Fundamentos que impulsionam os mercados futuros de índices
de ações europeias e taxa de juros da Eurex
O objetivo deste relatório é proporcionar um
entendimento mais aprofundado dos fatores
fundamentais que impulsionam os mercados futuros
de índices de ações europeias e taxa de juros. Os
participantes de mercado que dominarem
completamente esses fundamentos devem ser mais
bem-sucedidos em suas atividades de operações e
hedge.
Este relatório abrange os mercados futuros de índices
de ações e taxa de juros da Eurex, que correspondem
a apenas uma parcela de seu complexo total de
produtos. O gráfico à direita ilustra o forte
crescimento nas posições em aberto combinadas dos
mercados de derivativos de ações e de taxa de juros
da Eurex. Em fevereiro de 2012, a Eurex tinha em
aberto cerca de 50 milhões de contratos de ações e
taxa de juros.
O contrato futuro de índices mais popular da Eurex é
o EURO STOXX 50®, que tem em aberto cerca de
2,5 milhões de contratos futuros e 37 milhões de
contratos de opção. Os produtos de renda fixa da
Eurex incluem os contratos futuros de EURO-Buxl,
EURO-Bund, EURO-Bobl e EURO-Schatz que, em
conjunto, têm posições em aberto superiores a 3
milhões de contratos futuros.
A Eurozona
Ao operar nos mercados de índices de ações e taxa de
juros da Eurex, é importante entender seu contexto
econômico, político e geográfico. A Zona do Euro,
comumente denominada “Eurozona”, é o grupo de 17
países que concordaram em usar o euro como sua
moeda nacional (ver relação na próxima página). A
Eurozona é um subconjunto da União Europeia (UE),
grupo político de 27 países europeus que
concordaram com uma série de medidas comuns de
governança política. A UE conseguiu um grande
avanço na direção de dinamizar e fortalecer o
processo de governança ao encerrar oito anos de
discussões acaloradas e implementar finalmente o
Tratado de Lisboa em 1º de dezembro de 2009.
Posições de ações e taxa de juros em aberto na Eurex
100
Milhões de contratos
Introdução
80
60
40
20
0
2002 03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
Dos 27 países da União Europeia, 10 não usam o
euro. Entretanto, segundo o Tratado de Maastricht, de
1992, que definiu os termos da União Monetária
Europeia (UME), teoricamente esses países estão
obrigados a integrar a Eurozona. Contudo, o Reino
Unido e a Dinamarca têm cláusulas explícitas de
exclusão que permitem que ambos permaneçam
indefinidamente fora da Eurozona. A Suécia alega a
exclusão da Eurozona com base, em parte, em um
referendo público de 2003, no qual os eleitores
rejeitaram a moeda comum.
O “Eurogrupo” é o nome do grupo de ministros da
fazenda dos países da Eurozona que reúne-se
periodicamente para discutir questões fiscais,
cambiais e regulamentares. O Eurogrupo representa
os interesses dos países da Eurozona que estão dentro
do escopo desse conjunto de ministros. Atualmente, o
Eurogrupo é
Índice
presidido por
Jean-Claude
1. A Zona do Euro
Juncker.
2. O euro
Ampliações da
Eurozona — Em
agosto de 2010,
os ministros das
finanças da UE
aprovaram a
Estônia como o
17º membro da
4.
5.
6.
8.
11.
12.
13.
14.
15.
Dificuldades fiscais
Banco Central Europeu
Política monetária do BCE
Efeitos dos dados
econômicos
Futuros de índices de ações
Futuros de EURIBOR
Futuros de EURO-Bund
Futuros de EURO-BTP
Fontes de informação
Fevereiro de 2012. Copyright 2012, Optima Investment Research, destacada empresa independente de pesquisa institucional de investimentos que fornece análises para o setor global de futuros (www.oir.com). Consultar informações importantes na página 14.
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Eurozona a partir de 1º de janeiro de 2011. Existem
outros países da UE a caminho de aderir à Eurozona
e adotar o euro como sua moeda. Por exemplo, o
governo da Dinamarca já declarou seu interesse em
entrar para a Área do Euro, mas o governo teria
primeiro de obter aprovação em um referendo
público. Ainda assim, a crise da dívida da Eurozona
fez com que os países ficassem muito mais temerosos
em aderir à moeda comum, devido à inflexibilidade
cambial e de política monetária que acompanha sua
adoção e à possibilidade de serem chamados a
participar do resgate dos membros mais fracos.
Economia da Eurozona — Como demonstrado na
tabela da próxima página, o bloco econômico da
Eurozona é um dos atores mais importantes da
economia global. Sua população, de 331 milhões de
habitantes, é maior que a dos EUA, de 310 milhões, e
duas vezes e meia maior que a do Japão, que tem 128
milhões de habitantes. Entretanto, apesar de sua
população maior, seu PIB de 9,2 trilhões de euros
corresponde apenas a três quartos do PIB dos EUA,
que está na casa dos € 11,9 trilhões. Mesmo assim, a
Eurozona é a segunda maior economia do mundo,
atrás apenas dos EUA. Seu PIB per capita, de
€ 27.700, é bastante inferior ao norte-americano, de
€ 38.300 e ligeiramente acima do japonês, que atinge
€ 27.300.
Na Eurozona, a indústria (de transformação e de
construção civil) responde por uma parcela do PIB
(23,5%) maior que nos EUA (20%) mas menor que
no Japão (27,1%). Isso torna a economia da região
mais sensível ao ciclo de negócios local, já que os
setores manufatureiro e de construção civil estão
muito mais ligados a ele dos que os setores de
serviços. Além disso, as exportações são muito mais
importantes para a Europa do que para os EUA.
Especificamente, as exportações da Eurozona
correspondem a 22,6% do PIB, quase o dobro do que
nos EUA (12,5%), o que torna sua economia mais
sensível à demanda externa e às flutuações cambiais.
A renda disponível das famílias europeias é bastante
inferior à das norte-americanas (18.600 euros vs.
28.800 euros, respectivamente), mas elas poupam
mais, economizando 13,9% de sua renda disponível
em comparação com apenas 8,5% nos Estados
Unidos. As famílias europeias detêm menos ativos
financeiros que as dos Estados Unidos (308% vs.
419% da renda disponível, respectivamente), mas
também desfrutam de um nível de endividamento
menor (99% vs. 117%).
Eurozona x União Europeia
Fonte: Banco Central Europeu
Países da Eurozona (17 países): Estônia,
Alemanha, França, Itália, Espanha, Países Baixos,
Bélgica, Áustria, Grécia, Irlanda, Finlândia,
Portugal, Eslováquia, Luxemburgo, Eslovênia,
Chipre e Malta (a Estônia foi admitida em 1º de
janeiro de 2011).
Países da União Europeia fora da Zona do Euro
(10 países): Dinamarca, Suécia, Reino Unido,
Polônia, República Tcheca, Bulgária, Hungria,
Romênia, Letônia e Lituânia.
O euro
O euro é a moeda comum usada pelas 17 economias
da Eurozona. Vários outros países, que não são
membros da Eurozona nem da União Europeia,
também usam o euro. Mônaco, San Marino e
Vaticano usam o euro segundo um acordo formal
com a UE. Andorra, Kosovo e Montenegro também
adotaram oficialmente o euro como sua moeda
nacional, embora sua utilização não seja sancionada
oficialmente por um acordo com a União Europeia.
O euro surgiu em 1º de janeiro de 1999 e as cédulas
impressas foram lançadas em 1º de janeiro de 2002.
Ao longo de sua história relativamente curta, o euro
transformou-se na segunda maior moeda de reserva
do mundo e é a segunda mais negociada, depois do
dólar dos EUA.
Page 2
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Como uma moeda comum, o euro oferecia diversas
vantagens para os países que a adotaram: custos de
transação menores, por meio da eliminação dos
custos de conversão de moedas, eliminação do risco
cambial, garantia do poder de compra e transparência
no preço dos produtos para os consumidores da
Eurozona.
A força subjacente do euro é uma questão importante
para os investidores globais, que aplicarão seus
recursos em ações e obrigações europeias
denominadas em euros apenas se tiverem confiança
de que o valor da moeda será preservado. Nesse
aspecto, o euro foi um sucesso, pelo menos até que a
crise das dívidas soberanas expôs as deficiências
estruturais da região. Nos primeiros anos de sua
existência, entre 1999 e 2001, o euro mostrou uma
certa fraqueza, mas vem se fortalecendo desde então
e, atualmente, é cotado a US$ 1,34.
Desempenho do euro (US$ por €)
$1.80
Força do euro
$1.60
Fraqueza do euro
$1.40
$1.20
$1.00
$0.80
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Principais características da Eurozona em comparação com os Estados Unidos e Japão
Unidades
População, PIB, mão-de-obra
População
PIB
PIB per capita
Produtividade da mão-de-obra
Eurozona
milhões
331
PPP, trilhões de euros
€ 9,2
PPP, milhares de euros
€ 27,7
Eurozona = 100
100,0
Valor agregado por atividade econômica
% do total
1,7%
% do total
24,5%
% do total
73,8%
Agricultura, pesca e silvicutura
Indústria (inclusive construção civil)
Serviços
Poupança e investimento
Poupança bruta
Formação Bruta de Capital Fixo
Famílias
Renda Disponível Bruta per Capita (HHGDI)
Poupança bruta
Ativos financeiros possuídos
Endividamento bruto
% do PIB
% do PIB
18,5%
19,1%
PPP, milhares de euros
€ 18,6
% da HHGDI
13,9%
% da HHGDI
308%
% da HHGDI
99%
Governo
Dispêndios
% do PIB
50,5%
Superávit (+) ou déficit (-)
% do PIB
-6,0%
Endividamento bruto
% do PIB
85,3%
Setor externo
Exportação de bens e serviços
% do PIB
22,6%
Importação de bens e serviços
% do PIB
22,0%
Saldo em transações correntes
% do PIB
-0,4%
Fonte: Livro de Bolso de Estatísticas do Banco Central Europeu (dados de 2010)
UE
EUA
Japão
502
€ 12,9
€ 25,7
91,2
310
€ 11,9
€ 38,3
128,3
128
€ 3,5
€ 27,3
83,9
1,7%
24,7%
73,6%
1,0%
20,0%
79,0%
1,4%
27,1%
71,5%
18,1%
18,5%
11,6%
15,5%
24,9%
20,5%
€ 16,8
12,1%
n,d,
n,d,
€ 28,8
8,5%
419%
117%
€ 17,4
11,3%
458%
102%
50,3%
-6,4%
80,0%
38,0%
-10,6%
77,4%
40,4%
-8,7%
180,4%
15,5%
15,9%
-0,8%
12,5%
15,9%
-3,2%
15,9%
14,6%
3,6%
Page 3
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Reservas cambiais dos bancos centrais
globais – porcentagem mantida em
dólares dos EUA e em euros
Reservas em dólares Dificuldades fiscais da Eurozona
80%
70%
60%
50%
40%
O euro difere das moedas normais por não ser a
moeda de um único país, mas sim de um grupo de
países. Os países da Eurozona acordaram uma
política monetária comum, necessária à criação de
uma moeda única. Contudo, esses países ainda são
nações separadas, com seus próprios governos,
orçamentos e políticas fiscais.
30%
Reservas em euros %
20%
10%
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
O sucesso geral do euro pode ser atribuído
diretamente ao respeito conquistado pelo Banco
Central Europeu por meio de sua política monetária
rígida mas sensata. O BCE adotou a mesma linhadura do Bundesbank, o banco central alemão, que era
famoso por sua abordagem monetarista direta e sua
determinação no combate à inflação. Essa postura
anti-inflacionária é essencial para estimular a
confiança no euro como reserva de valor.
Os bancos centrais globais confiam o suficiente no
euro para elevar a porcentagem global das reservas
mantidas naquela moeda para o recorde de 27,8% no
3º trimestre de 2009, embora esse volume tenha caído
um pouco no 3º trimestre de 2011, para 25,7%,
devido à crise da dívida soberana da Eurozona. O
dólar norte-americano continua a ser a moeda
predominante nas reservas globais, respondendo por
61,7% de seu total. Contudo, os bancos centrais
globais estão tentando diversificar lentamente seus
riscos, transferindo parte de suas reservas para outras
moedas. O euro tem sido o principal beneficiário
dessa diversificação. A libra esterlina e o iene
japonês são muito menos usados como moedas de
reserva correspondendo, respectivamente, a apenas
3,9% e 3,8% das reservas mundiais, o que significa
que, apesar da recente crise da dívida europeia, o
euro não enfrenta no momento nenhum concorrente
sério à posição de segunda moeda de reserva do
mundo.
O fato de um volume considerável das reservas
mundiais serem mantidas em euros é uma boa notícia
para os mercados de títulos públicos europeus,
destino preferido dessas reservas, o que tende a
manter baixo seus rendimentos e é um fator favorável
para a economia do continente.
Os países da Eurozona reconheceram esses
problemas ao formar a união monetária e todos
concordaram com o Pacto de Estabilidade e
Crescimento, que determina que os déficits
orçamentários anuais não podem exceder 3% do PIB
e que a dívida nacional está limitada a 60% do
produto interno bruto. Entretanto, inicialmente não
houve nenhum esforço sério para fazer valer esses
tetos.
A ausência de um mecanismo eficiente para obrigar o
respeito a esse mecanismo não representou qualquer
problema sério para a Eurozona nos seus primeiros
10 anos de existência. Entretanto, a recessão e a crise
financeira global que tiveram início no final de 2008
levaram à explosão dos déficits orçamentários e
deixaram exposto o calcanhar de Aquiles do euro,
que é a inexistência de uma unidade fiscal.
Durante a primavera de 2010 (hemisfério norte),
ocorreu uma crise avassaladora na dívida europeia,
deixando claro que Grécia, Portugal e Irlanda tinham
sérios problemas financeiros e precisariam de ajuda
externa. Os problemas fiscais da Irlanda foram
decorrentes, principalmente, da necessidade do
governo de sustentar o sistema bancário que
enfrentava sérias dificuldades. Havia temores de um
colapso completo da própria Eurozona caso qualquer
dos países problemáticos inadimplisse em sua dívida
e fosse forçado a abandonar a moeda única. Ao final
de 2011, o contágio atingiu a Espanha e a Itália, um
evento particularmente perigoso, já que a dívida da
Itália atinge € 1,9 trilhões. A crise da dívida soberana
gerou uma forte pressão sobre o sistema bancário
europeu.
Após dois anos de crise, ao final de 2011 as
autoridades econômicas da Eurozona começaram
finalmente a entender como seria possível conter a
crise do endividamento soberano da região e
anteciparam para julho de 2012 o funcionamento
permanente do Mecanismo Europeu de Estabilidade
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Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
que, com recursos da ordem de 500 bilhões de euros,
aumentará o poder de fogo para as operações de
resgate. Essas autoridades aprovaram também um
novo tratado fiscal que entroniza os limites de
endividamento nas legislações nacionais e prevê
sanções automáticas para os infratores. No final de
fevereiro de 2012, foi aprovado um novo pacote de
resgate para a Grécia, no valor de € 130 bilhões, que
afastou a ameaça de um calote imediato por parte
daquele país. Nesse ínterim, ao final de 2011 o Banco
Central Europeu reduziu sua taxa de refinanciamento
em 50 pontos, para 1,0%, e inundou o sistema
bancário com liquidez por 36 meses, aliviando assim
a forte tensão enfrentada pelo sistema bancário do
continente. Os empréstimos de 36 meses do BCE
também ajudaram a reduzir o rendimento dos títulos
públicos dos países problemáticos da Eurozona.
Banco Central Europeu
Reunião do Conselho de
Governadores do BCE
Eurotower do BCE em
Frankfurt, na Alemanha
preços”. Essa função é mais limitada e mais radical
que a do Federal Reserve dos EUA, que tem a seu
cargo não apenas a estabilidade dos preços mas
também a maximização do nível de emprego.
O Banco Central Europeu (BCE) é responsável pela
administração da política monetária na Eurozona.
Suas demais responsabilidades incluem a
manutenção de reservas em moeda estrangeira,
condução de operações cambiais e estímulo ao
funcionamento perfeito do sistema de pagamentos
bancários. A instituição coordena e controla todo o
sistema do euro, que inclui os bancos centrais
nacionais (BCNs) dos diversos países da Eurozona,
como o Bundesbank e o Banco da França.
Os organismos decisores do BCE são o Conselho de
Governadores, a Comissão Executiva e o Conselho
Geral. O Conselho de Governadores é o organismo
principal, que formula a política monetária e decide
as principais taxas de juros da instituição. A
Comissão Executiva é encarregada de executar as
políticas determinadas pelo Conselho de
Governadores e cuidar das operações rotineiras do
banco. O Conselho Geral emite relatórios sobre
convergência e contribui para a coleta de dados
estatísticos do BCE e suas atividades de divulgação
de informações.
Por tratado, o BCE tem garantida sua independência
de outras instituições da UE e dos estados membro.
Sua atribuição básica é “manter a estabilidade dos
O Conselho de Governadores do BCE é composto
por seis membros da Comissão Executiva mais os
governadores dos bancos nacionais dos 17 países da
Déficit orçamentário em 2010 como % do PIB
Alemanha
França
Itália
Espanha
Países Baixos
Bélgica
Áustria
Grécia
Irlanda
Finlândia
Portugal
Eslováquia
Luxemburgo
Eslovênia
Chipre
Estônia
Malta
10%
-4.3%
-7.1%
-4.6%
-9.3%
-5.1%
-4.1%
-4.4%
-10.6%
-31.3%
-2.5%
-9.8%
-7.7%
-1.1%
-5.8%
-5.3%
0.2%
-3.6%
0%
-10%
-20%
-30%
-40%
Dívida pública em 2010 como % do PIB
Alemanha
França
Itália
Espanha
Países Baixos
Bélgica
Áustria
Grécia
Irlanda
Finlândia
Portugal
Eslováquia
Luxemburgo
Eslovênia
Chipre
Estônia
Malta
83%
82%
61%
63%
72%
19%
7%
0%
145%
93%
41%
39%
96%
93%
48%
118%
62%
69%
50%
100%
150%
200%
Source: European Commission (latest available data as of Feb 2012)
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Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Eurozona. Normalmente o Conselho de
Governadores do BCE reúne-se duas vezes por mês.
Na primeira delas, normalmente na primeira quintafeira do mês, o Conselho de Governadores toma suas
decisões sobre política monetária, geralmente
anunciadas às 13h45, horário da Europa Central
(CET), quando são 07h45 na costa leste dos EUA e
20h45 em Tóquio, o que pode variar quando o
horário de verão está em vigor nos diversos países.
Logo após o término da reunião, o presidente do BCE
concede uma entrevista coletiva para explicar a
decisão do banco e sua postura geral em relação à
política monetária. De forma geral, os membros do
Conselho do BCE obedecem à regra não escrita de
abster-se de comentar a política monetária na semana
que antecede essa reunião. Os mercados não dão
qualquer atenção à segunda reunião mensal do
Conselho de Governadores, que cuida essencialmente
de questões internas.
O atual presidente do BCE é Mario Draghi, que foi
anteriormente Membro do Conselho do BCE e
presidente do banco central italiano. Draghi assumiu
o posto de presidente do BCE em 1º de novembro de
2011, em substituição a Jean-Claude Trichet, e seu
mandato é de 8 anos, prolongando-se até outubro de
2019.
Política monetária do BCE
ECB Governing Council Members (23)
Executive Board Members (6)
Mario Draghi
Presidente do BCE
Vítor Constâncio
Vice-presidente do BCE
Jörg Asmussen
Membro da Com. Executiva
Benoit Cœuré
Membro da Com. Executiva
José Manuel González-Páramo
Membro da Com. Executiva
Peter Praet
Membro da Com. Executiva
National Central Bank Governors (17)
Luc Coene
Bélgica
Jens Weidmann
Alemanha
Patrick Honohan
Irlanda
Georgios Provopoulos
Grécia
Miguel Fernández Ordóñez
Espanha
Andres Lipstok
Estônia
Christian Noyer
França
Ignazio Visco
Itália
Athanasios Orphanides
Chipre
Yves Mersch
Luxemburgo
Josef Bonnici
Malta
Klaas Knot
Países Baixos
Ewald Nowotny
Austria
Carlos Costa
Portugal
Marko Kranjec
Eslovênia
Jozef Makuch
Eslováquia
Erkki Liikanen
Finlândia
Observação sobre a tabela: Composição em fevereiro de 2012.
Consultar eventuais alterações no site do BCE na Internet, em
www.ecb.int.
Para perseguir suas metas gerais de política
monetária, o BCE conta com um conjunto de
instrumentos de política econômica que incluem a
condução de operações de mercado aberto para ajuste
das reservas bancárias, oferta de linhas permanentes
para os bancos e determinação das reservas mínimas
a serem mantidas pelos bancos para lastrear seus
empréstimos.
O BCE conduz suas operações principais de
refinanciamento para ajustar o nível de reservas do
sistema bancário e manter as taxas de overnight
próximas a sua meta, com o objetivo final de
controlar a oferta de moeda e manter a estabilidade
de preços na economia.
Geralmente o BCE conduz suas operações de
refinanciamento pela “taxa principal de redesconto”,
que é sua taxa de política monetária mais importante
e desempenha função similar à taxa meta de reservas
bancárias do Federal Reserve e a meta de taxas do
Banco do Japão para operações overnight sem
garantias. Atualmente, a taxa principal de redesconto
do BCE está fixada em 1,0%, mesmo nível observado
após a crise financeira.
Por meio de suas operações de mercado aberto, o BCE
busca controlar a taxa de overnight, denominada taxa
EONIA® (sigla em inglês de “índice médio de overnight
em euros”). A EONIA é a taxa pela qual os bancos
concedem empréstimos sem garantia no mercado
interbancário e é comparável à taxa de reservas
bancárias (“fed funds”) nos EUA. A média recente
da taxa EONIA é de cerca de 0,35%.
Existem duas outras taxas do BCE que é importante
acompanhar: a taxa de depósitos e a taxa marginal de
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Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
empréstimos. A taxa de depósitos do BCE é a que a
instituição paga aos bancos pela aplicação das
reservas excedentes em sua linha de depósitos.
Geralmente, a taxa de depósitos, hoje fixada em
0,25%, funciona como um piso para o mercado de
overnight, já que os bancos podem depositar suas
reservas excedentes nessa linha e assim não precisam
emprestá-las a outros bancos com uma remuneração
inferior a essa.
Taxa de refinanciamento do BCE x taxa de
reservas bancárias nos EUA
7%
Taxa de reservas bancárias nos EUA
6%
5%
Taxa do BCE
4%
3%
2%
A taxa marginal de empréstimos é a taxa que os
bancos pagam para tomar reservas do BCE em sua
linha de empréstimo marginal. A linha de
empréstimo marginal é similar à janela de desconto
do Federal Reserve dos EUA e é uma taxa
penalizadora, superior à taxa principal de redesconto.
A taxa marginal de empréstimos do BCE, atualmente
em 1,75%, funciona como um teto para as taxas do
overnight.
Em 2008/2009, o BCE foi forçado a adotar uma
política monetária de emergência para enfrentar a
crise financeira global e a recessão resultante na
Europa. O BCE reduziu progressivamente sua taxa
principal de redesconto em 325 pontos, de 4,25% em
setembro de 2008 para 1% em maio de 2009 (ver
gráfico na próxima página). O BCE injetou também
um volume imenso de reservas no sistema bancário,
o que levou ao inchaço de seus ativos para cerca de
€ 500 bilhões (ver gráfico dos ativos do BCE no lado
direito).
No final de 2008, o BCE anunciou também sua
política “extraordinária” de fornecer temporariamente
toda a liquidez requerida pelos bancos, em oposição a
sua política usual de racionar o crédito para atingir
suas metas de política econômica. Para fornecer essa
liquidez, o BCE usou temporariamente operações de
empréstimo de 6 e 12 meses. Em uma medida
adicional, entre maio de 2009 e junho de 2010, o
BCE adquiriu 60 bilhões em títulos cobertos, em um
esforço para dar sustentação a esses mercados. Esses
títulos são emitidos pelos bancos com lastro em
financiamentos imobiliários e empréstimos ao setor
público.
Para abordar especificamente a crise da dívida
europeia, a partir de maio de 2010 o BCE passou a
adquirir títulos soberanos da Grécia, Irlanda e
Portugal, numa tentativa de manter os rendimentos
baixos e os mercados desses papéis em
funcionamento. Em agosto de 2011, o BCE passou a
1%
0%
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Ativos totais do BCE (trilhões de euros)
€2.75
1,1 trilhão de excesso
de liquidez no momento
€2.50
€2.25
€2.00
€1.75
Pré‐crise, cerca de 1,5 trilhões de euros
€1.50
€1.25
1/08
7/08
1/09
7/09
1/10
7/10
1/11
7/11
1/12
comprar também obrigações da Itália e da Espanha,
expandindo seus ativos para mais de 2,5 trilhões de
euros.
No primeiro semestre de 2011, o BCE aumentou sua
taxa de redesconto em 50 pontos, para 1,5%, a fim de
enfrentar os riscos crescentes de inflação. Contudo, a
pressão sobre o sistema bancário europeu persistiu ao
longo de todo o ano. Ao assumir a presidência do BCE,
em novembro de 2011, Mario Draghi providenciou para
que, nas reuniões de novembro e dezembro do BCE,
ocorresse redução de 25 pontos nas taxas de juros, o que
levou novamente a taxa de refinanciamento para o nível
de 1,0%. O BCE anunciou também duas operações de
empréstimos ilimitados por 36 meses, em dezembro e
fevereiro, que inundaram o sistema bancário europeu
com liquidez de longo prazo.
Page 7
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Dados econômicos da Eurozona
Ao longo da última década, os dados econômicos
compilados pela UE e pelos governos nacionais
melhoraram significativamente em termos de
qualidade, quantidade e pontualidade. A Eurostat é a
principal entidade da UE responsável pela
compilação de dados econômicos sobre os países
membro. Seu site na Internet (ec.europa.eu/eurostat/)
contém uma profusão de informações sobre os dados
econômicos europeus.
O gráfico à direita mostra que apenas quatro países
— Alemanha, França, Itália e Espanha —
respondem por mais de três quartos do PIB da
Eurozona. Consequentemente, os participantes do
mercado dão mais atenção aos dados nacionais
desses quatro países, bem como aos da Eurozona
como um todo, não atribuindo muita importância aos
números dos países menores.
A tabela abaixo mostra a reação dos mercados
futuros de ações e obrigações europeias às principais
informações econômicas no período entre janeiro de
2009 e dezembro de 2011. Os 14 indicadores
apresentados na tabela são os que, segundo um
relatório abrangente do Royal Bank of Scotland,
intitulado “What Moves the European Bond
Market?” (O que movimenta o mercado europeu de
obrigações), de março de 2007, têm o maior impacto
sobre o mercado de futuros de EURO-Bund. A tabela
mostra a oscilação dos mercados futuros do índice EURO
STOXX 50® e do EURO-Bund, da Eurex, nos 10
minutos que se seguiram à divulgação dos relatórios
econômicos em questão.
Talvez seja surpreendente que oito dos 14 relatórios
econômicos que mais afetaram o mercado de índices
acionários europeus refiram-se aos EUA e não à
Europa. Essa constatação é compatível com outros
estudos acadêmicos sobre a questão. Foram
apresentadas três razões para explicar esse fenômeno:
(1) a economia dos EUA é maior do mundo e,
portanto, tem o maior impacto sobre os ciclos de
negócios da Europa e de todo o mundo, (2) os dados
PIB nacional como % do total do PIB da Eurozona
Alemanha
França
Itália
Espanha
Países Baixos
Bélgica
Áustria
Grécia
Irlanda
Finlândia
Portugal
Eslováquia
Luxemburgo
Eslovênia
Chipre
Estônia
Malta
27.4%
21.1%
16.7%
11.5%
6.4%
3.9%
3.1%
2.4%
1.7%
Os 4 grandes 2.0%
(Alemanha, França, 1.8%
Itália e Espanha) 0.7%
respondem por 77% 0.5%
do PIB da Eurozona
0.4%
0.2%
0.2%
0.1%
0%
10%
20%
30%
econômicos da Eurozona tendem a ser divulgados
depois dos dados norte-americanos e (3) existe uma
certa correlação entre as reações de política
monetária do Banco Central Europeu e do Federal
Reserve, o que significa que os dados econômicos
que influenciam as políticas do Fed também podem
afetar a política do BCE.
Os governos nacionais e a Eurostat tomaram medidas
para assegurar que os dados econômicos sejam
protegidos e não vazem antes do momento de sua
divulgação oficial. Estudo acadêmico publicado pelo
BCE, intitulado “Which News Moves the Euro Area
Bond Market” (Quais são as notícias que
movimentam o mercado de renda fixa da Área do
Euro), constatou que ao longo do período analisado
(1999-2005) não houve “evidências convincentes de
divulgação antecipada ou vazamento de estatísticas
econômicas, com uma única exceção, referente aos
dados de desemprego na Alemanha”. Nos anos
recentes, as acusações de vazamento de dados
econômicos europeus simplesmente desapareceram.
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Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Impacto sobre o mercado europeu (10 minutos) dos principais
relatórios econômicos que afetam o mercado
Futuros do Índice
EURO STOXX 50®
Futuros de EURO-Bund
Variação em 10 minutos
Variação em 10 minutos
Indicador econômico
Pontos
Percentual
Desvio
padrão
Pontos
Percentual
Desvio
padrão
Folha de pagamento dos EUA
22,58
0,86%
0,51
0,28
0,22%
0,52
PIB Alemão
10,63
0,41%
0,24
0,09
0,07%
0,16
Índice ISM Industrial dos EUA
10,34
0,42%
0,24
0,15
0,12%
0,28
PIB dos EUA
9,94
0,28%
0,23
0,09
0,07%
0,17
Vendas no varejo nos EUA
8,47
0,32%
0,19
0,11
0,09%
0,21
Índice ISM Não Industrial dos EUA
8,27
0,31%
0,19
0,08
0,06%
0,14
Confiança do consumidor nos EUA (Univ. de
Michigan)
8,08
0,31%
0,18
0,07
0,05%
0,13
Índice Industrial do Fed da Filadélfia
7,97
0,30%
0,18
0,10
0,08%
0,19
Índice IFO do Clima dos Negócios na Alemanha
5,92
0,23%
0,13
0,08
0,07%
0,16
IPC Alemão
5,28
0,20%
0,12
0,07
0,06%
0,13
PMI Industrial da Eurozona
4,58
0,18%
0,10
0,05
0,04%
0,09
Sentimento Econômico ZEW da Alemanha
4,28
0,16%
0,10
0,09
0,07%
0,16
M3 da Eurozona
4,25
0,16%
0,10
0,05
0,04%
0,09
IPC dos EUA
3,81
0,14%
0,09
0,09
0,07%
0,17
Média de todos os relatórios
8,00
0.30%
0,18
0,10
0,08%
0,18
Observações sobre a tabela: 1. Abrange os relatórios econômicos divulgados de janeiro de 2009 a dezembro de 2011.
2. A coluna “Desvio Padrão” mostra a variação em termos de quantidade de desvios padrão. Durante o período, o desvio
padrão médio dos Futuros do Índice EURO STOXX 50® foi de 43,97 pontos e o dos Futuros de EURO-Bund de 0,53
pontos (isto é, desvio padrão dos retornos diários no período vezes o preço médio do futuro mais próximo no período).
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Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Impacto sobre o mercado europeu (10 minutos) dos principais relatórios econômicos que afetam o mercado (em %)
0.0%
0.2%
0.4%
0.6%
0.8%
1.0%
Folha de pagamento dos EUA
PIB Alemão
Índice ISM Industrial dos EUA
PIB dos EUA
Vendas no varejo nos EUA
Índice ISM Não Industrial dos EUA
Confiança dos Consumidores nos EUA (Univ. de …
U.S. Índice Industrial do Fed da Filadélfia EUA
Índice IFO do Clima dos Negócios na Alemanha IPC Alemão
PMI Industrial da Eurozona
Sentimento Econômico ZEW da Alemanha
Barra superior: reação dos futuros do índice
EURO STOXX 50® Barra inferior: reação dos futuros de EURO‐Bund
M3 da Eurozona
IPC dos EUA
Impacto sobre o mercado europeu (10 minutos) dos principais relatórios econômicos que
afetam o mercado (em desvios padrão)
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
Folha de pagamento dos EUA
PIB Alemão
Índice ISM Industrial dos EUA
PIB dos EUA
Vendas no varejo nos EUA
Índice ISM Não Industrial dos EUA
Confiança dos Consumidores nos EUA (Univ. de …
U.S. Índice Industrial do Fed da Filadélfia EUA
Índice IFO do Clima dos Negócios na Alemanha IPC Alemão
PMI Industrial da Eurozona
Sentimento Econômico ZEW da Alemanha
M3 da Eurozona
Barra superior: Reação dos futuros do
índice EURO STOXX 50® Barra inferior: reação dos futuros de EURO‐Bund
Mostra a reação em termos de desvios padrão diários (no período em análise, um desvio padrão era de 43,97 no Futuro do Índice EURO STOXX 50® e de 0,53 no Futuro de EURO‐Bund)
IPC dos EUA
Page 10
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Futuros de índices de ações Eurex
A Eurex oferece uma ampla gama de produtos
acionários, inclusive opções de ações, futuros de
ações individuais, futuros e opções de índices de
ações, derivativos de dividendos, derivativos de
volatilidade de índices e derivativos de fundos
negociados em bolsa. Este estudo destacará o
contrato futuro do Índice EURO STOXX50®, que é
ativamente negociado e tem hoje posições em aberto
no total de 2,5 milhões de contratos e volume médio
diário de cerca de 1,3 milhões de contratos.
O Índice EURO STOXX 50® é um índice ponderado
pelo valor de mercado das ações de 50 empresas
europeias de primeiríssima linha. Embora seja
composto por apenas 50 empresas, o índice abrange
aproximadamente 50% do valor das ações em
circulação no mercado das empresas componentes do
Índice EURO STOXX 600®, mais amplo, o que
significa que ele representa com eficiência o mercado
acionário europeu como um todo. O índice é
fortemente concentrado em ações de empresas
sediadas na França e Alemanha que, em conjunto,
representam 62% de seu valor de mercado.
durante a crise financeira global, mas já recuperou
72% em relação ao mínimo atingido naquela ocasião.
Desde a primavera de 2010 (hemisfério norte), o
índice tem andado de lado devido à crise da dívida
europeia e das preocupações generalizadas com o
crescimento econômico global. Apesar dessas
preocupações, o consenso é que o resultado das
empresas europeias crescerá 9,6% em 2012 e que o
P/L do índice está atualmente baixo, no nível de 9,8.
Índice EURO STOXX 50® x Índice S&P 500 dos EUA
Correlação em 10 anos: 0.85
120
S&P 500
110
100
90
80
70
60
50
40
1º de janeiro de 2000 = 100 00
01
02
03
04
05
06
EURO STOXX 50®
07
08
09
10
30
11
12
Índice EURO STOXX 50® x Nikkey 225 do Japão
120
Correlação em 10 Os dois gráficos à direita mostram o desempenho do
índice EURO STOXX 50® ao longo da última
década, em comparação com os índices S&P 500 e
Nikkei 225, do Japão. Com base nos retornos
semanais, nos últimos 10 anos, o Índice EURO
STOXX 50® apresentou correlação de 0,85 com o
S&P 500 e de 0,64 com o Nikkei 225.
100
EURO STOXX 50®
80
60
40
Como todos os demais mercados acionários do
mundo, o Índice EURO STOXX 50® mergulhou
Índice EURO STOXX 50 - 10 maiores componentes
Empresa
Peso
País
Setor
1º de janeiro de 2000 = 100
20
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
Índice EURO STOXX 50 x PL projetado
5000
6,4%
FR
Energia
Sanofi-Aventis
5,0%
FR
Assistência médica
Siemens AG
4,4%
AL
Indústrias diversas
BASF
3,9%
AL
Produtos químicos
22.5
3000
20.0
2500
17.5
2000
15.0
1500
12.5
10.0
ES
Telecomunicações
Banco Santander
3,6%
ES
Bancos
ENI
3,2%
IT
Petróleo e Gas
1000
Bayer
3,2%
AL
Produtos químicos
500
SAP
3,0%
AL
Tecnologia
Reino
Unido
Alimentos e Bebidas
25.0
3500
3,8%
2,8%
27.5
EURO STOXX 50® Index
4000
Telefonica SA
Unilever
30.0
4500
Índice
Total SA
0
7.5
PL projetado (direita)
06
07
08
09
PL projetado
®
Nikkei 225
5.0
10
11
12
Page 11
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Futuros de Euribor da Eurex
Taxa EURIBOR de 3 meses x taxas nos EUA e Japão
7%
A Eurex oferece futuros e opções sobre a taxa
EURIBOR de 3 meses. EURIBOR é a sigla em inglês
de Taxa Oferecida no Mercado Interbancário
Europeu. A taxa EURIBOR é a taxa cobrada pelos
bancos para repassar dinheiro sem garantias no
mercado interbancário e é usada como taxa
referencial em diversos empréstimos e derivativos.
Correlações EURIBOR: 0,59 EUA, 0,44 Japão
6%
Libor 3 meses US$
5%
4%
3%
EURIBOR 3 meses
2%
O principal fator determinante da EURIBOR de 3
1%
meses é a política monetária do BCE e suas metas
Tibor Japão 3 meses
para a taxa de redesconto e para a taxa de overnight
0%
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
EONIA (ver gráficos abaixo). Ao longo da última
década, a taxa EURIBOR de 3 meses foi, em média,
15 pontos acima da taxa de refinanciamento do BCE. Taxa EURIBOR de 3 meses x taxa de refinanciamento do BCE
A EURIBOR tende a acompanhar as alterações
6%
implementadas pelo BCE em sua política monetária e
EURIBOR 3 meses
5%
sua taxa de redesconto, mantendo um spread bastante
previsível de 15 pontos acima da taxa de
4%
refinanciamento. Entretanto, quando o mercado
espera uma elevação das taxas de refinanciamento do
3%
BCE, a EURIBOR tende a apresentar um spread mais
elevado, como observado no período 2007-08.
2%
Atualmente, a EURIBOR tem sido negociada apenas
Taxa de refinanciamento do BCE
3 pontos acima da taxa de refinanciamento.
1%
Os contratos futuros de EURIBOR da Eurex
fornecem informações valiosas sobre onde o mercado
espera que a EURIBOR de 3 meses se situe no
futuro. O gráfico à direita apresenta, ao longo do eixo
horizontal, o rendimento (isto é, 100 menos o preço
futuro) dos contratos futuros de EURIBOR, a partir
do contrato atual para março de 2012 até o contrato
com vencimento em março de 2016. O gráfico
mostra que, no momento, o mercado espera que a
taxa de 3 meses se mantenha abaixo de 1,0% ao
longo de 2013. Entretanto, o mercado espera que a
EURIBOR de 3 meses suba conforme o BCE comece
a aumentar lentamente os juros, a partir de 2014, em
reação à melhoria prevista para a economia europeia
e ao risco de aumento da inflação.
A taxa EURIBOR de 3 meses é comparável à LIBOR
de 3 meses em dólares norte-americanos e à taxa
TIBOR do Japão. O gráfico no topo da página mostra
como a EURIBOR e a LIBOR de 3 meses foram
negociadas aproximadamente dentro do mesmo ciclo,
com uma correlação de 0,59, enquanto a TIBOR
japonesa de 3 meses ficou bastante abaixo da
EURIBOR.
0%
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Curva dos futuros de EURIBOR de 3 meses
2.50%
Taxa EURIBOR de 3 meses projetada
2.00%
1.50%
1.00%
0.50%
6/12 12/12 6/13 12/13 6/14 12/14 6/15 12/15
A EURIBOR de 3 meses estava acima de 5% em
meados de 2008, mas mergulhou para 0,75% na
esteira da crise financeira de 2008/09. No primeiro
semestre de 2011, a EURIBOR subiu em reação à
elevação de 50 pontos nos juros promovida pelo
BCE, mas voltou a cair após um corte de 50 pontos
no final daquele ano. Atualmente a taxa EURIBOR
de 3 meses está em 1,03%.
Page 12
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Futuros de renda fixa alemã Eurex
Preços futuros do EURO-Bund alemão de 10 anos na Eurex
A Eurex oferece uma linha completa de títulos públicos
alemães de renda fixa, inclusive futuros de EURO-Buxl®
de 30 anos, EURO-Bund de 10 anos, EURO-Bobl de
5 anos e EURO-Schatz de 2 anos, bem como opções
sobre esses contratos futuros. O “Euro” no nome
desses produtos refere-se ao fato de que os títulos
públicos alemães são agora denominados em euros e
não mais em marcos, como antes da criação da União
Monetária Europeia em 1999. No complexo de renda
fixa, a Eurex também oferece futuros de títulos
públicos italianos EURO-BTP de 10 a anos e de
obrigações da Confederação Suíça.
Rendimentos dos títulos alemães e japoneses de de 10 anos
Os preços dos títulos públicos europeus são
7%
determinados por diversos fatores, inclusive
Correlações dos Bund: 0,80 EUA, 0,35 Japão
expectativas inflacionárias, política monetária do
6%
Rendimento das notas de 10 anos dos BCE e oferta de obrigações pelo governo. O
5%
rendimento dos títulos de curto prazo, como os de 2
anos, está ligado mais de perto às metas de taxas do
4%
BCE. Por outro lado, os papéis de 10 anos, de prazo
3%
mais longo, são mais influenciados pelas expectativas
Rendimento do Bund alemão
de inflação. O gráfico no final da página mostra o
2%
diferencial entre os rendimentos dos títulos públicos
alemães de 2 e 10 anos. Essa diferença, que é uma
1%
Rendimento do JGB japonês de 10 anos
das formas de definir a inclinação da curva de
0%
rendimentos, pode ser negociada nos mercados
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
futuros da Eurex. No momento, a curva do
diferencial entre os títulos alemães de 2 e 10 anos
Diferencial entre o rendimento dos títulos alemães de 10 e 2 anos
está bastante íngreme, ao redor de 160 pontos, porque
250
o BCE continua mantendo os juros de curto prazo em
Curva de rendimentos mais inclinada
níveis bastante baixos para enfrentar as
Curva de rendimentos mais achatada
200
consequências da crise financeira de 2008/2009 e
também em virtude dos problemas atuais com a
150
dívida soberana europeia.
O gráfico central à direita mostra como, nos últimos
anos, o rendimento dos títulos alemães de 10 anos
tem acompanhado de perto o dos papéis de 10 anos
do Tesouro dos EUA devido à similaridade dos ciclos
de negócios dos dois países e da política monetária
do BCE e do Federal Reserve. O gráfico também
mostra como os títulos públicos japoneses de 10 anos
apresentaram rendimentos bastante inferiores ao dos
papéis alemães na última década, já que a economia
japonesa continua a enfrentar crescimento econômico
medíocre e ameaça de deflação. Desde 1999, e com
base nos retornos mensais, os títulos públicos
alemães de 10 anos têm mostrado correlação de 0,80
com os papéis norte-americanos e de 0,35 com os
japoneses.
O gráfico no topo da página mostra como os preços
100
50
0
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Basis Points
dos futuros do EURO-Bund alemão de 10 anos
apresentaram forte alta a partir do final de 2008,
quando a quebra do Lehman Brothers, em setembro
daquele ano, deu início à crise financeira global. O
preço dos futuros dos EURO-Bunds alemães de 10
anos subiu acentuadamente em 2011 devido à crise da
dívida da Eurozona, à economia fraca daquela região,
às pressões modestas sobre o núcleo da inflação e à
política monetária extremamente folgada do BCE.
Page 13
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Futuros de títulos italianos
EURO-BTP da Eurex
Preços futuros dos títulos públicos italianos EURO-BTP
O contrato futuro de títulos públicos italianos EUROBTP envolve a entrega de obrigações com prazo a
decorrer entre 8,5 e 11 anos e prazo original de
emissão não superior a 16 anos. Os contratos futuros
de EURO-BTP têm valor de 100.000 euros e cupom
de 6%.
Normalmente, os títulos públicos italianos são
negociados com um prêmio em relação ao
rendimento das obrigações alemães porque o risco
percebido pelo mercado é maior do que o implícito
nos papéis germânicos. O gráfico central à direita
apresenta uma superposição do rendimento dos
títulos alemães e italianos de 10 anos. Normalmente,
o rendimento dos títulos públicos alemães é o mais
baixo da Eurozona em virtude do porte de sua
economia e da reputação de seu governo em termos
de integridade fiscal em comparação com a maioria
dos demais países da região.
O gráfico na parte inferior da página mostra o
aumento do diferencial de rendimento dos títulos
italianos de 10 anos em relação às obrigações alemãs
ao longo dos últimos três anos em virtude da crise
financeira e da situação orçamentária precária da
Itália. Esse diferencial entre os rendimentos das
obrigações alemãs e italianas pode ser negociado
na Eurex por meio de contratos futuros de EURO
-Bund e EURO-BTP.
Rendimento dos títulos públicos alemães e italianos de 10 anos
8.0%
7.0%
Rendimento dos títulos italianos de 10 anos
6.0%
5.0%
4.0%
3.0%
Correlação dos rendimento dos títulos italianos e alemães de 10 anos: 0,58
Rendimento dos títulos alemães
2.0%
1.0%
99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Diferencial do rendimento dos títulos italianos e alemães de 10 anos
600
Pontos
500
A Comissão Europeia informou que, em 2010, a
Itália teve um déficit orçamentário da ordem de 4,6%
400
do PIB, superior ao déficit alemão, que foi de 4,3%.
Além disso, a dívida acumulada da Itália é muito
300
maior que a da Alemanha, o que aumenta o risco de
inadimplência. A Comissão Europeia informou que,
200
ao final de 2010, a dívida acumulada do governo
100
italiano era substancial, de 118% do PIB, a segunda
maior da Eurozona, atrás apenas dos 145% da Grécia.
0
Em comparação, a divida acumulada do governo
99
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
alemão em 2010 era significativamente menor,
situando-se em 83% do PIB. O risco dos títulos
alemão, que custa 87 pontos. O preço do swap de
italianos também é maior que o dos alemães, porque
inadimplência de crédito indica o custo para segurar os
a economia da Itália é mais fraca que a alemã. O
títulos soberanos contra a inadimplência. Em termos de
consenso de mercado é que, em 2012, o PIB da Itália
classificação de crédito, a dívida alemã de longo prazo
sofrerá retração de 1,2%, enquanto a expectativa é de
recebeu a nota AAA, a mais alta possível, de todas as
um crescimento de 0,2% na Alemanha.
agências especializadas. Por outro lado, a dívida de
longo prazo da Itália recebeu da Standard & Poor’s a
O risco mais elevado atribuído aos títulos italianos
nota BBB+, apenas dois pontos acima de BBB–, a
também pode ser notado no preço atual dos swaps de
menor classificação ainda considerada como grau de
inadimplência de crédito (CDS, sigla em inglês), de
investimento.
Page 14
410 pontos, que é quatro vezes maior que o do CDS
Fundamentos dos mercados futuros de índice de ações e de taxa de juros da Eurex
Fontes de informação
Informações sobre os produtos Eurex

 Manual de Produtos — http://www.eurexchange.com/download/documents/publications/eurex_products_en.pdf
Fontes das notícias e dados econômicos europeus
 Bloomberg — http://www.bloomberg.com/news/regions/europe.html
 Reuters — http://www.reuters.com/finance/markets/europe
 Financial Times — http://www.ft.com/world/europe
 Wall Street Journal Europe — http://online.wsj.com/public/page/news-european-union.html
 Forbes Europe — http://www.forbes.com/home_europe/
 CNBC Europe — http://www.cnbc.com/id/15838668/
Fontes dos dados econômicos e financeiros europeus
 Eurostat — http://ec.europa.eu/eurostat
 European Central Bank — http://www.ecb.int/stats/keyind/html/sdds.en.html
 “Principal European Economic Indicators — A Statistical Guide,” edição Eurostat 2009. http://epp.eurostat.ec.europa.eu/
cache/ITY_OFFPUB/KS-81-08-398/EN/KS-81-08-398-EN.PDF
 Linha Europeia de Estabilidade Financeira — http://www.efsf.europa.eu/about/index.htm
Estudos sobre o impacto dos indicadores econômicos sobre o mercado europeu
 Andersson, Magnus e Lars Jul Overby, “Which News Moves the Euro Area Bond Market?” (Quais são as notícias que
movimentam o mercado de renda fixa da Área do Euro?) Banco Central Europeu, Série Papéis de Trabalho, No 631,
maio de 2006 (publicado também na German Economic Review 10(1): 1-31). ver http://www.ecb.int/pub/pdf/scpwps/
ecbwp631.pdf.
 Cailloux, Jacques, “What Moves the European bond market?” (O que movimenta o mercado europeu de obrigações), The
Royal Bank of Scotland, março de 2007.
 Goldberg, Linda e Deborah Leonard, “What Moves Sovereign Bond Markets? The Effects of Economic News on U.S.
and German Yields” (O que movimenta os mercados de títulos soberanos? Efeitos das notícias econômicas sobre o
rendimento dos títulos norte-americanos e alemães), Federal Reserve de Nova York, Vol 9, No 9, setembro de 2003.
http://www.newyorkfed.org/research/current_issues/ci9-9.pdf
Instituições europeias
 União Europeia — http://europa.eu/index_en.htm
 Comissão Europeia — http://ec.europa.eu/index_en.htm
 Banco Central Europeu — http://www.ecb.int/home/html/index.en.html
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