que comprova a entrega do óleo lubrificante usado ou contaminado do coletor para o rerrefinador; V - gerador: pessoa física ou jurídica que, em decorrência de sua atividade, gera óleo lubrificante usado ou contaminado; VI - importador: pessoa jurídica que realiza a importação do óleo lubrificante acabado, devidamente autorizada para o exercício da atividade; VII - óleo lubrificante básico: principal constituinte do óleo lubrificante acabado, que atenda a legislação pertinente; 155 Portaria revogada pela Portaria MMA no 168, de 10 de junho de 2005. VIII - óleo lubrificante acabado: produto formulado a partir de óleos lubrificantes básicos, podendo conter aditivos; IX - óleo lubrificante usado ou contaminado: óleo lubrificante acabado que, em decorrência do seu uso normal ou por motivo de contaminação, tenha se tornado inadequado à sua finalidade original; X - produtor: pessoa jurídica responsável pela produção de óleo lubrificante acabado em instalação própria ou de terceiros, devidamente licenciada pelo órgão ambiental competente, e autorizada para o exercício da atividade pelo órgão regulador da indústria do petróleo ; XI - reciclagem: processo de transformação do óleo lubrificante usado ou contaminado, tornando-o insumo destinado a outros processos produtivos; XII - recolhimento: é a retirada e armazenamento adequado do óleo usado ou contaminado do equipamento que o utilizou até o momento da sua coleta, efetuada pelo revendedor ou pelo próprio gerador; XIII - rerrefinador: pessoa jurídica, responsável pela atividade de rerrefino, devidamente autorizada pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de rerrefino e licenciada pelo órgão ambiental competente; XIV - rerrefino: categoria de processos industriais de remoção de contaminantes, produtos de degradação e aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, conferindo aos mesmos características de óleos básicos, conforme legislação específica; XV - revendedor: pessoa jurídica que comercializa óleo lubrificante acabado no atacado e no varejo tais como: postos de serviço, oficinas, supermercados, lojas de autopeças, atacadistas, etc; e XVI - águas interiores: as compreendidas entre a costa e as linhas de base reta, a partir das quais se mede a largura do mar territorial; as dos portos; as das baías; as dos rios e de seus estuários; as dos lagos, lagoas e canais, e as subterrâneas. 122 Art. 3o Todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino. § 1o A reciclagem referida no caput poderá ser realizada, a critério do órgão ambiental competente, por meio de outro processo tecnológico com eficácia ambiental comprovada equivalente ou superior ao rerrefino. § 2o Será admitido o processamento do óleo lubrificante usado ou contaminado para a fabricação de produtos a serem consumidos exclusivamente pelos respectivos geradores industriais. § 3o Comprovada, perante ao órgão ambiental competente, a inviabilidade de destinação prevista no caput e no § 1o deste artigo, qualquer outra utilização do óleo lubrificante usado ou contaminado dependerá do licenciamento ambiental. § 4o Os processos utilizados para a reciclagem do óleo lubrificante deverão estar devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente. Art. 4o Os óleos lubrificantes utilizados no Brasil devem observar, obrigatoriamente, o princípio da reciclabilidade. Art. 5o O produtor, o importador e o revendedor de óleo lubrificante acabado, bem como o gerador de óleo lubrificante usado, são responsáveis pelo recolhimento do óleo lubrificante usado ou contaminado, nos limites das atribuições previstas nesta Resolução. Art. 6o O produtor e o importador de óleo lubrificante acabado deverão coletar ou garantir a coleta e dar a destinação final ao óleo lubrificante usado ou contaminado, em conformidade com esta Resolução, de forma proporcional em relação ao volume total de óleo lubrificante acabado que tenham comercializado. § 1o Para o cumprimento da obrigação prevista no caput deste artigo, o produtor e o importador poderão: I - contratar empresa coletora regularmente autorizada junto ao órgão regulador da indústria do petróleo ; ou II - habilitar-se como empresa coletora, na forma da legislação do órgão regulador da indústria do petróleo . § 2o A contratação de coletor terceirizado não exonera o produtor ou importador da responsabilidade pela coleta e destinação legal do óleo usado ou contaminado coletado. § 3o Respondem o produtor e o importador, solidariamente, pelas ações e omissões dos coletores que contratarem. Art. 7o Os produtores e importadores são obrigados a coletar todo óleo disponível ou garantir o custeio de toda a coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado efetivamente realizada, na proporção do óleo que colocarem no mercado conforme metas progressivas intermediárias e finais a serem estabelecidas pelos Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia em ato normativo conjunto, mesmo que superado o percentual mínimo fixado. 123 Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deverão estabelecer, ao menos anualmente, o percentual mínimo de coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados, não inferior a 30% (trinta por cento), em relação ao óleo lubrificante acabado comercializado, observado o seguinte: I - análise do mercado de óleos lubrificantes acabados, na qual serão considerados os dados dos últimos três anos; II - tendência da frota nacional quer seja rodoviária, ferroviária, naval ou aérea; III - tendência do parque máquinas industriais consumidoras de óleo, inclusive agroindustriais; IV - capacidade instalada de rerrefino; V - avaliação do sistema de recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado; VI - novas destinações do óleo lubrificante usado ou contaminado, devidamente autorizadas; VII - critérios regionais; e VIII - as quantidades de óleo usado ou contaminado efetivamente coletadas. Art. 8o O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, o órgão regulador da indústria do petróleo e o órgão estadual de meio ambiente, este, quando solicitado, são responsáveis pelo controle e verificação do exato cumprimento dos percentuais de coleta fixados pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Parágrafo único. Para a realização do controle de que trata o caput deste artigo, o IBAMA terá como base as informações relativas ao trimestre civil anterior. Art. 9o O Ministério do Meio Ambiente, na primeira reunião ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA de cada ano, apresentará o percentual mínimo de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, acompanhado de relatório justificativo detalhado, e o IBAMA apresentará relatório sobre os resultados da implementação desta Resolução. Art. 10. Não integram a base de cálculo da quantia de óleo lubrificante usado ou contaminado a ser coletada pelo produtor ou importador os seguintes óleos lubrificantes acabados: I - destinados à pulverização agrícola; II - para correntes de moto-serra; III - industriais que integram o produto final, não gerando resíduo; IV - de estampagem; V - para motores dois tempos; VI - destinados à utilização em sistemas selados que não exijam troca ou que impliquem em perda total do óleo; VII – solúveis; VIII - fabricados à base de asfalto; IX - destinados à exportação, incluindo aqueles incorporados em máquinas e equipamentos destinados à exportação; e 124 X - todo óleo lubrificante básico ou acabado comercializado entre as empresas produtoras, entre as empresas importadoras, ou entre produtores e importadores, devidamente autorizados pela Agência Nacional do Petróleo - ANP. Art. 11. O Ministério do Meio Ambiente manterá e coordenará grupo de monitoramento permanente para o acompanhamento desta Resolução, que deverá se reunir ao menos trimestralmente, ficando assegurada a participação de representantes do órgão regulador da indústria do petróleo, dos produtores e importadores, dos revendedores, dos coletores, dos rerrefinadores, das entidades representativas dos órgãos ambientais estaduais e municipais e das organizações não governamentais ambientalistas. Art. 12. Ficam proibidos quaisquer descartes de óleos usados ou contaminados em solos, subsolos, nas águas interiores, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais. Art. 13. Para fins desta Resolução, não se entende a combustão ou incineração de óleo lubrificante usado ou contaminado como formas de reciclagem ou de destinação adequada. Art. 14. No caso dos postos de revenda flutuantes que atendam embarcações, o gerenciamento do óleo lubrificante usado ou contaminado deve atender a legislação ambiental vigente. Art. 15. Os óleos lubrificantes usados ou contaminados não rerrefináveis, tais como as emulsões oleosas e os óleos biodegradáveis, devem ser recolhidos e eventualmente coletados, em separado, segundo sua natureza, sendo vedada a sua mistura com óleos usados ou contaminados rerrefináveis. Parágrafo único. O resultado da mistura de óleos usados ou contaminados não rerrefináveis ou biodegradáveis com óleos usados ou contaminados rerrefináveis é considerado integralmente óleo usado ou contaminado não rerrefinável, não biodegradável e resíduo perigoso ( classe I), devendo sofrer destinação ou disposição final compatível com sua condição. Art. 16. São, ainda, obrigações do produtor e do importador: I - garantir, mensalmente, a coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado, no volume mínimo fixado pelos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, que será calculado com base no volume médio de venda dos óleos lubrificantes acabados, verificado no trimestre civil anterior; II - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, conforme previsto no anexo I desta Resolução, informações mensais relativas aos volumes de: a) óleos lubrificantes comercializados por tipo, incluindo os dispensados de coleta; b) coleta contratada, por coletor; e c) óleo básico rerrefinado adquirido, por rerrefinador. 125 III - receber os óleos lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis decorrentes da utilização por pessoas físicas, e destiná-los a processo de tratamento aprovado pelo órgão ambiental competente; IV - manter sob sua guarda, para fins fiscalizatórios, os Certificados de Recebimento emitidos pelo rerrefinador e demais documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco anos; V - divulgar, em todas as embalagens de óleos lubrificantes acabados, bem como em informes técnicos, a destinação e a forma de retorno dos óleos lubrificantes usados ou contaminados recicláveis ou não, de acordo com o disposto nesta Resolução; e VI - a partir de um ano da publicação desta resolução, divulgar em todas as embalagens de óleos lubrificantes acabados, bem como na propaganda, publicidade e em informes técnicos, os danos que podem ser causados à população e ao ambiente pela disposição inadequada do óleo usado ou contaminado. § 1o O produtor ou o importador que contratar coletor terceirizado deverá celebrar com este contrato de coleta, com a interveniência do responsável pela destinação adequada. § 2o Uma via do contrato de coleta previsto no parágrafo anterior será arquivada, à disposição do órgão estadual ambiental, onde o contratante tiver a sua sede principal, por um período mínimo de cinco anos, da data de encerramento do contrato. Art. 17. São obrigações do revendedor: I - receber dos geradores o óleo lubrificante usado ou contaminado; II - dispor de instalações adequadas devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente para a substituição do óleo usado ou contaminado e seu recolhimento de forma segura, em lugar acessível à coleta, utilizando recipientes propícios e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente; III - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; IV - alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados exclusivamente ao coletor, exigindo: a) a apresentação pelo coletor das autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de coleta; e b) a emissão do respectivo certificado de coleta. V - manter para fins de fiscalização, os documentos comprobatórios de compra de óleo lubrificante acabado e os Certificados de Coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, pelo prazo de cinco anos; VI - divulgar em local visível ao consumidor, no local de exposição do óleo acabado posto à venda, a destinação disciplinada nesta Resolução, na forma do anexo III; e VII - manter cópia do licenciamento fornecido pelo órgão ambiental competente para venda de óleo acabado, quando aplicável, e do recolhimento de óleo usado ou contaminado em local visível ao consumidor. 126 Art. 18. São obrigações do gerador: I - recolher os óleos lubrificantes usados ou contaminados de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes adequados e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente; II - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; III - alienar os óleos lubrificantes usados ou contaminados exclusivamente ao ponto de recolhimento ou coletor autorizado, exigindo: a) a apresentação pelo coletor das autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente e pelo órgão regulador da indústria do petróleo para a atividade de coleta; e b) a emissão do respectivo Certificado de Coleta. IV - fornecer informações ao coletor sobre os possíveis contaminantes contidos no óleo lubrificante usado, durante o seu uso normal; V - manter para fins de fiscalização, os documentos comprobatórios de compra de óleo lubrificante acabado e os Certificados de Coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado, pelo prazo de cinco anos; VI - no caso de pessoa física, destinar os óleos lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis de acordo com a orientação do produtor ou do importador; e VII - no caso de pessoa jurídica, dar destinação final adequada devidamente autorizada pelo órgão ambiental competente aos óleos lubrificantes usados ou contaminados não recicláveis. § 1o Os óleos usados ou contaminados provenientes da frota automotiva devem preferencialmente ser recolhidos nas instalações dos revendedores. § 2o Se inexistirem coletores que atendam diretamente os geradores, o óleo lubrificante usado ou contaminado poderá ser entregue ao respectivo revendedor. Art. 19. São obrigações do coletor: I - firmar contrato de coleta com um ou mais produtores ou importadores com a interveniência de um ou mais rerrefinadores, ou responsável por destinação ambientalmente adequada, para os quais necessariamente deverá entregar todo o óleo usado ou contaminado que coletar; II - disponibilizar, quando solicitado pelo órgão ambiental competente, pelo prazo de cinco anos, os contratos de coleta firmados; III - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente, a cada trimestre civil, na forma do anexo II, informações mensais relativas ao volume de: a) óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, por produtor/importador; e b) óleo lubrificante usado ou contaminado entregue por rerrefinador ou responsável por destinação ambientalmente adequada. IV - emitir a cada aquisição de óleo lubrificante usado ou contaminado, para o gerador ou revendedor, o respectivo Certificado de Coleta; 127 V - garantir que as atividades de armazenamento, manuseio, transporte e transbordo do óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, sejam efetuadas em condições adequadas de segurança e por pessoal devidamente treinado, atendendo à legislação pertinente e aos requisitos do licenciamento ambiental; VI - adotar as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem; VII - destinar todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado, mesmo que excedente de cotas pré-fixadas, a rerrefinador ou responsável por destinação ambientalmente adequada interveniente em contrato de coleta que tiver firmado, exigindo os correspondentes Certificados de Recebimento, quando aplicável; VIII - manter atualizados os registros de aquisições, alienações e os documentos legais, para fins fiscalizatórios, pelo prazo de cinco anos; e IX - respeitar a legislação relativa ao transporte de produtos perigosos. Art. 20. São obrigações dos rerrefinadores: I - receber todo o óleo lubrificante usado ou contaminado exclusivamente do coletor, emitindo o respectivo Certificado de Recebimento; II - manter atualizados e disponíveis para fins de fiscalização os registros de emissão de Certificados de Recebimento, bem como outros documentos legais exigíveis, pelo prazo de cinco anos; III - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, informações mensais relativas: a) ao volume de óleos lubrificantes usados ou contaminados recebidos por coletor; b) ao volume de óleo lubrificante básico rerrefinado produzido e comercializado, por produtor/ importador. § 1o Os óleos básicos procedentes do rerrefino deverão se enquadrar nas normas estabelecidas pelo órgão regulador da indústria do petróleo e não conter substâncias proibidas pela legislação ambiental. § 2o O rerrefinador deverá adotar a política de geração mínima de resíduos inservíveis no processo de rerrefino. § 3o O resíduo inservível gerado no processo de rerrefino será considerado como resíduo classe I, salvo comprovação em contrário com base em laudos de laboratórios devidamente credenciados pelo órgão ambiental competente. § 4o Os resíduos inservíveis gerados no processo de rerrefino deverão ser inertizados e receber destinação adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente. § 5o O processo de licenciamento da atividade de rerrefino, além do exigido pelo órgão estadual de meio ambiente, deverá conter informações sobre: a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes do processo de rerrefino; b) volumes de resíduos inservíveis gerados no processo de rerrefino, com a indicação da correspondente composição química média; e c) volume de perdas no processo. 128 Art. 21. São obrigações dos demais recicladores, nos processos de reciclagem previstos no art. 3o, desta Resolução: I - prestar ao IBAMA e, quando solicitado, ao órgão estadual de meio ambiente, até o décimo quinto dia do mês subseqüente a cada trimestre civil, informações mensais relativas: a) ao volume de óleos lubrificantes usados ou contaminados recebidos; e b) ao volume de produtos resultantes do processo de reciclagem. § 1o O reciclador deverá adotar a política de geração mínima de resíduos inservíveis no processo de reciclagem. § 2o O resíduo inservível gerado no processo de reciclagem será considerado como resíduo classe I, salvo comprovação em contrário com base em laudos de laboratórios devidamente credenciados pelo órgão ambiental competente. § 3o Os resíduos inservíveis gerados no processo de reciclagem deverão ser inertizados e receber destinação adequada e aprovada pelo órgão ambiental competente. § 4o O processo de licenciamento da atividade de reciclagem, além do exigido pelo órgão estadual de meio ambiente, deverá conter informações sobre: a) volumes de outros materiais utilizáveis resultantes do processo de reciclagem; b) volumes de resíduos inservíveis gerados no processo de reciclagem, com a indicação da correspondente composição química média; e c) volume de perdas no processo. Art. 22. O não cumprimento ao disposto nesta Resolução acarretará aos infratores, entre outras, as sanções previstas na Lei no 9.605, 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999. Art. 23. As obrigações previstas nesta Resolução são de relevante interesse ambiental. Art. 24. A fiscalização do cumprimento das obrigações previstas nesta Resolução e aplicação das sanções cabíveis é de responsabilidade do IBAMA e do órgão estadual e municipal de meio ambiente, sem prejuízo da competência própria do órgão regulador da indústria do petróleo . Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 26. Fica revogada a Resolução CONAMA no 9, de 31 de agosto de 1993. MARINA SILVA - Presidente do Conselho 129 130 131 132 133 ANEXO C - QUADRO DE TRIBUTO SIMPLES FEDERAL A PARTIR DE 01/01/06 Receita Acumulada/Ano- R$....Tipo Empresa....Com............Ind................. Serv. MICROEMPRESA até 60.000,00.............................ME....................3,0%.............3,5%...............4,5 de 60.000,01 até 90.000,00.......ME....................4,0%..............4,5%...............6,0 de 90.000,01 até 120.000,00.....ME.....................5,0%..............5,5%..............7,5 de 120.000,01 até 240.000,00....ME....................5,4%...............5,9%.............8,1 EMPRESA DE PEQUENO PORTE de 240.000,01 até 360.000,00............EPP........... 5,8%...............6,3%.............8,7% de 360.000,01 até 480.000,00............EPP............6,2%...............6,7%............9,3% de 480.000,01 até 600.000,00............EPP............6,6%...............7,1%............9,9% de 600.000,01 até 720.000,00............EPP............7,0%...............7,5%...........10,5% de 720.000,01 até 840.000,00............EPP............7,4%...............7,9%...........11,1% de 840.000,01 até 960.000,00............EPP............7,8%................8,3%..........11,7% de 960.000,01 até 1.080.000,00.........EPP...........8,2%................8,7%..........12,3% de 1.080.000,01 até 1.200.000,00......EPP...........8,6%................9,1%..........12,9% De 1.200.000,01 até 1.320.000,00......EPP..........9,0%................9,5%...........13,5% De 1.320.000,01 até 1.440.000,00......EPP..........9,4%................9,9%...........14,1% De 1.440.000,01 até 1.560.000,00......EPP..........9,8%...............10,3%.........14,7% De 1.560.000,01 até 1.680.000,00......EPP........10,2%...............10,7%.........15,3% De 1.680.000,01 até 1.800.000,00.......EPP.......10,6%...............11,1%.........15,9% De 1.800.000,01 até 1.920.000,00.......EPP.......11,0%...............11,5%.........16,5% De 1.920.000,01 até 2.040.000,00.......EPP.......11,4%...............11,9%.........17,1% De 2.040.000,01 até 2.160.000,00.......EPP.......11,8%..............12,3%..........17,7% De 2.160.000,01 até 2.280.000,00.......EPP.......12,2%..............12,7%.........18,3% De 2.280.000,01 até 2.400.000,00.......EPP.......12,6%...............13,1%.........18,9% Demais encargos Além dos tributos, as empresas que possuem empregados deverão pagar os encargos sociais, que incidem sobre a folha de pagamentos, como segue abaixo: Encargo Social........................REGIME NORMAL..........................SIMPLES INSS..................................................20,00%..........................................0,00% SENAI / SENAC.................................1,00%.......................................... 0,00% SESI / SESC......................................1,50%............................................0,00% SALÁRIO EDUCAÇÃO......................2,50%........................................... 0,00% INCRA................................................0,20%.............................................0,00% SEBRAE(*).........................................0,60%............................................0,00% SAT(**)................................................2,00%.......,....................................0,00% FGTS...................................................8,00%............................................8,00% 13º Salário.........................................11,32%...........................................9,00% Férias.................................................11,32%......................................... 9,00% 1/3 s/ Férias........................................ 3,77%...........................................3,00% Auxílio Doença(***)............................ 0,50%...........................................0,50% Eventuais(***)......................................1,50%...........................................1,50% TOTAL.................................................64,21% ......................................31,00% (*) Variável de 0,3 a 0,6% conforme Legislação Previdenciária. (**) SAT (Seguro Acidente de Trabalho) é de 1%, 2% ou 3%, dependendo do grau de risco da empresa ser pequeno, médio ou grande respectivamente. (***) Auxílio doença e encargos eventuais variam de empresa para empresa. Fonte: http://www.sebrae-sc.com.br/leis/produto.asp?vcdtexto=1433&%5E%5E>. Acesso em: 16 out. de 2008. 134 DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO A Pré-Incubadora de Empresas Univali declara, para os devidos fins, que a estagiária BRUNA DE NOVAES, aluna do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de março a outubro/2008, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Trabalho de Conclusão de Estágio e respeitou nossas normas internas. Itajaí, 03 de novembro de 2008. ____________________________________ Prof. Edemir Manoel dos Santos, M. Eng. 135 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Bruna de Novaes Estagiária Prof. Edemir Manoel dos Santos, M. Eng. Supervisor de Campo Profª. Antônia Egídia de Souza, MSc. Orientadora de Estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc. Responsável pelos Estágios em Administração