ANÁLISE ECONÔMICA Maio 2012 Por George Bezerra INTENÇÕES E RESULTADOS EM ECONOMIA – A DRAMÁTICA EXPERIÊNCIA DA ZONA DO EURO* Ao longo dos últimos dois anos temos usado periodicamente este espaço para analisar a contínua deterioração da Zona do Euro e os seguidos fracassos dos planos de resgate que têm se limitado a minorar os problemas de ordem financeira. Nas últimas duas semanas se verificou um rápido e impressionante aumento da aversão ao risco nos mercados do mundo inteiro. Os preços das ações caíram fortemente e o dólar se valorizou frente a quase todas as moedas do mundo, refletindo a busca de proteção para os investimentos, a despeito de as taxas reais de juros já serem muito baixas ou negativas há vários anos. No Brasil, a bolsa de valores caiu fortemente durante oito pregões consecutivos, antes de registrar um pequeno ajuste técnico positivo na sexta feita 18 de maio, e o real atingiu a menor cotação dos últimos anos frente ao dólar norte-americano. A que se deve esse frenético movimento? Ele se baseia em fundamentos, ou é apenas mais um resultado da ação de “especuladores”. Na verdade, o que deveria surpreender não é esse movimento recente, mas sim o tempo que parte dos agentes econômicos e governos precisaram para se dar conta de que o risco macroeconômico a nível global não somente permanece nas alturas desde a crise de 2008, mas voltou a se agravar desde o início do ano passado. Veremos resumidamente, a seguir, de que forma isso tem acontecido. A Intensificação de uma Crise que Teve Início em 2008 A tendência de grave deterioração das contas fiscais dos Estados Unidos num horizonte de médio e longo prazo, principalmente em decorrência de desequilíbrios nas áreas de previdência e saúde, é conhecida desde os primeiros anos da década de 2000. Antes que as reformas necessárias para lidar com esse problema começassem a ser adotadas surgiu a crise no mercado imobiliário em 2008. Essa crise atingiu o seu primeiro ápice com a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro daquele ano, e em seguida se transformou numa crise bancária de graves proporções. Isso exigiu uma forte utilização das políticas fiscal e monetária para impedir que uma recessão profunda e prolongada se instalasse na economia americana, com reflexos no mundo inteiro. O governo expandiu fortemente os gastos públicos e reduziu a taxa de juros básica virtualmente para zero. Esse esforço abrangente foi capaz de impedir que se instalasse uma queda de PIB prolongada nos Estados Unidos. Mas até hoje, depois de quatros anos, não tem sido capaz de recolocar a economia americana numa trajetória de crescimento a uma taxa suficiente para reduzir significativamente o desemprego - e teve como contrapartida uma deterioração ainda maior dos desequilíbrios fiscais. Pela primeira vez há muitas décadas a crise surgida na economia americana em 2008 apanhou a maioria dos chamados “países emergentes” numa condição bastante saudável em suas contas fiscais e nos balanços de pagamentos (graças ao benefício que obtiveram, durante os anos anteriores, da combinação de avanços nas suas políticas econômicas com uma impressionante melhora dos seus “termos de troca”, principalmente em decorrência do aumento da demanda por commodities originário da China). O mesmo não acontecia com os países da União Européia, particularmente com os membros da Zona do Euro. A maioria desses países vinha sofrendo uma deterioração nas suas contas fiscais desde o início da década de 2000, e suas economias e bancos se encontram fortemente relacionados com a economia e o sistema bancário norteamericano. A crise surgida nos Estados Unidos trouxe à superfície os desequilíbrios estruturais, fiscais e de balanços de pagamentos que haviam se acumulado entre as economias periféricas e as economias centrais da Zona do Euro, desequilíbrios esses que se agravaram ainda mais diante da queda generalizada da atividade econômica. A economia americana entrou numa fase de lenta recuperação desde a segunda metade de 2010, enquanto a Zona do Euro mergulhou numa crise extremamente complexa, que somente agora parece estar atingindo o seu ápice. Por que razão os mercados parecem estar refletindo essa expectativa? Pelo fato de que o risco de a Grécia ter que deixar a Zona do Euro de uma forma cujas conseqüências para a economia européia são imprevisíveis se tornou um evento de elevadíssima probabilidade, no curto prazo. O Repúdio Grego à Austeridade sem Resultados Em qualquer regime democrático, se um programa econômico impõe sacrifícios ao povo durante anos seguidos sem sequer acender uma luz de esperança de solução, I 1 I www.maximaasset.com.br [email protected] Av. Atlântica 1130, 9º andar - Copacabana Rio de Janeiro RJ 22021-000 Tel: 55 21 3820-1777 Fax: 55 21 3820-1795 ANÁLISE ECONÔMICA Maio 2012 parece óbvio que em algum momento esse programa será repudiado. O povo acaba elegendo representantes para dar uma basta a esse tipo de situação sem sentido. Algo diferente tem que ser tentado pelo governo, mesmo que lhe pareça não dispor de alternativas reais. E há indicações muito fortes de que essa situação limite já está sendo alcançada na Grécia. De fato, pela primeira vez a maioria dos votos da eleição recente foi dada a dois partidos de extrema esquerda que durante a campanha defenderam o fim do programa de austeridade negociado pela Grécia para obter ajuda financeira da própria Zona do Euro, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (programa esse que reflete em grande medida a influência e exigências dos países mais fortes da Zona, principalmente a Alemanha). Ocorre que os resultados das eleições ainda foram muito fragmentados, de modo que os partidos mais votados não conseguiram uma coalizão para formar um novo governo. Ou seja, o movimento dos eleitores no sentido da rejeição ao programa de austeridade ainda não se completou. Foi isso que provocou o vácuo que exigiu a realização de novas eleições no mês de junho vindouro. As pesquisas indicam que mais de 50% dos eleitores gregos deseja o rompimento dos acordos que resultaram nos programas de austeridade. Por outro lado, mais de 80% preferem que a Grécia permaneça na Zona do Euro. Não é difícil compreender essas preferências. Por um lado, os gregos sabem perfeitamente que a entrada do seu país na Zona do Euro lhes trouxe enormes benefícios durante mais de dez anos. Por outro, a rejeição natural diante de qualquer programa que envolve enormes sacrifícios não para de crescer frente à observação de que não produz resultados nem mesmo esperanças. resultados permitirem a formação de um governo favorável à continuidade do programa, então a Grécia daria continuidade aos programas de austeridade e se manteria na Zona do Euro – pelo menos por mais algum tempo. Parece então que existem três cenários para a evolução da crise, no curto prazo: 1º) nos próximos dias e semanas se agrava a desconfiança dos agentes econômicos e é intensificada a corrida aos bancos, não somente na Grécia, mas também em outros países relativamente vulneráveis ao contágio, como Espanha e Portugal (antes da realização das novas eleições na Grécia); 2º) a situação se mantém tensa, mas sem corrida bancária, até as eleições de junho, e o resultado concretiza a rejeição ao programa de austeridade; 3º) não há corrida bancária até as eleições e o resultado mostra um recuo dos eleitores, permitindo a formação de um governo que mantenha o programa de austeridade. Em qualquer das duas primeiras hipóteses a saída da Grécia da Zona do Euro seria inevitável. Na terceira hipótese se voltaria para o instável statu quo anterior ao das últimas eleições, no qual a Grécia permaneceria na Zona do Euro executando o programa de austeridade e as reformas anteriormente negociadas. A terceira hipótese parece a menos desfavorável no curto prazo, e pesquisas de opinião realizadas nos últimos dias indicaram que ela ganha um pouco de força. Mas, a essa altura, até mesmo essa hipótese não representa qualquer garantia de que a trajetória da crise se desvie de uma tendência de ruptura mais traumática. Essa situação caracteriza um impasse, já que as autoridades da Zona do Euro, o BCE e o FMI jamais aceitarão que a Grécia permaneça na Zona do Euro se ela decidir romper unilateralmente com o programa de austeridade que foi negociado como contra-partida aos programas de resgate (incluindo um abatimento “voluntário” de metade da dívida do país). É fato plenamente conhecido que a Zona do Euro foi criada por motivação política, sem que houvessem as condições econômicas necessárias para torná-la viável. A intenção foi de que essas condições econômicas seriam criadas ao longo do tempo, mas isso não ocorreu. Os resultados iniciais muito favoráveis em termos de crescimento econômico e quedas das taxas de juros para a maioria dos países levaram a uma acomodação e adiamento de reformas que foi agravando cada vez mais as diferenças de competitividade entre os países. Dez anos depois da sua criação a Zona do Euro foi apanhada de calças curtas pela crise econômica de 2008. Em princípio, fica tudo em suspenso, à espera dos resultados das eleições de junho. Se esses resultados mostrarem uma inclinação ainda maior dos eleitores para o repúdio ao programa de austeridade, a saída da Grécia da Zona do Euro parece inevitável. E ela teria que ser expulsa, já que não pretende tomar a iniciativa. Se houver um recuo e os Muito antes da criação da Zona do Euro as economias da Europa já costumavam entrar nos ciclos de baixa da economia mundial primeiro e sair depois, comparativamente aos Estados Unidos. Com a criação incompleta da Zona do Euro e sua moeda única essa desvantagem relativa se tornou muito maior. Isso porque nenhum projeto de União Monetária I 2 I www.maximaasset.com.br [email protected] Av. Atlântica 1130, 9º andar - Copacabana Rio de Janeiro RJ 22021-000 Tel: 55 21 3820-1777 Fax: 55 21 3820-1795 ANÁLISE ECONÔMICA Maio 2012 sobrevive por muito tempo com grandes diferenças de competitividade entre os países membros. E a magnitude da desvalorização do Euro suficiente para restaurar a competitividade de países como Alemanha, Holanda, Áustria, etc, quando surgiu a crise econômica de 2008, era muito menor que necessária para as economias periféricas, como Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha. Isso exige que a diferença de ganho de competitividade nas economias mais frágeis da Zona tenha que ser obtida inteiramente por meio de cortes de salários e preços e duras reformas estruturais, enquanto os gastos públicos são contidos a fim de reduzir os déficits e as dívidas. Mas o pior foi a maneira como os líderes da Zona do Euro passaram a lidar com a crise. Foi intensificado um clima de disputa e trocas de acusações entre as economias mais fortes e as mais frágeis, ao invés de se fortalecer a colaboração e impulsionar a completude do projeto de integração. É isso o que tem ocorrido ao longo dos últimos 04 anos e foi isso que levou a Zona do Euro à situação dramática em que ela agora se encontra. Haverá, ainda, uma saída não traumática, sem ruptura, para essa situação? Quais são as propostas? A essa altura o que teria alguma chance de recolocar a Zona do Euro numa trajetória benigna, que apontasse para a superação da crise num horizonte visível, de forma alguma dependeria apenas de atitudes e medidas que pudessem ser tomadas, isoladamente, pela Grécia, Espanha, Portugal, Itália... Exigiria uma mudança radical de postura dos líderes da região no sentido de fortalecer, de maneira rápida e convincente, o projeto de integração econômica. Essas economias mais saudáveis e competitivas também teriam que adotar medidas de estímulo ao seu próprio crescimento econômico, aceitando um pouco mais de inflação e piora dos seus indicadores fiscais de curto prazo para beneficiar a recuperação das economias mais frágeis. Em tese isso poderia permitir uma certa flexibilização dos programas de austeridade em vigor nas economias periféricas. Essa é a abordagem alternativa à crise da Zona do Euro que vem sendo cobrada por vários economistas Keynesianos, há bastante tempo. Esse tipo de cobrança vem sendo feito também pelo governo americano e foi expressa pelo presidente Barack Obama na reunião do G20 que ocorreu em Camp David neste último fim de semana. É a postura que foi adotada desde a campanha eleitoral pelo recém eleito presidente da França. A Alemanha é o alvo principal dessas cobranças e tem ficado cada vez mais isolada na sua resistência a se engajar nesse tipo de programa. Cada vez mais parece que essa é a única e óbvia opção, o que é perfeitamente compreensível, diante do fracasso cada vez mais evidente da estratégia em vigor. Mas será que esta opção é viável e produziria os resultados esperados? Temos muitas dúvidas a esse respeito. Em primeiro lugar, nada garante que a Alemanha estará finalmente disposta a produzir uma deterioração dos indicadores fiscais e de inflação da sua economia, mesmo no curto prazo, visando reduzir o ônus que pesa sobre o esforço de recuperação das economias mais frágeis. E a sua resistência pode não ser apenas fruto de uma atitude egoísta. Ela pode realmente acreditar que isso não funcionaria. De fato, se sob certas circunstâncias o aumento adicional de gastos públicos e flexibilização das metas de inflação pode não funcionar dentro de um mesmo país, com mais razão ainda o resultado pode ser insuficiente quando essa flexibilização se destina à recuperação de outras economias. Vale dizer, qual teria que ser a magnitude do aumento da demanda na economia alemã para permitir uma flexibilização do programa de austeridade em outros países da Zona do Euro, como Grécia, Espanha e Portugal? Entendemos que essa mudança de estratégia se apresenta cada vez mais como a única opção, e acreditamos que ela poderia ter algum efeito positivo. Mas, a essa altura, seria suficiente para superar a crise na Zona do Euro? É possível que sim. Mas, mesmo que venha a ser tentada, é provável que não funcione a contento. Dizem que quando tomou conhecimento de que os Estados Unidos tinham lançado a bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki Einstein declarou que a única esperança para o futuro da humanidade num planeta cada vez mais globalizado seria a criação de um governo supra-nacional. Sonho utópico, embora fundamentado em nobres motivações. Mesmo sendo um projeto bem menos ambicioso, foi essa também uma das principais motivações que resultaram na criação da Zona do Euro. É possível que ele tivesse sido bem sucedido se as condições econômicas tivessem sido criadas no tempo correto. Mas se trataria, de qualquer maneira, de um grande desafio. É muito difícil construir uma área de Integração Econômica entre países com diferenças acentuadas nos seus estágios de desenvolvimento econômico e de competitividade. Mas as diferenças de natureza cultural também são relevantes. É perfeitamente compreensível, por exemplo, que o povo grego – e qualquer outro - almeje o nível de bem estar material dos alemães. Mas nada garante que os gregos estejam dispostos ou interessados em assumir o tipo de disciplina e produtividade que resulta na competitividade I 3 I www.maximaasset.com.br [email protected] Av. Atlântica 1130, 9º andar - Copacabana Rio de Janeiro RJ 22021-000 Tel: 55 21 3820-1777 Fax: 55 21 3820-1795 ANÁLISE ECONÔMICA Maio 2012 da economia alemã. E esse é um direito de escolha soberano, que deveria ser respeitado sem preconceitos. Mas a preservação dessas diferenças se torna muito mais complicada dentro de uma Área de Integração Econômica. Alguns economistas renomados, como Paul Krugman e Nouriel Roubini, declararam recentemente que consideram inevitável a saída da Grécia da Zona do Euro, no curto prazo. Eles têm motivos de sobra para esse tipo de avaliação. Se isso vier a se confirmar – e principalmente se esta saída acontecer de forma desordenada – se tornará também elevado o risco de ampla contaminação da crise e até mesmo de ruptura da Zona do Euro. O impacto negativo desses eventos sobre a economia mundial seria muito significativo. Aumento Recente das Inquietações sobre a Economia Chinesa A projeção oficial do governo chinês para o crescimento da economia no corrente ano é de 8,5%, significativamente inferior à média das taxas verificadas nos anos anteriores. Não dispomos de espaço para analisar um pouco mais a fundo essas perspectivas para o corrente e os próximos anos. E achamos baixo o risco de uma queda forte (hard landing). Mas é fato que vários indicadores têm dado sustentação à perspectiva dos analistas que esperam uma redução mais acentuada da taxa de crescimento da economia chinesa. Esse tipo de avaliação tem se somado à crise na Zona do Euro dentre as causas para a queda nos preços das commodities e particularmente para o mau desempenho das bolsas e das moedas dos países exportadores, como o Brasil. A Posição Brasileira Frente ao Agravamento da Crise Externa Desde 1994 houve uma melhora significativa na qualidade da política econômica no Brasil. De 2003 a 2007 a economia e o comércio mundiais tiveram um desempenho bastante satisfatório. E a explosão da demanda da China por commodities contribuiu para elevar a níveis sem precedentes os termos de troca da economia brasileira. Desde o primeiro mandato do governo Lula esse ganho de margem de manobra na economia brasileira tem sido usado para intensificar o aumento dos gastos sociais e programas de transferência de renda que resultaram numa importante melhoria da distribuição de renda, da diminuição da pobreza e da redução da taxa de desemprego. O crescimento da economia a taxas médias um pouco mais elevadas e o aumento da carga tributária têm também permitido que os indicadores fiscais e de endividamento se mantenham em níveis satisfatórios. A melhoria dos termos de troca permitiu um grande aumento das reservas em moeda estrangeira. Os avanços foram realmente muito significativos, e somados à posição privilegiada do Brasil em termos de recursos naturais acabaram colocando o país numa posição muito privilegiada na avaliação dos investidores estrangeiros. Esse aumento dos investimentos diretos externos fortaleceu ainda mais o ganho de reservas internacionais, chegando a contribuir para a sobre-valorização da taxa de câmbio que tanto passou a incomodar a vários setores da indústria e ao governo. Esses aspectos positivos parecem ter relevado a um plano secundário as várias distorções e limitações de natureza estrutural que ainda comprometem o desempenho da economia no longo prazo. A carga tributária atingiu um nível extremamente elevado, a taxa de poupança doméstica e de investimento permanece em níveis muito baixos e as reformas estruturais têm avançado a passo de cágado. A qualidade da educação é altamente insatisfatória e tem melhorado a um ritmo pouco animador. Ao longo das últimas décadas o crescimento da economia chinesa se apoiou em grande medida numa taxa de poupança e de investimentos mais de duas vezes superior à do Brasil. Para escapar do risco de excesso de capacidade a economia chinesa enfrentará doravante o desafio de elevar sua taxa de consumo doméstico. O caso do Brasil é, nesse aspecto, exatamente o oposto. Precisamos elevar a taxa de investimentos e isso não poderá ser financiado apenas com o aumento da poupança externa. Temos que elevar a taxa de poupança doméstica, o que exigirá uma contenção do ritmo de crescimento dos gastos correntes do governo. A carga tributária deveria ser reduzida, ao contrário do que tem ocorrido ao longo dos últimos 20 anos. O Brasil ainda se encontra relativamente bem posicionado para enfrentar um provável agravamento da crise externa. Mas, no médio e longo prazo, a continuidade de uma taxa média de crescimento da ordem de 4% exigirá da política econômica muito mais que o simples manejo de políticas fiscais e crediticias anti-cíclicas. * Escrito com informações disponíveis até 20.05.2012. I 4 I www.maximaasset.com.br [email protected] Av. Atlântica 1130, 9º andar - Copacabana Rio de Janeiro RJ 22021-000 Tel: 55 21 3820-1777 Fax: 55 21 3820-1795