SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ASSOCIADA À INFECÇÃO AGUDA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO Alef Joni Soares¹*; Edmundo de Melo Xavier Neto¹; Kaelson Bruno Lima Brasileiro¹; Renata Laryssa Araujo Bezerra¹; Clélia de Alencar Xavier Mota². 1. Discente da Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE 2. Docente da Faculdade de Medicina Nova Esperança – FAMENE INTRODUÇÃO A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polirradiculoneuropatía inflamatória aguda, com padrão desmielinizante ou axonal, e de etiologia autoimune¹. A SBG cursa com um amplo espectro de manifestações clínicas, como paresia ascendente em membros, arreflexia, trastornos sensitivos e afecção de pares cranianos, habitualmente com paresia facial bilateral². JUSTIFICATIVA / FUNDAMENTAÇÃO Em virtude da baixa prevalência da SGB, de 1:100.000 pessoas, faz-se necessária a publicação do caso. A SGB pode ser de etiologia diversa, incluindo CMV, Hepatites virais, HIV, sendo de interesse da saúde pública e da clínica médica o conhecimento da síndrome e seu diagnóstico etiológico3. OBJETIVOS • • Divulgar para a comunidade científica um caso de SGB, que tem por fator etiológico o CMV; Discorrer sobre a SGB em relação a sua fisiopatologia, etiologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico no paciente em questão. SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ASSOCIADA À INFECÇÃO AGUDA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO DELINEAMENTO / MÉTODOS A pesquisa é do tipo documental e exploratória, com abordagem qualitativa, relacionada ao relato de um caso clínico, de um paciente afetado pela síndrome de Guillain-Barré concomitantemente a um episódio de citomegalovirose aguda. RESULTADOS EMXN, 23 anos, branco, estudante de medicina, atendido no dia 28 de novembro de 2014, em hospital público do município de João Pessoa, PB, com tetraparesia simétrica ascendente, parestesia em terço distal dos membros e lombalgia. O paciente apresenta história familiar positiva para SGB. Chegou ao hospital com diagnóstico de SGB após realização de eletroneuromiografia em clínica particular (que sugeriu como primeira hipótese diagnóstica a polirradiculoneurite inflamatória desmielinizante aguda), e permaneceu internado por seis dias. Foi administrada Imunoglobulina Humana na dose 400mk/kg/dia, durante cinco dias consecutivos. No segundo dia de internação, o paciente evoluiu com paralisia facial bilateral, disfonia e disfagia. Após dois meses de terapia fisioterápica o paciente recuperou-se completamente de todas as manifestações motoras e sensitivas. Na mesma data foram realizados novos exames para investigação etiológica do caso, obtendo sorologia positiva para citomegalovírus. DISCUSSÃO A SBG secundária a CMV afeta indivíduos mais jovens, se associa com frequência à paralisia facial periférica bilateral, de padrão desmielinizante e portanto com uma pior evolução inicial, podendo necessitar de intubação orotraqueal (IOT) e respiração asistida. No entanto, seu prognóstico funcional é favorável, uma vez superada a fase aguda. Podemos observar que a evolução inicial do paciente foi leve, visto que não precisou de IOT ou respiração assistida, e o mesmo não cessou a deambulaçao, embora o fizesse com dificuldade. O prognóstico, após superada a fase aguda, foi favorável, como é de padrão na sua faixa de idade com essa etiologia supracitada, visto que o paciente se recuperou completamente em menos de 06 meses4. SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ASSOCIADA À INFECÇÃO AGUDA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO CONCLUSÃO É de interesse da saúde pública e da clínica médica o conhecimento da síndrome e seu diagnóstico etiológico, visto que o padrão sindromico e o prognóstico da doença variam de acordo com a etiologia do caso e as condições de saúde do paciente. BIBLIOGRAFIAS 1. ANG C.W., JACOBS B.C., LAMAN J.D. The Guillain-Barré syndrome: a true case of molecular mimicry. Trends Immunol, 2004; v. 25(2); p. 61-6. 2. VAN DER MERCHE F.G.A., VAN DOORN P.A., MEURLSTEE J., FGI for the GBS-consensus group of the Dutch Neuromuscular Research Support Centre. Diagnostic and Classification Criteria for the Guillain-Barré Syndrome. Eur Neurology, 2001; v. 45: p.133-9. 3. ORTEGA-MARTÍNEZ M.G., JARAMILLO-RANGEL G., ANCER-RODRÍGUEZ J., TRUJILLO J.R., Mimetismo molecular en la neuropatogénesis del síndrome de Guillain-Barré. Rev Mex Neuroci, 2005; v. 6(5); p. 440-447. 4. VISSER L.H., VAN DER MECHÉ F.G., MEURLSTEE J., ROTHBARTH P.P., JACOBS B.C., SCHIMITZ P.I., VAN DOORN P.A., Cytomegalovirus infection and Guillain-Barré syndrome: the clinical,electrophysiologic, and prognostic features. Dutch Guillain-Barré Study Group. Neurology, 1996; v. 47(3); p. 668-73.