COMISSÃO DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA REGIONAL COMITÊ NACIONAL BRASILEIRO V CIERTEC - SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE GESTÃO DE PERDAS, EFICIENTIZAÇÃO ENERGÉTICA E PROTEÇÃO DA RECEITA NO SETOR ELÉTRICO Área de Distribuição e Comercialização Identificação do Trabalho: BR-54 Maceió, Brasil, Agosto de 2005 TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTOS ÓTICOS Tema 1.1: Perdas Técnicas Autor/es: LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA Empresa ou Entidade: CPFL – PIRATININGA PALAVRAS-CHAVE: Medição direta na média tensão DADOS DO AUTOR RESPONSÁVEL Nome: Luiz Carlos de Oliveira Cargo: Engº de Medição Pleno Endereço: Rod. Campinas – Mogi Mirim km 2,5 Campinas – S.P Telefone: 19 3756 8076 Fax: 19 3756 8212 E-Mail: [email protected] RESUMO DO TRABALHO OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo demonstrar de forma clara e objetiva, a aplicação dos Transformadores de Instrumentos Óticos, bem como o seu princípio de funcionamento. Primeiramente uma breve introdução onde fazemos uma breve análise da situação da tecnologia até então empregada, e a nova realidade que a tecnologia Ótica propicia. Descreveremos sobre as aplicações dos também chamados “não convencionais transformadores de instrumentos” nas áreas de medição, proteção e automação. Posteriormente demonstraremos de forma sucinta o principio de funcionamento do sensor ótico de corrente e do sensor ótico de tensão, que são a parte mais importante dos Transformadores de Instrumentos Óticos, e suas equações fundamentais. Introdução: Durante décadas temos utilizamos transformadores de instrumentos, com núcleo de ferro silício, cujo princípio de funcionamento fundamental é basicamente o eletromagnetismo. Tais equipamentos, principalmente os Transformadores de Corrente, sempre requerem cuidados específicos, em seu manuseio. Quanto maior o nível de tensão mais elevado se tornam os risco de acidentes com esses TC’s. Outro problema é que hoje em dia, temos vários clientes que em determinadas épocas absolvem, ou nos disponibilizam, grandes quantidades de energia num determinado sentido, e em outras épocas absolvem, ou nos disponibilizam, pequenas quantidades de energia no sentido contrário. Uma solução para os problemas acima citados, seria a utilização de uma nova tecnologia de transformadores de instrumentos óticos. Esta nova tecnologia utiliza como principio básico de funcionamento, fenômenos óticos conjugados com eletromagnetismo. Aplicação Os TI’s óticos são aplicáveis em Medição e Proteção, com várias vantagens sobre os TI’s convencionais, tais como: • Não há risco de explosão em caso da abertura do secundário do TC; • Não há risco de explosão, devido a vazamento de óleo; • Não causam problemas ambientais; • Maior precisão nas medidas; • Possibilidade de instalação em qualquer posição; • Construção de TI’s, mais leve; • Facilidade de construção conjugada de TP e TC, em um único equipamento. Além dessas vantagens acima citadas, temos a sensibilidade com fator preponderante. Hoje em dia, temos vários clientes que em determinadas épocas absolvem, ou, nos disponibilizam grandes quantidades de energia, e em outras épocas este fluxo é revertido. Para TI’s óticos isto não é problema, visto a larga faixa de atuação. Nos TI’s óticos não temos o problema de saturação do núcleo magnético, e também temos a possibilidade de termos a graduação de uma larga faixa de trabalho, sem prejuízo dos valores mensurados, tanto para Medição quanto para Proteção. Sensor Ótico de Corrente O sensor ótico de corrente tem seu princípio de funcionamento baseado na teoria de Faraday e da teoria de Ampere, já descrito em muito artigos acadêmicos, e este sensor já´foi desenvolvido em vários laboratórios. Efeito Faraday, ou efeito magnéticoótico, é o efeito que descreve a influência do campo magnético sobre o caminho de um feixe de luz monocromática dentro de uma lente de vidro ou cristal. O campo magnético altera a direção do feixe luminoso no interior da lente. O feixe luminoso no interior da lente, passa a oriente-se na mesma direção do campo magnético. O teorema de Ampere demonstra como o sensor torna-se sensível, a passagem da corrente elétrica, através da integração do campo magnético em um loop fechado, em torno do condutor. Para obtermos um sensor com uma alta classe de precisão ( por ex: 0,2%, ) necessitamos de um design adequado, com o qual consigamos compensar o efeito parasitas, e também corrigir a variação térmica devido ao efeito Faraday. Uma das formas utilizadas para minimizar o acima citado, é a utilização nos TC’s óticos de uma placa de vidro ou cristal, com um furo no meio, por onde o condutor passa formando assim um “anel de vidro”. A luz é internamente refletida em um loop fechado ao redor do condutor. A detecção Ótica consiste em transformar o efeito Faraday em uma intensidade de luz modulada e polarizada, com a adição de um “sistema polarimétrico” que inclui dois polarizadores instalados à 45º entre si. Assim sendo o valor de intensidade lunimosa pode ser facilmente convertido em sinal elétrico através de foto-diodos. Se “V” é a constante de Verdet especifica para cada material, ( Po ) é a entrada do fluxo luminoso, e ( Ps ) a saída então: • A Diferença de Potencial (DDP) aplicada sobre duas faces de um cristal, o que faz com haja uma integração entre o campo elétrico e o fluxo luminoso. A medição da tensão se torna independente da proximidade entre condutores os condutores, e das formas geométricas dos elementos óticos. O processo de detecção do sinal de Tensão é obtido através de um “sistema polarimétrico” constituído de 2 (dois) polarizadores e um defasador de um quarto de onda, onde após a passagem do fluxo luminoso por este, onde é acrescentada uma defasagem a este fluxo luminoso. Pode-se demonstrar que a intensidade luminosa de saída P(s) está relacionada com a intensidade de entrada P(o), com o nível de tensão aplicado U(t), expressa pela equação: Ps(t) = P0/2 * [1+ sin (2V * I(t))] Sensor Ótico de Tensão Para confecção do sensor ótico de tensão, é necessário obedecer duas propriedades fundamentais da física: • O efeito “Pockels”, ou efeito óticoelétrico, o qual é uma característica apresentada por alguns cristais, que descreve a influência do campo elétrico sobre um cristal transparente. Grupos de átomos, são, ou transformam-se, em pequenos dipolos que se orientam seguindo as linhas do campo elétrico. Variando a densidade do campo faz com haja uma birrefringência (dupla refração) linear, alterando assim o estado de polarização do fluxo de luz monocromática. Ps(t) = Po/2 * [1 + sin ( K * U(t) )] Onde: “K” é a constante de Pockels, que depende da natureza do cristal e dos arranjos de configurações. A forma de coletar a intensidade luminosa é exatamente igual a do sensor de corrente. Através do software de calibração dos coeficientes, podemos graduar a sensibilidade de detecção desse fenômeno. Podemos ver pela formula, que pode ocorrer erro se (K * U(t) ), for maior que π/2. Para contornar esta dificuldade utilizamos então um divisor resistivo. Transformador Ótico de Corrente Conclusão Como podemos ver, tecnicamente os TI’s óticos são uma evolução sobre os convencionais. A utilização de TI ótico, hoje em dia se mostra economicamente viável nas tensões superiores à 230 kV, porém em breve, acreditamos que tensões bem menores, inclusive tensões normalmente padronizadas para distribuição, estaremos tendo estes equipamentos economicamente viável. Transformador Ótico de Tensão