PESCADORES De acordo com os objectivos com que é praticada a pesca, esta pode ser desportiva, se tiver objectivos desportivos, recreativos ou de lazer, ou profissional quando tiver objectivos comerciais. A pesca desportiva tem tido um grande incremento nos últimos anos, associado ao cada vez maior interesse pelas actividades de ar livre e à aproximação ao meio rural, tendo triplicado o número de pescadores desportivos desde 1980, evidenciando esta evolução que o sector está em franca expansão, sendo neste momento uma actividade praticada por cerca de 2% da população portuguesa. Em 1980 foram vendidas 74.325 licenças de pesca, tendo-se em 1998 atingido cerca de 274.000 licenças vendidas, valor que veio a decrescer ligeiramente nos anos seguintes. Por outro lado, verifica-se um aumento substancial da percentagem de licenças de pesca nacionais e regionais relativamente ao total de licenças vendidas, evolução esta que indicia um grande aumento da mobilidade dos pescadores e um consequente aumento do dispêndio feito com esta actividade, quer através da aquisição de equipamentos cada vez mais caros, quer pelo recurso a infra-estruturas turísticas junto dos locais onde se dirigem para pescar. Verifica-se, desta forma, uma cada vez maior disponibilidade para despender quantias significativas com esta actividade, ao contrário do que sucedia há uns anos atrás em que a pesca tinha um carácter local, praticada na sua maior parte por pessoas com poucos recursos e, portanto, com reduzido impacte na economia. Em 1980 as licenças de pesca desportiva para todo o território nacional representavam cerca de 2% do total e estas conjuntamente com as regionais não chegavam aos 24 % do total das licenças vendidas. Em 1995 as licenças nacionais representaram quase 20% do total e as nacionais mais as regionais atingiram os 65% do total de licenças. Prevê-se a continuação da tendência para aumentar o número de pescadores desportivos e o seu grau de mobilidade, aumentando consequentemente o impacte nas actividades económicas locais e o seu contributo para o desenvolvimento rural. Os pescadores desportivos encontram-se organizados num grande número de clubes de carácter local, em associações de carácter regional e temático e na Federação Portuguesa de Pesca Desportiva que aglomera clubes e associações, embora sem representar a sua totalidade. Av.ª João Crisóstomo, 28 – P 1069-040 LISBOA . PORTUGAL * Tel.: +351 213 124 800 * Fax: +351 213 124 988 * Email: [email protected] * Home Page: http://www.dgf.min-agricultura.pt No que se refere à Pesca Profissional, esta actividade tem sofrido um decréscimo de alguma importância devido, em particular, à redução de efectivos das espécies mais procuradas e, consequentemente, de maior valor económico. Este decréscimo está associado às profundas transformações sociais ocorridas, em particular, nas últimas quatro décadas, as quais originaram alterações do meio que causaram o empobrecimento e a fragilização das comunidades aquáticas. Entre estas alterações são de salientar as obras hidráulicas como barragens, regularização de caudais, dragagens, regularização de leitos e margens, captações de água, e ainda a poluição de origem industrial, agrícola e doméstica, sem esquecer o esforço de pesca acima do nível de sustentabilidade. O número de pescadores profissionais entre 1980 e 2000 oscilou entre um mínimo de 1296 e um máximo de 3143, com uma média anual de 2260 licenças vendidas. É de realçar uma relativa irregularidade interanual que poderá eventualmente estar associada a variações anuais na afluência de peixes migradores aos nossos cursos de água. Os pescadores profissionais de águas interiores não se encontram organizados. Av.ª João Crisóstomo, 28 – P 1069-040 LISBOA . PORTUGAL * Tel.: +351 213 124 800 * Fax: +351 213 124 988 * Email: [email protected] * Home Page: http://www.dgf.min-agricultura.pt QUADRO 1 Dados totais de números de licenças de pesca por tipos, para o período 1980-2000 LICENÇAS DE PESCA DESPORTIVA (LPD) ANO Nacionais Regionais Concelhias Dominicais Total LICENÇAS DE PESCA TOTAL PROFISSIONAL (LPD+LPP) (LPP) 1980 1.628 15.263 54.629 414 71.934 2391 74.325 1981 3.036 23.348 61.477 233 88.094 2927 91.021 1982 3.299 23.683 60.625 449 88.056 2940 90.996 1983 1.892 15.459 61.630 609 79.590 2851 82.441 1984 1.777 14.530 61.518 498 78.323 2802 81.125 1985 2.390 17.571 77.943 610 98.514 3104 101.618 1986 3.152 20.872 77.385 476 101.885 3143 105.028 1987 3.418 17.895 56.379 475 78.167 1296 79.463 1988 4.753 31.796 96.288 292 133.129 1922 135.051 1989 9.586 46.015 104.607 379 160.587 1652 162.239 *1990 12.414 42.483 73.634 287 128.818 1340 130.158 1991 16.560 64.015 102.146 242 182.963 1709 184.672 1992 21.220 76.520 94.438 176 192.354 1741 194.095 1993 22.099 59.004 118.125 374 199.602 n.d. n.d. 1994 23.410 64.814 116.885 384 205.493 n.d. n.d. 1995 42.872 101.933 86.732 106 231.643 1974 233.617 1996 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 1997 58.787 115.491 77.462 53 251.793 1902 253.695 1998 67.406 123.946 80.709 12 272.073 1590 273.663 1999 72.201 123.122 68.943 3 264.269 1567 265.836 2000 77.842 106.412 55.482 0 239.736 1634 241.370 n.d. – não disponível (*) este ano encontra-se incompleto Av.ª João Crisóstomo, 28 – P 1069-040 LISBOA . PORTUGAL * Tel.: +351 213 124 800 * Fax: +351 213 124 988 * Email: [email protected] * Home Page: http://www.dgf.min-agricultura.pt