Nome: _________________________________________ ____________________________ N.º: __________ endereço: ______________________________________________________________ data: __________ Telefone:_________________ E-mail: _________________________________________________________ Colégio PARA QUEM CURSA A 1.a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO EM 2012 Disciplina: Prova: PoRTUGUÊs desafio nota: Examine com atenção a tira seguinte para responder à questão 1. QUESTÃO 1 O efeito de humor consiste em contrapor a) a autoimagem à realidade. c) a extroversão à timidez. e) a presunção à despretensão. b) o júbilo à decepção. d) a mentira à verdade. RESOLUÇÃO: O efeito de humor consiste em contrapor o autoelogio presunçoso do primeiro quadro à declaração de modéstia ou despretensão do segundo. Resposta: E Leia o texto seguinte com atenção para responder às questões de 2 a 13. O PEQUENO JORNALEIRO O vendedor de jornais é o tipo mais despreocupado e alegre do mundo. Tem uma alma de pássaro. Claro está que nos não referimos ao carrancudo português que, em meio de uma chusma de folhas metodicamente dispostas, passa os dias sentado, com as pernas cruzadas no ponto de reunião da Rua do Ouvidor com o Largo de São Francisco, na Brahma, nas portas dos cafés da Avenida, em toda a parte. Não aludimos tampouco ao grave italiano de bigodeira espessa nem ao “carcamano” que, de bolsa a tiracolo, apregoa uma algaravia à la diable, a Nôtizia e o Zêculo. Queremos falar do pequenino garoto de dez anos, o brasileirito trêfego, ativo, tagarela como uma pega, travesso como um tico-tico. Está sempre a rir, sempre a cantar. Canta o dia inteiro, num tom arrastado, apregoando as revistas que vende. OBJETIVO 1 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE Por aqui, por ali, vai, vem, corre, galopa, atravessa as ruas com uma rapidez de raio, persegue os veículos, desliza entre os automóveis como uma sombra. Parece invulnerável. É assim uma espécie de pensionista do público – arrebata as pontas de charuto que se jogam à rua e surrupia, para revender, os jornais (...) esquecidos nos bancos dos passeios. Se pode, à socapa, deita a mão a alguma dessas pirâmides de frutos que sedutoramente se elevam às portas das mercearias. É extraordinária a celeridade com que ele se transporta de um lugar para outro. Anuncia no Leme, na Tijuca, em Niterói, um jornal que a gente pensa ainda estar no prelo. Dir-se-ia que tem asas. Fuma, bebe aguardente, pragueja, solta pilhérias torpes, pisca os olhos maliciosamente à passagem das mulheres, canta trovas obscenas com a música da “Cabocla de Caxangá”. Torna-se importuno às vezes, quando, a correr pelas plataformas dos bondes, fazendo reviravoltas de símio para escapar à sanha de algum condutor rabugento, nos atordoa os ouvidos com estupendos gritos estridentes. Nada lhe empana a limpidez de espírito, nada. Está tão habituado a anunciar todos os dias “um grande atentado, um pavoroso incêndio, a prisão do célebre bandido Fulano”, que afinal acaba por encarar todos esses fatos indeferentemente. Tem gestos próprios e expressões peculiares. Para ele um assassínio ou um suicídio é simplesmente uma “encrenca”. Um conflito é um “robo”. Sua interjeição predileta é uê, que aliás é usada por toda a gente carioca. Parece que desconhece hierarquias e vaidades tolas, porque não empresta títulos a nenhum nome. Diz: “O partido do Pinheiro, discursos do Ruy Barbosa, o governo do Nilo Peçanha”, como se todos os cabecilhas da República fossem apenas vendedores de jornais. Fala sobre política, conhece o valor de nossos parlamentares, discute os principais episódios da conflagração europeia, critica os atos do poder e emprega imoderadamente esses vistosos adjetivos que figuram nos cabeçalhos dos artigos importantes para engodar o público incauto. Detesta a monotonia dos tempos de paz. Gosta das revoluções, dos motins, das grossas “mixórdias” que lhe proporcionam ocasiões de ver todas as folhas arrebatadas, sem que haja necessidade de ele gritar como nos dias ordinários. Não é somente o jornalista que explora vantajosamente os crimes – ele, o garoto endiabrado, também sabe tirar partido das mais insignificantes perturbações da ordem, revestindo todos os fatos de acessórios que lhes dão proporções extraordinárias. Parece que tem o dom de pôr um grande vidro de aumentar em cima dos acontecimentos. É astucioso, impostor, velhaco. Com uma finura de comerciante velho, emprega artimanhas de mestre, complicados ardis, artifícios que são uma obra-prima de sutileza, tudo para embair os transeuntes. Mente apregoando sedutoras notícias fantásticas. Enfim, sob certos pontos de vista, o pequeno garoto vendedor de jornais é uma espécie de jornalista em miniatura... (Graciliano Ramos. Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1984.) OBJETIVO 2 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE QUESTÃO 2 Alma de pássaro conota a) sensibilidade. d) fragilidade. b) paciência. e) ingenuidade. c) liberdade. RESOLUÇÃO: O pássaro, por voar, ganhar altura e deslocar-se por amplo espaço, é comumente associado à liberdade. Resposta: C QUESTÃO 3 Os outros vendedores de jornais, como o português, o italiano e o carcamano, não devem ser confundidos com o pequeno vendedor de jornais porque a) o primeiro é mal-humorado, o segundo é sério e o terceiro tem uma linguagem confusa e incompreensível. b) o primeiro é triste, o segundo é preocupado e o terceiro é esnobe. c) o primeiro é sério, o segundo é trágico e o terceiro é confuso. d) o primeiro é metódico, o segundo é calado e o terceiro fala errado e ininterruptamente. e) o primeiro é sério, o segundo é mal-humorado e o terceiro é exageradamente debochado. RESOLUÇÃO: Carrancudo: “de cara feia”, “emburrado”, “mal-humorado”; grave: “sério”; algaravia: “linguagem confusa e ininteligível”. Resposta: A QUESTÃO 4 “Queremos falar do pequenino garoto de dez anos, o brasileirito trêfego, ativo, tagarela como uma pega, travesso como um tico-tico. Está sempre a rir, sempre a cantar.” Conforme a descrição no trecho acima, assinale a alternativa na qual há adjetivos que caracterizam o garoto. a) Malandro e confiado. b) Desordeiro e esperto. c) Ardiloso e irreverente. d) Inconsequente e indisciplinado. e) Irrequieto e desinibido. RESOLUÇÃO: Os adjetivos trêfego, ativo e travesso indicam que o garoto é irrequieto. A descrição de seus comportamentos habituais – “Está sempre a rir, sempre a cantar” – e a menção a sua tagarelice revelam que é desinibido. Resposta: E OBJETIVO 3 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE QUESTÃO 5 “Por aqui, por ali, vai, vem, corre, galopa, atravessa as ruas com uma rapidez de raio, persegue os veículos, desliza entre os automóveis como uma sombra.” No trecho acima, os elementos que enfatizam a agilidade como característica marcante do menino são a) apenas os verbos e as orações curtas. b) apenas as orações curtas, separadas por vírgulas. c) apenas os adjuntos adverbiais. d) apenas os adjuntos adverbais e a comparação. e) os verbos, as orações curtas, os adjuntos adverbiais e a comparação. RESOLUÇÃO: Todos os elementos indicados na alternativa e concorrem para enfatizar a agilidade com que o menino realiza seu trabalho. Resposta: E QUESTÃO 6 O autor afirma que o menino é “assim uma espécie de pensionista do público” porque o pequeno vendedor de jornal a) mora em uma pensão pública. b) se apossa de coisas que vê nas ruas. c) é pago pelas pessoas que compram o jornal. d) recebe uma pensão de um órgão público. e) vive às custas dos outros, já que não ganha salário. RESOLUÇÃO: O trecho “arrebata as pontas de charuto que se jogam à rua e surrupia, para revender, os jornais (...) esquecidos nos bancos dos passeios. Se pode, à socapa, deita a mão a alguma dessas pirâmides de frutos que sedutoramente se elevam às portas das mercearias” explica a expressão “pensionista do público”. Trata-se, portanto, de quem se apossa das coisas que estão na rua, quer tenham sido jogadas fora (pontas de charuto, jornais), quer sejam de propriedade de alguém (frutos nas portas das mercearias). Resposta: B QUESTÃO 7 O menino jornaleiro encara os fatos publicados no jornal com a) respeito. d) irreverência. OBJETIVO b) medo. e) crítica. c) curiosidade. 4 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE RESOLUÇÃO: Segundo o texto, “afinal acaba por encarar todos esses fatos indeferentemente”, isto é, sem reverência, respeito. Resposta: D QUESTÃO 8 Se o menino jornaleiro, ao contrário do que o autor afirma, respeitasse hierarquias e vaidades tolas, ele a) não usaria a palavra encrenca para se referir a um suicídio ou assassinato. b) não usaria a palavra robo para se referir a diferentes tipos de conflito. c) usaria títulos como Presidente, Deputado antes dos nomes de pessoas que ocupam posições de destaque. d) divulgaria o jornal sem mencionar nomes de pessoas de destaque na vida política e social do país. e) não faria brincadeiras envolvendo os nomes de figuras públicas somente para atrair compradores. RESOLUÇÃO: Segundo o texto, “não empresta títulos a nenhum nome. Diz: ‘O partido do Pinheiro, discursos do Ruy Barbosa, o governo do Nilo Peçanha’, como se todos os cabecilhas da República fossem apenas vendedores de jornais”. Se respeitasse hierarquias, usaria títulos antes dos nomes de pessoas que ocupam posição de destaque. Resposta: C QUESTÃO 9 Assinale a alternativa que expressa maior grau de intimidade do emissor com a pessoa que menciona. a) O Presidente Lula participou de uma reunião com seus ministros. b) Fernando Henrique Cardoso pertence ao PSDB. c) Carlos Drummond de Andrade escreveu poesia e prosa. d) Linhas Tortas é de autoria do Graciliano Ramos. e) Vários dos poemas de Fernando Pessoa constam desse livro. RESOLUÇÃO: O uso do artigo na frente de um nome próprio de pessoa indica intimidade. O artigo precede um nome próprio em “Linhas Tortas é de autoria do Graciliano Ramos” (do = preposição de + artigo o). Resposta: D OBJETIVO 5 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE QUESTÃO 10 Segundo o autor, o pequeno jornaleiro “detesta a monotonia dos tempos de paz” porque a) vende menos jornais. b) gosta de anunciar as tragédias. c) não precisa gritar como nos outros dias. d) os jornais têm menos folhas. e) as pessoas prestam mais atenção nele do que nas notícias. RESOLUÇÃO: Em “Gosta das revoluções, dos motins, das grossas ‘mixórdias’ que lhe proporcionam ocasiões de ver todas as folhas arrebatadas”, o autor deixa claro que o jornaleiro não gosta dos tempos de paz porque vende menos do que em tempos mais agitados. Resposta: A QUESTÃO 11 O autor conclui que “sob certos pontos de vista, o pequeno garoto vendedor de jornais é uma espécie de jornalista em miniatura” porque a) tem conhecimento de tudo o que ocorre no mundo. b) sabe alterar os fatos para transformá-los em uma notícia que vende jornais. c) tem conhecimento suficiente para discutir política nacional e internacional. d) tem contato direto com o leitor e sabe que seções do jornal lhe chamam mais a atenção. e) participa, ainda que indiretamente, dos fatos mais marcantes da sociedade. RESOLUÇÃO: O autor compara o menino jornaleiro com o jornalista em sua habilidade de tirar partido dos fatos, revestindo-os de acessórios que atraem a atenção da população. Resposta: B QUESTÃO 12 Metáfora é uma comparação abreviada. Assinale a alternativa que apresenta uma metáfora. a) “O vendedor de jornais é o tipo mais despreocupado e alegre do mundo.” b) “Tem uma alma de pássaro.” c) “...tagarela como uma pega, travesso como um tico-tico.” d) “É extraordinária a celeridade com que ele se transporta de um lugar para outro.” e) “É astucioso, impostor, velhaco.” OBJETIVO 6 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE RESOLUÇÃO: Em b, há uma comparação abreviada – sua alma é como a alma de um pássaro. Em c, há uma comparação propriamente dita, não uma metáfora (que dispensaria a conjunção como). Resposta: B QUESTÃO 13 “Não é somente o jornalista que explora vantajosamente os crimes – ele, o garoto endiabrado, também sabe tirar partido das mais insignificantes perturbações da ordem...” A mesma regra justifica o uso da vírgula na frase acima e na frase da alternativa: a) Chegou, examinou tudo, permaneceu calado. b) Amanhã, quando você acordar, não estaremos mais aqui. c) Examinou tudo: as paredes, os móveis, os objetos e até as pessoas. d) Venha até nós, Mariana, sua presença nos alegra. e) Encontrei Carlos, o primo de Pedro, na saída do teatro. RESOLUÇÃO: No enunciado e na alternativa e, as vírgulas foram usadas para separar o aposto. Em a, foram empregadas para separar orações coordenadas assindéticas; em b, para separar o adjunto adverbial, colocado no início da frase, fora do seu lugar habitual; em c, para separar elementos de uma enumeração; em d, para isolar o vocativo. Resposta: E Nas questões 14 e 15, assinale a alternativa que apresenta a melhor redação, considerando clareza, coerência, coesão e observância às normas do padrão culto da língua e às regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. QUESTÃO 14 a) Observei eles exibindo-se sem escrúpulos. b) Me solicitam freqüentemente para ajudá-los. c) O advogado pediu para mim encontrá-lo no fórum. d) Recusou o presente, mostrando-se ofendido. e) Sejamos francos, a plebéia nunca convenceu-nos. RESOLUÇÃO: Erros em: a) emprego de eles no lugar do pronome oblíquo os; b) uso do pronome oblíquo me no início do período e uso do trema em frequentemente; c) uso do pronome mim como sujeito de encontrar, no lugar do pronome eu, e uso de para após o verbo pedir (estrutura recomendada apenas quando se subentende a palavra “permissão” ou “licença” entre eles), no lugar da construção pedir que (pediu que eu o encontrasse); e) plebeia com acento e ênclise do pronome nos – o advérbio nunca requer próclise do pronome. Resposta: D OBJETIVO 7 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE QUESTÃO 15 a) Ele seria admitido na empresa, se queresse trabalhar. b) Aqui ele obtêm tudo o que deseja. c) Se nós pormos as cartas na mesa, tudo ficará esclarecido. d) Quando você vir até aqui, verá os estragos. e) Eles creem em tudo o que lhes dizem. RESOLUÇÃO: Erros: a) queresse no lugar de quisesse; b) obtêm no lugar de obtém; c) pormos no lugar de pusermos; d) vir no lugar de vier. Resposta: E OBJETIVO 8 PORTUGUÊS – DESAFIO – 1.a SÉRIE