MANUTENÇÃO PREDITIVA UTILIZANDO O ÓLEO LUBRIFICANTE DO MOTOR. Emiliana Borsanelli silva1, Thiago Andreotti2, Aparecido Carlos Gonçalves3. 1,2,3 UNESP- Câmpus de Ilha Solteira [email protected], [email protected] 1. Introdução Os motores podem ter seu desempenho afetado com o decorrer do tempo. No entanto, o uso de óleos lubrificantes pode aumentar a vida útil dos equipamentos, por ser um agente de extrema importância na redução de elementos de desgaste e contaminação, [1] Souza (2000). De um modo geral, considerando o tipo de base utilizada na produção, os lubrificantes podem ser divididos em três categorias: minerais, sintéticos e semisintéticos. A principal função de um lubrificante é a formação de uma película que impede o contato direto entre duas superfícies que se movem relativamente entre si. Com isso o atrito é reduzido a níveis mínimos quando comparado ao contato direto, exigindo uma menor força, e evitando o desgaste dos corpos. Realizando a manutenção preditiva através do método da ferrografia analítica, que é a análise das partículas contidas no óleo lubrificante do motor, podemos detectar o tipo de desgaste que ocorre no mesmo devido ao tempo de uso, e então evitar a parada desnecessária do equipamento ou mesmo um caso mais grave de dano devido a degradação do lubrificante, que deixa de exercer com eficácia sua função, [2] Taylor. Óleo usado SAE 5 W 30 SAE 20 W 50 SAE 25 W 40 Tabela I – Etapas do Ensaio Marca do Óleo Tempo de duração Lubrax 30 horas Shell (Helix) 30 horas Esso 30 horas As amostras obtidas dos ensaios utilizando o RPD foram analisadas no microscópio ótico Neophot 21 Aqui são apresentados os resultados da primeira etapa dos ensaios. 3. Resultados Os resultados obtidos na primeira etapa, onde foi utilizado o óleo SAE 5 W 30, com a análise microscópica foram de partículas de desgaste por atrito, como mostra a Figura - 2, devido ao uso normal do lubrificante, não sendo encontrada nenhum tipo de partícula que indicasse um desgaste intenso ou grave (anormal) do motor. 2. Materiais e Métodos Para a realização do experimento foi montada uma bancada composta pelo motor da marca BRIGGS & STRATTON, modelo 196432, com potência de 8HP, reservatório de óleo de 600ml e rotação de 1800RPM, tendo como combustível gasolina, acoplado ao redutor da marca MACOPEMA IND. ECOM. LTDA, tipo MR6, com redução de 1:5 e CV de 5,5 a 1750RPM com a função de simular uma carga ao motor, gerando assim um desgaste do mesmo, como mostra a figura 1 abaixo. Figura 2 – Partículas de desgaste (a) aumento 500x (b) aumento de 1000x. 4. Conclusões Quando utilizado o óleo lubrificante recomendado pelo fabricante do motor, observou-se um desgaste possivelmente devido à degradação dos aditivos do lubrificante pelo tempo de uso. A manutenção preditiva quantifica e qualifica o acúmulo das partículas decorrentes do desgaste, permitindo assim um bom funcionamento para o motor, sem a necessidade, para isso, de desmontagem da máquina. 5. Referências Figura 1 – Bancada de ensaio. O experimento foi dividido em três etapas, tendo cada uma duração de 30 horas de funcionamento do motor, como mostra a Tabela - I. Ao fim de cada etapa o óleo lubrificante utilizado (600ml) foi coletado e então analisado pelo processo de ferrografia analítica utilizando um separador de partículas magnéticas (Rotary Particle Depositator - RPD). [1]Souza, M. S. M. Métodos analíticos para lubrificantes e isolantes. Química e Derivados, n 382, p. 20-28, 2000. [2] Taylor, Charles S. - Análise dos motores de combustão interna Vol. II. Agradecimentos À UNESP pelo empréstimo dos laboratórios e à FAPESP pela bolsa de iniciação científica, processo 2007/07859-6. 1,2 Alunos de IC da FAPESP.