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ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO
INSTITUTO MAURO BORGES DE ESTATÍSTICAS E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS-IMB
SOCIOECONÔMICO
4º Trimestre 2014
Abril/2015
/2015
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS
Marconi Ferreira Perillo Júnior
SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO E PLANEJAMENTO
Thiago Mello Peixoto da Silveira
SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA DE PLANEJAMENTO
Thiago Camargo Lopes
INSTITUTO MAURO BORGES DE ESTATÍSTICAS E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS
Lillian Maria Silva Prado
Unidade da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás, o IMB é responsável pela
elaboração de estudos, pesquisas, análises e estatísticas socioeconômicas, fornecendo subsídios na
área econômica e social para a formulação das políticas estaduais de desenvolvimento. O órgão
também fornece um acervo de dados estatísticos,
estatísticos, geográficos e cartográficos do Estado de Goiás.
Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais
Marcos Fernando Arriel
Gerência de Contas Regionais e Indicadores
Dinamar Maria Ferreira Marques
Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas
Eduiges Romanatto
Gerência de Pesquisas Sistemáticas e Especiais
Marcelo Eurico de Sousa
Gerência de Cartografia e Geoprocessamento
Carlos Antônio Melo Cristóvão
Instituto Mauro Borges
Av. República do Líbano nº 1945 - 3º andar
Setor Oeste – Goiânia – Goiás - CEP 74.125-125
Telefone: (62) 3201-6695/8481
Internet: www.imb.go.gov.br, www.segplan.go.gov.br
e-mail: [email protected]
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Produto Interno Bruto - PIB Trimestral
APRESENTAÇÃO
A Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), por intermédio do Instituto
Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), desde 2012 passou a calcular o PIB
Trimestral para o Estado de Goiás. O indicador foi calculado a partir do ano de 2002, início da nova
base das contas regionais, com vistas a estimar, trimestralmente, a variação real do agregado
macroeconômico referente à economia goiana, por meio da evolução da produção física de seus
principais setores de atividade. Para tanto, foi desenvolvida metodologia própria, ajustada à do PIB
regional.
Como é de conhecimento, o PIB do Estado de Goiás é um indicador apurado anualmente
pelo IMB, em parceria com o IBGE, havendo, entretanto, uma defasagem temporal de dois anos nos
resultados apresentados. Com o objetivo de reduzir esse intervalo temporal, o IMB passou a calcular
o indicador do PIB trimestral, que reflete a conjuntura econômica no curto prazo, antecedendo o
cálculo do PIB anual. Tendo em vista que, por sua própria natureza conjuntural, tal série está sujeita
a frequentes revisões - seja pela obtenção de informações mais recentes, seja por mudanças em seu
cálculo (conforme metodologia no terceiro trimestre são incorporadas novas ponderações referentes
às contas regionais, como exemplo, no resultado deste trimestre utilizou-se as novas ponderações
referentes às contas regionais de 2012), portanto, os resultados disponíveis serão atualizados,
passando a incorporar todas as revisões.
Há que se ressaltar, entretanto, que o IBGE está realizando a revisão da base do Sistema de
Contas Regionais, cujo ano base passará a ser o ano de 2010, com previsão de divulgação em 2015.
Dessa forma, o PIB Trimestral cuja referência é 2002 também passará a ter como referência o ano de
2010. Assim, é importante esclarecer que os números do PIB trimestral ora apresentados são
preliminares e sujeitos a retificação - quando estimadas as Contas Regionais definitivas, pelo IBGE em
conjunto com as 27 Unidades da Federação.
Este documento contempla a análise do resultado da economia goiana referente ao quarto
trimestre e fechamento do ano de 2014, com detalhamento por setores de atividades, bem como a
comparação com os números da economia nacional.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Resultados do PIB do quarto trimestre de 2014
O PIB goiano no quarto trimestre de 2014 cresceu 2,0%, na comparação com o mesmo
trimestre do ano anterior. O valor adicionado (VA) total expandiu 2,1%, e os impostos sobre
produtos líquidos de subsídios teve crescimento de 1,6%. Nessa mesma base de comparação, o setor
de serviços apresentou a maior expansão entre as grandes atividades, 2,6%. A indústria cresceu
1,5%, enquanto a agropecuária apresentou recuo de 0,2%.
O resultado apresentado para agropecuária ficou praticamente nulo, sendo que o
crescimento na produção de milho e algodão não foi suficiente para segurar o recuo na produção de
soja e cana-de-açúcar. Na pecuária sobressaíram somente os efetivos de aves, as demais produções
permaneceram estáveis no trimestre.
O setor industrial de Goiás apresentou crescimento de 1,5% no quarto trimestre de 2014,
comparado com o mesmo trimestre de 2013. Naquele trimestre, a variação da indústria ficou abaixo
da variação ocorrida em 2013 (3,2%). O cenário de incerteza com relação à economia global e às
políticas de contração, frearam o ritmo da produção industrial. A fabricação de produtos
farmoquímicos e farmacêuticos, produtos químicos e minerais não metálicos apresentaram as
maiores reduções.
No setor de serviços houve expansão de 2,6%, sendo este o comportamento médio ao longo
do ano para essa atividade. De todo modo, o resultado do quarto trimestre foi menor que o
registrado em anos anteriores. A grande maioria das atividades que compõem esse setor apresentou
variação positiva, à exceção da atividade de comércio.
O PIB do quarto trimestre de 2014 apresentou resultado inferior ao dos outros anos
anteriores, devido ao baixo crescimento da atividade de serviços (Tabela 1). Além disso, as demais
atividades cresceram menos em 2014. Nos serviços, o comércio, que possui grande
representatividade na composição do PIB, contribuiu negativamente com o indicador.
Tabela 1 - Estado de Goiás: Taxa trimestral
(Base: igual período do ano anterior) (%)
Períodos
Agropecuária
Indústria
Serviços
PIB
4º Trimestre/14
4º Trimestre/13
4º Trimestre/12
-0,2
1,5
2,6
2,0
12,9
3,2
3,9
3,9
5,2
1,9
5,2
5,5
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores - 2015.
Dados sujeitos a revisão.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Resultados do PIB no ano de 2014
Grandes Atividades
Agropecuária
O setor agropecuário, formado pela agricultura e pecuária, possui comportamento
diferenciado por apresentar oscilações de maior magnitude principalmente devido às condições
climáticas, o que modifica a estrutura de oferta e também dos preços. Mesmo com elevado número
de pivôs de irrigação em funcionamento, no ano de 2014 a agropecuária goiana registrou queda de
2,1%.
No que se refere à agricultura, percebe-se que houve expansão na área plantada,
especialmente de feijão e algodão, tendo este último também avanço no rendimento médio. No caso
da soja, milho e cana-de-açúcar, embora tenham apresentado maior área plantada, somente o milho
teve acréscimo na produtividade, principalmente na segunda safra.
A pecuária que é composta pelo rebanho bovino, aves e suínos registrou incremento de
0,7% em 2014. O preço da arroba do boi tem seguidamente registrado recordes históricos, fato
iniciado no segundo semestre de 2014. A maior demanda também elevou os preços da arroba no
mercado internacional (22,0%).
A safra de grãos do Estado de Goiás, conforme Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA/IBGE), posição de janeiro de 2015, aumentou 9,0% em 2014 (19,817 milhões de
toneladas), ante 18,184 milhões de toneladas colhidas no ano anterior.
Os principais incrementos na produção foram nas culturas de algodão (29,0%), milho (18,6%)
e feijão (8,1%) - vide Tabela 2. Além das alterações na área plantada e na produtividade, as
mudanças de preço ao longo do ano também contribuíram para o desempenho dessas culturas. Por
outro lado, houve decréscimo em lavouras importantes para o Estado (soja e cana-de-açúcar)
decorrente da prolongada estiagem verificada em 2014 e da baixa cotação das commodities no
mercado internacional.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Tabela 2 – Estado de Goiás: variação dos principais produtos agrícolas – 2013-2014
Produto
Algodão herbáceo
Produção (t) 2013
Produção (t) 2014
204.285
Variação 2014/2013 (%)
263.539
29,0
Arroz
148.659
139.072
-6,4
Banana
193.880
196.104
-0,4
16.111
14.599
-8,3
69.307.411
69.116.761
-0,3
Café
Cana-de-açúcar
Feijão
289.921
313.439
8,1
Girassol
5.677
8.228
44,9
Laranja
130.062
143.770
10,5
Mandioca
167.358
176.191
5,3
Milho
7.690.418
9.122.806
18,6
Soja
8.902.769
8.873.317
-0,3
923.069
1.053.954
14,2
1.329.797
1.025.567
-22,9
19.543
43.353
121,8
Sorgo
Tomate
Trigo
Fonte: Levantamento Sistemático da Produção Agrícola- LSPA/IBGE. Posição em janeiro/2015.
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO /Gerência de Contas Regionais e Indicadores -2015.
Indústria
No recorte industrial, Goiás no ano de 2014 teve expansão de 1,9%, pior resultado desde a
crise econômica de 2009. Vale mencionar que a indústria goiana é composta pelos seguintes
segmentos: indústria de transformação, extrativa, construção civil e produção e distribuição de
eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Nessa composição, as maiores taxas ocorreram na
construção civil, indústria extrativa e de transformação.
A construção civil (3,8%) foi aquecida pela atividade imobiliária, reflexo da continuidade de
obras iniciadas nos anos anteriores, em que houve aumento no lançamento de novos
empreendimentos. Não menos importante, o programa Minha Casa Minha Vida contribuiu para
sustentar a atividade. Os investimentos públicos tais como a duplicação de rodovias, a exemplo da
BR-050 e da GO-020, além de finalização da Ferrovia Norte-Sul deram fôlego à atividade de
construção no Estado.
O segmento da indústria extrativa mineral teve crescimento de 3,1%. Segundo a Pesquisa
Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF/IBGE), no ano de 2014 o setor foi impulsionado pela
maior produção de pedras britadas e minérios de cobre, contribuindo com maior volume exportado
de sulfetos de minérios de cobre no ano de 2014, acréscimo de 12.120 toneladas em comparação
com 2013.
A indústria de transformação teve variação positiva (1,7%), no entanto com percentuais
menores que em anos anteriores. Conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física
(PIM-PF/IBGE), o crescimento da indústria no ano de 2014 foi de 1,6% (Gráfico1).
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
A produção de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis teve a maior expansão,
10,3%, em decorrência da maior produção de etanol, com a crescente demanda do mercado. Em
seguida veio a fabricação de outros produtos químicos com 8,4%, por conta da produção de adubos e
fertilizantes e produtos alimentícios, o de maior peso na composição industrial, que cresceu 3,8%.
Nesse ramo, sobressaíram os avanços na fabricação de açúcar cristal, carne bovina, leite em pó,
tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e óleo de soja refinado e em
bruto.
Gráfico 1 - Estado de Goiás: Pesquisa Industrial – 2014
(Base: Igual período do ano anterior) - (%)
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos
-2,2
-10,8
Metalurgia
1,1
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
-6,6
Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos-13,4
Fabricação de outros produtos químicos
8,4
Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de
biocombustíveis
10,3
Fabricação de produtos alimentícios
3,8
Indústrias de transformação
1,6
Indústrias extrativas
3,1
Indústria geral
-15,0
1,6
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria.
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO /Gerência de Contas Regionais e Indicadores -2015.
Serviços
No segmento de serviços, o Estado de Goiás apresentou variação positiva de 2,7% no ano de
2014. Nos setores que fazem parte dessa atividade, o desempenho maior ocorreu nos transportes,
administração pública e alojamento e alimentação. O impacto nos transportes ocorreu
principalmente no modal terrestre, motivado em parte para atender a demanda de transporte da
agropecuária. Outro fator que aqueceu o modal terrestre foi a mudança no transporte de grãos que
anteriormente era feito pela hidrovia, mas com a forte estiagem afetou a navegação da mesma. No
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
modal aéreo houve uma maior quantidade de voos tendo como rota o aeroporto Santa Genoveva,
além do maior incremento pelo período de férias (julho e dezembro).
A administração pública foi impulsionada pelo cenário eleitoral e alojamento e alimentação,
fomentados pelo dinamismo da atividade turística, principalmente a de negócios.
Os dados conjunturais da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE) de Goiás no ano de 2014
indicaram expansão no volume de vendas do comércio varejista restrito, 1,4%, na comparação com o
mesmo período de 2013. O comportamento do comércio goiano teve o pior desempenho dos
últimos anos, além de ter registrado desempenho inferior à média nacional (2,2%), fato que não
ocorria desde a crise econômica de 2009 (Gráfico 2).
Os segmentos do comércio que mais cresceram em 2014 foram: outros artigos de uso
pessoal e doméstico (18,2%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos (17,1%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (6,6%).
Esses três segmentos também tiveram elevado crescimento na pesquisa de 2013, conforme a Tabela
3. Os Fatores que influenciaram o desempenho dos segmentos estão relacionados com a expansão
na oferta de medicamentos genéricos, o caráter de uso essencial desses produtos; a concessão de
benefícios fiscais provindos da União com a Lei da Informática, que promoveu redução no Imposto
sobre Produto Industrializado (IPI) de produtos do setor.
No tocante às vendas do comércio varejista ampliado, houve recuo de 2,3% no ano de 2014.
O setor que é composto pelos segmentos de veículos, motocicletas, partes e peças e materiais de
construção que tiveram variações de -7,0% e 1,0%, respectivamente.
Gráfico 2 - Estado de Goiás: Pesquisa Mensal do Comércio Varejista
(Base: Igual período do ano anterior)
14
12
10
8
6
4
2
0
2009
2010
2011
Brasil
2012
2013
2014
Goiás
Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio.
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO /Gerência de Contas Regionais e Indicadores -2015.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
O segmento de veículos, motos, partes e peças apresentou ao longo de 2014 variações
negativas, decorrente do retorno do IPI e da moderação no consumo das famílias. As vendas de
materiais de construção tiveram um recuo menor, dado que o custo médio da construção civil,
conforme o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), em Goiás
teve variação acima da nacional, 7,4% e 6,2%, respectivamente. Não obstante, a inflação ao
consumidor, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 foi de 6,4%.
Tabela 3 - Estado de Goiás: Variação do volume de vendas no comércio varejista
(Base: Igual mês do ano anterior)
Segmento
Comércio Varejista Geral
Combustíveis e lubrificantes
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas
e fumo
Hipermercados e supermercados
Tecidos, vestuário e calçados
Móveis e eletrodomésticos
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos
Livros, jornais, revistas e papelaria
Equipamentos e materiais para escritório, informática e
comunicação
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
Comércio varejista ampliado geral
Veículos, motocicletas, partes e peças
Material de construção
2013
2014
4,6
1,4
6,0
0,6
-2,2
-2,3
13,0
9,0
-3,1
-3,3
3,1
1,6
17,7
15,9
17,1
-3,4
17,3
12,8
5,3
6,2
6,6
18,2
-2,3
4,6
-1,0
-7,0
Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO /Gerência de Contas Regionais e Indicadores -2015.
Economia brasileira
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seguindo as recomendações do
Manual Internacional de Contas Nacionais (SNA 2008), da Comissão Europeia, do Fundo Monetário
Internacional, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), da
Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial fez a mudança metodológica no cálculo
do PIB. As mudanças são importantes para uma melhor visão do processo econômico do país, como
por exemplo, os pesos das atividades econômicas dentro do Sistema de Contas Nacionais. Portanto,
o ano de referência passou a ser o ano de 2010.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
A última atualização do Sistema de Contas Nacionais (SCN) ocorreu em 2007, quando o ano
de referência era o ano de 2000. As principais alterações foram a incorporação de informações do
Censo Agropecuário de 2006 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009. Na base de
2010 foram introduzidas alterações conceituais do Manual Internacional de Contas Nacionais - SNA
2008 em relação ao manual anterior, a adoção da Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE) 2.0 e o uso de novas fontes de dados econômicos.
Desta forma as Contas Nacionais Trimestrais estão atualizadas de 1995 a 2014, incorporando
as mudanças proposta pelo SNA de 2008, enquanto as Contas Regionais de 2010 a 2013 ainda serão
divulgadas em novembro de 2015, incorporando as mudanças propostas. Trata-se de um novo
retrato da economia, com um olhar mais preciso. Portanto, o resultado do PIB trimestral Brasil que o
IBGE divulgou não é comparável ao PIB trimestral de Goiás, somente quando publicados os
resultados do PIB regional Goiás no ano base de 2010.
Diante de um cenário negativo em relação à conjuntura do país, o crescimento da economia
brasileira no ano de 2014 foi de 0,1%, em comparação com o ano de 2013. Entre as grandes
atividades, o maior crescimento ocorreu nos serviços (0,7%), a agropecuária expandiu 0,4%, mas a
indústria registrou queda de 1,2%. Em valor, o PIB nacional foi de R$ 5,52 trilhões.
Nos serviços houve recuo do comércio (-1,8%), em virtude da desaceleração do consumo das
famílias. O destaque do setor ocorreu nos serviços de informação (4,6%), atividades imobiliárias
(3,3%) e transporte, armazenagem e correio (2,0%).
Na agropecuária embora tenha ocorrido
crescimento de produção em culturas importantes como a soja, outras não reagiram em 2014, a
exemplo da cana-de-açúcar, milho e café.
O setor industrial brasileiro apontou retração em 2014, sendo impactado tanto por medidas
de cunho fiscal, como elevação de impostos e redução de investimento, como também por fatores
naturais, dado o uso maior de termelétricas que encareceram o custo de produção. Assim, a
indústria de transformação, construção civil e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
tiveram redução no ritmo de produção.
Outros cenários da economia goiana
De acordo com o CAGED, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - do Ministério do
Trabalho e Emprego, em Goiás foram gerados 783.228 novas colocações com registro em carteira
(ajustado com as declarações entregues pelas empresas fora do prazo) no ano de 2014. No entanto,
o saldo do emprego formal, diferença entre admissão e demissão, foi de 25.333 postos de trabalho,
menor quantitativo dos últimos sete anos, conforme Gráfico 4.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Gráfico 4 – Evolução do emprego formal (saldo) em Goiás – 2007 a 2014
83.975
69.552
67.105
60.831
47.347
41.153
34.404
25.333
2007
2008
2009
2010
2011*
2012*
2013*
2014*
Fonte: MTE/Cadastro Geral de Empregados e Desempregados lei 4.923/65.
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Estudos Socioeconômicos e Especiais – 2015.
*Ajustado com declarações entregues pelas empresas fora do prazo.
No comércio exterior goiano houve pequena alteração nas exportações no ano de 2014,
quando comparado com o ano anterior, uma variação negativa de 0,9%. As exportações goianas
registraram o valor de US$ 6,979 bilhões. As importações totalizaram US$ 4,419 bilhões, queda de
8,7% em relação a 2013 (Tabela 4). Desse modo, o saldo comercial foi superior em 2014, com
acréscimo de US$ 357,9 milhões.
Os principais destinos das exportações goianas foram: China, Holanda e Rússia. No ano
anterior, foram os mesmo países os principais compradores de Goiás, no entanto, a participação no
total das exportações desses países diminuiu, passou de 44,6% para 42,44%, entre 2013 e 2014. Ou
seja, houve no período uma desconcentração no destino das exportações de Goiás. Os complexos de
soja e carne dominaram as vendas para o exterior.
No caso das importações, os principais países de origem das compras foram: Coréia do Sul,
Alemanha, Estados Unidos, Japão e Tailândia. Na pauta dos produtos importados destacam-se
produtos farmacêuticos e veículos, automóveis, tratores, partes e acessórios. Com a queda nas
exportações e importações, a corrente de comércio também diminuiu 4,1%, com montante de US$
11,399 bilhões no acumulado de 2014.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Tabela 4 – Estado de Goiás: Balança Comercial – (1000 US$)
Ano/Mês
Exportação
Importação
Saldo
2014
6.979.884
4.419.226
2.560.658
2013
7.042.673
4.840.009
2.202.664
Fonte: MDIC
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores - 2015.
Ainda com relação ao comércio exterior, a elevação da taxa de câmbio não foi suficiente para
melhorar o somatório do valor exportado no ano de 2014. Houve uma aceleração na cotação da
moeda estrangeira (dólar americano) a partir do mês de julho, Gráfico 5. Adicionalmente, a elevação
do câmbio pode comprometer as intenções de investimento, já que uma mudança no indicador é
transmitida sobre os custos de produção.
Gráfico 5 – Taxa de câmbio nominal - R$/US$
2,7
2,6
2,5
2,4
2,3
2,2
2,1
2
1,9
2013.01
2013.02
2013.03
2013.04
2013.05
2013.06
2013.07
2013.08
2013.09
2013.10
2013.11
2013.12
2014.01
2014.02
2014.03
2014.04
2014.05
2014.06
2014.07
2014.08
2014.09
2014.10
2014.11
2014.12
1,8
Fonte: Banco Central.
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores - 2015.
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro para o Estado de Goiás atingiu o valor
de R$ 102,187 bilhões no ano de 2014, expansão de 17,0% quando comparada ao mesmo período do
ano anterior (R$ 87,372 bilhões), conforme Gráfico 6. Pode se observar que o ritmo de expansão do
saldo das operações de crédito tem registrado alternância entre as modalidades.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Gráfico 6 – Estado de Goiás: Saldo das operações de crédito (%)
35,0
30,1
25,4
30,0
26,5
26,0
25,0
22,1
24,6
23,2
20,0
20,2
18,9
17,7
19,5
15,1
15,0
10,0
17,8
17,0
15,7
11,5 13,9
12,9
5,0
0,0
2009
2010
2011
Pessoas físicas
2012
Pessoas jurídicas
2013
2014
Total
Fonte: IBGE e BACEN.
Elaboração: Instituto Mauro Borges / Segplan-GO / Gerência de Contas Regionais e Indicadores - 2015.
Na análise dos empréstimos do sistema financeiro, por categoria, no acumulado de janeiro a
dezembro de 2014, para pessoa física houve crescimento de 17,8% (R$ 60,568 bilhões) e para pessoa
jurídica, 15,7% (R$ 41,619 bilhões). Em relação à inadimplência de pessoa física, tem ocorrido
redução considerável no percentual desde a metade do ano de 2012, sendo o atual patamar próximo
ao ocorrido em 2005(Gráfico 7).
14
Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Gráfico 7 – Estado de Goiás: Taxa de Inadimplência das Operações de Crédito Pessoa Física
9
8
7
6
5
4
3
jan/04
jan/05
jan/06
jan/07
jan/08
jan/09
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Fonte: BACEN.
Elaboração: Instituto Mauro Borges/Segplan-GO/Gerência de Contas Regionais e Indicadores - 2015.
No ano de 2014, os resultados da economia goiana indicaram desaquecimento das principais
atividades. Houve baixo volume de chuva que afetou a geração de energia e o abastecimento de
água para o consumo. Estes resultados indicam a mesma direção do comportamento nacional,
influenciado pela piora no mercado de trabalho e de crédito. Além disso, o elevado grau de incerteza
tem permeado a decisão dos agentes e dificultado um maior patamar de investimentos.
A aceleração inflacionária, a possibilidade de racionamento de água e energia e a
depreciação cambial sinalizam um cenário ruim para o ano de 2015. Soma-se também a possibilidade
de um menor crescimento para a economia chinesa, principal mercado das exportações goianas. A
expansão moderada do crédito e o desaquecimento das vendas do comércio goiano no ano de 2014
tiveram repercussão contrária no PIB. Logo, percebe-se que perdurarão políticas monetárias e fiscais
contracionistas para 2015.
Na contramão do cenário negativo, a alta do dólar tende a tornar os exportadores nacionais
mais competitivos nos mercados internacionais e atenuar a insegura conjuntura econômica. Além do
mais, as projeções de oferta e demanda mundial de grãos indicam demanda mais aquecida de soja e
milho, combinados a uma produção maior.
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Instituto Mauro Borges - PIB Trimestral Goiás – 2014
Equipe Técnica
Supervisão
Gerência de Contas Regionais e Indicadores
Equipe Técnica
Alex Felipe Rodrigues Lima
Dinamar Maria Ferreira Marques (gerente)
Luiz Batista Alves
Millades de Carvalho Castro
Publicação via web
Bruno Miranda de Oliveira
Arte e capa
Jaqueline Vasconcelos Braga
Revisão
João Gabriel Freire
É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a
fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.
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PIB Trimestral Goiás 4° Trimestre de 2014