RELATÓRIO FINAL DE PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
1. Identificação
1.1 Ínicio do projeto: 08/2010
Finalização do projeto: 08/2011
1.2 Nome do pesquisador: Glauciene de Castilho da Silva
1.3 Nome do orientador: Aparecida Perez Del Comune
2. Dados do Projeto
2.1 Título Original do projeto: Avaliação da eficácia bactericida e fungicida do álcool em
gel 70% manipulado na Farmácia-Escola da Universidade de São Caetano do Sul
(FarmaUSCS) comparado ao álcool em 70% do mercado.
2.2 Resumo do projeto:
As infecções instituem na atualidade um dos maiores problemas da saúde pública,
contribuindo no aumento da taxa de mortalidade e morbidade no mundo todo. A principal
medida de controle e prevenção populacional de agentes infecciosos é a lavagem das mãos
com água e sabonete e aplicação de um antisséptico. O álcool em gel está entre os produtos
antissépticos mais seguros, por ter baixa toxicidade, efeito rápido e ter ação antimicrobiana
em aproximadamente 30 segundos. O presente trabalho teve por finalidade avaliar a eficácia
bactericida e fungicida de duas formulações de álcool em gel 70% (p/p) manipuladas na
Farmácia-Escola da USCS (formulação 1 e 2) comparadas a uma formulação do mercado
(formulação 3), onde foram realizados todos os ensaios do cronograma, incluindo ensaios
físico-químicos, como o de pH, viscosidade, aparência e característica sensorial, de acordo
com recomendações e especificações do Laudo de Análise do Álcool em gel da FarmáciaEscola da USCS e da Farmacopeia Brasileira 4ª edição, onde os três alcoóis em gel
apresentaram resultados dentro das especificações. Também foram realizados ensaios
microbiológicos, onde houve coleta de amostras das mãos de 15 funcionários e estagiários da
FarmaUSCS, com bactérias totais, fungos totais, em respectivamente, nos meios Tryptone
Soya Agar e Sabourad Dextrose Agar, e comprovou e comparou a eficácia antisséptica dos
alcoóis, através da porcentagem da diminuição de colônias nos meios de cultura, onde dentre
os três alcoóis a maior redução de bactérias e fungos foi do álcool em gel 70% (p/p)
formulação 2 e a menor foi a formualção 3.
2.3 Alterações no projeto: Não houveram alterações no projeto em relação ao original.
2.4 Resultados obtidos
2.4.1 Introdução
O surgimento dos cuidados de higienização das mãos se iniciou no século XI, com
Maimônides recomendando aos praticantes de medicina que lavassem as mãos. No entanto,
esta prática era voltada a preocupação com a aparência, não para proteger a saúde (1,2).
No século XIX Semmelweis, foi comprovou que a higienização correta das mãos
podia prevenir a transmissão da febre puerperal, mas, ainda assim, esta prática foi ignorada
pelos profissionais da saúde (1,3,4).
Em 12 de maio de 1998, a Portaria n.2.616 compilou ações básicas a serem
desenvolvidas para redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) também tem papel fundamental nessas ações de
controle de doenças infecciosas, pois, por meio da Aliança Mundial para a Segurança do
Paciente, elaboram diretrizes e estratégias de implantação de medidas, para que seja adotada a
prática de higienização das mãos (2,5).
A importância da higienização se dá pelo fato de que os microrganismos são
transmitidos por contato direto ou indireto, através de gotículas de secreções respiratórias e
pelo ar. Esses microrganismos presentes no ar entram em contato com a pele, se reproduzem e
assim podem causar infecções (1,6,7,8,9).
As infecções constituem, na atualidade, um dos maiores problemas da saúde pública,
contribuindo no aumento da taxa de mortalidade e morbidade no mundo todo, acometendo de
5 a 10% dos pacientes internados em hospitais (9,10,11,12,13).
Os microrganismos, comumente, são adquiridos ao nascer, porém existem fatores
determinantes para sua colonização como padrões alimentares, condições sanitárias, higiene
pessoal e hospitalização (14).
Os patógenos mais relevantes, causadores de grande parte de doenças em áreas
assistenciais de saúde são: Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis,
Enterococcus spp, Enterobacteriaceae, Pseudomonas aeruginosa e Cândida spp. (5,13).
Entre as leveduras do gênero Cândida sp., a principal espécie é a albicans, é um
microrganismo residente na mucosa oral do homem desde o seu nascimento, estando este
associado a quase 80 % de infecções fúngicas nosocomais, causada principalmente em
pacientes imuno-comprometidos ou sob terapia antimicrobiana por longo período (15,16,17,18,19).
A pele apresenta microrganismos naturais da microbiota residente e com baixa
patogenicidade, causando infecções em pessoas com baixa imunidade. Esses microrganismos
não são removidos facilmente, pois suas colônias apresentam estruturas de defesa contra a
remoção mecânica ou por agentes químicos, porém com a descamação da pele, os
microrganismos que se encontram mais superficialmente são eliminados no meio. A bactéria
Staphylococcus aureus é um exemplo de microrganismo da microbiota residente, sendo
usualmente encontrado no solo, na água, na poeira, no ar, nas plantas e até em insetos. Em
contato com o hospedeiro estão frequentemente aderidos nas camadas mais profundas da pele,
se reproduzem e formam colônias que entram em equilíbrio com o hospedeiro, porém, em
caso de desequilíbrio, este patógeno pode causar uma ampla gama de infecções, como
infecções cutâneas, infecções oportunista, intoxicação alimentar, sendo uma das causas mais
comuns da infecção hospitalar e infecção adquirida na comunidade (1,20,21,22,23,24,25).
Do mesmo modo, em nossa pele pode constituir microbiota transitória, nesse caso
promove surto de infecções, frequentemente causados em profissionais de saúde com
problemas dermatológicos, esses microrganismos são depositados na camada mais superficial
da pele, procedentes de fonte externa, e disseminam com mais facilidade pelo contato direto,
porém são eliminados facilmente através de agentes antissépticos, como por exemplo, a
bactéria Gram negativa, Escherichia coli, comumente encontrada no trato intestinal de
animais de sangue quente, e são eliminadas nas fezes. Portanto, sua presença na pele é
proveniente de uma contaminação fecal. Entretanto, existem várias cepas patogênicas de
Escherichia coli que podem ocasionar diarréias, devido sua virulência (20,26,27,28,29).
Alguns microrganismos, mesmo sendo da microbiota transitória, conseguem ficar na
pele por períodos mais prolongados e se reproduzem formando colônias, sem causar
infecções, estes são chamados de microbiota temporariamente residente (1,10).
Para controlar essa disseminação de agentes infecciosos, a higienização das mãos é a
principal medida de prevenção e de controle populacional e em serviços de saúde (13,29,30,31,32).
A higienização das mãos em estabelecimentos comerciais e privados é realizada por
dois processos, a lavagem com água e sabonete, aplicação do álcool em gel ou aplicação de
álcool na forma líquida (3,13,33,34).
O sabão e detergentes sintéticos aniônicos tem ação bactericida basicamente em
microrganismos menos resistentes, porém são inativos para S. aureus, Pseudomonas
aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas. Portanto, sabões e detergentes são eficientes na
redução de alguns microrganismos da microbiota transitória (35,36).
Os antissépticos são produtos antimicrobianos, sua aplicação se dá na pele e mucosa
tendo como objetivo reduzir a contagem bacteriana, na prevenção de infecções (13,37).
O termo álcool é originário da palavra árabe Alkuhul, sendo que o mesmo pode ser
obtido pela destilação do suco de uva fermentado, este composto orgânico possui pelo menos
uma hidroxila (radical-OH) ligada ao átomo de carbono, apresentando diversos pesos
moleculares (34).
O álcool líquido é responsável por cerca de 150 mil vítimas de queimaduras por ano.
De acordo Jorge Luiz Cavalcanti, técnico da Gerência de Saneantes da Anvisa, “a grande
vantagem do álcool em gel é que, com ele, o fogo não se espalha, como o que acontece com o
líquido”(38).
O álcool em gel está entre os produtos antissépticos mais seguros, por ter baixa
toxicidade, ação microbicida eficaz, facilidade de acesso, fácil aplicação, efeito rápido e por
ressecar menos a pele comparada a um sabão ou detergente. A sua atividade está relacionada
à desnaturação de proteínas e remoção de lipídios, até mesmo os envelopes de alguns vírus,
resultando em importante redução da carga microbiana transitória e residente da pele e de
mucosas (3,39,40).
A ação do álcool em gel 70% (p/p) tem um amplo espectro de atividade bactericida em
aproximadamente 30 segundos após sua aplicação nas mãos, alguns conseguem já atingir sua
atividade antimicrobiana em apenas 15 segundos, principalmente para inativar vírus
encapsulados (41).
O gel pode ter álcool etílico ou álcool isopropílico, mudando sua eficácia conforme
sua concentração, que varia de 60 a 70% (p/p). O grau de hidratação desse álcool é
fundamental para sua atividade antimicrobiana, sendo assim a preparação de 70% (p/p) é a
mais eficiente comparada a outras concentrações alcoólicas (10,42).
Devido à pandemia do vírus A H1N1, em 2009, surgiram várias campanhas
epidemiológicas de prevenção à doença. Uma das maneiras de prevenir o contágio era fazer a
higienização das mãos com álcool em gel 70% (p/p) (11).
Para profissionais de saúde é recomendado o uso deste produto antisséptico antes,
durante e após o contato com pacientes, antes e após o uso de luvas, antes e depois de
qualquer procedimento, seja ele invasivo ou não (4,5,12,13,43,44).
A Farmácia Escola da USCS, como parte integrante do curso de Farmácia, manipula o
álcool em gel 70% (p/p) para uso próprio e para uso na Instituição.
O objetivo desse trabalho é avaliar a eficácia bactericida e fungicida de duas
formulações de álcool em gel 70% (p/p) manipuladas na Farmácia - Escola da USCS
comparada a uma formulação do mercado.
2.4.2 Referencial teórico
FARMACOPEIA Brasileira 4ª edição. Parte 1. Métodos gerais. 1988. V 2.19 a V2.19-2.
FARMACOPEIA Brasileira 4ª edição. Parte 1. Métodos gerais. 1988. V 2.7 a V2.7-2.
Burg G, Portela O, Paraginsk GL, Souza V de, Silveira DD de, Hörner R. Estudo da eficácia
de um novo produto à base de álcool gel utilizado na anti-sepsia em um serviço de nefrologia.
Revista de Medicina de Ribeirão Preto 2007; 40 (2): 236-42.
2.4.3 Procedimentos Metodológicos
Foram realizados testes físico-químicos e microbiológicos, no laboratório de controle
de qualidade da Farmácia- Escola da Universidade de São Caetano do Sul (FarmaUSCS). O
estudo pretendeu pesquisar formas de controle de agentes infecciosos presentes nas mãos
ENSAIOS FÍSICO-QUÍMICOS
Os ensaios físico-químicos foram realizados de acordo com as recomendações e
especificações do Laudo de Análise físico-químico de produto acabado do Álcool em gel da
FarmaUSCS e com base nos métodos constantes da Farmacopeia Brasileira, 4ª edição (1988).
Determinação do pH
Para preparação das amostras dos três alcoóis em gel 70% (p/p), foi utilizada água
destilada isenta de dióxido de carbono, até completar uma solução de 1% de álcool em gel
70% (p/p) (45).
A determinação do pH foi realizada no pHmetro MARCONI PA200 (patrimônio:
13727), pela medida da diferença de potencial entre dois eletrodos adequados, imersos nas
amostras. Foram determinadas duas novas leituras de cada amostra, para ter uma alta
precisão, não podendo variar os resultados mais do que 0,05, conforme metodologia constante
da Farmacopéia Brasileira (45).
Determinação da Viscosidade
Para preparação das amostras dos três alcoóis em gel 70% (p/p), foi utilizada água
destilada, até completar uma solução de 20% de álcool em gel (p/p) (46).
A determinação da viscosidade foi realizada no Viscosímetro Cup Ford (patrimônio:
13608), com base no tempo de escoamento da amostra, que foi homogeneizada corretamente
durante o ensaio. O orifício foi fechado com o dedo e simultaneamente preenchido o copo
com a amostra, com temperatura de 25ºC, até que essa amostra excedesse o nível do
viscosímetro, acertando o menisco com uma placa plana de vidro ou de aço inox até atingir o
traço superior. Após ter acertado o menisco, o tubo foi solto e o tempo de escoamento foi
cronometrado (46,47).
Foram determinadas duas novas determinações de cada amostra, para maior precisão,
de maneira que não deferissem mais de 0,5 segundos cada amostra (do mesmo álcool gel
70%), conforme metodologia constante da Farmacopéia Brasileira (46).
O resultado da viscosidade foi a média desses valores, expressa em segundos ou mm2/ s1. A
conversão de segundos para mm2/ s1 é dada pela expressão: Viscosidade cinemática: 2,314.t15,200. Sendo t = tempo em segundos.
Teste de Aparência:
De acordo com o Laudo de Análise físico-químico de produto acabado da
FarmaUSCS, o álcool em gel 70% (p/p), deve estar dentro das seguintes especificações:
Líquido de média viscosidade, incolor e odor característico (alcoólico).
Característica sensorial:
Conforme o Laudo de Análise físico-químico de produto acabado da FarmaUSCS, o
álcool em gel 70% (p/p), deve apresentar boa espalhabilidade, sem excesso de bolhas e
permanência de no mínimo 15 segundos na pele.
ENSAIOS MICROBIOLÓGICOS
Os ensaios microbiológicos foram realizados de acordo com especificações de Burg G
et al(10). As amostras foram coletadas das mãos de 15 pessoas (5 funcionários e 10 estagiários
voluntários) que trabalham em contato com os pacientes ou na área de manipulação da
FarmaUSCS. Como critério de inclusão, estes devem ser maiores de 18 anos, e podem ser de
ambos os gêneros. Como critérios de exclusão, não devem participar pessoas que tenham
problemas dermatológicos ou alergia a qualquer componente das formulações, que possam
ocasionar irritação na pele. Cada voluntário irá participar de todas as análises que serão
realizadas neste presente trabalho. Estas análises foram dividas em 2 etapas:
PRIMEIRA ETAPA: Essa etapa foi realizada em março, onde constituiu em
comprovar a ação antisséptica, contra bactérias totais presentes nas mãos, do álcool em gel
70% (p/p), formulação 1 e formulação 2 (produzidas na FarmaUSCS) e formulação 3
(produto do mercado). Na primeira semana de março, foram coletadas bactérias presentes nas
mãos, sem higienização, de cada voluntário, em placas de Petri contendo meio de cultura
Tryptone Soya Agar (TSA) HIMEDIA ® (lote: 31596; validade: 28/02/2013), que foi
preparado de acordo com instruções do fabricante. Logo após, cada voluntário higienizou as
mãos com o álcool em gel 1 e deixou agir por 30 segundos, em seguida foi realizada uma
nova coleta em outra placa com TSA. As coletas e análises de cada voluntário foram
realizadas separadamente, para que não sucedesse troca de materiais.
Cada amostra foi incubada em estufa a 35-37ºC durante 45-48 horas, após esse tempo,
foi realizada a leitura de cada placa, antes e depois da higienização, para avaliar a redução de
bactérias presentes nas mãos de cada voluntário. O mesmo método foi reproduzido com o
álcool em gel 70% (p/p) formulação 2, realizado na segunda semana de março, e na terceira
semana com a formulação 3.
SEGUNDA ETAPA: A segunda etapa foi realizada em abril. O procedimento realizado foi o
mesmo que da primeira etapa, porém nessa etapa foi estudada a eficácia fungicida, com placas
de Petri contendo o meio Sabouraud Dextrose Agar (SDA) HIMEDIA ® (lote: 40909;
validade: 31/07/2013), que foi preparado de acordo com instruções do fabricante. Essas
amostras forão incubadas na estufa de Cultura Bacteriológica ECB Línea - Olidef cz a 27ºC
durante 1 semana, no quinto dia foi realizada uma primeira leitura das placas, e no sétimo dia
foi realizado uma leitura final.
Depois que foram efetuadas as leituras de todas as placas, foi calculada a porcentagem
da diminuição de colônias presentes nas mãos de cada voluntário e realizado uma média
aritmética simples desses valores, para comprovação de sua eficácia antisséptica, e a
verificação do melhor álcool em gel 70% (p/p).
2.4.4 Análise dos resultados
Resultados Físico-químicos:
Características
Especificações
Resultados
Aparência
Líquido de média
Álcool 1: conforme
viscosidade, incolor e odor
Álcool 2: conforme
característico, alcoólico
Álcool 3: apresenta
fragrância suave de limão e
corante
Característica sensorial
Boa espalhabilidade, sem
excesso de bolhas e
permanência mínima de 15
pH (sol. a 1%)
Álcool 1: conforme
Álcool 2: conforme
segundos na pele
Álcool 3: conforme
6,50 – 7,00
Álcool 1: 6,59
Álcool 2: 6,53
Álcool 3: 6,78
Viscosidade (sol. a 20%)
Sem especificação
Álcool 1: Vc=158,35 mm²/s¹
(75 segundos)
Álcool 2: Vc= 88,93 mm²/s¹
(45 segundos)
Álcool 3: Vc= 77,36 mm²/s¹
(40 segundos)
Resultados Microbiológicos
4.2.1 Primeira Etapa: Redução de bactérias
Tabela 1. Número de colônias antes e depois da higienização das mãos com os três álcoois
em gel 70% (p/p), com as respectivas porcentagens de redução de bactérias
Amostras
1ª
Álcool 1
(antes/depois
higienização)
421/2
Reducao de
bactérias em
%
99,52
Álcool 2
(antes/ depois
higienização)
121/6
Reducao de
bactérias em
%
95,04
Álcool 3
(antes/ depois
higienização)
129/8
Reducao de
bactérias em
%
93,80
2ª
7/0
100,00
10/0
100,00
42/1
97,62
3ª
79/0
100,00
40/2
95,00
201/15
92,54
4ª
10/0
100,00
70/3
95,71
101/3
97,03
5ª
21/19
90,95
110/0
100,00
20/0
100,00
6ª
259/35
86,49
200/5
97,50
200/24
88,00
7ª
90/17
81,11
59/0
100,00
210/35
83,30
8ª
300/25
91,67
128/0
100,00
130/8
93,85
9ª
227/30
86,78
299/3
99,00
65/3
95,38
10ª
173/11
93,67
77/1
98,70
300/47
84,33
11ª
229/3
98,69
230/3
98,70
201/20
90,05
12ª
224/10
95,54
38/0
100,00
170/15
97,18
13ª
36/3
91,67
200/0
100,00
37/5
86,49
14ª
23/2
91,30
61/2
96,72
136/6
95,59
15ª
340/19
94,41
28/2
92,86
9/1
88,89
Média
93,45
97,95
Figura 1. Média da redução de bactérias do álcool em gel formulação 1, 2 e 3.
91,87
4.2.2 Segunda Etapa: Redução de fungos
Tabela 2. Número de colônias antes e depois da higienização das mãos com os três álcoois
em gel 70% (p/p), com as respectivas porcentagens de redução de fungos.
Amostras
1ª
Álcool 1
(antes/depois
higienização)
40/2
Reducao de
fungos em %
Reducao de
fungos em
%
100,00
Álcool 3
(antes/ depois
higienização)
40/1
Reducao de
fungos em %
95,00
Álcool 2
(antes/ depois
higienização)
4/0
97,50
2ª
40/4
90,00
199/17
91,46
64/11
82,81
3ª
350/30
91,43
68/0
100,00
290/13
95,52
4ª
93/3
96,80
40/2
95,00
73/2
97,27
5ª
11/2
81,82
362/35
90,33
50/8
84,00
6ª
311/11
96,46
114/2
98,25
17/1
94,12
7ª
9/1
88,89
2/0
100,00
310/3
99,03
8ª
3/0
100,00
12/0
100,00
105/4
96,19
9ª
100/0
100,00
20/0
100,00
23/0
100,00
10ª
98/0
100,00
104/1
99,04
140/0
100,00
11ª
144/14
90,28
175/5
97,16
296/9
96,96
12ª
30/0
100,00
40/2
95,00
128/5
96,09
13ª
8/0
100,00
200/0
100,00
10/2
80,00
14ª
302/4
98,68
79/1
98,73
85/5
94,12
15ª
15/0
100,00
78/1
98,72
80/5
93,75
Média
95,29
97,41
Figura 2. Média da redução de fungos do álcool em gel formulação 1, 2 e 3.
93,82
Discussão
Para controlar o crescimento bacteriano, muitos optam pelo uso indiscriminado de
antibióticos,
levando
à resistência
bacteriana a diversos antibióticos,
torando-as
superbactérias. Na Alemanha, em maio de 2011, surgiu um novo virotipo de Escherichia coli,
acometendo mais de 25 mortes e 2600 pessoas doentes. As prováveis causas dessas
contaminações procedem de águas contaminadas, usadas para regar cultivos, como o de
pepino, melão, melancia, abobrinha e morango, ou através de má higienização das mãos,
antes do cultivo de verduras, frutas e legumes. A bactéria Gram negativa, Escherichia coli, é
comumente encontrada no trato intestinal de animais de sangue quente, e são eliminadas nas
fezes, portanto, são provenientes de uma contaminação fecal, que podem ser eliminados da
pele facilmente através do uso de um antisséptico (20,26,27,28,29,48).
A antissepsia é o conjunto de medidas aplicadas com a finalidade de destruir ou inibir
o crescimento de microrganismos presentes nas camadas superficiais e profundas da pele,
com a aplicação de agentes desinfetantes, denominado antissépticos.(3,13,37,39,40)
O antisséptico mais utilizado em unidades hospitalares, farmácias e em comércios é o
álcool em gel 70%, por ser eficaz, de fácil acesso e aplicação. Na farmácia- escola
FarmaUSCS manipula álcool em gel 70% (p/p), para uso na farmácia, na universidade e em
alguns hospitais de São Caetano do Sul. O trabalho teve a finalidade de comparar duas
formulações de álcool em gel da Farmácia Escola (formulação 1 e 2), com uma formulação do
mercado (formulação 3), sendo a formulação 1 manipulada atualmente.(3,13,29,30,31,32,39,40,41)
Os três alcoóis em gel apresentaram resultados físico-químicos dentro das
especificações utilizadas, contudo, o álcool 3 contém corante (ci42090 e ci19140) e
aromatizante (suave de limão), não interferindo no resultado, uma vez que, não existem
estudos que comprovem que esses fatores alterem a qualidade do produto.
A viscosidade do produto interfere na sua qualidade, uma vez que, sendo muito
viscoso, fica com característica pegajosa e indesejável, como foi analisado no álcool 1, porém
quando pouco viscoso, fica com propriedade mais líquida, sendo assim, mais perigoso para
acidentes com queimaduras, como no álcool 3, avaliando a viscosidade dos três alcoóis em
gel, o mais adequado foi o álcool 2, com viscosidade intermediária.
Todas amostras avaliadas cumpriram as especificações relativas ao pH, com variação
dentro da faixa de 6,53 e 6,78.
Em relação ao estudo microbiológico, o álcool 2 foi o que apresentou maior redução
de bactérias e fungos, com média de respectivamente 97,95% e 97,41%, já álcool 3 foi o que
apresentou menor redução dentre os alcoóis estudados, com média de respectivamente
91,87% e 93,82% .
2.4.5 Conclusão
Todos os alcoóis em gel foram aprovados, por estarem dentro das especificações de
todos os testes realizados, porém o álcool em gel 70% (p/p) formulação 2 é o que apresentou
melhor viscosidade e característica sensorial além de maior redução bacteriana e fungicida.
Verificou-se, portanto, a importância da utilização do produto em sistemas de saúde entre
outras instituições, pois, demonstrou-se eficiente e de baixo custo no combate às infecções.
2.4.6 Referências Bibliográficas
(1) Brasil. Anvisa – Higienização das mãos no controle das infecções em serviços de saúde
[Homepage
na
Internet].
Disponível
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/higienizacao_mao.pdf>.
em:
Acessado em 04
de abril de 2010.
(2) Santos AAM. Higienização das mãos no controle das infecções em serviços de saúde.
Rev. Adm. Saúde (RAS) 2002; 4(15): 10-4.
(3) Cruz EDA, Pimenta FC, Palos MAP, Silva SEM, Gir E. Higienização de mãos: 20 anos de
divergências entre a prática e o idealizado. Ciencia y enfermeria 2009; 15(1): 33-38.
(4)
Barreto RASS, Rocha LO, Souza ACS, Tipple AFV, Suzuki K, Bisinoto AS.
Higienização das mãos: a adesão entre os profissionais de enfermagem da sala de recuperação
pós-
anestésica.
Rev.
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2009;
11(2):
334-40.
Disponível
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<www.fen.ufq.br/revista/v11/n2/v11n2a14.htm> .
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de agosto de 2011.
3. Dificuldades durante a execução do projeto: Não houveram dificuldades durante o
projeto.
4. Participação ocorrida e/ ou pretendida em divulgações pretendidas: Participar do
congresso de iniciação científica, publicar na revista científica da Universidade de São
Caetano do Sul- USCS.
5. Anexo
ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Número do Paciente: _________
Idade:_____________________
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA BACTERICIDA E FUNGICIDA DO ÁLCOOL EM
GEL 70% MANIPULADO NA FARMÁCIA - ESCOLA DA UNIVERSIDADE
MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (FARMAUSCS) COMPARADO AO
ÁLCOOL EM GEL 70% DO MERCADO
Proposta do Estudo: O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia bactericida e fungicida de
duas formulações de álcool em gel 70% (p/p) manipuladas na Farmácia - Escola da USCS
comparada a uma formulação do mercado.
Procedimentos: Durante o estudo serão realizados testes microbiológicos dos álcoois em gel
70% (p/p), onde serão realizados 6 análises com cada voluntário, onde cada análise serão
coletadas amostras das mãos, não higienizadas e higienizadas com álcool em gel 70% (p/p),
de funcionários e estagiários da FarmaUSCS em placas de petri com meio de cultura, todos
os materiais serão fornecidos pela estudante do Curso de Farmácia Glauciene de Castilho da
Silva.
Duração da pesquisa: A pesquisa terá duração de 1 ano, com o término previsto para
Agosto/2011.
Riscos esperados: O álcool em gel pode ocasionar ressecamento e irritações em pessoas com
alergias ou dermatite, provocando ardência, vermelhidão e coceira no local. Em contato com
os olhos, nariz ou boca pode causar irritação no local. Para não ocorrer queimaduras, o álcool
em gel não deverá ser manipulado perto de materiais inflamáveis.
Participação voluntária e desistência: Sua participação neste estudo é voluntária. Da
mesma forma, se você decidir participar do estudo você poderá retirar-se a qualquer momento
sem penalidade. Em nenhum momento deste estudo será divulgado o seu nome e os dados
coletados serão utilizados apenas nesta pesquisa e os resultados divulgados em eventos e/ou
revistas científica.
Não deverá participar: Não deverá participar pessoas que tenham problemas dermatológicos
ou alergia a qualquer componente das formulações (propilenoglicol, glicerina, álcool etílico
96, água destilada, metilparabeno, propilparabeno, AMP 95, carbopol ultrez), que possam
ocasionar irritação na pele.
Confidencialidade dos dados: Os dados e os resultados obtidos durante a investigação serão
confidenciais e não serão revelados a terceiros a menos que seja obtido previamente seu
consentimento.
Gastos adicionais: Você não pagará nada e não receberá qualquer pagamento por sua
participação.
Benefícios: Os benefícios relacionados à sua participação será de aumentar o conhecimento
científico para a área de Farmácia, e a escolha do melhor álcool em gel que será utilizada na
área de manipulação da FarmaUSCS.
Sr(a) receberá uma cópia deste termo onde consta o celular/e-mail do pesquisador
responsável, e demais membros da equipe, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua
participação, agora ou a qualquer momento. Desde já agradecemos!
____________________________
______________________________
Aparecida Peres Del Comune
Glauciene de Castilho da Silva
Pesquisador Principal (instituição)
Graduando
Cel: 6605-3552
Cel: 9795-5394
e-mail: [email protected]
e-mail: [email protected]
São Paulo, ____ de _______________ de 20___.
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo
em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem
sofrer qualquer punição ou constrangimento.
Sujeito da Pesquisa:
______________________________________________
(assinatura)
Declaramos para os devidos fins que, as informações contidas nesse documento
são verdadeiras e autênticas.
Data ______/______/______
__________________________
Assinatura do Aluno
___________________________
Assinatura do orientador
Ciente:
Coordenador de Curso _________________________________
Diretor de Área
_______________________________________
Parecer do Coordenador de Iniciação Científica
Download

Avaliação da eficácia bactericida e fungicida do álcool em