X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 OS JOGOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS: PROPOSTAS DE REGRAS PELOS PRÓPRIOS ALUNOS Fábio Alexandre Borges1 Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão - FECILCAM [email protected] Valdete dos Santos Coqueiro 2 Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão - FECILCAM [email protected] Resumo: A estratégia de ensino que se utiliza de jogos para o trabalho com temas matemáticos apresenta-se como uma alternativa em busca de uma maior significação por parte de nossos educandos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Nesse sentido, buscamos na proposta de Smole, Diniz e Cândido (2007) uma verificação da potencialidade desse tipo de estratégia. Alunos de 3° e 4° anos são questionados quanto à sua relação com os jogos na escola e no cotidiano, sendo também, na sequência, convidados a criarem regras para jogos envolvendo temas matemáticos. Apresentamos, ao final, uma breve análise das regras apresentadas pelos educandos, bem como algumas considerações sobre a observação realizada durante as aplicações. Palavras-chave: Jogos no ensino de Matemática; séries iniciais; regras de jogos. Pensando brevemente sobre a potencialidade dos jogos no Ensino de Matemática O movimento de Educação Matemática, caracterizado por uma “região de inquérito” (BORBA, 2004) que engloba todos aqueles que voltam suas atenções para o ensino e a (não) aprendizagem de matemática por nossos alunos, vem discutindo e explicitando diversos problemas inerentes ao cotidiano escolar. Da mesma forma, e consequentemente, surgem diversas possibilidades para serem implantadas nas escolas. Dentre essas variáveis, destacamos aqui os jogos no ensino de Matemática. “[...] o material concreto tem fundamental importância pois, a partir de sua utilização adequada, os alunos ampliam sua concepção sobre o que é, como e para que aprender matemática, vencendo os mitos e preconceitos negativos, favorecendo a aprendizagem pela formação de ideias e modelos”. (RÊGO e RÊGO, 2007, p.43). No caminho percorrido entre a pesquisa e a ação escolar, passamos por um campo de interpretações, muitas delas oriundas de leituras pontuais, sem uma maior reflexão acerca da exploração correta de materiais e estratégias pedagógicas. Tal fato também 1 Professor da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM. Doutorando no Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência e a Matemática – UEM. 2 Professora da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 1 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 ocorre com as metodologias para o ensino da matemática: Resolução de Problemas, Jogos no Ensino, o uso das TIC´s etc. No caso particular dos jogos, o cuidado deve ser ainda maior, visto que o ato de jogar por si só já se torna atrativo, o que faz com que muitos professores os utilizem sem uma maior relação com os temas a serem compreendidos pelos educandos. Trata-se, aqui, de uma preocupação em utilizar os jogos para que ocorra uma aprendizagem com significados, e não simplesmente um passatempo, como se fosse uma pausa das aulas tradicionais de matemática. “O jogo na escola foi muitas vezes negligenciado por ser visto como uma atividade de descanso ou apenas como um passatempo. [...] esse viés tira a possibilidade de um trabalho rico, que estimula as aprendizagens e o desenvolvimento de habilidades matemáticas por parte dos alunos”. (SMOLE, DINIZ e CÂNDIDO, 2007, p.12). Com essas considerações, devemos ressaltar o papel fundamental do professor nessa intermediação, que coloca o aluno como “ator principal” de sua própria aprendizagem. Pensando um pouco mais especificamente sobre as regras dos jogos, muitas delas são “recheadas” de conceitos matemáticos (geometria, aritmética, álgebra etc). Isso torna a exploração das regras uma importante ferramenta para o professor. Quando exploramos tais regras, os temas matemáticos apresentam-se em conjunto, não isolando os tópicos de sala de aula. Com isso, a compreensão pode se tornar mais significativa. Se pensarmos na idéia propagada por Smole, Diniz e Cândido (2007), que apresentam como uma alternativa de exploração dos jogos a criação de regras pelas próprias crianças para jogos já existentes, outros fatores fundamentais a serem discutidos são permitidos por esta estratégia. Dentre eles, destacamos aqui a importância da linguagem estabelecida na criação e aplicação destas regras, bem como o trabalho em equipe durante a verificação da eficácia das regras e o levantamento de hipóteses. A principal questão permeada por esse trabalho é: qual o potencial dessa atividade quando aplicada com alunos das Séries Iniciais? Uma análise da criação de regras para jogos por alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental O presente relato irá abordar uma experiência realizada com alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, em duas escolas públicas da região de Campo MourãoPR. Considerando o trabalho realizado junto ao curso de licenciatura em Matemática pela Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 2 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão-FECILCAM, mais especificamente o projeto de implantação do Laboratório de Ensino de Matemática, surgiu a ideia de aplicação dos jogos nas escolas, com a participação de professores da rede básica de ensino. Desses dois estabelecimentos de ensino, contamos com a participação de 21 alunos das séries 3a e 4a do Ensino Fundamental. Inicialmente, todos os participantes responderam a um questionário, cujo objetivo foi entender a relação que cada um desses educandos mantém com os jogos (em suas diversas formas), quais tipos de jogos, a utilização ou não dos jogos em sala de aula, além de uma possível conexão entre o ato de jogar e o ato de aprender na escola. O questionário apresentava as três questões abaixo: 1. Você costuma brincar com jogos em casa? Que tipo de jogos? 2. Você já brincou com algum jogo na escola? Quais? 3. Quando você está brincando com algum jogo, você acha que essa brincadeira te ajuda para aprender algum assunto ensinado na escola? Qual assunto da escola? Quanto à primeira questão, percebemos que a grande maioria das brincadeiras citadas caracterizou-se por atividades físicas, como futebol, pega-pega, esconde-esconde, amarelinha etc. Houve raras exceções de menção a jogos com algum cunho educativo, como foi o caso de um jogo de tabuadas. Abaixo, estão duas respostas de alunos para esta primeira questão: As respostas à segunda questão nos revelam claramente que nas escolas onde os participantes estudam não têm sido abordados os tipos de jogos com algum viés pedagógico. Isso se mostra evidente no discurso dos alunos, que respondem que os jogos já utilizados na escola são exatamente os mesmos de casa, ou seja, seriam jogos com ênfase na atividade física. É comum percebermos nas escolas atitudes de preconceito já nas Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 3 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 crianças em situações de brincadeiras que requeiram habilidades físicas. Uma das resposta nos chamou a atenção, cuja criança alega nunca ter brincado de nenhum jogo na escola. Seguem algumas das respostas abaixo: Quanto à uma possível relação estabelecida entre os jogos na escola e o aprendizado de temas escolares, intencionada na questão 3, salvo raras exceções, a grande maioria dos estudantes respondeu que os jogos da escola são importantes para a aquisição de normas de comportamento em sociedade, como saber conviver em grupo, respeitar os outros, ter responsabilidade etc. Outros alunos acreditam que os jogos não apresentam a capacidade de auxiliá-los no aprendizado de nenhum assunto escolar. Na sequência ao questionário, a atividade foi de propor alguns jogos aos educandos, porém, sem a revelação de qualquer regra para esses jogos, não sendo sequer mencionado que somos professores de Matemática. Tratavam-se de dois jogos retirados do livro Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 4 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 “Cadernos do Mathema: jogos de matemática de 1° a 5° ano”, dos autores Smole, Diniz e Cândido (2007). Tais jogos foram confeccionados por alunos da graduação em matemática, participantes do projeto que discute atividades para o Laboratório de Ensino de Matemática da Fecilcam. Os jogos são os seguintes: Cubra e Descubra: jogo indicado para duplas e com o objetivo de trabalhar o conceito de adição e a relacionar os símbolos numéricos às respectivas quantidades representadas. O jogo é composto de um tabuleiro (conforme foto abaixo), 22 fichas, sendo 2 grupos de 11 fichas com cores diferentes e 2 dados. A ideia original dos autores seria cobrir todos os números com as fichas e, quando o aluno jogasse os 2 dados, ele teria que efetuar a soma dos resultados e adivinhar onde estaria o respectivo número correspondente à soma para retirar a ficha sobre ele. Pára-quedas: o jogo original é indicado para dupla ou trio, promovendo cálculos de soma ou subtração. Cada aluno possui uma trilha devidamente delimitada, com o objetivo de alcançar a Ilha do Tesouro, ao final do tabuleiro. Ao jogar 2 dados, o jogador decide se irá somar ou subtrair os resultados, de acordo com os números que se apresentam à sua frente na primeira fileira, e assim sucessivamente. Compõem o jogo um tabuleiro, 2 dados e 3 marcadores. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 5 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Os alunos foram dispostos em uma sala já com todos os objetos pertencentes aos dois jogos. Cada equipe (com dois ou três alunos) deveria propor as regras para as duas atividades. A princípio, o trabalho causou estranhamento para as crianças (um jogo sem regras), acostumadas, provavelmente, com as atividades comuns, em que apenas se ditam as regras, sem ao menos uma exploração posterior às jogadas. Nós, professores, pedíamos então para que eles pegassem as peças, observassem bem cada item antes de qualquer proposta. A grande maioria das equipes tinha as decisões concentradas em apenas um dos alunos, sendo que os outros acatavam as ideias. Ao serem propostos os passos iniciais, os alunos eram estimulados a praticarem essas regras com os jogos. Nesse instante, julgamos necessário destacar o papel do professor quanto a essa estimulação, no sentido de questionar os alunos sobre as possíveis incoerências nas regras propostas, tendo sempre o cuidado de não tirar-lhes o interesse pela brincadeira, mas motivando-os à prática, às tentativas. Nenhuma equipe participante encontrou, já de início, uma regra que se adequasse aos seus interesses ou aos objetos. Houve sempre, ou a mudança total, ou parcial das medidas adotadas. Devido, provavelmente, às características visuais dos jogos, os alunos já de início buscavam em conceitos matemáticos o alicerce para suas tentativas. Em apenas uma das equipes, foi proposta uma relação com o nosso alfabeto (no jogo Cubra e Descubra), o que os próprios alunos perceberam não ser viável, visto que eles não iriam utilizar os dados. Ficou nítido para nós, observadores, a dificuldade das crianças em realizar operações simples de soma, como 2 + 3. Poucos alunos respondiam à soma sem a necessidade de utilizar os dedos ou questionar aos amigos. Particularmente ao jogo Cubra e Descubra, um questionamento que decidimos realizar com todas as equipes foi sobre o fato de que o número 1 não está presente no tabuleiro. Em alguns casos, os alunos demonstraram entender que o menor número possível no lançamento de dois dados seria o 2. Porém, ficou clara também a dificuldade em expressar-se, com a linguagem matemática envolvida. A maioria não soube responder. Vale destacar que os alunos não estão habituados ao trabalho de pensar matematicamente sobre os problemas. Falta-lhes, em atividades como essa, o costume no sentido de estarem pacientes em busca da resolução dos problemas envolvidos com o jogo. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 6 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Depois de um certo tempo e da definição das regras, bem como da verificação de sua aplicabilidade ao jogo, os estudantes foram convidados a escreverem essas regras, obedecendo ao seguinte roteiro: nome do jogo, número de jogadores, como se joga e como se faz para ganhar. Ao todo, foram criados nove “novos” jogos, conforme as regras estabelecidas pelos mesmos alunos que responderam ao questionário inicial. Segue abaixo a descrição de quatro desses roteiros criados pelos alunos participantes. Algumas das regras criadas pelos estudantes a) Para o jogo original CUBRA E DESCUBRA Jogo 1 (3 alunos): Essa equipe utilizou os três participantes, indicando dois para jogarem e o outro para ser o juiz. A regra foi bem estabelecida já de início às tentativas, ficando similar à regra original3, proposta pelas autoras Smole, Diniz e Cândido (2007), apesar de que a semelhança não foi o nosso objetivo. Eles utilizaram os dois dados e decidiram somar as faces superiores. O objetivo foi cobrir todos os números para ganhar. A comunicação entre os membros dessa equipe foi bem estabelecida, sendo que todos participaram das propostas de ideias. Jogo 2 (2 alunos): Essa equipe apresentou dificuldades inicialmente em realizar propostas de regras. Por outro lado, consideramos que a exploração 3 O próprio nome já impresso no tabuleiro do jogo induzia os alunos a cobrirem ou descobrirem os números com as cartas. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 7 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 inicial dos itens que compunham o jogo foi mais detalhada. Foram propostas três regras diferentes, sendo que a opção final foi por aquela que iria proporcionar um jogo mais dinâmico. Contudo, as regras escritas apresentaram incoerências. Com os dados, eles decidiram realizar multiplicação com as faces superiores. Um dos participantes perguntou, já de início, o porquê da ausência do número 1. Mesmo sabendo da ausência de tal número, houve uma contradição na regra proposta, visto que eles utilizam como exemplo as faces superiores iguais a 1. Sendo assim, considerando a multiplicação proposta, 1 1 1 , resultado não contemplado no tabuleiro. b) Para o jogo original ILHA DO TESOURO Jogo 3 (3 alunos): Esse trio participou de maneira satisfatória em todos os momentos, visto que os três alunos procuraram opinar, até mesmo no momento de realizar o registro escrito das regras. Um detalhe interessante foi que eles não pensarem em utilizar os números presentes no tabuleiro apresentado, utilizando apenas os números que seriam sorteados no jogo dos dados. Logo de início, eles se basearam na tabuada para estipular as regras. Ao perceberem que os resultados poderiam ser números muito “altos” (o que tornaria o jogo muito rápido – ver regras – eles decidiram optar pela soma das faces superiores). Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 8 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Jogo 4 (3 alunos): A princípio, os alunos sugeriram que deveriam utilizar todas as casas do tabuleiro, por meio da tabuada. As regras dessa equipe foram mais sofisticadas no sentido de combinar somas e multiplicações em uma mesma jogada, visto que o jogador deveria somar as faces do dado e multiplicar pelo número à frente de seu marcador no tabuleiro, respeitando o espaço delimitado para cada participante. A resposta correta daria o direito de avançar uma casa. Outra característica importante das regras foi o fato de que todos deveriam realizar o cálculo, considerando a possibilidade de algum dos jogadores errar e avançar injustamente em direção à vitória. Algumas breves considerações Devemos destacar que os objetivos iniciais pensados para esta atividade foram multiplicados no decorrer da aplicação, visto que surgiram novas reflexões enquanto Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 9 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 professores em observação e intermediação entre os alunos e os jogos. Cabe aqui destacarmos como objetivo principal uma análise da potencialidade dessa estratégia, na qual estudantes puderam realizar uma exploração maior sobre objetos que compunham um jogo até então desconhecido. Nesse caso, percebemos positivamente o fato de que os alunos não apenas seguiram regras pré-estabelecidas, porém, tiveram que pensar matematicamente em operações, testar hipóteses, verificar incoerências etc. Fica evidente a dificuldade de nossos educandos em expressar, por meio da linguagem escrita, as suas ideias. Acreditamos que esse tipo de propostas que envolvem a matemática e a escrita devem participar dos ambientes escolares, não apenas como atividades isoladas, mas de maneira efetiva. Cabe destacar a necessidade de uma maior preocupação com a formação, tanto inicial quanto continuada, dos educadores que irão trabalhar com a alfabetização de nossos alunos, no sentido de propiciar estratégias para o ensino de matemática. Fica evidente, no caso do uso de jogos, que o trabalho desenvolvido no universo escolar dos alunos participantes, vem apenas cumprindo o papel de levar atividades de lazer para a sala de aula, em detrimento da possibilidade de exploração dos jogos para o ensino da matemática. Nesse sentido, consideramos que todas as estratégias de ensino utilizadas nas aulas de matemática devem estar imbricadas com os objetivos propostos nos planejamentos de ensino dos professores e estabelecimentos de ensino. Não basta jogar, resolver problemas, modelar, usar o computador. Temos que ter maior clareza sobre a exploração dessas metodologias em relação aos temas matemáticos a serem abordados por meio deles. Referências BORBA, M.C. A pesquisa qualitativa em Educação Matemática. In: Reunião Anual da Anped (27a). Anais...Caxambu, 2004. RÊGO, R.M; RÊGO, R.G. Desenvolvimento e uso de materiais didáticos no ensino de matemática. In: LORENZATO, S. (org.). O laboratório de Ensino de Matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. SMOLE, K.S; DINIZ, M.I; CÂNDIDO, P. Cadernos do Mathema: Jogos de Matemática de 1° a 5° ano. Porto Alegre: Artmed, 2007. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 10