ISBN 978-85-8084-603-4
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS
EXÓTICAS EM DUAS LAGOAS NA RESERVA BIOLÓGICA DAS
PEROBAS - PARANÁ
Jean Marcos Vieira dos Santos1; Thiago Augusto Castro Borella 2; Claudia Maria
ignatowicz3,Sandra Andrea Pierini 4
RESUMO: Este projeto tem como finalidade a identificação das espécies de macrófitas aquáticas exóticas
na Reserva Biológica das Perobas. A presença de uma espécie específica numa comunidade local significa
que a espécie pode tolerar as condições ambientais e encontrar recursos adequados para sua
sobrevivência e reprodução. A capacidade invasora de uma espécie é representada por uma série de
variáveis que potencializam o sucesso de seu estabelecimento, dispersão, persistência, dominância num
novo ambiente e, no caso, de ecossistemas aquáticos continentais, há uma preocupação especial, que a
despeito de cobrirem apenas 0,8% da superfície da Terra, concentram uma elevada biodiversidade (9,5%
de todas as espécies animais do planeta). A suscetibilidade de uma comunidade vegetal à invasão por
espécies exóticas representa a fragilidade de um ambiente. Em princípio, Unidades de Conservação foram
criadas como locais onde o isolamento de atividades humanas seria suficiente para a conservação da
biodiversidade, à exceção de áreas degradadas a serem restauradas ao longo do tempo. O manejo dessas
Unidades precisa ser revisto perante a ameaça de espécies que invadem e passam a funcionar como
mecanismos gradativos de perda da biodiversidade e impactos negativos no funcionamento dos sistemas
Naturais. Esse projeto visa identificar a presença e biomassa de espécies exóticas na reserva das Perobas,
visando o manejo, se for o caso, destas espécies.
PALAVRAS-CHAVE: Macrófita Aquática, Exótica, Reserva, Perobas.
1.
INTRODUÇÃO
A ecologia é o estudo das relações entre organismos vivos e seus ambientes, das
interações dos organismos uns com os outros, e dos padrões e das causas da
abundância e distribuição de organismos na natureza.
A ecologia funcional das plantas ocupa-se em saber como a bioquímica e a
fisiologia vegetal determinam as respostas aos ambientes em um contexto estrutural de
sua anatomia e fisiologia. A ecologia funcional é similar à ecologia fisiológica, essa que
enfoca os mecanismos fisiológicos subjacentes às respostas do vegetal em relação ao
ambiente. (GUREVITCH, 2009)
1
Acadêmico Jean Marcos Vieira dos Santos do Curso de Ciências biológicas do Centro Universitário de Cesumar – UNICESUMAR,
Maringá – Paraná. Programa de Iniciação Científica do Cesumar (PICC).
2
Acadêmico Claudia Maria ignatowicz do Curso de Ciências biológicas do Centro Universitário de Cesumar – UNICESUMAR, Maringá
– Paraná. Programa de Iniciação Científica do Cesumar (PICC).
2
Acadêmico Thiago Borella do Curso de Ciências biológicas do Centro Universitário de Cesumar – UNICESUMAR, Maringá –
Paraná. Programa de Iniciação Científica do Cesumar (PICC).
3
Orientadora, Professora Doutora Sandra Pierine do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Cesumar –
UNICESUMAR.
Anais Eletrônico
VIII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar
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A presença de uma espécie específica numa comunidade local significa que a
espécie pode tolerar as condições ambientais e encontrar recursos adequados para sua
sobrevivência e reprodução. Os ecólogos dizem que estas condições ocorrem no nicho
fundamental da espécie, contudo, outras espécies também competem por esses recursos,
ou são predadores ou ainda patógenos. Nestas condições, o intervalo de condições e
recursos mais restritos é denominado nicho percebido da espécie (RICKLEFS, 2003)
Muito embora o estudo dos ambientes aquáticos continentais seja muito antigo,
somente a partir de 1900, com surgimento da Limnologia, foi dada maior atenção para
fauna e a flora destes ambientes (ESTEVES, 1998, p. 4).
Para o Programa Internacional de Biologia (IBP), macrófitas aquáticas é a
denominação mais adequada para caracterizar vegetais que habitam desde brejos até
ambientes verdadeiramente aquáticos, incluindo macroalgas, uma denominação genérica,
independente dos aspectos taxonômicos (ESTEVES, 1998, p. 317).
Alguns autores utilizam o termo “espécie invasora” para designar uma espécie cujo
potencial competitivo é superior às demais. Em certos casos a espécie invasora pode ser
também exótica, a qual apresenta as características de invasora, mas foi introduzida em
uma região que não pertence ao seu local de origem.
A capacidade invasora de uma espécie é representada por uma série de variáveis
que potencializam o sucesso de seu estabelecimento, dispersão, persistência, dominância
num novo ambiente e, no caso de ecossistemas aquáticos continentais, há uma
preocupação especial, que a despeito de cobrirem apenas 0,8% da superfície da Terra,
concentram uma elevada biodiversidade (9,5% de todas as espécies animais do planeta).
A suscetibilidade de uma comunidade vegetal à invasão por espécies exóticas representa
a fragilidade de um ambiente. Em princípio, Unidades de Conservação foram criadas
como locais onde o isolamento de atividades humanas seria suficiente para a
conservação da biodiversidade, à exceção de áreas degradadas a serem restauradas ao
longo do tempo. (Mormul, et. al., 2010)
A introdução de uma espécie pode acarretar efeitos negativos não somente sobre o
próprio grupo, mas também sobre grupos de organismos associados a ela, principalmente
quando se trata de macrófitas aquáticas, pois essas apresentam um papel central na
estrutura e dinâmica de toda a comunidade aquática e no funcionamento dos
ecossistemas aquáticos. Sendo assim, é primordial evitar-se a importação ou
translocação de espécies não nativas, assim como identificar as introduções no início da
fase de colonização, para que se possa manejá-las a tempo e evitar grandes infestações
e danos, não somente à biodiversidade, mas também aos serviços ambientais e
econômicos associados a esses ecossistemas (Mormul, et. al., 2010)
2.
MATERIAL E MÉTODOS
Duas lagoas serão utilizadas para verificar a presença e biomassa de macrófitas
aquáticas. As coletas se limitarão às áreas abertas, tendo em vista, a acentuada
ocupação da vegetação arbórea envolta do mesmo. Após a coleta, o material será
identificado. A identificação das espécies será fundamentada em bibliografia
especializada, tais como: Irgang & Galtal jr. (1996); e Pott & Pott (2000). A listagem das
espécies seguirá a proposta de classificação das famílias reconhecidas pelo APG II
(2003) e por Smith et al. (2006), para as Magnoliophyta e Pterydophyta, respectivamente.
A classificação sugerida por Irgang et al. (1984) será utilizada na identificação dos
tipos de formas de vida das hidrófitas coletadas.
Para a biomassa as macrófitas aquáticas serão coletadas em transecções, com o
auxílio de um quadrado feito de PVC com 0,25 metros quadrados de área e um garfo com
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pontas de ferro e cabo de madeira, para retirar as espécies submersas com raiz. Foram
consideradas. Após a coleta, as amostras serão colocadas em sacos plásticos pretos, e
devidamente etiquetadas com o número de cada transecto, a margem e a profundidade.
As amostras serão então levadas ao laboratório da UniCesumar. Já no laboratório as
plantas serão lavadas e separadas por espécie e por ponto de coleta. Serão então
colocadas em folhas de jornais, devidamente identificadas, para uma secagem parcial das
plantas. As amostras serão colocadas em estufa a aproximadamente 108ºC até atingirem
peso constante. Diariamente, as plantas serão pesadas, desde a coleta até a pesagem da
última amostra, para determinar a biomassa (através do peso seco da planta), utilizando
uma balança de precisão.
Amostras de água também serão coletadas próximas aos estandes de macrófitas
aquáticas e analisadas quanto ao pH, turbidez, alcalinidade, oxigênio dissolvido. A
profundidade de colonização das plantas submersas também será registrada
3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando a importância das macrófitas aquáticas como produtores primários nos
sistemas ecológicos aquáticos, espera-se contribuir de forma satisfatória com a
identificação de espécies de macrófitas aquáticas exóticas em duas lagoas na Reserva
Biológica das Perobas- Paraná. Espera-se identificar o maior número de espécies
existente nas duas regiões da reserva verificando a presença de espécies exóticas dentro
destes habitats, visando o manejo, se for o caso, destas espécies.
4.
CONCLUSÃO
A Reserva Biológica das Perobas resguarda uma das áreas de maior
biodiversidade do Paraná. Foi criada em 2006; e abrange os municípios de Tuneiras do
Oeste e Cianorte, Noroeste paranaense, a 549 quilômetros de distância da capital do
estado, Curitiba. A Reserva abriga, ainda, as nascentes de dois afluentes do Rio Ivaí.
Apresenta uma área de extensão de 8.176 hectares. Apesar de ser uma área de reserva
recém-criada vários são as pesquisas já sendo executadas. Entretanto, nada ainda consta
sobre esta comunidade que pode representar grande parte da diversidade biológica por
apresentarem elevada biomassa e alta produtividade, desempenhando importante papel
no ciclo de nutrientes e fluxo de energia (Esteves, 1998; Wetzel, 1993). Considerando que
as macrófitas são essências para a manutenção dos sistemas aquáticos, é necessário um
levantamento das espécies nativas e das eventuais exóticas para diagnosticar os
aspectos ecológicos presentes na área. Além disso, a identificação destas espécies pode
amparar estudos e trabalhos que poderão ser feitos posteriormente, se for o caso, tais
como manejo das espécies exóticas deste local
5.
REFERÊNCIAS
ESTEVES, Francisco de Assis. Fundamentos de Limnologia. 3. ed. Rio de Janeiro:
Interciencia, 2009. 790 p.
JESSICA, Gurevitch. Ecologia Vegetal. 5ª ed. São Paulo: Artmed, 2009. 592 p.
MORMUL, Roger Paulo. Espécies exóticas e invasoras no Brasil: a grande
preocupação com macrófitas aquáticas. 2010. 4 f. Texto (Terceiro) - Curso de Ciências
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ISBN 978-85-8084-603-4
Biologicas, Departamento de Laboratório de Macrófitas Aquáticas e Limnologia, Uem,
Maringá, 2010. Cap. 1.
RICKEFS, Roubert E. Economia da natureza. São Paulo: Guanabara, 2008. 572 p
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