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Este texto foi adotado para fim exclusivo de apoio didático ao Curso de Gestão Estratégica
Pública - Turma 2005 - uma parceria entre a Escola de Extensão da Unicamp e a Escola de
Governo e Desenvolvimento do Servidor (EGDS) da Prefeitura Municipal de Campinas.
Moderação
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A atividade de moderação de atividades em grupo tem como marca principal, em
sua essência, o objetivo de facilitar a comunicação no grupo, garantir sua
integridade e conduzir os trabalhos aos objetivos acordados. Por isso, cabe ao
moderador organizar as discussões de um grupo de trabalho para que as diferentes
opiniões, conhecimentos, experiências e proposições dos participantes não se
manifestem de forma gratuita, se percam ou sejam subtilizados potenciais e o grupo
possa, através de regras aceitas por todos, atuar de forma produtiva e eficaz.
2.4.1. O papel a ser desempenhado por um(a) moderador(a).
Mobilizar a energia criativa dos participantes.
Desacostumar da prática autoritária e conformista de apenas cumprir tarefas.
Aperfeiçoar a postura individual no trabalho coletivo.
Reforçar a confiança do grupo em si.
Colocar perguntas que auxiliem a discussão e a exposição de pontos de vista.
Aprender a interagir democraticamente.
Oferecer técnicas apropriadas ao desenvolvimento dos trabalhos.
Abandonar, ainda que temporariamente, estilos rotineiros/tradicionais de trabalhos.
Experimentar novas formas de comunicação e ampliar a capacidade de decisão.
Criar um ambiente agradável para viabilizar trabalho sobre temas delicados.
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Utilizamos conceitos do texto “A Moderação”, do curso de Formação de Moderadores, de Klaus
Schubert, Heloisa Nogueira e Flora de Oliveira. SP: ILDESFES, 1995. Ver também Andreola,
Balduíno, “Dinâmica de grupo”, Petrópolis: Vozes, 1982, e Mailhiot, Gérald B., “Dinâmica e Gênese
dos Grupos”, SP: Livraria Duas Cidades, 1991, Cap. VII: Autoridade e Tarefa nos pequenos grupos.
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São DIFICULDADES:
Participar exige mudar a conduta e práticas de trabalho cotidiano e pessoal de cada
integrante do grupo.
Participar exige alterações em disposições organizacionais, hierárquicas e de
produção.
2.4.2. O Mandato do Moderador.
Para poder ser, efetivamente, um agente que facilita e dinamiza o intercâmbio de
idéias, provoca discussões criativas e produtivas e protege o grupo de influências
“externas” e interrupções não programadas, o Moderador recebe dois mandatos:
I - Do organizador do evento, para a
condução do processo visando um ou
mais resultados: uma avaliação, um
relatório, um projeto, etc.
II - Do grupo de trabalho para coordená-lo
de forma eficiente, eficaz e imparcial.
A autoridade na moderação é definida pelos dois mandatos, mas consolida-se na
existência ou cumprimento de dois pressupostos:
Sua competência técnica:
- dominar procedimentos metodológicos, técnicas e dinâmicas adequadas aos
processos grupais e saber manejá-las com flexibilidade e precisão;
- reconhecer problemas de comunicação entre participantes e lidar com eles;
- detectar e trabalhar a hierarquia que se estabelece em qualquer grupo;
- estimular aqueles que não têm voz ativa para que se articulem;
- garantir que o grupo, como um todo, se sinta representado no resultado final dos
trabalhos.
Sua neutralidade:
- O moderador pode ser interno ou externo à organização, conhecer ou não o tema,
mas deve ser neutro em relação ao conteúdo propositivo dos trabalhos. Esta é uma
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forma de atuação que permite testar a coerência e lógica de análises e proposições
do grupo.
- Buscar a neutralidade pode garantir maior isenção e exige precisão dos
participantes para que o moderador não se perca. O moderador pode, assim, exigir
ainda maior precisão.
Obs.: Apesar deste pressuposto para o trabalho de moderação em trabalhos de
grupo, especialmente em oficinas de planejamento, tem sido comum observarmos
moderadores que atuam diversamente dele. A prática mostra a enorme dificuldade
do moderador, agindo assim, cumprir adequadamente seu papel. A participação nos
debates e nas disputas de conteúdo exige extrema habilidade para que o papel do
moderador possa ser cumprido. Torna-se necessário dominar muito bem as técnicas
e possuir enorme sensibilidade para acabar não caindo em enfrentamento com parte
do grupo ou ver a autoridade da moderação questionada. Este pressuposto tende a
não ser seguido na medida em que o moderador e equipe tenham estado
trabalhando juntos a algum tempo e se conheçam bem ou a equipe tenha um
treinamento ou costume maior de trabalho em oficinas. Neutralidade não significa
desconhecimento do assunto sobre o qual o grupo esteja trabalhando. Também
neste ponto há controvérsias: existem muitos moderadores que colocam o
conhecimento do tema como pré-requisito para seu trabalho; outros afirmam que
não conhecer o assunto que o grupo trabalha é um fator relevante que facilita o
exercício de uma moderação isenta e centrada na condução metodológica, embora
dificulte a avaliação se uma fala é, ou não, longa, valiosa ou se uma proposta é
realista.
2.4.3. Formular Perguntas: o princípio básico da moderação. 2
=> Colocar perguntas como fio condutor dos trabalhos em grupo.
Ao estimular discussões que interessam aos participantes, a PERGUNTA que
inicia cada nova etapa deve produzir um impacto favorável sobre a continuidade da
reflexão realizada pelo grupo e, por isso, precisa ser bem preparada.
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Ver texto Brose / ZOPP e conceitos de “As Perguntas”, Notas de Sala de Aula, para Formação de
Moderadores, de autoria de Klaus Schubert, Heloisa Nogueira e Flora de Oliveira. 1995.
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Visualização
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a) Visualizar: facilitar leitura, discussão e registro de idéias e conceitos.
A ferramenta da visualização é um instrumento que busca fazer a formulação ou
construção de idéias e conhecimentos e os processos de discussão mais eficientes
e participativos.
É poderosa prevenção contra nossa prática e tradição discursiva em reuniões.
Seu princípio básico é: registrar todas as manifestações dos participantes para que
estas possam ser coletivizadas, trabalhadas e apropriadas.
b) Trabalhar com cartões: um procedimento geral
1. Fornecer a cada participante pincéis e cartões.
2. Orientar sobre as cores a utilizar.
3. Visualizar a pergunta que orienta o trabalho.
4. Recolher cartões e fixar em painel para leitura geral. Os cartões devem ser
móveis e só poderão ser colados após o final do evento.
5. Organizar as idéias e contribuições presentes nos cartões em "nuvens" de idéias,
conforme estrutura definida no roteiro de trabalho.
6. Nomear cada uma dos NUVENS.
7. Efetuar uma "análise de lacunas" perguntando o que pode estar faltando. Os
cartões podem ser reescritos, como o consentimento do autor, e mudados de local,
com a permissão do grupo.
8. Solicitar ao grupo a formulação das conclusões da discussão. Os painéis podem
ser fotografados ou copiados, gerando o relatório da atividade.
c) Potencial do Trabalho visualizado (e por cartões)
1. Registra afirmações, divergências e conclusões imediatamente.
2. Permite modificações e trabalho com idéias e conceitos.
3. Aumenta a transparência e a participação no processo de discussão.
4. Permite a cada participante ver suas contribuições nos painéis e identificar sua
parcela no trabalho conjunto.
5. Possibilita armazenar idéias e informações para uso ou discussão posterior.
6. Viabiliza documentação ágil e com significativa qualidade.
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Apresentamos nesta parte uma das técnicas para trabalho em grupo que são as técnicas de
visualização. O trabalho de Markus Brose, já citado, apresenta uma descrição precisa da visualização
para o ZOPP que procuramos criticar e adaptar às necessidades da metodologia PES e do trabalho
em equipes.
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7. Qualifica uma discussão e permite que venha a ser aprofundada.
8. Garante a participação sem diferenciações, especialmente hierárquica, e reduz a
influência da timidez individual.
9. Possibilita representar de forma mais clara e didática situações complexas.
d) Regras para a utilização de cartões
REGRA
Por Quê
Escrever até 4 linhas por cartão, em letras
de forma, grandes, em maiúsculas e
minúsculas
Facilita a leitura: Pode-se ler a até 8 metros
O discurso deve caber em um cartão
Aumenta a objetividade dos trabalhos
Escrever apenas uma idéia por cartão
Auxilia o trabalho posterior de estruturação
Evitar palavras isoladas: formular uma
frase completa
Impede mal entendidos: o cartão deve ser
auto explicativo
SINAIS AUXILIARES
( ! ) Aspecto importante a ser lembrado.
( ? ) Ponto a ser esclarecido posteriormente.
(x)
Ponto onde existe divergência profunda ou conclito instalado.
(PARE) O grupo não deseja aprofundar discussões.
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Modelos de apoio para organização / realização de atividades em grupo
I - Levantamento de informações para preparação de uma Oficina de Planejamento 4
Instituição:
Instituto de Planejamento do Paraíba – IPB.
Presidente da Instituição.
Organizador: Quem é o
interlocutor qualificado
que está demandando a
realização da atividade e
que poderá fornecer as
informações necessárias à
[Quais seus interesses? Propostas? Delegação de poder?]
sua preparação?
Data dos Contatos: Como Referencia em trabalhos anteriores.
se deu a negociação para
Período compreendido entre 01 de abril e 10 de agosto de 1995.
a realização da atividade?
Sobre a Instituição: O que
faz? Quais são seus
Objetivos? Como está
estruturado?
Organização Governamental, ligada à Secretaria Estadual do
Planejamento do Paraíba. Entre as suas atribuições está a tarefa
de implementar a realização de Planos de Ação nos municípios do
Estado. Tem cerca de 200 funcionários com perfil de 3º grau
(60%). Realiza estudos e pesquisas e levantamento de dados e
estatísticas para organismos do governo.
Sobre a Atividade: Quais Resultados Esperados: Ampliar capacitação técnica dos
são os resultados
participantes para o trabalho com metodologias de planejamento
esperados, prioritários e
participativo.
secundários, em relação à
Constituir um espaço qualificado para
atividade?
discussão dos elementos que constituem o trabalho com grupos.
Construir proposta metodológica básica para
a atuação da equipe de planejamento do IPB.
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Modelo adaptado de exercícios práticos do Curso para Formação de Moderadores, de autoria de
Klaus Schubert, Heloisa Nogueira e Flora de Oliveira. SP: ILDESFES, 1995.
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Tema a ser tratado: Por
quê e quanto o Tema
escolhido é relevante?
Que aspectos devem ou
não ser abordados? Qual
é o horizonte de tempo?
Tema: Debater procedimentos metodológicos que vêm sendo
testados pela equipe em seu trabalho cotidiano. O Tema é muito
relevante à Instituição não só por que faz parte de suas atribuições
legais como dadas as excelentes oportunidades abertas pelas
formas de trabalho que vêm sendo implantadas no Governo do
Estado do Paraíba, favoráveis à implantação de processos de
planejamento participativo nos municípios do Estado. O Horizonte
de tempo pode ser definido como até as eleições municipais de
1996.
Grupo: Quem? Por quê?
Quantos? O que fazem?
Conhecem o assunto?
Estão envolvidos,
motivados? Qual o nível
de formação? Há
hierarquia? É
homogêneo?
Participantes: Grupo de Técnicos da Área de Planejamento com
atuação voltada à elaboração e acompanhamento de Planos de
Ação Municipais: 12 pessoas. Grupo experiente e com boa
formação para o trabalho que visam desenvolver.
Compromisso: Como será Tempo: 3 dias de trabalho, 9 às 12h00 - 14h às 17h30, totalizando
realizada a atividade?
cerca de 20h. Haverá apenas um moderador. Local será espaçoso
Qual será o contrato?
com salas para trabalhos em grupos.
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II - Pauta para convocação de Atividade
Nome/Número do Projeto ou Ação:
Características da Atividade:
Data:
Resultados Esperados:
Local:
Horários: Início:
Término:
Coordenador ou responsável:
Participantes:
Documentos e informações a levar ou consultar
Outras observações:
previamente:
Convocado por:
Anexo Roteiro previsto para a atividade.
Data de convocação:
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III - Relatório de Atividade Realizada
Nome/Número do Projeto ou Ação:
Data:
Local:
Horários: Início:
Término:
Coordenador ou responsável:
Participantes:
Resultados Previstos:
Resultados Atingidos:
Decisões tomadas:
Desdobramentos previstos:
Responsável pelo Relatório:
Data de conclusão/revisão:
Anexo memória completa da atividade.
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IV - Avaliação Final da Atividade / Trabalho em grupo – modelo básico
Ponto a avaliar
1- Havia clareza entre os
participantes sobre os objetivos
da atividade? Que problemas
pode ter havido?
Avaliação
Nota(*)
2- O local escolhido foi adequado,
bem montado, de acesso fácil e
com boa infra?
3- A escolha dos participantes foi
adequada quanto ao número,
capacitação, preocupações e em
relação aos objetivos previstos?
4- Avalie a qualidade da
condução. (domínio do assunto,
didática, técnicas e
relacionamento com o grupo)
5- Sobre a participação. (houve
apatia, excessos, resistências ou
disputas com o moderador?)
6- Como foi a qualidade do
relacionamento entre os
participantes e o clima de
cooperação?
7- Qual o grau de aproximação
em relação aos objetivos
previstos? Qual foi grau de
satisfação dos participantes?
8- Você considera que houve
ganhos pessoais e
organizacionais para o futuro,
decorrentes desta atividade?
V - Avaliação de Desempenho Individual em Atividades
Para cada atividade realizada, fase de projeto ou período de trabalho deve ser proposta
auto-avaliação, caracterizada por perguntas como:
1- Como foi minha participação?
2- O que aprendi com os demais participantes?
3- Que falhas cometi?
4- Como evitar repetí-las?
5- Quais foram meus pontos fortes?
6- Como poderei melhorar?
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Fases de uma atividade em grupo - Prefeitura Municipal de Campinas