HISTÓRIA & HISTORIOGRAFIA
PARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO DE GUAÇUÍ – ESPÍRITO SANTO
1918 A 2008
“Ninguém é dono do saber absoluto. Todos contribuem para a construção do
Saber” (Professor Dr. José Augusto dos Santos – In Memorian)
DEDICATÓRIA
À saudosa amiga Maria das Graças Pereira (In Memorian), pelo zelo de ter recolhido, na
lata de lixo, o Livro de Tombo I, que se tornou fulcro deste trabalho;
A todos os fiéis da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí – ES, particularmente os
anônimos colaboradores, cujos trabalhos os tornam protagonistas desta História;
Aos nobres e santos espíritos dos saudosos, anônimos e esquecidos padres que por aqui
passaram.
AGRADECIMENTOS
A Deus, a quem certa vez prometi colocar todos os meus conhecimentos a seu serviço;
À minha esposa, filhos e filhas, os quais são sacrificados no cotidiano de suas vidas em
decorrência do exercício de meu Ministério Diaconal.
Aos saudosos Padres: Miguel de Sanctis, Armando Geertz, Félix Pardo Orje, Enio Octávio
Fazolo e Galeno Martins de Oliveira, amigos que contribuíram para minha formação
espiritual.
TEODORO, Miguel A. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA PARÓQUIA SÃO
MIGUEL ARCANJO DE GUAÇUÍ – ESPÍRITO SANTO NO PERÍODO DE 1918 A
2008. 2013. 28f. Trabalho de conclusão de curso (Complementação em Teologia) –
Faculdade Católica de Anápolis – Instituto de Ciências Humanas João Paulo II (IJOPA).
Cachoeiro de Itapemirim 2013.
RESUMO
A organização e o desenvolvimento de uma Paróquia não se resumem apenas na
capacidade do administrador paroquial, mas, de modo especial, na abnegação e
colaboração de leigos e leigas que assumem responsabilidades e contribuem com seus
trabalhos em favor do crescimento, não somente espiritual, mas também do
administrativo, bem como, do bem-estar de todos os fiéis das comunidades em que
habitam. Muitos leigos e leigas destacam-se como verdadeiros protagonistas no campo
da evangelização, porém, nem sempre são reconhecidos pela dedicação e pelo zelo na
realização de trabalhos empreendidos em prol do bem comum. Sendo assim nessa
monografia busca-se contextualizar historicamente as ações empreendidas pelos párocos
que por aqui passaram, enfatizando que o desenvolvimento da referida Paróquia só foi
possível graças à atuação de inúmeros colaboradores, leigos e leigas, que não deixaram
no desamparo seus orientadores espirituais e que, atualmente, encontram-se no
anonimato, a exemplo de muitos padres, esquecidos pela história da Paróquia de São
Miguel Arcanjo de Guaçuí – Espírito Santo - Brasil.
Palavras-chaves: História, Desenvolvimento, Evangelização
TEODORO, Miguel A. Historical context of the parish SAO MIGUEL ARCHANGEL
Guaçuí – Espírito Santo IN THE PERIOD 1918 TO 2008. 2013. 28f. Working conclusion
of course (complementation in theology) - Catholic Faculty of Anapolis - Institute of
Humanities Sciences John Paul II (IJOPA). Cachoeiro de Itapemirim / ES / Brazil 2013.
ABSTRACT
The organization and development of a parish are not restricted only to the ability of the
parochial administrator, but, especially, denial and collaboration of lay men and women
who take on responsibilities and contribute their work for growth, not only spiritual, but also
the administrative as well as the welfare of all the faithful of the communities in which they
live. Many lay people stand out as true protagonists in the field of evangelization, however,
are not always recognized by the dedication and zeal in carrying out building work for the
common good. Thus this monograph seeks to contextualize historically the actions
undertaken by the parish priests who passed through here, emphasizing that the
development of this parish was only possible through the work of countless contributors,
laymen and laywomen who not left in the lurch their spiritual directors and currently find
themselves in anonymity, like many priests, forgotten by the history of the Parish of São
Miguel Arcanjo - Guaçuí - Espirito Santo - Brazil.
Keywords: History, Development, evangelization
INTRODUÇÃO
É com alegria que disponibilizo este trabalho inédito, através do qual busco apresentar um
histórico da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES entre os períodos de 1918 a
2008, considerando-a como espaço de trabalho e evangelização, tendo como objeto as
atividades exercidas por seus administradores no referido período acima mencionado.
O presente trabalho ainda tem a intenção de fornecer subsídios, a quem interessar e
possa, sobre a paróquia em suas dimensões histórica e pastoral, pois se considerou que
a paróquia é o lugar de evangelização que necessita organizar seu trabalho pastoral com
base em seus fiéis e, particularmente, nos agentes de pastorais, coordenadores e
pessoas de boa vontade.
Nessa perspectiva, foi fundamental observar a participação dos colaboradores e suas
responsabilidades em consonância com a esfera administrativa, sobretudo, no período
que compreende aos anos posteriores a 1971 até o ano 2001 onde se pode observar
certo avanço no que corresponde à divisão da Paróquia em Comunidades Eclesiais de
Base, bem como, a organização de grupos como, por exemplo: Catequistas, Agentes de
Pastorais, Coordenadores de Círculos Bíblicos, Coordenadores de Comunidades,
Coordenador Paroquial, Coordenação e membros do Ministério Extraordinário da
Pregação da Palavra de Deus, Coordenação e membros do Ministério Extraordinário da
Distribuição da Eucaristia e representantes de movimentos tais como: Cursilho de
Cristandade, Apostolado da Oração, Liga Católica, Legião de Maria, Confrades e
Consócias - Vicentinos(as). Encontro de Casais com Cristo (ECC), Encontro de
Adoslecentes com Cristo (EAC) etc.
Acreditamos que uma paróquia não é composta somente por padres e diáconos, mas
também, por todos que participam, direta e indiretamente, das atividades evangelizadoras
feitas com os fiéis em suas comunidades. Assim, a paróquia, juntamente com todos os
seus colaboradores, se torna a unidade responsável pela formação, educação e
orientação espiritual de seus membros.
Por isso, a partir do capítulo primeiro desta Monografia, após breve apresentação,
discorre-se, através de relato histórico, sobre os antecedentes históricos buscando
enfatizar os primórdios da Paróquia de São Miguel Arcanjo, tendo por base algumas
pesquisas efetuadas em Tombos do Carangola – MG e Mariana – MG, como também, em
outros registros, disponíveis no Livro de Tombo da Paróquia de São Miguel, de autoria do
Monsenhor Miguel de Sanctis; no desenvolvimento do segundo capítulo e seus sub-itens,
detemo-nos
em
expor
sobre
algumas
transformações
ocorridas
na
Paróquia,
especialmente entre os anos de 1972 a 2008, em decorrência das inovações oriundas do
Concílio Vaticano II. Fase esta, onde testemunhamos, naquele momento histórico, a
criação de inúmeros movimentos inovadores, particularmente, sobre um novo modo de
“Ser Igreja” e a
homologação da organização paroquial, nos anos noventa, em
Comunidades Eclesiais de Base e, já, no Terceiro Milênio, a continuidade daquela
organização e a caminhada da Igreja na Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí –
Espírito Santo. E, por fim, no terceiro capítulo, apresenta-se um resumo das ações
empreendidas pelos párocos, que estiveram à frente da administração paroquial, entre os
períodos de 1918 a 2008.
Embora nossa intenção fosse delimitar nosso trabalho até o presente ano, para que
pudéssemos elaborar um trabalho mais completo e fechar, com chave de ouro, nosso
Curso de Complementação em Teologia, para o qual tanto nos dedicamos, infelizmente,
não obtivemos da nova administração paroquial da Paróquia de São Miguel Arcanjo de
Guaçuí – Espírito Santo, a devida autorização para pesquisarmos sobre os dados, da
mencionada Paróquia, registrados no período de 2008 a 2013. Desconhecemos as razões
desta negação. Mas lamentamos muito sobre esta decisão. Considera-se atitude, como
esta, um cerceamento ao direito de pesquisa que é legalmente outorgado ao historiador, a
fim de que ele possa gozar de todas as prerrogativas legais, uma vez que o direito
conquistado não lhe pode ser negado.
Queremos crer mais. Sim. Cada vez mais! Entretanto, tal comportamento nos leva
acreditar, cada vez menos, naquele velho conceito de Heródoto, considerado o “Pai da
História”, quando afirmou ser “a História restos do passado, núcleo do presente e germe
do futuro”; e, acreditar, cada vez mais, conforme se afirma na Canção para a Libertação
da América Latina, que “(...) a História é um carro aberto, cheio de um povo contente, que
atropela indiferente todo aquele que a negue. É um trem riscando trilhos, abrindo novos
espaços, acenando muitos braços e balançando os nossos filhos”.
Em outras palavras, tomamos a liberdade de parafrasear o saudoso Padre Enio Octávio
Fazolo que, quando dizia a frase “Quem não se renova, morre. A Igreja que não se
renova, morre”, dava-nos a impressão de estar fazendo alusão ao termo “aggiornamento”,
tão utilizado e tão desejado pelo Papa João XXIII, nos auspícios da convocação para a
realização do Concílio Vaticano II.
Apesar de tudo, mesmo assim, continuaremos rogando ao Pai Celestial, para que os
administradores paroquiais possam ser protagonistas, mais de luzes do que de sombras,
pois assim dizia meu inesquecível mentor de Filosofia, Dr. José Augusto dos
Santos: Ninguém é dono do saber absoluto, todos devem contribuir para a construção do
saber.
2. Breve apresentação da Paróquia[1]
O município de Guaçuí/ES, localizado na região sul do estado do
Espírito santo, uma cidade de clima tropical temperado, frio e
seco no inverno; e quente e chuvoso no verão, com uma
população, conforme dados do IBGE (2009), de 26.743
habitantes, sendo que, 79% encontra-se em sua área urbana e, o
restante, cerca de 21% nos dois distritos existentes bem como na zona rural. Limita-se ao
Norte com o muncípio de Divino de São Lourenço e Ibitirama; ao Sul, com São José do
Calçado; a Leste, com o município de Alegre; e, a Oeste, com a cidade de Dores do Rio
Preto e o Estado do Rio de Janeiro. É no município de Guaçuí/ES que se encontra
localizada a Paróquia de São Miguel Arcanjo.
Esta Paróquia de São Miguel Arcanjo da diocese de Cachoeiro de
Itapemirim/ES, assim denominada, tem sede à Praça da Matriz,
s/n, CEP: 29.560-000, com telefone para contato nº (28) 35531467. No que diz respeito à ação evangelizadora da Igreja Católica
Apostólica Romana, a Paróquia, hoje, encontra-se subdividida em
27 Comunidades Eclesiais de Base. Ao longo de sua história religiosa, os fiéis católicos
de Guaçuí/ES testemunharam muitos avanços, especialmente no período pós-conciliar.
Atualmente, tem como Administrador Paroquial o sr. Pe. Denis Lesqueves Neto e como
Vigário Paroquial o Sr. Pe. Wagner Donizeti. Conta, ainda, com a presença do Sr. Pedro
Fossi – Pe. Emérito, bem como, dois Diáconos Permanentes, os
srs. Lorival Dutra Miranda e Miguel Aparecido Teodoro. No entanto,
o Sr. Pe. Denis Lesqueves Neto responde pelas atividades nas vinte
e sete comunidades existentes na paróquia e assegura o
atendimento dos objetivos e funções das mesmas e, para tanto, ele
conta com a colaboração de uma Equipe de Formação Paroquial,
Agentes de Pastorais, Coordenadores de Comunidades, Coordenadores de Movimentos:
Decolores, ECC, EAC, Catequistas, Equipe de Formação de
Noivos, Equipes de Formação para o Batismo, Equipes de
Formação para o Sacramento do Crisma, Ministros Extraordinários
da Pregação da Palavra, Ministros Extraordinários da Distribuição
da Eucaristia, Ministérios de Música, Liga Católica, Legião de
Maria, Apostolado da Oração, Vicentinos, Conselho Econômico
Paroquial, Conselho Paroquial e Escola de Teologia e Pastoral Dom Bosco. As Equipes
de Formação, coordenações e ministérios são formadas, em sua grande maioria, por
profissionais especializados, pessoas habilitadas e fiéis de boa vontade.
Os horários de atendimento aos fiéis e celebrações nas comunidades acontecem
conforme calendário mensal específico e previamente elaborado e publicado nos meios
de comunicação utilizados pela paróquia via Pastoral da Comunicação que compreende:
Portal na Internet, Programa na Rádio Local, Jornal Mensal, Murais, Avisos que
antecedem as celebrações no dia-a-dia.
2.2 Antecedentes: Relato histórico dos primórdios da Paróquia de São Miguel
Arcanjo
A
outrora
pequena
porção
de
terra
que,
hoje,
pode
ser
localizada
pelas
coordenadas [2]de 20º 46’ 38” de latitude sul e 41º 40’ 44” de longitude W. Gr, e cuja
altitude, no centro da cidade, equivale a 586m; e no alto do Morro do Caracol, 910m; e no
Tênis Clube, 604m; e, ainda, na Colina do Cristo Redentor, 705m; nos primórdios de sua
colonização[3] era conhecida por São Bom Jesus do Livramento e obteve, pela
Resolução nº 122, de 25 de novembro de 1861, a sua primeira formação administrativa
com a criação da Subdelegacia de Polícia de Veado na Paróquia de Alegre, Município de
Itapemirim – ES.
A ocupação das terras ao Sul do Espírito Santo, no início do século XIX, foi ocasionada
por diversos fatores, entre os quais se destacam os conflitos fronteiriços existentes entre
os membros da Bandeira de Minas que ocuparam terras pertencentes ao Rio de Janeiro e
Espírito Santo, pois, as expedições mineiras impetradas nessas regiões visavam não
somente a expansão das Minas Gerais, mas o extermínio de quilombos e a apreensão de
indígenas para a formação de escravaria. Em 1850, com um Decreto Real pôs fim aos
conflitos e praticamente delinearam-se os contornos das fronteiras atuais entre esses três
Estados.
Da chegada dos bandeirantes mineiros à nossa região, em 1820, até ao Decreto Real da
Lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, as terras, existentes nesses atuais estados, eram
habitadas pelos índios Puris e consideradas devolutas, foram ocupadas. De 1855, quando
se iniciou o processo de registros, até 1857, foram lavradas 145 escrituras de posses de
terras. As que referenciam às regiões que compreendem ao Sul do Espírito Santo somam
um total de 51 escrituras; as demais rezam sobre propriedades pertencentes aos Estados
do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Através desse Decreto, o Governo Imperial de Sua Majestade, o Imperador D. Pedro II,
regulamentou a ocupação de terras consideradas devoluta pertencente à Coroa e entre
as exigências para a legitimação da ocupação dessas terras, fixou que “nas posses
primárias mansas e pacíficas de terras devolutas, houvesse culturas e moradia habitual
de posseiro”. Cinco anos após, ou seja, em 1855 é que se deu inicio a prática desses
registros, que eram feitos pela Freguezia (hoje Paróquia) de Nossa Senhora dos Tombos
do Carangola, elevada a esta categoria em 1852.
O Livro de Registro de Terras Possuídas 1855/1857 teve o mérito de registrar, entre
outras, as posses ocorridas primariamente, no caso da Província do Espírito Santo, nas
regiões que hoje compreende aos municípios de Guaçuí, Dores do Rio Preto e os
povoados de São Romão e São Pedro de Rates. Na época, 1855, a fronteira das
Províncias de Minas Gerais e Espírito Santo era a margem direita do Rio Veado. No atual
Estado do Rio de Janeiro abrangia Porciúncula, Natividade e Varre-Sai.
Quanto à jurisdição da Província de Minas Gerais sobre áreas hoje capixabas, fronteiras
indefinidas permitiam os limites mineiros atingir a margem direita do Rio Veado. Esta
situação cessou em 10 de janeiro de 1863, quando o Governo Imperial, através do
Decreto nº 3043 fixou provisoriamente o Rio Preto como limite entre as Províncias do
Espírito Santo e de Minas Gerais.
O Livro de Registro de Terras Possuídas 1855/1857[4], original, onde foram efetuados os
referidos registros e onde fundamentamos nossa pesquisa, atualmente se encontra no
Arquivo Público Mineiro e foi invocado como prova documental pelo Estado de Minas
Gerais em 19 de outubro de 1904, na questão de limites com o Estado do Rio de Janeiro.
Cita como argumento a posse feita por mineiros, de terras registradas em Tombos,
consoante com o Decreto Imperial de 14 de maio de 1843, que fixou a fronteira de então.
Nesse período, não era fácil a obtenção de uma escritura. O ocupante de terras era
obrigado a declarar residência na Freguezia da Nossa Senhora da Conceição dos
Tombos do Carangola e o transporte era precário e a viagem cansativa, pois, na maioria
das vezes, era o escrevente que vinha à fazenda para efetuar o registro da escritura. Tais
registros foram extremamente importantes para nossa História: eles demarcaram a
passagem da fase a qual denominamos “Núcleo Colonizador” para a fase “Núcleo
Familiar” é, a partir daí, que as famílias aqui legalmente estabelecidas tornar-se-ão
responsáveis pelos alicerces sobre os quais erigiu-se a atual cidade de Guaçuí – ES.
A vitória alcançada no ano de 1860 fez com que, o que outrora era berço dos índios Purís,
desse lugar a sítios e fazendas na medida em que as distribuições das glebas de terras
continuavam. A colonização não ocorreu de forma tão organizada e os caminhos não
foram abertos regados ao aroma de rosas. Muitos espinhos se fizeram presentes.
As primeiras famílias que aqui se radicaram, tanto sofreram para se estabelecerem
quanto os índios que foram expulsos delas. Abrir caminhos, criar pastagens, preparar a
terra, sulcá-la para organizar plantações, semear e esperar o tempo da colheita era um
processo moroso. As regiões mais próximas distavam-se por léguas e léguas, o que
tornava o abastecimento, com ferramentas, víveres e suprimentos, dispendioso para a
lavoura. Foi uma tarefa árdua desbravar verdadeiramente essas terras, embora fossem os
rios e as florestas, abundantes.
Todavia, apesar de todas as dificuldades, o arroz, a cana e seus derivados como o
açúcar, a rapadura, a cachaça, o melado; o café, o milho, o feijão, a criação de gado e a
produção do leite e seus derivados, começaram a se tornar uma realidade. Pequenos
engenhos foram sendo instalados e aos poucos, a mão-de-obra escrava vai se fazendo
presente à medida que os proprietários, que receberam as terras das mãos de Manuel
José Esteves de Lima e/ou Luís Francisco de Carvalho, os adquiriam. Os remanescentes
das tribos Purís que ocupavam a região, os que não fugiram e nem foram mortos,
imediatamente assimilaram a cultura do homem branco que aqui se instalara.
Esta localidade, agora, detinha em seu seio as três grandes raças que a compunha: o
índio, o branco e o negro que, misturando-se, deram origem ao cafuzo, ao mulato e ao
caboclo. Todos trabalhando, segundo as ordens de seus senhores, para fazer com que
essas terras progredissem. Como não poderia ser diferente de outros vilarejos que
constituíam a Província do Espírito Santo.
Ainda no decurso daquela querela, entre Luciano Lobato e Luís Francisco de Carvalho e
entre bispos do Rio de Janeiro e Minas Gerais, pela disputa dessas terras, o Comendador
José de Aguiar Valim e Luís Francisco de Carvalho, fizeram erigir, em 29 de setembro de
1859, uma capela em louvor ao Padroeiro do dia: São Miguel. Esse fato, futuramente,
influenciaria nos destinos do que, mais tarde, tornar-se-ia um próspero município.
Como resultado do esforço empreendido, em 1861, é criada a primeira Subdelegacia do
local, denominada Subdelegacia de Polícia do Veado, tendo como sede a Paróquia de
Alegre, e para ocupar o cargo de subdelegado com o objetivo de salvaguardar o novo
distrito, foi nomeado o Comendador José de Aguiar Valim. Os mineiros não gostaram
desta medida.
Em contrapartida, a Assembléia Provincial Mineira criará o Distrito Judiciário de São
Pedro de Rates, outorgando-lhe autonomia sobre o Distrito do Veado. Mais uma questão
para ser decidida nos tribunais e, mais uma vez, o Espírito Santo sai vencedor: o
Imperador D. Pedro II, através do Decreto Imperial nº 3.043, de 10 de janeiro de 1863,
determinava a linha limítrofe entre as duas Províncias, ou seja, o Rio Preto.
Emergia assim o incipiente distrito que, ao longo da década de sessenta do século XIX,
viria, como todos os distritos do Império de Sua Real Majestade D. Pedro II, contribuir
com seus impostos para ajudar nas campanhas contra o Paraguai.
Nessa década, ocorreu a primeira doação de terras em favor da futura Matriz:
“no dia 09 de novembro de 1863, a Sra. Alzira Maria do Espírito Santo, o Sr. João José
Justino Maria, o Sr. Alexandre Pereira Monteiro e outros, fizeram uma doação de terras,
num total de um alqueire à São Bom Jesus do Veado”. Mais tarde, outra doação foi feita:
Os Srs. José Benedito Viana e Silvestre Joaquim da Rosa, doaram terras, num total de
dois alqueires à São Bom Jesus, com escritura particular, datada de 23 de novembro de
1869 (Livro do Tombo I, 1918).
Pela Lei nº 9, de 13 de julho de 1866, foi criada a Freguezia do Veado, com a invocação
de São Miguel e sua consolidação como Distrito subordinado ao Município de Cachoeiro
de Itapemerim, se dará a 25 de março de 1867.
E, na década de setenta do mesmo século, a então Freguezia do Veado terá, também
como em todos os distritos brasileiros, seus primeiros escravos beneficiados pela Lei do
Sexagenário e do Ventre Livre. As fazendas do Comendador José de Aguiar Valim e as
propriedades de Luiz Francisco de Carvalho, também estavam submissas às essas Leis.
Contudo, era raro o negro escravo que poderia ser beneficiado com a Lei do Sexagenário
e, dificilmente se poderia ter um negro imediatamente beneficiado pela Lei do Ventre
Livre, pois esta, na verdade, garantia ao senhor do escravo ficar com o negro à sua mercê
até ele completar vinte e um anos de idade. Até aos sete anos, o pequeno moleque ficava
com a mãe e, após esse período, durante quatorze anos, ele permaneceria trabalhando
para o senhor para custear as despesas que este tivera no período dos sete primeiros
anos de vida do pequeno e futuro escravo temporário.
Deste modo, podemos compreender a razão de nossa pequena e incipiente cidade, ter
sido berços escravos, considerando que somente Luiz Francisco de Carvalho possuía
mais de cem deles.
Ainda nesta década, pela Lei nº 1, de 7 de outubro de 1872, foi criado o Distrito da Paz,
no lugar denominado Veado, do termo da Vila de Cachoeiro de Itapemirim. A década de
oitenta do referido século, seria testemunha de novos tempos.
O lugar denominado de Freguezia era composto de inúmeras e prósperas fazendas. Os
que aqui outrora se instalaram, começava neste período a divisão de suas propriedades
de modo mais particular. Seus filhos cresciam e começava a se dar em casamento o que
proporcionou o surgimento de uma nova geração, a segunda dos primeiros colonos que
aqui se estabeleceram. Essa nova geração escreveria num futuro bem próximos, através
de seus filhos e netos, as páginas de nossa história.
Antes, porém, ela testemunharia a assinatura do Decreto-Lei nº 18, de 3 de abril de 1884,
pelo qual, a Freguezia de São Miguel do Veado era desmenbrada do Município de
Cachoeiro de Itapemirim e vinculada a Alegre. Entretanto, no final desta mesma década, a
11 de novembro de 1890, pelo Decreto Estadual nº 53, eles avalizariam a confirmação da
Lei Provincial de 1884, que determinava a instalação de Intendências Municipais.
Assim, os representantes da Freguezia de São Miguel do Veado, estiveram presente na
solenidade do Ato de criação da Intendência Municipal de Alegre, fato que se consolidaria
a 6 de janeiro de 1891, o Comendador Francisco Ourique de Aguiar será um deles.
A 15 de novembro de1895, o Estado do Espírito Santo é agraciado com a criação de seu
Bispado[5], tendo a capital Vitória por sede. Em conseqüência desse fato, a Paróquia de
Nossa Senhora da Penha de Alegre, em 23 de novembro de 1897, será desligada do
Bispado de Mariana, e, logo em seguida, ligada ao Bispado do Espírito Santo. Tudo isso
por intermédio da Bula Santíssimo Domino Nostro.
De acordo com o Livro de Tombo que começou a ser escrito, a partir do ano de 1918,
pelo Monselhor Miguel de Sanctis, considerado o Patriarca religioso deste município de
Guaçuí/ES, ele inicia sua narrativa reportando-se às reminiscências do passado,
especialmente, com citações referentes aos anos de 1863 e 1869, onde se pode observar
os motivos que fizera com que seu bispo o nomeasse para vir substituir o então
reverendíssimo Sr. Pe. Carlos Regattieri.
Aquele padre entregou ao Monsenhor Miguel, apenas os livros de batizados e
casamentos pois, os livros paroquianos não existiam. Razão pela qual não se encontra
nenhum registro dos acontecimentos paroquiais antes de 1918, o que representa uma
lacuna de cinquenta e cinco anos de nossa história paroquial. Portanto, deste período
sem registros, só nos foi possível obter informações, segundo a Tradição Oral, através
das quais se afirma que no local onde, hoje, está erigida a Matriz, fora construída uma
pequena capela em louvor e honra a São Miguel Arcanjo.
Todavia, em documentos datados no ano de 1895, pertencentes ao Arquivo Eclesiástico
de Mariana/MG de 1895, afirma-se que aquela capela erigida estava sob a jurisdição do
bispado de Mariana. Entretanto, no mesmo ano de 1895, a pequena Paróquia de São
Miguel era submetida sob a jurisdição do recém criado bispado da Província do Espírito
Santo, com sede em Vitória/ES.
Segundo as narrativas registradas pelo Monsenhor Miguel, quando aqui chegou, em 11
de dezembro de 1918, ele afirmou:
“(...) tanto o templo da pequena capela quanto a Igreja em si, encontravam-se em estado
de completo abandono: faltava asseio, a pobreza e a miséria eram enormes. O lado
moral do povo estava, também, muito descuidado e o povo não era doutrinado
cristãmente” (SANCTIS, Miguel de. Livro do Tombo I, 1918).
2.3 Transformações ocorridas na paróquia, especialmente entre os anos de 1972 a
1980
O Bem Aventurado Papa João XXIII no seu discurso de inauguração do próprio CVII
afirmou que "o que mais importa ao concílio ecumênico: que o depósito sagrado da
doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz". E ainda: "para que esta
doutrina atinja os múltiplos níveis da atividade humana (os indivíduos, a família, a vida
social) é necessário primeiramente que a Igreja não se aparte do patrimônio sagrado da
Verdade recebido dos seus maiores", essa afirmação é muito clara em seu objetivo,
portanto, ninguém deve querer inventar uma nova fé. E ele não para por aí: "Ao mesmo
tempo, deve também olhar para o presente, para as novas condições e formas de vida
introduzidas no mundo hodierno que abriram novos caminhos ao apostolado católico".
Esta é a finalidade do CVII (AZEVEDO JÚNIOR, 2012).
Se o desenvolvimento da Igreja Católica Apostólica Romana no mundo e a sua
organização nos níveis diocesano e paroquial iam a passos lentos até o início do século
XX, começou a dar saltos grandes após o ano de 1965. A mudança maior se deu por
ocasião do Concílio Vaticano II (1961-1965) que, sem afetar o dogma e o essencial da fé,
modificou a fisionomia da Igreja. Diminuiu a pompa, e a autoridade passou a ser a Igreja
de serviço, comunhão, anunciadora. Todo conceito de Igreja e de seu relacionamento
com os fiéis foi revisto e adequado aos novos tempos. Da Igreja, dos paramentos e dos
ritos, tirava-se o supérfluo.
Talvez o fato mais significativo destas mudanças tenha sido quando o Papa Paulo VI, logo
após sua eleição em 1963, tirou a tiara, o “tri-regno” que significava seu poder de profeta,
sacerdote e rei e no fundo lembrava o autoritarismo dos Reis e do Sacro Império Romano.
Seu sucessor, o Papa João Paulo I, decidiu trocar a “coroação” por uma cerimônia que
ele chamou de “Inauguração do Supremo Pontificado”. Mais tarde, o Papa João Paulo II
na homilia de sua eleição disse: “O último Papa a ser coroado foi Paulo VI em 1963, mas
depois da coroação solene, ele nunca mais usou a tiara e deixou liberdade aos seus
sucessores de fazê-lo.
Não é tempo de voltar a uma cerimônia e a um objeto agora considerados erroneamente,
como símbolos do poder temporário dos Papas. “Nosso tempo nos chama, urge-nos,
obriga-nos a olhar o Senhor e mergulhar-nos numa meditação humilde e devota sobre o
mistério
do
poder
supremo
de
Cristo
mesmo”.
Até a publicação da Constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a Sagrada Liturgia, dia
04 de dezembro de 1963, todo culto da Igreja era em latim: leituras bíblicas, missas,
casamentos, tudo enfim, sem dar aos fiéis a possibilidade de compreensão. O padre
celebrava a missa de costas para o povo, sem diálogo, comunicação, enquanto os fiéis se
ocupavam de alguma outra devoção, como o terço ou outras orações e, de açodo com
Azevedo Júnior (2012): Os coroinhas se orgulhavam de saber responder em latim: “Et
cum spiritu tuo”.
E, continua:
De repente, o padre se dirigiu à comunidade na sua língua, olhando no rosto das
pessoas, dialogando e se comunicando. A assembléia passou a ser ativa, participante. Os
leigos proclamavam as leituras bíblicas na missa e até mulheres que antes, com véu na
cabeça, não podiam subir os degraus do presbitério agora faziam leituras. Mais ainda...
Eram ministros e ministras extraordinários da comunhão eucarística, levavam a hóstia
consagrada aos enfermos nas suas casas e nos hospitais e, em caso de necessidade,
administravam os sacramentos do Batismo e do Matrimônio (AZEVEDO JÚNIOR, 2012).
Assim, o Concílio Vaticano II deu uma nova vida à Igreja. Todavia, muitos bispos tinham
certa resistência quanto ao abandono da batina e o uso do clergyman (terno com
colarinho). Mas muitos mudaram, assim como também a Igreja mudou!
Nascia, então, o novo tempo da participação dos leigos. No Brasil, a partir de 1968,
começaram, em inúmeras dioceses, os grandes movimentos dirigidos por leigos. Vinha o
Cursilho da Cristandade e com ele uma série de encontros, grupos de jovens, jornadas
cristãs, movimentos, o treinamento de Liderança Cristã (TLC); etc. Todos eles dirigidos
por leigos. Milhares de jovens, adultos e casais passaram por estes cursos. Em geral,
saíam entusiasmados, comprometidos. E a Igreja tomou uma nova feição! Daí nasceu as
novas pastorais. Não adiantava só converter-se; era preciso tornar-se missionário, levar a
palavra de Deus a todos os setores.
Nesse sentido, a segunda fase da história de nossa Paróquia, se assim podemos
denominar, de 1972 a 1990, foi marcada pela participação ativa dos leigos. Os Bispos de
nossa diocese foram os grandes promotores de encontros, respectivamente Dom Luiz
Gonzaga Peluzzo e Dom Luis Mancilha Vilela. Nunca deixaram de comparecer ao
encerramento dos cursilhos e muitas vezes eram também, cada um a seu tempo, seus
diretores espirituais, assim como dos movimentos de casais e jovens.
Entretanto, o Espírito sopra onde quer. Porém, em nossa Paróquia, foi somente a partir de
1972 que se deu início ao processo de implantação das mudanças inovadoras do Concílio
Vaticano II. Isto porque ela ficara vacante em decorrência da morte de Monsenhor Miguel
de Sanctis, em 1971, que a administrara por cinqüenta e três anos consecutivos. Assim,
como ocorrera com muitos bispos do Brasil, também em nossa paróquia pôde-se
perceber, em relação às inovações conciliares, forte resistência da parte da maioria dos
leigas e leigas acostumadas com aquele antigo modo de “ser igreja”, sobretudo, daqueles
que eram colaboradores do padre recém falecido. Fato que deu origem a duas correntes
de católicos em nossa paróquia: conservadores e renovadores.
Apesar da forte resistência e influência dos conservadores que orientavam a um grande
número de fiéis a não aceitarem as inovações pós-conciliares, os renovadores progridem,
paulatinamente, com a implantação das novidades trazidas pelo Concílio Vaticano II.
“A Igreja que não se renova, morre, pois ela só será jovem quando o jovem for Igreja”
(Pe. Enio Fazolo, 1976)
A começar pela abertura do espaço concedido aos jovens, foi-lhes permitido missas,
especialmente aos sábados. Essa concessão a juventude pode ser considerado o marco
inovador das transformações ocorridas na Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES,
uma vez que traziam seus pais para as referidas missas de sábado. Não obstante, com a
criação Movimento de Jovens Cristãos de Guaçuí – o MJCG -, vieram ocorrer os
Encontros de Jovens Cristãos que, para tanto, exigia-se a presença de pais que davam
apoio servindo na cozinha, na confecção de lembranças, apoio logístico de externa e
encerramento de encontros etc.
Do mesmo modo, os jovens empreenderam, ao menos três vezes por ano, campanhas de
“Amor ao Próximo” que, também, envolviam seus pais que, motivados pela participação
dos filhos na Igreja, se dirigiram para Cachoeiro para fazerem o Cursilho de Cristandade.
Fato que ocasionou a criação do Movimento Decolores em nossa Paróquia no ano de
1974.
Neste mesmo ano aconteceu, no mês de junho, a Primeira Jornada Cristã para jovens,
motivada pelo saudoso Padre Antônio das Mercês Gomes – O Pe. Tonico.
Posteriormente, inúmeras outras ocorreram, especialmente para os pais, para
adolescentes, para domésticas, e a segunda, terceira e quarta para jovens. Em
decorrência disso, pôde-se perceber que aquele grupo de conservadores já não
apresentavam tanta resistência às inovações pós-conciliares. Embora, alguns ainda
recorriam a missas e batizados na vizinha paróquia de Varressai-RJ, que mantinha viva
aquele modelo de Igreja pré-conciliar, como mantém ainda hoje.
Contudo, a partir de 1976, é que se pode registrar considerável avanço no conjunto de
transformações, pois, com a introdução do Ministério Extraordinário da Distribuição da
Eucaristia, leigos escolhidos criteriosamente partilhavam com o pároco da administração
paroquial, sobretudo, no campo da evangelização. A partir do referido ano inaugura-se o
Curso de Noivos, o que exigiu a formação de uma equipe de casais para se ministrar o
referido curso. E o movimento de Jovens, amparados pelas mulheres da OVS, começa
enviar jovens para os seminários, bem como, em 1978, criam o Movimento Cristão de
Adolescentes – o MOCA -,
movimento este que, além de protagonizar grandes
momentos referentes à história da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, veio se
tornar um grande instrumento de evangelização.
Desse grupo de adolescentes originou: a primeira confecção de tapetes de Corpus Christi;
a ordenação de dois padres Jesuítas; as procissões da semana santa com apresentações
teatrais; a promoção de Encontros de Adolescentes em inúmeras
paróquias
circunvizinhas; e, o grupo teatral Gota, Pó e Poeira que, ainda hoje, se destaca no cenário
nacional.
Ainda no mesmo ano de 1978 cria-se uma equipe responsável para ministrar cursos para
casais, sendo que essa equipe é escolhida dentre aqueles que faziam parte do Grupo de
Cursilhistas que, aliás, foi o grande responsável e promotor de diversas campanhas das
quais se teve origem os recursos necessários para a construção da nova Casa Paroquial,
como também, das Igrejas das Comunidades de São Paulo Apóstolo e Santa Catarina
além, é claro, das inúmeras reformas exigidas no prédio da Matriz de São Miguel.
2.4 A Paróquia de São Miguel Arcanjo nos anos 80
Todos os homens, que são pessoas dotadas de razão e de vontade livre e por isso
mesmo com responsabilidade pessoal, são levados pela própria natureza e também
moralmente a procurar a verdade (Concílio Vaticano II, Dignitatis Humanae, 2. In
Compêndio do Concilio Vaticano II, 1991).
Acompanhando o processo de crescimento religioso na Paróquia de São Miguel Arcanjo
percebeu-se que, nos anos 80, não se identificava tanto quanto na década anterior,
aquela resistência apresentada pela ala de fiéis conservadores. Embora muitas outras
inovações estavam ainda por acontecer, a tendência para abrir-se para o novo modelo de
“ser igreja”, segundo as propostas inovadoras do Concílio Vaticano II, era muito forte. O
que contribuiu muito para que isso ocorresse foi, de fundamental importância, a chegada
de Dom Luiz Mancilha Vilella em nossa Diocese. Homem profundamente aberto para o
novo, cujas idéias pastorais e planos administrativos, muito contribuíram para o
desenvolvimento e crescimento espiritual não somente de nossa Paróquia, mas de toda a
diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
A divisão da diocese em regionais, a formação de grupos de estudos para estudarem os
documentos conciliares e os documentos da CNBB, a criação das Escolas de Teologia e
Pastoral, a implantação do curso para Testemunhas Qualificadas do Matrimônio, a
criação do curso para Ministros Extraordinários da Distribuição da Eucaristia, a ordenação
de novos padres e a adesão à corrente de pensamento fundamentado na Teologia da
Libertação, a formação dos Conselhos Pastorais Diocesanos e, consequentemente, a
formação de Equipes Diocesanas para ministrarem Cursos de Formação, bem como, a
formação de Equipes Paroquiais com o mesmo objetivo, a ascensão dos movimentos de
adolescentes e jovens; o crescimento participativo de casais em equipes de cursilho de
cristandade, encontros conjugais, o surgimento das pastorais, em meados dos anos 80,
foram fatores marcantes que geraram momentos que possibilitaram a inserção de uma
grande maioria de fiéis numa nova realidade religiosa que não podia mais ser ignorada.
Então, a consolidação das idéias e inovações propostas pelo Concílio Vaticano II, eram
iminentes.
Diante de tantas orientações e inovações implantadas pelo novo Bispo da Diocese de
Cachoeiro de Itapemirim, a Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, não ficou
alheia a tantas novidades e, nesse sentido, com muito entusiasmo alegria se podia
registrar que uma nova fase estava sendo inaugurada em nossa paróquia, pois se
desenhava uma nova face para a Igreja de São Miguel, ou seja, um novo rosto, um novo
retrato estava surgindo, uma vez que o planejamento pastoral, inserido pelo Bispo, havia
sido entendido.
Então, naquela década, se pôde registrar na Paróquia
de São Miguel Arcanjo, contínuos avanços. Percebeuse o forte crescimento e a ascensão do grupo de
cursilhistas, cujas reuniões ocorriam as terças, sob a
orientação espiritual do pároco que se fazia sempre
presente,
animando
e
incentivando,
sobretudo,
quando se tratava dos meses de maio e setembro que eram embalados, respectivamente,
pelas quermesses diárias do Mês de Maria e pela Novena de São Miguel, sendo a
primeira coordenada por inúmeros grupos como, por exemplo, adolescentes, jovens,
apostolado da oração, legião de Maria, vicentinos etc.; e, a segunda, pela atuação das
equipes formadas pelos cursilhistas, no Restaurante Decolores.
Fato que contribuiu imensamente para a consolidação das inovações propostas pelo
Concílio Vaticano II na Paróquia de São Miguel Arcanjo, foi a chegada do Padre Galeno
Martins de Oliveira que, tão logo foi apresentado aos fiéis, tratou de assumir as
celebrações dominicais das dez horas – especial para crianças -, e apoiar os grupos de
adolescentes e jovens e, imediatamente, fomentou a criação do Festival de Música Sacra
ou Festival de Música Mensagem como passou a ser conhecido. Esse festival tornou-se
um instrumento de evangelização, pois congregava inúmeras paróquias no evento que
sempre acontecia, anualmente, no mês de junho.
O apoio dado aos grupos de adolescentes e jovens favoreceu a implantação das
Campanhas de Amor ao Próximo. Nesta campanha, crianças, adolescentes e jovens,
juntamente com seus pais, e assessorados por representantes dos demais movimentos,
saiam à noite, noites frias do mês de julho, às ruas arrecadando gêneros alimentícios,
roupas e cobertores, que seriam doados aos pobres e famílias carentes do município de
Guaçuí. No balanço, após trinta dias de campanha, registrava-se a arrecadação de
toneladas de alimentos, milhares de peças de roupas, centenas de pares de sapatos,
botas, sandálias, chinelos e centenas de cobertores, que eram entregues aos vicentinos,
incumbidos de fazerem a distribuição de todas as doações recebidas.
Aqueles adolescentes e jovens, influenciados pelo novo modo de ser igreja e como que
inspirados faziam, sem saber, acontecer as inovações do Concílio Vaticano II, pois
atuavam com esmero e dedicação. Dentre tantos fatos marcantes daquele período, podese destacar um inusitado, ou seja, “a operação do filho do Zé”. Sim. Isso mesmo! Aquele
grupo de adolescentes assumiu, com o apoio do pároco, uma operação particular, para
um problema de saúde raro na época, que só podia ser feita em caráter particular e cujo
valor era correspondente ao preço de um carro popular – OKM -. Com um bilhetinho,
escrito pelo pároco, eles procuraram o destinatário do bilhete – um homem de posses,
mas de um coração extremamente generoso – senhor Sebastião Liparizi – que não
hesitou em atender aquele pedido. Uma vez concluída a operação em um hospital de
Petrópolis – RJ, aqueles adolescentes se propuseram em realizar inúmeras campanhas
para arrecadar dinheiro para se pagar o valor do empréstimo. Nesse sentido realizaramse, rifas, gincanas, bingos, quermesses e tantos outros eventos que contaram com a
participação de todos os movimentos da igreja, mas sempre coordenados pelos
adolescentes. Com a quantia em mãos, aqueles adolescentes se dirigiram ao doador para
lhe devolver o dinheiro que fora emprestado. Interessante é que, no domingo seguinte, ele
nos visitou e doou aquela mesma quantia para o grupo de adolescentes utilizarem em prol
de outras pessoas. Um fato inusitado que marcou a existência do Movimento Cristão de
Adolescentes da Paróquia de São Miguel – o MOCA[6].
Em meados da referida década já não se sentia mais a resistência dos conservadores.
Aparentemente tinha-se a impressão que a realidade de Atos 2,42 era uma realidade,
pois, o fervor religioso era muito forte. Tão forte que as mulheres responsáveis pelas
Obras das Vocações Sacerdotais (OVS) apresentavam nomes de jovens para a formação
em seminários. Assim, alguns nomes foram indicados: Eliomar Ribeiro de Souza e Kleber
Chevi, considerando que estava iminente a ordenação do jovem Sebastião Carlos
Pirovani que também havia sido fruto do calor religioso que envolvera os jovens naqueles
inícios dos anos 80. Sebastião fora ordenado Presbítero em 15 de dezembro de 1987.
Ao mesmo tempo, em decorrência da formação daquela Equipe Diocesana, criada para
ministrar cursos de formação para novos Ministros Extraordinários da Distribuição da
Eucaristia, promoveu-se um curso de formação, a nível diocesano nesta paróquia. Assim,
a instituição de novos MEDDE’s, veio fortalecer as inovações e homologar as
transformações iniciadas na década anterior.
O primeiro grupo de MEDDE’s era composto por doze homens que se colocavam a
serviço da Eucaristia, mas, também a serviço da Palavra de Deus. O autor desta
Monografia foi o último convidado a compor aquele grupo no qual se encontravam os
seguintes membros: José Cirilo Sana, Fausto costa Beber, Amilcar Valentin, Didimo
Aguiar, Borges, Professor Geraldo, Orli do Carmo Morais, Henrique Daumas de Almeida,
Swedan Rafael de Oliveira, Antônio Gomes de Carvalho, Pedro Renato Vieira e, conforme
já se mencionou o último, Miguel Aparecido Teodoro. Posteriormente, conforme se
ministravam novos cursos de formação para MEDDE’s, abriu-se espaço para a inserção
das mulheres no mesmo ministério, dentre as quais se podem mencionar: Ana Barbosa
Sana, Marina Beber e Cacilda Gonçalves. Posteriormente, Maria Mercedes Vargas Muller,
Maria Vitório, Maria Rita Ramos, Terezinha Vargas, Ana Maria Moraes Teixeira e tantas
outras mulheres de boa vontade.
Aqueles abnegados 12 homens, servos de Deus, a serviço da Eucaristia, não mediam
esforços para atender a todas as Capelas – pois, era assim que eram conhecidas as
hoje, denominadas Comunidades Eclesiais de Base -, sol, chuva, noite, dia, asfalto,
estrada de chão, poeira ou lama, não representavam obstáculos para o cumprimento da
missão de se ministrar a Eucaristia a quem necessitasse, ou mesmo a partilhar a Palavra
em alguma celebração.
Nos últimos quatro anos da década de 80, sete acontecimentos consolidaram o
processo de transformações iniciados nos anos 70. Em
primeiro lugar, desta vez, a Paróquia envia seu primeiro
vocacionado para o Curso de Formação para Diáconos
Permanentes: Miguel Arcanjo Azevedo que, após ter
completado o período de formação, seria ordenado Diácono
em 04 de dezembro de 1994; Em segundo momento,
convoca-se os fiéis a para a realização da primeira Assembléia Paroquial que veio
acontecer no ano de 1987. Como conseqüência da realização da referida Assembléia,
implantou-se o sistema de dízimo e criou-se, em quarto momento, a primeira Equipe para
compor o Conselho Econômico da Paróquia, que foi formado pelos seguintes membros:
João José Barbosa Sana, José Lúcio Sárria, Miguel Arcanjo Azevedo, Miguel Aparecido
Teodoro, Maria das Graças Pereira, Maria Lúcia Zini e Maria Inês Zini. Essa equipe, em
atendimento ao planejamento pastoral do senhor Bispo, foi a grande responsável pela
divulgação do novo projeto de evangelização e orientação para a formação das que viriam
a ser, futuramente, as Comunidades Eclesiais de Base da Paróquia de São Miguel
Arcanjo de Guaçuí/ES.
Os três outros fatos que marcaram profundamente o final daquela década, foram a
realização, a nível diocesano, do 1º Encontro de Jovens, no qual se reuniu cerca de 1 300
jovens de toda a diocese nesta Paróquia; a inauguração do templo da Igreja de São
Paulo, hoje Comunidade São Paulo Apóstolo e, por fim, o envio de mais trinta fiéis para
cursar a formação em Teologia e Pastoral, curso ministrado pela Escola de Teologia e
Pastoral de Alegre/ES.
Como resultado do desprendimento do inesquecível Padre Galeno, bem como, da
dedicação dos membros do grupo de cursilhistas ou, como são conhecidos, do grupo
Decolores é importante ainda ressaltar que o final desta década, também foi marcado
pela despedida de Padre Enio Fazolo e Padre Galeno Martins de Oliveira; e, também,
pela formatura, em Teologia e Pastoral, daqueles fiéis que foram enviados à Escola de
Teologia e Pastoral de Alegre/ES.
2.5 A organização paroquial nos anos noventa
"Paulo e os Atos dos Apóstolos parecem de repente ganhar vida e se tornar parte do
presente. O que era realmente verdadeiro no passado parece estar acontecendo de novo
diante dos nossos olhos. É uma descoberta da verdadeira ação do Espírito Santo, sempre
atuante, como Jesus prometeu. Ele mantém a sua palavra. É mais uma vez uma explosão
do Espírito de Pentecostes, uma alegria que tinha se tornado desconhecida para a Igreja"
(CARDEAL SUENENS, 1992).
O início dos anos noventa foi marcado com a chegada do Padre Pedro Scaramussa.
Ninguém o conhecia. No entanto, em sua bagagem pastoral trazia consigo uma modelo
de igreja que ainda não era conhecido por nenhum dos fiéis. Apesar de todas as
conquistas realizadas na década anterior, ainda não nos aproximávamos do modelo de
igreja exigido, conforme os desejos do senhor Bispo diocesano. Deste modo, Padre Pedro
Scaramussa se ocupou logo de formar novas equipes e ia lhe atribuindo funções para
que, tão logo, pudéssemos alcançar os objetivos aos quais se propunha, conforme as
diretrizes elencadas, não somente pela CNBB, mas, também, pela própria diocese.
Assim, o referido padre tratou logo de dividir a Paróquia em setores e, visando a
descentralização da Matriz, os setores em comunidades.
Deste modo, surgiram as primeiras Comunidades Eclesiais de Base em nossa Paróquia,
sendo elas: São Miguel Arcanjo, São Judas Tadeu, Nossa Senhora Auxiliadora,, São
Sebastião, São Lucas, São Francisco de Assis, São Luiz, São José Operário, Santa
Catarina, Nossa Senhora das Graças, Santo Antônio (urbano), Santo Antônio (rural), São
Felipe, Nossa Senhora Sant’Ana, São Mateus, Santa Luzia, São Paulo Apóstolo, São
Pedro de Rates, São Pedro Apóstolo. Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora
Aparecida, São Domingos, São Bento, Divino Espírito Santo, Nossa Senhora das
Medalhas; e, posteriormente, foram criadas mais duas comunidades: Nossa Senhora de
Fátima e Nossa Senhora da Glória. Tão logo se criou as CEB’s, deu-se início ao processo
de construção de seus Templos. Assim, no presente momento, somente as duas últimas
não possuem seus templos.
Entre tantas mudanças, teve origem, também neste período, mais precisamente no final
de 1992, a formação da primeira equipe para compor a Pastoral da Comunicação que fora
inaugurada no início de 1993, sob a coordenação de Miguel Aparecido Teodoro. Essa
equipe tinha como principal missão, a realização de um programa diário na rádio local –
90.5 FM – denominado “A Hora do Ângelus”. Os demais membros eram: Ana Maria
Morais, Déia Vieira Paraíso Ferreira e Edna Viana Cardoso.
Com a criação das CEB’s fez-se necessário a formação de novos MEDDE’s e a
implantação do curso de Ministros Extraordinários para a Pregação da Palavra de Deus –
MEPPD -. Assim, no ano de 1994, quando se inaugurava, concomitantemente, a criação
da Escola de Teologia e Pastoral Dom Bosco e a criação da Pastoral da Saúde, a
Paróquia já contava, entre MEDDE’s e MEPPD, mais de trezentos ministros
extraordinários. Ao final deste mesmo ano, em 04/12, o vocacionado Miguel Arcanjo
Azevedo era ordenado Diácono Permanente, e, nos auspícios do ano seguinte
consolidou-se a implantação das seguintes pastorais: liturgia, juventude, criança,
catequese, família, crisma; consolidou-se, ainda, a implantação de Círculos Bíblicos em
todas as CEB’s e organizou os Conselhos Comunitários (CC), Pastorais (CPC) e
Paroquial (CPP), ao mesmo tempo em que se iniciava a primeira reforma do Templo da
Matriz.
Essa reforma, porém, foi causa de um conflito entre a Paróquia e o Poder Público
Municipal, pois, em decorrência de um Decreto-Lei, sancionado pelo prefeito municipal, a
Paróquia ficara proibida de efetuar as reformas necessárias no referido Templo. Deste
modo, foi preciso a intervenção do senhor Bispo Diocesano que, através da emissão de
uma carta que visava orientar todos os fiéis, também, buscava esclarecer pontos
obscuros sobre a ação do poder público. Assim, o programa “A Hora do Ângelus” tornouse forte instrumento para a divulgação da referida carta do Bispo., o que provocou a
revogação do Decreto-Lei e o prosseguimento das obras da reforma do Templo da Matriz.
Nos anos que se seguiram, em seu projeto de organização da Paróquia de São Miguel
Arcanjo, Pe Pedro Scramussa revelou-se como um grande construtor; ou seja, um
verdadeiro levantador de paredes, fazendo-se construir, particularmente, os templos das
Comunidades: Santa Catarina, Divino Espírito Santo, São José, São Judas, São Felipe; e,
iniciou a construção do Templo da Comunidade São Mateus. Construiu ainda, as
seguintes salas: de vídeo, as cinco da Catequese, a da Legião de Maria, da Liga Católica,
a que hoje serve a Loja da Livraria Diocesana, a sala da Pastoral da Saúde; e, o auditório
do Apostolado da Oração. Como se não bastasse, deu início à segunda reforma e
ampliação do Templo da Matriz de São Miguel – obra inaugurada na gestão de seu
sucessor.
Essa década ainda fora marcada pela ascensão do grupo da Renovação Carismática.
Fato que veio somar, em conjunto com os demais movimentos existentes, para o trabalho
de evangelização foi o envio, em 1998, de cinco vocacionados para cursarem a formação
diaconal; a ordenação presbiteral, em 31/07/99, de Eliomar Ribeiro de Sousa; e, em julho
de 2000, a de Kleber Chevi. Esses dois últimos fatos marcaram a Paróquia, devido a
chegada de centenas de missionários, oriundos de diversos estados do Brasil, como
também, de outros países, para a realização da Semana Missionária, que antecedendo o
momento das duas ordenações, aconteceu em toda a Paróquia de São Miguel Arcanjo, o
que proporcionou muitas conversões de cristãos em todas as comunidades.
2.6 A continuidade organizacional
Ao se olhar para o passado, pode-se afirmar que, nos fins dos anos 90 e nos dois anos
seguintes do Novo Milênio, a Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, se
encontrava dentro das inovações mínimas propostas pelo Concílio Vaticano II, como
também, atendia as expectativas do plano pastoral do senhor Bispo Diocesano e das
Diretrizes da CNBB, pois tudo que fora implantado na referida década estava produzindo
muitos frutos, uma vez que, em todas as comunidades, se tornara realidade a presença
de todas as pastorais, grupos de formação, ministros da Eucaristia e da Palavra, Círculos
Bíblicos e Coordenadores em geral. Assim, no que se relaciona à organização paroquial,
ousa-se dizer que restava pouco para o sucessor, do Padre Pedro Scaramussa, realizar.
No entanto, a partir do ano 2002, o novo pároco empreendeu a continuidade das reformas
e ampliação do Templo da Matriz, que seria reinaugurado dois anos e meio mais tarde.
Continuou os trabalhos celebrativos, tanto na Matriz quanto nas Comunidades, e buscou
implantar, na iminência de se descobrir novas vocações, os Encontros Vocacionais. No
final deste mesmo ano, a Paróquia ganha mais dois Diáconos Permanentes, pois são
ordenados, em 22/12, os candidatos Lorival Dutra Miranda e Miguel Aparecido Teodoro,
que, ambos, no exercício do referido ministério têm prestado valoroso trabalho na
Celebração da Palavra, ministrando batismos, assistindo a casamentos, ministrando aulas
na Escola de Teologia e Pastoral, palestras em cursos de formação, e animando
comunidades.
Os anos seguintes, até 2006, foram marcados por inúmeros cursos ministrados para
formação de novos Ministros da Eucaristia e da Palavra, bem como, para formação de
novos catequistas e membros de equipes litúrgicas. Vale ressaltar a chegada das Irmãs
Sacramentinas de Bérgamo que, por um período de seis anos, muito contribuíram para o
trabalho de evangelização e formação espiritual em nossa Paróquia. Pode-se, ainda,
registrar, o surgimento dos grupos de Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Encontro
de Adolescentes com Cristo (EAC).
3 A AÇÃO DOS PARÓCOS NO PERÍODO DE 1918 A 2008
3.1 Pe. Miguel de Sanctis[7] (Administração: 11/12/1918 a 29/09/1971
Após ter sido ordenado padre na Itália, Miguel de Sanctis
recebe a missão de vir para o Brasil, onde foi designado,
a 11 de dezembro de 1918, a assumir a administração
paroquial da cidade de São Miguel do Veado. Seu meio
de transporte era, às vezes, um cavalo, um burro ou uma
pequena mula, sobre os quais viajava para evangelizar
quatro lugarejos, ou seja: São Miguel do Veado que,
posteriormente teve o nome mudado para Siqueira
Campos e, mais tarde, Guaçuí; São José do Calçado,
Dores do Rio Preto e Imbuí (Atual cidade de Divino de
São Lourenço). Ele dedicou toda a sua vida sacerdotal
em prol de Guaçuí. Com esmero e dedicação, por longos seis anos, empreendeu,
inicialmente com seus próprios recursos a construção do Templo a São Miguel – hoje,
denominado de Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo. Ainda com seus parcos recursos,
padre Miguel adquiriu também o prédio do que seria o futuro Ginásio São Geraldo –
Educandário que dirigiu até o ano de 1971.
Para superar a situação religiosa precária em que se encontrava o povo, ele começa
celebrar e a pregar e, de início cria as primeiras escolas de catecismo, na capela erigida
em 1859 e em todas as capelas que estavam sob a sua direção. As freqüências dos
paroquianos às celebrações eram praticamente nulas.
Dizia o jovem padre: “mesmo que se queimem todas as esperanças, por certo, ainda
restarão as suas cinzas”. E, movido por um Espírito abrasador, solicita ao Senhor Bispo
que se dignasse a enviar missionários para ajudá-lo a inflamar os corações dos
paroquianos.
Assim, a pequena paróquia toma novo rumo, e o pároco recém-empossado se impôe pela
sua personalidade perseverança, cultura e dedicação. A solicitação do envio de
missionários lhe é atendida pelo senhor Bispo e, deste modo, em 10 de setembro de
1919, os missionários iniciam suas pregações na sede da Freguezia, permanecendo por
dez dias, até o dia 25 de novembro de 1919, perfazendo um total de seis capelas.
A 29 de setembro de 1920, o Pe. Miguel formou a primeira comissão para tratar da
construção do novo templo. Ficando assim constituída:
•
Presidente: Padre Miguel de Sanctis.
•
1º Vice-Presidente: Coronel Cláudio Miranda.
•
2º Vice-Presidente: Coronel Joaquim de Aguiar
•
1º Tesoureiro: Coronel Virgílio de Aguiar.
•
2º Tesoureiro: Capitão Athaídes Ribeiro
•
Secretário: Capitão Custódio Martins Carneiro.
Durante três longos anos nada foi feito, em conseqüência de alguns conflitos originados
da cobrança do aforamento. O Senhor Bispo diocesano quis regularizar tudo a respeito do
patrimônio paroquial, o que o fez nomear o Pe. José Lidwin para tratar das medições das
terras e escolher o fabriqueiro. O fabriqueiro media posses.
Como a propriedade da Igreja havia sido invadida, o fabriqueiro escolhido, o Sr. Benedito,
encontrou dificuldades em razão da resistência demonstrada por alguns invasores de
terras, o que o torna passível de ameaças graves, pois, a diocese exigia a indenização
referente às terras invadidas.
Somente o Senhor Custódio Martins Carneiro e D. Maria Ambrozina Castro, cumpriram a
missão de pagar tal indenização. Os demais, considerados fraudadores, deixaram tanto a
paróquia quanto a diocese no prejuízo. Desta forma, o primeiro fabriqueiro não pode
concluir o seu trabalho. Desse modo, foi nomeado um segundo, o Sr. Euclides Debbons
cuja passagem foi marcada por atos inescrupulosos e, essa função foi concluída pelo Sr.
Edward Emery. Assim, com todos os bens regularizados, as obras da Matriz seriam
iniciadas, tão logo a planta fosse aprovada pelo Senhor Bispo diocesano.
Suas dimensões eram as seguintes: 30 metros de comprimento, 14 metros de largura, 10
de altura com uma torre de 28 metros. Os alicerces com 80 cm e as paredes com 50 cm.
Para iniciá-la, foram convidados os seguintes profissionais: construtor: Sr. Francisco
Tallon, um italiano residente em Muniz Freire – ES. Carpinteiro-chefe: o Sr. Américo
Lopes de Faria Lemos – MG. Pintor do teto e paredes: Sr. Benedito Simões. Engenheiro
dos Altares: Sr.Luís Matheli. Para montar os três altares: o artífice Senhor Adolpho
Oslegher . Os sinos: Casa Stemberg do Rio de Janeiro incumbiu-se de importá-los da
Alemanha.
Com a planta aprovada, os profissionais foram contratados e a Pedra Fundamental,
abençoada em solenidade festiva realizada às quatro horas da tarde do dia 29 de
setembro de 1923. Contudo, o povo não acreditava na realização desta obra. Várias
tentativas em construí-la, haviam sido feitas na gestão do Pe. Bianor Emílio que
antecedera ao Pe. Carlos Regathieri.
A comissão formada por Pe. Bianor sumiu com o dinheiro arrecadado e 20 mil tijolos
como parte do material que havia sido adquirido e quatrocentas sacas de cal, que foram
roubadas pelos próprios membros da comissão de Pe. Bianor, que aplicaram o dinheiro e
os materiais em obras particulares. Devido à sua ética moral, Pe. Miguel não registrou,
naquele Livro de Tombo, os nomes dos membros que compunham a comissão formada
por Pe. Bianor.
Desacreditado, só e sem dinheiro, movido apenas pela fé em Deus, Pe. Miguel autorizou
o início das obras sem nenhum recurso
financeiro e dispôs a trabalhar como
auxiliar dos construtores para torná-la uma
realidade.
Somente quando os primeiro resultados
começaram
a
aparecer,
é
que
os
paroquianos sentiram que ela poderia ser
concluída. De porta em porta, Padre
Miguel pedia dinheiro para executá-la. Dia
a dia, mês a mês, ano após ano, a
comissão formada por Pe. Miguel, em 29
de setembro de 1920, não desanimara.
Com
a
confiança
restaurada
e
a
colaboração e o entusiasmo dos fiéis,
mais oficiais puderam ser contratados e,
finalmente, em setembro de 1928, as
obras foram concluídas, porém, sua inauguração veio ocorrer em 29 de setembro de
1929.
A capela erigida, em 1859, por José Aguiar de Valin e Luís Francisco de Carvalho, cedeu
lugar ao novo templo. A última missa celebrada na referida capela aconteceu em 29 de
setembro de 1924, ano no qual a capela do Colégio São Geraldo foi nomeada Matriz
provisória. Ressalta-se que ao demolirem a capela velha, inúmeras ossadas humanas
foram encontradas pelos oficiais contratados e seus auxiliares.
Tantos ossos levaram os oficiais construtores a concluir que a velha matriz havia sido
erigida sobre um cemitério. De lá, as ossadas foram sepultadas onde hoje se encontra o
cemitério localizado atrás da Matriz. No meio a tantas dificuldades encontradas para se
construir o novo Templo da Matriz de São Miguel Arcanjo, é importante frisar que em
1924, a pedido do Senhor Bispo diocesano, foi arrecadado , em nossa paróquia, a quantia
de 1.200,000 réis, que foram doados para ajudar na construção do Cristo Redentor da
cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal do Brasil.
Em janeiro de 1931, a população de Guaçuí era surpreendida com a novidade de que o
nome do município havia sido mudado. Os administradores políticos do município,
considerando que o nome “São Miguel do Veado”, de certo modo, denegria seus
habitantes, procuraram o Presidente do Estado do Espírito Santo – Interventor João
Punaro Bley - na tentativa de se encontrar uma solução para o problema. Por sugestão do
próprio Presidente do Estado, o nome da cidade de São Miguel do Veado foi mudado
para Siqueira Campos e, naquele referido ano, estava para se completar o 13º ano de
administração paroquial do padre
Miguel
de
Sanctis
na
referida
Paróquia.
Padre Miguel registra que, no ano de
1931, a Paróquia contava com cerca
de três mil e quinhentos habitantes.
Dentre eles os descendentes de
índios, negros escravos e, é claro,
por uma minoria proprietária das
fazendas, herdeiros daqueles que
colonizaram
a
região,
de
cujo
principal legado pode-se destacar a devoção a São Miguel Arcanjo. Destaca, ainda, a
presença de protestantes na região.
Registra também que no mês de setembro daquele ano de 1931, uma forte tempestade
de muitos raios, trovões e chuvas de granizo caíram sobre a cidade deixando suas casas
totalmente destelhadas. O que forçou o prefeito a decretar estado de calamidade pública
e, também, fez com que o presidente do Estado visitasse a cidade para ver de perto os
estragos causados pela tempestade. Enfatiza que somente a Casa Paroquial e a Igreja
Matriz não foram atingidas pela tempestade e não sofreram nenhum dano. Fato que fez
com que a população e seus representantes políticos, sob a égide de suas pregações
homiléticas, compreendessem que o ocorrido havia sido um castigo de São Miguel,
imputado a todos que apoiaram a mudança do nome da cidade.
Em decorrência disso, padre Miguel empreendeu fortes campanhas contra os políticos e
contra o nome escolhido para o município. Sua perseverança fez com que, alguns anos
mais tarde, se fizesse publicar pelo presidente do Estado, um novo decreto que alterou
definitivamente o nome Siqueira Campos para Guaçuí.
Como grande conhecedor de talentos, padre Miguel de Sanctis, influenciou a centenas de
jovens a seguirem a vida sacerdotal. Sua oratória, fé e sabedoria espiritual e intelectual,
levaram-no a representar o Brasil no Congresso Eucarístico realizado na Argentina na
década de 50 do século passado, o que lhe atribuiu o título de Monsenhor.
Monsenhor Miguel tornara-se um ícone e uma referência para os cristãos da cidade de
Guaçuí-ES. Era, ao mesmo tempo, severo, carismático sério e brincalhão. Nunca deixou
de atender àqueles e àquelas que o procurava. Era um grande evangelizador e educador
religioso. Mesmo na sua velhice tratava a todos com carinho e o mesmo ardor e fé que o
trouxeram para esta cidade com o objetivo de conduzir as
almas para Deus, e na qual ministrou milhares de
sacramentos.
Sua fé e devoção a São Miguel Arcanjo levava-o a
profetizar que morreria no dia em que a Igreja escolheu
para que o mundo católico pudesse homenagear este
poderoso Arcanjo de Deus -. E, assim aconteceu: no dia
29 de setembro do ano de 1971 ele foi encontrar-se com
o Criador. Seus restos mortais, hoje, encontram-se
sepultados, repousando em um túmulo dentro da Capela
do Santíssimo, na Matriz de São Miguel Arcanjo que ele
mesmo construiu. É muito comum que pessoas de todo o Brasil, e até mesmo do exterior,
venham visitar, neste dia, o Patriarca religioso do povo de Guaçuí-ES. No mesmo dia, foi
nomeado vigário substituto, provisório da Paróquia, Pe. Armando Geerts e, somente em
27 de fevereiro de 1972, tomou posse como vigário, o Pe. Félix Pardo Orje.
3.2 Pe. Armando Geerts (29/09/1971 a 27/02/1972
Por um período de cinco meses, Pe Armando, assistiu, dentro de suas possibilidades, à
nossa Paróquia, fazia-se presente celebrando as missas dominicais, atendia a confissões
e ministrava os sacramentos. Pouco pode realizar, pois era o administrador da Paróquia
do município de São José do Calçado/ES e, como tal, tinha que atender às necessidades
de sua Paróquia.
3.3 Pe. Felix Pardo Orje[8] (1972 a 1975)
O que se pode registrar na administração de Pe. Félix foi a criação, em outubro e
novembro de 1973, das conferências das damas de caridade e o aprimoramento e
aperfeiçoamento da equipe de cursilhistas de Guaçuí, bem como, a inserção e o forte
crescimento da participação dos jovens nas Missas, uma vez que o Movimento de Jovens
Cristãos (MJC) ganha relevância. Observa-se também a importância dos inúmeros
Encontros Jovens (EJC), Treinamento de Liderança Cristã (TLC); em 1974 o surgimento
das Jornadas Cristã para jovens, adultos, casais e, posteriormente, para adolescentes
que eram ministradas pelo saudoso Pe. Antônio das Mercês Gomes – o Pe. Tonico – da
Diocese de Juiz de Fora. Neste período destaca-se o valor e a participação das mulheres,
que cuidavam dos inúmeros jovens que foram encaminhados para diversos seminários.
Entretanto, por motivos familiares, Pe Félix se vê obrigado a deixar, não somente a
Paróquia, mas também se viu na obrigação de pedir, à Santa Sé, dispensa do sacerdócio.
Razão pela qual que, em 1º de julho de 1975, é nomeado vigário substituto o Pe. Pedro
Fossi, que buscou dar continuidade ao trabalho iniciado por Pe. Félix. Pe.
3.4 Pe. Pedro Fossi[9] ( 01/07/1975 a 30/03/1976)
Em curto espaço de tempo, Padre Pedro Fossi fez uso de todos os recursos pastorais
necessários para motivar e animar a paróquia que acabara de assumir. Para tanto,
elaborou um plano evangelizador visando envolver todos os fiéis da Paróquia São Miguel
Arcanjo, particularmente, os jovens. Promoveu caminhadas penitenciais, encontros de
jovens, jornadas cristãs, Treinamento de lideranças Cristãs (TLC), encontro de casais,
encontro de domésticas, fomentou a catequese, os batismos e, particularmente, a
participação de todos na Santa Missa e dedicou um dia da semana (sábado) para
celebrar especialmente para os jovens. Também estimulou a participação dos vicentinos,
Damas da Caridade, Apostolado da Oração, bem como, despertou inúmeras vocações
para o sacerdócio.
Padre Pedro Fossi ficou na administração paroquial por um período de nove meses, pois,
em 30 de março de 1976, toma posse como vigário, o Pe. Ênio Fazolo.
3.5 Pe. Enio Fazolo[10] (30/03/1976 a 12/1990)
Ênio Fazolo, antes de entrar para o seminário, viveu entre as pétalas e
os espinhos das rosas que a vida lhe apresentou. Quando era ainda uma
criança conheceu as durezas e as dificuldades de viver sem o pai, que
havia falecido. Sua fé e dedicação o fizeram um homem de qualidades
incomparáveis. Talvez, tenha sido por isso que Deus o tenha chamado
para servi-lo através da vocação sacerdotal. Apesar de ter empreendido
seus estudos filosóficos e teológicos nos parâmetros educacionais de
uma Igreja cujo modelo evangelizador refletia a educação pré-conciliar,
sua mente e seu espírito já comungava com as renovações propostas pelo Concílio
Vaticano II. Era um verdadeiro amante da natureza e gostava de música clássica, pois
sempre era pego, de surpresa, cuidando de seu jardim, ou ouvindo as sinfonias de
Bethoven em sua velha e inseparável vitrola que o acompanhava para onde quer que ele
fosse. Entretanto, como muitos seres humanos, tinha seus momentos de teimosia e
desafeto, mas sua capacidade de se tornar flexível diante das mudanças era
impressionante.
Apoiava profundamente os jovens, pois buscava se fazer presente em todos os encontros
e orientava-os no sentido de descobrirem a vocação para o sacerdócio. Foi em sua
administração que se deu o início e conclusão da Casa Paroquial e Salão Paroquial.
Padre Ênio era muito participativo e nos animava muito, bem como os movimentos de
adolescentes, de jovens, de casais; restaurante Decolores, reuniões dos cursilhistas,
encontros, retiros, vicentinos, Jornadas Cristãs, Legião de Maria, Liga Católica etc.
Participava de todas as reuniões e tinha especial zelo com os Ministros Extraordinários da
Distribuição da Eucaristia e, com eles, fazia questão de se reunir todas as quintas na
capela do hospital. E, mais: constantemente visitava seus paroquianos. Nos meses de
maio e setembro investia todo seu tempo nos leilões e barracas, e para as homenagens à
Maria e a São Miguel. Na época de Semana Santa se fazia presente em todas as
celebrações de Via Sacra. Ele fazia questão de estar sempre presente em tudo. Em
janeiro de 1984, Pe. Ênio se afastou para tratamento de saúde no Rio de Janeiro, ficando
a paróquia sob a orientação do Pe. Galeno. Em maio de 1987, aconteceu a 1ª Assembléia
Pastoral, com a finalidade de designar equipes pastorais e a implantação do dízimo. Em
dezembro de 1987 aconteceu a Ordenação Presbiteral do jovem seminarista Sebastião
Pirovani.
Ele ficou conosco cerca de quatorze anos. Em dezembro de 1990, tanto ele quanto Pe
Galeno foram transferidos para outra paróquia. Foi em sua administração paroquial que
Pe. Galeno foi nomeado Vigário Paroquial.
3.6 Pe. Galeno Martins de Oliveira[11] (1983 a 1990)
Ao desembarcar na rodoviária de Guaçuí/ES foi logo pedindo informações
perguntando para que lado ficava a Igreja Matriz. Padre Galeno chegou à
nossa Paróquia no ano de 1983. Trajava roupas simples e trazia consigo uma
pequena mala, pois não tinha muito o que transportar, a não ser, conforme
afirmava, as idéias de um novo modelo de ser igreja que, aos poucos, com sua
simplicidade e humildade, por onde quer que fosse ia ensinando. Era um padre aberto e
profundamente acolhedor.
Padre Galeno era homem especial. Como vigário paroquial foi logo assumindo a
responsabilidade das celebrações de missas para crianças que aconteciam aos
domingos, às dez horas. Em seguida, tratou de animar os movimentos de adolescentes e
jovens, através dos quais criou e implantou o Festival de Música Sacra – Festival de
Música Mensagem -, sendo que, o primeiro, aconteceu no ano seguinte, após sua
chegada em nossa paróquia. Foi um grande evento que, por um período de quatro anos,
reunia, todos os anos, representantes de mais de dez paróquias. As missas que
celebrava eram muito animadas e participativas. Em todas elas fazia questão de
acompanhar o ministério de música com sua voz incomparável. Ele cantava como
ninguém.
Padre Galeno era negro, alto, meio magro e tinha a voz como o som de um trovão; era
amável, paciente e, mesmo apesar das dificuldades que a diabetes lhe impunha, estava
sempre sorrindo e era simpático para com todos que o rodeava. Tinha especial carinho
com os idosos, com os pobres e, especialmente, com aqueles que não freqüentavam a
Igreja. Estava constantemente fazendo visitas. Normalmente, optava em ir às casas mais
simples e humildes. Ele gostava de estar junto com os pobres, pois, tão logo se criava um
novo bairro, ali estava ele para criar uma comunidade. Exemplo disso é a comunidade
São Paulo Apóstolo, para a qual, ao lado dos cursilhistas, se empenhou na construção de
seu templo.
Sua transferência ocorreu no mesmo dia da do Pe. Enio Fazolo. No entanto, ressalta-se
que no dia 20 de junho de 2003, Pe. Galeno veio residir na Paróquia, por necessitar de
cuidados especiais por conta de sua saúde, e veio a falecer no dia 12 de janeiro de 2004.
Para substituí-los, Dom Luiz Mancilha Vilela nomeou o Pe. Pedro Scaramussa.
3.7 Pe. Pedro Scaramussa[12] (1990 a 2001)
No ano de 1990, a Paróquia de São Miguel Arcanjo – Guaçuí/ES recebeu, de braços
abertos, a Pe. Pedro Scaramussa.
Homem simples, dinâmico e portador de carismas imensuráveis, além de seus
infinitos dons, trazia consigo uma sabedoria inconfundível. Como profundo conhecedor da
Palavra de Deus exortava-nos sempre a colocá-la em prática, pois suas teorias
confundiam-se com suas ações práticas. A princípio de sua administração paroquial, Pe
Pedro Scaramussa preocupou-se em conhecer suas ovelhas e, especialmente a todas as
capelas – pois era assim que as comunidades da época eram conhecidas; sobretudo, da
zona rural.
Revestido dos ideais inovadores do Vaticano II, buscou de imediato a organizar, segundo
sua filosofia, a Paróquia que viria administrar por cerca de dez anos. Assim, tornou-se o
criador das primeiras Comunidades Eclesiais de Base da Paróquia de São Miguel Arcanjo
– Guaçuí/ES, pois em cada rua e esquina era possível encontrar também os primeiros
grupos de Círculo Bíblico que, atentamente, motivava. Uma das características que lhe
era peculiar é que se fazia sempre presente nas inúmeras reuniões, sempre orientando e
formando novos líderes cristãos.
Após a criação das centenas de Círculos Bíblicos, tomou como propósito a criação das
primeiras Comunidades Eclesiais de Base. Para tanto, regionalizou a Paróquia, dividindo
as regiões em oito setores, subdividindo esses setores por número de Círculos Bíblicos.
Assim, formaram-se vinte e três Comunidades, das vinte e sete existentes hoje em nossa
Paróquia.
Em muitas das Comunidades criadas não existia o templo. Nesse sentido, Pe Pedro
revelou-se como um grande construtor; ou seja, um verdadeiro levantador de paredes,
fazendo-se construir, particularmente, o templo da Comunidade Santa Catarina,
Comunidade Divino Espírito Santo, Comunidade São José, bem como a reforma e
ampliação da Igreja Matriz, onde se encontra a Comunidade São Miguel Arcanjo.
Construiu ainda, a sala de vídeo, a sala de Legião de Maria, a sala da Liga Católica, a
sala da Livraria Diocesana e a sala da Pastoral da Saúde. Entretanto, em 1993 ele criou a
Pastoral da Comunicação.
Importante frisar que, dentre seus grandes feitos
no ano de 1994, destacam-se dois: a criação da
Escola de Teologia e Pastoral Dom Bosco, que
desde
o
ano
de
1994
encontra-se
em
funcionamento, por onde passa cerca de cento e
vinte alunos, divididos em quatro turmas anuais,
para a formação de novos agentes de pastorais,
coordenadores de Círculos Bíblicos e candidatos aos diversos ministérios extraordinários
existentes; e, a Pastoral da Saúde[13].
Foi também na gestão do Pe. Pedro Scaramussa que teve origem, em nossa Paróquia, o
Ministério das Testemunhas Qualificadas do Sacramento do Matrimônio, sendo eles:
Graciano Carlos Pirovani, Rubens de Souza Ril, José Cirilo Sana e Valter Lúcio de Paula;
bem como, o envio de cinco candidatos para a Escola Diaconal de nossa diocese:
Rubens de Souza Ril, Geraldo Carvalho de Paula, Valter Lúcio de Paula, Lorival Dutra
Miranda e Miguel Aparecido Teodoro, dos quais os dois últimos foram ordenados
Diáconos Permanentes.
Ressalta-se ainda, o fantástico trabalho exercido na elaboração de diversos cursos por
ele ministrados como, por exemplo, Parapsicologia, formação de Ministros Extraordinários
da Palavra e Eucaristia, Catequistas, Cursos de Noivos etc. Pe Pedro foi, em nossa
Paróquia, um grande incentivador de todos os movimentos existentes. Alegre e sorridente
fazia-se sempre presente, prestigiando todas as reuniões com sua iluminada presença,
levando motivação por meio de suas palavras de sabedoria.
As missas por ele presididas conduziam-nos a um verdadeiro “Fazer Memória”, pois em
suas homilias revelava-se como um grande mestre a formar discípulos e missionários,
ensinando-nos a aliar a fé com a vida, para nossa prática cotidiana.
Uma qualidade especial: um
verdadeiro Homem da Caridade, profundamente
desapegado dos bens materiais, pois muitas foram as vezes que se pode testemunhar as
doações que fazia aos mais carentes, desamparados e, particularmente, por aqueles que
se encontravam doentes. Eram inúmeras cestas básicas que adquiria com seu salário
para doar aos pobres de nossa paróquia.
Um Homem Promotor da Justiça de Deus, Pe Pedro Scaramussa nunca se deixou vencer
pelos poderosos que praticam injustiças, destacando-se entre nós, como um verdadeiro
Guerreiro de Deus, combatendo as práticas injustas dos mais ricos e políticos
inescrupulosos, não se deixando intimidar em nenhum confronto contra os escribas e
fariseus de nosso tempo. Um homem corajoso e de uma fé inabalável. Destacou-se
também pela prática do esporte, especialmente o Futebol de Salão, que até a presente
data, muitos grupos por ele incentivados, encontram-se, pelo menos, duas vezes por
semana, às cinco horas da manhã, desde o ano de 1992.
Ainda em sua gestão aconteceu duas grandes ordenações: a do seminarista Eliomar
Ribeiro de Sousa em 31/07/1999 e a do seminarista Kleber em julho de 2000.
Considerado não somente como um padre, pela grande maioria dos fiéis que tiveram a
oportunidade de conhecê-lo e com ele conviver, mas um grande e fiel amigo de todas as
horas, fazendo-se presente em qualquer momento de nossas vidas, em sua simplicidade
podemos perceber a presença de Deus, cuja semelhança cada um de nós fomos criados.
Pe. Pedro Scaramussa ficou em nossa Paróquia até o ano de 2001 e, para substituí-lo,
Dom Luiz Mancilha Vilella nomeou o recém-ordenado Pe Juarez Delorto Secco.
3.8 Pe Juarez Delorto Secco[14] (2001 a 2008)
Aos 23 de abril de 2001, Pe. Juarez Delorto Secco foi empossado
como vigário administrador. No final de 2001, foram apresentados
à Paróquia os seminaristas Juliano de Almeida e Luciano Vial
Orcino. No dia 21 de dezembro de 2002, foram ordenados, pela
imposição das mãos de Dom Luiz Mancilha Villela, Diáconos
Permanentes os srs. Lorival Dutra Miranda e Miguel Aparecido Teodoro. Foi nesta gestão
que teve origem a “Caminhada Penitencial” realizada todos os anos com saída da
Comunidade São Miguel (Matriz) e destino à Comunidade Nossa Senhora da Penha, que
se encontra, cerca de oito quilômetros, no Distrito de São Tiago.
No dia 20 de junho de 2003, Pe. Galeno veio residir na
Paróquia, por necessitar de cuidados especiais por conta de sua
saúde, que veio a falecer no dia 12 de janeiro de 2004. No dia
10 de dezembro de 2005, Dom Célio deu posse, como Vigário
Administrador, ao Pe. Bruno Cadart.
A partir do mesmo ano de sua posse empreenderam a continuidade das reformas e
ampliação do Templo da Matriz, que seria reinaugurado dois anos e meio mais tarde.
Continuou os trabalhos celebrativos, tanto na Matriz quanto nas Comunidades, e buscou
implantar, na iminência de se descobrir novas vocações, os Encontros Vocacionais. Os
anos seguintes, até 2006, foram marcados por inúmeros cursos ministrados para
formação de novos Ministros da Eucaristia e da Palavra, bem como, para formação de
novos catequistas e membros de equipes litúrgicas. Vale ressaltar a chegada das Irmãs
Sacramentinas de Bérgamo que, por um período de seis anos, muito contribuíram para o
trabalho de evangelização e formação espiritual em nossa Paróquia.
Pode-se, ainda, registrar, o surgimento dos grupos de
Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Encontro de
Adolescentes com Cristo (EAC). No início do ano de 2006, a
Paróquia acolheu Pe. Pedro Fossi, Pároco Emérito que
passou a residir na Casa Paroquial, fazendo parte da
família Presbiteral da Paróquia. Em 2008 cedeu sua
administração a Padre Genivaldo Marcolan Laquini.
4 CONCLUSÃO
Neste trabalho, apresentamos o histórico da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí –
Espírito Santo. Preocupamo-nos em delinear dados históricos por julgarmos ser de vital
importância, sobretudo, para o leitor que tiver a oportunidade de acessar esta nossa
produção historiográfica, para que conheça os fundamentos nos quais se erigiram a
história desta Paróquia de São Miguel.
De um lado, partimos do pressuposto da colonização e a divisão das terras entre os
primeiros colonizadores, bem como, a sua organização política e social que resultou na
doação de terras, a partir de 1863, para o que viria a ser a futura Paróquia de São Miguel,
cujo ato foi consolidado através de escritura registrada em 1869; e, de outro, buscamos
enfatizar a situação da já constituída Paróquia a partir de 1918.
Atemo-nos, ainda, para que o leitor possa bem contextualizar, na importância das
transformações ocorridas, a partir de 1972, após longo período de enraizamento de uma
igreja aos moldes de Trento, uma vez que nos encontrávamos apenas seis anos de
período pós-conciliar.
Deste modo, ressaltamos a significante abertura proposta pelo Concílio Vaticano II e
executada, apesar de alguma resistência da parte de paroquianos conservadores, pelos
padres que por aqui passaram proporcionando, cada um a seu modo, novas experiências
sobre um novo modo de “ser igreja” o que, aliás, contribuiu não somente para o
crescimento espiritual de todos os católicos de nossa Paróquia, mas também do
crescimento, alargamento e expansão da própria Igreja a nível local.
Como se pôde perceber, vimos que o modelo de Igreja proposto pelos documentos
conciliares só começaram a tomar corpo, em nossa Paróquia, a partir dos anos noventa,
quando se concretizou a realidade das Comunidades Eclesiais de Base, bem como, o fato
de o leigo assumir definitivamente seu espaço, neste modelo novo de Igreja, vindo a se
tornar o verdadeiro protagonista de uma igreja que se organiza.
Para tanto, acreditamos que o surgimento, a motivação, animação e organização de
novos grupos de adolescentes, jovens, cursilho de cristandade, damas de caridade, OVS,
e tantos outros, somados à proposta de formação intelectual, através da implantação da
Escola de Teologia e Pastoral Dom Bosco, foi um grande marco que, ainda hoje, vem
contribuindo imensamente para o partejamento de novos agentes de pastorais que se
tornam cada vez mais capacitados para fazerem, com sabedoria, a ligação Fé + Vida,
frente a realidade de suas comunidades.
Por fim, foi visto, no decorrer desta nossa minudência, que a Igreja é uma realidade
presente aonde quer que ela esteja enraizada. Em alguns casos, o seu processo de
desenvolvimento pode ser mais acelerado ou moroso.
Assim, acreditamos que seus avanços ou retrocessos dependem da eclesiologia que o
pároco traz em sua bagagem cultural e sua continuidade ou descontinuidade, suas luzes
ou sombras nos levam a crer que é resultante da capacidade que cada um de nós
possuímos para assumirmos o nosso protagonismo na História. Afinal, todos devem
contribuir para a construção do saber.
Padre Armando Geerts
Pároco
(29/09/1971 a 27/02/1972)
Padre Genivaldo M. Laquini
Pároco 2008 - 2013
Matriz de São Miguel 1929
Padre Félix Pardo Orje
Pároco
1972 - 1975
Padre Denis L. Neto
Pároco atual
Padre Miguel de Sanctis
Pároco 1918 - 1971
Padre Pedro Fossi
Pároco ( 01/07/1975 a
30/03/1976)
Padre Enio Fazolo
Pároco (30/03/1976 a 12/1990)
Matriz de São Miguel
2008
Diácono Miguel A. Azevendo
Ordenado em 04/12/1994
Diácono Lorival D. Miranda
Ordenado em: 21/12/2002
PADROEIRO SÃO MIGUEL
ARCANJO
Frei Alexandre Matos
Ordenado em 2007
Diácono Miguel A. Teodoro
Ordenado em: 21/12/2002
Padre Galeno M. Oliveira
Vigário (1983 a 1990)
Padre Pedro Scaramussa
Pároco (1990 a 2001)
Padre Eliomar R. Sousa
Ordenado em: 31/07/1999
Padre Wériton C. Nery
Ordenado em: 29/10/1967
Padre Sebastião Carlos Pirovani
Ordenado em: 15/12/1987
Padre Juarez D. Secco
Pároco (2001 a 2008)
Padre Kleber Chevi
Ordenado em: 07/2000
O AUTOR
Prof. Miguel Aparecido Teodoro
Mestre em História Social do trabalho
Professor MSC – Historiador – Escritor e Poeta
Residente em: Guaçuí/ES - Bacharel em Teologia pela Escola Diaconal Santo Estevão
Diocese de Cachoeiro de Itapemirim - ES.
Teólogo pelo Instituto de Ciências Humanas João Paulo II/Faculdade Católica de
Anápolis.
Graduado em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre/ES.
Pós-graduado, Lato Sensu, Especialista em Ciências Sociais – História Social pela
Universidade Severino Sombra/Vassouras-Rio de Janeiro.
Pós-graduado, Stricto Sensu.
Mestre em História Social do Trabalho – pela Universidade Severino Sombra/VassourasRio de Janeiro.
5 REFERÊNCIAS
AZEVEDO JÚNIOR, Padre Paulo Ricardo. O verdadeiro espírito do Concílio Vaticano II.
Texto. Arquidiocese de Cuiabá (Mato Grosso – Brasil), 2012.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição Típica Vaticana. São Paulo: Edições
Loyola, 2000.
COMPÊNDIO DO VATICANO II: constituições, decretos, declarações. 21ª Edição.
Petrópolis: Vozes, 1991
FAZOLO, Enio Octávio. Discursos. Guaçuí, 1976.
L. J. Suenens (Cardeal). Memórias e esperanças, Dublin, Veritas 1992, pág. 267.
LIVRO DE REGISTRO DE TERRAS POSSUÍDAS. Ano de 1855. Cartório de Registros de
Tombos do Carangola – MG, Tombos/MG, 1999.
LIVRO DE ATAS DO MOVIMENTO CRISTÃO DE ADOLESCENTES – MOCCA.
Guaçuí/ES, 1983.
PARÓQUIA DE SÃO MIGUEL ARCANJO. Livros do Tombo, I, II e III. Arquivo da Matriz de
São Miguel Arcanjo. Guaçuí, ES, 1918 – 1976.
PARÓQUIA DE SÃO MIGUEL ARCANJO. Livros do Tombo, III. Arquivo da Matriz de São
Miguel Arcanjo. Guaçuí, ES, 1977 - 2006.
PASTORAL DA SAÚDE. Livro de Atas. Arquivo da Pastoral da Saúde, Paróquia de São
Miguel Arcanjo, 1996.
SANCTIS, Miguel de. Livro do Tombo I, Paróquia de São Miguel Arcanjo – Guaçuí/ES.
Guaçuí, 1918
SANTOS, José Augusto dos. Texto. Saber absoluto. Vassouras-RJ. USS, 1998.
TEODORO, Miguel A. História de Guaçuí. Guaçuí - ES, Edição Particular, 2001.
[1] Dados obtidos na Paróquia São Miguel Arcanjo – Guaçuí/ES, 2013.
[2] Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 2009
[3] Fonte: TEODORO, Miguel A. História de Guaçuí. Edição Particular, 2001.
[4] Dados obtidos no Livro de Registro de Terras Possuídas no período de 1855. Cartório
de Tombos do Carangola – MG, 1999.
[5] Dados obtidos no Arquivo Eclesiástico de Mariana – MG.
[6] Livro de Atas do Movimento Cristão de Adolescentes, 1983.
[7] As narrativas aqui descritas e adaptadas, fundamentaram-se nas transcrições
efetuadas, pelo autor desta monografia, dos manuscritos de autoria do Monsenhor Miguel
de Sanctis e que se encontram registrados no Livro do Tombo I, da Paróquia de São
Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES.
[8] Texto produzido com base em entrevistas realizadas com alguns fiéis da Paróquia de
São Miguel Arcanjo/Guaçuí/ES, bem como, na participação e testemunho do autor desta
monografia.
[9] Idem.
[10] As narrativas aqui descritas e adaptadas, fundamentaram-se nos manuscritos de
autoria do Padre Enio Octávio Fazolo e que se encontram registrados no Livro do Tombo
II, da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, como também, em entrevistas
realizadas com alguns fiéis da Paróquia de São Miguel Arcanjo/Guaçuí/ES, bem como, na
participação e testemunho do autor desta monografia.
[11] Texto produzido com base em entrevistas realizadas com alguns fiéis da Paróquia
de São Miguel Arcanjo/Guaçuí/ES, bem como, na participação e testemunho do autor
desta monografia.
[12] As narrativas aqui descritas e adaptadas, fundamentaram-se nos manuscritos de
autoria do Padre Pedro Scaramussa e que se encontram registrados no Livro do Tombo
III, da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, como também, em entrevistas
realizadas com alguns fiéis da Paróquia de São Miguel Arcanjo/Guaçuí/ES, bem como, na
participação e testemunho do autor desta monografia.
[13] Desde a sua fundação em 1994, a Pastoral da Saúde da Paróquia de São Miguel
Arcanjo já realizou, até a presente data, mais de 37 368 atendimentos. No ano de 2006,
em reconhecimento de seu valoroso e relevante serviço visando o bem-estar da saúde do
povo de Guaçuí, ela recebe homenagem com “Moção de Aplauso” concedida pela
Câmara Municipal de Guaçuí/ES.
[14] As narrativas aqui descritas e adaptadas fundamentaram-se nos manuscritos de
autoria do Padre Juarez Delorto Secco e que se encontram registrados no Livro do
Tombo III, da Paróquia de São Miguel Arcanjo de Guaçuí/ES, como também, em
entrevistas realizadas com alguns fiéis da Paróquia de São Miguel Arcanjo/Guaçuí/ES,
bem como, na participação e testemunho do autor desta produção historiográfica.
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HISTÓRIA & HISTORIOGRAFIA PARÓQUIA SÃO MIGUEL