D I S C I P U L O S Simão Bar Jonas (Denominado Pedro) Simão “Pedro” Bar-Jonas, natural de Betsaida, conhecedor profundo do sistema de trabalho mais antigo, o mais antigo do mundo, que é a pesca, era homem simples e bondoso, porém, quando irritado, enérgico e, por vezes, violento. No entanto, passados alguns minutos, arrependia-se, chegando até às lágrimas. Os seus sentimentos variavam como as ondas do mar. Tinha muitas amizades por toda a redondeza. Pedro fechava o cenho por meras brincadeiras e sorria por um simples olhar. Cefas, como alguns gostavam de chamá-lo, era grandalhão e forte. Desconhecia dificuldades, suas e dos outros, que não estivesse pronto a resolver, somente com o interesse de servir. Amava e respeitava as leis da natureza, pelo menos as que lhe eram dadas a conhecer. Foi, primeiramente, grande admirador de João Batista, tanto que não perdia suas pregações à beira do Jordão e no deserto mais próximo do famoso rio. André (Irmão de Pedro) André tinha um caráter formado em um ambiente que tinha como lei central os dez mandamentos, para que todos pudessem disciplinar seus impulsos por eles, amando a Deus para amar o próximo. André já era discípulo de João Batista quando conheceu Jesus. André conversava bastante, mas com pessoas de sua amizade. Logo que começasse a juntar mais gente, calava-se, era introvertido. O acanhamento era uma barreira que o impedia, às vezes, de realizar muitas coisas. Em meio à multidão, mesmo que dominasse um assunto, perdia totalmente a inspiração e corava com facilidade. O seu estado emocional tirava-o de muitas alegrias. Tiago – o Maior (Filho de Zebedeu) Tiago era muito amigo de Pedro e André, principalmente no labor das pescarias, pois o peixe era o alimento mais procurado naquela região. A vida nas águas constituía uma emoção agradável para os profissionais, mormente para os que amavam a natureza. Tiago tinha uma sensibilidade à flor da pele e era por demais agitado, carecendo, por bem dizer, de certa educação. Ao conhecer Jesus, pela insistência de João, já ficou inseguro, achando que no encontro com um homem de tal pureza, as suas emoções se tornariam piores. João (Irmão de Tiago) João, o Evangelista, formou com seu irmão uma dupla que se eternizou na história pela disposição que ambos tiveram na disseminação da Boa Nova do Reino de Deus. Nunca se esqueceram, por onde andavam, de deixar as marcas do Cristo nos corações sofredores. João amava a natureza de maneira extraordinária. Ele não tinha conflitos íntimos. Seus problemas eram só exteriores. Os que vinham ao seu encontro por dentro, imediatamente eram sanados, por não encontrarem ressonâncias em seu modo de ser. Por vezes se admirava de reconhecer o quanto alguns dos seus companheiros eram amarrados, na intimidade, por simples fatores que, para ele, não tinha a menor importância. Mas o tempo o ensinou a respeitar os direitos alheios, na seqüência que a vida propõe a todos, nas muitas diferenciações. Tiago (O Menor) Por haver dois Tiagos figurando no Colégio Apostolar do Mestre, passemos a chamar o que agora focalizamos de Tiago Menor, não por ser menor que os outros discípulos de Jesus, pois esse Tiago foi grande demais, mantendo sempre um certo equilíbrio nas horas mais difíceis do Cristianismo. Tinha certas pretensões e alimentava algumas esperanças sob forma de idéias. Compreendia que o homem de bem não podia participar da ignorância e que toda alma iluminada o era pela sabedoria, que transcende a todas as prerrogativas. Para Tiago Menor, o saber não ocupa lugar; ele é dono de todos os lugares. Tiago Menor tinha, por amor, zelo pela pureza que, no seu entender, não deixa de ser irmã da sabedoria. E como via muitas falhas na sabedoria terrena, procurava outra melhor: os conhecimentos espirituais. Tiago nunca tomava uma resolução pelo impulso da fé cega sem que a sua razão participasse. Era realmente discreto e sempre deixava fermentar a massa para assa o pão. Judas Tadeu Judas-Tadeu-Lebeu, o discípulo misterioso. Sua mente não conseguia armazenar conhecimentos, nem extrair o saber que vinha envolvido nas parábolas. Era preciso a cooperação dos outros e, mesmo assim, o seu esforço se tornava desumano para sentir um pouco daquilo que era abundante para muitos dos discípulos. Todavia a vida premiou Tadeu com um corpo másculo. Mais parecia um gigante dos contos orientais, porte esbelto, mas de tendências grosseiras. Também os céus não se esqueceram de dar-lhe um coração simples e bom. Nascido na Galileia, defendia o seu torrão natal com todas as suas forças. Conhecendo Jesus, cientificou-se de que a sua pátria era o Universo, que a Galileia era todo o mundo e Deus a luz universal. Tadeu passou de Galileu a cidadão universal. O amor de Cristo o sustentava. Simão (O Zelote) Simão pertencia ao partido político nacionalista idealizado por Judas, o Galileu. Ele era uma das frentes de entusiasmo contra o jogo dos romanos. Era revoltado por ver seu povo carregando um peso exorbitante de tributos que iam para os cofres da águia impiedosa. Ainda mais, os romanos se classificavam como uma raça superior, pela posição que desfrutavam no reino que lhes pertencia pela força. Simão não pensava muito em religião, porque nela notava algumas sombras perigosas de escravidão, e ele se debatia com todas as forcas pela liberdade. Tinha interesse por uma pátria livre e por uma revolta diante da subjugação por um povo ganancioso e perverso, egoísta e fanático. Tomé de Tolemaida (Dídimo) Senhor de certa cultura na confluência da época em que viveu, tinha um raciocínio fácil e compreendia as coisas com impressionante rapidez. Tomé usava, primeiramente, nos seus contactos com a vida, a razão. Dificilmente recorria aos sentimentos. Até depois do seu apostolado, já consciente da sua missão, a sua caridade haveria de ser vem compreendida. Fazia um exame prévio daqueles que iam ser beneficiados. Aí, nada exigia, dedicava-se com todas as suas forças em favor do necessitado. Mas não tolerava muito as pessoas mentirosas, tinha uma certa exigência no penhor da verdade. Via a candura de João, a simplicidade de Pedro e Tadeu. Até invejava seus companheiros nesse estado sublime de amor, aquele amor que não exige, que não especula, aquele verdadeiro amor inspirado no Divino Doador, que jamais erra na escolha. Tomé se fascinava à procura desse estado de alma. Contudo, tinha outras qualidades que embelezavam seu coração. Tomé, para os discípulos, não significava ponto de negação ou dúvida, mas vigilância. Mateus (Leví) Quem pudesse olhar de longe notaria um homem de porte elegante mas simples, passando, apressado, no meio da multidão, sem que o intenso movimento o atraísse. Um belo manto caia em seu corpo bem formado e uma extensão do mesmo tecido descansava na curvatura do seu braço esquerdo. Seus olhos brilhavam com intensidade e a sua mente, como uma usina humana e espiritual, formava imagens as mais engenhosas possíveis. Esse homem era Mateus, também chamado de Levi, o cobrador da impostos nas alfândegas que pertenciam ao reino de Roma. O Ideal de grandeza não arrefecera seu coração. Mudara, depois que conhecera Jesus, o modo pelo qual pensava ser grande, para satisfazer sua mente faminta de realizações, sem que mais tarde o enfado o visitasse. Felipe de Betsaida Felipe era muito cauteloso nas suas buscas, nunca aceitava idéias sem que, primeiro, examinasse suas propriedades. Tinha verdadeira vigilância contra a influencia dos outros para contigo e, quando encontrava uma filosofia, ou mesmo conceitos que o fascinassem, submetia-os à apreciação de outros da sua inteira confiança. A bateia de sua análise não se enganava na escolha do ouro, muito menos da pedra valiosa da verdade, que deveria ser a verdade filosofal dos mestres e dos sábios. Felipe tinha muitas qualidades, dentre elas, a energia se destacava sobre as outras. Tinha ímpetos de tudo fazer com entusiasmo e com clareza Bartolomeu (Natanael) Homem atento ao trabalho, mesmo àquele que exigia suas mãos, sem pena de que as mesmas se tornassem grossas como os lajedos de Betsaida. Era o companheiro de Simão Pedro nas porfiadas horas de pescaria, no famoso Mar da Galileia. Era natural de Cana da Galileia de onde Filipe arranjou o encontro com o Mestre. Bartolomeu não sentia a experiência de Leví que abraçava os princípios do Mestre como que de sopetão, parecendo que já estivesse esperando há muito tempo por aquele acontecimento. Natanael era por demais resguardado, inclusive na sua insapiencia, em comparação com os outros, de maior cultura. Entrementes, sua maturidade espiritual falou mais alto que o raciocínio e fê-lo abraçar os preceitos que o doador maior distribuía para os que tinham olhos para ver e ouvidos para escutar. Judas de Kerioth Visto como personagem traidor, na historia do Cristianismo, por religiões que esquecem o cumprimento das profecias. Ele foi mais um instrumento para que o Evangelho se mostrasse vinculado aos dizeres dos profetas do passado. De personalidade inquieta, que muitos escritores espiritualistas tem como um político sagaz e premeditador. Sua intenção era colocar Jesus como alvo de todas as atenções do mundo, para melhor salvar as criaturas, mas por meios que a consciência reta não aceitaria. Judas era mais inteligente do que pensamos. Tinha certeza pelas pesquisas feitas nos velhos pergaminhos, de que aquele a quem seguia era verdadeiramente o Cristo. Bibliografia: O Redentor - Caps. 31 e 32 A Bíblia - Matheus 4:18-22, Marcos 1:16-20, Lucas 5:1-11, João 21:1-6 e 15-17 Boa Nova - Cap. 3 a 5 - Humberto de Campos / Chico Xavier - FEB Vida e Atos dos Apóstolos - Caírbar Schutel - O Clarim Dicionário Bíblico - John L. Mackenzie O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - FEB Nos Tempos de Jesus - Maria Pimentel - Ed. Nacional Ave Luz – Shaolim – João Nunes Maia