AOS TRABALHADORES DA PETROGAL OS NOSSOS DIREITOS NÃO ESTÃO À VENDA LUTAR CONTRA A OFENSIVA DA ADMINISTRAÇÃO Nos plenários efectuados esta semana os trabalhadores mostraram-se esclarecidos e conscientes de que os seus direitos laborais e sociais são intocáveis, afirmando a sua firme disposição de prosseguir a luta pela defesa da contratação colectiva. Perante este facto, veio a Administração apressadamente e mais uma vez a recorrer a manobras de diversão, com o envio aos trabalhadores de uma declaração, pela qual pro cura obter aquilo que sabe não poder alcançar de outra forma: impor aos trabalhadores, a todo o custo, um “novo acordo” que representa a destruição de todos os direitos laborais e sociais conquistados por gerações de trabalhadores ao longo de muitas décadas de luta. Combater a golpada da Administração A Administração tenta mais esta golpada porque sabe que o seu objectivo de acabar com os direitos, assente numa estratégia de chantagem e ameaça em usar o regime da caducidade, está condenado ao fracasso. Está condenado quer pela contestação que no momento próprio será feita nos tribunais, quer pela luta dos trabalhadores, quer porque, em qualquer caso, o núcleo fundamental dos direitos se mantém na esfera dos direitos adquiridos no âmbito do contrato individual do trabalho, dos acordos complementares, dos usos e costumes e das demais normas e instrumentos jurídicos que protegem os direitos dos trabalhadores. E é por saber tudo isto e saber, também, que a Fiequimetal e o Sicop não traem os tra balhadores, mas antes travam todas as batalhas que forem necessárias, até às últimas consequências, porque defendem intransigentemente os direitos e interesses dos trabalhadores que representam – como tem sido demonstrado ao longo do tempo – a Administração aparece agora, repentinamente, a “convidar” os trabalhadores a fazerem uma espécie de “hara-kiri”, ou seja, serem eles próprios a assinar um termo de liquidação dos seus direitos laborais e sociais. Uma frase que diz tudo… Prevendo e receando as reacções dos trabalhadores, quando mais tarde se sentissem enganados, porque perderiam todos os direitos e regalias sociais, a Administração quer desde já precaver-se no plano jurídico ou de outras formas de contestação. Assim, na declaração de aceitação, isto é, de autoliquidação, lá vem escrito que o trabalhador está «… consciente de que a atribuição da compensação pecuniária extraordinária de remição de direitos e benefícios pressupõe a aplicação do citado Acordo de Empresa». Os nossos direitos são intocáveis Concluindo, os trabalhadores defrontam-se com duas alternativas muito claras: 1) Não assinar nada, mantendo os direitos laborais, os regimes de saúde e de reformas e as demais regalias sociais que se integram na esfera dos direitos adquiridos no âmbito do contrato individual do trabalho, dos acordos complementares, dos usos e costumes e de quaisquer outras normas e instrumentos jurídicos que protegem os direitos dos trabalhadores. ou 2) Assinar a sentença de autoliquidação dos direitos que, em concreto, representa o seguinte: - Deixaria de ser aplicado o ACT/Petrolíferas; - O código do trabalho passaria a ser o instrumento principal a aplicar na empresa; assim, em vários regimes de trabalho passariam a ser aplicados os mínimos da lei (ex.: pagamento trabalho extraordinário em dia útil, descanso semanal e feriados; pagamento trabalho nocturno; etc.); - Seriam revogados os Acordos Complementares de Saúde e de Regalias Sociais/Reformas, com as seguintes consequências: numa primeira fase seriam reduzidos ou eliminados os direitos relativos à assistência na saúde e aos complementos de reforma e, numa segunda fase, seriam completamente aniquilados, porque os trabalhadores aceitaram, expressamente, a extinção dos acordos complementares; - Seriam Introduzidos neste “novo” acordo, o banco de horas (o horário pode ir até 12 horas por dia e 60 horas semanais, sem acréscimo de remuneração) - Seriam eliminados prémios, dias de descansos, dispensas e folgas suplementares - Seriam reduzidos os direitos em diversos regimes de trabalho (prevenção, horário flexível, prémio de assiduidade, férias frias, etc.) - Seriam agravados, ou mesmo eliminados, direitos específicos dos trabalhadores do regime de turnos (condições de passagem ao horário normal e/ou à reforma antecipada) É claro que a alternativa é só uma: não assinar nada, para manter os direitos. Lutar pela melhoria das condições de trabalho e pela defesa da contratação colectiva. COMBATER O ATAQUE AOS COMPLEMENTOS DE REFORMA LUTAR CONTRA A DESTRUIÇÃO DO REGIME DE SAÚDE DEFENDER OS DIREITOS LABORAIS E SOCIAIS Porque a nossa luta é justa, vamos vencer! Lisboa, 25 de Setembro de 2015 A Direcção da Fiequimetal