Aula: 27 Temática: Determinação da Lei de Velocidade e Leis de Velocidade Integradas Estaremos analisando hoje os métodos capazes de determinar a lei de velocidade de uma reação. Depois, vamos determinar as leis de velocidade integradas, já que estas exprimem a concentração em função do tempo. 1. Métodos para determinação da lei de velocidade O método do isolamento é um dos métodos usados para determinar experimentalmente a forma da lei de velocidade e consiste em considerar em excesso as concentrações de todos os reagentes, com exceção de um deles. Se, por exemplo, temos B em excesso com uma concentração muito grande, podemos aceitar a aproximação que durante todo o avanço da reação a concentração de B seja constante. Então, partindo da lei de velocidade v = k [A] [B], com [B] ≈ [B]0: v = k’ [A] onde, k’= k [B]0 Como a lei assumiu a forma de primeira ordem (depende somente da concentração de A), admitindo [B] constante, é uma lei de velocidade de pseudoprimeira ordem. Para chegar à lei de velocidade geral, achamos a dependência de cada reagente com a velocidade através do isolamento de cada um deles sucessivamente (a partir de concentrações muito grandes). No método das velocidades iniciais a velocidade é medida no início com diferentes concentrações de reagentes no sistema reacional. Por exemplo, em uma reação com lei de velocidade v = k [A]a, com o reagente A isolado, a velocidade inicial v0 é dada por v0 = k [A]0a. Aplicando o logaritmo aos dois membros: log v0 = log k + a log[ A]0 FÍSICO-QUÍMICA Como tínhamos uma série de concentrações iniciais, um gráfico dos logaritmos das velocidades iniciais pelos logaritmos das concentrações iniciais é uma reta com coeficiente angular a. Em casos onde os produtos participam da equação da cinética, como na reação entre hidrogênio e bromo apresentada na aula passada, devem ser realizados ajustes aos dados experimentais ao longo de todo o avanço da reação. Tal ajuste pode ser feito pelo cálculo da concentração dos reagentes e produtos, com base na expressão da lei, em vários instantes, e compara-se com os resultados experimentais. 2. Leis de velocidade integradas A integração das leis de velocidade fornece as concentrações em função do tempo. Para reações de primeira ordem, a lei de velocidade para o consumo de um reagente A, d [ A] = − k [ A], tem como solução da integração: dt [ A] = −kt ln [ ] A 0 [A] = [A]0 e − kt As duas equações são versões da lei de velocidade integrada. As constantes de velocidade tabeladas (ver Indicação de Leitura ao final da unidade) foram obtidas através do gráfico (ln[A]/[A]0 × t), usando a primeira equação. A segunda equação mostra que em reações de primeira ordem, a concentração de um reagente diminui exponencialmente com o tempo, a uma taxa determinada por k. A meia-vida, t1/2, é o tempo necessário para a concentração de um reagente cair à metade de seu valor. Na reação de primeira ordem, para o reagente A, temos: FÍSICO-QUÍMICA kt1 2 1 [ A]0 = − ln 1 = ln 2 = − ln 2 [ A]0 2 t1 2 = ln 2 k Verificamos pela equação que, em uma reação de primeira ordem, a meia-vida é independente da concentração inicial. Para reações de segunda ordem, a lei de velocidade para o consumo de um reagente A, d [ A] 2 = − k [ A] , tem como solução da integração: dt [A] = [A]0 1 + kt [ A]0 1 1 − = kt [A] [A]0 Desta primeira equação tiramos que a verificação de uma reação de segunda ordem é feita através do gráfico 1/[A] × t em uma interpolação linear, obtendo k. A segunda equação mostra que a concentração do reagente diminui com o tempo, mas esta queda é menos acentuada, ou seja, mais lenta, do que para as reações de primeira ordem. Do mesmo modo como para as reações de primeira ordem, podemos determinar a meia-vida do reagente A consumido numa reação de segunda ordem. t1 2 = 1 k [ A]0 No entanto, a equação mostra que para reações de segunda ordem, a meiavida depende da concentração inicial. Uma reação que é de primeira ordem para cada um dos reagentes A e B é uma reação de segunda ordem, d [ A] = − k [ A] [B ] . dt FÍSICO-QUÍMICA Para a integração desta equação é preciso saber a relação entre as concentrações de A e B. Se a reação for A + B → P, onde P são os produtos, a solução integrada da equação dá: [B ] [B ]0 = ([B ]0 − [ A]0 )kt ln [ A] [ A]0 O gráfico do primeiro termo desta equação pelo tempo é uma reta e podemos obter k. De forma semelhante podem ser calculadas as leis integradas da cinética de reações de outras ordens. Exercícios Propostos 1. A velocidade de variação da molaridade dos radicais CH3 na reação 2 CH3 (g) → CH3CH3 (g) é dada por d[CH3] / dt = − 1,2 mol / L s, em certas condições. Qual é a) A velocidade da reação? b) A velocidade de formação do CH3CH3? 2. A velocidade de formação da reação A + 2 B → 3 C + D é 1,0 mol L−1 s−1. Dar as velocidades de formação e de consumo dos participantes do sistema reacional. Vimos como determinar a lei de velocidade para uma certa reação a partir de dois métodos. Obtivemos também as leis integradas para as reações de primeira e segunda ordem (das demais ordens estão em tabela, ver Indicação de Leitura ao final da unidade), importantes por mostrarem a concentração em cada instante. FÍSICO-QUÍMICA