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Diretora: Elisabete Rodrigues • 14-01-2013 • Semana 47
Agroindústria
Investigadores do Algarve transformaram polpa de alfarroba
em álcool etílico
Por Sul Informação ⋅ 13 de Janeiro de 2013 ⋅ 12:42 ⋅ Comentar
Temas agroindústria, Alfarroba, Ambiente, Ciência&Investigação, Universidade
Investigadores da
Universidade do Algarve já conseguem produzir bioetanol de 2ª geração, que vulgarmente
designamos por álcool etílico, a partir de polpa de alfarroba. Um avanço que permitirá
acrescentar valor a um produto cujo preço no mercado é atualmente baixo.
A tecnologia de fermentação para produção de bioetanol de 2ª geração está a ser desenvolvida no
âmbito do projeto «Alfaetílico», pioneiro em Portugal, que é coordenado pela investigadora
Emília Costa.
A perspetiva é que, num futuro próximo, se possa aumentar o valor de mercado de um subproduto
da indústria de alfarroba, que tem uma expressão significativa na região, e aproveitar todos os
excedentes desta atividade.
No nosso país, não existe qualquer unidade de produção de bioetanol, apesar de este
biocombustível ser usado em combinação com a gasolina. Até 2020, será obrigatório em todos os
países da União Europeia que os combustíveis tenham uma taxa de 20 por cento
de biocombustíveis na sua composição.
Caso não produza os seus próprios biocombustíveis, como agora acontece, Portugal, para cumprir
esta diretiva comunitária, terá de os importar.
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«Com este estudo pretende-se a valorização integral desta matéria-prima, muito rica em açúcares,
com vista à satisfação do mercado nacional de biocombustíveis, utilizando tecnologias de 2ª
geração, numa abordagem de biorrefinaria», revelaram os responsáveis pelo projeto, numa nota de
imprensa.
«Alfaetílico» já conseguiu produzir a uma escala semi-industrial
«No Laboratório de
Engenharia e Biotecnologia Ambiental do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA)
da UAlg foram realizados ensaios em fermentadores agitados mecanicamente, e na estação-piloto
de fermentação foi operacionalizado e monitorizado com êxito o processo de produção de
bioetanol em diversos sistemas de produção, já na perspetiva de produção semi-industrial»,
acrescentaram.
Ou seja, os resultados da investigação, que foram divulgados num Encontro que decorreu na UAlg
em dezembro passado, demonstram que já há tecnologia desenvolvida que permite produzir
bioetanol a uma escala considerável e abrem a porta à sua produção industrial em larga escala.
«A fermentação alcoólica é realizada por uma estirpe autóctone da levedura “Saccharomyces
cerevisiae” que é isolada pela equipa de investigação da Universidade do Algarve. Apresenta
condições únicas de tolerância à toxicidade do álcool e ao elevado teor em açúcares utilizados na
fermentação, o que permitiu atingir rendimentos etanólicos próximos do máximo teórico (0,51
g/g) a partir do resíduo de alfarroba», explicaram os investigadores.
A polpa de alfarroba revelou-se, assim, uma matéria-prima excelente e de baixo custo para a
produção de bioetanol de 2ª geração, com potencial tecnológico e económico para uma
biorrefinaria.
«A transferência de tecnologia desenvolvida no “Alfaetílico” permite simplificar, otimizar e
viabilizar economicamente o processo fermentativo. Outros aspetos cruciais desta investigação são
a inovação no campo do input energético necessário à implementação da biorrefinaria, o sistema
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integrado de produção com aproveitamento e a valorização dos subprodutos», concluem os
responsáveis pelo projeto.
O «Alfaetílico» é um projeto de I&DT, financiado pelo Programa QREN/PO Algarve 21, um
consórcio entre a Universidade do Algarve (UAlg) e indústrias de transformação de alfarroba do
Algarve – Agrupamento de Alfarroba e Amêndoa CRL. http://www.sulinformacao.pt/2013/01/investigadores-do-algarve-transformaram-polp...
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