Certificamos que trabalho intitulado “AÇÃO LARVICIDA DE ÓLEOS
ESSENCIAIS EMULSIFICADOS”, autoria de Andrey Martinez Rebelo,
Fabiano Cleber Bertoldi, José Angelo Rebelo, Pedro Luiz Manique Barreto
e Diego de Santana Souza foi apresentado no formato de painel, durante a
programação do evento conjunto VIII Semana de Química e Biologia e II
Simpósio de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, realizado
na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, no dia 18 de abril
de 2013.
AÇÃO LARVICIDA DE ÓLEOS ESSENCIAIS EMULSIFICADOS
Andrey Martinez Rebelo1e2, Fabiano Cleber Bertoldi2, José Angelo Rebelo2,
Pedro Luiz Manique Barreto3, Diego de Santana Souza4.
2
[email protected]
1
Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Química.
Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina, Estação Experimental de Itajaí.
3
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos.
4
Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Entomologia.
2
Resumo
As doenças transmitidas por vetores constituem, importante causa de morbidade mundial.
Muitas doenças só conseguem infectar o homem através de vetores biológicos, entre eles
roedores, répteis, moluscos e insetos. Mosquitos do gênero Culex costumam ser
cosmotropicais por distribuirem-se tanto em regiões urbanas quanto rurais nas regiões
tropicais. No Brasil, as espécies de Culex estão disseminadas em praticamente todos os
centros urbanos (Urninatti et al., 2002). Algumas espécies têm grande importância na saúde
pública e sanidade animal, responsável pela veiculação de patógenos como poxvirus aviário
Brugia malayi ao homem e gatos, vírus St. Louis e Wuchereria bancrofti ao homem e
Dirofilaria immitis aos cães (Vianna et al., 1996). No sul da Índia, Samuel et al. (2004)
estudaram o hábito alimentar de Culex quinquefasciatus (Theobald, 1901), grande vetor
de filária. Em nosso trabalho avaliamos o uso de emulsão de Cymbopogon winterianus
(citronela) e Cinnamomum zeylanicumi (canela) contra a larvas de Culex sp. As larvas foram
coletadas em reservatórios de água naturais no mesmo dia que os testes foram executados.
Em um becker de 50 mL foram colocados 40mL de água destilada contendo emulsão com
0,0; 0,025; 0,013; 0,005, 0,003% de larvicida, nas quais 10 larvas de Culex sp. foram
expostas à emulsão - ou não para controle branco -, para obtenção da DL50 e DL90. As
larvas foram mantidas nesse meio por 48h, sendo feitas avaliações em 12, 24 e 48h. Para a
emulsão de Cymbopogon winterianus, obtivemos DL50 na concentração 0,017; 0,012;
0,011% e DL90 nas concentrações de 0,027; 0,022; 0,021%; ambos em 12, 24 e 48h
respectivamente. Para as emulsões de Cinnamomum zeylanicumi, obtivemos DL50 na
concentração de 0,003; 8,00x 10-6; 1,25x 10-7% e DL90 nas concentrações de 0,029; 0,022;
0,021%; ambos em 12, 24 e 48h respectivamente. Os resultados obtidos com óleo de
citronela e canela são promissores para o desenvolvimento de produtos contra mosquitos do
gênero Culex, já que obtivemos resultados com concentrações abaixo de 0,03% para DL50 e
DL90.
Palavras-chave: Cymbopogon winterianus; Cinnamomum zeylanicum; Culex sp.
Agradecimentos: Fapesc - Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado
de Santa Catarina.
AÇÃO LARVICIDA DE ÓLEOS ESSENCIAIS EMULSIFICADOS
Andrey Martinez Rebelo1 e 2, Fabiano Cleber Bertoldi2, José Angelo Rebelo2, Pedro Luiz Manique Barreto3, Diego Souza4
[email protected]
3UFSC,
1UFPR, Programa de Pós-Graduação em Química; 2EPAGRI, Estação Experimental de Itajaí;
Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos; 4UFPR, Programa de Pós-Graduação em Entomologia;
Palavras Chave: Cymbopogon winterianus; Cinnamomum zeylanicum; Culex sp
Figura 1. Bechers contendo larvas de mosquito Culex sp
tratamento com larvicida, controle e branco.
em água, sob
INTRODUÇÃO
As doenças transmitidas por vetores constituem, importante causa de
morbidade mundial. Muitas doenças só conseguem infectar o homem
através de vetores biológicos, entre eles roedores, répteis, moluscos e
insetos. Dependendo do habitat destes vetores e de sua capacidade de
adaptação ao modo de vida humano, eles podem transmitir mais facilmente
as doenças. Doenças, como as filarioses, as esquistossomoses, a de Lyme
e outras transmitidas por inúmeras arboviroses têm importância médicosocial em diferentes países. O aquecimento global do planeta tem gerado
preocupação científica sobre a possível expansão da área atual de
incidência de algumas doenças transmitidas por insetos para países de
clima temperado. Assim, avaliou-se a ação larvicida de óleos essências de
citronela (Cymbopogon winterianus) e canela (Cinnamomum zeylanicumi),
emulsionados, utilizando larvas do mosquito Culex sp, da família Culicidae ,
uma espécie doméstica, facilmente encontrada e transmissor da filariose
bancroftiana e vírus Bunyavirus oropouche que causa febres idênticas a da
dengue, podendo causar meningite e até óbito. Esperamos obter
informações que possam colaborar para o futuro desenvolvimento de um
inseticida de ação larvicida para mosquitos da espécie Culex sp.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Folhas de citronela e casca de canela foram desidratadas individualmente a
temperatura ambiente por 24h. Extraiu-se os óleos essenciais por
hidrodestilação e estes foram emulsionados para entrar em contato com as
larvas do mosquito em meio aquoso. Estes óleos foram preparados em
soluções estoque contendo 2% de cada um destes óleos em 0,05% de
Tween 80 sob alta pressão (500bar) em homogeneizador de alta pressão
por sete ciclos. Em beckers de 50 mL (Figura 1) foram colocados 40mL de
água destilada contendo emulsão com 0,0; 0,025; 0,013; 0,005, 0,003% de
larvicida. Foram utilizadas 10 larvas de mosquito Culex sp para cada teste
em triplicata. Um grupo controle foi mantido em apenas 40 mL de água.
Obteve-se a DL50 e DL90, para as larvas expostas aos larvicidas testados.
Estas larvas foram mantidas neste meio por 48h, sendo feitas avaliações
em 12, 24 e 48h.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A emulsão do óleo de canela apresentou ótimos resultados em baixa
concentração já nas primeiras 12 horas. Quase todas as replicatas
apresentavam na menor concentração de larvicida, morte de
aproximadamente 50% das larvas em 12 horas, e de 90% nas
concentrações seguintes.
Através das equações obtidas com os experimentos, pode-se calcular as
doses que matariam 50 e 90% das larvas, ou seja obter-se as DL 50 e DL90.
Na tabela 1, estão os resultados das DLs para cada período de observação.
Tabela 1. DL50 e DL90 para os períodos de exposição de 12h, 24h e 48h a
emulsão de óleo de citronela aplicado como larvicida do mosquito Culex sp.
Dose letal da emulsão de óleo de canela como larvicida para Culex sp
Tempo de exposição
(DL%)
12h
24h
48h
50
0,0030
8,00x 10-6
1,25x 10-7
90
0,3500
0,0130
0,0028
A emulsão do óleo de citronela apresentou resultados promissores em
baixa concentração e nítida eficácia larvicida quando em maior
concentração associada a exposições superiores a 24h, tanto para DL50
quanto para DL90. Através das equações obtidas com os experimentos,
pode-se calcular as doses que matariam 50 e 90% das larvas (DL50 e
DL90) (Tabela 2).
Tabela 2. DL 50 e DL90 para os períodos de exposição de 12h, 24h e 48h a
emulsão de óleo de citronela, aplicado como larvicida do mosquito Culex sp.
Dose letal da emulsão de óleo de citronela como larvicida para Culex sp
(DL%)
Horas de exposição
12
24
48
50
0,0172
0,0117
0,0106
90
0,0286
0,0220
0,0213
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos com óleo de canela e citronela são bastante
promissores para o desenvolvimento de produtos contra as larvas do
mosquitos do gênero Culex, já que a DL50 e DL90 foram atingidas com
concentrações abaixo de 0,03%.
Agradecimento: Fapesc - Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do
Estado de Santa Catarina.
[1] AHID, S. M. M; et al. Mem. Inst. Osw. Cruz. V.95 p.769-775, 2000.
[2] Amer, A & Methlhorn, H. Parasitol Res. v.99, p. 466-72, 2006.
[3] CHENG, S.S.; et al. J. Agric. Food Chem., v.52, p.4395-4400, 2004.
[4] Pérez-Pacheco, R; et al. Acta Zoológica Mexicana. v.20, p.141-152, 2004.
VIII – Semana de Química e Biologia &
II Simpósio de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Curitiba
15 a 19 de abril de 2013, Curitiba – Paraná - Brasil
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ação larvicida de óleos essenciais emulsificados