Novo parque de Manaus resgata época áurea da borracha na Amazônia
Por Benedito Abbud
A cidade de Manaus ganhou uma nova área verde: o Parque Senador Jefferson Péres. Com
40.700 m_ de paisagismo, o local foi criado de forma a resgatar a cultura dos manauaras,
valorizando suas origens e a história da época áurea da borracha na Amazônia.
“Em função desse conceito, projetamos espaços dentro de um percurso com elementos que
remetem a esse período histórico, construindo um verdadeiro parque temático”. Logo na
entrada foi adotado um pórtico de ferro, material característico da arquitetura da época e
trabalhado a partir de releituras daquele tempo, e um piso com desenho que repete o modelo
usado primeiramente no Teatro Amazonas (e depois levado para a calçada de Copacabana, no
Rio de Janeiro), representando o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.
Espelhos d’água contendo caixas com açaí (fruta hoje conhecida internacionalmente por seu
potencial energético) fazem referência à natureza local dos rios e à economia do Amazonas.
Utilizaram-se também plantas nativas, como o guaraná, a seringueira, a tucumã e a vitóriarégia; além de túneis perfumados com jasmins trepadeiras, que marcam a sequência do
caminho e mostram a diversidade amazônica. O parque abriga ainda um orquidário, construído
em metal e vidro, que expõe as orquídeas da floresta.
Para valorizar os costumes locais, foram colocados ao longo do espaço sucessivos cenários de
silhuetas (feitas em aço corten) de pessoas vestidas a caráter, cabriolés puxados a cavalo e
seringueiras, bem como gazebos da época vendendo tapiocas, tacacás e demais comidas típicas,
que representam a culinária manauara.
O parque dispõe ainda de opções de lazer infantil, com playgrounds tematizados da floresta para
crianças de 0 a 5 anos, de 5 a 10 anos e play aventura para pré-adolescentes. Completando os
atrativos estão ainda duas praças que estimulam o convívio social: a Praça do Bonde, que
remete a esse transporte característico do período da Belle Époque em Manaus, e a Praça do
Avião, que reproduz um hidroavião criado e construído nos antigos jardins do Palácio Rio Negro,
em 1926.
“Com todos esses elementos, buscamos desenvolver um projeto apoiado em quatro pilares
sustentáveis: a sustentabilidade ambiental presente com a utilização das plantas nativas, a
sustentabilidade pessoal com a retomada da autoestima e do orgulho da história local, a
sustentabilidade social com a idéia de educar os manauaras e, acima de tudo, a sustentabilidade
cultural, ao resgatar e levar até essa população um pouco da cultura da região onde mora”.
Fonte: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=16&Cod=685
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