nº 37 abril 2015
notícias do Museu Municipal de Palmela
A NÃO PERDER
MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
PEÇA DO MÊS
11 ABRIL
10H00 | Visita guiada ao Castelo de Palmela
Ponto de encontro - Igreja de Santiago
14H30 |
Visita guiada ao Centro Histórico - vila de Palmela
Ponto de encontro - Chafariz de D. Maria I
Visitas orientadas por voluntário do Museu Municipal de Palmela
Frequência gratuita. Duração: 1h30
Limite de inscs.: 15 (até às 12h00 de 9 abril)
Inscs.: [email protected] | 212 336 640
Org.: Câmara Municipal de Palmela e Dr. António Lameira
12 ABRIL | 10H00-12H30 | CENTRO MOINHOS VIVOS - SERRA DO
LOURO, PALMELA
Dia dos Moinhos Abertos de Portugal
Moinho aberto e uma burricada por perto
Destinatários: Famílias. Insc.: prévia gratuita até 9 abril
[email protected] | 212 336 640
Org.: Câmara Municipal de Palmela e Centro Moinhos Vivos
13 ABRIL | 12H30 | PQ. VENÂNCIO RIBEIRO DA COSTA, PALMELA
Dia das Merendas
Na segunda feira após o domingo da Pascoela, celebra-se tradicionalmente a
segunda feira das Merendas. Convidamo-lo a juntar-se a nós, neste dia, para
passar a tarde no Parque Venâncio Ribeiro da Costa. Traga a sua merenda!
Participação gratuita.
Info.: [email protected] | 212 336 640
Org.: Câmara Municipal de Palmela
18 ABRIL | 16H00 | CASTELO DE PALMELA
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
O Museu Municipal de Palmela associa-se às comemorações do Dia Internacional
dos Monumentos e Sítios. As atividades programadas enquadram-se no tema definido pelo ICOMOS: «Conhecer, explorar e Partilhar», o nosso património cultural.
Participação gratuita. Programação em www.cm-palmela.pt
Info.: [email protected] | 212 336 640
Org.: Câmara Municipal de Palmela / Museu Municipal de Palmela
nº 37 abril 2015
notícias do Museu Municipal de Palmela
A NÃO PERDER
MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
PEÇA DO MÊS
No Dia Internacional de Monumentos e Sítios e no Ano Internacional da Luz que,
por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas e dinamizado pela UNESCO,
visa consciencializar os cidadãos para a importância da luz e a sua pertinência em
matéria de desenvolvimento, o Museu Municipal associa-se à comemoração da
data, convidando a visitar o Castelo de Palmela. «Conhecer, explorar e partilhar» o
monumento à luz das novas tecnologias, um percurso da história da iluminação, é o
mote para a descoberta.
O museu promove o diálogo e a valorização da cultura material como eixos de ação,
fomentando a relação próxima entre território e comunidades. No caso particular da
iluminação pública, foi, sobretudo, a partir da segunda metade de Oitocentos, que
empresários e poderes públicos procuraram - em nome do progresso e da segurança - dotar as principais vias públicas de uma rede de iluminação. Neste contexto,
instalou-se a iluminação artificial em suportes abastecidos a gás, que, pela novidade,
causaram um forte impacto nas populações, pois esta fonte de luz viva veio vencer
a opacidade da noite e, consequentemente, alterar os comportamentos e o habitat.
Produto de um passado recente, anterior à lâmpada e ao progresso da luz elétrica, a tecnologia de iluminação a carboneto desperta, pela sua funcionalidade,
o apelo à memória aqui ilustrada em vários testemunhos.
«Na parte de Cabanas [Palmela] havia uns candeeiros que tinham um produto
branco que se chamava carbureto e havia um senhor da Quinta do Anjo que se
chamava Salvador, que era o coveiro. Era o homem que ia acender os candeeiros todos os dias. Levava uma escada às costas, acendia primeiro na Quinta do
Anjo, que era a freguesia, e depois entrava em Cabanas e começava a acender
os candeeiros, logo ao princípio de Cabanas até ao final. Também não eram
muitos! Eram para aí uns quatro ou cinco. O Sr. Salvador, com uma escadinha e
com a caixa de fósforos – que ainda não existia isqueiro, naquele tempo existia,
mas era um isqueiro com uma torcida a petróleo - ia acender, portanto, os candeeiros. Lembro-me perfeitamente. Isso ficou-me gravado - como isso era giro!
- ver o homenzinho ir acender os candeeiros. Todos os dias tinha aquilo ligado.»
«- Os candeeiros eram um poste circular em ferro, tinha uma base em baixo e tinha a lanterna em cima, e aguentava; tinha alguma resistência para ele encostar
a escada e aguentar com o peso dele enquanto ia acender o candeeiro. Lembra-me perfeitamente disso. Eu era garoto (…), e vinha vê-lo acender os candeeiros.»
Carlos dos Reis Rafael [1932]. Palmela, 2014
Arquivo de Fontes Orais - Museu Municipal
Castelo de Palmela – Praça de Armas
nº 37 abril 2015
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A NÃO PERDER
MUSEUS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
PEÇA DO MÊS
Designação: Candeias
Proveniência: Depósito (Inv.: 2001.04.D 394 e 395 D)
Matéria: Folha-de-flandres
Cronologia: Primeira metade do século XX
Dimensões: 140x110 mm; diâm.: 70 mm; tubo: 140 mm e 120x120 mm; diâm.:
85 mm; tubo: 180 mm
Inicialmente usada nas minas, a candeia a carboneto, também conhecida por gasómetro, era utilizada na iluminação, em áreas de interior ou no exterior. A iluminação resultava da combustão da carbite ou carboneto de cálcio (incorretamente
designado carbureto), que era empregue na produção de acetileno.
O suporte da candeia era constituído por dois depósitos acoplados, de secção
circular, onde se depositava, em separado, o carboneto e a água, e o funil onde
se introduzia o pó de acetileno (branco), ao qual era adicionado água. Da mistura dos dois elementos libertava-se um gás com chama muito luminosa, o hidrogénio, que era conduzido por um tubo ou mangueira até ao queimador (na
parte da frente), onde se regulava a intensidade da chama.
Este par de candeias - uma numerada (4) -, está incompleto, faltando-lhes a
secção inferior, e foram forjadas na Herdade de Algeruz, pertencendo à Coleção
da Adega1 . Adaptadas com sistema de suspensão móvel, eram utilizadas suspensas, como luminárias.
De uso móvel serviam também para iluminar o interior das ânforas2 na operação de
limpeza, quando, após a fermentação, se fazia a remoção das massas.
A este propósito, Fernando Loureiro3 recorda: «Estavam penduradas duas a três, ou
mais, por cada ala da adega». Delas também se recorda João Silva4, que as reconheceu: “(…) estavam guardadas na arrecadação ao lado da abegoaria onde tinha o
gado, [pois] naquela época [1962] a iluminação já se fazia a gerador, quer na adega,
quer na hacienda; nos restantes equipamentos do empreendimento rural (casario e
outras acomodações), a iluminação era feita a candeeiro a petróleo”.
O nosso agradecimento a João Filipe Vinhas Barroso, proprietário da Adega de Algeruz (antigo
núcleo museológico do Vinho e da Vinha). Localizada na freguesia de Palmela, a adega de Algeruz - exemplar emblemático da “moderna” arquitetura do Vinho com uma singular tecnologia
de vinificação [1931.1945] -, foi classificada Imóvel de Interesse Municipal, em 2005.
2
Depósitos de vinificação do sistema de ânfora argelino.
3
Fernando Loureiro [1945], antigo trabalhador da Herdade de Algeruz. (AFO - Museu Municipal/
NMVV, 2004).
4
João Silva [1953], antigo trabalhador da Herdade de Algeruz. (AFO - Museu Municipal/NMVV, 2005).
1
Candeias a carboneto
Fotografia: Bruno Damas, 2015
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10H00 | Visita guiada ao Castelo de Palmela 14H30 | Visita guiada