ESTUDO DA CONFIABILIDADE DO SISTEMA DE ÁGUA GELADA DE UMA USINA PWR de 4 LOOPS DE PROJETO KWU DE 1330 KWE Jules Heitor Delcourt TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA NUCLEAR. Aprovada por: Prof. Antonio Carlos Marques Alvim, Ph.D. Prof. Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo, D. Sc. Dr. Marco Antônio Bayout Alvarenga, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL ABRI L DE 2005 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. DELCOURT, JULES HEITOR Estudo da Confiabilidade do Sistema de Água Gelada de uma Usina Projeto KWU 1330 KW, 4Loops, PWR [Rio de Janeiro] 2005 XII, 73 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia Nuclear, 2005) Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Análise Probabilística de Segurança 2. Análise da Confiabilidade de um Sistema 3. Análise por Árvore de Falhas I. COPPE/UFRJ II. Título (série) ii À Minha Esposa, Dorinha e minha filha Eduarda, a certeza de que nada disso teria sentido se não pudéssemos construir, juntos, este momento. iii AGRADECIMENTOS Ao Prof. Antônio Carlos Marques Alvim, por ter aceitado a minha solicitação como orientado. Pelo respeito, simplicidade, dedicação e valorosa orientação para o desenvolvimento deste trabalho. Ao Prof. Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo e ao Dr. Marco Antônio Bayout Alvarenga pela participação na Banca Examinadora. Ao Eng. Jefferson Borges Araújo, da Comissão Nacional de Energia Nuclear, pelo incentivo, sugestões, comentários e inúmeras horas dedicadas na contribuição para a realização deste trabalho. Ao Eng. Pedro Saldanha, da Coordenação de Reatores da CNEN, pelo apoio, suporte e incentivo. A todo o corpo docente do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ, cujo ensinamento foi essencial para a realização desta dissertação. Aos funcionários da COPPE/Nuclear e da Comissão Nacional de Energia Nuclear, pelo incentivo e cooperação. A todos os colegas da COPPE/Nuclear pelas inúmeras horas de trabalho, incentivo e estudo dedicados nas cadeiras do mestrado. A todos amigos e parentes que me apoiaram ao longo do curso e que por mais de uma vez, estiveram presentes, incentivando e cooperando com este trabalho. iv Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.) ESTUDO DA CONFIABILIDADE DO SISTEMA DE ÁGUA GELADA DE UMA USINA PROJETO KWU 1330 KW, 4 LOOPS, PWR Jules Heitor Delcourt Abril/2005 Orientador: Antonio Carlos Marques Alvim Programa: Engenharia Nuclear Este trabalho tem por objetivo modelar o Sistema de Água Gelada – QKA – de uma Usina projeto KWU 1330 KW, 4 loops tipo PWR, utilizando Árvore de Falhas como ferramenta, fazendo assim uma avaliação da confiabilidade. Foi observada uma grande dificuldade ao longo da pesquisa para se obter os dados necessários de taxa de falha e probabilidade de falha para realizar o cálculo da confiabilidade, o que pode contribuir para a baixa confiabilidade encontrada para o sistema QKA. Na modelagem do sistema foram estudadas algumas alterações na base do projeto com intuito de alcançar uma melhoria na confiabilidade. v Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as partial fullfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.). RELIABILITY STUDY OF THE CHILLED WATER SYSTEM (QKA) OF A NUCLEAR POWER PLANT OF KWU – SIEMENS DESIGN, 1330 KW, 4 LOOPS, PWR Jules Heitor Delcourt April/2005 Advisor: Antonio Carlos Marques Alvim Department: Nuclear Engineering This paper has the objective of modeling the Chilled Water System (QKA) of a 1330 KW PWR Nuclear Power Plant of KWU – Siemens design, using the Fault Tree Methology as a tool to perform reliability analysis. It was realized that system reliability could improve significantly by making a technical specification evaluation and by changing some design modifications. It has been very difficult to gather the failure rate and failure probabilities involved in reliability calculation. This certainly contributed to the relatively low values of reliability obtained. vi ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 1 1.1 APRESENTAÇÃO 1 1.2 OBJETIVO 4 1.3 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA 5 6 2. ÁRVORES DE FALHAS 2.1 INTRODUÇÃO 6 2.2 DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE POR ÁRVORES DE FALHAS 6 2.3 VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DE ÁRVORES DE FALHAS 9 2.4 DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DE ÁRVORES DE FALHAS 10 2.5 SIMBOLOGIA DAS ÁRVORES DE FALHAS 10 3. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUA GELADA QKA 12 3.1 FUNÇÕES DO SISTEMA 12 3.1.1 Funções Operacionais 12 3.1.2 Funções Relacionadas com a Segurança 13 3.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA 13 3.2.1 Critérios de Projeto 13 3.2.1.1 Dados do Sistema 13 3.2.1.2 Requisitos de Segurança 15 3.2.2 Projeto do Sistema 15 3.2.3 Conexões dom Outros Sistemas 17 vii 3.2.4 Arranjo dos Componentes 18 3.2.5 Descrição dos Componentes 19 3.3 MODOS DE OPERAÇÃO DO SISTEMA 20 3.3.1 Operação do Sistema nas Diferentes Condições da Usina 20 3.3.2 Operação Normal 20 3.3.2.1 Operação da Estação Central de Água Gelada 20 3.3.2.2 Operação com Suprimento Elétrico de Emergência 21 3.3.3 Operação com Distúrbio 22 3.3.3.1 Falha nas Bombas 22 3.3.3.2 Vazamento no Sistema de Água Gelada – QKA 22 3.3.3.3 Aumento da Temperatura da Água Gelada 22 3.3.3.4 Contaminação do Suprimento de Água Gelada 23 3.3.4 Especificações Técnicas 23 4. MODELAGEM DO SISTEMA QKA 26 4.1 DEFINIÇÃO DE LIMITES DO SISTEMA 26 4.2 MODELO DO SISTEMA QKA 27 4.2.1 Modelo a Partir das Especificações Técnicas 28 4.2.2 Modelo Alternativo Utilizando a Piscina Comum 31 5. CÁLCULO DA CONFIABILIDADE 33 5.1 CONFIABILIDADE DE UM SISTEMA 33 5.2 TAXAS DE FALHAS 34 viii 5.3 DISPONIBILIDADE DE UM SISTEMA 37 5.4 ÁRVORE DE FALHAS DO SISTEMA QKA 38 5.4.1 Levantamento das Taxas de Falhas do Sistema de Água Gelada – QKA 38 5.4.1.1 Identificação de Componentes Críticos 38 5.4.1.2 Taxas de Falhas dos Componentes 42 5.4.2 Análise por Árvore de Falhas Conforme as Especificações Técnicas 42 5.4.3 Análise por Árvore de Falhas por um Modelo Alternativo 48 5.4.4 Avaliação Quantitativa da Árvore de Falhas Conforme as Especificações Técnicas 5.4.5 Avaliação Quantitativa da Árvore de Falhas a Partir do Modelo Alternativo 5.4.6 Avaliação Qualitativa da Árvore de Falhas Conforme as Especificações Técnicas 5.4.7 Avaliação Qualitativa da Árvore de Falhas a Partir do Modelo Alternativo 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ix 55 62 67 68 69 a LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 Diagrama do Sistema QKA 15 Figura 3.2 Arranjos das Redundâncias 25 Figura 4.1 Diagrama Simplificado do Sistema QKA 28 Figura 4.2 Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA 30 Figura 4.3 Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA, 32 utilizando a Piscina Comum como recurso de segurança Figura 5.1 Taxa de falha típica ao longo do ano 36 Figura 5.2 Falha em 3 (três) Redundâncias 43 Figura 5.3 Árvore de Falhas – Perda do Sistema QKA 45 Figura 5.4 Árvore de Falhas – Perdas das Redundâncias I, II, III ou IV 46 Figura 5.5 Árvore de Falhas – Falha na Unidade de Distribuição 47 Figura 5.6 Eventos para perda de Refrigeração – Modelo Alternativo Figura 5.16 Esquema de componentes ligados em série 62 Figura 5.17 Cálculo da Perda da Unidade de Refrigeração- Modelo 63 Alternativo Figura 5.18 Cálculo da Confiabilidade do Sistema de Refrigeração – 64 Modelo Alternativo Figura 5.19 Cálculo da Confiabilidade do Sistema de Distribuição – 65 Modelo Alternativo Figura 5.20 Cálculo da Confiabilidade do Sistema QKA – Modelo Alternativo xi 66 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 Símbolos Utilizados em Árvore de Falhas 11 Tabela 3.1 Parâmetros Consumidores para Operação Normal 14 Tabela 3.2 Parâmetros Consumidores para Operação de Suprimento 14 de Emergência Tabela 3.3 Modos de Operação 24 Tabela 3.4 Relação Modo de Operação com Falhas e Conseqüências 25 Tabela 4.1 Legenda dos componentes do QKA 29 Tabela 4.2 Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA 31 Tabela 4.3 Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA, 32 utilizando a Piscina Comum como recurso de segurança Tabela 5.1 Modos de falha 40 Tabela 5.2 Modos de Operação 41 Tabela 5.3 Taxas de Falhas de Equipamentos Análogos ao Sistema 42 QKA Tabela 5.4 Falha em 3 (três) Redundâncias 43 Tabela 5.5 Eventos para perda de Refrigeração- Modelo Alternativo 48 Tabela 5.6 Eventos para perda de Distribuição- Modelo Alternativo 49 Tabela 5.7 Eventos para Perda da Unidade de Refrigeração 57 Tabela 5.8 Eventos para Perda das Redundâncias I, II, III ou IV 59 Tabela 5.9 Avaliação Qualitativa do Sistema QKA 67 Tabela 5.10 Avaliação Qualitativa do Sistema QKA -Modelo 68 Alternativo xii GLOSSÁRIO ANSI American National Standard Institute AOI Autorização para operação inicial. AOP Autorização para operação permanente. ASME American Society of Mechanical Engineers CLO Condições Limites de Operação. CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear ETN Eletronuclear S. A. GHC Sistema de Suprimento de Água Desmineralizada. GMD Sistema de Coleta e drenagem do Edifício dos Geradores de Emergência e Água Gelada. I&C Instrumentação e Controle. IAEA Agência Internacional de Energia Atômica KJM Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos NPP “Nuclear Power Plant” ou Usina Nuclear. NR Sistemas Não Relacionados com a segurança. NRC Nuclear Regulatory Commission. PJB Sistema de Refrigeração do Circuito Fechado de Segurança. PWR Pressurized Water Reactor - Reator à Água Pressurizada. QCA Sistema de Dosagem de Hidrazina. QJB Sistema de Suprimento e Distribuição de Nitrogênio. QKA Sistema de Água Gelada. RFAS Relatório Final de Análise de Segurança. RS Sistemas Não Relacionados com a segurança. TECDOC Documento Técnico da IAEA xiii 1 1.1 INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO O cenário atual de desenvolvimento do país está mostrando uma grande tendência de crescimento econômico. Este crescimento vem, inevitavelmente, acompanhado de um aumento da produção de energia elétrica. O Brasil possui um grande potencial de energia hidráulica. Entretanto, fatores sazonais já demonstraram no passado a fragilidade da dependência de um único tipo de fonte de energia na matriz energética. Nesse contexto, o país optou pela utilização da energia nuclear na composição de uma matriz energética estratégica. O licenciamento e fiscalização de usinas nucleares são monopólios da União e exercidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Este licenciamento é regulamentado através de diversas normas de licenciamento de usinas nucleoelétricas, que definem a necessidade de várias autorizações até que a usina possa operar comercialmente com segurança. Essas autorizações envolvem a aprovação do local, autorização para a construção e montagem, autorização para a utilização de material nuclear, autorização para a operação inicial (AOI) e autorização para a operação permanente (AOP). A operação das usinas nucleares também é monopólio da União, exercido pela Eletronuclear S. A.(ETN) Por ocasião da licença para a construção, a organização operadora (ETN) elabora e submete à aprovação pela CNEN, um documento denominado Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS) FURNAS (1998), que descreve as características de projeto da usina, o funcionamento dos vários sistemas, a classificação dos diversos equipamentos e sistemas, a normativa aplicável (como por exemplo os códigos ASME, ANSI, DIN, KTA, etc.), a descrição dos acidentes postulados, as Especificações Técnicas, os aspectos de garantia de qualidade e os aspectos relacionados a fatores humanos. Após a conclusão da construção e comissionamento e por ocasião da autorização para operação inicial, o RPAS é revisado, atualizado e transformado no Relatório Final de Análise de Segurança (RFAS) FURNAS (2001a). 1 A preocupação com a segurança é um aspecto essencial do projeto de uma usina nuclear, uma vez que determinadas falhas podem acarretar sérias conseqüências radiológicas para os trabalhadores, para o público e para o meio ambiente. O capítulo de análise de acidentes do RFAS (capítulo 15) FURNAS (2001a) é elaborado de maneira a contemplar as falhas e os acidentes possíveis de ocorrer durante a operação da usina. Essas situações são analisadas de modo a conhecer a dinâmica e o comportamento dos principais parâmetros. Uma vez determinado este conhecimento, sistemas de segurança são projetados para evitar ou mitigar as conseqüências desses acidentes, de modo que a segurança dos trabalhadores da usina e do público seja preservada, e as doses de radiação mantidas abaixo dos limites estabelecidos pela CNEN (2004). O capítulo 16 do RFAS FURNAS (2001a), denominado Especificações Técnicas, é um documento que contém limites de segurança, requisitos mínimos operacionais (Condições Limites de Operação - CLO) e requisitos de inspeção e testes periódicos aplicáveis a sistemas e componentes relacionados com a segurança, a fim de comprovar que a disponibilidade e a confiabilidade são mantidas dentro de valores estabelecidos de modo a garantir a segurança operacional da Usina. A Operação da usina deve seguir rigorosamente todos os requisitos estabelecidos neste documento, para não cometer uma violação das bases de projeto. O projeto desses sistemas de segurança obedece a rigorosos requisitos estabelecidos em normas da CNEN. Um dos recursos de segurança adotados é a utilização de redundâncias nos sistemas, ou seja: ao invés de se usar um só sistema para atender a uma determinada função, colocam-se dois ou mais sistemas. Se um vier a falhar, os outros assumem a tarefa em tempos determinados, não permitindo que uma falha ou transiente evolua e se transforme em um problema. No Brasil, existem duas usinas nucleares em operação, Angra I e Angra II e o planejamento para construção de uma terceira usina, Angra III. Todas elas do tipo água leve pressurizada (PWR). A primeira, um projeto Westinghouse, e as outras duas, projeto KWU – Kraftwerk Union AG (atualmente Siemens -Alemanha). A usina de Angra II é considerada usina referência para Angra III. No projeto da KWU / Siemens, os sistemas de segurança possuem quatro redundâncias, cada uma com capacidade de 50%. Esse fato, por si só, já melhora as 2 condições de disponibilidade. Por essa razão, alguns requisitos que estão contidos nas Especificações Técnicas da Usina de Angra II poderiam ser conservativos. A garantia de valores aceitáveis de confiabilidade e disponibilidade dos sistemas de segurança exige constantes testes e atividades de manutenção, que demandam a utilização de grandes quantidades de recursos humanos e financeiros. Esses custos devem ser considerados na produção / comercialização da energia elétrica. Deste modo, existe uma contínua busca pela minimização das atividades de manutenção e uma maximização da disponibilidade de recursos. Uma das diferenças entre o projeto da Westinghouse e o da KWU/Siemens é a existência de um sistema de Água Gelada (QKA), que executa a função de fornecer água gelada para refrigeração dos diversos sistemas de ventilação dos edifícios das áreas de segurança e convencional. No estudo da confiabilidade do sistema QKA, a probabilidade de que o mesmo funcione por um período de tempo especificado e sob condições operacionais também especificadas, subsidia a análise de uma possível redução da obrigatoriedade do número de redundâncias operáveis simultaneamente ou o aumento do tempo de indisponibilidade de uma destas redundâncias para manutenção, o que vem atender uma maximização de recursos e uma minimização de perdas devido à interrupção de geração de energia elétrica. O presente estudo pode servir como base para tomadas de decisões em futuras avaliações de segurança, para aumentar ou limitar as restrições estabelecidas nas Especificações Técnicas das usinas. Como se trata de um sistema relativamente novo e utilizado por um número reduzido de usinas nucleares, existe a questão da dificuldade de obtenção de dados operacionais o que dificulta o levantamento de valores essenciais para o cálculo da sua confiabilidade e disponibilidade. Esse fato nos obriga a uma busca de sistemas com equipamentos análogos àqueles utilizados no sistema em questão, com o intuito de se estimar valores de parâmetros indispensáveis para o cálculo da disponibilidade do sistema, como as taxas de falhas. Para o estudo da disponibilidade do sistema QKA, será adotado o método de análise de árvore de falhas, que se trata de um processo dedutivo, estruturado em termos de eventos de falha ao invés de componentes (equipamentos). 3 A análise da árvore de falhas é focada em eventos específicos (os mesmos utilizados na análise de acidentes), usualmente relacionados com a interrupção completa da função do sistema, e analisa as causas prováveis em termos de estrutura, fluxo do evento, de cima para baixo. Se construída corretamente, a árvore ajuda o gerenciamento de risco, a determinação e classificação com precisão, de todos os caminhos pelos quais um evento pode percorrer. 1.2 OBJETIVO Este trabalho tem por objetivo modelar o Sistema de Água Gelada (QKA) de uma Usina projeto KVU – Kraftwerk Union AG (atualmente Simens -Alemanha),1330 KW, 4 loops, tipo PWR, utilizando como ferramenta o processo de análise de árvore de falhas AMENDOLA (1988), NRC (1981), NRC (1991), e fazer a respectiva avaliação da disponibilidade do sistema, considerando o número mínimo de redundâncias requerido pelas Especificações Técnicas. Para analisar a disponibilidade do sistema, isto é, a probabilidade do sistema estar disponível em um dado momento T para realizar a sua função, o mesmo será modelado através de um diagrama de blocos, idéia em que o componente é representado por uma caixa (bloco) e a conexão entre os componentes é feita por linhas. O diagrama de blocos é freqüentemente utilizado na prática para modelar o impacto das falhas (ou funcionamento) de componentes no desempenho do sistema. A partir do diagrama de blocos, será construída uma árvore de falhas com o intuito de detalhar as possíveis falhas de equipamentos e suas respectivas causas que possam acarretar a interrupção do funcionamento do sistema QKA. A análise dessa árvore de falhas poderá fornecer subsídios na obtenção de estimativa do desempenho do sistema, na identificação dos seus pontos fracos e no impacto potencial de modificações sobre o seu desempenho. Este estudo de disponibilidade não contempla aqueles sistemas que fazem interface com o sistema QKA, assim como também não contempla aquelas redundâncias que não são classificadas como de segurança. 4 1.3 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA O Capítulo 2 descreve o método árvore de falhas adotado na modelagem e no cálculo da confiabilidade do sistema QKA, apresentando as vantagens, desvantagens e simbologias utilizadas pelo método. No capítulo 3 é feita uma descrição do sistema com suas funções, critérios de projetos, arranjo e descrição dos componentes, modos de operação (normal ou com distúrbio) e Especificações Técnicas. O capítulo 4 preocupa-se em definir os limites do sistema e criar-lhe uma modelagem, isto é, através de diagramas, criar uma visão simplificada , porém realista do mesmo.Neste capítulo é feita uma modelagem do sistema QKA, considerando uma hipótese não contemplada nas Especificações Técnicas, porém utilizada neste estudo. O capítulo 5 apresenta o conceito de Confiabilidade, Disponibilidade e Taxa de Falhas de um sistema, e também o levantamento das taxas de falhas dos componentes e montagem da Árvore de falhas, calculando, por fim, a confiabilidade do sistema. No Capítulo 6 são apresentadas as conclusões a partir do cálculo da Árvore de Falhas e as recomendações para novos estudos da confiabilidade do QKA. 5 2 2.1 ÁRVORES DE FALHAS INTRODUÇÃO Segundo as definições de LEWIS (1994), AMENDOLA (1988), KUMAMOTO (1996) e DROGUETT (2003), a árvore de falhas constitui-se de uma representação gráfica da lógica booleana, associada ao desenvolvimento de uma determinada falha de um sistema, denominado evento principal ou evento topo, proveniente de combinações de falhas básicas, chamadas de eventos básicos ou eventos primários. Essa estrutura básica lógica é formada pelas combinações em série e paralelo dos estados dos componentes do sistema ligados através de portões Ou, E, Não, Não E e NÃO OU. A análise de um sistema por árvore de falhas visa ao atendimento dos seguintes pontos básicos: a) Identificar todos os possíveis modos de falhas de um dado evento indesejado; b) Fornecer elementos para a avaliação do projeto do sistema para o qual se construiu a árvore de falhas; c) Determinar a probabilidade de ocorrência dos eventos indesejados; d) Determinar o componente, ou conjunto de componentes, que com a sua falha, promove a falha do sistema. Os itens a e b descrevem objetivos qualitativos, enquanto o item c busca as avaliações quantitativas. 2.2 DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE POR ÁRVORES DE FALHAS O desenvolvimento da análise de um sistema por árvore de falhas consiste, geralmente, em seis etapas principais RAMAKUMAR (1993): 1. Definição do sistema a ser analisado; 2. Identificação das falhas funcionais ; 3. Identificação dos modos de falhas dos componentes; 6 4. Construção da árvore de falhas; 5. Avaliação Qualitativa; 6. Avaliação Quantitativa . O primeiro passo consiste na definição do sistema a ser analisado, estabelecendo os seus limites físicos e condições de contorno, onde se deve focalizar a área precisa de interesse. Essa medida visa a evitar um erro comum que é o de partir para uma análise mais complexa e de maior abrangência do que a inicialmente proposta. Informações suficientes para cada componente do sistema devem estar disponíveis, além de que é imprescindível estar de posse do esquema de funcionamento do sistema, áreas de interface, etc. O passo seguinte consiste na identificação das funções de interesse do sistema e as condições que levam à perda dessas funções. A falha funcional é definida como a falha de interesse mais importante, sendo comumente denominada de evento principal. Como exemplo de falha funcional podemos citar a perda de resfriamento, para um sistema de resfriamento de componentes, e a perda de energia elétrica, tratando-se de um sistema de gerador diesel de emergência. Na construção da árvore de falhas, os conceitos básicos de efeitos de falhas, modo de falhas e mecanismos de falhas são importantes na determinação do inter-relacionamento apropriado entre os eventos. Efeitos de falhas são relacionados com o porquê de uma falha particular ser de interesse, isto é, quais são seus efeitos no sistema. Modos de falha são relacionados com os aspectos das falhas de componentes. Mecanismos de falhas são relacionados, a um modo de falha particular pode ocorrer e também quais são as probabilidades correspondentes de ocorrência. NRC (1981). Os modos de falhas são característicos para cada tipo de equipamento. Por exemplo, os modos de falhas para uma bomba seriam: falha em partir ou falha durante a operação. Os mecanismos de falha associados poderiam ser falha mecânica (por exemplo, quebra de mancal), falha humana ou deficiência de projeto entre outros. Outros componentes principais a serem considerados são: • válvulas: falha em abrir, falha em fechar, falha em modular; • instrumentos de medição: falha na medição ou oscilações na medição; • motores elétricos: falha em partir e falha durante a operação; 7 • disjuntores: falha em abrir ou falha em fechar; • Relés: falha em atuar ou mudar de estado. • Chave: falha em atuar. A análise qualitativa da árvore de falhas é realizada segundo um processo dedutivo que tenta identificar todas as causas que levam ao evento topo – evento principal – oriundos das combinações dos eventos básicos ligados ao final de cada ramo da árvore. Denomina-se corte de uma árvore de falhas a um conjunto de eventos básicos cuja ocorrência implica na ocorrência do evento topo. Diz-se que o corte é mínimo quando ele não pode ser reduzido sem perder a condição de corte. Através do inter-relacionamento dos eventos básicos que compõem a árvore, associado à substituição dos parâmetros associados a estas falhas numa expressão probabilística, é possível a obtenção de uma avaliação quantitativa em relação à ocorrência do evento topo. Os principais parâmetros utilizados nas literaturas consultadas são: a taxa de falha, probabilidade de falha, confiabilidade ou disponibilidade LEWIS (1994). Como normalmente na construção das árvores de falhas considera-se um grande número de portões lógicos e de eventos básicos, são utilizados programas de computador para o cálculo da probabilidade de ocorrência do evento topo ou evento principal. Os procedimentos para construção de uma árvore de falhas resumem-se em: • Conhecer profundamente o sistema em análise; • Definir claramente o evento indesejável (evento topo ou principal); • Relacionar detalhadamente as informações necessárias para a avaliação quantitativa sobre o sistema em estudo, assim como seus componentes; • Desenvolver a árvore de falhas, dispondo graficamente os caminhos (ramos) que podem levar à ocorrência do evento topo através de portões lógicos (E, OU, NÃO, etc.); • Estabelecer a análise da árvore de falhas como base nos dados de falha existentes e pertinentes ao evento básico. O nível de resolução da árvore deve levar em conta a disponibilidade de dados básicos, limitando-se desta forma, o detalhamento da análise. 8 Pronta a árvore de falha procura-se realizar uma análise qualitativa da mesma, buscando identificar as principais seqüências de eventos que conduzem ao evento topo, bem como uma indicação dos pontos críticos do sistema DROGUETT (2003). Como etapas desta análise temos: • A obtenção dos caminhos mínimos, onde um caminho mínimo é o conjunto mínimo de eventos cuja ocorrência simultânea acarreta o funcionamento do sistema; • A obtenção dos cortes mínimos, definido como: o conjunto mínimo de eventos cuja ocorrência simultânea acarreta o evento principal; • Estudo das possíveis causas de falhas de modo comum: resultado de um ou mais eventos que, devido à existência de dependência, causam uma coincidência de estados de falha de componentes em dois ou mais canais redundantes de um sistema, conduzindo o mesmo a falhar em realizar suas funções . 2.3 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE ÁRVORES DE FALHAS A técnica dedutível considerada mais importante para análise de sistemas é a árvore de falhas AMENDOLA (1988). Algumas vantagens na utilização da análise por árvore de falhas: • Permite o conhecimento completo e detalhado do sistema; • Aponta aspectos importantes do sistema relativo às falhas de interesse (evento principal) • Possibilita a análise qualitativa e quantitativa do sistema; • Facilita o entendimento e tratamento de sistemas complexos através de representação gráfica das árvores. • Documenta formalmente os aspectos relacionados à operação e falha do sistema. 9 2.4 DESVANTAGEM NA UTILIZAÇÃO DE ÁRVORE DE FALHAS Segundo Ramakumar RAMAKUMAR (1993) as desvantagens encontradas na utilização da análise por árvores de falhas resume-se em: • Pode ser uma técnica dispendiosa e demorada quando se trata de sistemas muito complexos; • A natureza binária dos eventos não considera estados intermediários de falhas; Adicionalmente, foi verificada que a disponibilidade, precisão / qualidade dos parâmetros utilizados na avaliação quantitativa, nem sempre são de fácil obtenção. 2.5 SIMBOLOGIA DAS ÁRVORES DE FALHAS Os símbolos gráficos utilizados na construção das árvores de falhas estão divididos basicamente em duas categorias AMENDOLA (1988): • Símbolos lógicos – utilizados para conectar os eventos que contribuem para ocorrência do evento principal pré-estabelecido, relacionando as entradas da porta lógica ao seu evento de saída. • Símbolos de eventos – utilizados para identificar um evento básico ou a conexão entre os ramos da árvore de falhas. A seguir, apresenta-se uma tabela 2.1 com os principais símbolos utilizados em uma árvore de falhas e sua respectiva descrição: 10 Tabela 2.1 Símbolos Utilizados em Árvore de Falhas Símbolo + • N/M Descrição Evento que resulta da combinação lógica de outros eventos e geralmente corresponde à saída de um portão lógico, podendo ser um evento topo ou intermediário. Evento Incompleto: é um evento que não é desenvolvido pois, ou não há informação suficiente (dados), ou porque o mesmo é considerado pouco relevante (conseqüências mínimas) por parte do analista. OU:um portão lógico no qual um evento de saída ocorre se pelo menos um dos eventos de entrada ocorre. Em álgebra booleana, a saída deste portão corresponde à operação de união dos eventos de entrada. E:portão lógico no qual um evento de saída (resultante) somente ocorre, se todos os eventos de entrada ocorrem. Em álgebra booleana, a saída deste portão corresponde à operação de interseção dos eventos de entrada. Transferência De/Para: indica que a árvore é desenvolvida posteriormente (em outra página) na ocorrência do portão de "transferência para". Portão lógico no qual o evento de saída pode pelo menos ser n dos m apresentados. 11 3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUA GELADA QKA Para a descrição do sistema QKA foi utilizado o Relatório Final de Análise de Segurança - Angra 2 (RFAS) FURNAS (2001a), assim como também a apostila do curso de formação de operadores licenciáveis FURNAS (2001b). 3.1 FUNÇÕES DO SISTEMA As funções do sistema QKA podem ser divididas em dois tipos: funções operacionais, ou seja, funções necessárias para a operação normal da usina e funções relacionadas com a segurança, ou seja, funções consideradas nas bases de projeto durante a ocorrência de um acidente. O Sistema de Água Gelada (QKA) tem a função de fornecer água gelada (temperatura entre 6oC a 12oC) aos diversos sistemas de ventilação dos edifícios das áreas de acesso controlado e convencional, mantendo a temperatura do ar de ventilação adequada. Através deste sistema é removido o calor liberado pelos equipamentos instalados em diferentes salas dos edifícios e/ou resultante da temperatura externa. O sistema também é responsável pelo resfriamento e ventilação das áreas que possuem controles relacionados com segurança, I&C, cabos de força e equipamentos elétricos. 3.1.2 • Galerias de cabos do Edifício Turbo-Gerador (UMA); • Edifício do Sistema de Tratamento de Biocida (UPQ). FUNÇÕES RELACIONADAS COM A SEGURANÇA o Geração e distribuição de água gelada para os resfriadores de ar das seguintes instalações de segurança: • Galerias de cabos da Câmara do Edifício do reator (UJB); • Edifício do Controle (UBA); • Edifício dos Geradores de Emergência e Água gelada (UBP); • Edifício de Alimentação de Emergência (ULB); • Compartimento de Válvulas de vapor Principal e Água de alimentação (UJE). 3.2 3.2.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA CRITÉRIOS DE PROJETO 3.2.1.1 Dados do Sistema Para o projeto do Sistema de Água Gelada (QKA), os seguintes dados dos consumidores de água gelada são considerados: • Capacidade de projeto do consumidor; • Temperatura de projeto da água necessária (entrada e saída); • Modo de operação necessário: suprimento elétrico normal e/ou suprimento elétrico de emergência; • Dados técnicos dos resfriadores com relação à água, tais como: pressão de projeto, temperatura de projeto e perda de pressão. Estes dados estão disponíveis na tabela 9.2.28 e 9.2.29 do RFAS FURNAS (2001a). Os dados de interesse para o presente trabalho essão transcritos abaixo, nas tabelas 3.1 e 3.2: 13 Tabela 3.1 Parâmetros Consumidores para Operação Normal Operação Normal Consumidores classificados como não segurança 8.416,5 KW Consumidores do Sistema de Suprimento de Água Gelada 375,0 KW para Processamento de Rejeitos Gasosos (KJM) Consumidores classificados como segurança 3.309,0 KW subtotal 12.100,5 KW Bombas do sistema de água gelada 703,8 KW Perdas em tabulações, válvulas e piscinas (aprox. 5%) 605,0 KW total 13.409,3 KW Durante operação normal, 5.559 KW de cada máquina de refrigeração devem ser dissipados pelo Sistema de Água de Refrigeração de Circuito Fechado de segurança (PIB). Tabela 3.2 Parâmetros Consumidores para Operação de Suprimento de Emergência Operação em Suprimento Elétrico de Emergência Consumidores do Sistema de Suprimento de Água Gelada 375,0 KW para Processamento de Rejeitos Gasosos (KJM) Consumidores classificados como segurança 3.340,0 KW subtotal 3.715,0 KW Bombas do sistema de água gelada 316,2 KW Perdas em tabulações, válvulas e piscinas (aprox. 5%) 185,8 KW total 4.217,0 KW A diferença entre o calor a ser removido dos consumidores das Redundâncias I a IV resulta do fato de que os quatros resfriadores KLB 31/32/33/34 BC002 nas galerias de cabos do Sistema de Ventilação do Annulus (UJB), operam com diferentes capacidades, dependendo do modo de operação da planta. Durante a operação normal da planta, eles 14 funcionam juntos com os quatros resfriadores KLB 31/32/33/34 BC001 (Red. 0) e assim eles trocam menos calor. 3.2.1.2 Requisitos de Segurança O Sistema de Água Gelada fornece água gelada para os consumidores que possuem funções relacionadas com a segurança. Portanto, está projetado de modo que ele permaneça completamente operável sob condições de terremoto. 3.2.2 PROJETO DO SISTEMA O Sistema de Água Gelada é dividido em 4 (quatro) unidades de refrigeração de água gelada e seis circuitos de suprimento / distribuição de água gelada, como mostra a figura 3.1. Fig. 3.1 – Diagrama do Sistema QKA 15 Cada unidade de refrigeração de água gelada é composta de: • Uma máquina de refrigeração (QKA 01/02/03/04 AN001); • Uma piscina individual; Existe uma piscina comum interligada com as quatro unidades individuais de refrigeração. A razão para usar quatro unidades de refrigeração é preservar o conceito de redundância, isto é, somente duas unidades de refrigeração é suficiente para garantir a temperatura em 6oC, o que permite um desligamento seguro da usina (4 x 50%). Na unidade de refrigeração, a máquina de refrigeração está conectada a duas piscinas de água gelada, à piscina individual (QKA 12/22/32/42 BB001) e à piscina comum (QKA 63 BB001), por meio de uma válvula de três vias (QKA 10/20/30/40 AA005). O conceito de piscina permite, através da armazenagem, um fornecimento contínuo e seguro de água gelada para os consumidores no caso de falha da máquina de refrigeração e subseqüente acionamento da máquina de refrigeração reserva até a operação normal (ou operação de emergência) ter sido restabelecida. A altura das paredes que separam cada piscina individual é menor do que a das paredes que as separam da piscina comum, então no caso de transbordamento em uma das piscinas individuais, o nível de água é primeiro igualado em todas as quatro piscinas individuais antes da água fluir para dentro da piscina comum. De cada piscina individual, utilizando-se as bombas de recirculação de água gelada (QKA 10/20/30/40 AP001), a água circula através da máquina de refrigeração correspondente, para a piscina comum ou retorna para a piscina individual, via válvulas de três vias, dependendo do modo de operação. A água gelada é suprida pelas bombas de água gelada (QKA 11/21/31/41 AP001, QKA 50/51/53 AP001 e QK A60/61 AP001) para os diferentes consumidores através dos circuitos de suprimento, que são divididos em seis circuitos (loops) ou unidades de distribuição: 1 a 4 –fornecer água gelada para os consumidores redundantes correspondendo às Red. I a IV, suprida pelas bombas QKA 11/21/31/41 AP001, respectivamente. (modo normal e emergência). 16 5 –fornecer água gelada para o sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos (KJM), suprida pelas bombas QKA 60/61 AP001. Redundância de 2 x 100% uma das bombas permanece em prontidão para o caso de falha da outra. (modo normal e emergência). 6 – fornecer água gelada para os consumidores da Red. 0, suprida pelas bombas QKA 50/51/53 AP001. Redundância de 3 x 50% - uma das bombas em prontidão para caso de falha de uma das que estão em operação. (somente modo normal). As linhas de sucção das bombas das Red. I a IV estão conectadas também à piscina individual correspondente, através da válvula de três vias QKA 11/21/31/41 AA003 para permitir a operação com a piscina individual durante a operação no modo de emergência. Após a passagem pelos consumidores, a água, aquecida, retorna para as quatro piscinas individuais, via tubulações de retorno, que são equipadas com uma válvula de fechamento rápido para impedir o esvaziamento do sistema e o transbordamento da piscina, caso a bomba da respectiva redundância falhe. 3.2.3 CONEXÕES COM OUTROS SISTEMAS O Sistema de Água Gelada tem como interface os seguintes sistemas: GHC: A alimentação do Sistema de Água Gelada é realizada pelo Sistema de Suprimento de Água Desmineralizada (GHC); QCA: A dosagem com hidrazina inibidora é realizada através de uma conexão do Sistema de Dosagem de Hidrazina (QCA) na piscina comum de água gelada. PJB: A Remoção do calor liberado pelo condensador das máquinas de refrigeração é efetuada através do Sistema de Refrigeração do Circuito Fechado de Segurança (PJB), que está conectado a todos os quatros condensadores das máquinas de refrigeração. QJB: Para manter a pressão, positiva, de aproximadamente 30 a 40 mbar nas piscinas, uma fonte de nitrogênio é provida pelo Sistema de Suprimento e Distribuição de Nitrogênio (QJB), que é conectado à piscina comum de água gelada. 17 GMD: Todos os drenos da Estação Central de Água Gelada são conectados ao Sistema de Coleta e drenagem do Edifício dos Geradores de Emergência e Água Gelada (GMD). 3.2.4 ARRANJO DOS COMPONENTES A estação Central de Água Gelada está localizada no Edifício dos Geradores de Emergência e Água Gelada (UBP). As bombas estão instaladas abaixo do nível do edifício, ao lado da piscina individual à qual estão integradas. As máquinas de refrigeração, por sua vez, são instaladas em um nível acima das piscinas. O sistema consiste dos seguintes equipamentos: Quatro máquinas de refrigeração (QKA 01/02/03/04 AN001); Uma piscina comum de água gelada (QKA 63 BB01); Quatro piscinas individuais de água gelada (QKA 12/22/32/42 BB01); Quatro bombas de circulação de água gelada com circuitos entre as piscinas e as máquinas de refrigeração (QKA 10/20/30/40 AP001); Três bombas de água gelada para Red. 0 com tubulações de suprimento e retorno para o circuito de água gelada (QKA 50/51/53 AP001) (um loop); Quatro bombas de água gelada para Red. I a IV com tubulações de suprimento e retorno para o circuito de água gelada (QKA 11/21/31/41 AP001) (quatro loops); Duas bombas de água gelada para o sistema KJM com tubulações de suprimento e retorno para o circuito de água gelada (QKA 60/61 AP001) (um loop); A disposição do Sistema de Suprimento de Água Gelada no interior dos edifícios é determinada pela localização dos diferentes consumidores. Nos pontos mais altos dos compartimentos das válvulas de água de alimentação e de vapor principal estão instalados os tanques de compensação (QKM 11/21/31/41 BB01) para os circuitos de suprimentos de água gelada das Red. I a IV. No ponto mais alto da Estrutura interna do Edifício do Reator (UJA) e do Edifício Auxiliar do Reator (UKA) estão instalados os tanques de compensação QKJ 90 BB001 para 18 Red. 0 e QKK 01BB001 para o sistema KJM - Sistema de Suprimento de Água Gelada para Processamento de Rejeitos Gasosos. O objetivo dos tanques de compensação é compensar o esvaziamento do circuito de Suprimento de Água Gelada durante o tempo de fechamento das válvulas de fechamento rápido, QKA 11/21/31/41 AA007 para Red. I a IV, válvulas QKA 52 AA001 para Red. 0 e QKA 62 AA01 para o sistema KJM, que é de aproximadamente 12s, instaladas nas linhas de retorno dos consumidores para as piscinas. 3.2.5 DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES Máquinas de Refrigeração As máquinas evaporam o refrigerante no evaporador onde absorve o calor do circuito de água gelada. O gás é comprimido, entra no condensador onde é rejeitado o calor para o Sistema de Resfriamento (PJB) e então é condensado. Do Condensador o refrigerante líquido retorna para o evaporador. Bombas As bombas de circulação são projetadas para suprir a máxima necessidade de vazão do sistema. As bombas de prontidão da redundância 0 e do sistema KJM são ligadas automaticamente em caso de falha da bomba em operação. Tanques de Compensação Os tanques de compensação permitem: Alterar o volume de água gelada devido a mudanças da temperatura média; Manter o nível de água nas linhas de retorno, quando houver falha da bomba de circulação de água para redundância, até o completo fechamento da válvula de retorno de linha. Válvulas e Tubulações Para evitar a corrosão no sistema, utiliza-se água desmineralizada com adição de hidrazina. Todas as carcaças são soldadas ou flangeadas e todas as tubulações são de aço carbono com conexões e juntas soldadas ou flangeadas. 19 Alguns resfriadores possuem válvulas para controlar a temperatura do ar pela vazão de água gelada através do resfriador. Piscinas As piscinas são feitas de concreto à prova de terremoto e são revestidas de borracha. Elas são hermeticamente seladas e estão sobre uma pequena pressão de aproximadamente 30 a 40 mbar que é mantida utilizando-se nitrogênio. A pressão de projeto é de 100 mbar, e a drenagem de água excedente, assim como a limitação da pressão na piscina, é feita através de um tubo de equilíbrio. 3.3 3.3.1 MODOS DE OPERAÇÃO DO SISTEMA OPERAÇÃO DO SISTEMA NAS DIFERENTES CONDIÇÕES DA USINA A operação do Sistema de Água Gelada não depende das condições da operação da usina, partida, operação em potência ou desligamento. Os principais consumidores do sistema são os resfriadores do sistema de ventilação, portanto sua operação é mais afetada pela temperatura externa. O aumento da necessidade de refrigeração, em operação sem perturbação, ocorre como resultado de temperaturas externas mais altas, dependendo da estação do ano. 3.3.2 OPERAÇÃO NORMAL 3.3.2.1 Operação da Estação Central de Água Gelada Durante a operação normal, a água gelada de cada piscina individual é circulada para a piscina comum pelas bombas de circulação através da máquina de refrigeração correspondente. três máquinas de refrigeração estão normalmente em operação, descarregando a água gelada por meio de bombas de circulação para a piscina comum. A quarta máquina pode ser ligada ou desligada quando necessário. Ao mesmo tempo, a bomba de circulação correspondente tem que ser ligada ou desligada. 20 As máquinas de refrigeração são controladas pela temperatura da água gelada suprida que é mantida constantemente em 6o C. Se, devido a um aumento de temperatura externa, a temperatura de descarga das três máquinas de refrigeração em operação aumentar de 6o C para 9o C, a quarta máquina de refrigeração é ligada automaticamente. Como este aumento de temperatura acontece lentamente, a 4ª máquina pode ser ligada manualmente sem afetar o funcionamento do sistema. Assim que a temperatura de descarga diminuir, é realizado o desligamento manual da quarta máquina de refrigeração. As linhas de sucção das bombas para a distribuição de água gelada para Redundância 0 (QKA 50/51/52 AP001) e para o Sistema de Suprimento de Água Gelada para Processamento de Rejeitos Gasosos (KJM) (QKA 60/61 AP001) estão conectadas somente à piscina comum, enquanto que as linhas de sucção das bombas de água geladas das Redundâncias I a IV (QKA 11/21/31/41 AP001), além de estarem conectadas à piscina comum de água gelada, estão também conectadas às piscinas individuais correspondentes. Após passar através dos consumidores, a água gelada aquecida retorna para as piscinas individuais de água gelada através de tubulações de retorno. 3.3.2.2 Operação com suprimento elétrico de emergência Durante a operação do Suprimento Elétrico de Emergência (perda da Rede de Alimentação Elétrica Normal), todos os consumidores são desligados através do sinal de Programa de cargas do Diesel enviados pelo Sistema de Proteção do Reator. As válvulas de fechamento rápido, instaladas nas linhas de retorno dos consumidores (QKA 11/21/31/41 AA 007, QKA 52 AA001 E A QKA 62 AA001) são fechadas. Posteriormente, conforme o programa de carga do diesel, os seguintes consumidores são religados e suas válvulas de retorno acionadas: Máquinas de refrigeração que estavam em operação (parte no oitavo nível de carga do diesel); Bombas de circulação de água gelada que estavam em operação; Bombas de água gelada para Redundâncias I-IV; Bomba de água gelada, que estava operando para o Processamento de Rejeitos Gasosos (KJM). 21 O suprimento de água gelada para os consumidores permanecerá sendo retirado da piscina comum. Durante a operação em suprimento elétrico de emergência os consumidores da Redundância 0, que são os maiores consumidores, serão desligados, mas o suprimento de água gelada para os consumidores das Redundâncias I a IV, assim como para o sistema KJM, é assegurado. 3.3.3 OPERAÇÃO COM DISTÚRBIO 3.3.3.1 Falha nas Bombas A falha de uma bomba de água gelada para os consumidores das Red. I a IV significa falha do suprimento de água gelada da redundância afetada. Se uma das bombas de água gelada para os consumidores da Red. 0 e para o suprimento de água gelada do Sistema KJM falhar, a respectiva bomba reserva será ligada automaticamente. 3.3.3.2 Vazamento no Sistema de Água Gelada – QKA Pontos de medição de vazão estão instalados em cada uma das seis linhas de retorno da estação de controle de água gelada. Para vazões menores que um valor mínimo, 1 (um) vazamento no sistema supõem-se as seguintes operações são indicadas automaticamente: Desligamento da bomba de água gelada do sistema relacionado, de modo a evitar a drenagem da piscina comum de água gelada; Fechamento da válvula instalada na linha de retorno do respectivo circuito, de modo a evitar o esvaziamento do sistema defeituoso para dentro das piscinas e desta maneira evitar o transbordamento das piscinas. Um alarme é também indicado na Sala de Controle. O suprimento de água gelada para os outros sistemas permanece normal. 3.3.3.3 Aumento da Temperatura da Água Gelada Se a temperatura do suprimento de água gelada exceder a 9ºC, um alarme (CAS) será acionado na Sala de Controle, e a quarta máquina de refrigeração será ligada automaticamente. 22 Se a temperatura do suprimento de água gelada permanecer acima de 9º C, os consumidores da redundância 0 serão desligados, isto acarreta em: Desligar as bombas de Água Gelada (QKA 50/51/53 AP001) Fechar a válvula de Fechamento Rápido (QKA 52 AA001) da linha de retorno dos consumidores. 3.3.3.4 Contaminação do Suprimento de Água Gelada No caso de contaminação por radioatividade do suprimento de água gelada devido à falha no Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos, esta redundância será automaticamente isolada. As bombas que correspondem ao circuito em questão serão automaticamente desligadas e as válvulas de fechamento rápido instaladas na linha de retorno serão fechadas, evitando assim a contaminação do Sistema de Água Gelada. 3.4 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS As Especificações Técnicas da usina de Angra II são o capítulo 16 do RFAS que apresenta a seguinte estrutura: • Seção 1 – Uso, Aplicações e Definições; • Seção 2 – Limites de segurança; • Seção 3 – Condições Limites de Operação (CLOs) e respectivos testes periódicos; • Seção 4 – Característica de Projeto; • Seção 5 – Controles Administrativos • Bases das Especificações Técnicas. O capítulo 15 do RFAS – Análise de Acidentes postula os vários acidentes, falhas e maus funcionamentos que podem ocorrer numa usina nuclear. As bases de projetos estabelecem os sistemas de segurança necessários para evitar ou mitigar as conseqüências de cada um destes acidentes e detalham o comportamento dos parâmetros operacionais no cenário anterior ao acidente, durante e após a entrada em operação desses sistemas. Os equipamentos desses sistemas de segurança possuem requisitos de confiabilidade e disponibilidade bastante rigorosos para garantir que sempre que forem solicitados 23 executarão a sua função de segurança. Essa garantia é demonstrada através de requisitos mínimos de operabilidade de redundâncias e da realização com sucesso dos respectivos testes periódicos. Este documento relaciona todos os equipamentos de segurança utilizados na análise de acidentes. Desta maneira são estabelecidas para cada modo de operação as capacidades mínimas e necessárias para garantir que as bases de projeto não são violadas. Os modos de operação da usina recebem a seguinte classificação: Tabela 3.3 Modos de Operação Modo 1 2 3 4 5 6 Status do Reator Em Potência Crítico Desligado Quente Desligado Frio Desligado para Recarregamento Em Carregamento O sistema QKA é contemplado nas Especificações Técnicas no item 16.3.7.21. As bases para as Condições Limites de Operação estão estabelecidas no item 16 B 3.7.21. Os modos de operação do sistema de Água Gelada QKA (Redundâncias 1 a 4) são especificados neste item, variando conforme o modo de operação da Usina. Nos modos 1, 2 e 3, a função do sistema é garantir condições para o desligamento seguro da usina. Esse objetivo requer que os quatro trens estejam operáveis, em conformidade com as análises de segurança realizadas para tratar dos acidentes postulados. Nos modos 4, 5 e 6,a função do sistema é necessária para garantir as condições ambientais para os sistemas envolvidos na remoção de calor residual, no resfriamento da piscina de combustível usado e manter as condições mínimas ambientais na sala de controle. Caso aconteça uma perda no sistema QKA, os procedimentos apresentados na tabela 3.4 serão necessários: 24 Tabela 3.4 Relação Modo de Operação com Falhas e Conseqüências Falhas Ação Requerida Modo de Operação da Usina Modo 1,2 ou 3 Modo 1,2 ou 3 1 trem do sistema Restaurar em 14 dias 2 trens do sistema Restaurar em 24 horas Modo 4,5 ou 6 2 trens do sistema Restaurar em 24 horas Conseqüência caso ação requerida não atendida ---Levar usina para: • modo 2 em 6 horas • modo 4 dentro de 12 horas Suspender alterações no núcleo. Se em modo 6, suspender movimentação combustíveis irradiados. Numa situação onde haja um aumento da temperatura externa, pode também haver um aumento na temperatura da água do QKA. Caso esta chegue a 9º C, uma outra máquina deverá ser ligada para que a temperatura da água diminua. Levando-se em conta essa necessidade, será considerada falha do sistema a perda de três trens, pois o aumento da temperatura nessa situação afeta diretamente a confiabilidade de um desligamento seguro da usina, mitigando a confiabilidade do sistema. A figura 3.2 mostra o esquema das quatro redundâncias do sistema, tendo duas de prontidão. Fig. 3.2 Arranjos das Redundâncias 25 4 4.1 MODELAGEM DO SISTEMA QKA DEFINIÇÃO DE LIMITES DO SISTEMA Numa usina nuclear são identificados todos os sistemas importantes para a segurança da instalação, bem como os relacionados diretamente com a capacidade de produção da planta. Quanto à função de segurança, a partir de uma combinação dos princípios estabelecidos em NUREG/CR-5695 NRC (1991) e NUMARC-93-03 NUMARC (1993), foram consideradas as seguintes classificações: Sistemas Relacionados com a Segurança (RS) São os que devem permanecer operáveis durante e após um evento de base de projeto, para garantir a: o Integridade dos limites de pressão do sistema primário; o Capacidade de desligar o reator e mantê-lo nessa condição com segurança, ou; o Capacidade de impedir ou mitigar as conseqüências de um acidente, que poderia resultar em exposição externa acima dos limites estabelecidos pela CNEN, em sua norma de diretrizes básicas de radioproteção, NN 3.01 CNEN (2004), comparável aos limites estabelecidos na normativa americana, 10 CFR 100 CFR (1995). Sistemas Não Relacionados com a segurança (NR) utilizados em Procedimentos de Emergência. Esses sistemas são considerados importantes, pois adicionam um valor significativo a uma função de mitigação de um procedimento de emergência, considerando que atuam de forma integral ou parcial, para mitigar um dano ao núcleo ou liberação de radioatividade. Sistemas Não Relacionados com a segurança (NR), cuja falha poderia impedir um sistema relacionado co12 0 0 12 293.18e922 147.1784 Tm(a m seguranj12 0 0 12 279.28 22147.1784 Tm Sistemas NR, cuja falha possa afetar ou reduzir a capacidade de produção da usina. As especificações técnicas de uma usina nuclear, em geral, incorporam a sistemática e requisitos adotados nas especificações técnicas padrão, adotadas pela NRC. Deste modo, consideram-se os requisitos desta última, na análise das condições limites de operação (CLO). As Condições Limites de Operação (CLO) especificam as exigências mínimas necessárias à operação segura da unidade. As ações associadas com uma Condição Limite de Operação descrevem os modos pelos quais, as exigências desta podem falhar, serem conhecidas. No Sistema de Água Gelada, classificado como NR, a CLO especifica a operabilidade dos quatros trens do Sistema, Redundância I, II, III e IV, sendo as demais redundâncias, Redundância 0 e Redundância KJM, não relacionadas com a segurança da Usina. A partir deste fato pode-se definir como limite do sistema os equipamentos das redundâncias I, II, III e IV, estando fora desse limite as redundâncias 0 e KJM. 4.2 MODELO DO SISTEMA QKA Um modelo, tratando-se de uma avaliação de confiabilidade, é uma visão simplificada de um sistema, onde se procura buscar ao máximo a realidade do mesmo, contendo detalhes relevantes, fornecendo dentro de uma tolerância aceitável, diagnósticos precisos, além de refletir a relação funcional entre os componentes do sistema RAMAKUMAR (1993). Considerando os limites do sistema, pode-se simplificar seu esquema, de maneira a facilitar seu entendimento, e identificar os pontos críticos para uma análise de confiabilidade. Para este estudo serão considerados dois modelos do sistema QKA: um modelo que está de acordo com as especificações técnicas e um outro utilizado como estudo de um possível ganho de confiabilidade no sistema. 27 4.2.1 MODELO A PARTIR DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Os componentes do sistema de água gelada, estão distribuídos entre as suas 4 redundâncias, compostas de dois grupos de equipamentos que operam de forma independentes, isto é, a falha de um dos grupos não afeta o funcionamento do outro. Para facilidade de entendimento da operação do sistema, os grupo serão citados como Unidade de Refrigeração e Unidade de Distribuição. Com base na figura 4.1, podemos listar os principais componentes de uma redundância, utilizados nas funções desse sistema, conforme apresentado na tabela 4.1. Fig. 4.1- Diagrama Simplificado do Sistema QKA 28 Tabela 4.1 Legenda dos componentes do QKA Legenda: Grupo Componente Bombas de Circulação da Estação Central de Água Gelada Máquinas de Refrigeração Unidade de Refrigeração Válvula de três vias da linha de retorno de água gelada Piscinas Individuais de Água Gelada Piscina Comum de Água Gelada Válvula de três vias da linha de sucção de água gelada das redundâncias I a IV Legenda 1 Identificação QKA 10/20/30/40 – AP001 2 QKA 01/02/03/04 – AN001 QKA 10/20/30/40 – AA005 QKA 12/22/32/42 – BB001 QKA 63 – BB001 3 4 5 6 QKA 11/21/31/41 – AA003 7 Bombas de Distribuição de Água Gelada para Unidade de Distribuição Redundâncias I a IV Consumidores de calor das 8 redundâncias I a IV 9 Válvulas, de fechamento rápido, instaladas nas linhas de retorno das redundâncias I a IV QKA 11/21/32/42 – AP001 QKA 11/21/31/41 – AA007 Para o cálculo da confiabilidade do sistema, será necessária a identificação da taxa de falha de cada componente, assim como seu respectivo modo de falha, como será citado adianteAMENDOLA (1988). As piscinas de água gelada, tanto as individuais de cada redundância, como a piscina comum, são feitas de concreto à prova de terremotos e revestidas de borracha. Com 29 base nessa estrutura pode-se considerar que as taxas de falhas desses componentes são muito pequenas em relação aos demais, e será considerada para efeito de cálculos da confiabilidade uma taxa de falha igual a zero. As especificações técnicas no modo de emergência definem que a operação deve utilizar somente as piscinas individuais, não operando com a piscina comum. A partir desse fato, podemos considerar que cada um dos circuitos de refrigeração está acoplado a um circuito de distribuição de água gelada. Nesse modo de operação, a piscina individual é a fonte única de suprimento para cada uma das quatro redundâncias. A partir dessas considerações o modelo do sistema para as quatro redundâncias, torna-se simplificado como na figura 4.2 e conforme a tabela 4.2. Fig. 4.2 – Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA 30 Tabela 4.2 – Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA Legenda 1 2 3 4 6 7 8 9 Componente Bombas de Circulação da Estação Central de Água Gelada Máquinas de Refrigeração Válvula de três vias da linha de retorno de água gelada Piscinas Individuais de Água Gelada Válvula de três vias da linha de sucção de água gelada das redundâncias I a IV Bombas de Distribuição de Água Gelada para Redundâncias I a IV Consumidores de calor das redundâncias I a IV Válvulas, de fechamento rápido, instaladas nas linhas de retorno das redundâncias I a IV Identificação QKA 10/20/30/40 – AP001 QKA 01/02/03/04 – AN001 QKA 10/20/30/40 – AA005 QKA 12/22/32/42 – BB001 QKA 11/21/31/41 – AA003 QKA 11/21/32/42 – AP001 QKA 11/21/31/41 – AA007 No caso de ocorrer uma perda de água inaceitável, devido a vazamentos ou rupturas de tubulações, um sensor de nível da piscina comum irá automaticamente enviar um sinal para desligamento da bomba de distribuição onde se encontra o vazamento FURNAS (2001a). Como a piscina comum se encontra em um nível mais baixo que os consumidores das redundâncias, pode ser mantida a operação com esta piscina. 4.2.2 MODELO ALTERNATIVO UTILIZANDO A PISCINA COMUM O modelo a seguir utiliza a hipótese da piscina comum ser utilizada como recurso do sistema no modo de operação de emergência. Esta hipótese vem criar uma independência no funcionamento das Unidades de Refrigeração e das Unidades de Distribuição. O objetivo da piscina comum é permitir, através da armazenagem, um fornecimento contínuo e seguro de água gelada para os equipamentos da Unidade de Distribuição, isolando-os dos equipamentos da Unidade de Refrigeração. 31 Esse esquema é encontrado no QKA, quando em operação normal da usina. Qualquer Unidade de Distribuição pode estar em operação, independente de qual Unidade de Refrigeração esteja funcionando. Considerando-se então a piscina comum como parte do sistema para operação no modo de emergência, o modelo torna-se simplificado como na figura 4.3 legendada na tabela 4.3. Fig. 4.3 – Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA, utilizando a Piscina Comum como recurso de segurança. Tabela 4.3 –Simplificação das Redundâncias do Sistema QKA, utilizando a Piscina Comum como recurso de segurança. Legenda 1 2 3 4 6 7 8 9 Componente Bombas de Circulação da Estação Central de Água Gelada Máquinas de Refrigeração Válvula de três vias da linha de retorno de água gelada Piscina Comum de Água Gelada Válvula de três vias da linha de sucção de água gelada das redundâncias I a IV Bombas de Distribuição de Água Gelada para Redundâncias I a IV Consumidores de calor das redundâncias I a IV Válvulas, de fechamento rápido, instaladas nas linhas de retorno das redundâncias I a IV 32 Identificação QKA 10/20/30/40 – AP001 QKA 01/02/03/04 – AN001 QKA 10/20/30/40 – AA005 QKA 63 – BB01 QKA 11/21/31/41 – AA003 QKA 11/21/32/42 – AP001 ____ QKA 11/21/31/41 – AA007 5 5.1 CÁLCULO DA CONFIABILIDADE CONFIABILIDADE DE UM SISTEMA O conceito de confiabilidade R(t) de um sistema significa a habilidade desse de cumprir o que foi requerido em projeto, isto é, a probabilidade de que o mesmo cumpra com seu objetivo por um período de tempo especificado [0,t] e sob condições especificadas LEWIS (1994). Essa definição é puramente quantitativa, o que implica na necessidade de aplicação de métodos de medição da confiabilidade. Pode-se pensar que o aumento da confiabilidade de um sistema minimiza seus custos, porém manter uma probabilidade alta de funcionamento do mesmo pode requerer gastos significativos LEWIS (1994). Outra razão para uma definição quantitativa de confiabilidade é que para diferentes aplicações são aceitáveis diferentes valores de confiabilidade. Servem como exemplos os aparelhos de som, televisores e eletrodomésticos, em que, na sua grande maioria, não há uma preocupação com altas taxas de falhas, mas em casos onde existe o risco de agressão ao meio ambiente e risco à vida humana, à probabilidade de falha dever tender a 0 (zero) LEWIS (1994). As indústrias nucleares, que se classificam como um processo de risco, são exemplos onde as taxas de falhas devem permanecer em torno de 0 (zero). Para medir a confiabilidade de um sistema, alguns pontos devem ser esclarecidos: Deve-se definir claramente a função de projeto do sistema, isto é, em quais circunstâncias esse pode operar e quais os objetivos que deve atender. Podemos ter, por exemplo, uma bateria de automóvel que produz a quantidade de carga especificada em projeto, porém sua durabilidade não atende ao consumidor. Levar em consideração não só a confiabilidade de cada equipamento do sistema, mas também as relações entre esses componentes. Um equipamento está falho quando ele não realiza as funções previstas em projeto. Um motor elétrico pode operar, mas superaquecer; um amplificador pode não operar 33 com o ganho, ou clareza; um piano produz som em suas teclas, porém, pode não estar afinado, ou seja, não realizar adequadamente sua função de projeto. Conseqüentemente, nós temos que definir claramente o que queremos dizer com falha. Para o cálculo da confiabilidade de um sistema, existem várias metodologias, entre elas a Análise por Árvore de falhas (FTA - Fault Tree Analysis). Este estudo utiliza esta metodologia por ser uma análise que permite saber em termos quantitativos e qualitativos a probabilidade dos eventos ocorrerem, sendo esses inter-relacionados NRC (1981). 5.2 TAXAS DE FALHAS O conceito e cálculos apresentados a seguir são definidos por AMENDOLA (1988), RAMAKUMAR (1993) e LEWIS (1994) . Sendo f(t) a função densidade de falha de uma determinada variável aleatória T, tem-se que f(t).∆t deve representar a probabilidade da falha ocorrer no intervalo de tempo [t , t + ∆t], ou seja, sendo P{t < T ≤ t + ∆t} essa probabilidade, temos: f(t) = P{t < T ≤ t + ∆t} ∆t (5.1) A função densidade de falha pode ser relacionada com a função confiabilidade através das seguintes equações: f(t) = − d R(t) dt (5.2) t R(t) = 1 − ∫ f(t' )dt' 0 (5.3) 34 A distribuição de falhas acumulada F(t) é a probabilidade de que uma falha ocorra em um tempo menor que t, ou seja, P{T ≤ t}. Caso o início da contagem de tempo seja t = 0, a probabilidade da falha ocorre no intervalo [0 , t]. F(t) = P{T ≤ t} (5.4) A função de distribuição acumulada relaciona-se tanto com a função densidade de probabilidade quanto com a função confiabilidade. R(t) = 1 − F(t) (5.5) t F(t) = ∫ f(t' )dt' 0 (5.6) A taxa de falha l(t) é uma das funções mais usadas na avaliação da confiabilidade, de modo geral, a taxa de falha é uma medida da taxa à qual as falhas ocorrem e pode ser descrita como o limite, se existir, da razão entre a probabilidade condicional de que a falha ocorra em um determinado intervalo de tempo [t , t + ∆t], dado que não tenha ocorrido antes de t, e o próprio intervalo de tempo ∆t, quando ∆t → 0. Ou seja: P{T < t + ∆t | T > t} ∆t → 0 ∆t λ(t) = lim (5.7) A taxa de falha pode ser relacionada com f(t) e R(t) da seguinte forma: λ(t) = f(t) R(t) (5.8) 35 λ(t) = − 1 d . R(t) R(t) dt (5.9) t f(t) = λ(t).exp(− ∫ λ(t' )dt') 0 (5.10) Um dos principais parâmetros para o estudo da confiabilidade e da disponibilidade é o tempo médio para falhar (MTTF). Ele é justamente o valor esperado para o tempo de falha t. Então integrando por partes obtemos: ∞ ∞ 0 0 MTTF = ∫ tf (t )dt = ∫ R (t )dt (5.11) Fig. 5.1Taxa de falha típica ao longo do ano Examinando a taxa de falha para vários componentes, nota-se que o gráfico forma uma curva com formato de uma banheira, com 3 regiões distintas, como mostrado na figura 5.2-1. A primeira região é chamada de região de amaciamento ou mortalidade infantil. Durante esse período, muitos ajustes são necessários, obtendo-se assim a segunda região, chamada de período de vida útil. Nessa região de funcionamento, pode-se trabalhar como se a taxa de falha fosse constante. A terceira região corresponde ao envelhecimento. A taxa de falha cresce rapidamente com o tempo. Então a taxa de falha constante é aplicável para componentes durante seu período de vida útil, fazendo-se l(t) = l. 36 f(t) = l exp(-lt) (5.12) MTTF = 1/l (5.13) 5.3 DISPONIBILIDADE DE UM SISTEMA O conceito de disponibilidade A(t) de um sistema significa a probabilidade desse estar em condições de realizar sua função, sob determinadas condições, em um instante t. A confiabilidade difere da disponibilidade porque a primeira requer a continuidade de operação do equipamento em todo intervalo [0,t] LEWIS (1994). Um componente pode contribuir para a disponibilidade mas não para a confiabilidade. Se este falhar e for reparado antes do tempo t, ele estará operando no tempo t. Então, pode-se deduzir que a disponibilidade é maior ou igual à confiabilidade KUMAMOTO (1996). A(t) ≥ ≥ R(t) (5.14) A igualdade da confiabilidade e da disponibilidade dá-se para equipamentos não reparáveis. Quando há indisponibilidade do componente, diz-se que há uma indisponibilidade Q(t), ou seja, a probabilidade de um equipamento falha em um instante t, A(t) + Q(t) = 1 (5.15) No cálculo da disponibilidade leva-se em conta a taxa de reparo m(t) do equipamento. Assumindo-se que a distribuição do tempo para reparo pode ser caracterizada por uma constante LEWIS (1994), 37 m(t) = m (5.16) e considerando-se que a taxa de falha l(t) de um equipamento é muito menor que a taxa de reparo m(t) , é freqüente o uso da aproximação A(t) ≈ 1 - l / m, para t = ∞. (5.17) Essa aproximação, assim como as deduções acima, podem ser obtidas LEWIS (1994). 5.4 5.4.1 ÁRVORE DE FALHAS DO SISTEMA QKA LEVANTAMENTO DAS TAXA DE FALHAS DO SISTEMA DE ÁGUA GELADA – QKA 5.4.1.1 Identificação de componentes críticos Devido à indisponibilidade de taxas de falhas específicas para os componentes do sistema, foi feita uma pesquisa buscando encontrar equipamentos similares e, conseqüentemente, taxas de falhas similares. Para a Máquina de Refrigeração, houve a necessidade de visitas à Usina de Angra II, a fim de um levantamento em campo das falhas desse equipamento. Para os demais equipamentos, no levantamento das taxas de falhas, foram utilizados os documentos técnicos da Agência Internacional de Energia Nuclear (IAEA) de número TECDOC 508 IAEA (1989) e de número TECDOC 478 IAEA (1988), além do Informal Report, Eide /Chmielewski / Swantz EIDE STEVEN (1991). Ambos os documentos apresentam as taxas ou as probabilidades de falhas de componentes, que aparecem geralmente nos estudos preliminares de segurança de sistemas nucleares. 38 As informações apresentadas nos documentos técnicos da IAEA são resultados da compilação do Banco de Dados de Componentes de Confiabilidade da IAEA, publicado no IAEA-TECDOC-478 e IAEA-TECDOC-508. Esse banco de dados contém mais de 1000 registros de 420 componentes, categorizados em 100 grupos, originados de 21 documentos de referências. Para cada registro é levado em consideração: o tipo de componente, o modo de falha, o modo de operação e o ambiente em que se encontra o componente na medição da taxa de falha. Essas informações são apresentadas de modo claro, utilizando gráficos e informando as diferentes origens dos dados. A categoria dos componentes apresentados neste documento corresponde àqueles encontrados nas principais referências. São elas: Bomba com motor Diesel Bomba com motor Elétrico Turbo Bomba Válvulas operadas a Ar Válvulas Motorizadas Válvulas Solenóide Válvulas Manuais Válvulas de Alívio Válvulas de Segurança Geradores Diesel Baterias Carregadores de Baterias Barramentos Motores Inversores Retificadores Transformadores Relé Chave de Atuação Transmissores 39 Dessas categorias apresentadas serão utilizadas, na modelagem da confiabilidade do sistema de água gelada, as categorias: Bomba com motor Elétrico Válvulas Motorizadas Transformadores Uma característica importante na taxa de falha é o momento em que esta falha ocorre. Esse momento, conhecido como modo de falha, pode ser classificado como: Tabela 5.1 Modos de falhas Nomenclatura Modo da Falha • Ao ser demandado------------------------falha em partir • Ao longo da sua operação ---------------falha em operar • Ao mudar de posição---------------------falha em mudar de posição • Ao permanecer na posição --------------falha em permanecer na posição • Ao abrir ------------------------------------falha em abrir • Ao fechar ----------------------------------falha em fechar Outro fator considerado nos TECDOCs, que influencia diretamente a taxa de falha é o modo de operação de um equipamento. Os equipamentos podem estar nos modos de operação, de prontidão, alternando de operação para prontidão ou até mesmo em estados não identificados. Para facilitar a referência a um estado, ou modo de operação, considerase a seguinte nomenclatura: Tabela 5.2 Modos de Operação Estado de Operação Nomenclatura Estar em Operação Operação Estar em Prontidão Prontidão Estar alternando entre Operação e Prontidão Alternado 40 Desconhece-se o estado Não Identificado Para cada modo de falha são relacionados os possíveis estados de operação: Para falha em partir e a falha em operação, são considerados os estados de operação: “prontidão”, “alternado” e “não identificado”. Para falha em operar são considerados os estados de operação: “prontidão”, “alternado”, “operação” e “não identificado”. Para os demais modos de falhas é considerado o estado de operação “não identificado”. Como no sistema de água gelada tem-se sempre um trem em prontidão, considera-se que todos os equipamentos encontram-se em todos os estados. Assim, quando for analisada a taxa de falha de uma bomba, serão levados em consideração os seguintes modos de falha: falha em partir e falha em operar, além dos estados de operação: prontidão, alternado e não identificado. Considera-se também como normal o ambiente em que o sistema de água gelada se encontra, isto é, um ambiente isento de terremotos, ventos ou qualquer outro tipo de fenômeno da natureza, que, porventura venha a alterar as características do sistema.. As fontes das informações do documento da IAEA são divididas em três categorias: (1) Fontes de Plantas Específicas (2) Fontes Atualizadas (3) Fontes Genéricas As informações genuínas de plantas específicas são baseadas em experiências de operações de plantas individuais, ou de um grupo similar de plantas, porém coletados da mesma maneira. A categoria de fontes atualizáveis, consiste de fontes obtidas por atualização de dados genéricos, com a experiência de operação de plantas específicas, e estudos de PSA. A categoria de fontes genéricas inclui todas as fontes de dados da Agência Internacional de Energia Nuclear, como por exemplo: 41 5.4.1.2 Taxas de Falhas dos Componentes As taxas de falhas que serão consideradas no cálculo da confiabilidade do sistema serão apresentadas na tabela 5.3, assim como o modo de falha dos componentes. Como já citado, estas taxas de falhas são genéricas, considerando que não foi possível o levantamento de taxas reais para o sistema QKA. Tabela 5.3 Taxas de Falhas de Equipamentos Análogos ao Sistema QKA Equipamento Modo de Falha Taxa Mudar de Posição Permanecer na Posição Fechar Permanecer Aberta Operar Partir 1,20E-06 Origem Falhas / dia Falhas/dia 1,20E-06 TecDoc 478 7,30E-08 1,20E-07 2,00E-07 1,70E-06 1,00E-06 Falhas/dia Falhas/hr Falhas/hr Falhas/hr Falhas/dia 7,30E-08 2,88E-06 4,80E-06 4,08E-05 1,00E-06 Switches Diesel Operar Operar Operar Operar Abrir Fechar Fechar Operar 5,48E-04 4,00E-07 6,70E-07 7,10E-07 3,00E-07 3,00E-07 2,60E-07 6,00E-07 Falhas/dia Falhas/hr Falhas/hr Falhas/hr Falhas/dia Falhas/dia Falhas/hr Falhas/hr 5,48E-04 9,60E-06 1,61E-05 1,70E-05 3,00E-07 3,00E-07 6,24E-06 1,44E-05 Vazamento dos Consumidores Operar 7,00E-11 Falhas/hr 1,68E-09 TecDoc 478 Válvula 3 Vias Válvula Fechamento Rápido Bomba Centrífuga Máquina Refrigeração Medidor de Vazão Medidor de Nível Medidor de Temperatura Disjuntor 5.4.2 ANÁLISE POR ÁRVORE DE Unidade FALHAS TecDoc 478 TecDoc 478 TecDoc 478 TecDoc 478 EGG – SER - 8875 Levantamento no Campo TecDoc 478 TecDoc 478 TecDoc 478 EGG – SER - 8875 EGG – SER - 8875 TecDoc 478 TecDoc 478 CONFORME AS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Considerando as Especificações Técnicas do sistema QKA, as condições mínimas de operabilidade resumem-se em estar em operação 2 (duas) redundâncias, compostas pelos equipamentos abaixo e visualizados na tabela 5.4.2-1. (2) Bomba QKA 10/20/30/40 AP001. (1) Máquina de Refrigeração QKA 01/02/03/04 AN001. (3) Válvula de três vias QKA 10/20/30/40 AA005. (4) Piscina individual QKA 01/02/03/04 NA001. 42 (6) Válvula de três vias QKA 11/21/31/41 AA003. (7) Válvula de Fechamento Rápido QKA 11/21/31/41 AA007. (8) Bomba QKA 11/21/31/41 AP001. (9) Consumidores (Redundâncias I , II, III e IV). A partir das condições mínimas de operabilidade, conclui-se que a falha do sistema resume-se na falha de três de quatro redundâncias, conforme apresentado na tabela 5.4 e na figura 5.2. Tabela 5.4 Falha em 3 (três) Redundâncias Falha nas Redundâncias FR1 I, II, III FR2 I, II e IV FR3 I, III e IV FR4 II, III, e IV Fig. 5.2 Falha em 3 (três) Redundâncias Na representação gráfica da árvore de falhas a seguir, não serão apresentadas as taxas de falhas para facilidade de visualização. Esses valores estão especificados na tabela 5.1.4.2-1. Para facilidade de visualização e entendimento da árvore de falhas do sistema QKA, foi esquematizada apenas uma árvore de falhas para todas as 4 (quatro) redundâncias. Conseqüentemente a árvore de falhas resume-se em três gráficos: figuras 5.3, 5.4 e 5.5 • O primeiro mostra a inconfiabilidade do sistema QKA com a perda de 3 (três) redundâncias, tendo 4 (quatro) disponíveis. 43 • O segundo gráfico mostra o detalhamento de cada uma dessas redundâncias. • O terceiro gráfico vem completar o segundo, com detalhamento da unidade de distribuição. Uma falha em qualquer equipamento de uma das redundâncias, não causa nenhuma alteração na probabilidade de falha dos demais, visto que cada componente é individual no ponto de vista da probabilidade de falha. Para simplificação dos cálculos, e considerando ainda a ausência de taxas de falhas reais dos equipamentos, optou-se por não desenvolver o estudo de falhas de causa comum do sistema. 44 Perda do QKA 3/4 Perda da redundância I Perda da Redundância II Perda da Redundância III Perda da Redundância IV 3 3 3 3 Figura 5.3 Árvore de Falhas – Perda do Sistema QKA 45 3 Perda da Redundância I, II, III ou IV + Válvula Três Vias Falha + Falha em Mudar de Posição Máquina de refrigeração Falha Perda da bomba de circulação Perda da Piscina Individual Perda da Unidade de Distribuição + Falha em Permanecer na Posição Perda Energia Elétrica Falha no Sinal de Parar Falha Mecânica + Perda do Diesel 4 + Falha no Disjuntor Falha em Operar Figura 5.4 Árvore de Falhas –Perda da redundância I, II, III ou IV 46 Falha no Medidor de Temperatura Falha em Partir Falha Unidade de Distribuição 4 + Válvula Três Vias Falha Válvula de Fechamento Rápido Falha Perda da bomba de distribuição + + + Falha em Mudar de Posição Falha em Permanecer na Posição Falha em Fechar Falha em Permanecer Aberta Perda Energia Elétrica Falha no Sinal de Parar + Perda do Diesel Falha no Disjuntor Falha em Operar Falha Mecânica Falha em Desligar + + Falha em Partir Vazamento nos Consumidores Falha no Sinal de desarme • Falha Sinal de Vazão no Circuito Figura 5.5 Árvore de Falhas – Falha na Unidade de Distribuição 47 Falha Sinal do Nível nas Piscinas 5.4.3 ANÁLISE POR ÁRVORE DE FALHAS POR UM MODELO ALTERNATIVO Considerando o modelo alternativo detalhado no item 4.2.2, as condições mínimas de operabilidade resumem-se em estar em operação, 2 (duas) redundâncias da Unidade de Refrigeração e 2 (duas) redundâncias da Unidade de Distribuição. A partir das condições mínimas de operabilidade, conclui-se que a falha do sistema resume-se na falha de três unidades de refrigeração, ou na falha de três unidades de distribuição, conforme as tabelas 5.5 e 5.6, acompanhadas respectivamente das figuras 5.6 e 5.7. Tabela 5.5 Eventos para perda de Refrigeração- Modelo Alternativo Falha nas Unidades de Refrigeração FR1 I, II, III FR2 I, II e IV FR3 I, III e IV FR4 II, III, e IV Fig. 5.6 Eventos para perda de Refrigeração- Modelo Alternativo 48 Tabela 5.6 Eventos para perda de Distribuição- Modelo Alternativo Falha nas Unidades de Distribuição FD1 1, 2 e 3 FD2 1, 2 e 4 FD3 1, 3 e 4 FD4 2, 3 e 4 Fig. 5.7 Eventos para perda de Distribuição- Modelo Alternativo A partir deste modelo, uma falha em qualquer equipamento de uma Unidade de Distribuição não causa nenhuma falha na Unidade de Refrigeração e vice-versa, permanecendo o fato de que a probabilidade de falha de qualquer equipamento não altera a probabilidade de falha dos equipamentos das demais unidades, visto que cada uma delas é independente. 49 Perda do Sistema QKA + Confiabilidade da Refrigeração Confiabilidade da Distribuição 1 2 Figura 5.8 Árvore de Falhas – Modelo Alternativo - Pedra do Sistema QKA 50 Perda da Refrigeração 1 3/4 Perda da redundância I Perda da Redundância II Perda da Redundância III Perda da Redundância IV 3 3 3 3 Figura 5.9 Árvore de Falhas – Modelo Alternativo – Perda da Refrigeração 51 Perda da Distribuição 2 3/4 Perda da redundância I Perda da Redundância II Perda da Redundância III Perda da Redundância IV 4 4 4 4 Figura 5.10 Árvore de Falhas – Modelo Alternativo – Perda da Distribuição 52 Falha Unidade de Distribuição 4 + Válvula Três Vias Falha Válvula de Fechamento Rápido Falha Perda da bomba de distribuição + + + Falha em Mudar de Posição Falha em Permanecer na Posição Falha em Fechar Falha em Permanecer Aberta Perda Energia Elétrica Falha no Sinal de Parar Falha Mecânica Falha em Desligar + + + Perda do Diesel Falha no Disjuntor Falha em Operar Falha em Partir Vazamento nos Consumidores Falha no Sinal de desarme • Falha Sinal de Vazão no Circuito Figura 5.11 Árvore de Falhas – Modelo Alternativo- Falha na Unidade de Distribuição 53 Falha Sinal do Nível nas Piscinas 3 Falha Unidade de Refrigeração + Válvula Três Vias Falha + Falha em Mudar de Posição Perda da bomba de recirculação Máquina de refrigeração Falha + Falha em Permanecer na Posição Perda Energia Elétrica Falha no Sinal de Parar Falha Mecânica + Perda do Diesel Falha no Medidor de Temperatura + Falha no Disjuntor Falha em Operar Falha em Partir Figura 5.12 Árvore de Falhas – Modelo Alternativo - Falha na Unidade de Refrigeração 54 5.4.4 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA ÁRVORE DE FALHAS CONFORME AS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Para o cálculo de todos os ramos da árvore de falhas, inclusive para a confiabilidade do sistema QKA, foi utilizado o programa de planilha eletrônica MS-Excel, versão Office XP. Para a avaliação quantitativa da árvore de falhas, conforme as Especificações Técnicas, serão apresentados em primeiro lugar os eventos que levam à perda da Unidade de Distribuição, tabela 5.7, assim como a metodologia de cálculo, quando estes não são primários, são conseqüências da ocorrência de outros eventos. A figura 5.13 apresenta a imagem da planilha de cálculo utilizada no desenvolvimento dos cálculos . Em seguida, e da mesma maneira, será efetuado o cálculo para a perda de uma das redundâncias apresentado na tabela 5.8 e na figura 5.14. O cálculo da confiabilidade do sistema pode ser obtido a partir de uma distribuição de probabilidade Binomial. Se cada redundância for considerada como um evento independente com probabilidade constante de sucesso R, a probabilidade de k ou mais sucessos a partir de N componentes é, RAMAKUMAR (1993): N R NMR = ∑ N C i R i (1 − R) N −i i =k (5.18) A taxa de falha de uma redundância, encontrada a partir da árvore de falhas, e calculada pela planilha do Excel (fig. 5.4.4-2) foi, λ = 7,01E-04. (5.19) 55 A confiabilidade foi obtida a partir de: R = exp(-λt) (5.20) onde t = 365 dias, para a estimativa de 1 ano, tem-se R = exp(-7,01E-4*365) (5.21) R = 0,77705136 (5.22) Considerando-se que para a perda do sistema são necessárias 3 (três) de 4 (quatro) redundâncias falhas e fazendo-se: N=4 (5.23) k=3 (5.24) temos a partir de (5.18) a confiabilidade do sistema: RQKA = 0,78300658, ou (5.25) R Identificação E1 Evento Perda da Unidade de Distribuição P(E1) + P(E2) + P(E3) Válvula de três vias Falha P(E1.1) + P(E1.2) E1.1 Falha em Mudar de Posição E1.2 Falha em Permanecer na Posição E2 Cálculo P(E2.1) + P(E2.2) Válvula de Fechamento Rápido falha E2.1 Falha em fechar E2.2 Falha em Permanecer Aberta E3 P(E3.1) + P(E3.2) + P(E3.3) + P(E3.4) Perda da Bomba de Circulação E3.1 Perda de Energia Elétrica E3.1.1 Perda do Diesel E3.1.2 Falha no Disjuntor E3.2 Falha no Sinal de Parar E3.3 Falha Mecânica P(E3.3.1) . P(E3.3.2) E3.3.1 Falha em Operar E3.3.2 Falha em Partir E3.4 P(E3.1.1) + P(E3.1.2) Falha em Desligar P(E3.4.1) + P(E3.4.2) E3.4.1 Vazamento nos Consumidores E3.4.2 Falha no sinal de Desarme P(3.4.2.1).P(3.4.2.2) E3.4.2.1 Falha no Sinal de Vazão no Circuito E3.4.2.2 Falha Sinal do Nível nas Piscinas Tabela 5.7 Eventos para Perda da Unidade de Distribuição 57 Perda da Unidade de Distribuição Falha Unidade Distrib. 7,17E-05 Válvula Três Vias Falha Válvula de Fechamento Rápido Perda da Bomba de circulação 1,27E-06 7,68E-06 6,27E-05 Falha em Mudar de Posição Falha em Permanecer na Posição Falha em Fechar Falha em Permanecer Aberta Perda Energia Elétrica Fala no Sinal de Parar Falha Mecânica Falha em Desligar 1,20E-06 7,30E-08 2,88E-06 4,80E-06 1,47E-05 6,24E-06 4,18E-05 4,31E-14 Perda do Dielse Falha no Disjuntor Falha em Operar Falha em Partir Vazamento Consumidores Falha Sinal de Desarme 1,4E-05 3,00E-07 4,08E-05 1,0E-06 1,68E-09 2,57E-05 Figura 5.13 Cálculo da Perda da Unidade de Distribuição 58 Falha Sinal de Vazão Circuito Falha Sinal Nível nas Piscinas 9,60E-06 1,61E-05 Identificação N1 Evento Perda das Redundâncias I, II, III ou IV P(N1) + P(N2) + P(N3) + P(N4) + P(N5) Válvula de três vias Falha P(N1.1) + P(N1.2) N1.1 Falha em Mudar de Posição N1.2 Falha em Permanecer na Posição N2 Máquina de Refrigeração falha N3 Piscina Individual Falha N4 Perda da Bomba de Circulação N4.1 N5 Cálculo P(N4.1) + P(N4.2) + P(N4.3) + P(N4.4) Perda de Energia Elétrica N4.1.1 Perda do Diesel N4.1.2 Falha no Disjuntor N4.2 Falha no Sinal de Parar N4.3 Falha Mecânica N4.3.1 Falha em Operar N4.3.2 Falha em Partir P(N4.1.1) + P(N4.1.2) P(N4.3.1) + P(N4.3.2) Perda da Unidade de Refrigeração Tabela 5.8 Eventos para Perda das Redundâncias I, II, III ou IV 59 Perda das Redundâncias I, II, III ou IV Falha Redundâncias I, II, III ou IV 7,01E-04 Válvula Três Vias Falha Máquina Refrigeração Falha 1,27E-06 5,48E-04 Piscina Individual Perda da Bomba de circulação Perda da Unidade de Distribuição 7,98E-05 7,17E-05 Falha em Mudar de Posição Falha em Permanecer na Posição Perda Energia Elétrica Falha no Sinal de Parar Falha Mecânica Falha no Medidor Temperatura 1,20E-06 7,30E-08 1,47E-05 6,24E-06 4,18E-05 1,70E-05 Perda do Dielse Falha no Disjuntor Falha em Operar Falha em Partir 1,44E-05 3,00E-07 4,08E-05 1,00E-06 Figura 5.14 Cálculo da Perda das Redundâncias I, II, III ou IV 60 Confiabilidade do Sistema QKA Confiabilidade do QKA 78,300658% 3/4 Taxa de Falha Confiabilidade Perda Redundância I 7,01E-04 0,77705136 Perda Redundância II 7,01E-04 0,777051357 Perda Redundância III 7,01E-04 0,777051357 Figura 5.15 Confiabilidade do Sistema QKA 61 Perda Redundância IV 7,01E-04 0,777051357 5.4.5 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA ÁRVORE DE FALHAS A PARTIR DO MODELO ALTERNATIVO A avaliação quantitativa da árvore de falhas, a partir do modelo alternativo, será calculada de maneira similar àquela segundo as Especificações Técnicas. Como a metodologia de cálculo para a perda das Unidades de Distribuição e Refrigeração já foi referenciada no item anterior (5.4.4), optou-se por não demonstrá-la novamente. O cálculo da perda de três em quatro redundâncias da Unidade de Distribuição e da Unidade de Refrigeração é similar ao cálculo efetuado para a confiabilidade do sistema QKA, no modelo conforme as Especificações Técnicas. É utilizada uma distribuição binomial onde a confiabilidade de uma redundância da Unidade de Refrigeração (RR) e uma redundância da Unidade de Distribuição (RD) são obtidas respectivamente através dos cálculos efetuados na planilha de cálculo MS-Excel apresentados nas figuras, 5.13 e 5.14 do tópico 5.4.4. Com o esquema adotado, as Unidades de Refrigeração e Distribuição estão ligadas em série conforme a figura abaixo. Figura 5.16 Esquema de componentes ligados em série Como foi considerada nula a probabilidade de perda da piscina comum, a confiabilidade do sistema vem depender diretamente do sucesso das Unidades de Refrigeração e Distribuição RAMAKUMAR (1993). Então a confiabilidade do sistema QKA pode ser expressa como: RQKA = (RUR).(RUD) (5.26) ou RQKA = (0,817909).( 0,996846), então RQKA = 81,532948% (5.27) 62 Cálculo da Perda da Unidade de Refrigeração- Modelo Alternativo Falha Unidade de Refrigeração 6,23E-04 Válvula Três Vias Falha Máquina Refrig. Falha Piscina Individual Perda da Bomba de circulação 1,27E-06 5,48E-04 0,00E+00 7,35E-05 Falha em Mudar de Posição Falha em Permanecer na Posição Perda Energia Elétrica Falha no Sinal de Parar Falha Mecânica Falha no Medidor Temp. 1,20E-06 7,30E-08 3,02E-07 1,44E-05 4,18E-05 1,70E-05 Perda do Dielse Falha no Disjuntor Falha em Operar Falha em Partir 1,68E-09 3,00E-07 4,08E-05 1,00E-06 Figura 5.17 Cálculo da Perda da Unidade de Refrigeração- Modelo Alternativo 63 Cálculo da Confiabilidade do Sistema de Refrigeração – Modelo Alternativo Confiabilidade do Sist. Refrigeração 81,7909% 3/4 Taxa de Falha Confiabilidade Perda Redundância I 6,23E-04 0,799160 Perda Redundância II 6,23E-04 0,799160 Perda Redundância III 6,23E-04 0,799160 Perda Redundância IV 6,23E-04 0,799160 Figura 5.18 Cálculo da Confiabilidade do Sistema de Refrigeração – Modelo Alternativo 64 Cálculo da Confiabilidade do Sistema de Distribuição – Modelo Alternativo Confiabilidade do Sist. Distribuição 99,6846% 3/4 Taxa de Falha Confiabilidade Perda Redundância I 6,55E-05 0,976712 Perda Redundância II 6,55E-05 0,976712 Perda Redundância III 6,55E-05 0,976712 Perda Redundância IV 6,55E-05 0,976712 Figura 5.19 Cálculo da Confiabilidade do Sistema de Distribuição – Modelo Alternativo 65 Cálculo da Confiabilidade do Sistema QKA – Modelo Alternativo Confiabilidade do QKA 81,532948% Confiabilidade do Sist. Refrigeração 0,817909 Confiabilidade do Sist. Distribuição 0,996846 Figura 5.20 Cálculo da Confiabilidade do Sistema QKA – Modelo Alternativo 66 5.4.6 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA ÁRVORE DE FALHAS CONFORME AS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Em uma análise qualitativa, que consiste em identificar as diversas combinações de eventos que acarretam a ocorrência do evento topo, é necessária a determinação dos cortes mínimos NRC (1981). Nota-se que a falha de qualquer componente do sistema QKA, tem como conseqüência a falha de uma redundância do sistema, visto que estes se encontram em série, e tratando-se de equipamentos em série, a perda de qualquer um causa a perda do sistema. Para a avaliação qualitativa de cada componente do sistema QKA, foi considerada somente a contribuição do componente na perda da sua respectiva redundância . A tabela 5.9 detalha esta avaliação. Tabela 5.9 Avaliação Qualitativa do Sistema QKA Probabilidade de Perda da Redundância: 7,01E-04 Probabilidade de Falha Evento Válvula de três vias Falha Unid.Distr. Válvula de Fechamento Rápido falha Perda da Bomba de Circulação Unid. Distr. Válvula de três vias Falha Unid. Refr. Máquina de Refrigeração Piscina Individual Perda da Bomba de Circulação Unid. Refr. 67 Participação na Perda da Redundância 1,27E-06 0,18% 7,68E-06 1,10% 6,27E-05 8,95% 1,27E-06 0,18% 5,48E-04 78,20% 0,00E+00 0,00% 7,98E-05 11,39% 5.4.7 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA ÁRVORE DE FALHAS A PARTIR DO MODELO ALTERNATIVO A avaliação qualitativa da árvore de falhas a partir do modelo alternativo, é análoga à avaliação conforme as Especificações Técnicas. As avaliações qualitativas dos componentes foram feitas a partir da perda das suas respectivas redundâncias e não da perda de todo sistema, visto que os conjuntos de redundâncias se encontram esquematizados em série. A tabela 5.10 detalha esta avaliação. Tabela 5.10 Avaliação Qualitativa do Sistema QKA – Modelo Alternativo Probabilidade de Perda Da Unid. De refrigeração: Probabilidade de Perda da Unid. de Distribuição: 6,23E-04 6,55E-05 Probabilidade de Falha Evento Válvula de três vias Falha Unid.Distr. Válvula de Fechamento Rápido falha Perda da Bomba de Circulação Unid. Distr. Válvula de três vias Falha Unid. Refr. Máquina de Refrigeração Perda da Bomba de Circulação Unid. Refr. Piscina Comum 68 Participação na Perda da Redundância 1,27E-06 1,94% 7,68E-06 11,73% 5,65E-05 86,32% 1,27E-06 0,20% 5,48E-04 87,99% 7,35E-05 11,81% 0,00E+00 0,00% 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O sistema QKA tem importância fundamental na Usina Angra II, porque além de ser classificado como sistema relacionado com a segurança (está relacionado no relatório de Análise de Acidente – RFAS Cap. 14 FURNAS (2001a), fornece suporte para vários outros sistemas de segurança. Deste modo deve possuir alto valores de confiabilidade. O presente estudo teve como objetivo modelar e avaliar a confiabilidade do sistema QKA, considerando seu critério de projeto e Especificações Técnicas, através da metodologia Árvore de Falhas. Ao longo do levantamento das informações pertinentes ao cálculo da confiabilidade foram encontradas dificuldades para a obtenção de dados precisos, e parâmetros de qualidade, para o tipo de usina considerado (Siemens/KWU). O resultado encontrado, em função de taxas de falhas genéricas dos equipamentos, ficou abaixo do espertado para uma avaliação real da confiabilidade do sistema, o que está fora do escopo das exigências em usinas nucleares. É possível que, com um levantamento real das taxas de falhas, o sistema apresente uma confiabilidade maior, ou caso esta permaneça, sugere-se uma atenção àqueles equipamentos cuja participação qualitativa, na perda de uma redundância, seja significativa. O valor da confiabilidade é traduzido em custos razoáveis em nível de manutenção (revisão geral, a cada parada de carregamento, de cada uma das redundâncias), realização de testes periódicos e eventuais interrupções de geração de energia elétrica, no caso de sistemas que excedam as condições limites de operações. Na avaliação do sistema QKA, foram considerados dois modelos. O primeiro respeitando as diretrizes estabelecidas nas Especificações Técnicas, onde se institui a não utilização da piscina comum numa situação de emergência. O segundo modelo, sugerido pelo estudo, vem propor a inclusão da piscina comum, como parte do esquema do sistema que vem atender uma situação de emergência. Para o primeiro modelo, a confiabilidade do sistema de água gelada encontrada foi de 78,300658%. Considerando que o sistema QKA é um sistema de segurança, este valor vem demonstrar uma baixa confiabilidade do mesmo, representando gastos com manutenção, risco de parada da usina e conseqüentemente interrupção da geração de energia elétrica. 69 No estudo do segundo modelo a confiabilidade calculada foi de 81,532948%, que demonstra um aumento significativo em relação ao primeiro, considerando que valores elevados de confiabilidade são aplicados a sistemas de segurança. O uso da piscina comum, numa situação de emergência, flexibiliza o funcionamento do sistema e aumenta a disponibilidade de equipamentos na ocorrência de falhas, provendo um espaço de tempo maior para as manutenções e reparos necessários. O risco de interrupção de energia elétrica, com uma parada da usina, diante dos prazos estabelecidos nas Especificações Técnicas, para reparo de equipamentos diminui, assim como também o estresse a que está submetida a equipe de manutenção dos equipamentos, visto que com maior disponibilidade, poderá se ter maior tempo para manutenção. Recomenda-se um estudo de sensibilidade para verificar o impacto, na confiabilidade do sistema, da modificação ou introdução de novos equipamentos e avaliar o arranjo atual do sistema, no caso de operação em modo de emergência. Para obtenção de taxas de falhas reais, recomenda-se uma pesquisa junto à organização operadora, e levantamentos de processos que identifiquem e avaliem, ao longo da operação do sistema, essas taxas de falhas. Para uma avaliação mais precisa da confiabilidade do sistema, faz-se necessário um estudo de falhas de causa comum. 70 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMENDOLA ANIELLO & BUSTAMANTE A.S., 1988, “Reliability Engineering”, Kluwer Academic Publishers, Dordrecht / Boston / London. CFR, CODE OF FEDERAL REGULATIONS, 1995, “Site Criteria - 10CFR100”, USA, Department of Energy, Washington. CNEN, 2004, “NE 3.01- Diretrizes Básicas de Radioproteção” , Rio de Janeiro. DROGUETT ENRIQUE LOPEZ, 2003; “ Análise da Confiabilidade de sistemas”, http://www.risctec.org/enrique/ , 09/07/2003 12:51. EIDE STEVEN & CHMIELEWSKI & SWANTZ TAMMY , 1990, “ Generic Compoent Failure Data Base For Light Water and Liquid Sodium Reactor PRAs” ,EG&G Idaho, Inc., Idaho. FURNAS, FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A., 1998, “RPAS – Relatório Preliminar de Análise de Segurança” - Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, Angra 2”, KWU Group of Siemens Aktiengesellschaft (SIEMENS), Berlin und München. 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