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ESPECIALISTA
Entreposto Logística.
Aposta no negócio
do recondicionamento
Quando ficam prontos os veículos
são auditados aleatoriamente por
uma entidade independente e é isso
que atesta a qualidade do trabalho
e do produto final
Nas instalações de Setúbal os buy-back saem como novos e prontos a entrar novamente
no circuito comercial. O Entreposto passa a ter uma oficina altamente especializada.
TEXTO Cláudio Delicado fotos José Bispo
N
as instalações do Entreposto Logística,
em Setúbal, há carros por todo o
lado. É esse o centro do negócio
há várias décadas. É verdade que
já lá vai o tempo em que era uma linha de
montagem da Datsun, nos anos 70, mas além
de todo o apoio que a empresa dá aos modelos
novos, agora entra num novo mercado: o
do recondicionamento de buy-backs, o que
encaixa na política de diversificação de negócio
da empresa. A localização das instalações
continua a ser uma mais-valia.
“Criámos esta nova unidade para ir ao encontro
da necessidade e da insistência dos clientes
para que tivéssemos este tipo de serviço.
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TURBO OFICINA
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feveriro 2014
Havendo já clientes interessados é mais fácil
iniciar uma atividade”, explica José Domingos,
responsável de desenvolvimento de negócio.
Os clientes-alvo deste serviço são as marcas, os
frotistas e os rent-a-car.
O investimento total vai ficar abaixo dos 60 mil
euros. Restam algumas adaptações para que
esteja concluído este processo. Esta divisão
começou a trabalhar oficialmente no início
do ano e a visita da TURBO OFICINA marca o
arranque da divulgação deste serviço.
“O objetivo é fechar este ano com 500 veículos.
Neste momento temos já 300 garantidos. Em
velocidade de cruzeiro temos que conseguir
três veículos por dia. Depois só aumentando
a capacidade para ir mais longe”, explica José
Domingos, que acrescenta: “Como este tipo
de serviços tem picos ao longo do ano, não é
rentável se não tivermos vários clientes. Temos
que garantir uma atividade mais plana ao longo
do ano”.
ANTES E DEPOIS
“O que fazemos é agarrar num veículo
devolvido para rent-a-car ou frotistas e
prepará-lo ou para entregar às locadoras ou
para o mercado de segunda mão. O nosso
objetivo é colocar o carro como novo”, sublinha
José Domingos. Isto porque todos os carros
têm mazelas normais do uso, especialmente
nos que chegam dos rent-a-car. Dentro da nave
de 1200 m2 (que pode crescer até aos 6500 m2)
há uma espécie de linha de montagem onde
decorre todo o trabalho: “Desde os pequenos
retoques de chapa, mossas, ou uma pintura
que pode ser geral. Fazemos também tudo o
que está ligado a revisões, testes de máquinas,
revisões, filtros, óleos, pastilhas de travão, etc.
Depois pode haver coisas mais específicas para
as quais estamos preparados. Há lavagem e
reparação de estofos e interiores com cortes ou
arranhões que reparamos, mudamos pneus…
Todo esse trabalho é feito aqui”.
E dá alguns exemplos enquanto explica
o processo: “Há carros que chegam num
estado irrepreensível e há outros num estado
deplorável, mas um carro em condições
normais neste tipo de atividade, demora cerca
de dois ou três dias para ficar em perfeitas
condições”. É o que os oito trabalhadores,
entre orçamentistas, mecânicos, bate-chapas
e pintores estão a fazer enquanto fazemos a
visita. Numa das duas estufas estão também
peças a secar, depois de pintadas.
NÃO HÁ STOCK DE PEÇAS
Esta divisão funciona como uma oficina
normal. Quando os carros chegam é feito
um diagnóstico e um orçamento para cada
um deles. Depois as marcas aprovam e, além
de pagarem o trabalho, fornecem também
as peças. “Não temos stock de peças, mas
apenas de consumíveis. No caso de um frotista
é igual e depois de aprovado o orçamento é
feito o pedido de peças à marca”, explica José
Domingos. Neste momento trabalham apenas
com peças originais. Só trabalhamos com
peças aftermarket, “se for um carro fora da
garantia, mas isso depende sempre da decisão
do cliente”. Aqui não há um grande armazém de
peças porque não há qualquer pedido de peças
que não estejam alocadas a um determinado
carro.
No que é negociado diretamente pelo
Entreposto, existem alguns contratos, como
no caso das tintas, com a Spies Hecker, que
permite que tenham um stock para fazer a
composição de cada tom que é necessário ou,
no caso dos lubrificantes, com a Galp, que
tem uma gama que permite respeitar todas as
especificações das marcas. “Usamos sinergias
Os carros intervencionados são totalmente “descascados”
ao nível da carroçaria, ficando sem para-choques,
borrachas, puxadores, faróis, etc para que o trabalho
fique impecável. Existem duas estufas de pintura
de grupo e beneficiamos do que é negociado
pela central de compras. Compramos a um
fornecedor através dos contratos de grupo, o
que garante melhores preços pelo volume”,
acrescenta o responsável da divisão.
No caso dos pneus, são também
encomendados às marcas e fazem parte do
orçamento. “Mas estamos preparados, se for
necessário, para recorrer aos contratos do
grupo e essa é a grande vantagem. No dia em
que for necessário recorrer à compra direta
podemos fazê-lo com as mesmas condições do
nosso retalho”. Tudo vai depender dos novos
clientes e das suas exigências.
Nesta altura, esta divisão não trabalha
diretamente com o retalho do Entreposto.
Trabalham de forma independente e “só
poderá haver alguma parceria mais próxima,
sobretudo, nos veículos que resultam de
vendas, os carros que são dados à troca e têm
que ser preparados para venda. Essa poderá
ser uma situação que pode acontecer no
futuro, mas nunca para serviços isolados num
só carro”. Estão preparados para todos os
clientes, dos ligeiros aos furgões, ficando de
fora apenas os pesados.
O objetivo do Entreposto é que quando o
carro sai das suas instalações a marca saiba
que está em condições irrepreensíveis.
Por exemplo, um dos seus clientes neste
serviço, a Hyundai, dá 5 anos de garantia
e muitos dos carros que chegam para
recondicionamento têm menos de dois
anos, o que quer dizer que ainda têm, pelo
menos três anos de garantia pela frente.
“É, por isso, preciso garantir que estão em
perfeitas condições”, explica José Domingos.
Atualmente são três os clientes: além da
Hyundai, contam-se também a Seat e a Nissan
e esta divisão tem poder para certificar e
passar as garantias.
Contactos
entreposto logística
Responsável josé domingos
Telefone 265 729 858
website www.entrepostologistica.pt
fevereiro 2014
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