0
UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE
CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA EM INFORMÁTICA
MARCELO STANISLASKI
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Complementação de estudos pedagógicos em informática
CAÇADOR
2011
1
MARCELO STANISLASKI
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Complementação de estudos pedagógicos em informática
Relatório de Estágio Supervisionado em Pedagogia –
Estudos pedagógicos para complementação em
informática - apresentado à Universidade Alto Vale do
Rio do Peixe, Curso de Pedagogia, como prérequisito para aprovação da Disciplina de Estágio,
sob a orientação do Professor Msc. Paulo Roberto
Gonçalves.
CAÇADOR
2011
2
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
MARCELO STANISLASKI
Este Relatório de Estágio foi submetido ao processo de avaliação pela Banca
Examinadora para obtenção do Título de:
Licenciado em Informática
E aprovado na sua versão final em 29/07/2011, atendendo as normas da legislação
vigente da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe e Coordenação do Curso de
Pedagogia.
_________________________________________
Professor Msc. Paulo Roberto Gonçalves
Coordenador de Curso
_________________________________________
Professor Msc. Paulo Roberto Gonçalves
Orientador
3
RESUMO
O relatório a seguir apresentado, mostra a observação e a atuação em sala de aula,
resultante do estágio supervisionado; o mesmo procura demonstrar a importância do
uso da informática em um ambiente escolar, tratando como uma possibilidade de
maior interação dos alunos, tanto uns com os outros bem como dos alunos com o
professor; e também o fato de poder usar os diversos tipos de tecnologia presentes
em uma escola de modo a complementar o ensino. Buscou-se através do uso da
tecnologia, auxiliar os alunos para uma melhora de comportamento, visto que o
assunto trabalhado não era o da tecnologia e sim a tecnologia sendo usada como
ferramenta no auxílio da apresentação do conteúdo e das atividades e também os
alunos desenvolverem as soluções das atividades com o uso da tecnologia.
Palavras chave: Educação, tecnologia, ferramenta.
4
ABSTRACT
The report shows the observation and performance in the classroom, resulting from
the supervised training, it seeks to demonstrate the importance of using information
technology in a school environment, treating it as an opportunity for greater
interaction of students, both with each as well as other students with the teacher,
and also because you can use the various types of technology present in a school in
ways
that complement
their
teaching. Was
sought through
the
use of
technology assist students to a better behavior, since the matters was not working
the technology but the technology being used as a tool to aid in the presentation of
content and activities and also develop students solutions of the activities with the
use of technology.
Key words: Information technology, education, tools.
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................................... 6
2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 8
2.1. EMBASAMENTO TEÓRICO .......................................................................................... 8
2.1.1 Introdução à informática na educação ....................................................................... 8
2.1.2 Perspectivas da tecnologia na escola ...................................................................... 10
2.1.3 Tecnologia como ferramenta ..................................................................................... 11
2.1.4 Tecnologia como meio de expressão ....................................................................... 11
2.1.5 Tecnologia como prótese ........................................................................................... 12
2.1.6 Recursos tecnológicos e educação .......................................................................... 12
2.1.7 Novas tecnologias e os velhos problemas .............................................................. 13
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO ...................................................... 15
2.2.1 Identificação da Escola ............................................................................................... 15
2.2.2 Projeto Político Pedagógico da Escola .................................................................... 15
2.2.3 Sala de Aula ................................................................................................................. 16
2.3 RELATOS DAS OBSERVAÇÕES ................................................................................ 16
2.3.1 Conteúdo programático desenvolvido ...................................................................... 16
2.3.2 Metodologia de Ensino Adotada ............................................................................... 17
2.3.3 Atendimento e relacionamento com os alunos ....................................................... 18
2.3.4 Avaliação ....................................................................................................................... 18
2.3.5 Outras Observações ................................................................................................... 18
2.4 RELATOS DAS INTERVENÇÕES ............................................................................... 18
2.4.1 Primeiro dia ................................................................................................................... 18
2.4.2 Segundo dia .................................................................................................................. 19
2.4.3 Terceiro dia ................................................................................................................... 19
2.4.4 Quarto dia ..................................................................................................................... 19
2.4.5 Quinto dia ...................................................................................................................... 19
2.4.6 Sexto dia ....................................................................................................................... 19
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 21
APÊNDICE ............................................................................................................................. 22
6
1. INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
O projeto de estágio apresentado a seguir, contemplará o tema “Resgate de
Valores”, que procurará abordar temáticas de valores e de interação, tentando
desenvolver entre os alunos, uma cultura de paz e sentimento de bem estar, pois
muitas vezes os alunos acabam por esquecer valores que deveriam permear a sua
essência, e acabam transformando a sua estadia na escola em um problema para si,
para seus colegas e também aos professores; por muitas vezes esquecem que
devem tratar os outros como gostariam também de ser tratados.
Assim sendo esse projeto apresenta como justificativa, a necessidade de se
resgatar os valores morais e culturais que parecem estar adormecidos em prol de
uma modernidade sem limites materialista que tira dos alunos o direito de sonhar, ter
esperança e acreditar em uma perspectiva de vida, onde haja convivência pacífica e
harmoniosa.
O principal objetivo seria de se promover a construção de uma cidadania
sadia, crítica, comparativa e consciente no educando, tornando-os participativos
como cidadãos no desempenho do seu papel, frente aos seus direitos e deveres.
Porém, o projeto tentará alcançar outros objetivos, elencados a seguir:
•
Intensificar o trabalho de valores, de modo a oportunizar as reflexões e
atitudes que visam ao bem estar;
•
Promover o bom relacionamento entre alunos e profissionais da escola,
evitando a violência verbal e brincadeiras que possam gerar prejuízos
emocionais e físicos;
•
Resgatar nos alunos valores como respeito mútuo, diálogo e solidariedade;
•
Oportunizar os alunos para que sejam protagonistas no processo de
fortalecimento para uma cultura de paz;
•
Incentivar e proporcionar a leitura e a produção de textos com os valores em
questão;
•
Realizar dinâmicas de grupos que favoreçam essas reflexões.
7
Para se trabalhar com os alunos, foram ministradas aulas em sala de aula,
onde o conteúdo consistia em como deve ser o comportamento deles na escola, ou
em casa, e também dinâmicas de grupo para poder haver uma aproximação entre
os mesmos. Também houve uma palestra sobre o tema bullyng para que os alunos
conhecessem os aspectos legais e suas implicações. E posteriormente, foram
desenvolvidas atividades utilizando-se de apresentação com o data-show, e também
os computadores no laboratório de informática
8
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1.1 Introdução à informática na educação
A versão moderna dos computadores surgiu na década de 80 com o uso de
interfaces gráficas que implicam em uma maior interatividade com o usuário e pela
redução no preço final dos equipamentos. Nessa época também percebemos as
primeiras utilizações do computador em sala de aula. Muitas dessas experiências se
mostraram infrutíferas ou por falhas na infra-estrutura ou pela falta de clareza das
diferenças entre informática na educação e educação em informática (LEVY, 1997).
A origem desta confusão se mistura com a própria história da informática. Usar o
computador antes do advento da interface gráfica implicava em ter um conhecimento
razoável em programação e mesmo sobre o funcionamento da máquina. Isso
demandava tempo e criava dificuldades para pessoas de outras áreas. Nessa época
era muito difícil distinguir informática na educação de educação em informática já
que a primeira implicava necessariamente numa prévia passagem pela segunda. A
interface gráfica juntamente com a popularização do computador pessoal trouxe
consigo uma simplificação no uso dos computadores. Com isso, além dos
computadores estarem disponíveis a população por preços compatíveis, ficou muito
mais fácil utilizá-los, sem a necessidade de se aprender todo um arcabouço de
códigos. Códigos estes muitas vezes representados por siglas mnemônicas, porém
dirigidas em língua inglesa, o que representava uma barreira a mais para países
como o Brasil, que não possuíam a língua inglesa.
A partir da década de 90 foram desenvolvidos softwares e formas de
conteúdo cada vez mais amigáveis ao usuário, esses softwares foram se tornando
cada vez mais fáceis de usar, e, como consequência, mais e mais pessoas podiam
produzir ou usar ferramentas computacionais em seu ramo de atividade sem que
para isso, tivessem de se tornar especialistas na área. É nessa época que o uso da
informática na educação começou a distinguir-se mais claramente da educação em
informática. Mas foi com a revolução da internet, fenômeno que ficou mais marcante
a partir da segunda metade da década de 90, que o computador passou a ser cada
vez mais indispensável. Nem sempre como uma ferramenta em si, mas sim como
9
uma porta de entrada para a rede mundial de computadores, permitindo acesso a
informações e uma liberdade de conteúdo nunca antes vista. Nesse contexto, a
informática na educação deixa de ser um diferencial para se tornar elemento chave
entre pertencer a uma sociedade cada vez mais globalizada ou conectada ou estar
alienado a esse novo mundo digital.
Outro fenômeno observado desde os seus primórdios é a incrível penetração
que a informática tem no imaginário infantil, neste contexto consideramos os vídeo
games como elementos também pertencentes à revolução da informática. Criando
um mundo alternativo, muitas vezes fantástico e distante da realidade, os games
exercem um fascínio sobre crianças e adolescentes. Entender esse fenômeno e
saber utilizá-lo em prol da educação é um dos desafios impostos aos educadores
modernos. Softwares educativos (jogos e animações) podem ser utilizados na
educação de maneira geral, pois é um material que consegue inserir o aluno em
situações que os façam refletir, interagir, fazer parte da alguma simulação do real,
induzindo-os a buscar soluções ou hipóteses a serem testadas. Esse processo
resultará no aumento dos mais variados saberes, além de proporcionar momentos
de interação/lazer,tornando o ato da aprendizagem mais interessante e motivador
(ALISON, 2001).
Atualmente a informática vai muito além de servir simplesmente como
ferramenta de trabalho, fazendo parte do dia-a-dia das pessoas de uma forma tão
profunda que podemos falar em cyber cultura (LEVY, 2001), a cyber cultura, não é
simplesmente uma cultura derivada das máquinas, feita por máquinas, cyber cultura
é uma produção feita em conjunto, formado por pessoas e máquinas. Uma atividade
típica em que alunos de escolas podem ser envolvidos é a produção do
conhecimento em coletivo, onde os alunos podem ir além dos muros da escola, e
continuar mesmo que em casa, se comunicando e produzindo conhecimento para si
e para os colegas.
Uma razão para se tratar a tecnologia e a cultura digital na escola, é o simples
fato de ela estar hoje por todo lado e quem não a compreender será mais facilmente
manipulado por quem compreende, afinal, o voto é feito através de urnas
eletrônicas, os celulares são muito mais que simples telefones, somos atendidos nos
bancos por máquinas, enfim, não temos mais como negar a presença da tecnologia.
Não significa então dizer que se deve ensinar na escola esse ou aquele
programa, mas sim preparar os alunos para viverem em tempos de cyber cultura,
10
onde devem lidar com o conhecimento como algo sempre inacabado, estar
preparado para quando surgir uma dúvida, poder tirá-la através da ajuda de meios
tecnológicos, perguntando para a tecnologia, entender também que a cyber cultura
é um espaço de produção de conhecimento sem fronteiras geográficas.
Com todo esse desenvolvimento é imposta à obrigação aos profissionais
envolvidos em educação de se tornarem indivíduos capazes de atender as mais
variadas exigências. Isso faz com que o sistema educação seja cobrado, sendo
exigida uma formação completa, onde o indivíduo seja capaz de lidar com as mais
variadas situações. Para isso, a escola tem desdobrar-se para atender a grande
demanda de exigências, e caso ela não dê conta de tais responsabilidades, essa
escola será considerada incapacitada e inadequada para formar o “cidadão capaz”.
Contudo, faz-se necessário investir em conhecimentos, tecnologia, manejo de
informação, e, sobretudo, profissionais capacitados para a mediação dos
conhecimentos. Sem sombra de dúvida, a educação vem se transformando num
elemento de importância capitalista, mas que precisa ser firmada em pilares não
desprovidos de valores morais e éticos, visto que vive implícito nesse processo de
inclusão tecnológica, uma luta contra a exploração injusta da classe dominante
sobre a classe menos privilegiada (DIAS, 1999).
Sem sombra de dúvidas uma das mais importantes contribuições dos filósofos
da educação do século XX foi a ideia da construção de um conhecimento que faça
parte do dia adia das pessoas (PIAGET, 1970; FREIRE, 1987), e atualmente o
mundo vive imerso na tecnologia, dependendo e utilizando-se dela para os mais
diversos fins, além disso, normalmente os alunos demonstram muito interesse em
interagir com a tecnologia, o que os faz prestar atenção no conteúdo disponibilizado
então através dessa maneira.
2.1.2 Perspectivas da tecnologia na escola
Para analisar o uso do computador e de outras mídias na escola,
encontramos
basicamente
três
abordagens
desenvolvidas
para
a
melhor
compreensão do papel das tecnologias nos processos educacionais, podendo ainda
haver uma mescla dessas abordagens.
11
2.1.3 Tecnologia como ferramenta
A primeira perspectiva investiga a utilização da tecnologia como ferramenta
que poderia facilitar o ensino e a aprendizagem, ou seja, servir de ponte entre o
aluno e o que este deveria aprender. No nosso dia a dia, ao falar de ferramenta,
imaginamos uma caixa com uma variedade de instrumentos, é possível pensar em
ferramentas de diferentes graus de complexidade, desde o martelo usado para bater
num prego na parede até o controle remoto do dvd player usado na maioria do
tempo para tarefas simples como iniciar a exibição de um filme, mas poucas vezes
para programar uma exibição, sendo esta uma tarefa de maior complexidade.
Assim como outros objetos, as ferramentas são utilizadas por um ou mais
sujeitos que deveriam ter a habilidade necessária para manusear essas ferramentas,
mas será que o uso de uma ferramenta pedagógica, qualquer que seja ela, sendo
utilizada pelo aluno ou pelo professor, produzirá um resultado diferente?
Os mais jovens normalmente demonstram uma maior habilidade no uso das
tecnologias atuais, mas isto não implica em um melhor desempenho na escola
simplesmente pela presença do computador.
2.1.4 Tecnologia como meio de expressão
Distinguir se a tecnologia está sendo usada como meio de expressão ou
ferramenta nem sempre é uma tarefa fácil, é preciso analisar o contexto em que se
está trabalhando, por exemplo, pincel e tinta são ferramentas ou meio de
expressão? Depende, se for usado para pintar uma parede por exemplo, atuariam
como ferramentas, diferentemente de quando for se pintar um quadro, aí o pincel e a
tinta se transformariam em meio de expressão.
A própria utilização das tecnologias desenvolve meios de expressão entre os
que compartilham essa prática. Pouco a pouco, realizando atividades com
tecnologias digitais, formam-se grupos que começam a falar uma mesma “língua”,
dominam as mesmas técnicas, desenvolvem hábitos e atitudes comuns.
A tecnologia, quando apropriada por um grupo, serve como meio de
expressão aos indivíduos desse grupo em suas interações, daí decorre a
necessidade de o espaço escolar estar aberto para ser invadido por outros saberes
12
até então estranhos a ele, o que acarreta mudanças de postura, tanto do professor
quanto do aluno.
2.1.5 Tecnologia como prótese
A tecnologia como prótese, mostra como é a interação do homem com a
máquina, essa interação por vezes são, por exemplo, um “diálogo” direto com o
computador, ou entre os participantes de um ambiente virtual de aprendizagem,
dentro dessa linha, a tecnologia atua como uma extensão do corpo do usuário, que
interage com a máquina.
Ao pensar em prótese, nos vem a mente as próteses reparadoras, mas hoje
em dia, elas vão além de reparar, elas servem para que se faça de modo diferente o
que se fazia antes sem elas. O papel da prótese não pode se caracterizado
simplesmente como ruim ou bom, facilitador ou não da aprendizagem, pois o que é
produzido pertence a um domínio cognitivo diferente. A hipótese é de que as
tecnologias digitais podem ter um papel que vai muito além de serem ferramentas
facilitadoras ou de meio para exprimir o que antes se construiu de conhecimento,
podem também ser vistas como próteses que permitem ao estudante e ao professor
um fazer diferente, não necessariamente melhor nem mais rápido, mas
simplesmente diferente.
A tecnologia, muito mais do que uma ferramenta facilitadora da aprendizagem
ou de meio de expressão do pensamento, oferece a possibilidade de olharmos para
diferentes aspectos das interações humanas, para as quais ela cria novas
possibilidades. Para nós, é esse papel que torna tecnologias digitais tão importantes
para a educação, não só em sala de aula, mas em outros contextos interativos de
aprendizagem.
2.1.6
Recursos tecnológicos e educação
Estão disponíveis hoje, vários e diferentes recursos tecnológicos que a cada
dia vêm se sofisticando, permitindo potencializá-los ainda mais, através da
interconexão de mais de um recurso. Por exemplo, a TV digital, acoplada ao
computador, transforma-o num aparelho de TV, englobando a TV à parafernália
multimidiática, terminando também com a distinção entre a TV interativa e os
13
computadores. A TV, assim equipada, pode comportar um teclado e enviar
mensagens à tela, possibilitando ao antigo e mero espectador comandar, do seu
monitor, uma riqueza de contextos interativos, criando um novo leque de
possibilidades a serem exploradas.
Assim como uma pessoa com uma prótese dentária pode morder alimentos
que sem ela não poderia, a tecnologia é uma prótese que permite pensar de um
modo que sem ela não o faríamos. Observamos que cada prótese tem sua
especificidade: uma prótese dentária difere em muito uma perna mecânica, a TV
digital oferece possibilidades distintas de uma calculadora gráfica; mas todas elas
permitem fazer algo que não se poderia fazer sem elas. São estas possibilidades de
fazer diferente que nos interessa refletir; pois outros tipos de conhecimento poderão
ser construídos e compartilhados gerando novas possibilidades no e para o campo
da educação.
Podemos dizer que nas práticas escolares predomina a concepção que se
refere à transferência de conhecimento, ou seja, como um conhecimento aprendido
pode ser transferido para outra situação. Voltando a pensar na e com a tecnologia
disponível, dizemos que informação é algo passível de transmissão, enquanto
conhecimento não.
Por exemplo, hoje podemos acumular num CD ou em uma página da internet
uma quantidade cada vez maior de informação, que pode ser armazenada e
transferida para outro computador ou máquina através de CDs, pendrive, entre
outros meios; no entanto conhecimento é algo distinto.
A aprendizagem ocorre nas trocas sociais, o sujeito muitas vezes se encontra
fisicamente sozinho, mas ao ler um livro ou realizar uma tarefa, negocia significados
com o autor ou com os colegas, e quando frente ao computador negocia com a
máquina. Mesmo diante de uma TV convencional, de um filme no cinema, as
interações ocorrem, seja com o que é apresentado, seja entre os que assistem. As
novidades tecnológicas já modificaram nossa forma de significar o mundo e
continuam modificando.
2.1.7 Novas tecnologias e os velhos problemas
Diante dos graves problemas enfrentados pela escola brasileira hoje, as
tecnologias tem sido pensadas como um caminho no sentido de encontrar soluções.
14
Já existem boas sugestões de trabalho com elas elaboradas em práticas pioneiras,
em trabalhos de pesquisa e em relatos de experiência. A utilização das tecnologias
digitais nos processos educativos já é uma exigência do nosso tempo e elas podem
ter um papel fundamental, tanto para os alunos quanto para os professores. Elas
abrem possibilidades aos professores em seu desenvolvimento profissional e em
sua prática docente.
A utilização das tecnologias digitais como ferramenta já está presente em
muitas escolas, deve-se, no entanto, atentar em que momentos é importante se ter
uma ferramenta que facilite o trabalho, já que esta facilidade pode se tornar uma
faca de dois gumes; visto que essa facilidade por vezes pode acabar por encobrir
etapas fundamentais para a aprendizagem.
Um pouco mais tímida é a utilização das tecnologias como meio de
expressão, pois ela supõe maior inserção no cyber espaço e o conhecimento de
suas possibilidades.
Ainda pouco usada, mas muito proveitosa, a tecnologia como prótese, tem
sua maior utilidade quando usa, por exemplo, de softwares educacionais específicos
como Geogebra, Cabris ou o TuxMath; esses softwares permitem ao aluno criar e
experimentar estruturas lógicas e objetos geométricos. Cada dia mais produtos têm
sido construídos com esse fim, desde calculadoras gráficas até a construção de
robôs para a realização de pequenas tarefas. O mundo dos softwares educativos
ainda é pouco explorado e cria possibilidades de aprendizagem muito mais
significativas e que respondem melhor às demandas do mundo atual.
Ambientes digitais da internet que permitem coautoria, ou seja, diversos
indivíduos colaborando na construção de um texto evidenciam possibilidades de
escrita até então não pensadas.
Para os professores, existem ainda os repositórios de objetos educacionais e
de boas práticas de sala de aula; são sites em que se encontram objetos digitais,
como animações, simulações, pequenos vídeos, problemas animados, etc.
Este é um caminho que alguns encontraram para fazer frente aos velhos
problemas educacionais utilizando-se de novas tecnologias digitais.
15
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
2.2.1 Identificação da Escola
Escola de Ensino Básico Rodolfo Zipperer no Campo d’Água Verde, em
Canoinhas, SC.
2.2.2 Projeto Político Pedagógico da escola
Alguns aspectos devem estar presentes na elaboração do projeto pedagógico
de qualquer escola. Antes de tudo, é preciso que todos conheçam bem a realidade
da comunidade em que se encontra a escola para então estabelecer o plano de
intenções. Na prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte
questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Uma vez que isso esteja
claro para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto. São eles: - A
proposta curricular - Estabelecer o que e como se ensina, as formas de avaliação da
aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na escola, entre outros
pontos. - A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar
para cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas. - A gestão
administrativa - Que tem como função principal viabilizar o que for necessário para
que os demais pontos funcionem dentro da construção da "escola que se quer".
Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos valores que se
deseja instituir na escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se
propõe na teoria com a forma de fazê-lo na prática. Indo além, o projeto tem como
desafio transformar o papel da escola na comunidade. A escola em questão buscou
através do seu PPP (projeto político pedagógico) atender a todas essas questões,
visto que na elaboração do mesmo, todos os professores participaram podendo
sugerir questões que achassem pertinentes; além disso, o PPP atende ainda a
legislação vigente, prevendo, por exemplo, o não uso de celular na escola, bem
como a proibição de qualquer pessoa fumar dentro da escola, portanto analisando o
documento, constata-se que a escola preocupa-se com o aprendizado dos alunos,
bem como mostrar suas responsabilidades, punindo-os quando necessário,
prevendo ainda o que acontece quando da chegada tardia do aluno, ou quando o
mesmo não faz o dever de casa.
16
2.2.3 Sala de Aula
Sala de tecnologia medindo 48m² equipada com 18 computadores com
sistema operacional Linux Educacional 3.0 e um servidor, um data-show, para as
apresentações, bem como caixa de som, e conexão de alta velocidade à internet.
2.3 RELATOS DAS OBSERVAÇÕES
2.3.1 Conteúdo programático desenvolvido
•
Primeiro dia
Apresentação do que seria o projeto, explicando para os alunos quais seriam
os objetivos de eles estarem trabalhando esse projeto, e o que se esperaria no final
do mesmo.
•
Segundo dia
Os alunos foram levados para assistir uma palestra promovida na escola pela
UnC - Canoinhas, com o tema Bullyng, a palestra abrangeu temas como cidadania,
direitos e deveres, bem como valores e promoção de disciplina na escola, como a
palestra tinha um assunto integrado ao projeto, foi pedido para que os alunos
relatassem posteriormente o que aprenderam ao assistir a palestra.
•
Terceiro dia
No terceiro dia, foi pedido para os alunos escreverem o que gostariam de
dizer para alguém e não tem coragem, isso foi feito com o intuito de poder se
analisar o pensamento dos alunos, já que o que fosse escrito seria anônimo e não
seria passado para ninguém.
17
•
Quarto dia
No quarto dia, foi pedido para os alunos começarem a fazer algum desenho
que lhes agradasse, logo em seguida, pediu-se para os mesmos trocarem suas
folhas com os colegas e então o colega deveria terminar o seu desenho, feito isso,
os alunos foram levados ao laboratório de informática, onde eles tentariam
reproduzir o desenho do seu colega através do software de desenho TuxPaint, isso
foi feito para com a tecnologia despertar um maior interesse nos alunos.
•
Quinto dia
No quinto dia, os alunos foram ao laboratório de informática para assistir a um
clipe da música Você tem valor de Armando Filho, foi passada essa música com o
objetivo de mostrar que cada um tem seu valor, e que por isso como queremos
respeito por nós, devemos também ter respeito por nossos colegas.
•
Sexto dia
No sexto dia, foi desenvolvida a atividade da “teia da amizade” onde cada
aluno deveria se apresentar e os colegas deveriam prestar atenção nessa
apresentação, para depois com a ajuda de um novelo de lã o primeiro aluno deveria
dizer o que gostou em algum colega quando se apresentou, e jogar o novelo para
esse colega, e assim até todos os colegas estarem segurando um pedaço do
barbante, depois disso os alunos deveria dizer o que aconteceria se um deles
soltasse o seu fio, para então os alunos entenderem que faziam parte de um coletivo
e tinham cada um suas responsabilidades.
2.3.2 Metodologia de Ensino Adotada
Em um primeiro momento, em sala de aula, os alunos foram abordados, e
então se explicou como se daria a aplicação do projeto, a partir daí, os alunos foram
assistir à palestra, posteriormente foi pedido aos alunos para expressarem suas
revoltas, a partir disso, entendeu-se que os alunos precisavam desenvolver o
espírito de amizade entre si, então a partir das dinâmicas tentou-se desenvolver tal
18
sentimento; os trabalhos realizados na sala de informática, remetem ao interesse
que os alunos despertam pela tecnologia, então pode-se fazer como que os mesmos
apreciem melhor a realização de tais trabalhos; a informática também foi uma
ferramenta facilitadora no momento musical.
2.3.3 Atendimento e relacionamento com os Alunos
No início os alunos demonstraram desinteresse e um certo tipo de revolta
com o projeto, porém, conforme o decorrer das aulas e atividades, os alunos foram
tomando interesse pelo tema, sentindo neles mesmos os resultados psicológicos
que os atingiam, e com essa mudança, pedem até que o projeto tenha algum tipo de
continuidade.
2.3.4 Avaliação
Foi avaliada a evolução no comportamento dos alunos, bem como os relatos
dos professores que tem aulas na turma, se deu de forma positiva, onde todos
afirmaram que a turma como um todo melhorou o desempenho e o comportamento;
também nas atividades fora de sala de aula, como recreio e hora cívica, nota-se a
evolução no comportamento social dos alunos.
2.3.5 Outras Observações
Em conversa com a diretoria, decidiu-se por dar continuidade ao projeto, e,
conforme disponibilidade, ampliá-lo para outras turmas com o mesmo tipo de
necessidade comportamental.
2.4 RELATOS DA INTERVENÇÃO
2.4.1 Primeiro Dia
No primeiro dia, visto que o projeto seria algo diferente do cotidiano dos
alunos, alguns ficaram um pouco assustados imaginando que o projeto viria para
19
analisar o comportamento dos alunos e posteriormente repreendê-los por um
possível mau comportamento.
2.4.2 Segundo Dia
Na palestra, os alunos se mostraram um pouco menos assustados com o
projeto, já não demonstrando tanto medo em ter seu comportamento analisado.
2.4.3 Terceiro Dia
Os alunos no princípio estranharam o pedido de escrever algo que não teriam
coragem de falar, mas no fim o que aconteceu foi que se pode analisar que os
alunos ficaram desinibidos e conseguiram “se soltar”.
2.4.4 Quarto Dia
O objetivo de completar o desenho era fazer com que os alunos
desenvolvessem um sentimento de amizade, observando como ficou o desenho
terminado pelo seu colega e passassem a interagir amigavelmente com os colegas
de sala de aula.
2.4.5 Quinto Dia
Com a música os alunos conseguiram entender melhor que cada pessoa
deve ser respeitada, já que cada um tem seus direitos.
2.4.6 Sexto Dia
A atividade com o barbante se mostrou muito interessante, os alunos
passaram a se conhecer melhor e ainda entenderam o sentido de coletividade, com
o decorrer do projeto foram gradativamente melhorando suas atitudes com os
colegas e com os professores.
20
3
CONCLUSÃO
A tecnologia, quando usada na escola para a melhor inserção do conteúdo
curricular ou um tema transversal como o deste projeto, mostrou-se interessante
para além de auxiliar o professor na preparação do conteúdo, também na hora de
apresentar esse conteúdo aos alunos, bem como também facilitar ao aluno na hora
do mesmo resolver os problemas apresentados e também fixação do conteúdo, visto
que com o auxílio do computador as possibilidades de se apresentar ao aluno os
mais variados tipos de conteúdos, e também na forma desse conteúdo ser
apresentado; por exemplo, através de um jogo, um vídeo uma música, entre tantas
outras possibilidades que a tecnologia proporciona.
Em se tratando da interação com os alunos, os mesmos no começo da
aplicação do projeto demonstraram-se receosos, pois achavam que o objetivo seria
a análise do comportamento deles; porém após o início do mesmo, os alunos
entenderam que o real objetivo seria que eles apenas melhorassem o seu convívio
com os colegas e seus professores, então no decorrer do projeto e no aprendizado
dos alunos, os mesmo foram gradativamente melhorando o seu convívio e
comportamento tanto em sala como fora dela; na observação dos alunos por outros
professores,
constatou-se
uma
considerável
melhora
nesse
aspecto
comportamental; e para tudo isso ocorrer, o uso da tecnologia foi de suma
importância; e essa importância residiu muito no interesse dos alunos pela
tecnologia. Quando na sala de tecnologia, os alunos mostravam um interesse muito
maior em acompanhar o conteúdo da aula, ou desenvolver as atividades propostas,
então nesse aspecto pode-se demonstrar que o uso da tecnologia gerou um
aproveitamento muito maior por parte dos alunos.
Entretanto, esse aproveitamento dos alunos, poderia ser mais aproveitado a
partir do momento em que os outros professores tenham em mente que também
podem utilizar-se da tecnologia que está a disposição, recomenda-se então a
interação maior dos professores de sala de aula, para que participem efetivamente
dessa revolução tecnológica que está ocorrendo nas escolas.
21
REFERÊNCIAS
Andrade, P. F.& Albuquerque Lima, M.C.M. (1993). Projeto EDUCOM. Brasília:
MEC/OEA.
ALISON ARMSTRONG e CHARLES CASEMENT: A Criança e a Máquina,São
Paulo, Artmed,(2001).
DIAS, A.M.L. O currículo na sala de aula: o uso da informática na educação.
Educação emDebate, Ano 21 N.: 37 (1999).
FREIRE P. Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro, Paz e Terra, (1987).
LEVY, P. e MORAES, M.C.. Informática Educativa no Brasil: uma história vivida e
várias liçõesaprendidas. Revista Brasileira de Informática na Educação, Sociedade
Brasileira de Informáticana Educação, nº1, pg. 19-44. (1997).
LEVY, P. BONANNO, R. Cybercutura, São Paulo, Editora 34 (1999).
MAGNO, W. C; DE ARAUJO, A. E. P. ; LUCENA, M. A ; MONTARROYOS, E. .
RealizandoExperimentos didáticos com o sistema de som de um PC. Revista
Brasileira de Ensino deFísica, Brasil, v. 26, p. 117-123, 2004.
PIAGET, J. A construção do real na criança editora Zahr (1970).
SOUZA, J.C.M. O Homem que Calculava (1938).
TJARA, S.F. Projetos em sala de aula – Excel 2000 (2001).
22
APÊNDICE
23
UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE
CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA EM INFORMÁTICA
MARCELO STANISLASKI
PROJETO DE ESTÁGIO
CAÇADOR
2011
24
MARCELO STANISLASKI
PROJETO DE ESTÁGIO
Projeto de Estágio Supervisionado em Pedagogia –
Estudos pedagógicos para complementação em
informática - apresentado à Universidade Alto Vale do
Rio do Peixe, Curso de Pedagogia, como prérequisito para aprovação da Disciplina de Estágio,
sob a orientação.
CAÇADOR
2011
25
SUMÁRIO
26
1. TEMA
O projeto de estágio apresentado a seguir, contemplará o tema “Resgate de
Valores”.
27
2. JUSTIFICATIVA
Justifica-se este projeto pela necessidade de se resgatar os valores morais e
culturais que parecem estar adormecidos em prol de uma modernidade sem limites
materialista que tira dos alunos o direito de sonhar, ter esperança e acreditar em
uma perspectiva de vida, onde haja convivência pacífica e harmoniosa.
28
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Promover a construção de uma cidadania sadia, crítica, comparativa e
consciente no educando, tornando-os participativos como cidadãos no desempenho
do seu papel, frente aos seus direitos e deveres.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•
Intensificar o trabalho de valores, de modo a oportunizar as reflexões e
atitudes que visam ao bem estar;
•
Promover o bom relacionamento entre alunos e profissionais da escola,
evitando a violência verbal e brincadeiras que possam gerar prejuízos
emocionais e físicos;
•
Resgatar nos alunos valores como respeito mútuo, diálogo e solidariedade;
•
Oportunizar os alunos para que sejam protagonistas no processo de
fortalecimento para uma cultura de paz;
•
Incentivar e proporcionar a leitura e a produção de textos com os valores em
questão;
•
Realizar dinâmicas de grupos que favoreçam essas reflexões.
29
4. REFERENCIAL TEÓRICO
Preocupados com a crise na esfera das relações humanas que vem se
tornando um obstáculo para o bom desenvolvimento psico-social do homem, e
sabendo que este ser humano tem sua base na família e continuidade de seu
desenvolvimento, na escola, fez-se necessário verificar como a instituição escolar
está contribuindo para o processo de crescimento desse indivíduo.
Portanto propõe-se realizar o presente projeto com a intenção de verificar a
aplicação de valores humanos dentro das escolas e a existência de uma
metodologia que esteja sendo aplicada com esta base teórica que têm como
princípio, os valores humanos na formação do caráter do indivíduo.
Atualmente, tem-se observado que a escola tem fugido de seu principal
papel, no que diz respeito à educação, sabendo que esses são de suma importância
para o bom caráter do homem, afinal, todo educador, desde tempos imemoriais, tem
enfatizado que a verdadeira educação deve conduzir à construção do caráter do
estudante, em verdade, declara-se que o fim da educação é o caráter (SAI BABA,
1999).
A palavra “caráter” tem sido definida de várias formas, por vários
especialistas, filósofos, educadores, etc. Entretanto, Sai Baba define o caráter, em
relação à educação, como sendo “unidade entre pensamento, palavra e ação”. Não
pode haver dúvida, então, de que o fim do processo educativo deve ser a
“integração do homem”. Este fato, infelizmente, vem sendo ignorado pelos
planejadores educacionais. “O resultado é o mundo a beira da total desintegração”
(SAI BABA, 1999).
O homem como o centro, objeto fundamental da educação, dentro do
processo em que envolve a vida humana, individualmente ou em grupo, é
responsável pelo seu próprio destino. A educação deve ajudar o indivíduo a revelarse como pessoa, ajudá-lo a manifestar, de forma atuante, as suas potencialidades
para que possa dizer para que veio ao mundo.
Hoje, tem-se como exemplo a aplicação de metodologias educacionais que
são utilizadas dando ênfase apenas à questão de conhecimentos técnicos,
negligenciando o contexto dos valores humanos. Uma prova disso é que as crianças
se encontram assoberbadas de conteúdos, que só desenvolvem seu intelecto
ocupando o seu tempo com leituras que pouco servem para melhorar o seu
30
relacionamento com os colegas e com elas mesmas. Isso remete ao pensamento de
SAI BABA apud BURROWS & AYUDHYA “A educação não é aquisição de
informações cansativas a respeito de objetos e homens, é a percepção do interior de
si e a fonte da alegria da paz e da coragem” (SAI BABA, 2000).
A metodologia de ensino é de suma importância, no processo de
aprendizagem e deve estar acessível ao estudante. Deve proporcionar atividades
aos estudantes, pois a Psicologia do aprendizado mostra a superioridade dos
métodos e técnicas ativos sobre os passivos. Contudo, sabe-se que cada disciplina
requer métodos e técnicas específicas, mas todos eles devem estar orientados no
sentido de levar o educando a desenvolver os valores humanos existentes no seu
ser, para que este possa interagir de forma integral, participando e agindo, dentro de
uma moral e ética responsável contribuindo para uma relação verdadeira e excluindo
aquela forma clássica de apenas ouvir, anotar e repetir.
A educação deve ajudar a criança a descobrir-se como pessoa, desenvolver
suas potencialidades para que, no futuro, esta possa aplicar, na realidade do meio
exterior, de modo que a pessoa se perceba como um agente transformador, que
transforma e é transformado por esse meio. Este processo só poderá ocorrer através
da família e da escola.
O homem como agente desse processo, deve ser bem orientado para que
possa intervir de forma correta e, para isso, precisa ter bons exemplos e, sobretudo,
aprender a fazer a distinção entre o bem e o mal.
Percebe-se que os jovens se encontram em busca incessante para conquistar
suas metas, que perpassam apenas pela questão econômica, no sentido de ter que
conquistar um bom trabalho, uma boa profissão, que o promova a um padrão
econômico voltado para o consumo. O parâmetro da atualidade nos coloca frente a
um sistema que determina o que você deve ter para ser um bom cidadão. É nesse
sentido que a educação tem sido o instrumento principal deste momento, elevando
as quantidades de matérias que são ministradas para que se possa preparar o
indivíduo para ser um bom profissional. A quantidade de conteúdo que o aluno deve
adquirir é enorme, para que ele possa estar apto a prestar concurso e assim ser
qualificado, já que apenas os melhores irão ocupar as poucas vagas existentes na
universidade ou nos concursos públicos.
O resultado de tudo isso é a política de métodos competitivos de nossa
sociedade dentro das escolas, que termina contribuindo para condutas que vão de
31
encontro ao próprio desenvolvimento do ser, pois, na busca dessa competição,
muitas vezes desleal, a criança perde a noção dos valores humanos, e dessa
maneira, desvirtua o seu caráter com condutas que fogem ao padrão de um homem
de bem. Isso vai ao encontro do pensamento de Nérici: “A educação é o processo
que visa levar o indivíduo concomitantemente, a explicitar as suas virtualidades e a
encontrar-se com a realidade para na mesma atuar de maneira consciente, eficiente
e responsável, a fim de serem atendidas necessidades e aspirações pessoais e
sociais” (NÉRICI, 1983).
Portanto, os princípios básicos da educação devem levar o indivíduo a se
desenvolver de forma responsável formando assim um homem moral. O homem
moral é aquele que avalia as conseqüências de seus atos de forma profunda,
levando em conta o respeito pelo seu semelhante e também cultivando a prática dos
valores humanos não apenas em direção aos seus semelhantes, mas em relação á
natureza e todos os outros seres, procurando o bem. Esse homem reflete, admira e
constrói com respeito e amor a si e aos outros, pois, para ser bom, não deve ser
apenas inteligente e especialista no seu trabalho, mas na sua conduta. Nesse
sentido não se pode negar o papel do professor, conforme afirma SAI BABA apud
BURROWS & AYUDHYA (2000, p.2): “O professor têm a maior participação na
moldagem do futuro de um país. De todas as profissões a de vocês é a mais nobre,
mais difícil e a mais importante”.
Diante disso, a escola deverá orientar seus professores, no sentido de
conscientizá-los de seu importante papel na formação de pessoas, pois os exemplos
dados pelos mestres servem de espelho para a maioria dos estudantes.
Os conteúdos que deverão ser ministrados precisam ser de boa qualidade,
porém não se deve esquecer a formação do indivíduo como um todo, senão
estaremos compartimentando o homem, separando o intelecto do resto de seu ser.
Isso tem ocorrido na educação atual, gerando um verdadeiro caos social em que a
mentira, a trapaça, a violência, a falta de respeito e o egoísmo prevalecem, já que o
que se verifica na educação, hoje, pouco tem a ver com os reais valores do
indivíduo, que deveriam ser pautados no amor, verdade, ação correta, paz e nãoviolência, que são valores que irão despertar a excelência humana no ser. Esse
deve ser o homem do novo século por um mundo melhor e mais humano. Então,
nada mais certo do que começar educando as crianças para que elas façam o futuro
diferente do que se encontra hoje. EINSTEIN apud MARTINELLI (1996, p. 51) afirma
32
que: “A mais importante busca humana é esforçar-se pela moral idade em nossa
ação. Nosso equilíbrio interno, inclusive da existência, depende disso. Somente a
moralidade em nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Fazer disso uma
força viva é trazê-la para a consciência é talvez a tarefa principal da educação”.
Por isso mesmo, os Valores Humanos precisam ser recuperados e reforçados
no indivíduo, trabalhados diariamente. As escolas precisam buscar soluções que
possam contribuir na mudança do comportamento dos nossos estudantes.
Considerando que os valores são os norteadores da conduta e da ética desses
estudantes e que o indivíduo aprende por excelência através de exemplos,
principalmente nos primeiros anos de sua vida, SAI BABA apud MARTINELLI &
DISKIN et al (1998). Declara que: “O pai, mãe e o professor são os principais
responsáveis pela formação do futuro de um país”.
Portanto, professores, educadores, pais, psicólogos e todos que são
responsáveis pela educação de nossos alunos, devem juntos buscar um programa
ou métodos que possam ajudar a reforçar, inserir ou mesmo, pensar em uma
valorização maior na aplicação dos princípios morais. E, finalmente, espera-se que
os estudantes possam orgulhar-se de sua conduta e não somente de suas notas,
assim como seus pais e professores, formando com isso, um país e um mundo
melhor.
33
5. METODOLOGIA
5.1. PRIMEIRO DIA
Será apresentado o que será feito com o projeto, explicando para os alunos
quais seriam os objetivos de eles estarem trabalhando esse projeto, e o que se
esperaria no final do mesmo.
5.2. SEGUNDO DIA
Os alunos assistirão uma palestra promovida na escola pela UnC-Canoinhas,
com o tema Bullyng, a palestra deverá abranger temas como cidadania, direitos e
deveres, bem como valores e promoção de disciplina na escola, será pedido para
que os alunos relatem o que aprenderam ao assistir a palestra.
5.3. TERCEIRO DIA
No terceiro dia, os alunos deverão escrever o que gostariam de dizer para
alguém e não tem coragem, isso vai ser feito com o intuito de poder se analisar o
pensamento dos alunos, já que o que será escrito será anônimo e não será passado
para ninguém.
5.4. QUARTO DIA
No quarto dia, os alunos irão começar a fazer algum desenho que lhes
agrade, logo em seguida, os mesmos trocarão suas folhas com os colegas e então o
colega irá terminar o desenho, feito isso, os alunos serão levados ao laboratório de
informática, onde eles reproduzirão o desenho do seu colega através do software de
desenho TuxPaint, isso será feito para com a tecnologia despertar um maior
interesse nos alunos.
34
5.5. QUINTO DIA
No quinto dia, os alunos irão ao laboratório de informática para assistir a um
clipe da música “Você tem valor” de Armando Filho, será passado essa música com
o objetivo de mostrar que cada um tem seu valor, e que por isso como queremos
respeito por nós, devemos respeitar nosso colega.
5.6. SEXTO DIA
No sexto dia, será desenvolvida a atividade da “teia da amizade” onde cada
aluno deverá se apresentar e os colegas prestarem atenção nessa apresentação,
para depois com a ajuda de um novelo de lã o primeiro aluno dizer o que gostou em
algum colega quando se apresentou, e jogar o novelo para esse colega, e assim até
todos os colegas estarem segurando um pedaço do barbante, depois disso os
alunos deveriam dizer o que aconteceria se um deles soltasse o seu fio, para então
os alunos entenderem que faziam parte de um coletivo e tinham cada um suas
responsabilidades.
35
6. RECURSOS
6.1. RECURSOS MATERIAIS
•
19 Computadores;
•
1 Data-show;
•
1 Impressora;
•
1 Tela de projeção;
•
1 Resma de folhas;
•
1 CD Player;
•
Conexão com a internet.
6.2. RECURSOS HUMANOS
•
1 Assistente técnico pedagógico;
•
1 Professor de sala informatizada.
36
7. CRONOGRAMA
Atividade
Orientações
Contato
com Escola
Elab.
Projeto
Estágio
Apresent.
Do relatório
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
37
8. AVALIAÇÃO
Será avaliado a evolução do comportamento dos alunos, bem como serão
aplicados trabalhos em grupo, desenvolvimento de um seminário sobre o tema
“Valores”, e ainda questões para que se possa acompanhar o entendimento dos
alunos sobre os temas trabalhados.
38
REFERÊNCIAS
DISKIN, Lia et al. Ética, Valores Humanos e Transformação. 3. ed. São Paulo: Peirópolis,
1998.
MARTINELLI, Marilu. Aulas de Transformação. 4. ed. São Paulo: Peirópolis, 1996.
______. Conversando Sobre Educação em valores Humanos. 2. ed. São Paulo: Peirópolis,
1999.
NÉRICI, Imídio. Didática Geral Dinâmica. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1983.
SAI BABA, Sathya. Educação em Valores Humanos – Manual para o professor. 2. ed. Rio
de Janeiro: Centro Sathya Sai de Educação em Valores Humanos, 1999.
Download

Marcelo Stanislaski - Relatorio de Estagio