ATUALIZAÇÃO Aspectos de Vida e Saúde de Gestantes HIV Positivas: Estudo de Casos em Hospital no Rio de Janeiro Lifestyle and Health of HIV Positive Pregnant Women: Case Study in a Rio de Janeiro Hospital Flavia do Amaral Vasconcellos* Claudia Valeria Cardim* Regina Rocco** Marcus Vasconcellos** *Curso de especialização em Nutrição Materno-Infantil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro **Disciplina de Obstetrícia, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Resumo Este artigo procurou, a partir de casuística de pacientes HIV positivo, na Maternidade do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, analisar o perfil epidemiológico, hábitos de vida e dados de peso materno e neonatal. Após consulta ao banco de dados da referida Maternidade, verificou-se que 99,9% das gestantes cumpriam dupla jornada de trabalho; a incidência em adolescentes e mulheres com mais de 35 anos foi pequena (3,9 e 11,8% respectivamente); 86,3% vivem em condições sanitárias desejáveis. Também, 61,9% das pacientes cursaram somente o 1º grau e que os hábitos de tabagismo (33,3%), etilismo (23,5%) e drogas ilícitas (9,5%) eram elevados. O início da pré-natal era tardio em 51% e somente 17% eram primigestas. Finalmente, concluiu-se que o baixo peso ao nascer foi freqüente (21,6%), apesar de ser adequado o ganho de peso materno semanal em mais da metade das pacientes. PALAVRAS-CHAVE: HIV e gestação. Nutrição na gestação. Gestação de alto risco. Introdução “Na sociedade, a maternidade é vista como papel central de todas as mulheres, forma de )HPLQD - Setembro 2006 vol. 34 nº 9 realizar os mais profundos anseios, podendo-se falar de uma verdadeira ‘mística da mãe’, na qual o papel maternal ganha relevância e abrangência, passando mesmo a definir o sentido da vida das mulheres” (Nóbrega, 1995). O bom atendimento à gestante envolve cuidados durante a gestação e a lactação, cuidados à saúde reprodutiva, saúde física e estado nutricional e saúde mental; autonomia e/ou respeito na família; carga de trabalho compartilhada e educação. O Ministério da Saúde constatou muito, em 1990, que apenas 47,5% das gestantes receberam sete consultas de pré-natal, e que 66% procuraram serviços de saúde antes do quarto mês de gestação. A mortalidade perinatal esteve diretamente ligada a estas cifras. Garantir a gestação segura é responsabilidade de equipe multidisciplinar, envolvendo mãe, parceiro e família, principalmente na vigência de complicação: gestação de alto risco (Caldeyro-Barcia, 1973; Ministério da Saúde, 2002). Entre as gestações de alto risco, podemos incluir as portadoras do vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), as hipertensas, as diabéticas, as cardiopatas e as nefropatas. A prevalência do vírus HIV recebe uma enorme atenção de órgãos internacionais e nacionais de saúde. O Ministério da Saúde estima que entre os anos de 1982 e 2000 184.506 casos tenham sido registrados: 75% eram homens, 71% analfabetos ou com até oito anos de escolaridade. Foi observado aumento no número de mulheres infectadas. Em 1985 eram 25 casos de homens para uma mulher, e nos dias de hoje, dois casos de homens para uma mulher. Com este aumento do número de mulheres infectadas é necessário maior atenção para prevenir a transmissão vertical (Saunders, 2002). Estima-se que em 1998, 13.000 gestantes estavam infectadas pelo vírus, ou seja, 0,9% das gestantes testadas. A maior parte de transmissão vertical ocorre durante o trabalho de parto e parto (65%), durante a gestação (35%) e pelo aleitamento materno (Ministério da Saúde, 2002/2003). Porém, com o uso dos anti-retrovirais combinados, com a adoção da cesariana nas pacientes com carga viral superior a 1.000 cópias/mL no final da gestação e com proibição da lactação, as taxas de transmissão vertical do HIV ficam entre 0 e 2% (Ministério da Saúde, 2004). Mesmo nos serviços públicos de saúde, o diagnóstico e o tratamento também ocorrem com mais dificuldade para as mulheres. Em alguns serviços de saúde os profissionais não oferecem o teste anti-HIV para as pacientes (Santos, 2002). A desnutrição afeta 50-90% dos pacientes soropositivos, ocorrendo por redução do consumo alimentar, metabolismo acelerado secundário a alterações metabólicas e hormonais, má absorção de nutrientes e resposta à fase aguda da infecção. Pode contribuir para a progressão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e reduzir o efeito e tolerância às drogas. O objetivo deste trabalho é avaliar o perfil das gestantes portadoras do vírus HIV atendidas na Maternidade do Hospital Universitário Gaffreé e Guinle, sob o ponto de vista epidemiológico e dos principais fatores de risco, além de valorar o perfil nutricional dessas gestantes. Pacientes e Métodos O estudo foi realizado no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), situado na zona norte do Rio de Janeiro. Vinculado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), é referência para pacientes HIV positivos segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A coleta de dados foi feita a partir do banco de dados da Maternidade com 2.707 gestantes, onde 80 são HIV positivas, entre janeiro de 2001 e março de 2004. O referido banco foi montado no programa EPIInfo 6.0 baseado em arquivo nosológico que é preenchido em toda a internação na unidade hospitalar. Por ser um hospital de referência na cidade, a porcentagem de gestantes contaminadas com o vírus foi de 2,96%, caracterizando um número muito superior ao estimado na população em geral, que está em torno de 1% de gestantes em nosso país. Foram coletados dados contidos nos prontuários das pacientes desde o início do pré-natal no hospital até o parto. Foram analisados os seguintes dados epidemiológicos com a seguinte estratégia: • idade – adolescentes ( </= 19 anos ), 20-35 anos e > 35 anos • cor – branca e não branca • profissão – jornada única ou dupla de trabalho • escolaridade – < 3 anos, 1º grau completo, 2º grau completo, superior • vive com parceiro – sim ou não, • condições sanitárias – satisfatórias quando presente água encanada, luz e rede de esgoto Como dados relativos à gestação ou doenças pregressas, foram considerados tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, idade gestacional no início do pré-natal, número de gestações, número de abortamentos e as doenças intercorrentes. Os dados referentes à situação nutricional, motivo principal deste estudo, foram o ganho de peso da gestante durante a gestação e peso do recém-nato ao nascer. Com os dados nutricionais procuramos avaliar a média do ganho de peso deste grupo de gestantes de acordo com normas técnicas no Ministério da Saúde do Brasil, além da incidência de recém-natos com baixo peso. Resultados Entre as 80 pacientes com parto na Maternidade no período estudado, apenas 70 fizeram acompanhamento pré-natal no HUGG. As restantes foram referidas por outras unidades de saúde do estado. Para este trabalho foram utilizados 51 prontuários, pois 19 deles não foram encontradas ou não apresentavam dados suficientes ou fidedignos para análise. A Tabela 1 apresenta as principais características epidemiológicas das pacientes portadoras do vírus HIV estudadas, demonstrando que o grupo apresenta 99,9% de gestantes com dupla jornada de trabalho, 3,9% de adolescentes e 11,8% de mulheres com mais de 35 anos. A mesma tabela ainda nos informa que somente 29,4% são de cor branca, 45,1% não vivem com parceiro e 86,3% vivem com condições sanitárias que )HPLQD - Setembro 2006 vol. 34 nº 9 Tabela 1 - Características epidemiológicas das 51 pacientes portadoras do vírus HIV pesquisadas na Maternidade do Hospital Universitário Gaffreé e Guinle entre janeiro de 2001 e março de 2004 Dados epidemiológicos Nº absoluto Percentual (%) a19 anos 2 4,0 20-35 anos 42 82,3 > 35 anos 7 13,7 Branca 14 27,5 Não branca 36 70,5 Não informou 1 2,0 Trabalho domiciliar 23 45,1 Jornada dupla 28 54,9 Sim 21 41,2 Não 23 45,1 Não informou 7 13,7 Satisfatórias 44 86,2 Não satisfatórias 2 3,9 Não informou 5 9,9 1-3 anos 2 3,9 1º grau 26 51,0 2º grau 10 19,6 Superior 4 7,8 Não informou 9 17,7 Idade da Paciente Cor Profissão Vive com Parceiro Condições sanitárias Escolaridade Tabela 2 - Dados relativos ao estilo de vida das gestantes analisadas neste estudo, de janeiro de 2001 a março de 2004 na Maternidade do Hospital Universitário Gaffree e Guinle Hábitos de vida Nº de casos Percentual (%) Tabagismo englobam água encanada, luz, gás e rede de esgoto. Em relação à escolaridade, entre as 51 gestantes, apenas 82,4% (42 gestantes) informaram sua escolaridade: 4,8% estudaram de 1-3 anos; 61,9% cursaram o 1º grau, ou seja, estudaram de 4-7 anos, 23,8% estudaram de 8-11 anos (2º grau) e apenas 9,5% fizeram curso superior. A Tabela 2 apresenta dados em relação ao estilo de vida dessas gestantes: 33,3% são tabagistas, 23,5% são etilistas e 9,9% utilizam drogas ilícitas. Em relação a doenças intercorrentes, apenas seis gestantes apresentaram alguma intercorrência: sífilis; sífilis, BK e pneumonia; sífilis e anemia, hepatite B e C; toxoplasmose, rubéola, bronquite; pneumonia e sífilis. A Tabela 3 configura dados do numero de gestações, partos e abortamentos, além do início do pré-natal na gestação analisada. A maior parte apresentou duas gestações (23,5%), porém um número não muito diferente (19,6%) apresentou quatro gestações. Mais de 20% das pacientes já se encontravam, no mínimo, em sua quarta gestação. Em relação ao número de partos, 31,3% foram secundíparas, sendo que a maior parte (64,7%) não cursou com abortamento em sua história patológica pregressa. O início do pré-natal ocorreu principalmente no segundo trimestre (33,3%), enquanto cerca de 35% começaram o acompanhamento pré-natal no primeiro e terceiro trimestre. Importante relatar que 31% não informaram ou não realizaram o pré-natal. Em relação aos dados nutricionais sobre o ganho de peso semanal e o peso do recém-nascido, Tabela 3 - Dados gestacionais entre as pacientes estudadas entre janeiro de 2001 a março de 2004 na Maternidade do Hospital Universitário Gaffree e Guinle História obstétrica Nº de casos Percentual (%) 1 9 17,7 2-3 21 41,1 21 41,1 Nº de gestações 4 ou mais Nº de partos Sim 17 33,3 Não 31 60,8 1 12 23,5 5,9 2-3 26 50,9 13 25,4 33 64,7 18 35,3 Não informou 3 Etilismo 4 ou mais Nº de abortamentos Sim 12 23,5 Não 36 70,6 Não informou 3 5,9 primeiro trimestre 9 17,7 Sim 5 9,9 segundo trimestre 17 33,3 Não 43 84,3 Não informou 3 5,8 terceiro trimestre Não informou 9 16 17,7 31,3 Uso de droga ilícita )HPLQD - Setembro 2006 vol. 34 nº 9 Nenhum 1 ou mais I G no início do pré-natal pode-se concluir que a maior parte dos recém-nascidos, 76,5%, estava dentro da faixa de peso considerada segura pelo Ministério da Saúde (Tabela 4). Tabela 4 - Dados gestacionais entre as pacientes estudadas entre janeiro de 2001 a março de 2004 na Maternidade do Hospital Universitário Gaffree e Guinle Dados de peso Nº de casos Percentual (%) Ganho de peso semanal Perda de peso 2 3,9 Até 500 g 16 31,3 500-1.000 g 7 13,7 3 5,9 11 39 21,6 76,5 >1.000 g Peso do recém-nascido < 2.500 g 2.500-4.000 g Em relação ao ganho de peso semanal, só foi possível analisar 53% das gestantes, pois o restante não apresentava registro de peso durante a gestação. Dentre as gestantes analisadas, 31,1% apresentaram um ganho de peso adequado, enquanto 5,9% destas pacientes mostraram um ganho de peso muito acima do considerado seguro para saúde da mãe e do bebê (Tabela 4 ). A Tabela 5 correlaciona o ganho ponderal semanal nas gestantes atendidas no ambulatório e o peso do recém-nato. Os resultados mostram uma prevalência maior de baixo peso ao nascer para os recém-natos que vieram de mães portadoras do HIV, com ganho de peso semanal inadequado. Tabela 5 - Correlação da incidência de recém-natos pequenos para a idade gestacional e o ganho de peso semanal materno entre as gestantes HIV positivas atendidas na Maternidade do Hospital Ganho de peso / Peso neonatal Ganho de peso materno inadequado Ganho de peso materno adequado Ganho de peso materno excessivo RN < 2.500 g RN 2.500-4.000 g Total 5 9 14 - 8 8 2 1 3 Discussão Este trabalho tem sua justificativa na alta prevalência de pacientes que começam seu prénatal como portadoras do vírus HIV. Souza & Andrade, 2003, no Programa de Saúde da Família da cidade de Campina Grande (Paraíba), ao instalar o teste de Elisa como rotina, encontraram 1% da população de todas as gestantes com exame positivo. Nosso trabalho demonstrou uma incidência de 2,9% da população atendida, fato relacionado ao fato de estarmos relacionados no sistema de referencia da Secretaria Municipal de Saúde. Provavelmente esta incidência seria muito parecida com as demais regiões do País, se realizássemos o rastreamento das pacientes que procuraram a Maternidade para iniciar pré-natal. Desde 1998 que Marques chama a atenção para o aumento de casos de AIDS entre as mulheres no Estado de São Paulo. Com questionários aplicados em puérperas nos municípios de São Paulo, Santos e São Jose do Rio Preto, concluíram que, no total de 116 mulheres, 94% fizeram pré-natal com adesão de 64% no primeiro trimestre. A idade média foi de 29 anos, sendo que somente 45% sabiam ser soropositivas antes da gestação estudada. Os autores não encontraram relação entre a freqüência ao pré-natal e adesão ao teste para o HIV. Este teste foi oferecido a 86% das pacientes, e não encontraram relação do pré-natal com a escolaridade e o uso de drogas. Os autores concluem que para impedir o aumento das taxas de transmissão vertical, o pré-natal deve ser abrangente. Esta casuística está de acordo com os achados em nosso grupo, quer seja em relação à idade materna, quanto à adesão ao pré-natal e ao nível de escolaridade da população estudada. Quando comparamos nossos resultados com outras casuísticas nacionais, encontramos o artigo de Santos, 2002, que mostra um estudo com 148 mulheres portadoras do vírus HIV na cidade de São Paulo, quando constatou-se uma média de 32 anos para idade materna, sendo que 62,2% haviam cursado o 1º grau e 12,2% tinham nível superior. A mediana do número de parceiros foi de quatro, e interessante notar que 88% delas declararam ser a religião uma questão importante em suas vidas. Cerca de 65% delas tinham jornada de trabalho fora de casa. A cor predominante foi a branca (58%) e 32% eram casadas e 30% viúvas, sendo que a maioria esmagadora tinha perdido o parceiro em decorrência da AIDS. Este grupo de mulheres engravidou 36 vezes após o diagnóstico de HIV, sendo que a minoria não teve acesso ao tratamento com zidovudina (taxa de transmissão vertical de 36%). Podemos observar com facilidade que a Região Sudeste do País tem uma uniformidade na população de gestantes portadoras do vírus HIV. Com a finalidade de analisar outra região do País procuramos a publicação de Castro et al., 2001, que na cidade de Caxias do Sul (Rio Grande do Sul), ao acompanharem 29 gestantes soropositivas )HPLQD - Setembro 2006 vol. 34 nº 9 (percentual de 0,53%) do total de gestantes atendidas, encontraram idade materna média de 26 anos com 20,6% de adolescentes, 86,2% com 1º grau incompleto, 62% multíparas e 20% primigestas. Entre estas gestantes 23 (79,3% fizeram pré-natal, com média de 4,8 consultas), sendo que nenhuma delas foi submetida ao protocolo 076 com zidovudina. Em dez ocasiões aconteceram casos de sífilis, 79,4% nasceram a termo, com um óbito neonatal (sífilis + rubéola) e 21% de transmissão vertical após seis meses do parto. Esta comparação foi extremamente valiosa, pois logo notamos que a prevalência e superior à encontrada em nossa população, podendo refletir hábitos e costumes diferenciados. A explicação está no maior grau de escolaridade encontrada no grupo sul. No entanto, a incidência elevada entre as adolescentes merece uma referencia especial, e fica marcante a ausência do acompanhamento de numero significativo de pacientes sem o protocolo 076. A literatura internacional é representada pelo artigo de Turner et al., 1996, que afirmam que a incidência de fetos pequenos para a idade gestacional cai em 43% e a prematuridade cai em 21% sempre que houver um pré-natal adequado de pacientes HIV positivas. O estudo foi feito no sistema de seguro médico no estado de Nova Iorque. Este artigo é emblemático para que valorizemos o pré-natal completo, pois em nosso estudo podemos notar que o ganho de peso inadequado estava relacionado com peso ao nascer. Como último comentário fica a constatação da relação bem mais freqüente do alcoolismo, do tabagismo e das drogas nas gestantes soropositivas. As formas de transmissão pelas drogas e pela relação sexual desprotegida com múltiplos parceiros certamente estão relacionadas com estes hábitos. Considerações Finais A população de gestantes portadora do vírus HIV tem como principais características epidemiológicas: a idade materna entre 20 e 35 anos, cor não branca, viver em condições sanitárias satisfatórias e escolaridade de 1º grau. São gestantes com mais de dois filhos, com alto índice de abortamentos, e começaram o prénatal após o primeiro trimestre da gestação. O tabagismo, o alcoolismo e uso de drogas foram declarados em número mais relevante que na população total. O ganho de peso inadequado no pré-natal esteve diretamente relacionado ao baixo peso ao nascer, que apresentou incidência superior ao da população livre do vírus atendida no mesmo período. )HPLQD - Setembro 2006 vol. 34 nº 9 Abstract This article aimed at establishing the epidemiologic status of HIV-positive preganant women attended at the Gaffrée e Guinle University Hospital’s Maternity, analyzing their way of life, weight of mother’s and newborns weight. Data was withdrawn from patients files kept by the university maternity. The following conclusions were made from data collected from those files: 99.9% of these pregnants work outside and at home the incidence in adolescents and women after 35 years of age was low (3.9% and 11% respectively) and 86.3% lived in acceptable levels of hygiene and satisfaction. Others conclusions drawn were that 61.9% of these pregnant women have just primary education and that 33.3% are smokers, 23.5% are regular alcohol consumers and 9.5% are users of illicit drugs. 51% of these women attended prenatal late in pregnancy and 17% were pregnant for the first time, Finally was concluded that low birth weight was observed in 21.6% of newborns despite the expected weekly weight gain was observed in more half of these mothers. KEYWORDS: HIV and pregnancy. Nutrition in pregnancy. High risk pregnancy. Leituras Suplementares 1. Cabral CS. Maternidade e AIDS: desejos, impasses e representações. Cadernos de Saúde Pública – UFRJ 1997; 5: 3-6. 2. Castro TPT, De Lorenzi DRS, Tonin C, Zapparoli M. HIV e gestação. Rev Cient AMECS 2001; 1: 39-46. 3. Marques HHS. Falhas na identificação da infecção pelo HIV durante a gravidez em São Paulo, SP. Rev Saúde Publica, ago/2002; 36: 23-8. 4. Ministério da Saúde, 2000. Gestação de Alto Risco. Manual Técnico. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Saúde da Mulher. 5. Ministério da Saúde, 2000. Assistência Pré-natal. Manual Técnico. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. 6. Ministério da Saúde, 2002/2003. Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia anti-retroviral em gestantes. Brasília: Secretaria Executiva, Coordenação Nacional de DST e AIDS. 7. Ministério da Saúde, 2004. Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia anti-retroviral em gestantes. Brasília: Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/AIDS. 8. Santos NJS. Mulheres HIV positivas, reprodução e sexualidade. Rev Saúde Pública 2002; 36: 30-4. 9. Saunders C. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria, Rio de Janeiro; Cultura Médica 2002; 19: 31-14. 10.Souza SMBA & Andrade J. Soroprevalência para HIV em gestantes acompanhadas pelo Programa Saúde da Família de Campina Grande, Paraíba. 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