Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: ACOMPANHAMENTO AOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL NAS DISCIPLINAS PRÁTICAS DOS CURSOS DA ÁREA DA SAÚDE: FACULDADE ANHANGUERA CAMPINAS – UNIDADE 3 CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE CAMPINAS AUTOR(ES): ANA SUELEN DE LEMOS NEVES ORIENTADOR(ES): SIMONE CURY ANDERY PINTO COLABORADOR(ES): REGINA MASSAKO ITO Acompanhamento aos estudantes com deficiência visual nas disciplinas práticas dos cursos da área da saúde: Faculdade Anhanguera Campinas – Unidade 3 Resumo O projeto de iniciação científica tem como objetivo acompanhar a aluna com deficiência visual em aulas práticas, auxiliar o professor e buscar ferramentas, levantar as dificuldades que a aluna encontra nas aulas e nos materiais utilizados e levantar possibilidades práticas para a aprendizagem da aluna. Introdução A Organização Mundial da saúde estima que 40 a 45 milhões de pessoas no mundo são cegas e que outros 135 milhões apresentam baixa visão (WHO, 2003). A maior parte dos deficientes visuais, aproximadamente 90%, está situada em países em desenvolvimento e as causas da cegueira ou baixa visão são bastante conhecidas, com destaque para cataratas, condições infantis como a deficiência de vitamina A e retinopatia prematura, e a baixa visão devido ao HIV (WHO, 2003). No entanto, a Agência Internacional de Prevenção da Cegueira (IABB) ressalta que 80% dos casos podem ser prevenidos ou sanados. O processo de aprendizagem envolve vários fatores, entre eles destacam-se a aquisição, a manutenção, a transferência ou a ampliação de conhecimentos e quando este ocorre de forma positiva, o indivíduo estabelece vínculos e possibilita a curiosidade pelo saber, por novos conhecimentos (Silva e Almeida, 2005). No Brasil, a carência de programas voltados aos deficientes visuais, sobretudo os relacionados à educação, tem trazido impactos negativos para esses indivíduos, suas famílias e a comunidade. Apesar dos esforços dos órgãos governamentais para aumentar a inclusão de jovens deficientes em universidades e escolas públicas, ainda se observa uma escassez de professores qualificados e infraestrutura para atender às necessidades desse grupo. Os estudantes com deficiências visuais também encontram dificuldades na compreensão dos conteúdos teóricos e práticos devido ao distanciamento entre suas possibilidades de acesso às informações expostas nas aulas e teóricas e, muitas vezes, da abstração do conteúdo apresentado pelo professor em sala de aula. Neste sentido, o presente estudo visa melhorar a qualidade de aprendizado dos deficientes visuais do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera de Campinas – unidade 3. Objetivos Confeccionar roteiros e gravações da audiodescrição das aulas práticas para posterior acesso dos alunos com deficiência visual. Metodologia Foi realizado o acompanhamento da aluna com deficiência visual nas aulas práticas de microbiologia e imunologia, cinesiologia, histologia, embriologia, anatomia II, por meio de descrição detalhada, por parte das pesquisadoras, das atividades que aconteciam nestas aulas. Durante as aulas práticas, as alunas realizaram gravações de todas as descrições que realizavam junto à aluna deficiente. Estas gravações foram feitas baseadas na audiodescrição. A audiodescrição, segundo Motta (2010), permite e amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em atividades culturais, sociais, pedagógicos e científicos como aulas, seminários, congressos e palestras, contribuindo para a inclusão social e escolar. Possibilitando a mediação lingüística, transformando o visual em verbal (Motta, 2010). Desta forma, ao fim das aulas as pesquisadoras entregavam as gravações para a aluna, para que está pudesse estudar e posteriormente sanar suas dúvidas com os professores. Resultados Preliminares No desenvolvimento inicial do projeto foi possível rever o acolhimento por parte dos professores, adotando assim práticas mais acessíveis, revendo posturas e construindo uma nova abordagem em sala de aula. A aluna apresentou bons resultados ao fim do semestre, em relação as aprovação nas disciplinas, e mais satisfeita com a absorção do conteúdo. No entanto foram identificadas algumas falhas no processo de audiodescrição que ainda deve ser aprimorado. Na tentativa de suprir as falhas será realizada junto à equipe de audiovisual da unidade uma edição nas gravações audiovisuais realizadas em sala de aula. Fontes Consultadas Audiodescrição: transformando imagens em palavras / Lívia Maria Villela de Mello Motta, Paulo Romeu Filho , organizadores. São Paulo: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo , 2010. Link de acesso: http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/usr/share/documents/LIVRO_AUDIODESCRICA O_TRANSFORMANDO_IMAGENS_EM_PALAVRAS.pdf FREIRE, Gustavo Lima e DUARTE, António Manuel. Concepções de aprendizagem em estudantes universitários Brasileiros. Psicol. USP [online]. 2010, vol.21, n.4, pp. 875-898. ISSN 0103-6564. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusp/v21n4/v21n4a12.pdf. Acesso em 01 de agosto de 2011 NUERNBERG, Adriano Henrique. Contribuições de Vigotski para a educação de pessoas com deficiência visual. Psicol. estud. [online]. 2008, vol.13, n.2, pp. 307-316. ISSN 1413-7372. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722008000200013. ROCHA, Telma Brito et. al. Acesso e permanência do aluno com deficiência na instituição de ensino superior. Revista “Educação Especial” v. 22, n. 34, p. 197-212, maio/ago. 2009, Santa Maria. 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