64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 ATIVIDADE FUNGICIDA DO EXTRATO ETANÓLICO DO CAULE DE Solanum crinitum (SOLANACEAE) SOBRE Rhizoctonia solani (AGONOMICETACEAE) in vitro 2 Jaqueline R. Souza ¹*, Renato A. Lima²; Andrina G.S. Braga ¹Acadêmica do curso de Ciências Biológicas - Faculdade São Lucas - Porto Velho/RO; ²Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia - Universidade Federal do Amazonas - Manaus/AM; *[email protected] Introdução Um grande número de plantas apresenta atividade antifúngica em seus extratos. A família Solanaceae possui distribuição cosmopolita, encontrada na região neotropical, e inclui cerca de 98 gêneros e 2.720 espécies. As espécies deste grupo ocorrem em áreas desmatadas e de regeneração, em campinas alteradas, e até em florestas primárias [1]. A espécie Solanum crinitum tem ampla distribuição na América do Sul, encontradas em regiões de baixada e alagados, sendo conhecida popularmente como jurubeba. Os frutos desta espécie possuem alta toxicidade, tendo propriedades terapêuticas, para combater doenças do fígado [2]. Rhizoctonia solani é um fungo de ampla distribuição, que causa a fusariose em feijão caupi, podendo afetar outros vegetais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade fungicida do extrato etanólico do caule de S. crinitum sobre o crescimento de R. solani in vitro. diâmetro em 96 horas de avaliação (Figura1), valores que diferiram significativamente entre si, demonstrando que o extrato vegetal foi efetivo na inibição do crescimento do fungo. [3] testando o extrato de sucupira (Pterodon emarginatus Vog.) sobre o desenvolvimento micelial de Rhizoctonia solani, observaram a eficácia deste extrato durante seis dias, sendo as porcentagens do crescimento inibitório do fungo de até 72%, o que pode representar uma alternativa econômica e ecologicamente viável, pois o seu processo de obtenção utiliza apenas as partes das plantas sem comprometer a sobrevivência das árvores. Mesmo com poucos resultados de pesquisa, um grande potencial antimicrobiano de aromáticos naturais têm sido observado. Metodologia O material vegetal foi coletado no município de Porto Velho-RO. A identificação botânica da espécie foi realizada no herbário do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), pelo Doutor Cid Ferreira onde uma exsicata encontra-se depositada sob o número 211711. Após a coleta, o caule foi pesado fresco, e em seguida, colocadas para secar em estufa a 100°C. A extração foi realizada a partir do caule devidamente seco e triturado, sendo posteriormente colocado em Erlenmeyer contendo 2L de etanol 95%, por sete dias, em três repetições. Posteriormente, o material foi filtrado e submetido ao processo de destilação em evaporador rotatório até a obtenção de xarope. O isolamento dos fungos foi realizado no Laboratório de Microbiologia da Faculdade São Lucas por meio de plantas de feijão caupi contaminadas. Discos de 5 mm de diâmetro de isolados fúngicos foram colocados no centro de placas de Petri de 9,0mm de diâmetro, contendo meio BDA. Nas extremidades das placas, foram colocadas quatro discos de papel-filtro contendo 30µL de extrato vegetal. Como controle, utilizou-se água destilada e o tratamento químico com tiofanato metílico. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições. As avaliações foram realizadas a cada 24 horas, durante quatro dias, por meio da medição do diâmetro das colônias. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%. Resultados e Discussão Verificou-se que o extrato etanólico do caule de S. crinitum apresentou resultados eficientes quanto a inibição do crescimento do fungo R. solani, observando colônias com diâmetro médio de 10,89 mm no tratamento fúngico; no tratamento químico, obteve-se em torno de 29,04 mm do diâmetro da colônia. E para o controle com água destilada, a área obtida foi de 36,25 mm de Figura 1. Discos de isolados fúngicos no centro de placas de Petri contendo meio BDA com discos de extrato vegetal após 96h. Conclusões Com a realização desta pesquisa, pretendeu-se contribuir para a formulação de novos compostos fungicidas, extraídos do caule dessa espécie, visando à preservação e conservação ambiental. O extrato etanólico do caule de S. crinitum foi eficiente em relação ao crescimento micelial de R. solani, o que sugere seu potencial no controle biológico deste microorganismos. Agradecimentos Ao CNPq e a Faculdade São Lucas. Referências Bibliográficas [1] Lorenzi, H. & Souza, H.M. 2005. Plantas ornamentais do Brasil: arbustivos, herbáceas e trepadeiras. São Paulo: Plantarum. 504p. [2] Simões,C.M.O.; Schenkel, E.P.;Gosmann, G.; Mello, J.C.P.; Mentz, L.A. & Petrovick, P.R. 2004. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5.ed. Porto Alegre: UFRGS. 1102p. [3] Araújo, P.S. 2005. Estudos fitoquímicos e avaliação da atividade antibacteriana in vitro de Solanum crinitum Lam. e Solanum rugosum Dunal. 58p. Dissertação (Mestrado em Biologia Experimental), Universidade Federal de Rondônia.