Junho 2012
Ano 20
Edição 2
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2012
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung 2012
2BRASILALEMANHA
Junho 2012
Sumário / Inhalt
Fábio Motta / Agência Estado
Divulgação/Petrobras
12
B. Braun Melsungen
6
O dragão da desindustrialização
O nível de participação da indústria de
transformação no Produto Interno Bruto
(PIB) do Brasil é, hoje, praticamente a
mesma de 55 anos atrás.
Industrie am Bruttoinlandsprodukt
ist in Brasilien seit 55 Jahren fast
unverändert geblieben.
6
A exploração do petróleo na camada
do pré-sal, energias renováveis e a
biotecnologia são setores com grande
potencial de desenvolvimento no País
Möglichkeiten auf dem
brasilianischen Markt
Die Erdölförderung in der Pré-SalSchicht, erneuerbare Energien und
die Biotechnologie sind Branchen mit
großem Entwicklungspotential
Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha 2012
A entrega do Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha
2012 acontece pela 18ª vez. Os
homenageados são o Prof. Dr.
Ludwig Georg Braun, Presidente do Conselho
de Administração da B. Braun Melsungen AG
e Klaus H. Behrens, Membro do Conselho de
Administração do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
de São Paulo.
Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung 2012
Editorial / Leitartikel
34 Educação / Bildung
País sem educação? / Land ohne Bildung?
Empresas fazem a lição de casa / Ausbildungsprogramme von Unternehmen
46 PME’S / KMU’s
Melhora o cenário das PME’s / Bessere Aussichten für den Mittelstand
Die Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
wird 2012 zum 18. Mal ausgesprochen. Die
diesjährigen Geehrten sind Prof. Dr. Ludwig
Georg Braun, Vorsitzender des Aufsichtsrates der
B. Braun Melsungen AG, und Klaus H. Behrens,
Mitglied des Aufsichtsrats des Hospital Alemão
Oswaldo Cruz in São Paulo.
52 Artigo / Artikel
A nova classe média do Brasil / Die neue Mittelschicht in Brasilien
Cristina Villares
Das Damoklesschwert der
Deindustrialisierung
Uma janela de oportunidades
20
60 Sustentabilidade / Nachhaltigkeit
O trabalho não acaba nas prateleiras / Die Verantwortung endet nicht
im Supermarkt
Soja livre de transgênicos briga por espaço nas exportações brasileiras /
Brasilien exportiert gentechnikfreie Soja
68 Acontece Câmara / Kammergeschehen
AHK Curitiba comemora 40 anos / AHK Curitiba feiert 40 -jähriges Bestehen
72 Opinião econômica / Wirtschaftskommentar
Perspectivas para os investimentos no Brasil /
Aussichten auf Investitionen in Brasilien
Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha /
Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammern:
BRASIL-ALEMANHA é uma publicação da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
produzida e editada pelo Departamento de
Comunicação Social / Veröffentlichung der
Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammern, die von der Abteilung Öffentlichkeitsarbeit erstellt und herausgegeben wird
REDAÇÃO / REDAKTION
Raquel Sander e Rafaela Musto (reportagens e
textos / Reportagen und Texte); Vladimir Goitia,
Júlia Zillig e Luciana Riccó (colaboração / Freie
Mitarbeiter); Wiebke Herbig (tradução / Übersetzungen); Regina Helena Caetano e Thomas
Tünnemann (revisão / Lektorat)
CONSELHO EDITORIAL / HERAUSGEBER
Thomas Timm (Vice-Presidente-Executivo Câmara São Paulo / Hauptgeschäftsführer der
AHK São Paulo), Hanno Erwes (Diretor-Executivo Câmara Rio de Janeiro / Hauptgeschäftsführer der AHK Rio de Janeiro), Valmor
Kerber (Gerente Geral AHK Porto Alegre / Leiter
der AHK Porto Alegre)
FOTO DE CAPA / TITELBILD
Agência Estado, Cristina Villares e B. Braun
Melsungen
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL MERCOSUL / LEITER
ÖFFENTLICHKEITSARBEIT MERCOSUR
Eckart Michael Pohl
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL /
ABTEILUNG ÖFFENTLICHKEITSARBEIT
Cecilia Degen
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Março 2012
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BRASILALEMANHA3
Divulgação
Weber Porto
Sehr geehrte Leser,
Prezados leitores,
No início do próximo mês de julho será realizado em
Frankfurt, na Alemanha, o 30º. Encontro Econômico
Brasil-Alemanha, sem dúvida, o evento mais importante no
calendário das atividades que unem os dois países. A sua
programação, que se estenderá por dois dias, está estruturada em torno do tema New strategies for new markets.
Brasil e Alemanha mantém entre si, uma parceria histórica
e sólida, cujos laços extrapolam os campos econômico e
comercial e envolvem também vínculos sociais,científicos
e culturais.A conjuntura mundial do início do século 21,
entretanto, coloca o Brasil e a Alemanha diante de novos
questionamentos: o aumento da competitividade entre as
economias globais; a rapidez dos novos desenvolvimentos
tecnológicos; a crescente demanda por inovações; a necessidade de preservar os recursos naturais e garantir o desenvolvimento sustentado. Enfim, um conjunto de desafios que
demandam reflexões e posicionamento
O Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2012 é uma
oportunidade durante a qual as inúmeras autoridades políticas e empresariais reunidas poderão discutir e apontar
novos caminhos para as relações entre os dois países. Trata-se de uma oportunidade para atualização e aprimoramento
dessa parceria, além de oferecer o ambiente adequado para
definir novos temas de interesse para a expansão das relações
bilaterais.
O desenvolvimento econômico do Brasil nos últimos anos
levou-o a ocupar uma nova posição no contexto mundial.
As reservas de óleo e gás em águas profundas, os grandes
eventos esportivos que sediará, a necessidade de atualização da infraestrutura do País com destaque para os portos
e aeroportos, a questão da transferência de tecnologia e a
inovação – todos são temas que trazem ao contexto das
relações entre os dois países novas possibilidades para o
seu desdobramento.
Além de apresentar matérias sobre alguns dos assuntos
que serão discutidos no Encontro Econômico, esta edição
da revista BRASILALEMANHA publica entrevistas exclusivas com o Prof. Dr. H.c. Ludwig Georg Braun e Klaus
H. Behrens, ambos laureados como Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha 2012.
Anfang Juli finden in Frankfurt am Main die 30. DeutschBrasilianischen Wirtschaftstage statt, die zweifelsfrei
wichtigste Veranstaltung im Rahmen der bilateralen Beziehungen. Zwei Tage lang geht es um das Thema New
strategies for new markets.
Brasilien und Deutschland pflegen eine traditionsreiche
und solide Partnerschaft, die über das Wirtschaftliche
hinausgeht und sich auch auf gesellschaftliche, wissenschaftliche und kulturelle Aspekte erstreckt. Aber die
Weltkonjunktur zum Anfang des 21. Jahrhunderts stellt
Brasilien und Deutschland vor neue Herausforderungen:
der verschärfte weltweite Wettbewerb; die Geschwindigkeit
neuer technologischer Entwicklungen; der steigende Bedarf
an Innovationen; und die Notwendigkeit, die natürlichen
Ressourcen zu schützen und eine nachhaltige Entwicklung
zu gewährleisten. All diese Fragen müssen diskutiert werden.
Die Deutsch-Brasilianischen Wirtschaftstage 2012 bieten
den zahlreich erscheinenden Politikern und Unternehmern
die Chance, sich auszutauschen und neue Wege zum Ausbau
der bilateralen Beziehungen aufzuzeigen. Sie sind eine gute
Gelegenheit, diese Beziehungen weiter zu vertiefen und neue
Schwerpunkte zu setzen.
Dank der wirtschaftlichen Entwicklung in den letzten
Jahren konnte sich Brasilien auf dem Weltmarkt neu positionieren. Die Öl- und Gasvorkommen in der Tiefsee, die großen
Sportveranstaltungen, die in den nächsten Jahren in Brasilien
stattfinden werden, die notwendige Modernisierung der
Infrastruktur und besonders der Häfen und Flughäfen, der
Technologietransfer und die Innovation - all diese Themen
eröffnen neue Möglichkeiten zur Weiterentwicklung der
deutsch-brasilianischen Beziehungen.
Die vorliegende Ausgabe der BR ASILALEMANHA
beschäftigt sich mit einigen der Themen, die auf den Wirtschaftstagen debattiert werden sollen, und enthält außerdem
Exklusivinterviews mit Prof. Dr. h. c. Ludwig Georg Braun
und Klaus H. Behrens, den beiden Deutsch-Brasilianischen
Persönlichkeiten 2012.
Ich wünschen Ihnen eine interessante Lektüre..
A todos, desejo uma boa leitura!
Weber Porto
Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo
Präsident der Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammer São Paulo
4BRASILALEMANHA
Junho 2012
Março 2012
BRASILALEMANHA5
Brasilien
Fábio Motta / Agência Estado
Brasil
Entre 2009 e 2011, as importações brasileiras cresceram 77,1%
trazendo fortes reflexos para a indústria nacional /
In den Jahren 2009 bis 2011 sind die brasilianischen Importe um
77,1% gestiegen, was sich stark auf die Industrie ausgewirkt hat
O dragão da desindustrialização
Governo percebe
Vladimir Goitia
tamanho do
O Brasil pode até estar surpreendendo o
mundo com o avanço econômico dos últimos
anos – exceto em 2008/2009, quando a crise
financeira global afetou praticamente todo o
planeta – e com a forma como vem resistindo
aos problemas persistentes na Europa, à nada
alentadora situação norte-americana e à desaceleração da China. Pode ainda estar sendo
visto como a mais nova potência econômica,
com janelas de oportunidades para mais investimentos diante do enfraquecimento das
moedas dos países ricos. Mas, por trás de
tudo isso, há uma inquietação que se intensifica e está deixando empresários de cabelos
em pé: a desindustrialização do país.
Dados e números não deixam dúvidas sobre
esse preocupante quadro. A participação da
indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, é praticamente
a mesma de 55 anos atrás. Em 1956, quando
problema e
decide reduzir
juros, além
de conceder
incentivos fiscais
e desonerar folha
de pagamento de
alguns setores
6BRASILALEMANHA
Juscelino Kubitschek assumiu a presidência
do Brasil com o lema “50 anos em cinco”, a
fatia desse setor que produz bens de consumo
e máquinas e equipamentos no PIB era de
13,75%, de acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Passadas cinco décadas e meia, essa participação aumentou para apenas 14,6%.
Pior é que o desempenho desse segmento dá
sinais de que não vai mesmo melhorar. Saiu
de uma expansão de 2,7%, nos três primeiros
meses de 2011, para uma queda de 3,1% no
primeiro trimestre deste ano. Antes da crise
financeira, entre 2002 e 2008, a indústria de
transformação vinha crescendo, em média,
3,3%, taxa muito próxima à média de 4% do
PIB, segundo números do IBGE e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No
entanto, depois dos piores momentos desse
período, desacelerou para apenas 1%, perdendo de lavada para a média de expansão do
PIB, de 3,3%.
Junho 2012
Das Damoklesschwert der Deindustrialisierung
Die Regierung hat das Ausmaß des Problems erkannt und senkt die Zinsen,
gibt Steueranreize und verringert die Lohnnebenkosten in einigen Branchen
Vladimir Goitia
Valéria Gonçalvez / Agência Estado
Brasilien kann die Welt überraschen mit den wirtschaftlichen Fortschritten der letzten Jahre - mit Ausnahme
der Jahre 2008/2009, als die Finanzkrise den ganzen
Planeten erfasste - und mit der Widerstandsfähigkeit
gegen die Auswirkungen der Probleme in Europa, der
nicht gerade ermutigenden Lage in den USA und des
langsameren Wirtschaftswachstums in China. Brasilien
kann auch als neue Wirtschaftsmacht gesehen werden,
mit Möglichkeiten zu mehr Investitionen angesichts der
Währungsschwäche in den reichen Ländern. Aber hinter
all dem steht eine besorgniserregende, gefährliche Entwicklung: die Deindustrialisierung des Landes.
Die Zahlen lassen keinen Raum für Zweifel. Der Anteil
der verarbeitenden Industrie am Bruttoinlandsprodukt
ist seit 55 Jahren fast unverändert. 1956, als Juscelino
Kubitschek mit dem Motto „50 Jahre [Fortschritt]
in fünf“ die Präsidentschaft übernahm, hatte dieser
Sektor, der Konsum- und Investitionsgüter produziert,
nach Daten des Statistikinstituts IBGE einen Anteil von
13,75% am BIP. Heute, 55 Jahre später, sind es gerade
einmal 14,6%.
Schlimmer noch: Es gibt keine Anzeichen einer Besserung. Nach einem 2,7%igen Wachstum im ersten Quartal
2011 musste in diesem Jahr im ersten Quartal ein Rückgang von 3,1% verzeichnet werden. Vor der Finanzkrise,
in den Jahren 2002 bis 2008, wuchs die verarbeitende
Industrie um durchschnittlich 3,3%, also fast so schnell
wie das BIP mit 4%. Das belegen Zahlen des IBGE und
des brasilianischen Industrieverbands CNI. Aber nachdem
das Schlimmste vorbei war, verlangsamte sich das industrielle Wachstum auf 1% und blieb damit weiter hinter
dem durchschnittlichen BIP-Wachstum von 3,3% zurück.
Die Branchen, die von 2009 bis 2011 am stärksten
geschrumpft sind, geben ein alarmierendes Bild ab. Die
Schuhindustrie beispielsweise musste einen Rückgang von
12,75% verzeichnen. Im Maschinenbau und in der Elektrotechnik waren es 16,1%, in der Textilindustrie 16,7% und in
der Elektroindustrie 21,8%. Fachleuten zufolge ist es diesen
Branchen nicht gelungen, sich gegen die Importprodukte
durchzusetzen. Und das aus gutem Grund: Importierte
Industrieprodukte haben in Brasilien bereits einen Marktanteil von 18,5% (nach Wert), während es 2005 noch 14,5%
waren. Und nach Angaben des Instituts für Industrieentwicklung (IEDI) wird sich dieser Anteil stark erhöhen.
A indústria farmacêutica
responde por 64%
do deficit do setor de
saúde que, em 2011,
ultrapassou o patamar
de US$ 10 bilhões /
Die Pharmaindustrie
ist für 64% des
Handelsbilanzdefizits in
der Gesundheitsbranche
verantwortlich, das im
Jahr 2011 bei über US$
10 Mrd. lag
Junho 2012
BRASILALEMANHA7
Brasilien
O retrato dos setores que mais
encolheram entre 2009 e 2011 é preo­
cupante. A indústria de calçados,
por exemplo, retraiu-se 12,75%; a de
máquinas e material elétrico, 16,1%; a
têxtil, 16,7%; e a de material eletrônico,
21,8%. Para especialistas, são segmentos que não conseguiram fazer frente
aos produtos importados. E não é para
menos. O coeficiente de penetração de
importações que avalia a participação,
em valor, das importações no mercado
interno de produtos industriais já é de
18,5%, ante 14,5% em 2005. E a tendência é de forte aumento, de acordo
com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Segundo a entidade, o coeficiente
cresceu muito em mercados tradicionais, como têxteis, chegando a 18,5%
em 2011, ante 9,1% em 2005. Mas ele
está particularmente alto em mercados
de produtos químicos (26,3% em 2011),
farmacêuticos (30,2%), informática,
eletrônicos e ópticos (51,0%), máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (24,0%)
e máquinas e equipamentos (36,8%).
Antônio Corrêa de Lacerda, economista-chefe da Siemens Brasil e professor doutor da Pontifícia Universidade
Católica (PUC-SP), explica que o coeficiente de importações aumentou em
todos os segmentos, especialmente naqueles que exigem maior sofisticação,
como o de máquinas e equipamentos,
A balança comercial de máquinas
e equipamentos fechou o
primeiro trimestre de 2012 com
um deficit 7,5% superior ao
verificado no mesmo período
de 2011 / Im Maschinenund Anlagenbau lag das
Handelsbilanzdefizit im ersten
Quartal 2012 um 7,5% höher als
im ersten Quartal 2011
em que chega a (quase) 40%. “O deficit comercial de produtos de elevada
tecnologia atingiu US$ 80 bilhões em
2011 e continua se ampliando”, alerta
Lacerda. Para este ano, espera-se um
deficit de US$ 35 bilhões só no setor
eletroeletrônico e de US$ 26 bilhões
no químico.
Na outra ponta, o coeficiente de exportação – a relação entre o quanto o
país exporta, em valor, e o que produz
sua indústria de transformação – chegou a 21,6% após as desvalorizações de
1999 e 2002, mostrando uma expressiva orientação exportadora da indústria
brasileira, de acordo com dados da
CNI e da Funcex. No ano passado,
entretanto, houve um processo intenso
de reversão, com o coeficiente de exportação retornando a 15%, média do final
dos anos 90. Para o Iedi, esse retrocesso
pode representar menor propensão ao
investimento e baixo ímpeto inovador
por parte das empresas instaladas no
País, caso o mercado interno, do qual
dependem excessivamente, diminua
seu dinamismo.
Participação da indústria de transformação no PIB (em %)
Anteil der verarbeitenden Industrie am BIP (in %)
24,90
21,19
18,34
18,62
18,02
13,75
14,60
11,27
1947
Fonte: IBGE
8BRASILALEMANHA
1956 1961 1964
1985
1990
1995
2003
2011
Sérgio Castro / Agência Estado
Brasil
Estrangulamento
“A indústria de transformação foi estrangulada pelas políticas econômicas
adotadas desde o Plano Real. Embora
existam aqueles que afirmem que o
setor busca manter benesses e vantagens, não há como negar que houve e
está havendo um esvaziamento desse
segmento industrial”, avalia Hermann
H. Wever, ex-presidente da Siemens e
hoje presidente da Hermann H. Wever
Assessoria Empresarial.
Segundo ele, a indústria de transformação vem tentando sobreviver há
mais de 20 anos. Wever, também membro do Conselho da Embraer, acredita
que uma das várias razões desse quadro
preocupante é o baixo investimento do
País. “O Brasil está investindo menos
de 20% do PIB há décadas. O País já
chegou a investir 23%... 24% do PIB, e
crescia entre 8% e 10% ao ano consecutivamente”, argumenta.
O governo da presidente Dilma
Rousseff parece ter percebido o tamanho do problema e as dificuldades da
indústria, tanto que baixou um pacote
de medidas: reduziu fortemente a taxa
básica de juros (8,5%, o menor nível
da história), concedeu incentivos fiscais para alguns setores da indústria
atingidos pela competição externa,
desonerou a folha de pagamento de
outros segmentos, impôs restrições
ao mercado de derivativos cambiais e
taxou com 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) os empréstimos
externos com prazo de até cinco anos.
Junho 2012
letzten Jahr ist dieser Anteil jedoch stark zurückgegangen
und lag bei 15%, was dem Durchschnitt Ende der 90er
Jahre entspricht. Nach Ansicht des IEDI könnte dies ein
Zeichen dafür sein, dass die Investitions- und Innovationsbereitschaft der Unternehmen in Brasilien niedrig ist,
sobald der Binnenmarkt, von dem sie zu stark abhängig
sind, an Dynamik verliert.
Besonders in den traditionellen Branchen sei er stark
gestiegen, wie z.B. in der Textilindustrie von 9,1% im
Jahr 2005 auf 18,5% im Jahr 2011. Besonders hoch ist er
aber bei den Chemieprodukten (26,3% im Jahr 2011), den
Pharmaprodukten (30,2%), in der Informatik, Elektronik
und Optik (51,0%), bei den elektrischen Maschinen, Apparaten und Materialien (24,0%) und bei den Maschinen
und Anlagen (36,8%).
Dr. Antônio Corrêa de Lacerda, Chefökonom von Siemens Brasil und Dozent an der Pontifícia Universidade
Católica in São Paulo (PUC-SP), erklärt, der Anteil der
Importprodukte sei in allen Branchen gestiegen, aber
besonders in den Branchen mit komplizierteren Produktionsverfahren, als z.B. im Maschinen- und Anlagenbau,
wo der Anteil bei fast 40% liegt. „Das Handelsbilanzdefizit
bei den technologieintensiven Produkten lag 2011 bei US$
80 Mrd. und steigt weiter“, warnt Lacerda. Für dieses Jahr
wird mit einem Defizit von US$ 35 Mrd. allein bei den elektrischen und elektronischen Produkten gerechnet, bei den
Chemieprodukten werden es voraussichtlich US$ 26 Mrd.
Auf der anderen Seite ist der Anteil der Exportprodukte
am Wert der Produktion der verarbeitenden Industrie
nach den Währungsabwertungen 1999 und 2002 auf
21,6% gestiegen. Diese Daten des CNI und der Stiftung
für Außenhandelsstudien (FUNCEX) zeigen, dass die
brasilianische Industrie stark exportorientiert ist. Im
Junho 2012
Überlebenskampf der Industrie
„Die verarbeitende Industrie ist durch die Wirtschaftspolitik seit dem Plano Real (der Währungsreform in den
90er Jahren) förmlich stranguliert worden. Auch wenn
einige behaupten, der Sektor versuche, weiterhin einträglich zu arbeiten, so ist dennoch nicht zu leugnen, dass die
Industrie an Kraft verloren hat und weiter verliert“, erklärt
Hermann Wever, ehemaliger Präsident von Siemens und
heute Präsident der Unternehmensberatung Hermann
Wever Assessoria Empresarial.
Die verarbeitende Industrie kämpfe seit über 20 Jahren um
ihr Überleben. Wever, der außerdem Mitglied des Aufsichtsrats von Embraer ist, nennt als einen der Hauptgründe für
diese besorgniserregende Situation die niedrigen Investitionen in Brasilien: „Brasilien investiert schon seit Jahrzehnten
weniger als 20% des BIP. Es waren schon einmal 23%, 24%
des BIP, womit ein Wachstum von 8% bis 10% in aufeinanderfolgenden Jahren erreicht wurde“, so Wever.
Die Regierung unter Präsidentin Dilma Rousseff scheint
das Ausmaß des Problems und der Schwierigkeiten der
Industrie erkannt zu haben und hat eine Reihe von Maßnahmen ergriffen: Der Leitzinssatz wurde stark gesenkt
(auf 8,5%, ein historisches Tief); für einige Industriezweige,
die dem internationalen Wettbewerb besonders ausgesetzt
sind, wurden Steuervergünstigungen geschaffen; für andere
Zweige wurden die Lohnnebenkosten gesenkt; auf dem
Markt für Wechselkursderivate wurden Einschränkungen
eingeführt; und Auslandskredite mit Laufzeiten von bis zu
fünf Jahren wurden mit einer Finanztransaktionssteuer
(IOF) von 6% belegt.
Außerdem stellt die Regierung über die Entwicklungsbank BNDES Finanzierungen zu niedrigeren Zinsen für den
Kauf von Lkw, Maschinen und Anlagen zur Verfügung. Bei
den Investitionsgütern beispielsweise gingen die Zinsen von
7,7% auf 5,5% p.a. zurück. Das ist unvergleichlich niedrig
und entspricht einem Realzinsatz von etwa 0%. Fachleu-
BRASILALEMANHA9
“O déficit comercial de produtos de elevada tecnologia
atingiu US$ 80 bilhões em 2011 e continua se ampliando”
informa Antônio Corrêa de Lacerda, economista –chefe
da Siemens Brasil / „Das Handelsbilanzdefizit bei den
technologieintensiven Produkten lag 2011 bei US$ 80
Mrd. und steigt weiter“, erklärt Antônio Corrêa de
Lacerda, Chefökonom von Siemens Brasil
Garantiu ainda recursos com juros menores de financiamento pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para a
compra de caminhões, máquinas e
equipamentos. As taxas para bens de
capital, por exemplo, caíram de 7,7%
para 5,5% ao ano, o que leva a um
inédito juro real próximo de zero. A
intenção do governo, na avaliação de
especialistas, é correr atrás da meta de
aumentar a taxa de investimento, estacionada em 19% do PIB nos últimos
anos, para 24% já em 2014.
“A agenda do governo parece estar
muito clara, do ponto de vista cambial,
tributário e de financiamento. Até
porque o ritmo de desindustrialização
estava se acentuando”, lembra Ingo
Plöger, coordenador do Comitê de Relações Governamentais e Institucionais
da Câmara Brasil-Alemanha. Para ele, o
governo reconheceu o tamanho do problema e, na medida em que se admitiu,
por exemplo, que o problema cambial
é uma ameaça ao desenvolvimento,
medidas começaram a ser tomadas.
“Nos últimos cinco anos, por exemplo, o real valorizou-se em mais de
50%. Não há indústria que possa aumentar sua produtividade nessa mesma proporção. Anulou todo e qualquer
esforço que tenha sido tomado”, diz
Plöger. Ele avalia que, apesar das
medidas desencadeadas pelo governo
neste semestre, há ainda muito a resolver para conter a desindustrialização
e para deixar o País mais competitivo.
Imposto e câmbio
“No que se refere à desoneração
tributária, financiamento e outros
itens cruciais para as decisões empresariais, embora bem-vindas, as
medidas anunciadas não criam novas
vantagens competitivas”, argumenta
ten zufolge will die Regierung damit dazu beitragen, das
Investitionsziel zu erreichen: Der Anteil der Investitionen
am BIP, der in den letzten Jahren bei 19% stagnierte, soll
bis 2014 auf 24% erhöht werden.
„Das Regierungsprogramm scheint klar zu sein, was den
Wechselkurs, die Steuern und die Finanzierungsmöglichkeiten angeht, schon allein deshalb, weil sich die Deindustrialisierung beschleunigt“, erklärt Ingo Plöger, Koordinator
des Ausschusses für Regierungsbeziehungen und institutionelle Zusammenarbeit der Deutsch-Brasilianischen Industrie- und Handelskammer. Die Regierung habe das Ausmaß
der Probleme erkannt, und als beispielsweise klar wurde,
dass der Wechselkurs eine Gefahr für die Entwicklung
darstellt, wurden entsprechende Maßnahmen ergriffen.
„In den letzten fünf Jahren hat der Real eine Aufwertung von über 50% erfahren. Keine Branche kann ihre
Produktivität so stark erhöhen. Das hat alle Bemühungen
zunichte gemacht“, so Plöger. Trotz der Maßnahmen, die
10BRASILALEMANHA
Agliberto Lima / Agência Estado
Brasilien
Luiz Machado / AHK Brasil
Brasil
Lacerda. De acordo com ele, os concorrentes, como chineses e coreanos,
contam há muitos anos com condições melhores do que as oferecidas no
Brasil. No que toca ao financiamento,
acrescenta o economista, os produtores de bens de capital, naqueles
países, têm acesso a linhas cujo juro
cobrado é igual a zero. “Isso significa
que tudo que fizermos representa
um avanço, mas não nos torna mais
competitivos frente aos concorrentes
externos”, afirma.
O embaixador Rubens Ricupero,
que foi secretário-geral da Conferência
das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (Unctad) e ministro
die Regierung in diesem Halbjahr getroffen hat, gebe es noch
viel zu tun, um die Deindustrialisierung aufzuhalten und die
Wettbewerbsfähigkeit Brasiliens zu erhöhen.
Steuern und Wechselkurse
„Maßnahmen zur steuerlichen Entlastung, zur Schaffung
von Finanzierungsmöglichkeiten und zu anderen für die
Unternehmen wichtigen Aspekten sind zwar willkommen,
schaffen aber keine neuen Wettbewerbsvorteile“, erklärt
Lacerda. Die Konkurrenz z.B. aus China und Korea profitiere
schon seit vielen Jahren von günstigeren Voraussetzungen,
als sie Brasilien zu bieten habe. Die Produzenten von Investitionsgütern hätten dort Zugang zu zinsfreien Kreditlinien.
„Das bedeutet, dass wir zwar Fortschritte machen, aber im
Vergleich zur ausländischen Konkurrenz nicht an Wettbewerbsfähigkeit gewinnen.“
Rubens Ricupero, ehemaliger Generalsekretär der Welthandels- und Entwicklungskonferenz (UNCTAD) und
Junho 2012
A indústria têxtil nacional apresentou
uma retração de 16,7% entre 2009 e 2011 /
Die Textilindustrie ist von 2009 bis 2011
um 16,7% geschrumpft
da Fazenda, diz que a recuperação da
taxa de câmbio, que em maio chegou
ao patamar de R$ 2 por dólar, e a
redução dos juros podem até ajudar o
setor industrial, mas o esvaziamento
da indústria continuará.
“O Brasil sofre a desindustrialização
precoce ou prematura. É o tipo de perda
da indústria antes que a economia tenha
atingido um nível de prosperidade em
que o cidadão obtém um nível de renda anual de US$ 22 mil a US$ 25 mil.
Porque quando chega a esse patamar ou
mais, como na Suécia e na Holanda, diminui o peso da indústria e começa a se
consumir serviços. Ou seja, terminada
a desindustrialização, ela é compensada
pelo setor de serviços. Mas no Brasil a
desindustrialização está chegando antes
de as pessoas atingirem um nível de
renda alta”, explica Ricupero.
Plöger tem a mesma opinião. De
acordo com ele, o processo de desindustrialização ocorreu em todos os
países que se desenvolveram, como Alemanha, França e Inglaterra, onde havia
um alto grau de industrialização. Mas,
afirma ele, a desindustrialização veio
acompanhada do aumento de renda de
suas populações, chegando, em alguns
casos, a US$ 35 mil. “Não é o caso
aqui”, diz. O grande risco disso tudo,
avalia ele, é que o Brasil dificilmente
conseguirá criar setores industriais
dinâmicos, como o de componentes
eletrônicos e química fina, entre outros.
“Esses setores mais dinâmicos praticamente não existem no Brasil. O
que se faz na Zona Franca de Manaus,
por exemplo, é apenas montagem. Por
outro lado, a indústria automobilística
nacional, que de nacional nada tem,
está longe de ser de vanguarda”, critica
Ricupero. De acordo com ele, o setor
automotivo, que representa 23% do PIB
industrial, tem um nível de proteção
altíssimo – 105% antes da redução de
IPI, que vai até 31 de agosto –, razão
pela qual ainda consegue sobreviver.
Finanzminister, erklärt, die Erholung des Wechselkurses,
der im Mai bei R$ 2 pro Dollar angekommen ist, und die
Senkung der Zinsen könnten sich für die Industrie zwar als
günstig erweisen, aber die Schwächung der Industrie würde
so nicht aufgehalten.
„Brasilien leidet unter einer frühzeitigen Deindustrialisierung. Das passiert, wenn die Deindustrialisierung einsetzt,
bevor die Wirtschaft sich so weit entwickelt hat, dass das
Durchschnittseinkommen bei US$ 22.000 bis US$ 25.000/
Jahr liegt. Auf diesem oder höherem Niveau verliert die
Industrie an Bedeutung und wird, wie es in Schweden oder
in den Niederlanden geschehen ist, zunehmend durch den
Dienstleistungssektor ersetzt. Aber in Brasilien setzt die
Deindustrialisierung früher ein“, so Ricupero.
Plöger teilt diese Ansicht. Die Deindustrialisierung sei in
allen weit entwickelten Ländern zu beobachten gewesen,
z.B. in Deutschland, Frankreich und Großbritannien, wo
ein hoher Grad der Industrialisierung erreicht worden war.
Junho 2012
Luiz Machado / AHK Brasil
Para Hermann H. Wever, presidente de honra
da AHK São Paulo e ex-presidente da Siemens
Brasil, as baixas taxas de investimento no País
são uma das várias razões para as dificuldades
enfrentadas pela sua indústria de transformação
/ Hermann H. Wever, Ehrenpräsident der AHK
São Paulo und ehemaliger Präsident von Siemens
Brasil, sieht einen der Hauptgründe für die
Schwierigkeiten der verarbeitenden Industrie in
den niedrigen Investitionsquoten in Brasilien
Aber die Deindustrialisierung sei mit einer Erhöhung der
Einkommen einhergegangen, die in einigen Fällen bei US$
35.000 lagen. „Das ist in Brasilien nicht der Fall“, erklärt
Plöger. Das große Risiko bestehe darin, dass es Brasilien
kaum gelingen wird, dynamische Industriezweige zu entwickeln, wie z.B. die Produktion von elektronischen Bauteilen
oder von Feinchemikalien.
„Diese dynamischen Branchen sind in Brasilien so gut
wie nicht existent. In der Freihandelszone von Manaus
beispielsweise findet lediglich Montage statt. Andererseits ist die brasilianische Automobilindustrie erstens
überhaupt nicht brasilianisch und zweitens weit von
einer Spitzenreiterposition entfernt“, beklagt Ricupero. Die Automobilindustrie, die 23% der industriellen
Wertschöpfung ausmache, könne überhaupt nur wegen
des starken Protektionismus - 105% schon vor Senkung
der Industrieproduktsteuer IPI, die bis 31. August gilt
- überleben.
BRASILALEMANHA11
Brasil
Brasilien
Uma janela de
oportunidades
As atuais dificuldades
enfrentadas pela indústria
nacional não ofuscam as
grandes oportunidades
que o País oferece. O
mercado interno também
é um atrativo, mas
Divulgação / Petrobras
existem grandes desafios
para crescer de forma
continuada
Vladimir Goitia
Apesar do quadro preocupante pelo
qual a indústria brasileira de transformação passa atualmente, inclusive com
o temor de desaparecimento de alguns
segmentos, os especialistas acreditam
que o Brasil pode encontrar um nicho
no qual ainda terá vantagens competitivas, principalmente em setores como o
de petróleo, minério de ferro e agropecuário. De fato, esses segmentos estão
entre os mais promissores para quem
quiser investir ou para as empresas
estrangeiras já instaladas no Brasil.
Nos próximos seis a oito anos, por
exemplo, o País necessitará de aproximadamente 500 embarcações, entre
navios de apoio e sondas de perfuração
flutuante, para a exploração de petróleo
na camada de pré-sal. Recentemente, o
Fundo da Marinha Mercante aprovou
investimentos de R$ 546 milhões para
a construção de 148 navios fluviais
(124 barcaças e 24 empurradores),
além de R$ 2,6 bilhões previstos pelo
governo federal no Plano de Aceleração
do Crescimento (PAC2) até 2014 para
melhorar a navegabilidade dos rios do
país. Com isso, ampliou o horizonte de
estaleiros especializados nesse tipo de
embarcações, que veem animados as
novas oportunidades de negócios. Na
área de agribusiness, novas usinas de
etanol ou a ampliação de instalações
também estão no foco dos investidores.
O embaixador Rubens Ricupero,
que foi secretário-geral da Conferência
das Nações Unidas sobre Comércio
e Desenvolvimento (Unctad), alerta
que não adianta o Brasil apenas ser
produtor natural e ter vantagens com-
A exploração na camada
do pré-sal abriu novas
perspectivas para a
cadeia de petróleo e gás
natural no Brasil /
Die Erschließung der
Pré-Sal-Schicht eröffnet
neue Perspektiven für
den Öl- und Gassektor
in Brasilien
12BRASILALEMANHA
Junho 2012
Paulo Liebert / Agência Estado
A biodiversidade brasileira garante ao País
grande potencial para o desenvolvimento do
setor de biotecnologia / Die brasilianische
Biodiversität macht die Biotechnologie zu einer
der vielversprechendsten Branchen mit einem
großen Entwicklungspotential
Möglichkeiten auf dem brasilianischen Markt
Trotz der Schwierigkeiten, vor denen die brasilianische Industrie derzeit steht, bietet das Land große
Geschäftsmöglichkeiten. Der Binnenmarkt ist interessant für Investoren, aber es muss noch viel getan
werden, um kontinuierliches Wachstum zu gewährleisten
Vladimir Goitia
Auch wenn die verarbeitende
Industrie in Brasilien derzeit vor
großen Problemen steht und einige
Branchen vom Zusammenbruch
bedroht sind, gehen Fachleute davon
aus, dass Brasilien eine Marktnische finden kann, in der das Land
noch Wettbewerbsvorteile genießt.
Genannt werden v.a. Erdöl, Eisenerz und die Landwirtschaft. Diese
Branchen gehören auch zu den vielversprechendsten für interessierte
Investoren oder für ausländische
Unternehmen, die bereits eine Niederlassung in Brasilien unterhalten.
In den nächsten sechs bis acht Jahren beispielsweise werden im Land
etwa 500 Schiffe benötigt, darunter
Versorgungsschiffe und schwimmende Bohrtürme zur Förderung
Junho 2012
von Erdöl aus der Pré-Sal-Schicht, der
Schicht unter der Salzschicht im Meeresboden. Kürzlich hat der Fonds der
Handelsmarine Investitionen in Höhe
von R$ 546 Mio. für den Bau von 148
Flussschiffen genehmigt (124 Leichter
und 24 Schubboote); außerdem plant
die Bundesregierung im Rahmen
des Wachstumsbeschleunigungs­
programms (PAC2), R$ 2,6 Mrd. zu
investieren, um die Schiffbarkeit der
Flüsse zu verbessern. Das eröffnet
neue Geschäftsmöglichkeiten für
entsprechend spezialisierte Werften.
Im Agrobusiness konzentrieren sich
Investoren auf den Bau neuer und den
Ausbau bestehender Ethanolfabriken.
Rubens Ricupero, ehemaliger Generalsekretär der Welthandels- und
Entwicklungskonferenz (UNCTAD),
warnt, Brasilien könne keine Wettbewerbsvorteile haben, solange es sich
auf die Agrarproduktion beschränkt;
das Land brauche Innovation und
Technologie, wenn es Fortschritte
machen und Produkte mit höherem
Mehrwert herstellen will. Derzeit
gebe es viele Möglichkeiten in den
genannten und in anderen Branchen,
in denen das Land hinterherhinkt,
z.B. Finanzen, Versicherungen,
Rechnungswesen, Wirtschaftsprüfung und Unter ­nehmens­b eratung.
„Ausländische Investoren müssen
es sich zunutze machen, dass es in
Brasilien keine Einschränkungen
wie in anderen Ländern, z.B. China,
gibt“, so Ricupero.
Dr. Antônio Corrêa de Lacerda,
Chefökonom von Siemens Brasil und
Dozent an der Pontifícia Universidade
Católica in São Paulo (PUC-SP) teilt
diese Ansicht und erklärt, die große
Herausforderung für Brasilien sei es
BRASILALEMANHA13
Brasil
Brasilien
Nos próximos 6 a 8
anos, o Brasil necessitará
aproximadamente 500
embarcações entre navios
de apoio e sondas de
perfuração flutuantes para
exploração de petróleo
na camada de pré-sal /
In den nächsten sechs
bis acht Jahren werden
in Brasilien etwa 500
Schiffe benötigt, darunter
Versorgungsschiffe und
schwimmende Bohrtürme
zur Förderung von Erdöl
aus der Pré-Sal-Schicht
petitivas; ele precisa de inovação e de
tecnologia se quiser subir de patamar
e agregar maior valor a seus produtos.
Ricupero acredita que há sim uma janela de oportunidades nesses setores e
em outros, como financeiro, seguros,
contabilidade, auditoria e consultoria,
nos quais o País ainda está atrasado.
“Os estrangeiros precisam aproveitar o
fato de o Brasil não ter restrições como
existem em outros países, como na
China”, diz o ex-secretário da Unctad.
Antônio Corrêa de Lacerda, economista-chefe da Siemens Brasil e professor doutor da Pontifícia Universidade
Católica (PUC-SP), faz coro junto ao
embaixador ao lembrar que o grande
desafio do Brasil é aproveitar o ciclo de
investimentos do pré-sal para agregar
valor e “fugir da maldição dos recursos
naturais”. “Isso implica viabilizar toda
a cadeia de fornecedores, inclusive
bens de capital, para a exploração do
petróleo, assim como seus derivados”,
pondera o professor da PUC-SP. O objetivo, de acordo com ele, é agregar valor,
criando tecnologia e empregos de alta
qualidade. “A política em vigor, com
alguns ajustes, está na direção correta.”
Lacerda diz que o Brasil não pode
abrir mão de sua indústria, ao contrário
de países como o Chile, por exemplo,
cuja população total é inferior à da área
metropolitana da cidade de São Paulo
ou mesmo da Austrália. “Não podemos
nos dar ao luxo de viver da produção
e exportação de commodities”, diz.
Além disso, acrescenta, não há por que
abdicar da indústria de transformação,
14BRASILALEMANHA
Tasso Marcelo / Agência Estado
justamente o diferencial que proporcionou o grande salto dado pela economia
brasileira no século passado. “O desafio
brasileiro é, ao invés de retroceder,
avançar no processo, agregando mais
valor em todas as cadeias produtivas,
e incorporar novas tecnologias para
diminuir a dependência de importados,
assim como ampliar e diversificar nossas exportações”, diz Lacerda.
Por outro lado, o agravamento da
crise em países europeus abriu uma
janela de oportunidades de negócios
no setor financeiro brasileiro. O grupo
franco-americano de assessoria financeira e gestão de recursos Lazard, por
exemplo, deu, ao final de maio, dois
passos para fortalecer sua presença no
Brasil. Um deles foi a compra da Signatura, empresa com a qual já mantinha
uma parceria e por meio da qual atuava
no Brasil, e o outro foi a contratação
do ex-presidente do Banco Central
Henrique Meirelles como chairman
para as Américas. Isso, de acordo com o
próprio Lazard, revela a aposta da instituição nas “oportunidades do Brasil”.
Dependência interna
Embora a crise financeira europeia esteja com um viés mais negativo do que
no início do ano e ninguém seja capaz
de prever o que ocorrerá naquele continente e no restante do mundo, caso a
Grécia deixe a zona do euro de forma
desordenada, os especialistas avaliam
que o Brasil está “blindado” contra
eventuais impactos. “Não espero um
desastre, mas também não terá grande
desempenho”, diz Rubens Ricupero, ao
se referir ao Brasil.
Para ele, as recentes medidas do
governo vão acabar produzindo uma
pequena recuperação da economia, que
já apresenta desaceleração. “Não espero
um crescimento econômico superior a
3% ou 3,5% nos próximos anos”, diz.
De acordo com ele, o Brasil depende
exclusivamente do mercado interno.
Mas, na opinião do embaixador, essa
abordagem já está dando “sinais de esgotamento”. Para Ricupero, não se pode
esperar, nem imaginar, que as pessoas
continuem comprando, por exemplo,
carros pelo resto da vida. “Daí é que,
na minha opinião, as perspectivas não
são nada extraordinárias.”
Hermann H. Wever, ex-presidente da
Siemens Brasil, também acredita nessa
dependência, razão pela qual avalia que
o Brasil não corre sérios riscos com os
efeitos da crise internacional. “Temos
de procurar um refúgio no mercado interno, que responde por 90%”, resume.
Wever avalia ainda que a economia este
ano não deve crescer mais do que 3%
e, em 2013, entre 4% e 4,5%. Para ele,
o Brasil precisará pelo menos de mais
uma geração para crescer num patamar
de 5% de forma continuada.
Para os dois, os desafios são gigan­
tescos. No curto prazo, superar todos
os problemas políticos que possam
tumultuar o processo de desenvolvimento. No médio prazo, a aplicação
correta de recursos públicos. Já no
longo prazo, resolver problemas em
educação, principalmente.
Junho 2012
Luis Machado / AHK Brasil
jetzt, den Investitionszyklus auszunutzen, der sich aus der
Öl-und Gasförderung in der Pré-Sal-Schicht ergibt, um
Mehrwert zu schaffen und dem „Fluch der natürlichen
Ressourcen“ zu entkommen. „Das erfordert den Aufbau
der gesamten Lieferkette, einschließlich der Investitionsgüter, zur Förderung von Erdöl und seinen Derivaten“,
so Lacerda. Ziel sei es, Mehrwert zu schaffen, durch die
Entwicklung von Technologien und die Schaffung von
Arbeitsplätzen hoher Qualität. „Die derzeitige Politik geht
in die richtige Richtung, wobei ein paar Anpassungen
vorgenommen werden sollten.“
Das Land dürfe nicht auf seine Industrie verzichten,
wie es Chile - ein Land mit weniger Einwohnern als der
Großraum São Paulo - oder auch Australien getan hätten:
„Wir können es uns nicht leisten, von der Herstellung und
dem Export von Rohstoffen zu leben.“ Außerdem gebe es
keinen Grund, die verarbeitende Industrie aufzugeben;
gerade dieser Sektor habe Brasiliens Wirtschaft im 20.
Jahrhundert den großen Entwicklungssprung ermöglicht.
„Brasilien darf sich nicht zurückentwickeln, sondern
muss Fortschritte machen und in allen Produktionsketten
zusätzlichen Mehrwert schaffen und neue Technologien
integrieren, um die Abhängigkeit von Importprodukten zu
verringern und die Exporte zu diversifizieren“, so Lacerda.
Andererseits hat die Verschärfung der Krise in Europa
neue Geschäftsmöglichkeiten für den brasilianischen
Finanzsektor eröffnet. Die französisch-amerikanische Finanzberatungsgruppe Lazard beispielsweise hat Ende Mai
zwei Schritte unternommen, um ihre Präsenz in Brasilien
zu verstärken. Zum einen übernahm Lazard Signatura,
ein brasilianisches Partnerunternehmen; zum anderen hat
Lazard den ehemaligen Präsident der brasilianischen Zentralbank Henrique Meirelles zum Präsidenten von Lazard
Junho 2012
“O Brasil tem
condições de
crescer a uma
taxa de 5%, mas,
para isso, temos
problemas a
vencer”, diz Ingo
Plöger, Diretor
da AHK SP /
„Brasilien könnte
ein Wachstum von
5% erreichen, aber
zuerst müssen wir
einige Probleme
überwinden“,
erklärt Ingo Plöger,
Beiratsmitglied der
AHK São Paulo
Americas ernannt. Damit zeigt die Finanzgruppe, dass
sie - in den Worten des Unternehmens - „auf die Chancen
in Brasilien setzt“.
Abhängigkeit vom Binnenmarkt
Auch wenn die Finanzkrise in Europa sich seit Anfang
des Jahres verschärft hat und niemand voraussehen kann,
was in Europa und im Rest der Welt passiert, falls Griechenland die Eurozone ungeordnet verlässt, sind Fachleute
der Ansicht, Brasilien habe einen „Schutzpanzer“ gegen
eventuelle Auswirkungen. „Ich erwarte keine Katastrophe,
aber die Wirtschaftsleistung wird sich in Grenzen halten“,
sagt Rubens Ricupero über Brasilien.
BRASILALEMANHA15
Jacques Lepine / Agência Estado
Brasil
Brasilien
Ingo Plöger, diretor da Câmara Brasil-Alemanha, é menos
otimista e acredita que o PIB
este ano deve se expandir entre
2% e 3% e, no ano que vem,
entre 3% e 4%. “O Brasil tem
condições de crescer a uma
taxa de 5%, mas, para isso,
temos problemas a vencer”,
diz. Ele cita gargalos complicadíssimos no setor de infraestrutura, energia e transporte e
a carga tributária trabalhista,
que encareceram a produção,
os produtos e, por tabela, tudo,
pesando na competitividade
internacional.
Para Lacerda, o incremento
está limitado, principalmente
pelas restrições impostas pelo
quadro internacional adverso.
“Vamos crescer entre 2,5% e
3%. Para os próximos anos,
temos todas as condições, mediante a solução dos problemas
já apontados, de evoluir entre
4% e 5%”, afirma. A questão é
que nos tornamos um enorme
mercado consumidor, o sexto
maior PIB do mundo, mas,
devido às condições desfavoráveis de competitividade
sistêmica, grande parte da
demanda doméstica vem sendo atendida com o aumento
das importações. Embora seja
uma saída confortável no curto
prazo, estamos desperdiçando
divisas, empregos, renda e impostos, que poderiam agregar
mais valor localmente. Isso
é especialmente importante
em um quadro internacional
de menor crescimento das
economias.
As dimensões continentais do
território brasileiro continuam
a oferecer oportunidades para
o setor agrícola / Dank der
kontinentalen Ausmaße Brasiliens
bieten sich in der Landwirtschaft
viele Möglichkeiten
Die jüngsten Maßnahmen der Regierung werden seiner
Ansicht nach für eine leichte Erholung des Wirtschaftswachstums sorgen, das sich bereits verlangsamt hat.
„Für die nächsten Jahre erwarte ich ein Wachstum von
höchstens 3% bis 3,5%.“ Brasilien sei ausschließlich vom
Binnenmarkt abhängig. Der zeige jedoch erste Anzeichen
einer Übersättigung. Es wäre schließlich kaum zu erwarten, dass die Menschen ihr Leben lang immer wieder Autos
kaufen. Deshalb hält Ricupero die Aussichten für nicht
sehr vielversprechend.
Hermann Wever, ehemaliger Präsident von Siemens Brasil, sieht ebenso eine Abhängigkeit vom Binnenmarkt und
geht deshalb davon aus, dass Brasilien durch die Auswirkungen der internationalen Krise nicht ernsthaft gefährdet
ist. „Wir müssen Zuflucht auf dem Binnenmarkt suchen,
der für 90% der Umsätze verantwortlich ist“, so Wever. Für
das laufende Jahr erwartet Wever ein Wirtschaftswachstum von höchstens 3%, für 2013 4% bis 4,5%. Es würde
noch mindestens eine Generation dauern, bis Brasilien ein
stabiles Wachstum von etwa 5% erreicht.
Beide sehen enorme Herausforderungen. Kurzfristig
seien alle politischen Probleme zu lösen, die den Entwicklungsprozess hemmen könnten. Mittelfristig seien
öffentliche Mittel sinnvoll zu verwenden. Und langfristig
müsse v.a. das Bildungssystem verbessert werden.
16BRASILALEMANHA
Ingo Plöger, Beiratsmitglied der Deutsch-Brasilianischen
Industrie- und Handelskammer, ist weniger optimistisch
und erwartet für das laufende Jahr ein BIP-Wachstum
von 2% bis 3%, für 2013 3% bis 4%. „Brasilien könnte
ein Wachstum von 5% erreichen, aber zuerst müssen wir
einige Probleme überwinden.“ Er nennt die verheerenden
Engpässe in der Infrastruktur, im Energiesektor und im
Verkehrswesen und die hohen Lohnsteuern, die die Produktion, die Produkte und indirekt alles verteuern, was die
internationale Wettbewerbsfähigkeit verringert.
Lacerda erwartet ein geringes Wachstum v.a. aufgrund
der ungünstigen Konjunktur auf dem Weltmarkt. „Wir
werden ein Wachstum von 2,5% bis 3% erreichen. Wenn
wir die genannten Probleme lösen, können wir das Wachstum in den nächsten Jahren auf 4% bis 5% erhöhen.“
Brasilien wird zu einem enorm großen Absatzmarkt und
hat das sechstgrößte BIP der Welt, aber wegen der geringen
systemischen Wettbewerbsfähigkeit wird ein großer Teil
der Binnennachfrage durch die Erhöhung der Importe gedeckt. Auch wenn das eine kurzfristig bequeme Lösung ist,
werden auf diese Art Devisen verschwendet, und es wird
auf Arbeitsplätze, auf Einkommen und auf Steuereinnahmen verzichtet, die im Inland Mehrwert schaffen könnten.
Das ist besonders wichtig, wenn die Volkswirtschaften
weltweit ein geringes Wachstum aufweisen.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA17
18BRASILALEMANHA
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA19
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Jens Schike
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
Berlim - 2006
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
O Prof. Dr. h.c. Ludwig Georg Braun e Klaus H. Behrens
serão os homenageados deste ano
Desde 1995, quando foi criado
pela Câmara Brasil-Alemanha em
conjunto com a Confederação das
Câmaras Alemãs de Comércio e
Indústria (DIHK na sigla em alemão), o Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha reverencia, anualmente,
dois representantes – um de cada
país – pelas iniciativas tomadas e
que contribuíram para fortalecer as
relações bilaterais.
20BRASILALEMANHA
Este ano, a cerimônia de entrega
da homenagem será realizada no
suntuoso salão Friedrich von Thiersch
do Kurhaus de Wiesbaden, conhecido
pela beleza de suas linhas arquitetônicas neoclássicas. O local segue a
tradição já estabelecida nas dezessete edições anteriores do Prêmio
Personalidade, sempre sediadas em
edificações de grande valor histórico
e cultural.
Os homenageados deste ano passarão a integrar uma galeria de 36
Personalidades Brasil-Alemanha da
qual fazem parte ministros de Estado,
embaixadores, empresários e lideranças envolvidas com causas sociais.
Todos eles receberam o reconhecimento da comunidade empresarial
Brasil-Alemanha pelas valiosas contribuições dadas ao relacionamento
entre as duas nações.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA21
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Die Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung
Die Geehrten
in diesem Jahr sind
Prof. Dr. h. c. Ludwig
Georg Braun und
Siegbert + Xenia Heuser
Klaus H. Behrens
Seit sie 1995 von der DeutschBrasilianischen Industrie- und Handelskammer und dem Deutschen
Industrie- und Handelskammertag
(DIHK) ins Leben gerufen wurde, werden mit der Deutsch-Brasilianischen
Persönlichkeitsehrung jedes Jahr zwei
Persönlichkeiten - eine aus jedem
Land - ausgezeichnet, die mit ihren
Initiativen zur Stärkung der bilateralen
Beziehungen beitragen haben.
In diesem Jahr findet die Ehrung im
prunkvollen Friedrich-von-ThierschSaal im Kurhaus Wiesbaden statt,
einem berühmten neoklassizistischen
Bauwerk. Damit folgt auch diese Ausgabe der Persönlichkeitsehrung der Tradition: Für die Feierlichkeiten wurden fast
immer Gebäude von hohem historischen
und kulturellen Wert gewählt.
Die diesjährigen Geehrten reihen
sich in die Galerie der 36 DeutschBrasilianischen Persönlichkeiten ein,
zu denen Minister, Botschafter, Unternehmer und Führungspersönlichkeiten
gehören, die sich auch im sozialen
Bereich engagieren. Ihnen allen wurde
die Anerkennung der deutsch-brasilianischen Unternehmerschaft ausgesprochen für ihre wertvollen Beiträge
zu den bilateralen Beziehungen.
Munique - 2010
22BRASILALEMANHA
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA23
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Klaus H. Behrens
Membro do Conselho de Administração do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo
Cristina Villares / AHK Brasil
Divulgação
Cecília Degen
24BRASILALEMANHA
A expressividade e a facilidade de comunicação de Klaus H. Behrens contrastam
com a sua aparência germânica. Nascido
no Paraguai, filho de pais alemães, passou
a infância e adolescência na Argentina. A
carreira profissional levou-o a atuar em
várias nações da América do Sul, chegando, em 1974, ao Brasil, país ao qual
se adaptou tão bem, que não vacila em
declarar: “É aqui que me sinto em casa”.
Pai de dois filhos – um nascido no Chile e
o outro na Argentina –, dono de cédulas
de identidade do Peru, Chile, Argentina
e Brasil, ao lado dos passaportes paraguaio e alemão, Behrens, com a mesma
determinação que enfrentou desafios profissionais, agora, apesar de parcialmente
aposentado, continua envolvido com atividades empresariais, além de se dedicar
aos esportes. Nesse quesito, atualmente,
é no campo de golfe onde aprimora as
suas habilidades, mas em outros tempos
foi campeão de remo (Argentina, 1961),
dedicou-se ao hipismo e ao tênis e também foi um exímio piloto de aeroplano.
As inúmeras iniciativas que promoveu
e que ajudou a realizar no campo das
relações Brasil-Alemanha são certamente
resultado de seus múltiplos interesses e
de sua facilidade em aproximar e interconectar pessoas. Cabe aqui mencionar
a coordenação, entre 1992 e 2010, do
Grupo de Trabalho de Comunicação Social
da Câmara Brasil-Alemanha, ao lado de
ações junto ao Instituto Martius-Staden
de Ciências, Letras e Intercâmbio Cultural
Brasileiro-Alemão, à Associação Beneficente Alemã, ao Lar Girassol, um centro
que cuida de crianças e adolescentes, e ao
Hospital Alemão Oswaldo Cruz, cujo Conselho presidiu no período de 2004 a 2007.
À BrasilAlemanha, Klaus Behrens concedeu uma entrevista exclusiva, que pode
ser lida a seguir:
Junho 2012
Luiz Machado / AHK Brasil
BRASILALEMANHA: O senhor poderia reconstituir os fatos mais importantes de sua
carreira na Henkel, empresa na qual atuou
por 37 anos?
Klaus Behrens: Em 1964, estava em Hamburgo
fazendo os estudos na área comercial internacional e estagiando na Theodor Wille, uma
empresa que teve um papel muito importante
no comércio com o Brasil, especialmente nas
importações de café. Minha meta era, ao
concluir essa fase, representar uma empresa
alemã na América do Sul. Por sorte, na ocasião,
a Henkel procurava um profissional com esse
perfil, que teria o Peru como base, atendendo,
a partir dali, Bolívia, Equador e Chile. Então,
passei um ano em treinamento na matriz, em
Düsseldorf, e, em 1966, estava na representação em Lima. Eu era responsável pela área
comercial, pela venda de produtos que eram
importados da Alemanha e atendiam indústrias
dos setores cosmético, farmacêutico, além de
plásticos e de tintas e vernizes.
Em 2006, Dr. Rolf-Dieter Acker, então Presidente da AHK SP entrega a Klaus H. Behrens,
um diploma de Honra ao Mérito pela contínua colaboração com os trabalhos da instituição
/ 2006 überreichte Dr. Rolf-Dieter Acker, damals Präsident der AHK São Paulo, Klaus H.
Behrens eine Ehrenurkunde für seine Verdienste in der Kammerarbeit
Klaus H. Behrens
Aufsichtsratsmitglied des Deutschen
Krankenhauses Oswaldo Cruz in São Paulo
Hinter dem deutschen Erscheinungsbild von Klaus H. Behrens
verbirgt sich eine extrovertierte, kontaktfreudige Persönlichkeit. Der in Paraguay geborene Sohn deutscher Eltern verbrachte Kindheit und Jugend in Argentinien. Seine berufliche
Laufbahn führte ihn in verschiedene Länder Südamerikas und
schließlich, 1974, nach Brasilien, wo er sich so gut eingelebt
hat, dass er bis heute sagt: „Hier fühle ich mich zu Hause.“
Seine zwei Söhne wurden in Chile und Argentinien geboren.
Behrens selbst hat einen peruanischen, chilenischen, argentinischen und brasilianischen Personalausweis sowie einen paraguayischen und einen deutschen Pass. So entschlossen, wie er
berufliche Herausforderungen stets angegangen ist, engagiert
er sich heute, im Teilruhestand, für unternehmerische Aktivitäten und im Sport. Heute spielt er hauptsächlich Golf; früher
war er Rudermeister in Argentinien (1961), machte Reitsport
und spielte Tennis und war ein hervorragender Segelflieger
In den unzähligen deutsch-brasilianischen Initiativen, an denen Behrens mitgewirkt hat, spiegeln sich seine vielfältigen
Interessen und sein Talent als Netzwerker. So koordinierte
er beispielsweise von 1992 bis 2010 die Arbeitsgruppe Öffentlichkeitsarbeit der AHK und arbeitete an Projekten mit
dem Martius-Staden-Institut für Wissenschaft, Literatur und
deutsch-brasilianischen Kulturaustausch, mit dem deutschen
Hilfsverein (Associação Beneficente Alemã), dem Kinderheim
Lar Girassol und dem Oswaldo-Cruz-Krankenhaus, dessen
Aufsichtsrat er von 2004 bis 2007 leitete.
Junho 2012
Jetzt gab Klaus Behrens der BrasilAlemanha ein Exklusivinterview:
BRASILALEMANHA: Welches waren die wichtigsten Momente in
den 37 Jahren, in denen Sie bei Henkel gearbeitet haben?
Klaus Behrens: 1964 war ich in Hamburg, machte eine Ausbildung im
Außenhandel und ein Praktikum bei Theodor Wille, einem Unternehmen,
das im Handel mit Brasilien eine sehr wichtige Rolle spielte, und zwar
v.a. als Kaffeeimporteur. Danach wollte ich ein deutsches Unternehmen
in Südamerika vertreten. Glücklicherweise suchte Henkel gerade jemanden mit meinem Profil, der in Peru arbeiten sollte und von dort aus auch
für Bolivien, Ecuador und Chile zuständig war. Also machte ich eine
einjährige Schulung im Stammhaus in Düsseldorf und ging dann 1966
nach Lima. Ich war für den Verkauf der aus Deutschland importierten
Produkte zuständig, Produkte für die Kosmetik- und die Pharmaindustrie, die Kunststoffindustrie und die Farben- und Lackindustrie.
Das war eine sehr gute Zeit. Ich reiste per Flugzeug und Auto durch
die ganze Region. Ich gewann neue Kunden für Henkel, lernte neue
Menschen und die lokalen Gepflogenheiten kennen. Es war eine
großartige Erfahrung. Nach zwei Jahren empfahl ich dem Stammhaus,
einen Delegierten nur für Chile zu ernennen, da der chilenische Markt
großes Potential hatte, dem ich nicht gerecht werden konnte. Henkel
war einverstanden und beschloss, ich solle das selbst machen. Also
zog ich nach Santiago.
Das war 1969. Aber schon ein Jahr später kaufte Henkel ein Unternehmen in Argentinien, für das dringend ein Geschäftsführer für den
Verkauf gebraucht wurde. So zog ich 1970 mit meiner Familie nach
Buenos Aires, wo ich bis 1974 blieb. Danach übernahm ich den Vertrieb
von Industrieprodukten in der brasilianischen Niederlassung. Brasilien
war ein sehr viel größerer Markt, also hatte ich auch mehr Verantwortung und stand vor größeren Herausforderungen.
BRASILALEMANHA25
Foi uma época muito boa. Cruzei a região de
todas as formas possíveis em avião e carro.
Aumentei a distribuição dos produtos Henkel,
conheci novas pessoas e os costumes locais.
Uma experiência muito rica! Passados dois
anos, recomendei à matriz que indicasse um representante para se encarregar exclusivamente
do Chile, mercado com grande potencial e que
eu não conseguia atender adequadamente.
A Henkel concordou, só que nomeou a mim
próprio para fazer o trabalho e foi quando me
mudei para Santiago.
Comecei a trabalhar no Chile em 1969, mas
decorrido um ano a Henkel comprou uma
empresa na Argentina, para a qual precisava
urgentemente de um gerente de vendas. Assim, em 1970, transferi-me com a família para
Buenos Aires, permanecendo até 1974, quando
fui designado para assumir a área comercial de
produtos industriais da subsidiária brasileira,
um mercado muito maior e, consequentemente,
com maiores responsabilidades e desafios.
Na Henkel do Brasil, permaneci alguns anos
como responsável pela área comercial, depois
passei a diretor de Marketing da Divisão Industrial e, em 1987, assumi a presidência. Na
sequência, em 1996, em função da constituição
do Mercosul, integramos as várias subsidiárias
e eu assumi a responsabilidade pela Henkel da
Argentina e do Chile. Assim permaneci até 2002,
quando completei 62 anos e me aposentei.
Foto comemorativa a 100ª. Reunião do Grupo de Trabalho de Relações Públicas l presidido por Klaus
Behrens de 1992 a 2009 / Erinnerungsfoto der 100. Sitzung der Arbeitsgruppe Öffentlichkeitsarbeit,
die Klaus Behrens von 1992 bis 2009 leitete
Klaus Behrens: Conseguir fazer uma integração
de pessoas. É o mais importante e o mais difícil
porque temos de ter cuidado com a questão
humana. É um período de muitas incertezas
e, mesmo assim, precisamos manter os colaboradores motivados para o trabalho. Ao reunir
duas empresas, identificam-se funcionários
com os mesmos cargos e responsabilidades. Na
Henkel, o processo sempre teve o objetivo de
manter o profissional com as melhores condições, mas as decisões são difíceis. O processo
de integração é pesado – envolve a produção,
a contabilidade, a parte tributária, a equipe
de vendas etc.
perdida”. Era preciso ajustar os preços todos
os meses... Era um trabalho sob grande pressão
e, naturalmente, havia sempre a preocupação
com os resultados.
Outro desafio durante o período em que presidi
a Henkel Mercosul foi a integração de sete empresas – algumas adquiridas exclusivamente no
Brasil e outras, em nível mundial. Esse processo
de fusão e integração foi muito trabalhoso.
Nessa ocasião, também constatei como são
intrincadas as leis trabalhistas brasileiras, na
comparação com outros países.
BA: O que é mais importante para quem
está encabeçando um processo de fusão de
empresas?
Divulgação
BA: Quais os maiores problemas e desafios
que a empresa enfrentou na época? Poderia
citar alguns?
Klaus Behrens: Bem, os anos 1970, 1980 e
até o início dos anos 1990 foram, sob o ponto
de vista de gestão financeira, muito difíceis no
Brasil. Havia problemas para obter licenças de
importação, questões com o câmbio, inflação
muito forte, controle de preços de venda. Não
é sem razão que são chamados de “década
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Luiz Machado / AHK BRasil
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
BA: Nessas circunstâncias, cabia ao senhor,
em última instância, criar um bom ambiente
de trabalho e motivar a equipe. Mas, em sua
carreira pessoal, qual era a sua motivação?
Klaus Behrens: Eu pessoalmente sempre fui
motivado pelos desafios do mercado, pelas
oportunidades que se criavam para as empresas.
Em termos de pessoal, não posso deixar de
mencionar Konrad Henkel, último membro
da família fundadora da empresa a ocupar a
sua presidência mundial. Viajei com ele pelo
Brasil e ele me marcou pela sua simplicidade
e amabilidade, pela amplitude de interesses e
pela facilidade de contato com as pessoas. Uma
personalidade inesquecível para mim, muito pé
no chão e muito motivador.
Behrens (5º. e/d) e uma
confraternização em um
campo de golfe / Behrens
(5. von links) auf einer
Feier auf einem Golfplatz
26BRASILALEMANHA
Junho 2012
Nach einigen Jahren wurde ich Leiter von Marketing in der Industriesparte, und 1987 übernahm ich die Geschäftsführung. 1996 übernahm
Henkel Brasil die Verantwortung für die Niederlassungen in Mercosul,
und ich übernahm die Verantwortung für Henkel in Argentinien und
Chile, bis ich mich 2002, mit 62 Jahren, zur Ruhe setzte.
Funktionen zunächst doppelt besetzt. Henkel hat immer versucht,
den jeweils besseren Mitarbeiter auf dem Posten zu belassen, aber
das sind schwierige Entscheidungen. Der Integrationsprozess ist
komplex - dabei geht es um die Produktion, um die Buchführung, um
Steuerfragen, um das Verkaufspersonal etc.
BA: Welches waren in dieser Zeit die größten Probleme und Herausforderungen für Henkel?
Klaus Behrens: In den 1970er und 1980er Jahren und auch zu Anfang
der 90er war das Finanzmanagement in Brasilien sehr problematisch. Es
war schwierig, Importgenehmigungen zu bekommen, der Wechselkurs
war ein Problem, die Inflation war sehr stark, und die Preise wurden
staatlich kontrolliert. Nicht ohne Grund nennt man die 80er Jahre das
„verlorene Jahrzehnt“. Die Preise mussten einmal im Monat angepasst
werden... Das war sehr aufwendig, und man konnte sich der Ergebnisse
nie sicher sein.
Eine weitere Herausforderung in der Zeit, als ich die Geschäftsführung
innehatte, war die Einbindung von sieben Unternehmen, die Henkel
aufgekauft hatte - zum Teil nur in Brasilien, zum Teil auf internationaler
Ebene. Das war ein sehr aufwendiger Prozess. Damals musste ich auch
feststellen, wie undurchschaubar das brasilianische Arbeitsrecht im
Vergleich zum Arbeitsrecht in anderen Ländern ist.
BA: In letzter Instanz waren Sie dafür verantwortlich, für ein gutes
Arbeitsklima zu sorgen und die Mitarbeiter zu motivieren. Was hat
Sie selbst in Ihrer beruflichen Laufbahn motiviert?
Klaus Behrens: Mich haben stets die Herausforderungen des Marktes
motiviert und die Geschäftsmöglichkeiten, die sich für Unternehmen
bieten.
Und ich muss hier auch Konrad Henkel erwähnen, das letzte Mitglied
der Gründerfamilie, das den Konzern leitete. Ich reiste mit ihm durch
Brasilien, und er hatte einen prägenden Einfluss auf mich. Er war ein
ungezwungener, freundlicher Mann mit vielseitigen Interessen, der
schnell Kontakte zu anderen Menschen knüpfte. Er war eine unvergessliche Persönlichkeit, stand mit beiden Füßen fest auf dem Boden
und hat mich sehr motiviert.
BA: Was ist bei der Fusion von Unternehmen besonders zu beachten?
Klaus Behrens: Die Mitarbeiter müssen in den Prozess eingebunden
werden. Das ist das Wichtigste und zugleich das Schwierigste, weil wir
den menschlichen Faktor berücksichtigen müssen. Eine Fusion bringt
viele Unsicherheiten mit sich, aber wir müssen die Mitarbeiter trotzdem
motivieren. Wenn zwei Unternehmen zusammengelegt werden, sind
Junho 2012
BA: Wer heute ins Berufsleben einsteigt, bleibt selten über
30 Jahre im selben Unternehmen. Was halten Sie von dieser
Entwicklung?
Klaus Behrens: Zu meiner Zeit wollte man lange in einem Unternehmen
bleiben und dort Karriere machen. So habe ich es bei Henkel gemacht,
wo ich als Verkäufer anfing und als Präsident aufhörte. Das war eine
sehr dankbare Zeit für mich, denn meine Laufbahn bei Henkel war sehr
dynamisch, und ich bin immer weiter aufgestiegen. Als ich bei Henkel
aufhörte, wurde ich in den Beirat von Odgers Berndtson eingeladen.
BRASILALEMANHA27
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
polizados, ou seja, quando uma determinada
empresa ou grupo de empresas (mais comumente) detém a distribuição de produtos ou
determinado produto sem uma concorrência
significativa. Afora essa situação, há uma clara
desvantagem competitiva para as empresas
atualmente, pois os seus concorrentes podem contar com executivos com experiências
setoriais e geográficas diversificadas, o que
certamente lhes proporcionará mais agilidade
no enfrentamento dos desafios impostos pela
conjuntura econômica mundial.
BA: Como os jovens executivos podem atual­
mente suprir o seu menor conhecimento
sobre os processos e a cultura das empresas
em que atuam?
Klaus Behrens: As estruturas organizacionais
atuais se encarregam de executar essa tarefa,
pois os sistemas hierárquicos são matriciais e
organizados por unidades distintas de negócios. Esse modelo organizacional proporciona
a formação instintiva de grupos de trabalho
que, ao se complementarem e interagirem,
podem suprir o seu menor conhecimento sobre
processos e cultura.
Os líderes naturais que surgirão desses grupos
de trabalho serão os dirigentes da empresa,
onde a sua maior habilidade vai estar em liderar
e orquestrar talentos.
BA: Como recebeu a notícia de que seria
homenageado com o Prêmio Personalidade
Brasil Alemanha 2012?
Klaus Behrens: Emocionante, sinceramente não
esperava. Foi uma alegria enorme e com isso
tenho a confirmação de ter feito muitos acertos
na vida. Recebo um prêmio pelo meu trabalho,
pelo que eu fiz, o que me enche de orgulho.
Para mim, é fantástico, o que mais posso dizer?
Divulgação
BA: Atualmente, para quem está iniciando
uma carreira é inconcebível permanecer mais
de 30 anos em uma única empresa. Do seu
ponto de vista, o que isso tem de positivo
e de negativo?
Klaus Behrens: Eu sou um exemplo da época em
que se apregoava que um profissional deveria
permanecer na mesma empresa por um longo
prazo e nela fazer uma próspera carreira. Esse
foi o meu caso na Henkel, onde comecei como
vendedor e me despedi como diretor-presidente.
Para mim, pessoalmente, foi muito gratificante,
pois lá a minha vida profissional foi bastante
dinâmica e progredi continuamente. Ao sair
da Henkel, fui convidado para integrar o Conselho Consultivo da Odgers Berndtson, uma
empresa na área de Recrutamento e Seleção de
Executivos, da qual sou hoje vice-presidente do
Conselho. Isso já faz alguns anos e nesse tempo
pude observar e constatar que a experiência que
eu vivi não é mais habitual nem usual. Na Odgers Berndtson observei que os clientes na sua
maioria procuram executivos com experiências
multissetoriais e multiculturais. Essa tendência
deve-se à grande competitividade das empresas
no mercado em que atuam, onde a polivalência
de seus executivos pode fazer a diferença com
inovação e criatividade.
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
BA: Passar 37 anos na mesma empresa
também é sinal de conhecimento de seus
processos e domínio de sua cultura. Isso é
uma vantagem ou desvantagem?
Klaus Behrens: Isso é uma clara vantagem
para cargos de empresas de setores oligoParceria entre os hospitais alemães de São
Paulo, de Buenos Aires e de Santiago: uma
iniciativa de Klaus H. Behrens / Partnerschaft
zwischen den deutschen Krankenhäusern in
São Paulo, Buenos Aires und Santiago: eine
Initiative von Klaus H. Behrens
ein Personalberatungunternehmen. Heute bin ich Vizepräsident des Beirats. Dort kann ich seit einigen Jahren beobachten, dass eine Laufbahn
wie meine heute ungewöhnlich ist. Die meisten Kunden von Odgers
Berndtson suchen Führungskräfte mit Erfahrungen in verschiedenen
Branchen und Kulturen. Das liegt an dem starken Wettbewerb, dem die
Unternehmen auf dem Markt ausgesetzt sind. Vielseitige Führungskräfte
können entscheidend sein, wenn es darum geht, sich durch Innovation
und Kreativität gegen die Konkurrenz durchzusetzen.
BA: Wer 37 Jahre lang im selben Unternehmen arbeitet, kennt den
Betrieb und die Unternehmenskultur. Ist das ein Vorteil oder ein
Nachteil?
Klaus Behrens: In einem Oligopol, wo ein Unternehmen oder (häufiger)
eine Gruppe von Unternehmen dasselbe Produkt oder dieselben Produkte
anbietet und wenig Wettbewerb herrscht, ist das ein klarer Vorteil. Sonst
ist es heute für die Unternehmen ein klarer Nachteil, denn die Konkurrenz kann auf Führungskräfte zählen, die Erfahrungen in verschiedenen
Branchen und in verschiedenen Regionen haben und damit sicherlich
flexibler an die Herausforderungen herangehen, die sich aus der aus
der weltweiten Konjunktur ergeben.
28BRASILALEMANHA
BA: Wie können junge Führungskräfte ihre geringen Kenntnisse des
Betriebs und der Unternehmenskultur wettmachen?
Klaus Behrens: Dafür sind die Unternehmensstrukturen verantwortlich. Die Hierarchien überlagern sich und sind nach verschiedenen
Geschäftsbereichen organisiert. Bei einer solchen Organisation bilden
sich automatisch Arbeitsgruppen, die sich gegenseitig ergänzen und die
miteinander interagieren. So werden fehlende Kenntnisse ausgeglichen.
In der Gruppenarbeit zeigt sich auch, wer die Führungspersönlichkeiten
sind. Diese bekommen später Managerposten, in denen sie die Arbeit
der Mitarbeiter leiten und koordinieren können.
BA: Wie haben Sie die Nachricht aufgenommen, dass Sie mit der
Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeitsehrung 2012 ausgezeichnet
werden?
Klaus Behrens: Das war ein bewegender Moment. Ganz ehrlich, ich
hatte das nicht erwartet. Ich habe mich sehr gefreut, und ich sehe das
als Bestätigung, dass ich vieles im Leben richtig gemacht habe. Ich
erhalte eine Auszeichnung für meine Arbeit, für das, was ich getan
habe. Darauf bin ich sehr stolz. Es ist einfach fantastisch, anders kann
ich es nicht sagen.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA29
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Prof. Dr. h.c. Ludwig Georg Braun
Presidente do Conselho de Administração da B. Braun Melsungen AG
30BRASILALEMANHA
BRASILALEMANHA: Como jovem executivo, o
senhor trabalhou no Brasil. O que aprendeu
com o País e com as pessoas? A sua experiência no Brasil influenciou a sua carreira?
Prof. Dr. Braun: Eu estive no Brasil em uma
época de transformação econômica, ou seja,
em uma época muito interessante. Ir para
outro país, um país com uma cultura diferente,
sempre é um desafio para uma pessoa jovem.
Assumir a direção de uma empresa aos 25
anos exige, de um dia para outro, maturidade
e prontidão para tomar decisões. Além disso,
estava consciente da minha responsabilidade
por mais ou menos 1.500 colaboradores. Apesar da prosperidade econômica do Brasil, a
inflação continuava em alta, com a necessidade
de ajustar os preços uma vez por mês. Para
mim, foi uma lição dura, mas boa. Voltei para a
Alemanha com uma vasta experiência, que obviamente influenciou a minha vida profissional.
BA: O que levou o senhor a se transferir para
o Brasil?
Prof. Dr. Braun: Nos anos 60, o Brasil chamava
a atenção de muitas empresas alemãs, inclusive
da B. Braun. Em 1967, realizamos a aquisição
do Laboratório Americano, localizado em Niterói (RJ). O gerente alemão, indicado pela matriz,
tomou algumas decisões infelizes e teve de ser
substituído. Quando meu pai me pediu para assumir a tarefa, só havia uma resposta: Sim, sem
mas nem porquês. Eu senti ali a oportunidade
de realmente realizar mudanças empresariais
e, graças a Deus, não vi os problemas. Pois, na
época, transformar a nova unidade em uma empresa moderna e rentável foi muito trabalhoso.
B. Braun Melsungen
O Prof. Dr. Ludwig Georg Braun representa
a quinta geração de sua família no comando da B. Braun, empresa do setor de saúde
cuja origem remonta a 1839, quando
Julius Wilhem Braun adquiriu a RosenApotheke, em Melsungen. Ali, iniciou um
negócio com ervas medicinais e produção
de medicamentos, que anos depois seria
responsável pelo desenvolvimento do
primeiro material absorvível para suturas
cirúrgicas, assim como do primeiro material de sutura estéril no mundo.
Como um empreendedor visionário, o
Prof. Braun foi, nas últimas décadas,
responsável por valiosos impulsos para o
desenvolvimento do setor de tecnologia
médica. Fiel ao lema de sua empresa –
Sharing Expertise –, está sempre aberto
a novos temas e novos desenvolvimentos,
deixando-se guiar sempre por sólidos
princípios morais e cristãos.
A sua ligação com o Brasil data de 1968,
quando, aos 24 anos, assumiu a direção
dos Laboratórios Americanos S.A., em
Niterói (RJ), transformando-os em Laboratórios B. Braun, braço do grupo no
continente sul-americano.
Além das atividades empresariais, o Prof.
Braun envolveu-se com iniciativas de
cunho comunitário, associativo e político.
Aqui vale mencionar a presidência da Câmara e Comércio de Kassel (1991 a 2004),
a presidência da Associação da Indústria
Química (1996 e 1997) e a presidência
da Confederação Alemã das Câmaras de
Comércio e Indústria – DIHK (2001 a 2009).
Em fevereiro de 2002, Ludwig Georg
Braun recebeu o título de Dr. honoris
causa da Universidade de Freiburg e, em
setembro de 2006, o Estado de Hessen
homenageou-o com o título de Professor.
Pai de cinco filhos, o Prof. Braun também
é conhecido como um grande incentivador
das artes e um entusiasmado colecionador
de selos.
À Brasil-Alemanha, o Prof. Dr. Ludwig Georg Braun concedeu uma entrevista exclusiva por e-mail, que pode ser lida a seguir:
Junho 2012
B. Braun Melsungen
Ludwig Georg Braun (ao
centro) recebe o pai, Otto
Braun (à esq.), em 1971, na
visita à subsidiaria brasileira
do grupo / Ludwig Georg
Braun (Mitte) empfängt
seinen Vater, Otto Braun
(links), 1971 bei einem
Besuch der brasilianischen
Niederlassung der
Unternehmensgruppe
Prof. Dr. h.c. Ludwig Georg Braun
Aufsichtsratsvorsitzender der B. Braun Melsungen AG
Prof. Dr. Ludwig Georg Braun leitet in fünfter Generation das
Familienunternehmen B. Braun. Die Unternehmensgeschichte
nahm 1839 ihren Anfang, als Julius Wilhelm Braun die RosenApotheke in Melsungen kaufte. Dort begann der Handel mit
Heilkräutern und die Produktion von Arzneimitteln. Jahre
später wurde die Produktion des ersten sterilen resorbierbaren
Nahtmaterials aufgenommen.
Als visionärer Unternehmer gab Prof. Braun in den letzten
Jahrzehnten wertvolle Impulse in der Entwicklung der Medizintechnik. Getreu dem Unternehmensmotto „Sharing Expertise“
ist er stets offen für neue Themen und neue Entwicklungen,
wobei er sich immer von soliden moralischen und christlichen
Prinzipien leiten lässt.
Seine Verbundenheit mit Brasilien geht bis ins Jahr 1968 zurück,
als er im Alter von 24 Jahren die Leitung von Laboratórios
Americanos S.A. in Niterói (im Bundesstaat Rio de Janeiro)
übernahm und daraus die Laboratórios B. Braun machte, ein
Unternehmen der B.-Braun-Gruppe.
Neben seiner Arbeit als Unternehmer engagiert sich Prof.
Braun auch in sozialen und politischen Initiativen sowie in der
Verbandsarbeit. So war er beispielsweise Präsident der Indus­
trie- und Handelskammer Kassel (1991 bis 2004), des Verbands
der Chemischen Industrie (1996 bis 1997) und des Deutschen
Industrie- und Handelskammertags (2001 bis 2009).
Im Februar 2002 erhielt Ludwig Georg Braun die Ehrendoktorwürde der Universität Freiburg, und im September 2006 verlieh
ihm das Land Hessen den Ehrentitel Professor.
Der Vater von fünf Kindern ist außerdem ein großer Förderer
der Kunst und leidenschaftlicher Briefmarkensammler.
Jetzt gab Prof. Dr. Ludwig Georg Braun der BrasilAlemanha per
E-Mail ein Exklusivinterview.
BRASILALEMANHA: Sie waren als junger Manager in Brasilien tätig.
Was haben Sie von Land und Leuten gelernt? Hat ihre BrasilienErfahrung Einfluss auf ihr weiteres berufliches Leben gehabt?
Prof.Dr. Braun: Meine Zeit in Brasilien war eine Zeit des wirtschaftlichen Aufbruchs und deshalb äußerst spannend. Als junger Mensch in
ein fremdes Land mit einer fremden Kultur zu gehen, ist für jeden eine
Herausforderung. Mit 25 Jahren ein Unternehmen zu übernehmen,
verlangte von heute auf morgen Reife und Entscheidungsfreudigkeit.
Dazu kam das Bewusstsein, dass man mit seinem Handeln die Verantwortung für etwa 1.500 Mitarbeiter trägt. Trotz wirtschaftlichen
Aufschwungs herrschte immer noch eine hohe Inflationsrate, weshalb
die Preise monatlich angepasst werden mussten. Das war eine harte,
„Rio erlebt einen historischen Moment“
Junho 2012
BRASILALEMANHA31
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
B. Braun Melsungen
Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha
BA: Quais são os vínculos que o senhor
tem com o Brasil nos dias de hoje?
Prof. Dr. Braun: Tenho muitos. Passei um
período marcante da minha vida no País,
e o Brasil sempre será muito importante
Em 2008, A
Assembléia Legislativa
Estadual concedeu
ao Prof. Braun o
título de “Cidadão
do Estado do Rio de
Janeiro”. / Im Jahr
2008 ernannte das
Parlament von Rio
de Janeiro Prof. Braun
zum Ehrenbürger des
Bundesstaates
32BRASILALEMANHA
BA: A B. Braun tem uma forte atuação social e se preocupa muito com a questão da
sustentabilidade. Quais foram os resultados
obtidos com esse trabalho? Quais foram os
principais projetos nos últimos anos?
Prof. Dr. Braun: Nossa meta principal é apresentar perspectivas aos jovens. E isso em todos
os países nos quais atuamos. Para enfrentar
os problemas relevantes nas diferentes localidades, há alguns anos iniciamos o programa
“B. Braun for Children” em todas as nossas
subsidiárias. As atividades das subsidiárias
são tão diversificadas quanto as culturas. No
Brasil, entre outras iniciativas, apoiamos o
projeto-modelo “Arsenal do Bem”, que oferece
aos alunos da última série a oportunidade de
fazer um curso de educação técnica básica,
como preparação à vida profissional.
para mim. O que me deixa muito feliz é o fato
de que meu filho mais velho compartilha esse
entusiasmo. Ele está vivendo, junto com a sua
família, no Brasil e, a partir de São Gonçalo,
dirige as atividades de nossa empresa na
América Latina e – o que é notável – também
na Península Ibérica. Isso é outro vínculo que
tenho com o Brasil.
BA: Como o senhor analisa o desenvolvimento da parceria Brasil-Alemanha? Em
quais áreas essas relações poderiam ser
aprofundadas?
Prof. Dr. Braun: Sempre houve um intercâmbio
econômico intenso entre os dois países, o que
eu acho ótimo. Mas ainda há muito potencial,
especialmente na área de educação.
BA: A B. Braun tem uma história de 173 anos
e hoje ocupa uma posição de liderança no
mercado de saúde. Como o senhor vê o futuro da empresa? Quais são as estratégias da
B. Braun para os próximos anos para manter
essa posição de liderança?
Prof. Dr. Braun: Há alguns anos, desenvolvemos vários programas de investimentos para
nos capacitar para o futuro, envolvendo um
total de € 4 bilhões, até 2015. Principalmente,
estamos construindo novas unidades produtivas no mundo inteiro e modernizando
unidades existentes – inclusive no
Brasil. Além disso, mantemos um
estreito intercâmbio com profissionais de saúde no mundo
todo, para criar inovações de
alta qualidade e a preços
competitivos. Isso é muito
importante para assegurar
uma boa posição no mercado
BA: Qual foi a sua reação quando ficou sabendo que foi escolhido como Personalidade
Brasil-Alemanha 2012?
Prof. Dr. Braun: Fiquei muito feliz. Passei um
período intenso no Brasil, e o País virou uma
segunda pátria para mim. Esse prêmio é uma
grande honra para mim. (CD)
Divulgação
BA: O Brasil nem sempre foi um país fácil.
Por que a B. Braun sempre manteve seu
compromisso com o País?
Prof. Dr. Braun: A B. Braun já está presente
na América do Sul há muitos anos. O Brasil é o
maior mercado na região e, por isso, é uma importante base para a B. Braun. A perseverança
valeu a pena. Com uma política engenhosa e,
finalmente, preços justos para matérias-primas,
o Brasil conseguiu resultados que nos anos 60,
70 ainda eram sonhos distantes. Hoje, a América Latina, junto com a região Ásia-Pacífico, é o
motor de crescimento de nossa empresa. O Brasil tem de continuar a construir uma indústria
moderna e a aumentar a participação nacional
do valor agregado. Sobretudo, o Brasil está
enfrentando o desafio da educação: todos os
brasileiros devem ter acesso à educação, para
atender à demanda de mão de obra qualificada
e para que todos possam construir seu próprio
futuro e realizar os seus sonhos.
internacional. E, não por último, damos muito
valor à qualidade da educação, que consideramos um importante investimento no futuro.
Junho 2012
aber gute Lehre für mich. Ich habe einen großen Erfahrungsschatz mit nach Deutschland
genommen, der natürlich Einfluss auf mein
weiteres berufliches Leben hatte.
BA: Was bewegte Sie nach Brasilien zu gehen?
Prof. Dr. Braun: Wie viele andere Unternehmen Deutschlands war auch B. Braun in
den 60er Jahren auf Brasilien aufmerksam
geworden. 1967 übernahmen wir die Firma
Laboratório Americano in Niteroi. Der aus
Deutschland entsandte Geschäftsführer
handelte nicht glücklich und musste abgelöst
werden. Auf die Bitte des Vaters, diese Aufgabe zu übernehmen, gab es nur eine Antwort:
Ja, ohne wenn und aber. Ich sah viele Chancen
für mich, unternehmerisch wirklich etwas zu
bewegen, und ‚Gott sei Dank‘ nicht die auch
auf dem Weg liegenden Stolpersteine. Denn es
gab damals sehr viel zu tun, um ein modernes
und rentables Unternehmen zu formen.
BA: Brasilien war nicht immer einfach.
Warum hat B. Braun immer zu dem Land
gehalten?
Prof. Dr. Braun: B. Braun war schon sehr früh
auf dem südamerikanischen Kontinent vertreten. Brasilien ist dort der größte Markt und
war und ist deshalb ein wichtiges Standbein
für B. Braun. Die Ausdauer hat sich gelohnt.
Brasilien hat dank einer klugen Politik und
endlich fairen Preisen für Rohstoffe erreicht,
wovon man in den 60er und 70er Jahren im
Lande träumte. Heute ist ganz Lateinamerika
zusammen mit der Region Asien/Pazifik der
Wachstumsmotor des Unternehmens. Brasilien
muss jetzt fortfahren, seine moderne Industrie
aufzubauen und die Wertschöpfung im Lande
zu erhöhen. Vor allem steht Brasilien heute
vor der Herausforderung, allen seinen Bürgern die Bildung zuteil werden zu lassen, um
den qualifizierten Personalbedarf im Land zu
decken, so dass jeder seine Zukunft selbstbestimmt in die Hand nehmen und seine Träume
verwirklichen kann.
BA: Was verbindet Sie heute mit Brasilien?
Prof. Dr. Braun: Sehr viel. Ich habe eine
prägende Zeit meines Leben dort verbracht,
weshalb mir das Land immer am Herzen
liegen wird. Zu meiner Freude konnte ich
diese Begeisterung auch an meinen ältesten Sohn weitergeben, der dort zurzeit mit
seiner Familie lebt und von São Gonçalo aus
die Aktivitäten unseres Unternehmens in
Lateinamerika und – das ist bemerkenswert
– von dort auch die Aktivitäten der Iberischen
Halbinsel verantwortet. Auch das verbindet
mich heute natürlich mit Brasilien.
BA: B. Braun ist ein Unternehmen mit einer
173-jährigen Geschichte und hat heute eine
Spitzenposition im Gesundheitsmarkt. Wie
sehen Sie die Zukunft des Unternehmens?
Junho 2012
Welche Strategien verfolgt das Unternehmen in den nächsten Jahren, um seine
Spitzenposition zu halten?
Prof. Dr. Braun: Wir haben vor ein paar
Jahren Investitionsprogramme mit einem
Gesamtvolumen von über 4 Mrd. Euro bis
2015 aufgelegt, um uns für die Zukunft zu
rüsten. In erster Linie bauen wir weltweit
neue Produktionsstätten und modernisieren
und erweitern schon bestehende – auch in
Brasilien. Außerdem arbeiten wir in engem
Austausch mit medizinischem Fachpersonal
in der ganzen Welt ständig daran, qualitativ
hochwertige Innovationen zu wettbewerbsfähigen Preisen zu schaffen. Das ist von
großer Bedeutung für eine dauerhaft gute
Positionierung auf dem Weltmarkt. Und
nicht zuletzt legen wir viel Wert auf eine
hohe Qualität der Ausbildung, auch eine
wichtige Investition in die Zukunft.
BA: B. Braun engagiert sich sehr stark sozial und legt viel Wert auf Nachhaltigkeit.
Welche Ergebnisse konnten durch diese
Engagements erreicht werden? Welche
waren die wichtigsten Projekte diesbezüglich in den letzten Jahren?
Prof. Dr. Braun: Es ist uns in aller erster
Linie ein Anliegen, jungen Menschen Perspektiven aufzuzeigen. Und das in allen
Ländern, in denen wir tätig sind. Da wir den
Problemen begegnen möchten, die jeweils
vor Ort akut sind, haben wir vor ein paar
Jahren ein konzernweites Programm „B.
Braun for Children“ ins Leben gerufen. Die
Aktivitäten unserer Tochtergesellschaften
sind so vielfältig wie die Kulturen. In Brasilien unterstützen wir unter anderem das
Modellprojekt „Arsenal do Bem“. Junge
Menschen erhalten im letzten Schuljahr die
Chance, eine technische Basisausbildung zu
absolvieren, um besser für das Berufsleben
vorbereitet zu sein.
BA: Wie sehen Sie die Entwicklung der
deutsch-brasilianischen Partnerschaft?
In welchen Bereichen könnten diese
Beziehungen vertieft werden?
Prof. Dr. Braun: Es gab schon immer einen
sehr intensiven wirtschaftlichen Austausch
zwischen den beiden Nationen, was ich
sehr begrüße. Aber gerade im Bereich Ausbildung junger Menschen gibt es bestimmt
noch Potential.
BA: Wie haben Sie reagiert, als sie
erfahren haben, dass sie zur DeutschBrasilianischen Persönlichkeit 2012
gewählt worden sind?
Prof. Dr. Braun: Ich habe mich sehr gefreut.
Durch die intensive Zeit dort ist Brasilien
auch ein Stück zweite Heimat geworden.
Diese Auszeichnung ist eine große Ehre
für mich.
BRASILALEMANHA33
Educação
Bildung
Apenas 5,3% do PIB brasileiro é
investido em educação, o que está
muito abaixo do necessário /
Mit nur 5,3% des BIP wird in Brasilien
viel zu wenig in die Bildung investiert
Antonio Milena / Agência Estado
A corrida pela educação
O crescimento
Júlia Zillig
econômico do Brasil
Aumento do poder de consumo e de renda
da população, oferta de crédito em larga
escala, real em alta, entre outros fatores,
levam o Brasil a se destacar entre as principais economias do mundo. No entanto,
para que esse horizonte promissor continue
fazendo parte da realidade da nação nos
próximos anos, é necessário mexer em um
assunto considerado o seu calcanhar de
aquiles: a educação. Quando esse tema é
abordado, o país fica em desvantagem nos
rankings mundiais. É uma área em que
ainda tem de caminhar – e muito – para
fortalecer sua capacidade de formar seus
cidadãos e conceder conhecimento a eles,
especialmente quando o crescimento da
economia cria novos postos de trabalho e
pede mão de obra qualificada. Apenas 5,3%
do PIB do Brasil é investido em educação,
valor considerado aquém do necessário.
O tema vem sendo observado por especialistas e também pelo próprio governo, que
procura implantar programas para reverter
o quadro desfavorável. A questão envolve
aumenta a procura
dos jovens por cursos
profissionalizantes
e universitários
34BRASILALEMANHA
não somente a falta de um ensino infantil
qualificado, mas também o período de formação de mão de obra, iniciado no ensino
médio e que continua ao longo da vivência
universitária.
As vantagens dos cursos
profissionalizantes
Por conta da mudança da economia, que
criou uma nova classe média que hoje vive
com uma renda entre R$ 1,2 mil e R$ 5,3
mil, os cursos de educação profissional
– ou profissionalizantes – começaram a
ganhar força no País. Segundo dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) e do PNAD /2007 (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios), os
jovens dessa classe média são responsáveis
pela expansão de quase 77% no volume de
pessoas que frequentam ou frequentaram
cursos de educação profissional no Brasil
entre o período de 2004 a 2010. Entende-se por curso profissionalizante o ensino
médio técnico ou o curso superior de
tecnólogo, com carga de até 400 horas.
Marcelo Neri, professor da Fundação
Junho 2012
Evelson de Freitas / Agência Estado
Os cursos
profissionalizantes
oferecidos pelas
Faculdades de
Tecnologia – Fatec´s
atraem um número cada
vez maior de jovens /
Immer mehr junge
Leute entscheiden
sich für die
berufsbildenden Kurse
an den technischen
Hochschulen (FATECs)
Der Wettlauf um die Bildung
Das Wirtschaftswachstum in Brasilien bringt mehr junge Leute an die
Berufsschulen und Universitäten
Júlia Zillig
Dank der Erhöhung von Kaufkraft
und Einkommen, des großen Kreditangebots, des starken Real und
weiteren Faktoren gehört Brasilien zu
den wichtigsten Volkswirtschaften
Junho 2012
der Welt. Aber damit die Aussichten in
den nächsten Jahren so vielversprechend
bleiben, muss ein Thema angegangen
werden, das als Brasiliens Achillesferse
gilt: die Bildung. Hier steht das Land
in den internationalen Ranglisten weit
hinten. Auf diesem Gebiet muss noch
viel getan werden, zumal durch das
Wirtschaftswachstum neue Arbeitsplätze entstehen und qualifizierte
Arbeitskräfte gebraucht werden. Mit
nur 5,3% des BIP wird in Brasilien zu
wenig in Bildung investiert.
Damit setzen sich Fachleute und
auch die Regierung auseinander, die
Projekte plant, um das Problem in den
Griff zu bekommen. Von der Grund­
schule bis hin zu den Universitäten
fehlt es an qualifizierten Ausbildungsmöglichkeiten.
BRASILALEMANHA35
Educação
Bildung
As políticas de
inclusão implantada
pelo governo
garantiram que a
cada ano, 2,1 milhões
de pessoas possam ir
para as universidades /
Dank der
Eingliederungsmaß­
nahmen der Regierung
können jedes Jahr 2,1
Mio. Menschen ein
Hochschulstudium
beginnen
Márcio Fernandes / Agência Estado
Getulio Vargas (FGV) e responsável
por estudos desenvolvidos a respeito do assunto no Brasil, afirma que
esse aumento reflete a recuperação
do mercado de trabalho desde 2004.
“Passado o período de estagnação,
que veio com a crise de 2008 e 2009,
o mercado está retomando as perdas
de salário e aumentando a busca por
profissionais.” Neri pontua que, nos
anos 1960, a corrida do mercado de
trabalho foi vencida pela demanda.
Mas, nos últimos sete anos, a situação se inverteu: a oferta de educação
ganha a batalha. “Isso vem aumentando significativamente desde os anos
1990 e gerou uma forte redução da
desigualdade.”
O especialista destacou que, com o
fortalecimento da educação profissional, o jovem passou a enxergar outras
oportunidades de crescimento. “Não
há mais a mentalidade de que você só
sobe na vida se frequentar a universidade. O curso profissionalizante pode
trazer essa ascensão profissional.”
De acordo com uma das pesquisas
coordenadas por Neri, os principais
fatores que atraem novos alunos para
esses cursos são o custo – geralmente
menor do que o valor cobrado por um
curso universitário –, o tempo de duração e menos exigência em termos de
requisitos. Em março de 2011, 22,1%
dos estudantes haviam concluído os
cursos profissionalizantes – um cres-
36BRASILALEMANHA
cimento de 75,6% em relação a 2004.
“A chance de ocupação de uma pessoa
em idade ativa com formação profissional concluída é de 48,2%”, cita Neri
no estudo. “A educação profissional
e a corrida trabalhista.” O trabalho
indica também os cursos com o maior
número de alunos formados. Os ligados à área automobilística ocupam o
primeiro lugar, com 45,71%, seguidos
por Finanças (38,17%), Petróleo e Gás
(37,34%) e Construção Civil (17,80%).
“Quem faz um curso profissionalizante tem 62% de chance de conseguir
emprego na área escolhida. Uma das
grandes vantagens é que ele permite
que o jovem trabalhe e estude ao mesmo tempo”, comentou.
País “educado”
O governo, por outro lado, também
reforça essas estatísticas. Dados fornecidos pelo Ministério da Educação
mostram que o número de alunos
do ensino técnico chegou a cerca de
1,2 milhão em 2010. Desses, 62,1%
estavam retornando para os estudos,
dos quais 19% estavam fazendo o
curso profissionalizante juntamente
com o ensino médio. De acordo com
informações do órgão governamental,
o número de vagas em escolas federais
voltadas para essa finalidade aumentou
114,2% de 2002 a 2010.
Hoje, o País conta com 38 instituições
federais de educação, ciência e tecno-
logia, que são instituições de educação
superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas
na oferta de educação profissional e tecnológica. Em 2003, havia 140 escolas
e, em 2010, eram 354. Segundo dados
do ministério, a meta é alcançar 562
unidades em 2014; e até 2018 o número
de matrículas deve chegar a 600 mil.
Outro aspecto que se destaca na
questão dos cursos profissionalizantes é o ensino universitário, ou seja,
a graduação de tecnólogos. Segundo
um levantamento da FGV, os cursos
de graduação tecnológica equivalentes
ao nível superior proporcionam um
aumento de 95,7% na ocupabilidade
das pessoas.
O cenário mostra uma expansão significativa desse tipo de ensino no País. No
entanto, se comparado ao montante de
alunos matriculados no ensino médio,
a participação do ensino profissional
ainda é pequena. Do total de 9 milhões
de alunos que frequentam o ensino
médio no País, apenas 1 milhão cursa
o ensino técnico e apenas 6 milhões
ingressam no nível superior. “Ainda
tem muito a ser feito”, diz Neri.
Nos bancos da universidade
O número de alunos que conseguiram
chegar às salas de aula das faculdades
também aumentou nos últimos anos.
Em 2000, o Brasil contava com apenas
3 milhões de universitários – 7,3% dos
Junho 2012
Die Vorteile der Berufsausbildung
Durch das Wirtschaftswachstum ist eine neue Mittelklasse
mit einem monatlichen Einkommen von R$ 1.200 bis R$
5.300 entstanden, und die Berufsausbildung gewinnt in
Brasilien an Bedeutung. Nach Daten des Statistikinstituts
IBGE und der Haushaltsumfrage PNAD 2007 (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) sind es in erster Linie
die jungen Leute aus der Mittelschicht, die berufsbildende
Kurse absolvieren. Die Zahl der Personen, die eine Berufsausbildung machen oder gemacht haben, ist von 2004 bis
2010 um fast 77% gestiegen. Dazu werden Fachkurse in
der Sekundarstufe oder Fachausbildungen im tertiären
Bereich mit bis zu 400 Stunden gezählt. Marcelo Neri,
Dozent an der Getúlio-Vargas-Stiftung (FGV), ist verantwortlich für die Studien, die zu dieser Thematik in Brasilien
durchgeführt werden, und führt diese Entwicklung auf
die Erholung des Arbeitsmarktes seit 2004 zurück. “Nach
einer Zeit der Stagnation infolge der Krise in den Jahren
2008 und 2009 steigen die Einkommen und die Nachfrage
nach qualifizierten Arbeitskräften wieder.” In den 1960er
Jahren herrschte Fachkräftemangel. Aber in den letzten
sieben Jahren habe sich die Situation umgekehrt: Das
Bildungsangebot kann mit der Nachfrage mithalten. “Das
Angebot ist seit den 1990er Jahren deutlich gestiegen, was
die Verteilungsgerechtigkeit sehr erhöht hat.”
Junho 2012
Die Verbesserung der Berufsbildung eröffne jungen
Menschen neue Möglichkeiten. “Sie glauben nicht
länger, sie könnten im Leben nur aufsteigen, wenn sie
eine Universität besuchen. Auch eine Berufsausbildung
bietet ihnen diese Chance.” Eine der von Neri koordinierten Studien nennt als Hauptgründe für die Wahl
einer Berufs- anstelle einer Universitätsausbildung die
im Allgemeinen geringeren Kosten, die kürzere Dauer
und die niedrigeren Zulassungsvoraussetzungen. Im
März 2011 hatten 22,1% der Schüler eine Berufsausbildung abgeschlossen - 75,6% mehr als im Jahr 2004.
“Die Chance auf Beschäftigung liegen bei einer Person
im erwerbsfähigen Alter mit einer abgeschlossenen
Berufsausbildung bei 48,2%”, schreibt Neri in der Studie “Die Berufsbildung und der Wettbewerb auf dem
Arbeitsmarkt”. Die Studie listet auch die Kurse auf, die
die meisten Absolventen verzeichnen können. An erster
Stelle stehen Kurse im Kfz-Gewerbe mit 45,71%, gefolgt
von Finanzen (38,17%), Öl und Gas (37,34%) sowie
dem Baugewerbe (17,80%). “Wer eine Berufsausbildung
macht, hat eine 62%ige Chance auf einen Arbeitsplatz
in der gewünschten Branche. Einer der großen Vorteile
einer Berufsausbildung liegt darin, dass die jungen
Menschen gleichzeitig lernen und arbeiten”, so Neri.
BRASILALEMANHA37
Educação
Bildung
Cursos profissionalizantes ligados à área
automobilística, petróleo e gás e construção
civil estão entre os mais procurados /
Besonders beliebt sind berufsbildende
Kurse im Kfz-Gewerbe, im Öl- und
Gassektor und im Baugewerbe
jovens de 18 a 24 anos. No ano retrasado, atingiu 6,5 milhões – 14,4%. A
cada ano, 2,1 milhões de pessoas vão
para as universidades. “As políticas de
inclusão, juntamente com um estruturado sistema de avaliação, garantiram
que, em quatro anos, mais de 1 milhão
de brasileiros tivessem a oportunidade
de fazer um curso de ensino superior
de qualidade”, informou o Ministério
da Educação.
O governo investiu em sua rede de
universidades federais. Elas receberam
recursos de R$ 23,7 bilhões no ano
passado, o que gerou um aumento
no número de vagas oferecidas em
graduação presencial, de 139,9 mil,
em 2007, para 218,2 mil em 2010. O
Divulgação
órgão declarou ainda a criação de 126
novos campi e 14 universidades em 230
municípios. Segundo o ministério, até o
final de 2014 o governo pretende atingir
63 novas universidades e 321 campi,
atendendo 275 cidades.
O número de bolsas de estudo também
vem aumentando, de acordo com o
Ministério da Educação. “Por meio do
ProUni, que oferece bolsas integrais e
parciais a estudantes de baixa renda em
„Gebildetes“ Land
Die Statistiken der Regierung belegen diese Tendenz.
Nach Daten des brasilianischen Bildungsministeriums
befanden sich im Jahr 2010 ca. 1,2 Mio. Personen
in der Berufsausbildung. Davon machten 62,1% die
Ausbildung auf dem zweiten Bildungsweg, 19% parallel zur Sekundarstufe. Die Zahl der Plätze an den
Bundeseinrichtungen zur Berufsausbildung hat sich
nach Angaben des Ministeriums von 2002 bis 2010
um 114,2% erhöht.
Heute gibt es in Brasilien 38 Bildungs-, Wissenschaftsund Technologieinstitute in der Sekundarstufe und im
Tertiärbereich, die sich auf die Berufsausbildung und
auf die technische Ausbildung spezialisiert haben.Im
Jahr 2010 waren es 354 Einrichtungen, im Jahr 2003 nur
140. Bis 2014 sollen es 562 Einrichtungen werden, und
bis 2018 soll die Zahl der Schüler 600.000 erreichen.
Eine wichtige Rolle spielen auch die Universitäten und
ihre technischen Studiengänge. Nach einer Erhebung
der FGV haben sich die Beschäftigungschancen von
Technikern mit einem Abschluss, der einem Universitätsabschluss gleichgestellt ist, um 95,7% erhöht.
Immer mehr Menschen machen eine solche Ausbildung, aber im Vergleich zur Schülerzahl in der Sekundarstufe sind es immer noch wenig. Von den neun
Millionen Schülern in der Sekundarstufe machen nur
eine Million eine Berufsausbildung, nur sechs Millionen studieren. “Es gibt noch viel zu tun”, erklärt Neri.
38BRASILALEMANHA
instituições particulares, e do Fies, que
financia cursos superiores com juros
baixos e carência de até oito anos, já foi
beneficiado mais de 1,5 milhão de brasileiros, que realizam o sonho de adquirir
conhecimento e concluir suas carreiras
acadêmicas. Isso sem falar naqueles que
buscam cursos de licenciatura e das áreas médicas, que poderão pagar as bolsas
financiadas com trabalho prestado para
a rede pública.”
Im Hörsaal
Auch die Zahl der Studenten hat sich in den letzten Jahren stark
erhöht von 3 Mio. im Jahr 2000 (7,3% der Personen zwischen
18 und 24 Jahren) auf 6,5 Mio. (14,4%) im Jahr 2010. Jedes
Jahr beginnen 2,1 Mio. Menschen mit dem Studium. “Die Eingliederungsmaßnahmen der Regierung und ein strukturiertes
Bewertungssystem haben in vier Jahren dafür gesorgt, dass
über eine Million Brasilianer die Chance auf eine gute Hochschulausbildung haben”, teilte das Bildungsministerium mit.
Die Regierung hat in die Bundesuniversitäten investiert. Im
letzten Jahr flossen R$ 23,7 Mrd. in die Bundesuniversitäten,
wodurch die Zahl der Studienplätze von 139.900 im Jahr 2007
auf 218.200 im Jahr 2010 erhöht werden konnte. Außerdem
sollen 126 neue Campus und 14 neue Universitäten in 230
Städten und Gemeinden entstehen. Bis Ende 2014 will die
Regierung 63 neue Universitäten und 321 neue Campus in
275 Städten einrichten.
Auch die Zahl der Stipendien erhöht sich nach Angaben des
Bildungsministeriums. “Von dem Programm ProUni, das
Voll- und Teilstipendien für Studenten aus einkommensschwachen Familien an privaten Universitäten vergibt, und
von der Studienstiftung FIES, die ein Studium zu geringen
Zinsen und mit einer Karenzzeit von acht Jahren finanziert,
haben bereits über 1,5 Mio. Brasilianer profitiert, die sich den
Traum eines akademischen Studiums erfüllen konnten. Und
wer ein Lehramts- oder Medizinstudium absolviert, kann den
Studienkredit über die Arbeit an öffentlichen Schulen bzw.
Krankenhäusern zurückzahlen.”
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA39
Bildung
Agência Estado
Educação
Subsídios para cursos universitários e de pós-graduação integram o pacote de ofertas das empresas para os seus funcionários /
Die Mitarbeiter erhalten z.B. finanzielle Unterstützung für ein Grund- oder Aufbaustudium
Lição de casa
Empresas investem em educação para formar mão
de obra, reter profissionais e atrair novos talentos
para preencher suas vagas
Julia Zillig
No quadro de desequilíbrio entre oferta
e demanda de profissionais no mercado,
as próprias empresas colocam a mão na
massa para minimizar seus efeitos. Os
investimentos em educação têm diversas
finalidades: formar mão de obra futura,
reter o bom profissional e atrair novos
para preencher suas vagas. As ações têm
vários focos. Incluem subsídios para
cursos técnicos, de graduação, para o
aprendizado de línguas, tanto no País
quanto fora dele. Além disso, muitas
companhias multinacionais levam o
funcionário para suas matrizes e promovem treinamentos.
40BRASILALEMANHA
Educação na proposta de trabalho
Localizada na cidade paulista de
Piracicaba, a Elring Klinger, da área
de autopeças, passou a enfrentar dificuldade para encontrar pessoas para
integrar suas equipes. “Quanto maior
a qualificação da mão de obra, mais
difícil de encontrar esses profissionais
com rapidez”, diz Marcelo Seneme,
diretor de operações da empresa. Segundo ele, para preencher a vaga de um
ferramenteiro, por exemplo, é preciso
pagar um salário maior e buscar o profissional nos grandes centros. “O setor
de serviços cresceu significativamente
e atraiu muita gente da indústria”, diz
o executivo. Hoje a empresa mantém
ativo um programa de indicação de
futuros colaboradores pelos próprios
funcionários. “É uma forma de ter mão
de obra qualificada disponível.” De
qualquer forma, o apelo educacional é
algo forte na empresa. Já na proposta de
trabalho existem cláusulas que garantem o fornecimento de educação para
o funcionário. “Procuramos amarrar as
necessidades individuais de educação
de cada colaborador ao contrato com a
empresa”, explica Seneme.
Para o executivo, um fator complicador é a mudança de mentalidade do
jovem. “Falta a criação de raízes, algo
que acontecia com os profissionais
das outras gerações. Hoje o mercado
oferece muitas opções e o jovem encontra mais facilidade para arrumar
emprego.” Na Elring Klinger, o turn
over de reposição de funcionários
está entre 2% e 3%. “Para ocupar uma
vaga operacional, demoramos cerca de
sete dias. Se a vaga for para um nível
gerencial, esse prazo se estende para
três meses.”
Junho 2012
Ausbildungsprogramme von Unternehmen
Unternehmen investieren in Ausbildungsprogramme, um Fachkräfte heranzubilden
und an sich zu binden und um neue Mitarbeiter zu finden
Júlia Zillig
Um die Auswirkungen des Ungleichgewichts zwischen
Angebot und Nachfrage auf dem Arbeitsmarkt abzumildern, ergreifen die Unternehmen jetzt selbst die Initiative.
Die Investitionen in Bildung erfüllen verschiedene Zwecke:
die Ausbildung zukünftiger Arbeitnehmer, die Bindung
von Fachkräften an das jeweilige Unternehmen und die
Gewinnung neuer Mitarbeiter. Die Projekte haben unterschiedliche Schwerpunkte. So werden beispielsweise
Mitarbeiter finanziell unterstützt, wenn sie studieren oder
technische Kurse oder Sprachkurse im In- und Ausland
belegen. Viele multinationale Unternehmen schicken ihre
Mitarbeiter außerdem zu Schulungen ins Stammhaus.
Fortbildungsmöglichkeiten als Teil des Arbeitsvertrags
Die brasilianische Niederlassung des Automobilzulieferers ElringKlinger in Piracicaba im Bundesstaat São Paulo
Junho 2012
stand bei der Suche nach neuen Mitarbeitern vor Problemen. „Je höher die Anforderungen an die Qualifikation
der Arbeitskräfte sind, desto schwieriger wird es, diese
Fachkräfte schnell zu finden“, erklärt Marcelo Seneme,
Leiter des operativen Geschäfts. Um beispielsweise einen
Werkzeugmacher zu finden, müssten höhere Löhne angeboten werden, und man müsse die Fachkräfte in den
Großstädten suchen. Der Dienstleistungssektor sei stark
gewachsen und habe Arbeitskräfte aus der Industrie abgezogen. Heute unterhält das Unternehmen ein Programm,
bei dem die Mitarbeiter selbst Bewerber vorschlagen
können. „So erreichen wir qualifizierte Arbeitskräfte.“
ElringKlinger misst der Aus- und Weiterbildung große
Bedeutung bei. Schon der Arbeitsvertrag enthält Klauseln, die dem Mitarbeiter Fortbildungsmöglichkeiten
gewährleisten. „Wir versuchen, den individuellen Weiterbildungsbedarf bei jedem Mitarbeiter im Arbeitsvertrag
zu verankern“, erklärt Seneme.
BRASILALEMANHA41
Bildung
Entre os programas oferecidos pela
Elring Klinger está a concessão de subsídios educacionais para que os colaboradores possam fazer cursos técnicos, de
graduação e pós-graduação. O valor da
bolsa é de 50%. Um comitê de análise
avalia a concessão do benefício seguindo
alguns critérios. Após o fornecimento
da bolsa, é feito um acompanhamento
semestral que influencia na decisão de
manter ou não o crédito. Cerca de 10%
dos funcionários utilizam esse benefício.
A maior procura, segundo Marcelo
Seneme, é para cursos de graduação.
Com três meses de casa, gerentes e
diretores da empresa embarcam rumo
à sede, na Alemanha, para conhecer a
matriz e participar de treinamentos de
capacitação. “Isso funciona semelhante
a uma integração, para que conheçam a
cultura da empresa”, explica o diretor da
Erling Klinger. Mas há também vários
programas de treinamento realizados
em casa abordando temas como segurança, qualidade e produtividade. Cada
funcionário passa de 10 a 15 horas por
ano em treinamento.
Hochtief / Divulgação
Educação
André Glogowsky, presidente da Hochtief do Brasil : investimentos em educação contribuíram para
diminuir a flutuação de pessoal na empresa / André Glogowsky, Präsident von Hochtief do Brasil:
Dank der Investitionen in die Ausbildung ist die Mitarbeiterfluktuation zurückgegangen
Mas mesmo com todos esses investimentos, Seneme não vê uma mudança
do cenário de um possível apagão de
mão de obra. “A tendência é que esse
quadro fique ainda mais desfavorável,
pois hoje existe mais trabalho automatizado do que manual nas fábricas,
ou seja, as coisas estão mais prontas.”
Engenheiros e canteiro de obras
Alguns mercados contam com uma
dificuldade ainda maior, como é o caso
da construção civil, que no momento
Ein Problem sieht er in der veränderten Mentalität der
jungen Menschen. „Sie schlagen keine Wurzeln mehr, wie
es die Arbeitnehmer früherer Generationen taten. Heute
bietet der Markt den jungen Leuten mehr Optionen, und
sie finden leichter einen Arbeitsplatz.“ Bei ElringKlinger
liegt die Mitarbeiterfluktuation bei 2% bis 3%. „Um eine
Stelle im Betrieb zu besetzen, brauchen wir etwa sieben
Tage. Im Management dauert es drei Monate.“
Zu den Programmen von ElringKlinger gehört die finanzielle Unterstützung für die Teilnahme an technischen Kursen
sowie für Studiengänge im Grund- und Aufbaustudium.
Das Unternehmen übernimmt 50% der Kosten. Ein Ausschuss entscheidet über die Kostenübernahme und folgt
dabei bestimmten Kriterien. Alle sechs Monate wird diese
Entscheidung überprüft. Etwa 10% der Mitarbeiter nutzen
dieses Angebot. Besonders gefragt sind nach Angaben von
Seneme Studiengänge im Grundstudium.
Manager und Geschäftsführer besuchen nach drei Monaten im Unternehmen das Stammhaus in Deutschland
und nehmen dort an Fortbildungen teil. „Das ist eine Art
Integrationsprogramm. Sie sollen die Unternehmenskultur
kennenlernen“, so Seneme. Aber auch in Brasilien werden viele Schulungen durchgeführt, u.a. zu den Themen
Sicherheit, Qualität und Produktivität. Jeder Mitarbeiter
verbringt im Jahr zehn bis 15 Stunden in einer Fortbildung.
Aber trotz all dieser Investitionen glaubt Seneme nicht,
dass sich die Gefahr eines gravierenden Fachkräftemangels
42BRASILALEMANHA
está bastante aquecida. “A mão de obra
é o principal negócio da construção
civil. Não fazemos obras somente com
equipamentos modernos. Precisamos
de pessoas”, diz André Glogowski, presidente da Hochtief do Brasil. Para ele,
o grande desafio é investir em educação para garantir o sucesso futuro dos
negócios. “O aprendizado educacional
não termina na faculdade, mas continua ao longo da vida. As profissões
estão cada vez mais especializadas e
a busca por esses profissionais é cada
abwenden lässt. „Das Problem wird sich verschärfen, weil
in den Fabriken immer mehr automatisiert wird.“
Vom Fabrikarbeiter zum Ingenieur
In einigen Branchen ist es noch schwieriger, wie z.B. in der
Bauwirtschaft, in der gerade Hochkonjunktur herrscht.
„Die Arbeitskräfte sind das Wichtigste im Baugewerbe.
Mit modernen Geräten allein lässt sich nichts bauen. Wir
brauchen Leute“, erklärt André Glogowsky, Präsident von
Hochtief do Brasil. Er sieht die große Herausforderung in
den Investitionen in die Bildung, um auch in Zukunft ein
erfolgreiches Wirtschaften zu ermöglichen. „Die Ausbildung
hört nicht mit der Universität auf. Sie geht ein Leben lang
weiter. Die Berufe sind immer spezialisierter, und die Suche
nach guten Fachkräften wird immer schwieriger. Es gibt
heute Ingenieure, sie sich auf Türen, auf Klimaanlagen oder
auf Akustik spezialisiert haben. Und die Arbeit erfordert viel
mehr als nur die technischen Kenntnisse. So wird z.B. auch
Zeitmanagement verlangt und das Sprechen vor Publikum.
Wenn nicht in Arbeitskräfte investiert wird, schießen die
Kosten in die Höhe, denn der Markt ändert sich ständig.“
Für die Fachkräfte von heute zählt nicht nur eine gute Bezahlung. „Man muss Zeit investieren und den Mitarbeitern
Aufmerksamkeit widmen, um zu sehen, wie zufrieden sie
an ihrem Arbeitsplatz sind. Wir müssen es schaffen, dass
unsere Mitarbeiter bei uns bleiben wollen, auch wenn ihnen
andere Arbeitsplätze angeboten werden“, erklärt Glogowsky.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA43
Bildung
Agência Estado
Educação
vez maior. Hoje existe engenheiro com
conhecimento específico em portas, em
ar-condicionado e acústica. E muito
mais do que dominar a técnica, é preciso saber fazer gestão de tempo, falar
em público, entre outros atributos. Se
não houver investimento em mão de
obra, os custos vão às alturas, pois o
mercado muda constantemente.”
Os profissionais que hoje estão no mercado não querem mais somente o salário
como principal atrativo. “É fundamental
investir tempo e dedicação nas pessoas
que fazem parte da empresa, ter noção de
seu grau de satisfação em trabalhar em
prol do nosso negócio. Temos de criar
ferramentas que façam com que elas tenham vontade de ficar quando recebem
propostas para sair”, explica o executivo.
As ações feitas pela Hochtief abrangem
funcionários das áreas operacional e de
gestão. Segundo a empresa, houve uma
redução de 23% na sua “flutuação”.
Isso aconteceu graças a iniciativas que
envolveram fortes investimentos em
treinamento – foram mais de 20 mil
horas em 2011 –, em programas de línguas, intercâmbio internacional, escola
técnica, desenvolvimento de liderança,
entre outros. Na escola técnica, voltada
para a capacitação de jovens engenheiros e arquitetos, os cursos têm duração
de um ano e meio e oferecem uma
visão generalista da empresa. Já para
os operários das obras, a empresa tem
um programa de alfabetização gratuito,
Divulgação / Basf
Desenvolvimento de liderança, relacionamento interpessoal, gestão de conflitos são alguns dos temas
abordados em treinamentos internos / Die Entwicklung von Führungskräften, zwischenmenschliche
Beziehungen und Konfliktmanagement gehören zu den Themen von internen Schulungen
que dura de três a seis meses, e forma o
colaborador no ensino fundamental I,
com certificado reconhecido pelo MEC.
“Construção civil é uma fábrica móvel,
que aparece e some em qualquer lugar.
Por isso, fazemos um trabalho específico
para as obras”, analisa Glogowski.
A Hochtief também oferece subsídios
de 50% do pagamento da mensalidade
de cursos de idiomas. Promove programas de estágio, com a designação de
tutores para acompanhar os futuros
profissionais. Para formar líderes, foca
em treinamentos ligados ao desenvolvimento de competências técnicas e
comportamentais.
Cursos online e MBA’s
A Basf, indústria do setor químico,
também segue a mesma linha das
demais companhias sobre o preenchimento de determinadas vagas de seu
quadro de funcionários. “Algumas
posições são bastante complexas,
devido ao negócio da empresa, o que,
certas vezes, demanda conhecimento
de negócio e de mercado. Para sermos
mais assertivos, investimos no treinamento da nossa equipe de seleção
para definirmos a melhor estratégia
de busca do profissional”, explica
Wagner Brunini, vice-presidente de
RH da empresa para a América Latina.
Antes de sair para o mercado, a procura
acontece internamente. “Um fator que
dificulta o preenchimento da vaga é o
aquecimento do mercado. Hoje obser-
Wagner Brunini, vice-presidente de RH
da Basf América Latina – ofertas para
desenvolvimento profissional vão desde
aprendizado de idiomas até cursos de
pós-graduação / Wagner Brunini, der für
Lateinamerika zuständige Personalchef
von BASF - die Angebote zur beruflichen
Weiterbildung reichen von Sprachkursen bis
zu Aufbaustudiengängen
44BRASILALEMANHA
vamos que há excelentes oportunidades abertas, mas não há profissionais
qualificados suficientes para suprir a
demanda.” Cargos de nível sênior, de
coordenadores, engenheiros e posições
gerenciais são os que mais demoram a
serem preenchidos – em média, 75 dias.
O portfólio de oportunidades de desenvolvimento de profissionais oferecido
pela Basf inclui a Academia de Liderança, cursos de idiomas, MBA – feito em
parceria com a Fundação Dom Cabral
no Brasil –, treinamentos online em
universidades como a Harvard Business School, além de cursos técnicos.
A maioria é subsidiada pela empresa e
depende da necessidade do cargo. Desde
sua criação, a Academia de Liderança já
formou 963 colaboradores. E para 2012,
a previsão é que 80 líderes passem por
ela. Quanto aos cursos de línguas, atualmente 175 funcionários estão aprendendo um novo idioma. Uma bolsa mensal
com teto máximo ajustado anualmente
ajuda o aluno no pagamento do estudo.
Nas salas de aula dos cursos de MBA, já
passaram 74 colaboradores da empresa.
Segundo Brunini, é a liderança quem
decide a concessão de subsídio para esse
tipo de curso.
Também nos treinamentos internos,
o investimento da Basf é significativo.
Eles variam de acordo com a necessidade de cada área e envolvem temas
como comunicação e relacionamento
interpessoal, gestão de conf litos,
pensamento estratégico, criatividade
e inovação, entre muitos outros. Para
os trabalhadores das fábricas, isso é
feito dentro das suas unidades e ainda
aborda assuntos vinculados à segurança do trabalho, operação de máquinas
etc. No ano passado, o volume de treinamentos alcançou 31 horas/homem.
Junho 2012
Die Projekte von Hochtief richten sich an die Mitarbeiter
in der Fabrik und im Management. Nach Unternehmensangaben konnte die Fluktuation damit um 23% reduziert
werden. Hochtief investiert viel in Fortbildungsprogramme
- mehr als 20.000 Stunden im Jahr 2011 -, in Sprachkurse,
in den internationalen Austausch, in eine Technikerschule,
in die Entwicklung von Führungskräften etc. Die Kurse in
der Technikerschule für junge Ingenieure und Architekten
dauern eineinhalb Jahre und bieten einen allgemeinen
Überblick über das Unternehmen. Für die Bauarbeiter
bietet das Unternehmen ein kostenloses Alphabetisierungsprogramm, das drei bis sechs Monate dauert, und
eine Grundschulausbildung. Der Abschluss wird vom
Bildungsministerium anerkannt. „Das Baugewerbe funktioniert wie eine mobile Fabrik, die überall aufgebaut werden
kann und dann wieder verschwindet. Deshalb haben wir
ein eigenes Programm für die Baustellen“, so Glogowsky.
Die Kosten für Sprachkurse übernimmt Hochtief zu 50%.
Außerdem bietet das Unternehmen Praktikumsplätze an,
und die künftigen Fachkräfte werden von Mentoren begleitet. Um Führungskräfte heranzubilden, konzentriert sich
Hochtief auf Schulungen zur Entwicklung von technischen
und sozialen Kompetenzen.
Online-Kurse und MBA-Studiengänge
Das Chemieunternehmen BASF verfolgt dieselbe Strategie
und besetzt bestimmte Stellen vorzugsweise intern. „Einige
Stellen erfordern umfassende Kenntnisse des Marktes und
der Geschäfte des Unternehmens. Wir gehen das Problem
aktiv an und investieren in die Schulung unserer Mitarbeiter im Personalbereich, um die beste Strategie für die Suche
nach Fachkräften zu entwickeln“, erklärt Wagner Brunini,
der für Lateinamerika zuständige Personalchef. Zunächst
wird versucht, Stellen intern zu besetzen. „Was die Mitar-
Junho 2012
beitersuche erschwert, ist die boomende Konjunktur. Es
gibt derzeit ausgezeichnete berufliche Möglichkeiten, aber
es gibt nicht genug ausreichend qualifizierte Fachkräfte,
um die Nachfrage zu decken.“ Führungspositionen, Stellen
für Koordinatoren und für Ingenieure sowie Managementpositionen sind am schwersten zu besetzen: Es dauert im
Durchschnitt 75 Tage.
Zu den beruflichen Entwicklungsmöglichkeiten, die BASF
bietet, gehören die Führungsakademie, Sprachkurse,
MBA-Kurse (die gemeinsam mit der Dom-Cabral-Stiftung
durchgeführt werden), Online-Schulungen an Universitäten wie der Harvard Business School sowie technische
Kurse. Meistens werden die Kurse vom Unternehmen
finanziell unterstützt, je nachdem, welche Kenntnisse
in einer bestimmten Position benötigt werden. Seit ihrer
Gründung haben bereits 963 Mitarbeiter die Führungsakademie abgeschlossen. Im laufenden Jahr wird mit 80
Absolventen gerechnet. 175 Mitarbeiter machen derzeit
einen Sprachkurs. BASF unterstützt die Schulungen mit
monatlichen Beiträgen, deren Höchstwert einmal im Jahr
neu festgesetzt wird. 74 Mitarbeiter haben bei BASF ihren MBA gemacht. Wie Brunini erklärt, entscheidet das
Management, ob es für MBA-Studiengänge finanzielle
Unterstützung gibt.
Auch in interne Schulungen investiert BASF stark. Je nach
dem Bedarf des jeweiligen Unternehmensbereichs geht
es dabei um Kommunikation und zwischenmenschliche
Beziehungen, Konfliktmanagement, strategisches Denken,
Kreativität und Innovation etc. Für die Fabrikarbeiter finden die Schulungen innerhalb der Produktionsstätten statt,
und es werden auch Themen wie beispielsweise Sicherheit
am Arbeitsplatz und der Umgang mit Maschinen behandelt. Im vergangenen Jahr summierten sich die Schulungen
auf 31 Stunden/Mitarbeiter.
BRASILALEMANHA45
PMEs
KMUs
Melhora no cenário
para as PMEs
Apesar de beneficiadas com a expansão do mercado
interno, é preciso que as empresas brasileiras de
pequeno e médio portes adotem uma cultura de
inovação e se internacionalizem
Luciana Riccó
Mesmo que as perspectivas de queda
de juros, o aumento da possibilidade
de financiamento e o mercado interno
aquecido favoreçam as pequenas e
médias companhias brasileiras, elas
ainda se veem diante de diferentes
desafios e precisam superar alguns entraves. Os especialistas são unânimes
em afirmar: As pequenas e médias
empresas (PMEs) precisam crescer com
sustentabilidade e inovação, de olho na
expansão de mercados domésticos e na
internacionalização.
Em cenário de crise global, os investidores internacionais estão atentos aos
países que ofereçam um retorno maior,
caso de emergentes como o Brasil. Com
isso, as PMEs ganham novos concorrentes internacionais e precisam se
esforçar para fazer frente à ameaça dos
importados e à valorização do real. “É
necessário criar uma cultura de qualidade, com a vantagem de já conhecer
o mercado. Concorrência é bom, não é
necessário temê-la. Mas, se a empresa
brasileira não estiver preparada, acaba
perdendo mercado não apenas para
um concorrente estrangeiro – mas
também internamente”, avalia Olavo
Henrique Furtado, coordenador de
pós-graduação e MBA da Trevisan
Escola de Negócios.
Embora seja considerado a sexta maior
economia do mundo, o Brasil ainda
ocupa a 53a posição no ranking global
de competitividade do Fórum Econômico Mundial – WEF (World Economic
Forum). Mesmo que o País se beneficie
46BRASILALEMANHA
de um dos maiores mercados internos
e de um bom ambiente de negócios, a
complexidade do sistema tributário, a
ineficiência do Estado e as deficiências
de infraestrutura pesam contra, de
acordo com o um levantamento da
consultoria Deloitte. “O Brasil tem forte
burocracia, ainda assim as pequenas
e médias empresas representam um
segmento econômico importante e
empregador”, complementa Furtado.
Pelos dados do Sebrae, por exemplo, as
micro e pequenas respondem por 25%
do PIB, por 40% da massa salarial e por
53% dos empregos formais.
O levantamento apontou que a vinda
de companhias estrangeiras para disputar o consumidor brasileiro é vista
com receio pela maioria das empresas
locais, que teme a competição e a perda
de mercado. A sondagem apontou que
40% dos empresários consideram a
concorrência como um dos principais
desafios enfrentados em 2011. É em
razão disso, segundo especialistas, que
ganham mais pontos as pequenas e
médias companhias que souberem gerir
com mais eficiência e conseguirem se
diferenciar no mercado – especialmente
por meio da inovação. “Muitos creem
que inovação se dá apenas na indústria. Isso está na cultura brasileira. O
grande desafio é o de inovar, ou seja,
de fazer diferente. Há vários casos de
empresas que, com agregação de valor,
conseguem ter uma estratégia de maior
rentabilidade e maior presença no mercado”, avalia Paulo Alvim, gerente de
acesso a mercado e serviços financeiros
do Sebrae Nacional.
Inovação
Os investimentos em inovação – de
pequenas a grandes empresas – financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e
pela Financiadora de Estudos e Projetos
(FINEP) devem aumentar em torno de
40% em 2012, na comparação com
o ano passado. Em 2011, o volume
ficou em R$ 3,5 bilhões. “Os planos
de investimento em inovação estão em
ascensão, porque voltou a confiança do
investidor”, assinala Luciano Coutinho,
presidente do BNDES, um dos integrantes da Mobilização Empresarial pela
Inovação (MEI), coordenada pela CNI.
“O empresário sabe que a sobrevivência
está ligada ao investimento em inovação
e em produtividade”, destaca Robson
Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Outra iniciativa ligada à inovação,
desta vez privilegiando as pequenas
e médias que muitas vezes são fornecedoras de grandes organizações, faz
parte de uma parceria estabelecida, no
final de 2011, entre a Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial (ABDI),
a Associação Nacional das Empresas
Inovadoras (ANPEI) e o Comitê de
Inovação e Tecnologia da AHK-SP.
Atualmente, o processo de cooperação está sendo formatado e a rede de
parceiros, desenhada, com previsão de
visitas técnicas e participação em feiras
na Alemanha. “A ideia é criar uma rede
de apoio completa que gere inovação de
forma mais rápida. Queremos, portanto, que empresas brasileiras e alemãs se
conectem por meio da inovação”, destaca Claudio Costa, da Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Internacionalização
Mais de 95% das empresas brasileiras
são pequenas e médias, alinhando o
Brasil com a realidade de outros países,
especialmente com os desenvolvidos.
“O que nos diferencia em relação a essas
nações é quantas dessas companhias
respondem pela geração de riqueza global e pelas exportações. Essa proporção
é muito pequena diante do número
Junho 2012
Bessere Aussichten für den Mittelstand
Die kleinen und mittelständischen Unternehmen
in Brasilien profitieren zwar von der Expansion des
Binnenmarktes, müssen aber unbedingt in Innovationen
investieren und den Weltmarkt erschließen
Luciana Riccó
Trotz der Aussichten auf fallende
Zinsen, der besseren Verfügbarkeit
von Finanzierungen und der guten
Binnenkonjunktur müssen die kleinen und mittelständischen Unternehmen (KMUs) in Brasilien noch einige
Herausforderungen überwinden.
In Fachkreisen ist man sich einig:
Die KMUs müssen ein nachhaltiges
Wachstum erzielen und innovativ
sein, um ihre Anteile auf dem Binnenmarkt zu erhöhen und auch den
Weltmarkt zu erschließen.
Junho 2012
Vor dem Hintergrund der globalen
Krise richten internationale Investoren
ihr Augenmerk zunehmend auf Länder,
die höhere Rendite versprechen, also
auch auf Schwellenländer wie z.B.
Brasilien. So bekommen die KMUs
neue Konkurrenz aus dem Ausland und
müssen sich bemühen, sich gegen die
Importprodukte durchzusetzen und
der Aufwertung des Real standzuhalten. „Es muss eine Kultur der Qualität
entstehen, und die hiesigen Unternehmen haben den Vorteil, dass sie den
Markt schon kennen. Konkurrenz ist
gut, es gibt keinen Grund zur Furcht.
Aber wenn die brasilianischen Unternehmen nicht vorbereitet sind, verlieren sie Marktanteile, und zwar nicht
nur auf dem Weltmarkt, sondern
auch auf dem Binnenmarkt“, erklärt
Olavo Henrique Furtado, Koordinator der Aufbaustudiengänge und der
MBA-Studiengänge an der TrevisanHochschule für Betriebswirtschaft.
Brasilien gilt zwar als sechstgrößte
Volkswirtschaft der Welt, steht
aber im vom Weltwirtschaftsforum
erarbeiteten globalen Ranking der
wettbewerbsfähigsten Standorte nur
auf Platz 53. Brasilien profitiert von
einem der größten Binnenmärkte und
von einem guten Geschäftsklima,
aber das komplizierte Steuersystem,
die Ineffizienz der Verwaltung und
BRASILALEMANHA47
PMEs
KMUs
Para Paulo Alvim, gerente de acesso a mercados
do Sebrae Nacional, afirma que o melhor caminho
para a internacionalização das PME´S é por meio
das cadeias de fornecedores / Paulo Alvim, beim
SEBRAE für die Abteilung Marktzugang und
Finanzdienstleistungen zuständig, sieht den besten Weg
zur Internationalisierung für KMUs in den Lieferketten
Mais otimismo
na Alemanha
Apesar da crise europeia, a situação
das PMEs alemãs é a mais positiva
dos últimos 16 meses. Quase 90% das
PMEs alemãs classificam sua situação
atual dos negócios como positiva.
E uma em cada quatro empresas de
médio porte planeja contratar novos
funcionários nos próximos seis meses. É o que aponta um levantamento
do DZ Bank, quarto maior banco
alemão, feito com 1,5 mil PMEs. O
medo das consequências da crise da
dívida do euro, além disso, diminuiu
consideravelmente. “As empresas de
médio porte continuarão a ser um dos
motores econômicos da Alemanha em
2012 e devem contribuir para a redução da taxa de desemprego”, destaca o
economista-chefe do DZ Bank, Stefan
Bielmeier.
O levantamento apontou que 87%
das empresas entrevistadas consideram que sua situação de negócios é
boa ou muito boa, especialmente dos
segmentos de comércio, agrícola, de
alimentos e bens de consumo. Apenas
2,5% afirmam que piorou. A pesquisa
do DZ Bank também identificou uma
melhora significativa nas expectativas
de negócios das empresas alemãs de
médio porte. E 37% esperam uma
melhora na sua situação nos próximos seis meses. “Depois do primeiro
trimestre muito fraco, o crescimento
econômico deverá acelerar novamente.
Acreditamos que o PIB alemão suba,
em média, 1,4% em 2012”, afirma
Bielmeier, do DZ Bank.
Experiência
Dr. Sven Wieczorek, CEO Witte
Pumps & Technology GmbH, vê com
bons olhos o cenário para as PMEs na
Alemanha e, sem mencionar números,
projeta um ano muito positivo econo-
48BRASILALEMANHA
micamente para a Witte em 2012 – com
destaque para o mercado externo. Ele
só aponta dificuldade em encontrar
trabalhadores qualificados, nas regras
mal formuladas para o imposto sobre
herança e na pouca segurança política.
A empresa alemã Witte, produtora
de bombas e fundada em 1984, em
Uetersen, no norte da Alemanha, que
já iniciou seu processo de internacionalização e está presente inclusive
na China, está de olho no mercado
brasileiro. “Estamos montando uma
representação de vendas em São Paulo
em conjunto com a AHK”, adianta.
Para Henning Wrage, diretor de marketing da COG, este é o momento das
PMEs alemãs se voltarem para outros
mercados/países. O Brasil está no radar
da COG, mas ainda é preciso solucionar
alguns problemas. “Há a barreira da
lingua e dificuldades na importação por
parte de empresas brasileiras, porque
muitas não tem registro no sistema
Radar. Estamos atualmente buscando
estruturar canais de vendas no Brasil”,
destaca Wrage.
A empresa familiar alemã COG existe
há 145 anos em Pinneberg, próximo a
Hamburgo. Com cerca de 190 colaboradores, está no ramo da engenharia
mecânica e industrial como fabricante
de anéis (O-Rings) de precisão e vedações de elastômeros para diferentes setores. Sua administração já passa pela
quinta geração. “Pequenas e medias
empresas alemãs são geralmente mais
flexiveis que as grandes organizações.
Isso porque são mais rápidas e focadas
e, podem atender melhor as necessidades de seus clientes”, afirma Wrage. O
executivo avalia, entretanto, que falta
mão-de-obra e recursos restritos para
P&D e para investimentos em projetos
em fase inicial de PMEs na Alemanha.
maciço de empresas. No Brasil há,
ainda, várias possibilidades de exploração dos mercados regionais. Mas
o que se tem, no final das contas, é
uma dificuldade de se instalar uma
cultura exportadora e inovadora”,
avalia Costa, da ABDI. “As grandes
organizações têm uma parcela maior
das exportações e de internacionalização e, nesse sentido, o Brasil tem
o desafio de expandir a participação
de PMEs no mercado internacional”,
complementa.
Para Furtado, da Trevisan, diferente da Alemanha (vide box) onde
as PMEs são empurradas para o
mercado externo por não terem um
mercado interno tão amplo, o grande
desafio das PMEs brasileiras é de se
inserir internacionalmente. Em especial a pequena que não tem tradição
exportadora. “O Brasil se preocupa
em como aproveitar o bom momento
econômico, já as empresas alemãs
buscam sobreviver ao cenário de crise
econômica da Europa”, diz.
O melhor caminho para a internacionalização, especialmente para
as MPEs brasileiras, garante Paulo
Alvim, do Sebrae, é via cadeias de
fornecedores. Atualmente, cerca de
12 mil pequenas empresas brasileiras exportam diretamente, segundo
dados do Secex. “Elas sofrem um
risco maior, não apenas cambial,
mas de processo de comercialização no mercado internacional. A
forma mais fácil e mais tranquila,
até em termos de aprendizado, é na
participação de cadeias de valor que
estão sendo internacionalizadas, em
um processo de incorporação paulatino”, destaca. Segundo Alvim, as
MPEs têm se voltado mais para os
mercados de fronteira, ou seja, do
Mercosul e da América Latina.
Junho 2012
die Infrastrukturdefizite wirken sich nach der Erhebung
des Forums negativ aus. „Brasilien ist sehr bürokratisch,
aber der Mittelstand ist wichtig für die Wirtschaft und den
Arbeitsmarkt“, so Furtado. Nach Daten des Förderinstituts der mittelständischen Wirtschaft (SEBRAE) sind die
KMUs für 25% des BIP, 40% der Lohnsumme und 53%
der formellen Arbeitsplätze verantwortlich.
Eine Erhebung der Unternehmensberatung Deloitte hat
ergeben, dass die meisten brasilianischen Unternehmen
befürchten, wegen der Konkurrenz aus dem Ausland
Marktanteile auf dem Binnenmarkt zu verlieren. 40% der
Unternehmer sehen die Konkurrenz als eine der wichtigsten
Herausforderungen, vor denen sie im Jahr 2011 standen.
Deshalb punkten nach Ansicht von Fachleuten besonders die
KMUs, denen es gelingt, effizient zu arbeiten und sich vom
Markt abzuheben - v.a. durch Innovationen. „Viele glauben,
Innovation fände nur in der Industrie statt. Das ist Teil der
brasilianischen Kultur. Die große Herausforderung besteht
darin, Innovationen zu schaffen, etwas anders zu machen.
Es gibt viele Unternehmen, denen es durch eine Strategie der
Wertschöpfung gelingt, ihre Rentabilität und ihre Marktpräsenz zu erhöhen“, erklärt Paulo Alvim, der beim SEBRAE die
Abteilung Marktzugang und Finanzdienstleistungen leitet.
Innovation
Die Investitionen sowohl kleiner als auch großer Unternehmen, die von der Entwicklungsbank BNDES und von der
Finanzierungsagentur für Untersuchungen und Projekte
(FINEP) finanziert werden, werden sich 2012 voraussichtlich um 40% im Vergleich zum Vorjahr erhöhen. Im Jahr
2011 beliefen sich diese Investitionen auf R$ 3,5 Mrd. „Es
werden mehr Investitionen in Innovationen geplant, weil
die Investoren das Vertrauen zurückgewonnen haben“,
erklärt Luciano Coutinho, Präsident der BNDES und
Mitglied des vom brasilianischen Industrieverband (CNI)
koordinierten Projekts „Mobilisierung von Unternehmen
durch Innovation“ (Mobilização Empresarial pela Inovação
- MEI). „Die Unternehmer wissen, dass ihr Überleben von
Junho 2012
Investitionen in Innovation und Produktivität abhängt“,
betont CNI-Präsident Robson Braga de Andrade.
Eine weitere Innovationsinitiative, die sich allerdings
gezielt an kleine und mittelständische Unternehmen - oft
Zulieferer von großen Konzernen - richtet, ist Teil einer
Partnerschaft, die Ende 2011 zwischen der Behörde für
industrielle Entwicklung (ABDI), dem Verband der innovativen Unternehmen (ANPEI) und dem Ausschuss für
Technologie und Innovation der AHK São Paulo ins Leben
gerufen wurde. Diese Zusammenarbeit nimmt derzeit
Gestalt an. Vorgesehen sind u.a. Fachbesuche und die
Teilnahme an Messen in Deutschland. „Es soll ein unterstützendes Netzwerk geschaffen werden, um Innovationen
voranzutreiben. Wir wollen erreichen, dass brasilianische
und deutsche Unternehmen in diesem Bereich zusammenarbeiten“, betont Claudio Costa von der ABDI.
Internationalisierung
Über 95% der brasilianischen Unternehmen sind kleine
und mittelständische Unternehmen. Das ist in anderen
Ländern ebenso, besonders in den Industrieländern. „Was
uns von diesen Ländern unterscheidet, ist der Anteil der
KMUs an der Wertschöpfung und an den Exporten. Dieser Anteil ist angesichts der Vielzahl an KMUs sehr klein.
Es gibt in Brasilien noch viele Möglichkeiten, regionale
Märkte zu erschließen. Aber letzten Endes ist es schwierig,
eine Innovations- und Exportkultur zu schaffen“, so die
Einschätzung von Costa von der ABDI. „Die großen Unternehmen exportieren mehr und sind stärker internationalisiert. Brasilien steht vor der Herausforderung, den Anteil
der KMUs am Weltmarkt zu erhöhen“, ergänzt Costa.
Furtado von der Trevisan-Hochschule ist der Ansicht, im
Gegensatz zu Deutschland (siehe Box), wo die KMUs auf
den Weltmarkt gedrängt werden, weil der Binnenmarkt zu
klein ist, sei die Internationalisierung für den Mittelstand
in Brasilien eine große Herausforderung. Besonders die
kleinen Unternehmen hätten keine Außenhandelstradition.
„Brasilien will die günstige Konjunktur nutzen, während
BRASILALEMANHA49
PMEs
KMUs
es den deutschen Unternehmen angesichts der Wirtschaftskrise in Europa
ums Überleben geht“, so Costa.
Der beste Weg auf den Weltmarkt,
versichert Paulo Alvim vom SEBRAE,
ginge über Lieferketten. Dies gelte
besonders für die brasilianischen
KMUs. Nach Daten des Außenhandelssekretariats im Ministerium
für Entwicklung, Industrie und
Außenhandel (SECEX) exportieren
12.000 kleine brasilianische Unternehmen direkt. „Sie sind einem
höheren Risiko ausgesetzt. Neben
Wechselkursproblemen kann die
Vermarktung schwierig sein. Einfacher und risikofreier ist die Beteiligung an Wertschöpfungsketten, die
internationalisiert werden. Das ist ein
allmählicher Prozess“, betont Alvim.
Die brasilianischen KMUs konzentrierten sich in erster Linie auf die
Nachbarländer, also auf den Mercosur
und auf Lateinamerika.
“O grande desafio das PME´s brasileiras
é se inserir internacionalmente”, declara
Olavo Henrique Furtado, coordenador de
pós-gradução e MBA da Trevisan Escola de
Negócios / „Die große Herausforderung
für die brasilianischen KMUs ist die
Internationalisierung“, erklärt Olavo
Henrique Furtado, Koordinator der
Aufbaustudiengänge und der MBAStudiengänge an der Trevisan-Hochschule
für Betriebswirtschaft
Größerer Optimismus in Deutschland
Trotz der Krise in Europa geht es den
deutschen KMUs besser als in den
letzten 16 Monaten. Fast 90% beurteilen ihre derzeitige Lage positiv. Jedes
vierte mittelständische Unternehmen
plant, in den nächsten sechs Monaten
neue Mitarbeiter einzustellen. Das ist
das Ergebnis einer Erhebung der DZ
Bank, dem viertgrößten deutschen
Kreditinstitut, die unter 1.500 KMUs
durchgeführt wurde. Außerdem hat
die Angst vor den Folgen der EuroSchuldenkrise erheblich nachgelassen.
„Die mittelständischen Unternehmen
sind auch weiterhin die Wachstumsmotoren in Deutschland und werden
im laufenden Jahr voraussichtlich dazu
beitragen, die Arbeitslosenquote zu
senken“, betont der Chefökonom der
DZ Bank, Stefan Bielmeier.
87% der befragten Unternehmen
beurteilen ihre Lage gut oder sehr
gut, besonders im Handel, in der
Landwirtschaft, in der Lebensmittelindustrie und in der Konsumgüterindustrie. Nur 2,5% gaben an,
dass sich ihre Lage verschlechtert
habe. Die Erhebung der DZ Bank
hat außerdem ergeben, dass sich die
Erwartungen der mittelständischen
Unternehmen erheblich verbessert
haben. 37% gehen davon aus, dass
50BRASILALEMANHA
sich ihre Situation in den nächsten
sechs Monaten verbessern wird. „Nach
einem sehr schwachen ersten Quartal
sollte sich das Wirtschaftswachstum
wieder beschleunigen. Wir erwarten
für 2012 einen Anstieg des BIP um
durchschnittlich 1,4%“, erklärt Bielmeier von der DZ Bank.
Beispiele: Witte Pumps und COG
Dr. Sven Wieczorek, Geschäftsführer von Witte Pumps & Technology
GmbH, sieht die Zukunft für die
KMUs in Deutschland optimistisch.
Er nennt keine konkreten Zahlen,
geht aber davon aus, dass 2012 für
Witte ein sehr gutes Jahr wird - v.a.
auf dem Weltmarkt. Ein Problem sieht
Wieczorek lediglich darin, qualifizierte
Arbeitskräfte zu finden, in den unklaren Vorschriften zur Erbschaftssteuer
und in der politischen Unsicherheit.
Das Unternehmen, das seit 1984 im
norddeutschen Uetersen Pumpen produziert und bereits auf dem Weltmarkt
tätig ist, u.a. mit einer Präsenz in China, hat großes Interesse am brasilianischen Markt. „Wir bauen mithilfe der
AHK eine Verkaufsrepräsentanz in São
Paulo auf“, erklärt Wieczorek.
Henning Wrage, Geschäftsführer Marketing von COG, ist der Ansicht, die
deutschen KMUs müssten jetzt andere
Märkte und Länder erschließen. COG
hat Interesse am brasilianischen Markt,
aber noch müssen einige Probleme gelöst werden. „Da wäre zum einen die
Sprachbarriere und zum anderen die
Schwierigkeiten beim Import durch
brasilianische Unternehmen, von
denen viele nicht im RADAR-System
des brasilianischen Bundesfinanzamts
erfasst sind. Derzeit versuchen wir,
Vertriebskanäle in Brasilien zu strukturieren“, erklärt Wrage.
Das Familienunternehmen COG wurde vor 145 Jahren gegründet und hat
seinen Sitz in Pinneberg bei Hamburg.
COG beschäftigt ca. 190 Mitarbeiter
und stellt Präzisions-O-Ringe und
Elastomerdichtungen für verschiedene
Branchen her. Es befindet sich bereits
seit fünf Generationen in Familienbesitz. „Die kleinen und mittelständischen deutschen Unternehmen sind
im Allgemeinen flexibler als die großen
Konzerne. Denn sie sind schneller und
spezialisierter und könnten besser auf
die Bedürfnisse ihrer Kunden eingehen“, so Wagner. Andererseits fehle es
den deutschen KMUs an Arbeitskräften und an Mitteln für Forschung und
Entwicklung sowie für Investitionen in
neue Projekte.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA51
Artigo
Artikel
A nova classe
média do Brasil
Grandes mudanças na sociedade e no consumo
Isabel Schützer de Magalhães
e Ana Bauer*
No Brasil, mesmo nos tempos mais
difíceis, as pessoas sempre tiveram motivos para ser otimistas, e este otimismo
tem sido recompensado nos últimos
anos. Em 2003, 35% dos brasileiros
viviam abaixo da linha de pobreza.
Hoje, são apenas 20%.
Nesse período, 30 milhões de habitantes deixaram a classe baixa e ascenderam à classe média. Hoje, essa “nova
classe média”, junto com a classe média
tradicional, corresponde a mais da
metade da população (52%).
A “nova classe média” é fortemente
orientada pelo consumo, e revela espírito empreendedor: mais da metade
trabalha como autônoma ou são pequenos empresários. Entre estes, mais
de 50% são mulheres que sustentam as
suas famílias.
Graças à geração de empregos e a
melhores condições de crédito, mas
também a programas do governo, essas
pessoas podem, finalmente, realizar os
seus sonhos. Os antigos moradores de
favelas transformaram-se em consumidores, que exploram as suas novas
possibilidades com entusiasmo.
A “nova classe média” é o grupo que
mais se beneficiou do aquecimento
econômico dos últimos anos. A sua
enorme necessidade de recuperação
transformou-a em um decisivo fator no
mercado de consumo. Atualmente, este
grupo já é responsável por 65%-70% do
poder de compra no Brasil.
Quem consegue entender a mentalidade dessa “nova classe média” e reconhecer os seus sonhos e necessidades,
pode atender esse grupo integrado por
52BRASILALEMANHA
ávidos consumidores com produtos e
serviços específicos. Trata-se de um
segmento bastante promissor.
Os componentes da “nova classe
média” têm origem na classe menos
favorecida. Lutaram diariamente pela
sobrevivência e pelo sustento de suas
famílias, com uma criatividade enorme
e uma inventividade notável. Agora,
finalmente, têm condições de consumir
em um nível que vai além das necessidades básicas. Não é uma questão de
adaptação ao estilo e aos hábitos dos
“ricos” - mas de um código próprio,
no qual está refletido o orgulho de sua
origem e a sua autoconfiança.
O otimismo, tão típico da sociedade
brasileira, fica mais evidente entre a
“nova classe média” : com base na
confiança nas próprias capacidades e
no próprio desempenho, considerase que o futuro só pode ser cada vez
melhor. Para tanto, as pessoas estão
dispostas a fazer grandes sacrifícios:
trabalhar muito, renunciar às férias,
ter uma educação contínua - tudo isso
é considerado absolutamente normal. A
marca da “nova classe média” é um forte empreendedorismo: ser o seu próprio
chefe é um grande sonho, que muitos
realizam através de idéias criativas de
negócios, especialmente no setor de
serviços. Hoje, aproximadamente 55%
das pessoas da “nova classe média” têm
seu próprio negócio.
Tudo que se faz, porém, não é feito
apenas para satisfazer as próprias
necessidades; trata-se, muito mais,
das necessidades da comunidade, e
especialmente da família. A vida na
comunidade e pertencer a um grupo
são valores muito importantes. Por isso,
em termos de estilo, também, o impor-
tante não é destacar a individualidade
e alteridade, mas, revelar a integração,
“o pertencer a”. A dedicação ao grupo,
a ajuda mútua, ações conjuntas - isso
dá sentido à vida, isso deixa as pessoas
contentes. Os integrantes da “nova
classe média” vivem em bairros vibrantes, e a religião, com muitos rituais
focados na comunidade, constitui uma
importante âncora em suas vidas.
A “nova classe média” é plena de gratidão: a vida, assim como ela está, é uma
vida boa. Os seus integrantes estão
dispostos a dar muito, a fazer muitos esforços - e a colher os frutos. A sua atitude
básica positiva é evidente. Investimentos
em educação são considerados garantias
para um futuro ainda melhor, um futuro
seguro. Isso vale tanto para a própria
capacitação contínua quanto para uma
boa educação escolar para os filhos. Uma
graduação universitária é um símbolo de
status e vale muitos esforços.
Sempre olham para frente, para o futuro. Têm orgulho das realizações, mas
pensam que as coisas poderiam ser
ainda melhores. Com muita ambição,
flexibilidade e adaptabilidade, mas
também com perseverança e disciplina,
os membros da “nova classe média”
querem alcançar suas metas pessoais.
É justamente este fôlego, este desempenho, que diferencia a “nova classe
média“ da classe média tradicional
no Brasil. A classe média tradicional
também foi beneficiada pelo aquecimento econômico, mas o padrão de
vida sofreu alterações menos drásticas.
Enquanto a “nova classe média” foi
praticamente catapultada para uma
vida nova, para a classe média tradicional, os benefícios vieram em forma de
melhorias materiais em um nível já alto.
Tanto que a classe média tradicional
olha para o futuro com mais tranquilidade e é menos preocupada com a
ascenção social. Importante para ela é
manter o atual padrão de vida.
Tanto a classe média tradicional quanto
a “nova classe média” são muito otimistas e adeptas à modernidade. Os
dois grupos estão entre os primeiros
a adotar coisas novas e mostram alta
receptividade e curiosidade frente a
inovações. Ambos são consumidores
bem informados e com muito conhecimento de mercado, como por exemplo
Junho 2012
Paulo Vitor / Agência Estado
A “nova classe média”
brasileira, integrada
por mais de 30
milhões de pessoas,
foi a mais beneficiada
com o recente
desenvolvimento
econômico do País
/ Über 30 Mio.
Menschen bilden die
„neue Mittelschicht“,
die am stärksten
von der jüngsten
wirtschaftlichen
Entwicklung in
Brasilien profitiert hat
Die neue Mittelschicht in Brasilien
Gesellschaft und Konsum werden entscheidend beeinflusst
Isabel Schützer de Magalhães
und Ana Bauer*
In Brasilien fanden die Menschen
selbst in den schwerstens Zeiten
Grund zum Optimismus, und diese
Zuversicht wurde in den vergangenen
Jahren tatsächlich belohnt. Im Jahr
2003 lebten noch 35% der Brasilianer
unter der Armutsgrenze. Heute sind
es nur noch ca. 20 %.
30 Millionen Einwohner sind von der
Unterschicht in die Mittelschicht aufgestiegen, die „Neue Mittelschicht“
umfasst zusammen mit der traditionellen Mittelschicht inzwischen
etwas mehr als die Hälfte der Bevölkerung (52 %).
Die „Neue Mittelschicht“ ist extrem
konsumorientiert, und sie zeigt
unternehmerische Initiative: Überdurchschnittlich viele der Aufsteiger
sind (kleine) Selbständige. Jeder
zweite Kleinunternehmer ist eine
Frau, die ihre Familie ernährt.
Durch neu entstandene Arbeitsplätze, verbesserte Kreditbedingungen,
aber auch durch Sozialprogramme
der Regierung sind diese Menschen
zum ersten Mal in ihrem Leben in
der Lage, sich etwas zu wünschen.
Aus ehemaligen Bewohnern von
Junho 2012
Elendsquartieren sind Konsumenten
geworden, die ihre neuen Möglichkeiten begeistert ausleben.
Die „Neue Mittelschicht“ ist diejenige
Gruppe, die am stärksten vom Wirtschaftsboom der vergangenen Jahre
profitiert. Mit ihrem enormen Nachholbedarf ist diese aufstrebende Gesellschaftsschicht ein entscheidender
Motor für den privaten Konsum. Schon
heute gehen 65 – 70% der Kaufkraft des
Landes von dieser Gruppe aus.
Wer versteht, wie diese „Neue Mittelschicht“ tickt, wer ihre spezifischen
Wün-sche und Bedürfnisse kennt, der
kann dieser extrem konsumfreudigen
Gruppe mit maßgeschneiderten Angeboten begegnen und in diesem Segment
erfolgreich sein.
Die Menschen der „Neuen Mittelschicht“ wurden in der Unterschicht
geboren. Mit enormer Kreativität und
ausgeprägtem Ideenreichtum haben sie
jeden Tag aufs Neue ums Überleben gekämpft und ihre Familie durchgebracht.
Jetzt endlich können sie sich etwas
leisten. Dabei geht es nicht darum, den
Stil und Habitus der „Reichen“ zu adaptieren – sondern mit ihren ganz eigenen
Codes, in denen sich der Stolz auf die
eigene Herkunft und das Selbstbewusstsein dieser Gruppe widerspiegelt.
Der für die brasilianische Gesellschaft typische Zukunftsoptimismus
wird in der „Neuen Mittelschicht“
überdeutlich: Mit ausgeprägtem
Vertrauen in die eigene Kraft und
Leistungsfähigkeit geht man hier
davon aus, dass die Zukunft einfach
nur noch viel besser werden kann.
Dafür ist man bereit, großen Einsatz
zu bringen: Viel zu arbeiten, auf
Urlaub zu verzichten, sich stetig weiterzubilden ist selbstverständlich. Die
„Neue Mittelschicht“ kennzeichnet
ein ausgeprägter Unternehmergeist:
Sein eigener Chef zu sein ist ein
großer Traum, den viele durch kreative Geschäftsideen vor allem im
Dienstleistungsbereich in die Tat umsetzen. Derzeit haben etwa 55% der
Mitglieder der „Neuen Mittelklasse“
ein eigenes Geschäft.
Alles, was man tut, geschieht jedoch
nicht in erster Linie für sich selbst,
sondern für die Gemeinschaft, das
heißt hier vor allem für die Familie.
Das Leben in der Community, das
Dazugehören zur Gruppe, hat einen
hohen Stellenwert. Auch in stilistischer Hinsicht geht es deshalb nicht
um das Herausstellen von Individualität und Anderssein, sondern
gerade um die Demonstration von
BRASILALEMANHA53
Artigo
Artikel
em relação a preços, condições de
pagamento, descontos etc.
Especialmente a “nova classe média” é
entusiasmada com coisas novas, querendo explorar todas as suas possibilidades. São consumidores empolgados
e espontâneos. O consumo é um sinal
de integração a um grupo, revela que
uma pessoa conseguiu chegar lá, que
ela pode ser dar esse luxo. O consumo
é divertimento, é curtição.
Por isso, importantes mercados para
a “nova classe média” são: cosméticos
e produtos de beleza; o carro como
símbolo de status; e todos os tipos de
eletroeletrônicos: computadores, elet-
rodomésticos e equipamentos de áudio
e vídeo, celulares, laptops, refrigeradores, máquinas de lavar e televisores.
Portanto, a “nova classe média” precisa
de ofertas específicas, com uma atenção
especial quanto às modalidades de pagamento. Quem vende para este público
deve dar atenção aos clientes e tratá-los
com respeito, não apenas como consumidores, mas como seres humanos;
deve falar a sua língua e apoiá-los com
conselhos e suporte – deve fazer isso
em paralelo ao processo de venda. Deve
enfocar, em vez do indivíduo, a família e
a comunidade. A comunicação deve ser
calorosa e confiável.
Zugehörigkeit und Integriert-Sein. Sich für die Gruppe
zu engagieren, zu helfen, etwas gemeinsam zu tun ist
sinnstiftend und schafft Zufriedenheit. Die Menschen der
„Neuen Mittelschicht“ leben in einer lebendigen Nachbarschaft und gerade auch die Religion mit ihren vielfältigen
gemeinschaftsbezogenen Ritualen ist ein wichtiger Anker
in ihrem Leben.
Die „Neue Mittelschicht“ ist von einer großen Dankbarkeit
erfüllt: Das Leben, so wie es ist, ist ein gutes Leben. Sie sind
bereit, viel zu geben, viel zu leisten – und dafür belohnt
zu werden. Ihre positive Grundhaltung ist überdeutlich.
Vor allem die Investition in Bildung gilt ihnen als Garant
für eine noch bessere und sichere Zukunft. Dies betrifft
die eigene Weiterbildung, vor allem aber auch die gute
Schulbildung der Kinder. Ein Hochschulabschluss gilt als
Statussymbol, für dessen Erlangen hart gearbeitet wird.
Immer ist der Blick nach vorn, weiter in die Zukunft gerichtet. Man ist stolz auf das Erreichte, aber es kann doch
immer noch besser werden. Mit großer Strebsamkeit,
Flexibilität und Anpassungsbereitschaft, aber auch mit
Durchhaltevermögen und Disziplin arbeiten die Mitglieder
der „Neuen Mittelschicht“ auf das Erreichen ihrer persönlichen Ziele hin.
Gerade diese große Antriebskraft, diese enorme Einsatzbereitschaft sind es, die die „Neue Mittelschicht“
von der traditionellen Mittelschicht in Brasilien unterscheidet. Auch die traditionelle Mittelschicht hat vom
Wirtschaftsboom profitiert, aber hier sind die Veränderungen im Lebensstandard weniger drastisch. Während
die „Neue Mittelschicht“ in den letzten Jahren förmlich
in ein anderes Leben katapultiert wurde, geht es für die
traditionelle Mittelschicht um materielle Verbesserungen
auf ohnehin höherem Niveau. In Bezug auf die Zukunft
ist die traditionelle Mittelschicht deshalb entspannter und
weniger aufstiegsorientiert. Ziel ist es hier, den derzeitigen
Lebensstandard zu halten.
Traditionelle wie „Neue Mittelschicht“ kennzeichnet
ein ausgeprägter Zukunftsoptimismus und eine große
54BRASILALEMANHA
Pois, apesar de toda a receptividade para
coisas novas, as pessoas da “nova classe
média” ainda são consumidores inseguros, que procuram, neste novo mundo,
referências àquilo que já conhecem,
àquilo ao que já estão acostumados.
Isabel Schützer de Magalhães e Ana
Bauer, atuando há mais de 25 anos com
pesquisa qualitativa de mercado, são
diretoras da Brazilintervisions. Nessa
atividade, desenvolveram abordagem
própria, assessorando empresas e investidores interessados em ampliar a sua
presença no País.
Mais informações sobre as atividades
da Brazilintervisions podem ser obtidas,
acessando: www.Brazil-interVisions.com
Offenheit gegenüber Modernität. Beide Gruppen sind
Early Adopters, die Innovationen mit Aufgeschlossenheit
und Neugier gegenüberstehen. Beide sind gut informierte
Verbraucher, die z.B. im Hinblick auf Preise, Zahlungskonditionen, Rabatte etc. eine ausgeprägte Marktkenntnis
aufweisen.
Insbesondere die „Neue Mittelschicht“ ist begeistert von
allem Neuen, sie möchte ihre Konsummöglichkeiten voll
ausschöpfen. Enthusiasmus und Spontaneität kennzeichnen ihr Konsumverhalten. Durch Konsum zeigt man, dass
man dazugehört, dass man es geschafft hat, dass man es
sich leisten kann. Konsum ist Spaß und Genuss.
Wichtige Konsumbereiche der „Neuen Mittelschicht“ sind
deshalb: Kosmetik und Schönheit; das Auto als Statussymbol, sowie alle Art von IT-, Haushalts- und Unterhaltungselektronik, wie z.B. Mobiltelefone, Laptops, Kühlschränke,
Waschmaschinen, Fernseher.
Die „Neue Mittelschicht“ braucht deshalb maßgeschneiderte Angebote, insbesondere im Hinblick auf Zahlungsmodalitäten. Anbieter in diesem Segment sollten ihren
Kunden Aufmerksamkeit und Respekt entgegenbringen, sie
als Men-schen und nicht nur als Konsumenten sehen; ihre
Sprache sprechen, ihnen mit Rat und Unterstützung – auch
über den Kauf hinaus – zur Seite stehen. Angebote sollten
nicht den Einzelnen, sondern die Familie, die Gemeinschaft im Blick haben. Die Ansprache sollte warmherzig
und vertrauenswürdig sein.
Denn bei aller Offenheit für das Innovative handelt es sich
bei den Angehörigen der „Neuen Mittelschicht“ auch um
noch unsichere Konsumenten, die in der neuen Vielfalt Anknüpfungspunkte an das Bekannte und Vertraute suchen.
Isabel Schützer de Magalhães und Ana Bauer sind seit über
25 Jahren in der qualitativen Marktforschung tätig und leiten
das Unternehmen Brazilintervisions. Brazilintervisions berät
Unternehmen und Investoren, die ihre Präsenz in Brasilien
ausbauen wollen.
Weitere Informationen finden sich unter
www.Brazil-Intervisions.com
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA55
Sustentabilidade
Nachhaltigkeit
Separação de placas
moídas de computadores
para reciclagem /
Getrennte Sammlung von
Computerschrott zum
Recycling
O trabalho não acaba
na prateleira
Cada vez mais, ganha
espaço a concepção de que
as empresas devem ser
responsáveis pelo produto
em todo o seu ciclo de uso,
da fabricação ao descarte
Agência Estado
Raquel Sander
A responsabilização das empresas por
todo o ciclo de vida dos produtos é um
caminho sem volta, seja pela lei, pela
pressão de consumidores e sociedade
ou mesmo pela conscientização dos
próprios dirigentes das companhias.
O tema ganhou mais força no Brasil a
partir da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) pelo
governo federal em agosto de 2010. A
PNRS determina, entre outros pontos,
que o setor produtivo implante sistemas
de logística reversa, pelos quais os produtos ou embalagens, após usados pelos consumidores, são recolhidos para
serem reciclados ou terem a destinação
ambientalmente correta.
A legislação estipula que a logística
reversa, inicialmente, seja implementada por fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de agrotóxicos (resíduos e embalagens), pilhas
O setor de pilhas e baterias é
um dos que deverão implantar a
logística reversa, de acordo com a
PNRS / Nach den PNRS-Vorgaben
müssen die Hersteller von Akkus
und Batterien ein System der
Entsorgungslogistik einführen
56BRASILALEMANHA
Eduardo Nicolau / Agência Estado
e baterias, pneus, óleos lubrificantes
(resíduos e embalagens), lâmpadas
(fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista) e produtos
eletroeletrônicos e seus componentes.
O artigo 33 da lei também ressalta que
a aplicação do sistema se estenderá a
produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro e
aos demais produtos e embalagens, a
partir de regulamentos ou termos de
compromisso firmados entre o poder
público e o setor empresarial.
E como as empresas estão se saindo?
Segundo André Vilhena, diretor-executivo do Cempre (Compromisso
Empresarial para Reciclagem), uma
associação empresarial dedicada à
promoção da reciclagem e da gestão
integrada do lixo, o desempenho varia
de setor para setor. “Nos segmentos
de embalagens de óleos lubrificantes,
embalagens de agrotóxicos e pneus, já
existe a logística reversa implantada.
Em eletroeletrônicos, algumas empresas fazem, outras ainda não, a mesma
coisa para pilhas e baterias. Para alguns
setores, o desafio é grande, como o
de lâmpadas, por exemplo, em que é
preciso encontrar uma equação econômica que não inviabilize o comércio
dos produtos em algumas regiões mais
distantes dos polos de reciclagem”,
afirma Vilhena.
Junho 2012
Die Verantwortung endet nicht
im Supermarkt
Unternehmen werden heute zunehmend für den gesamten Lebenszyklus ihrer Produkte, von der
Herstellung bis zur Entsorgung, verantwortlich gemacht
Raquel Sander
Unternehmen werden heute für den gesamten Lebenszyklus ihrer Produkte verantwortlich gemacht, sei es gesetzlich, auf Druck der Verbraucher und der Gesellschaft oder
auch, weil sich die Unternehmensleiter selbst ihrer Verantwortung bewusst sind. Diese Entwicklung ist nicht mehr
rückgängig zu machen. In Brasilien gewann das Thema
im August 2010 an Bedeutung, als die Bundesregierung
die nationale Abfallpolitik (PNRS - Política Nacional de
Resíduos Sólidos) verabschiedete. Die PNRS schreibt u.a.
vor, dass das produzierende Gewerbe Systeme der Entsorgungslogistik einführen muss, über die die Produkte oder
Verpackungen nach ihrer Verwendung gesammelt und
Junho 2012
entweder recycelt oder ökologisch korrekt entsorgt werden.
Diese Vorschrift gilt zunächst für die Hersteller, Importeure,
Großhändler und Händler von Pflanzenschutzmitteln (Reststoffe und Verpackungen), Akkus und Batterien, Reifen,
Schmierölen (Reststoffe und Verpackungen), Leuchtmitteln
(Leuchtstoffröhren, Quecksilberdampflampen und Mischlichtlampen) sowie von elektrischen und elektronischen
Geräten und ihren Bauteilen. Artikel 33 des Gesetzes bestimmt außerdem, dass die Vorschrift später erweitert wird
auf Produkte, die in Plastik-, Metall- oder Glasverpackungen vertrieben werden, und auf alle übrigen Produkte und
Verpackungen, und zwar über zusätzliche Regelungen oder
über Abkommen, die zwischen der öffentlichen Verwaltung
und der Privatwirtschaft geschlossen werden.
BRASILALEMANHA57
Sustentabilidade
Nachhaltigkeit
As distâncias são, na opinião dele, um
dos maiores obstáculos a serem enfrentados pelas empresas. “Na verdade, o
grande desafio do Brasil é a dimensão
continental. Nesse sentido, o transporte
é o item de maior peso na equação de
custos. Então, o desafio é fazer com
que o resíduo transite a menor distância
possível, e com isso é preciso expandir
as unidades de reciclagem pelo País para
que não haja necessidade de transportar
o que é coletado por grandes distâncias.”
Vilhena ressalta que é fundamental,
também, o papel dos consumidores.
“Principalmente em alguns setores,
como o de eletroeletrônicos, os consumidores não têm o hábito de devolver o
equipamento. Ou a pessoa fica com o
equipamento por muito tempo ou ela
doa para alguém que poderá reutilizá-lo,
então até ele chegar ao fim da sua vida
útil demora bastante. A participação da
população é fundamental e ainda é um
gargalo grande no País. Apesar de que,
58BRASILALEMANHA
Creative Commons / Thimothy Boyd / flickr.com
Disponibilizar os produtos aos
consumidores é apenas uma etapa da
cadeia produtiva / Der Verkauf an
die Verbraucher ist nur ein Teil des
Produktlebenszyklus
em muitos lugares, os cidadãos querem
colaborar, até separam o lixo e encaminham os materiais para programas
empresariais e cooperativas de catadores, onde a prefeitura não faz a coleta
seletiva. Aliás, é importante mencionar
que as prefeituras têm até 2014 para
implantar a coleta seletiva e para acabar
com os lixões [de acordo com a PNRS].”
Pelas estimativas do diretor-executivo
do Cempre, o percentual de reciclagem
da fração seca do lixo, hoje, gira em
torno de 20% e, com a implantação
plena da logística reversa, esse índice
poderia ser dobrado em cinco ou dez
anos e chegar a 70% dentro de 20 anos.
Do berço ao berço
Com a sustentabilidade ocupando cada
vez mais o centro do cenário corporativo, além da logística reversa, vêm
ganhando espaço no País conceitos e
modelos que estipulam visões globais
do ciclo de uso dos produtos.
Junho 2012
Und wie kommen die Unternehmen damit zurecht?
André Vilhena, Leiter des Verbands CEMPRE (Selbstverpflichtung von Unternehmen zum Recycling), der sich
für die Förderung des Recyclings und für ein integriertes
Abfallmanagement einsetzt, erklärt, das sei von Branche
zu Branche unterschiedlich. „Bei den Verpackungen von
Schmierölen, den Verpackungen von Pflanzenschutzmitteln und bei Reifen gibt es bereits eine Entsorgungslogistik.
Bei den elektrischen und elektronischen Produkten haben
einige Unternehmen entsprechende Systeme eingeführt,
andere noch nicht; dasselbe gilt für die Hersteller von
Akkus und Batterien. Einige Branchen stehen dabei vor
einer großen Herausforderung, wie z.B. die Hersteller
von Leuchtmitteln, die eine ökonomische Lösung finden
müssen, damit der Handel in einigen Regionen, die weit
von den Sammelstellen entfernt sind, weiterhin möglich
ist“, erklärt Vilhena.
Die Entfernungen sind seiner Ansicht nach mit das größte
Problem: „Die wahre Herausforderung in Brasilien ist die
enorme Größe des Landes. Der Transport ist der teuerste
Posten in der Kostenaufstellung. Es muss also dafür gesorgt
werden, dass die Entfernungen möglichst gering sind, und
deshalb müssen mehr Recyclingstandorte entstehen.“
Vilhena betont, auch die Verbraucher spielten eine wichtige
Rolle: „Besonders in einigen Branchen, wie bei den elektrischen und elektronischen Produkten, sind es die Verbraucher nicht gewohnt, die Geräte zurückzugeben. Entweder
behalten sie die Geräte sehr lange, oder sie verschenken sie
weiter. Es dauert also ziemlich lange, bis der Produktlebenszyklus endet. Es ist äußerst wichtig, dass die Bevölkerung
sich aktiv beteiligt. Das funktioniert in Brasilien noch nicht.
Aber es gibt auch viele Menschen, die mitmachen wollen, die
den Müll trennen und, falls die Stadtverwaltung keine getrennte Abfuhr anbietet, an Unternehmen mit entsprechenden Programmen und an Kooperativen von Müllsammlern
Junho 2012
weiterleiten. Übrigens wurde den Stadtverwaltungen [im
Rahmen der PNRS] eine Frist bis 2014 gesetzt - dann müssen sie eine getrennte Müllabfuhr anbieten und die wilden
Müllkippen entfernt haben.“
Nach Einschätzung von Vilhena liegt der Recyclinganteil
bei den Trockenabfällen heute bei ca. 20%. Wenn die
Entsorgungslogistik durchgängig eingeführt ist, könnte
sich dieser Anteil in fünf oder zehn Jahren verdoppeln und
innerhalb von 20 Jahren auf 70% steigen.
Von der Wiege bis zur Wiege
Die Nachhaltigkeit wird für Unternehmen immer wichtiger, und neben der Entsorgungslogistik gewinnen auch
Konzepte und Modelle an Bedeutung, die den Produktlebenszyklus ganzheitlich betrachten.
Ein solches Konzept ist das Cradle-to-Cradle-Prinzip
(„Von der Wiege bis zur Wiege“) des deutschen Chemikers
Michael Braungart und des US-amerikanischen Architekten William McDonough. Das Konzept schlägt eine
Neugestaltung der industriellen Verfahren vor, damit die
Produkte immer wieder verwendet werden können, sei es
in der Produktionskette oder in der Natur, und kein Müll
mehr produziert wird.
Dabei orientiert sich das Konzept an der Natur und basiert auf drei Grundprinzipien: Abfall ist Nahrung (in
der Natur sind Organismen, die verfallen, Rohstoffe für
andere Organismen), die Nutzung erneuerbarer Energien
in der Produktion und die Unterstützung von Diversität
(im Gegensatz zur Einförmigkeit der traditionellen Industrieproduktion entwickeln sich natürliche Systeme durch
Komplexität). Andere wichtige Bestandteile des Modells
sind die Zusammenarbeit von Fabrikanten, Lieferanten,
Verbrauchern und Regierungen und die Verwendung sicherer Materialien, die kein Gesundheitsrisiko darstellen.
Die Unternehmensberatung KCA, die im August ein Büro
BRASILALEMANHA59
Nachhaltigkeit
É o caso do Cradle to Cradle (do berço ao berço, em português), modelo
criado pelo químico alemão Michael
Braungart e pelo designer e arquiteto
norte-americano William McDonough.
Resumidamente, o Cradle to Cradle
propõe um redesenho dos processos
industriais de modo a permitir que os
produtos sejam sempre reutilizados,
seja na cadeia produtiva, seja na natureza, acabando com a existência do lixo,
de resíduos que não são aproveitados.
Inspirado na natureza, o Cradle to Cradle tem três princípios fundamentais:
resíduo = insumo (no ciclo natural,
um organismo que fenece serve de
matéria-prima para outro organismo
se desenvolver), o uso de energia solar
(e de outras fontes renováveis) para a
produção e a celebração da diversidade
(a natureza, ao contrário dos esquemas
uniformes da produção industrial
tradicional, se desenvolve através da
complexidade). Outras questões importantes no modelo são o trabalho
em rede de fabricantes, fornecedores,
consumidores e governos, e o uso de
materiais seguros, que não ofereçam
riscos para a saúde de quem entra em
contato com eles.
Com previsão de abrir um escritório
em São Paulo em agosto deste ano,
a empresa de consultoria KCA é a
representante no Brasil da agência
científica alemã EPEA (Environmental
Protection Encouragement Agency),
fundada pelo Prof. Dr. Braungart,
e oferece assessoria a empresas que
Filipe Araújo / Agência Estado
Sustentabilidade
Reciclagem é parte fundamental do ciclo de uso dos produtos /
Ein sehr wichtiger Teil des Produktlebenszyklus ist das Recycling
queiram colocar em prática os princípios do Cradle to Cradle.
Na opinião do sócio-fundador da KCA,
Alexandre Gobbo Fernandes, um dos
grandes desafios das companhias interessadas em aplicar o modelo refere-se
às metas de longo e de curto prazo.
“Existe a questão da exigência por
respostas muito rápidas no dia a dia
corporativo. As empresas não podem
experimentar muito, a maioria das
empresas médias tem de ter metas
mais imediatistas. Quando se fala em
sustentabilidade, normalmente, isso
implica planejar, ter visão de longo
prazo. Mas, quando você trabalha
com metas de longo prazo e consegue
entender que elas ajudam você a tomar
uma decisão no curto prazo, e essa
decisão faz você recuperar o valor
dos investimentos no curto prazo...
esse eu acho que talvez seja o grande
desafio. É preciso quebrar o paradigma
in São Paulo eröffnen will, vertritt in Brasilien das von Prof.
Dr. Braungart gegründete wissenschaftliche Beratungsinstitut EPEA (Environmental Protection Encouragement
Agency) und berät Unternehmen, die die Cradle-to-CradlePrinzipien umsetzen wollen.
Alexandre Gobbo Fernandes, Mitbegründer und Teilhaber
von KCA, sieht eine der großen Herausforderungen für interessierte Unternehmen in den lang- und kurzfristigen Zielen:
„Im Unternehmensalltag werden sehr schnelle Antworten gefordert. Die Unternehmen haben nicht viel
Spielraum für Experimente, und die meisten mittelständischen Unternehmen müssen sich kurzfristigere Ziele
setzen. Nachhaltigkeit hingegen bedeutet normalerweise
eine langfristige Planung und langfristige Ziele. Aber
bei der Arbeit mit langfristigen Zielen zeigt sich, dass
diese auch dabei helfen, kurzfristige Entscheidungen
zu treffen, die sich auch kurzfristig auszahlen... Das
60BRASILALEMANHA
da sustentabilidade como apenas ser
sustentável ao longo do tempo, e abrir
a avenida de oportunidades que existem no presente, na gestão da cadeia e
na transformação de produtos”, afirma
o executivo.
Ele ressalta que o Cradle to Cradle estipula a definição de metas claras. “Essa
avenida de oportunidades começa a ser
aberta quando é desenhado o que chamamos de roadmap, um plano de voo
transparente, com metas tangíveis, que
podem ser comunicadas claramente
para os clientes e fornecedores. É planejamento no longo prazo, claro, mas
com ações no curto prazo que trazem
retorno no curto prazo.”
Em nível internacional, hoje há cerca
de 500 produtos certificados de acordo
com os critérios do Cradle to Cradle,
e Fernandes acredita que, no Brasil, se
consiga alcançar a certificação de 100
produtos até o final de 2013.
halte ich für die große Herausforderung. Wir müssen
mit der Vorstellung aufräumen, dass Nachhaltigkeit nur
langfristig sinnvoll ist, und die Möglichkeiten nutzen,
die sich jetzt bieten, im Management der Produktionskette und in der Verarbeitung von Produkten“, erklärt
Fernandes.
Das Cradle-to-Cradle-Prinzip erfordere eine klare Definition von Zielen: „Die Möglichkeiten werden deutlich, wenn
eine sogenannte Roadmap erstellt wird, eine transparente
Strategie mit konkreten Zielen, die Kunden und Lieferanten
klar kommuniziert werden können. Die Planung ist natürlich langfristig, aber sie enthält auch kurzfristige Aktionen,
die sich kurzfristig auszahlen.“
Weltweit sind heute etwa 500 Produkte nach den Cradleto-Cradle-Prinzipien zertifiziert, und Fernandes geht
davon aus, dass es in Brasilien bis Ende 2013 etwa 100
zertifizierte Produkte geben wird.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA61
Sustentabilidade
Sustentabilidade
Nachhaltigkeit
Soja livre de transgênicos
briga por espaço nas
exportações brasileiras
País avança na comercialização de produtos não geneticamente modificados, mas ainda
enfrenta desafios para garantir o seu embarque para o exterior
Rafaela Natacci Musto
Enquanto a produção de variedades
geneticamente modificadas cresce
ao redor do mundo, a população dos
países da União Europeia tem mostrado forte resistência ao consumo de
alimentos que contenham transgênicos
em sua composição.
Nessa direção, a Associação Brasileira
de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) e o
governo do Estado da Baviera firmaram
um acordo que prevê, por parte do
Brasil, o fornecimento de farelo de “soja
livre” para a ração animal utilizada no
Estado alemão.
A parceria agrícola, concordada em
março deste ano, assegura a exportação
de 200 mil toneladas por ano do produto e, por meio de um grupo de trabalho,
reunirá comerciantes agrícolas, representantes da Abrange e do Ministério
62BRASILALEMANHA
da Alimentação, Agropecuá­r ia e Silvicultura do Estado da Baviera.
Atualmente, a região importa 800 mil
toneladas por ano de ração animal à
base de soja – a maior parte geneticamente modificada – principalmente
dos Estados Unidos, do Brasil e da
Argentina, que são, respectivamente,
os maiores produtores e exportadores
de grãos mundiais. As três nações
também representam os mercados
mais permissivos ao cultivo de espécies
transgênicas e, segundo o ISAAA (International Service for the Acquisition
of Agribiotech Applications), dedicaram 69 milhões (EUA), 30,3 milhões
(Brasil) e 23,7 milhões (Argentina) de
hectares em 2011 para a plantação de
espécies geneticamente modificadas.
Para o diretor-executivo de Pesquisa e
Desenvolvimento da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Mauricio Antonio Lopes, o
aumento do uso de transgênicos tem
a ver com os desafios enfrentados para
garantir uma produção de alimentos
compatível com o crescimento populacional. “Um País tropical como o
nosso, diferentemente daqueles localizados em regiões temperadas, tem
grande diversidade de ambientes para
agricultura, pecuária e silvicultura,
assim como uma estrutura fundiária
complexa e padrões diversificados de
utilização tecnológica, de infraestrutura e logística. Portanto, não há como
imaginar a ampliação da produção, da
produtividade e da competitividade
agropecuária sem se lançar mão de amplo arsenal de pesquisas e tecnologia,
do qual fazem parte a biotecnologia e a
transgenia, que nos permite responder,
de forma sustentável, rápida e independente, a problemas que comprometam
o desempenho futuro do agronegócio”,
explica Lopes.
Junho 2012
Sergio Ranalli/ Pulsar Imagens
Europa importiert gentechnikfreie
Soja aus Brasilien
- v.a. aus den USA, Brasilien und ArBrasilien bringt immer mehr gentechnikfreie Produkte auf den
Markt, aber der Export gestaltet sich noch schwierig
Rafaela Natacci Musto
Während weltweit immer mehr
gentechnisch modifizierte Sorten
angebaut werden, weigert sich die
Bevölkerung in der Europäischen
Union standhaft, Lebensmittel zu
konsumieren, in denen transgene
Organismen enthalten sind.
Vor diesem Hintergrund haben
der brasilianische Verband der
Produzenten von gentechnikfreiem
Getreide (ABRANGE) und die bayerische Regierung im März 2012
Junho 2012
ein Abkommen über die Lieferung
von gentechnikfreiem Sojaschrot für
Tierfutter unterzeichnet.
Damit wird der Export von jährlich
200.000 Tonnen gentechnikfreien
Sojaschrots vertraglich gewährleistet.
Außerdem wurde eine Arbeitsgruppe
eingerichtet aus Agrarhändlern und
Vertretern der ABRANGE und des
bayerischen Staatsministeriums für Ernährung, Landwirtschaft und Forsten.
Derzeit importiert Bayern im Jahr
800.000 Tonnen Futtermittel auf Sojabasis - größtenteils genmodifizierte Soja
gentinien, den größten Getreideproduzenten und -exporteuren der Welt.
Die drei Länder sind außerdem die
Länder mit den liberalsten Vorschriften zum Anbau transgener Sorten
und haben dafür im Jahr 2011 nach
Angaben des ISAAA (International
Service for the Acquisition of Agribiotech Applications) 69. Mio (USA),
30,3 Mio. (Brasilien) bzw. 23,7 Mio.
(Argentinien) Hektar genutzt.
Der Geschäftsführer Forschung und
Entwicklung des Unternehmens
für landwirtschaftliche Forschung
Embrapa, Mauricio Antonio Lopes,
erklärt, es würden zunehmend transgene Sorten angebaut, um die Nahrungsmittelversorgung der wachsenden Bevölkerung zu gewährleisten.
BRASILALEMANHA63
Nachhaltigkeit
De acordo com a Abrange, aproximadamente 25% da superfície cultivada
no País é ocupada por variedades
convencionais, uma área maior que a
existente em outras regiões abertas ao
plantio de transgênicos. É com base
nesse espaço que, na contramão da
manipulação genética, o País se posiciona como um dos poucos capazes
de desenvolver sistemas alternativos
de produção com aptidão para atender
a demanda internacional por produtos não geneticamente modificados.
No caso da “soja livre”, o Brasil é seu
principal fornecedor mundial, segundo
dados da Embrapa.
“Longe de ser uma estratégia baseada
em ativismo contrário à adoção da
biotecnologia, a opção pelo cultivo de
grãos não transgênicos é uma opção
comercial, essencialmente calcada em
lógica de mercado”, comenta o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa.
Quase a totalidade do volume de farelo
de soja convencional brasileiro é comprada pela União Europeia, sobretudo
pela Alemanha e pela França, que têm
uma estrutura que garante o acesso
à informação da procedência dos alimentos aos consumidores, e por países
asiáticos como o Japão e a Coreia do
Sul – regiões onde a soja faz parte da
alimentação básica da população.
Desafios do setor
Apesar da sustentação dessa atividade
comercial estar intimamente ligada
ao cumprimento das garantias e de
padrões de qualidade e identidade
internacionalmente aceitos, como o
limite máximo permitido de 0,1% de
contaminação por transgênicos, o
Brasil ainda enfrenta desafios na hora
de exportar a soja convencional.
A infraestrutura deficiente para a entrada e saída de cargas no Brasil, com
gargalos nos portos e aeroportos para
escoamento de produção, na visão do
diretor-executivo da Abrange, Ricardo
Sousa, é um dos entraves comerciais.
“No caso de produtos segregados, que
precisam de cuidados e armazenamento especiais, como a soja fornecida
pela Abrange, a dificuldade logística
é maior ainda e acarreta custos adicionais”, relata.
64BRASILALEMANHA
Carlo Ferreri / AHK Brasil
Sustentabilidade
Convênio assinado por Helmut Brunner, Ministro da Alimentação, Agropecuária e Silvicultura
da Baviera e César Borges de Souza, presidente da Abrange, garante a remessa de farelo de “soja
livre” para aquele Estado alemão / Der bayerische Landwirtschaftsminister Helmut Brunner und
ABRANGE-Präsident César Borges de Souza unterzeichneten ein Abkommen über die Lieferung
von gentechnikfreiem Sojaschrot nach Bayern
No mais, a entrada dos transgênicos
no País fez com que fosse implementada uma série de medidas para assegurar a qualidade da produção dos
organismos convencionais, tais como
certificações que atestam que o grão é
livre de modificações genéticas, armazéns segregados para a estocagem e navios diferenciados para a exportação.
“A vantagem é que os custos gerados
por conta das diferenciações inerentes
a esses produtos são remunerados
pelo mercado europeu, que é enfático
em sua preferência por variedades
não transgênicas para a alimentação
animal e para o consumo humano e
paga a mais para ter essa garantia”,
completa Sousa.
Fora isso, os agricultores têm de lidar
com a distribuição das variedades
produtivas. Em alguns casos, “as
empresas produtoras de transgênicos
multinacionais têm forte presença no
mercado e canais de distribuição bem
elaborados, capazes de influenciar o
acesso dos outros atores às sementes
transgênicas ou não modificadas”,
explica o representante da Abrange.
Para a safra de setembro/outubro de
2012, por exemplo, Ricardo Sousa revela que já existe dificuldade na obtenção
de sementes de soja convencional e que,
quanto maior o uso de transgênicos,
mais agravante é o risco da contaminação de culturas, pela ação do vento, resíduos nas plantadeiras, ou pela proximidade das espécies na área cultivada.
“Muitas vezes, o agricultor não tem a
segurança que irá colher o que plantou.
A fim de evitar esse risco, é importante
trabalhar com as empresas envolvidas
no processo produtivo, na garantia da
pureza das sementes, no rastreamento
da produção e na certificação. Isso evita
que as sementes venham com um grau
elevado de contaminação”, diz Sousa.
Como ficam os consumidores?
Na União Europeia, em geral, a rotulagem permite que os consumidores
possam reconhecer facilmente, no
ato da compra, se o conteúdo de uma
lata de milho, por exemplo, contém
ou não organismos com modificações
genéticas.
Mesmo com a crescente preocupação
da população nacional em relação ao
uso de agrotóxicos ou transgênicos na
alimentação, a maioria dos produtos
nas prateleiras dos supermercados do
Brasil não contém rótulos informativos em suas embalagens. Por falta
de rastrea­mento das etapas da cadeia
produtiva, ao comprar alimentos como
carne ou uma caixa de ovos, os brasileiros não sabem se o gado ou as galinhas
foram nutridos com rações à base de
grãos geneticamente modificados.
Países como Alemanha e Áustria
adotaram legislações e selos que atestam quando os produtos são isentos
da adição de transgênicos, o “Ohne
Gentechnik” e o “Gentechnik-frei
Hergestellt”, respectivamente. “A rotulagem é um passo muito importante
para a consolidação do mercado de
não transgênicos. É uma vitória dos
alemães, porque ela é a expressão
mais importante para a decisão de
consumo”, conclui Sousa.
Junho 2012
„In einem tropischen Land wie Brasilien gibt es, anders
als in den gemäßigten Breiten, Regionen mit ganz unterschiedlichen Bedingungen für Ackerbau, Viehzucht und
Forstwirtschaft. Außerdem ist die Landbesitzstruktur sehr
komplex, und es herrschen landesweit verschiedene Standards, was den Einsatz von Technologien, die Infrastruktur
und die Logistik betrifft. Produktion, Produktivität und
Wettbewerbsfähigkeit ließen sich nicht erhöhen, ohne
auf die vielen Forschungsarbeiten zurückzugreifen und
auf Technologien, darunter eben auch die Biotechnologie
und die Gentechnik. So können wir nachhaltig, schnell
und unabhängig auf Probleme reagieren, die sich schlecht
auf das Agrobusiness auswirken könnten“, erklärt Lopes.
Nach Angaben der ABRANGE werden ungefähr 25% der
Anbaufläche in Brasilien für konventionelle Sorten genutzt.
Das ist mehr als in anderen Ländern, in denen der Anbau
transgener Sorten ebenfalls erlaubt ist. Damit positioniert
sich Brasilien als eins der wenigen Länder, die alternative
Produktionssysteme entwickeln und der internationalen
Nachfrage nach gentechnikfreien Produkten nachkommen können. Nach Zahlen von Embrapa ist Brasilien der
weltgrößte Lieferant gentechnikfreier Soja.
Junho 2012
„Das ist alles andere als Aktivismus gegen die Biotechnologie. Der Anbau von gentechnikfreiem Getreide ist
eine kaufmännische Entscheidung, die sich nach der
Marktlogik richtet“, so Lopes.
Fast der gesamte konventionelle Sojaschrot aus Brasilien
wird exportiert, und zwar in die Europäische Union, v.a.
nach Deutschland und Frankreich, wo die Verbraucher
Zugang zu Informationen über die Herkunft von Lebensmitteln haben, und in asiatische Länder wie Japan und
Südkorea, wo Soja zu den Grundnahrungsmitteln der
Bevölkerung gehört.
Herausforderungen
Auch wenn dieses Segment eng an die Erfüllung von
Garantien und an die Einhaltung von international anerkannten Qualitäts- und Identitätsstandards geknüpft ist,
wie z.B. einem Höchstanteil an transgener Kontamination
von 0,1%, stellt der Export konventioneller Soja Brasilien
dennoch vor Herausforderungen.
Die defizitäre Infrastruktur im Im- und Export mit Engpässen an Häfen und Flughäfen ist nach Ansicht von
Ricardo Sousa, geschäftsführender Direktor von ABRAN-
BRASILALEMANHA65
Nachhaltigkeit
Rodolfo Buhrer / Agência Estado
Sustentabilidade
O Brasil é o segundo maior produtor de soja no
mundo. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária), na safra de 2011 foram
colhidas 75 milhões de toneladas / Brasilien ist der
zweitgrößte Sojaproduzent der Welt. Nach Angaben
von EMBRAPA (Unternehmen für landwirtschaftliche
Forschung) wurden 2001 75 Mio. Tonnen Soja geerntet
GE, ein großes Problem. „Bei Produkten, die getrennt von
anderen gelagert und verschifft werden müssen, wie z.B.
die Soja von ABRANGE, ist die Logistik noch schwieriger
und außerdem teurer.“
Weil in Brasilien auch transgene Sorten angebaut werden,
müssten eine Reihe von Maßnahmen getroffen werden,
um die Qualität der gentechnikfreien Produkte zu gewährleisten, wie z.B. die Zertifizierung von gentechnikfreiem
Getreide, getrennte Lagerhallen und besondere Schiffe
für den Export. „Das Gute ist, dass die unvermeidlichen
Kosten, die dadurch entstehen, vom europäischen Markt
gezahlt werden, der eine deutliche Präferenz für gentechnikfreie Futter- und Lebensmittel hat und bereit ist, dafür
zu bezahlen“, erklärt Sousa.
Außerdem sei der Zugang zu verschiedenen Anbausorten
für die Landwirte nicht immer einfach. In einigen Fällen
hätten die multinationalen Produzenten von transgenen
Nahrungsmitteln schon eine starke Präsenz auf dem Markt
und verfügten über sehr gute Vertriebskanäle, so dass sie
einen Einfluss darauf haben, ob andere Marktteilnehmer Zugang zu transgenem oder gentechnikfreiem Saatgut haben.
Für die Ernte im September/Oktober 2012 sei es bereits
schwierig, Saatgut für konventionelle Soja zu finden. Und
je mehr transgenes Saatgut eingesetzt würde, umso höher
sei das Risiko einer Kontamination, weil das Saatgut verweht wird, wegen der Rückstände in den Sämaschinen
oder wegen der räumlichen Nähe der Anbauflächen. „Oft
kann der Landwirt nicht sicher sein, dass er ernten kann,
66BRASILALEMANHA
was er gesät hat. Um dieses Risiko zu vermeiden, ist die
Zusammenarbeit mit Unternehmen wichtig, die die Reinheit des Saatguts garantieren, die Rückverfolgbarkeit der
Produktion gewährleisten und die Nahrungsmittel zertifizieren können. So wird ein hoher Kontaminierungsgrad
verhindert“, erklärt Sousa.
Und die Verbraucher?
In der Europäischen Union können die Verbraucher im
Allgemeinen auf dem Etikett überprüfen, ob beispielsweise
eine Dose Mais genetisch veränderte Organismen enthält
oder nicht.
In Brasilien machen sich die Verbraucher zwar zunehmend
Gedanken über den Einsatz von Pflanzenschutzmitteln
oder über genetisch veränderte Organismen in den Lebensmitteln; trotzdem enthalten die meisten Etiketten
keine Informationen dazu. Da die Produktionskette nicht
rückverfolgbar ist, wissen die Brasilianer beim Kauf von
Rindfleisch oder Eiern nicht, ob im Futter der Rinder oder
Hühner genmodifiziertes Getreide enthalten war.
In Ländern wie Deutschland und Österreich wurden
entsprechende Gesetze erlassen, und es gibt das „Ohne
Gentechnik“-Siegel bzw. das „Gentechnikfrei erzeugt“Siegel. „Die Kennzeichnung auf dem Etikett ist ein sehr
wichtiger Schritt zur Konsolidierung des Marktes für gentechnikfreie Nahrungsmittel. Das ist in Deutschland sehr
gut geregelt, denn diese Kennzeichnung ist beim Einkauf
entscheidend“, so Sousa abschließend.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA67
Acontece Câmara
Acontece Câmara
AHK Curitiba: 40 anos
de intercâmbio entre
Brasil e Alemanha
O Estado do Paraná sempre teve como
um dos pilares de sua economia a indústria e o comércio e, em especial, a
agroindústria e o setor automobilístico,
assim como papel e celulose. Essa base
econômica floresceu a partir da segunda metade do século 20 e o desenvolvimento fez com que o PIB do Estado
se tornasse, hoje, o quinto do País.
Nesse processo foi criado um ambiente
propício para o fortalecimento das relações comerciais do Estado com outros
países, em especial com a Alemanha,
já que uma parte representativa de sua
população tem ascendência germânica.
Essa é a razão para, há 40 anos, no
dia 4 de abril de 1972, a Câmara de
Indústria e Comércio Brasil Alemanha
ter inaugurado a sua filial no Estado
do Paraná, com sede em Curitiba, com
jurisdição sobre o Estado. Na ocasião,
Hans Maschke e Wilmar Eppinger
ocuparam, respectivamente, os cargos
de diretor-fundador e vice.
Wilmar Eppinger, vice-diretor da
Câmara Alemã de Curitiba, quando
da sua fundação, se diz muito feliz com
o patamar de excelência que a AHK
atingiu ao longo desses anos. “Quando
começamos, Curitiba possuía 300 mil
habitantes e a industrialização do Paraná dava os primeiros passos. Minhas
constantes viagens à Europa ajudaram
68BRASILALEMANHA
a trazer 20 organizações que estavam
de olho no mercado do Estado. Isso
fez com que surgisse a primeira onda
de empresas associadas, estabelecendo
as bases para a Câmara conquistar a
importância que tem hoje”, relembra
o advogado. Ele também acredita que
o trabalho da AHK vai se intensificar
ainda mais, pois o interesse de empresas alemãs e de outros países da
Europa pelo Brasil cresceu muito nos
últimos anos.
Ao longo das quatro décadas de
atuação, a AHK Curitiba reuniu mais
de 200 associados para os quais presta
serviços e disponibiliza trabalhos relacionados à economia de mercado, promovendo intercâmbio de investimento,
comércio e serviços entre Alemanha e
Brasil. Também se desenvolveu a oportunidade de alemães e seus descendentes criarem raízes em solo paranaense,
formando famílias e construindo
carreiras de sucesso no Brasil.
“Quando a Câmara foi fundada,
as bases econômicas do Estado do
Paraná se apoiavam, essencialmente,
na agricultura. Hoje, a indústria está
fortemente consolidada como um dos
pilares de sua riqueza e desenvolvimento, responsável pela geração de
empregos. A Câmara Brasil Alemanha
de Curitiba esteve ativamente presente
Desde 1972, o Estado do Paraná
conta com uma filial da Câmara
Brasil-Alemanha, sediada em
Curitiba / Die Zweigstelle der
Deutsch-Brasilianischen Industrieund Handelskammer im Bundesstaat
Paraná wurde 1972 gegründet und
hat ihren Sitz in Curitiba
nessa transformação, desempenhando
inclusive o vetor inicial na criação do
polo automotivo, e se orgulha em ver
o Paraná posicionado entre as mais
importantes economias do País”, garante Wilson J. Andersen Ballão, atual
presidente da AHK Curitiba.
Os associados da Câmara dispõem
de diversas atividades que procuram
estimular a troca de experiências entre
empresários locais e alemães. As rodadas de negócios, eventos que proporcionam intercâmbio entre os dois países,
atraem empresas germânicas interessadas em estabelecer laços comerciais
com empresários locais. São, em última
instância, oportunidades para início de
conversas que podem render parcerias
entre empresas alemãs de setores que
buscam, no exterior, oportunidade de
crescimento.
Os Grupos de Intercâmbio e Experiências desenvolvem projetos como
palestras, cursos, mesas-redondas e almoços relacionados a temas de interesse das empresas associadas, tais como
meio ambiente, assuntos tributários,
assuntos trabalhistas, secretariado,
tecnologia da informação e planejamento estratégico. Esses eventos,
além de capacitar os colaboradores das
empresas, permitem o relacionamento
entre os empresários locais e a comunidade externa, pois a Câmara Alemã
de Curitiba abre alguns de seus eventos
para pessoas de fora.
Junho 2012
crianças têm paixão pela química
Fazer com que as próximas gerações se interessem por química é
importante para o futuro da humanidade. Por isso, nós desenvolvemos
o programa ReAção no Brasil, no qual as crianças podem aprender
ciências de forma prática e divertida. Estudantes e tubos de ensaio
finalmente se dando bem? Na BASF, nós transformamos a química.
www.basf.com.br/nos-transformamos-a-quimica
Junho 2012
BRASILALEMANHA69
Acontece Câmara
Acontece Câmara
AHK Curitiba: 40 Jahre deutschbrasilianischer Austausch
70BRASILALEMANHA
tionen, Handel und Dienstleistungen
zwischen Deutschland und Brasilien.
Außerdem ist so auch eine Möglichkeit
für Deutsche und ihre Nachkommen
entstanden, in Paraná Wurzeln zu
schlagen, Familien zu gründen und
eine erfolgreiche berufliche Laufbahn
in Brasilien einzuschlagen.
„Als die Kammer gegründet wurde,
bestand die Wirtschaft in Paraná hauptsächlich aus Ackerbau und Viehzucht.
Heute hat der Bundesstaat eine konsolidierte Industrie, die Einkommen und
Arbeitsplätze schafft und die Entwicklung ankurbelt. Die AHK Curitiba war
an diesem Wandel aktiv beteiligt und
war u.a. ausschlaggebend für die Entstehung des Automobilstandorts. Wir sind
stolz darauf, das Paraná mittlerweile
zu den wichtigsten Volkswirtschaften
Brasiliens gehört“, so Wilson J. Andersen Ballão, Präsident der AHK Curitiba.
Die Mitglieder haben viele Möglichkeiten zum Erfahrungsaustausch zwiDenis Ferreira Neto
Die Wirtschaft im Bundesstaat
Paraná baut traditionell auf verschiedenen Branchen auf: Industrie und
v.a. die Agrarindustrie, Handel, die
Automobilindustrie sowie Papier und
Zellstoff. In der zweiten Hälfte des 20.
Jahrhunderts blühte die Wirtschaft
auf, und das BIP von Paraná ist zum
fünftgrößten in Brasilien geworden.
Dabei wurden auch günstige Voraussetzungen geschaffen, um Handelsbeziehungen zu anderen Bundesstaaten
und anderen Ländern aufzubauen.
Hier spielt Deutschland eine besondere Rolle, zumal ein großer Teil der
Bevölkerung von Paraná deutsche
Wurzeln hat. Die Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammer
hat ihre Zweigstelle in Curitiba vor
40 Jahren, am 4. April 1972, eröffnet.
Damals waren Hans Maschke und
Wilmar Eppinger Gründungsdirektor
bzw. Vizedirektor.
Wilmar Eppinger erklärte, er sei
sehr froh über die ausgezeichnete Arbeit der AHK. „Als wir hier anfingen,
hatte Curitiba 300.000 Einwohner,
und die Industrialisierung von Paraná
hatte gerade begonnen. Ich bin oft
nach Europa gereist, was dazu beigetragen hat, dass 20 Unternehmen
nach Paraná kamen. Das war die erste
Mitgliederwelle, die die Basis für die
Kammerarbeit bildete. So konnte die
Kammer zu der wichtigen Institution
werden, die sie heute ist“, erinnert
sich der Anwalt. Seiner Ansicht nach
wird die Arbeit der AHK noch an
Intensität gewinnen, da das Interesse
deutscher und anderer europäischer
Unternehmen an Brasilien in den
letzten Jahren stark gestiegen ist.
Heute, 40 Jahre nach ihrer Gründung, zählt die AHK Curitiba über
200 Mitglieder, für die sie Dienstleistungen erbringt und denen sie
Wirtschafts- und Marktstudien
zur Verfügung stellt. So fördert die
Kammer den Austausch von Investi-
schen deutschen und brasilianischen
Unternehmern. Zu den Unternehmerbörsen kommen deutsche Unternehmen, die Handelsbeziehungen in
Brasilien aufbauen wollen. Die Börsen
bieten Möglichkeiten zu Gesprächen,
aus denen sich Partnerschaften entwickeln können für deutsche Unternehmen aus verschiedenen Branchen,
die im Ausland Wachstumsmöglichkeiten suchen.
Die Erfahrungsaustauschgruppen
entwickeln Projekte mit Vorträgen,
Kursen, runden Tischen und Arbeitsessen, in denen Themen im Mittelpunkt stehen, die für die Mitgliedsunternehmen von Interesse sind, z.B.
Umwelt, Steuern, Arbeitsrecht, Sekretariatswesen, Informationstechnologie und strategische Planung. Diese
Veranstaltungen dienen zum einen
der Fortbildung von Mitarbeitern und
ermöglichen zum anderen den Austausch zwischen den Unternehmern
vor Ort mit Nichtmitgliedern, die zu
einigen Veranstaltungen ebenfalls
eingeladen sind.
Dr. Wilson Andersen Ballão, Presidente da AHK Curitiba recebe homenagem nas
comemorações / Dr. Wilson Andersen Ballão und Gratulanten
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA71
Comentário Econômico
Kommentar zur Wirtschaft
Antônio Corrêa de Lacerda
Aussichten auf Investitionen in Brasilien
D
ie brasilianische Wirtschaft zeigt sich
resistent gegen die Auswirkungen der
internationalen Krise. Dabei hat das Land
einen großen Trumpf in der Hand: das außergewöhnliche Potential des Binnenmarktes.
Die Arbeitslosigkeit in Brasilien liegt bei nur
6%. Der soziale Aufstieg von Personen aus
den untersten Einkommensklassen (D und
E) in die mittlere Einkommensklasse (C), zu
der bereits mehr als die Hälfte der 190 Mio.
Einwohner gehören, kurbelt die Nachfrage
an. Dazu tragen auch soziale Programme
bei, v.a. die Bolsa Família, die Bedürftigen
ein Mindesteinkommen garantiert.
Die hinlänglich kontrollierte Inflation und die
aktivere Rolle der Zentralbank haben eine
deutliche Senkung der Zinsen ermöglicht;
gesenkt wurde nicht nur der Leitzinssatz
(von 12,5% auf 8,5% p.a. in den letzten
neun Monaten), sondern auch die Zinsen,
die von Unternehmen und Verbrauchern
erhoben werden. Nachdem das durchschnittliche Wachstum in den Jahren 2003
bis 2010 bei 4% lag, ist es 2011 auf 2,7%
zurückgegangen. Ein ähnliches Ergebnis
ist auch für das laufende Jahr zu erwarten.
Die brasilianische Regierung hat eine
Reihe weiterer antizyklischer Maßnahmen
getroffen, wie z.B. punktuelle Steuersenkungen, Maßnahmen zur Erhöhung der
Wettbewerbsfähigkeit und zur Förderung
von Innovationen und eine Erhöhung des
Kreditangebots v.a. über die Entwicklungsbank BNDES, eine wichtige Finanzierungsquelle für die Privatwirtschaft.
Obwohl die Investitionen im ersten Quartal
2012 um 1,8% niedriger lagen als im letzten
Quartal 2011, sind die mittel- und langfrisAntônio Corrêa de Lacerda
Chef-Volkswirt bei Siemens Brasil, Dozent an der
Universität PUC-SP und Autor mehrerer Bücher, darunter
„Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil“
(“Globalisierung und ausländische Investitionen in Brasilien“, auf Portugiesisch erschienen im Saraiva-Verlag)
E-mail: [email protected]
72BRASILALEMANHA
Brasilien: Investitionsquote
(Bruttoanlageinvestitionen in % des BIP)
20,0
19,5
19,5
19,0
19,1
19,3
19,5
18,5
18,0
18,1
17,5
17,4
17,0
16,5
16,0
16,3
16,4
15,5
15,0
2000-2005 2006
(Durchschnitt)
2007
2008
2009
2010
2010
2012(p)
Fonte: Statistikinstitut IBGE / Ausarbeitung und Prognose (p): Chefökonom - Siemens Brasil
Die öffentlichen
Investitionen müssen
unbedingt erhöht werden,
und es muss ein günstiges
Klima für private Investitionen
geschaffen werden
tigen Aussichten diesbezüglich recht gut.
Brasilien steht vor der Herausforderung,
den Anteil der Investitionen am BIP in den
nächsten Jahren von derzeit 19% auf 23%
bis 24% zu steigern, um die Produktionskapazitäten zu erhöhen und die Infrastruktur
auszubauen und so ein höheres Wirtschaftswachstum zu gewährleisten.
Die öffentlichen Investitionen müssen
unbedingt erhöht werden, und es muss ein
günstiges Klima für private Investitionen
geschaffen werden. Dazu muss die systemische Wettbewerbsfähigkeit verbessert
werden; neben anderen Maßnahmen sind
v.a. die Steuern auf produktive Investitio-
nen und auf Exporte zu senken; die Kapitalkosten müssen niedriger werden; und
die Bürokratie muss vereinfacht werden.
Weitere wichtige Beiträge zur Erhöhung
der Wettbewerbsfähigkeit sind die Verbesserung der Logistik, die Ausbildung
von Arbeitskräften und die Infrastruktur
im Allgemeinen.
Besonders wichtig für Investitionsentscheidungen ist die feste Überzeugung, dass die
Nachfrage steigen wird - das wusste schon
John Maynard Keynes, der renommierteste
Ökonom des 20. Jahrhunderts. In diesem
Zusammenhang herrscht weitgehend
Einigkeit, dass der brasilianische Markt
viele Möglichkeiten bietet, und zwar
nicht nur dank der bereits erwähnten
makroökonomischen Aspekte, sondern
auch aus anderen wichtigen Gründen:
Brasilien ist ein demokratisches Land, in
dem viele Ethnien, Rassen, Religionen und
Kulturen friedlich zusammenleben, und
alle Einwohner des riesigen Landes mit
8,5 Mio. km2 sprechen dieselbe Sprache,
um nur einige dieser Gründe zu nennen.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA73
Comentário Econômico
Kommentar zur Wirtschaft
Antônio Corrêa de Lacerda
Perspectivas para os investimentos no Brasil
A
economia brasileira vem resistindo bem
aos desafios impostos pela crise internacional. O grande trunfo para isso continua
sendo o excepcional potencial do mercado
doméstico. O desemprego no Brasil é de
apenas 6% da população economicamente
ativa. A ascensão social das classes de
renda mais baixa (D e E) para a classe de
renda média (C), que já representa mais
da metade da população total de 190
milhões de pessoas, tem proporcionado
um crescimento da demanda. Para isso
também tem contribuído o papel dos
programas sociais, em especial o Bolsa
Família, que garante uma renda mínima
para as pessoas carentes.
Sob o ponto de vista econômico, uma
inflação razoavelmente controlada e uma
postura mais ativa do Banco Central têm
promovido uma redução expressiva da taxa
de juros, não apenas a taxa básica, que foi
de 12,5% para 8,5% ao ano, nos últimos
nove meses, mas também os juros cobrados
das empresas e consumidores. Depois de
crescer 4% ao ano na média de 2003 a
2010, o desempenho de 2011 reduziu-se a
2,7%, nível que deve se manter este ano.
O governo brasileiro tem adotado uma
série de outras medidas anticíclicas,
como redução pontual de impostos,
medidas de fomento à competitividade e
inovação, e ampliado a oferta de crédito
e financiamento, especialmente do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), importante fonte para os
investimentos do setor privado.
Apesar da queda observada nos investimentos no primeiro trimestre deste ano,
de 1,8% comparativamente ao trimestre
Antônio Corrêa de Lacerda
Economista-chefe da Siemens Brasil, professor-doutor
da PUC-SP e autor do livro “Globalização e Investimento
Estrangeiro no Brasil” (Editora Saraiva).
E-mail: [email protected]
74BRASILALEMANHA
Brasil: taxa de investimento
(Formação Bruta de Capital Fixo/PIB, em %)
20,0
19,5
19,5
19,0
19,1
19,3
19,5
18,5
18,0
18,1
17,5
17,4
17,0
16,5
16,0
16,3
16,4
15,5
15,0
2000-2005
(Média)
2006
2007
2008
2009
2010
2010
2012(p)
Fonte: IBGE / Elaboração e prognóstico (p): Chief Economist - Siemens Brasil
É fundamental
ampliar os investimentos
governamentais e oferecer
um ambiente favorável aos
investimentos privados
anterior, as perspectivas de investimentos
são bastante favoráveis no médio e longo
prazo. O desafio que se apresenta ao Brasil
é aumentar a fatia de investimentos no PIB
(Produto Interno Bruto), dos atuais 19%
para algo entre 23% e 24% nos próximos
anos, de forma a garantir a ampliação da
capacidade produtiva e da infraestrutura
para assegurar a expansão do crescimento
econômico.
É fundamental ampliar os investimentos
governamentais e oferecer um ambiente
favorável aos investimentos privados. Para
isso, é preciso melhorar as condições de
competitividade sistêmica da economia,
especialmente reduzir impostos sobre
investimentos produtivos e exportações,
diminuir o custo do capital, simplificar a
burocracia, entre outros aspectos. Melhorar a logística dos portos, por exemplo, é
outro fator de competitividade importante,
assim como a qualificação da mão de obra
e a infraestrutura em geral.
Além disso, o principal motivador da decisão de investimentos é mesmo a expectativa firme de crescimento da demanda,
como nos ensinou John Maynard Keynes,
o mais destacado economista do século
XX. Nesse ponto, há um representativo
consenso de que o mercado brasileiro
oferece grandes oportunidades, não
apenas pelos aspectos macroeconômicos
já mencionados, mas por outros também
importantes, como por ser uma nação
democrática, de ampla tolerância étnica,
racial, religiosa e cultural e ter unidade
linguística no seu vasto território de 8,5
milhões de quilômetros quadrados.
Junho 2012
Junho 2012
BRASILALEMANHA75
76BRASILALEMANHA
Junho 2012
Download

Junho - Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul