1
O Princípio do
Projeto da UX
A Curiosidade Leva à Paixão
que Leva à Empatia
O importante é não parar de questionar. A curiosidade tem
a sua própria razão em existir. Não há como evitar o medo
ao contemplar os mistérios da eternidade, da vida, da estruestrutura maravilhosa da realidade. Se alguém tentar compreencompreender meramente um pouco desse mistério diariamente, já é
o bastante.
Albert Einstein
“Um senso de curiosidade é a natureza da escola original
da educação.”.
Smiley Blanton
A paixão e o propósito andam de mãos dadas. Quando
você descobre o seu propósito, normalmente você
descobre que é algo pelo qual você é tremendamente
apaixonado.”.
Steve Pavlina
“O maior dom dos seres humanos é o poder da empatia.”
Meryl Streep
B
em simplesmente, este capítulo é sobre você – e sobre os outros que chegam ao campo do design da experiência do usuário (User Xperience, UX).
Se você está lendo esta frase, você é uma pessoa curiosa.
Você quer saber como as coisas funcionam – de tudo, das maçanetas da porta
aos aviões até chegar naquela coisa atrás da sua garganta. Mais do que tudo,
você quer saber o que faz as pessoas se mexerem.
Você não vê as coisas como branco e preto; há muitas sombras de cinza a
explorar! É claro que, às vezes, você pode deixar os seus colegas louquinhos
sempre se voluntariando a fazer o papel de advogado do diabo, mas não consegue deixar de olhar o outro lado da moeda.
Sorte sua!
O campo do design da experiência do usuário atrai pessoas curiosas que se
sentem confortáveis com muitas sombras de cinza.
Buscamos padrões e sucesso pela organização e pela estrutura. Ligamos os pontos.
Caçamos o próximo enigma implacavelmente e, quando o enigma é resolvido,
procuramos maneiras de aprimorá-lo!
Podemos ser analógicos ou digitais. Estamos em casa com lápis e papel na mão,
quadros brancos e apagadores, notas de post-it e canetas Sharpie. Falamos em
termos de Visio e ´Graffle e vivemos em um mundo de fluxogramas conectados
nas várias telas de nossos computadores.
Não somos apenas curiosos! Somos apaixonados!
Temos paixão por dar ideias e facilitar as discussões. Temos paixão para criar
coisas que fazem diferença para aqueles que as utilizam – e aqueles que as
criam. Por incrível que pareça, temos mais orgulho quando algo que criamos é
tão bom que as pessoas não percebem o quanto é bom!
E, é claro, temos empatia.
Sentimos do fundo do nosso ser quando nos deparamos com uma experiência
ruim. Pior ainda, tentamos encontrar soluções instantaneamente para resolver
os problemas.
Sabemos como é ter uma resposta inesperada para o que parece uma resposta
simples – e não gostamos disso! Não queremos que os usuários – pessoas
como nós – tenham que sofrer a confusão e os sentimentos de incapacidade
que geralmente andam juntos com uma experiência pobre.
2
CAPÍTULO 1: O PRINCÍPIO DO DESIGN DE EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
Quando você combina essa curiosidade quase constante, infantil, com uma paixão incomparável para “fazer o que fazemos” e um senso de como os outros se
sentem com uma comunidade de profissionais animados que se sentem confortáveis ao falar de suas ideias, fazer perguntas, compartilhar soluções e estar
errados, você está fazendo de tudo para chegar ao que é certo.
Bem vindo à comunidade do design da UX.
O Que é o Design da
Experiência do Usuário?
Existem muitas definições para o design da experiência do usuário. Apesar disso,
esse é um campo que tem sucesso para definir coisas. Reconhecemos que, às
vezes, não fazemos um bom trabalho para “definir a droga da coisa” quando
vamos para as várias partes do todo, mas sabemos, pelo menos, o que é o todo.
Neste livro, focaremos em duas definições em particular: o sentido mais amplo
do termo design da UX e a definição que utilizaremos no contexto deste livro.
A Definição Mais Ampla
O design da experiência do usuário é
A criação e a sincronização dos elementos que afetam a experiência dos usuários
em uma empresa em particular, com a intenção de influenciar as suas percepções
e o seu comportamento.
Esses elementos incluem as coisas que um usuário pode tocar (tais como
produtos e pacotes tangíveis), ouvir (assinaturas comerciais e de áudio) e, até
mesmo, sentir (o aroma do pão assado e fresco em uma loja de sanduíches).
Isso inclui as coisas com que os usuários podem interagir de formas que vão
além do físico, como interfaces digitais (sites na Web e aplicações em telefone
celular) e, é claro, pessoas (representantes de serviço ao cliente, vendedores e
amigos e família).
Um dos desenvolvimentos mais instigantes dos últimos anos foi a habilidade de
fundir elementos afetando esses diferentes sentidos em uma experiência mais
rica e integrada. A tecnologia Smell-o-vision ainda é um futuro distante, porém,
de qualquer maneira, os produtos continuam a manchar as linhas tradicionais.
O Que é o Design da Experiência do Usuário?
3
Não Se Esqueça do Tangível
Embora estejamos focando nos aspectos digitais da experiência do usuário,
esses tipos de interações não ocorrem em um vácuo. Não se esqueça de considerar os efeitos da experiência tangível ao projetar os seus produtos digitais.
O ambiente em que os seus usuários estão trabalhando é importante, assim
como os produtos físicos (telas, teclados e outros dispositivos de entrada) que
afetam a maneira que os seus usuários interagem com o seu projeto. O Capítulo 6 oferece técnicas para ajudá-lo a compreender o impacto do contexto.
Além disso, não se esqueça dos outros pontos de interação que um produto ou
uma empresa tem com aqueles com quem interage. Afinal, a marca da empresa
é afetada por muitas coisas e a experiência da marca não termina na tela de um
computador ou de um telefone celular. Um projeto de site na Web com a maior
qualidade possível não pode garantir uma reputação para um serviço pobre
para o cliente ou oferecer a satisfação do pacote bem desenhado quando um
produto é entregue.
Figura 1.1 A experiência de uma sala de aula moderna mistura o analógico e o digital..
As experiências tangíveis, tais como o aprendizado em uma sala de aula, estão
cada vez mais sendo influenciadas por aplicações digitais. Da mesma forma,
4
CAPÍTULO 1: O PRINCÍPIO DO DESIGN DE EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
as experiências que eram individuais, como escolher qual aparelho de karaokê
comprar para casa, estão crescendo cada vez mais através da interação social.
Figura 1.2 As críticas online são uma grande influência nos consumidores..
Nosso Foco
Como você pode ver, o escopo do design da UX é grande e crescente. Para
atingir os objetivos deste livro, focaremos nos projetos centrados no desenho
das experiências digitais – em particular, a mídia interativa, como sites na Web e
aplicações de software. Para ser bem-sucedido, o design da experiência do usuário desses produtos deve levar em conta os objetivos de negócio do projeto,
as necessidades dos usuários do produto e quaisquer limitações que afetarão a
viabilidade das características do produto (como as limitações técnicas ou restrições no orçamento do projeto ou nos prazos).
O Que é o Design da Experiência do Usuário?
5
Amostras gratuitas de uma nova
Barra de cereal distribuída em uma
maratona
Uma maçaneta na porta
Empacotamento
de um par de
sapatos
Ligação de
Atendimento
ao Cliente
Tangível
Figura 1.3 Este livro
foca nos aspectos
digitais do design da
experiência do usuário.
Atributos de
texto de um
telefone celular
Individual
telefone celula
Social
Nosso foco
Digital
Buscando um
arquivamento
online
Visualizando a propaganda
Direcionada
Lendo críticas online
de um produto
Chat ao vivo de
atendimento ao cliente
Sobre os Projetistas da UX
Embora a curiosidade, a paixão e a empatia sejam traços que os projetistas da
experiência do usuário compartilhem, há também um desejo de alcançar o
equilíbrio. Buscamos um equilíbrio, mais notavelmente entre a lógica e a emoção, como Spock , Kirk e Data no episódio em que seu chip da emoção sobrecarregou seus dispositivos positrônicos.
Você tem a ideia.
Para criar experiências verdadeiramente memoráveis e satisfatórias, um projetista da UX precisa entender como criar uma estrutura lógica e viável para a
experiência e precisa entender os elementos que são importantes para criar uma
conexão emocional com os usuários do produto.
O equilíbrio exato pode alternar de acordo com o produto. Uma campanha para
propaganda de um brinquedo de criança terá um equilíbrio diferente de uma
aplicação para registrar informações de um paciente em um hospital. Em um
produto projetado sem a compreensão da necessidade de ambos, é provável
que falte oportunidades para uma experiência memorável de fato – e os benefícios resultantes para a empresa por trás do produto.
Nota Para informações adicionais sobre o design emocional, verifique: Design
Emocional: Porque Adoramos (ou Detestamos) os Objetos do Dia a Dia (Rocco, 2008)
de Donald Norman.
6
CAPÍTULO 1: O PRINCÍPIO DO DESIGN DE EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
Alcançar esse equilíbrio requer um senso de empatia maior: a habilidade de
autoimersão nos mundos dos usuários de produtos potenciais para compreender suas necessidades e motivações. Os projetistas da experiência do usuário
realizam a pesquisa para alcançar sua compreensão (veja o Capítulo 6) e criar
tais ferramentas como personas (veja o Capítulo 7), para ajudar o restante da
equipe do projeto a focar em seus esforços.
Lembre-se, a emoção é apenas uma parte de todo o cenário. Use o lado lógico
para trazê-lo de volta do outro lado e manter sua mente nas tarefas práticas.
Na maioria dos casos, você estará trabalhando com um orçamento baseado
no tempo e nos materiais necessários para completar o projeto. Você precisa
entender que, às vezes, é necessário pescar ou cortar a isca.
Onde Vivem os Projetistas da UX
Você não está sozinho nessa. Olhe a sua volta e veja uma série de organizações
e comunidades que pode estimular o seu desenvolvimento como um projetista
da experiência do usuário. Além de oferecer listas de endereços, recursos online
e uma grande quantidade de pessoas muito inteligentes, muitos dos eventos
patrocinados ou conferências dessas organizações podem ajudá-lo a ampliar os
seus horizontes e a estreitar o foco da sua carreira, tudo ao mesmo tempo. Um
número de empresas organiza eventos com o objetivo de oferecer educação
continuada, incluindo a Web App Summit da User Interface Engineering , a Conferência sobre Interface do Usuário, UX Intensive da Adaptive Path e a Semana
de Usabilidade do Grupo Nielsen Norman. Há também um número crescente de
“inconferências” em cidades diferentes; essas são criadas por alguns indivíduos
motivados e independentes de qualquer empresa ou associação particular.
Onde Vivem os Projetistas da UX
7
Várias organizações profissionais patrocinam conferências anuais, também.
A Tabela 1.1 oferece uma breve lista de algumas das organizações mais bem
conhecidas, seus sites na Web e os eventos que elas organizam.
TabElA 1.1 Uma
Amostragem das Organizações da UX
ORGANIZAÇÃO
SITE NA WEB
PRINCIPAL CONFERÊNCIA
(GERALMENTE ORGANIZADA)
Associação de Design da
Interação (IxDA)
www.ixda.org
Interação (início de Fevereiro)
Instituto de Arquitetura da
Informação (IAI)
www.iainstitute.org
Conferência IDEA (Setembro/
Outubro)
Sociedade Americana para
a Ciência e Tecnologia da
Informação (ASIS&T))
www.asis.org
IA Summit (Março)
Grupo de Interesse
Especial da Interação
Computador- Humano da
ACM (SIGCHI)
www.sigchi.org
CHI (início de Abril)
Associação de Profissionais
de Usabilidade
www.usabilityprofessionals.org
UPA (Junho)
Vamos Começar!
Você chegou até aqui. É hora de entender por que você escolheu este livro.
Vá para a próxima página e entenda como o design da experiência do usuário
existe dentro do mundo dos projetos.
Mas não pare por aí – este livro é um guia para iniciá-lo no assunto. Ele tem
muitos exemplos que podem ajudá-lo a chegar a muitas das atividades que você
é encarregado. Também tentamos oferecer exemplos adicionais para ajudá-lo a
expandir e a encontrar sua própria abordagem para criar entregas que são úteis
para a sua equipe e para os seus clientes.
Mantenha a sua curiosidade, a paixão e a empatia vivas! Desafie a si mesmo
para descobrir novas maneiras de inspirar outros a construir essa experiência do
usuário ideal.
Isto, é claro, se você escolher se aprimorar nisso.
Nota O Design de experiência do usuário é recente e atual mente no Brasil não existem
referências de grande porte sobre o assunto.
8
CAPÍTULO 1: O PRINCÍPIO DO DESIGN DE EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
Download

Baixar capítulo de amostra