UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DEFLÚVIO DA BACIA DO ARROIO OURO VERDE LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR ALVARO MARI JUNIOR Foz do Iguaçu - PR 2010 ALVARO MARI JUNIOR DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DEFLÚVIO DA BACIA DO ARROIO OURO VERDE LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade Dinâmica de Cataratas – UDC, como requisito para obtenção de grau de Engenheiro Ambiental. Prof. Orientador: Elisandro Frigo Foz do Iguaçu – PR 2010 TERMO DE APROVAÇÃO UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DEFLÚVIO DA BACIA DO ARROIO OURO VERDE LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL Alvaro Mari Junior Elisandro Pires Frigo Nota Final Banca Examinadora: Prof(ª). Dr. Elídio de Carvalho Lobão Prof(ª). Dr. Adilson Reidel Foz do Iguaçu, 30 de novembro de 2010. III Atrás do toco vem o broto. IV AGRADECIMENTOS À minha família, sem a qual não teria sequer conseguido chegar até aqui. Ao meu pai, Alvaro Mari, com seus ensinamentos sempre retos e suas cobranças contínuas e raciocínio justo. À minha mãe, Edemari Mari, sempre se mantendo junta a mim em minhas decisões, mostrando sempre um sorriso às mais adversas condições. Ao meu irmão querido, Ângelo Gabriel Mari, que sempre me deu força em momentos difíceis, não só na faculdade, mas em todos os âmbitos da minha vida. À Ana Claudia Cabral, por estar conseguindo me manter sonhando mesmo sob a pressão continua que representa o fechamento de uma graduação. À Alisson Rodrigues Alves, André Luis, Eduardo C. Cervi, Rodrigo Mendes e Sidnei Rodrigo Cozer, por estarem sempre comigo nessa jornada. A todos os meus familiares, primos, tias e avós. Sem esquecer Navilho Mari e Gabriel Bernardo, que mesmo não estando entre nós fizeram parte disso. Ao professor orientador Elisandro Frigo, por mostrar o caminho e auxiliar nas atividades de elaboração do trabalho. À Habitat Soluções Ambientais, Rafael Rick Nicklevicz e Ângelo Gabriel Mari, pois sem os conhecimentos nela adquiridos, o trabalho jamais conseguiria ter sido sequer proposto. V "O conhecimento é como um jardim: se não for cultivado, não pode ser colhido” Provérbio Africano VI MARI, Alvaro Junior. Determinação do Coeficiente de Deflúvio da bacia hidrográfica do Arroio Ouro Verde localizado no município de Foz do Iguaçu/PR. Trabalho Final de Graduação - Faculdade Dinâmica de Cataratas. RESUMO Atualmente o valor do coeficiente de deflúvio, que é a razão entre o volume de água escoado na superfície e o volume de água precipitado, vem sendo determinado com utilização de tabelas que utilizam como base estimativa teóricas. O trabalho objetiva a comparação entre metodologias de mapeamento de uso e ocupação do solo, e uma maior credibilidade para trabalhos hidrológicos que utilizam o coeficiente calculado. O método utilizado foi o de Uso e Ocupação do Solo através da utilização de Sistemas de Informação Geográfica, e em seguida aplicação da metodologia descrita por Tucci na determinação do coeficiente de deflúvio. O trabalho determinou o valor do Coeficiente de Deflúvio assim como o mapa de uso e ocupação do solo da bacia do Arroio Ouro Verde localizada na parte sul do município de Foz do Iguaçu/PR. Palavras-Chave: Coeficiente Deflúvio – Geoprocessamento - Uso do Solo. . VII MARI, Alvaro Junior. Determination of Runoff Coefficient at the Ouro Verde Small Watershed in Foz do Iguaçu/PR. Foz do Iguaçu, 2010. Graduations Final Work (Bachelor of Environmental Engineering) - Faculdade Dinâmica de Cataratas. ABSTRACT Nowadays the value of the runoff coefficient, that is the ratio of the volume of water drained on the surface and the volume of water precipitated is determined by utilization of table that uses as foundation theory estimative. Aiming the comparation between two methods of determination of land use and ocuppation and a greater credibility in hidrological studies using the coefficiente calculated. This work was utilized another method of determination of the runoff coefficient in a small watershed. The applied was the land Use and Occupation method with use of Geografic Infomations Systens and determined the coefficient by methodology discribed by Tucci to determination of runoff coefficient. This work determined not only the value of the runoff coefficient but the correct map of land use and occupation of the watershed of River Ouro Verde located in the south side of Foz do Iguaçu/PR. Key-Words: Runoff Coefficient – Geoprocess - Land Use . VIII SUMÁRIO RESUMO.............................................................................................................. VI ABSTRACT.......................................................................................................... VII 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................................. 14 2.1 CICLO HIDROLÓGICO.................................................................................. 2.2 BACIA HIDROGRÁFICA................................................................................ 2.3 ESCOAMENTO SUPERFICIAL.................................................................... 2.4 MAPAS REFERENTES À ÁREA DE ESTUDO............................................. 2.4.1 Mapa altimétrico.......................................................................................... 2.4.2 Mapa hipsométrico,..................................................................................... 2.4.3 Mapa de declividade .................................................................................. 2.5 COEFICIENTE DE DEFLÚVIO...................................................................... 3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 14 15 16 17 17 17 18 18 20 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................. 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 3.2.1 Coleta de dados.......................................................................................... 3.2.2 Aplicação dos dados................................................................................... 3.2.2.1 Fator de forma.......................................................................................... 3.2.2.2 Coeficiente de compacidade.................................................................... 3.2.2.3 Declividade da bacia................................................................................ 3.2.2.4 Método racional........................................................................................ 3.2.2.5 Determinação de coeficiente deflúvio...................................................... 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 20 21 21 21 22 22 23 23 24 26 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA BACIA..................................................... 4.1.1 Características Fisiográficas da Bacia .. .................................................... 4.1.2 Características Físicas da Bacia................................................................. 4.2 USO DO SOLO ATRAVÉS DO MÉTODO DE FOTOGRAMETRIA............... 4.3 CÁLCULO DO COEFICIENTE DE DEFLÚVIO.............................................. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 26 26 27 28 31 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRICAS................................................................... 35 ANEXOS ............................................................................................................. 39 IX LISTA DE TABELAS Tabela 1: Classificação para cálculo do Coeficiente de Deflúvio....................... 24 Tabela 2: Descrição Fisiográfica da Bacia do Arroio Ouro Verde...................... 26 Tabela 3: Descrição das Características da Bacia do Arroio Ouro Verde.......... 27 Tabela 4: Coeficientes de Deflúvio utilizados para os cálculos anteriores......... 28 Tabela 5: Participação de cada Uso na Bacia do Arroio Ouro Verde................. 28 Tabela 6: Participação de cada Uso na Bacia do Arroio Ouro Verde................. 30 Tabela 7: Valores Calculados para o Coeficiente de Deflúvio............................ 32 X LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização da área de estudo............................................................. 21 Figura 2: Mapa de Uso e Ocupação do solo da Microbacia do Arroio Ouro Verde ................................................................................................................... 29 XI LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1: Fator de Forma................................................................................ 22 Equação 2: Coeficiente de Compacidade.......................................................... 22 Equação 3: Declividade da Bacia ...................................................................... 23 Equação 4: Método Racional.............................................................................. 23 Equação 5: Coeficiente de Deflúvio.................................................................... 24 12 1 INTRODUÇÃO Atualmente, cerca de setenta e cinco por cento dos habitantes do Brasil vivem em áreas urbanas. A ocupação destas áreas de forma incorreta pode ocasionar problemas, podendo estes ser em cursos de água, solo ou no meio sóciocultural, e conseqüentemente, aos seres humanos. Alguns fenômenos hidrográficos acabam sendo considerados como problemas se não há um planejamento adequado para a ocupação de determinadas áreas. Enchentes e desbarrancamentos são problemas comumente enfrentados em áreas irregularmente ocupadas, principalmente em leito de rios, o que mostra o porquê de a necessidade de realizar estudos mais aprofundados. A melhor forma de evitar problemas de natureza hidrológica é elaborar um Plano Diretor de Drenagem Urbana (Tucci, 1997). De acordo com Pinto (2003), os estudos hidrológicos baseiam-se na quase repetição dos regimes de escoamento hídricos e precipitação local ao longo dos anos. Ou seja. Mesmo que haja uma pequena alteração nesses regimes ao longo do tempo. As grandes linhas mantêm-se semelhantes ao regime base. O escoamento superficial assim como a precipitação são importantes etapas no ciclo hidrológico (Garcez e Alvarez, 1988). Afirmam também que utilizando ambos os fatores é possível relacioná-los e determinar características hidrológicas locais. Como por exemplo. A suscetibilidade à cheias, tendo assim em mãos a previsão das mesmas. Determinar o escoamento superficial mostra-se importante, pois possibilita apontar possíveis impactos que ocorrem ou ocorrerão nas bacias, como por exemplo, a sedimentação, problema o qual pode em pontos extremos até mesmo alterar leitos de corpos hídricos e que se mostra agravado pela ocupação irregular em áreas ribeirinhas, que além de impermeabilizar a área aumentando o escoamento superficial reduz a vegetação ciliar aumentando a suscetibilidade a erosões. Objetivando a determinação do Coeficiente de Deflúvio (ou coeficiente de escoamento superficial) “C” da bacia do Arroio Ouro Verde, localizada no bairro Porto Meira no município de Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, por um método mais preciso o trabalho foi elaborado. 13 O trabalho se justifica pela importância de um valor acurado para o coeficiente de deflúvio, tendo em vista que é um valor importante no calculo do escoamento superficial de uma bacia, que por sua vez é importante no cálculo de partículas carreadas para o curso hídrico. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. CICLO HIDROLÓGICO Segundo Tucci (1993), o ciclo hidrológico é o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e a rotação terrestre. De modo geral, Bigarella (2003) afirma que o ciclo hidrológico consiste no “transporte da água evaporada do mar para a terra, sua precipitação e drenagem em direção ao oceano”. Pinto (2003) afirma que quando as gotículas de água, formadas por condensação, atingem determinada dimensão, precipitam como chuva. Se durante o processo de queda tais gotículas passem por zonas com temperaturas abaixo de zero, pode haver formação de partículas de gelo, e consequentemente originando granizo. Em casos onde a condensação ocorrer sob temperaturas abaixo do ponto de congelamento, então haverá a formação de neve. De acordo com Silveira (1997), pode-se iniciar a descrição do ciclo hidrológico pela existência do vapor de água na atmosfera. Este vapor, em determinadas condições condensa-se, formando quando agrupadas, nuvens. Devido à dinâmica atmosférica das massas de ar ocorre a precipitação. No trajeto em direção à superfície terrestre esta chuva está sujeita à evaporação. A parcela que atinge o solo, diretamente, por fluxo de tronco ou por reprecipitação a partir da vegetação, infiltra-se no solo até que a superfície deste sature de água. Quando atingida esta saturação superficial do solo, inicia-se o escoamento superficial, que é impulsionado pela gravidade. Do volume que atinge o solo, parte é infiltrada, parte é escoada sobre a superfície e parte é evapotranspirada, segundo Pinto (2003). Segundo Reichardt e Timm (2004), denomina-se infiltração o processo pelo qual a água entra no solo, que perdura enquanto houver disponibilidade de água em sua superfície. Ou ainda, o processo onde a água penetra no solo, e dura até a saturação da superfície do solo. Silveira (2007) afirma que desde a saturação superficial até as de maiores profundidades, a parte infiltrada da água é reduzida gradativamente, a parte que não infiltra, gera o escoamento superficial. Da parte que 15 é infiltrada, o que os vegetais não aproveitam percola até os lençóis freáticos que normalmente contribui para o escoamento de base dos rios. O escoamento superficial guiado pela gravidade indo em direção a cotas mais baixas, ou seja, normalmente para os cursos hídricos. Durante esse processo pode ocorrer infiltração ou evaporação, que varia de acordo com as características do terreno. A água retida nas depressões ou como umidade superficial do solo pode ainda evaporar-se ou infiltrar-se (PINTO, 2003). 2.2. BACIA HIDROGRÁFICA O estudo da bacia hidrográfica torna-se fundamental ao levar em conta o fato de que a parte mais estudada do ciclo hidrológico, é a parte terrestre. De acordo com Tucci (1993) “a bacia hidrográfica pode ser considerada como um sistema físico onde a entrada é o volume de água precipitado e a saída é o volume de água escoado pelo exutório...”. Dentre as unidades de observação e análise da paisagem, a bacia hidrográfica é uma das mais utilizada pelos ambientalistas. O conceito envolve um conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes (Guerra, 2003). Para Garcez e Alvarez (1988), as características topográficas, geológicas, geomorfológicas, pedológicas e térmicas, bem como o tipo de cobertura da bacia, desempenham papel essencial no seu comportamento hidrológico, sendo importante medir numericamente algumas dessas influências. A tendência cada vez mais acentuada de ocupação de todas as partes do globo pelo homem, para aproveitar os materiais disponíveis, faz com que o tipo de cobertura do terreno de uma bacia se modifique, em alguns casos substancialmente, alterando as características da bacia no tempo. Afirma também que dividir o terreno das bacias em permeável e impermeável é um dos principais objetivos de estudos pedológicos. (GARCEZ; ALVAREZ, 2002). 16 2.3 ESCOAENTO SUPERFICIAL Garcez e Alvarez (1988) dizem que a fase do ciclo hidrológico que trata o conjunto das águas que, por causa da gravidade desloca-se na superfície é denominado escoamento superficial. O estudo do escoamento superficial considera o movimento da água na superfície apenas sobre solo impermeável ou já saturado de água, o excedente escoa na superfície formando enxurradas, córregos, rios e lagos. (MARTINS, 2003). O escoamento superficial está diretamente relacionado às precipitações. É possível realizar análises quantitativas através do cruzamento de dados referentes aos dois eventos, e assim ter uma previsão de possíveis cheias em determinadas áreas. (GARCEZ E ALVAREZ, 1988). Martins (2003,) diz que parte do volume da água precipitada é retida pela vegetação e devolvida para a atmosfera por evaporação. Do volume restante que atinge o solo, parte sofre evaporação, e o restante tem dois destinos, infiltração ou escoamento superficial, seguindo as linhas mais declivosas. De acordo com Garcez e Alvarez, a cobertura vegetal, tem influencia para condicionar a rapidez do escoamento precipitação acontece, isso ocorre até alcançar o equilíbrio. Conforme a água atinge as cotas mais baixas do terreno, passam a escoar em canalículos que formam o escoamento superficial. Dizem ainda que a ação das florestas sobre o escoamento são regularizadores de vazões dos cursos, porem não aumentam a vazão média. Martins (2003) ressalta que ao iniciar o escoamento superficial, uma pequena camada de água cria-se sobre a superfície, tal película se torna mais espessa conforme a microrrede de drenagem. Devido às ações erosivas as dimensões de tais canalículos aumentam, e por conseqüência o escoamento ocorrera por tais caminhos preferenciais. Garcez e Alvarez (1988) dizem que as águas provenientes da precipitação atingem o leito do curso de água por quatro vias diversas: escoamento superficial, escoamento subsuperficial, escoamento subterrâneo e precipitação direta sobre a superfície líquida. O início do escoamento superficial se dá algum tempo depois do inicio da precipitação. Esta diferença de tempo ocorre devido a ações dos vegetais na 17 interceptação, à saturação do solo e depressões no terreno. (MARTINS, 2003). 2.4 MAPAS REFERENTES À ÁREA DE ESTUDO Os Sistemas de Informação Geográfica (SIGs) permitem a obtenção qualitativa e quantitativa de dados computacionais geográficos possibilitando a gestão dos recursos e aplicação de técnicas otimizadas baseadas em diagnóstico georreferênciados (CAVALLARI, 2007). Os mapas são gerados a partir destes SIGs e são uma importante ferramenta na elaboração de um diagnóstico de grandes área (MANCUSO; ET.al, 2006) . O mesmo ainda afirma que os SIGs transferem para a cartografia, toda a base de dados aumentada a importância do estudo. Entre eles seguem alguns mapas importantes, para o estudos das bacias: 2.4.1. Mapa Altimétrico O mapa altimétrico representa o relevo da bacia do Rio através de curvas de nível. Junto às curvas são apontadas cotas altimétricas e sobrepostos os divisores da bacia, a rede viária e a hidrografia. De acordo com Loch e Cordini (1995), curvas de nível são curvas planas que ligam pontos de igual altura. A altura apresentada no mapa altimétrico expressa à altitude do terreno em relação ao nível do mar. 2.4.2. Mapa Hipsométrico O mapa hipsométrico indica a distribuição de zonas de altitude homogêneas na unidade hidrográfica fronte a representação de sua superfície (faixas de 20 metros) associadas a uma seqüência de cores hipsométricas. 18 Segundo Rosa e Brito (2003), os estudos hipsométricos permitem conhecer o relevo e detectar seu índice de dissecação, fatores que inferem no processo erosivo através do escoamento superficial da água. Segundo Pereira Filho (2009), maiores índices de dissecação representam também maior suscetibilidade à erosão e conseqüente aporte de sedimentos ao meio aquático. 2.4.3. Mapa de Declividade O mapa de declividade representa a inclinação do terreno da bacia, gerado a partir de sua altimetria. Segundo Rosa e Brito (2003), o mapa de declividade constitui um instrumento de apoio no planejamento de uso de práticas e equipamentos agrícolas mecanizados, além de poder ser utilizado em análises de estrutura agrária e geomorfologia. A preocupação com o declive relacionado ao uso do solo também é evidenciada no trabalho de Souza et al. (2006), que utiliza a declividade como um dos parâmetros para definir as Classes de Risco Ambiental do Solo, uma vez que as terras declivosas são suscetíveis à erosão e possuem limitações para que sejam utilizadas sem acarretar em degradação ambiental. 2.5 COEFICIENTE DE DEFLÚVIO O coeficiente de Deflúvio ou coeficiente de escoamento superficial representa a relação entre volumes de escoamento superficial e o total precipitado. Por definição, é a grandeza, no método racional, que requer maior acuidade na sua determinação, tendo em vista que grande numero de variáveis que influem no volume escoado, tais como infiltração, armazenamento, evaporação, detenção, tornando necessariamente, uma adoção empírica do valor adequado, de acordo TUCCI, 1993. O Coeficiente de escoamento superficial de uma bacia pode ser estimado pela ponderação do coeficiente de diferentes superfícies, afirma TUCCI, 1993. 19 De acordo com MORAES (2007), os valores encontrados para o Coeficiente de Deflúvio através do método de uso do solo através de sensoriamento remoto apresentou resultado superior ao utilizado pela prefeitura do município no qual realizou o seu trabalho. Segundo Villela e Mattos (1975), o coeficiente de deflúvio ou coeficiente de escoamento superficial, ou “run off” pode ser definido como a razão entre o volume de água escoado na superfície e o volume de água precipitado. O mesmo afirma que este coeficiente pode ter relação a um intervalo de tempo com varias chuvas ou à apenas uma chuva isolada. Segundo Silva e Cerqueira (2010), de uma quantidade total precipitada sobre o solo, apenas parte escoa superficialmente, o restante é interceptado, ou pela cobertura vegetal, ou por depressões do terreno, infiltra ou evapora. Existe uma proporção entre cada uma destas parcelas, esta proporção esta em função de condições físicas do solo, tais como declividade, tipos de vegetação, impermeabilização, capacidade de infiltração e relevo. A relação entre a parcela que escoa na superfície e o total precipitado sobre a área da bacia é denominada de coeficiente de deflúvio. De acordo com PINTO (2003), o coeficiente de deflúvio é a relação entre a quantidade total de água escoada pela secção e a quantidade total de água precipitada na bacia hidrográfica. Ele diz ainda que pode ser referida a apenas uma dada precipitação ou todas as que ocorreram em um determinado intervalo de tempo, e em caso de considerar uma precipitação isolada, o coeficiente será tanto maior quanto menores forem a capacidade de infiltração e os volumes de água interceptados pela vegetação e obstáculos ou retidos nas depressões do terreno. 20 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O Arroio Ouro Verde está localizado na região sul da cidade de Foz do Iguaçu no Bairro Porto Meira dentro do perímetro urbano, conforme Figura 1. As águas pluviais são drenadas do sentido leste para oeste de uma bacia quase que totalmente urbanizada. Está geograficamente localizado na latitude de 25°34'19.75"S e longitude 54°33'39.22"W, sua nascen te na latitude 25°33'42.75"S e longitude 54°35'36.62"W na sua foz. A área em estu do tem uma extensão aproximada de 2500 metros e compreende o trecho da bacia desde o Horto Municipal ate a Avenida General Meira. A área do Horto Municipal apresenta vegetação nativa, com casos isolados de construções, em contrapartida o outro lado, próximo à Avenida General Meira existe uma grande quantidade de construções, mostrando o uso predominantemente impermeabilizado, até mesmo em áreas de preservação permanente. Figura 1: Localização da área de estudo. Fonte: CBERS-2B 21 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.2.1 Coleta de Dados Os dados foram coletados tanto em Bancos de informações da Prefeitura de Foz do Iguaçu e da Copel, quanto obtidos a campo através de amostragem. Foram utilizadas imagens fusionadas do satélite CBERS-2B, 3.2.2 Aplicação dos Dados Para definir o uso do solo, foram utilizadas análises visuais tanto na imagem como a campo, visando efetuar um mapa de uso e ocupação do solo manualmente através de fotogrametria (que é definida como a ciência aplicada, a técnica e a arte de extrair de fotografias métricas, a forma, as dimensões e a posição dos objetos nelas contidos análise das imagens). 3.2.2.1 Fator de Forma A determinação da forma da bacia foi estima pela equação proposta por PORTO (1999): F= A L² (1) Onde “F” é o fator de forma, “A” a área da bacia e “L” é o comprimento da bacia (curso de água mais longo, desde a desembocadura até a cabeceira mais distante da bacia) e “A” é a área da bacia 22 3.2.2.2 Coeficiente de Compacidade PORTO (1999) propõe para o calculo de coeficiente de compacidade (ou índice de Gravelius) a seguinte equação : Kc = 0.28 P A (2) Onde “Kc” é o coeficiente de Compacidade, “P” é o perímetro (em quilômetros), e “A” é a área (em Km²) Este coeficiente varia de acordo com o formato da bacia, e esta diretamente relacionada à irregularidade da mesma, quanto mais irregular for, maior será o coeficiente. 3.2.2.3 Declividade da Bacia Para a estimativa da declividade da bacia Porto (1999) propõe a seguinte equação: S= ∆H L (3) Onde “S” é a declividade, “H” é a diferença de cota (metros) (pontos do início e fim do canal) e “L” é o comprimento do canal entre esses pontos. Quanto maior for a declividade, maior será a velocidade do escoamento. 23 3.2.2.4 Método Racional Utilizado na determinação da vazão máxima de projeto de pequenas bacias, apresenta a seguinte equação (CARVALHO,2006): Q= C.im. A 360 (4) Onde “Q” é pico da vazão em m³/s; C = coeficiente de deflúvio, definido como a relação entre o pico de vazão por unidade de área e a intensidade média de chuva; im é a intensidade média da precipitação sobre toda área drenada, de duração igual ao tempo de concentração, em mm/hora; A é a área drenada (km²) 3.2.2.5 Determinação de Coeficiente de Deflúvio Este valor será definido pela metodologia descrita por Tucci (2000), que consiste em analisar individualmente cada uso de solo da bacia, classificando cada um deles com um coeficiente próprio e extraindo uma média para toda a bacia. Este resultado é obtido através da multiplicação entre a porcentagem de cada uso e os valores para os Coeficientes de Deflúvio (coeficiente de escoamento superficial) encontrados na Tabela 1. Tabela 1: Classificação para cálculo do Coeficiente de Deflúvio Uso do solo Coeficiente (C) Mínimo Médio Máximo 24 Vegetação Baixa 0,05 0,08 0,10 Vegetação Alta 0,05 0,13 0,20 Solo Exposto 0,05 0,13 0,20 Área Urbana 0,75 0,80 0,85 Asfalto 0,70 0,83 0,95 Fonte: Assis, 2007 Para o calculo de C, foi utilizada o equação proposta por Wilken (1978): C= Ci * Ai + Cp * Ap At (5) Onde “C” é o Coeficiente de escoamento superficial; Ci é o Coeficiente de escoamento superficial em áreas impermeabilizadas Ai é a área impermeável da bacia; Cp representa o Coeficiente de áreas permeabilizadas; Ap representa a área permeável; At é a área total da bacia. Na execução do trabalho, foram consideradas áreas permeáveis, as áreas de vegetações altas e baixas, bem como a área de solo exposto. Como áreas impermeáveis foram consideradas a área urbana e os asfaltos. 25 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA BACIA Em estudos já realizados na bacia do Arroio Ouro Verde por Duarte e Frigo (2010), algumas características da área já foram determinadas: 4.1.1. Características Fisiográficas da Bacia Os dados fisiográficos calculados por Duarte e Frigo (2010) da bacia podem ser encontrados na Tabela 2. Tabela 2: Descrição Fisiográfica da Bacia do Arroio Ouro Verde Características Fisiográficas Área de drenagem 4,3586 km2 Comprimento rio principal 4,979 Km Comprimento axial da bacia 3,7433 Km Perímetro da bacia 9,7765 Km Largura1 928,99 m Largura2 1363,28 m Largura3 1982,79 m Altitude máxima 210 m Altitude mínima 100 m Fonte: Duarte e Frigo,2010 26 4.1.2. Características Físicas da Bacia Assim como as características fisiograficas, o mesmo estudo realizado por Duarte e Frigo (2010) tabelara as características da bacia, como podem ser visualizados na Tabela 3. Tabela 3: Descrição das Características da Bacia do Arroio Ouro Verde Caracterização da Bacia Fator de Forma 0,38 Coeficiente de Compacidade 1,31 Índice de Conformação 0,31 Declividade do Curso D’água (S1) 0,022 m m-1 Declividade do Curso D’água (S2) 0,044 m m-1 Tempo de Concentração (Urbana) 25 min. Tempo de Concentração (Verde) 44.468 min. Intensidade Média (Urbana) 82,43 mm hora-1 Intensidade Média (Verde) 61,02 mm hora-1 Vazão Max. De Esc. Superficial (Urbana) 47,15 m3 s-1 Vazão Max. De Esc. Superficial (Pastagem) 2,54 m3s-1 Vazão Max. De Esc. Superficial (Terras Cultivadas) 8,83 m3s-1 Vazão Max. De Esc. Superficial (Florestas) 2,29 m3s-1 Vazão Max. De Esc. Superficial (Total) 60,81 m3s-1 Fonte: Duarte e Frigo,2010 Os valores utilizados como Coeficiente de deflúvio e áreas de cada uso, utilizadas no estudo elaborado sobre a mesma área, proposto por Duarte e Frigo (2010), estão expressos nas tabelas 4 e 5 respectivamente. 27 Tabela 4: Coeficientes de Deflúvio utilizados para os cálculos anteriores Uso do Solo Coeficiente aplicado Área Urbana 0,80 Terras Cultivadas 0,60 Florestas 0,40 Pastagens 0,40 Fonte: Duarte e Frigo, 2010 Tabela 5: Participação de cada Uso na Bacia do Arroio Ouro Verde Uso do Solo Participação (%) Área Urbana 58,92 Terras Cultivadas 7,74 Florestas 19,88 Pastagens 8,58 TOTAL 95,12 Fonte: Duarte e Frigo, 2010 O total não alcançou 100% devido ao método utilizado no mapeamento, que permitiu áreas vazias, que não se enquadraram em nenhuma classe de uso e ocupação do solo. 4.2 USO DO SOLO ATRAVÉS DO MÉTODO DE FOTOGRAMETRIA Para definir o uso do solo por fotogrametria foi necessário fusionar uma imagem CBERS. Depois de fusionada a imagem foi georreferenciada. Processo no qual uma imagem tem suas coordenadas transformadas em coordenadas conhecidas. Desta forma os arquivos gerados pelo uso desta imagem, estarão nas suas coordenadas reais. Após ter a imagem referenciada, foram realizadas analises, tanto sobre a imagem como a campo, desta forma os usos de cada parte da bacia foram estabelecidos. As classes de uso utilizadas foram: Área Urbana, Asfalto, Solo Exposto, Vegetação Alta e Vegetação Baixa. 28 Com a utilização do software OpenJump, foi possível traçar as separações de cada uso, gerando assim a figura 2. Outros métodos de classificação de uso e ocupação do solo, que foram testados apresentaram resultados inferiores se comparados ao resultado obtido por fotogrametria. Os outros métodos apresentaram, por serem realizados por interpoladores, grande confusão entre os usos. O método de fotogrametria para ter uma melhor precisão, requer visitas adicionais à campo após o mapa já estar elaborado. Esta visita serve para ver se não houve a confusão em um ou mais usos, neste caso, não houve tal problema. Figura 2: Mapa de Uso e Ocupação do solo da Microbacia do Arroio Ouro Verde Fonte: Obtida através do software OpenJump A utilização de bancos de dados mais precisos pode acurar a porcentagem definida para alguns usos, como o asfalto por exemplo. Ás área consideradas como Área Urbana, foram as com predominância de edificações, assim como as arvores isoladas dentro de núcleos urbanos, tendo em vista que estas estão em sua maioria impermeabilizadas no entorno de seu tronco. Como Vegetação Baixa foram considerados os usos de solo com gramíneas, pastagens e agriculturas. As áreas de Vegetação Alta foram classificadas em espaços onde há a 29 presença de mata ciliar, florestas e também a área onde se localiza o Horto Municipal. Com o auxilio do software gvSIG, foi possível extrair informações geográficas que estão expressas na Tabela 6. Tabela 6: Participação de cada Uso na Bacia do Arroio Ouro Verde Uso do Solo Participação (%) Área (ha) Asfalto 6,45 27,8529 Solo Exposto 9,20 42,3877 Vegetação Alta 15,60 69,3693 Vegetação Baixa 25,50 112,6996 Área Urbana 43,25 184,5492 TOTAL 100 436,8587 Fonte: Autor Comparando cada uso de solo nas Tabelas 5 e 6 pode-se afirmar que há uma grande diferença de valores encontrados, principalmente no Uso, Área Urbana. A porcentagem se difere em aproximadamente 15,67%. Este valor se transformado em área, representa aproximadamente 68,45 ha, o que representa um espaço grande o bastante para influenciar no coeficiente de deflúvio calculado. Outro usos que influenciaram no coeficiente final calculado foram o asfalto, uso o qual o estudo de Duarte e Frigo (2010) não abordaram; e vegetação alta/florestas, que o valor influencia, reduzindo o coeficiente de deflúvio final calculado. Os possíveis motivos para a disparidade dos usos do solo encontrados, pode se dar pelo emprego de uma metodologia diferente, ou pela utilização de uma imagem não atualizada da área. 30 4.3 CALCULO DO COEFICIENTE DE DEFLÚVIO Aplicando a fórmula proposta por Wilken (1978), nos resultados obtidos com a utilização do software, podemos encontrar 3 valores para o coeficiente de deflúvio da bacia, são eles : Coeficiente de Deflúvio, mínimo, médio e máximo, que são representados respectivamente as seguintes símbolos C mínimo, C médio, C máximo: = Cmínimo ( 0 , 75 * 184 , 5492 ) + ( 0 , 70 * 27 , 8529 ) + ( 0 , 05 * 112 , 6996 ) + ( 0 , 05 * 69 , 3693 ) + ( 0 , 05 * 42 , 3877 ) 436 , 8587 Simplificando, temos: = Cmínimo (138 . 4119 ) + (19 , 47813 ) + ( 5 . 63498 ) + ( 3 . 468465 436 , 8587 ) + ( 2 . 11938 ) Calculando, encontramos para C mínimo o valor de 0,387. Para o valor de C médio temos: Cmédio = ( 0 , 8 * 184 , 5492 ) + ( 0 , 83 * 27 , 8529 ) + ( 0 , 08 * 112 , 6996 ) + ( 0 ,13 * 69 , 3693 ) + ( 0 ,13 * 42 , 3877 ) 436 , 8587 Simplificando, temos: Cmédio = (147 , 63936 ) + ( 23 ,117907 ) + ( 9 , 0159 ) + ( 9 , 0180 ) + ( 5 , 5104 ) 436 , 8587 Calculando, encontramos para C médio o valor de 0,4447. O mesmo procedimento quando realizado para o cálculo de C obtemos: máximo 31 = Cmáximo ( 0 , 85 * 184 , 5492 ) + ( 0 , 95 * 27 , 8529 ) + ( 0 ,10 * 112 , 6996 ) + ( 0 , 20 * 69 , 3693 ) + ( 0 , 20 * 42 , 3877 ) 436 , 8587 Simplificando, temos: = Cmáximo ( 156 , 8668 ) + ( 26 , 4602 ) + ( 11 , 26996 436 , 8587 ) + (13 , 87386 ) + ( 8 , 4775 ) Calculando, encontramos para C máximo o valor de 0,4966. Na tabela 6, pode ser observado de uma forma simplificada os valores encontrados. Tabela 7: Valores Calculados para o Coeficiente de Deflúvio Classe Áreas (m²) “C” “C” “C” Mínimo Médio Máximo Participação Asfalto 278529.125836 6,45% 0,70 0,83 0,95 Solo Exposto 423876.836326 9,20% 0,05 0,13 0,20 Vegetação Alta 693693.607984 15,60% 0,05 0,13 0,20 Vegetação Baixa 1126995.7041 25,50% 0,05 0,08 0,10 Área Urbana 1845492.42307 43,25% 0,75 0,80 0,85 Total 4368587.697316 100,0% 0,387 0,45 0,4966 Fonte: Autor Observando as Tabelas 4 e 7, pode-se notar diferença entre esses valores. Para evidenciar a influencia da diferença entre o coeficiente de deflúvio tabelado e calculado, o “C” calculado foi aplicado na equação 4 (Vazão Máxima de Projeto), e foram obtidos os seguintes valores (utilizando C mínimo, C médio, C máximo, respectivamente): Será utilizada como intensidade média, a média entre ambos os valores calculados por Duarte e Frigo (2010), tendo em vista que esta metodologia utilizada um Coeficiente apenas para toda a extensão da bacia. 32 Q= C.im. A 360 Q= 0,39 * 71,725 * 436,8587 360 Q = 33,944 m3s-1 (Utilizando C mínimo) Utilizando o C médio, temos: Q= 0,45 * 71,725 * 436,8587 360 Q = 39,17 m3s-1 Utilizando o C máximo, temos: Q= 0,50 * 71,725 * 436,8587 360 Q = 43,52 m3s-1 Comparando com o resultado encontrado no estudo de Duarte e Frigo (2010), 60,81 m3s-1, podemos observar uma grande diferença entre a Vazão Máxima de Projeto calculada, utilizando os valores tabelados e calculados. Tal diferença possivelmente surgiu da grande diferença encontrada entre os usos de solo que cada autor encontrou. Um valor mais elevado no Uso, Área Urbana, elevaria o resultado encontrado na Vazão Máxima de Projeto. 33 O valor determinado para vazão máxima de projeto, nesta metodologia é aproximadamente 30% inferior ao encontrado por Duarte e Frigo (2010). O que evidencia a importância de um valor preciso para o Coeficiente de Deflúvio. 34 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A determinação de um valor próximo ao real para o coeficiente de deflúvio é de suma importância em cálculos aprofundados em grandes áreas, pois estes requerem maior precisão, principalmente se estes estiverem relacionados à implantação de algum empreendimento que se instale nas beiras de rios. Para áreas maiores, os valores se afastam mais rapidamente que em pequenas áreas à medida que a qualidade da classificação fotogramétrica diminui o que mostra a necessidade de métodos mais precisos para a classificação de uso e ocupação de solo. O banco de dados utilizado durante as etapas de geoprocesso devem estar atualizados, pois as mudanças que acontecem em uma determinada área alteram diretamente os resultados obtidos. Quanto maior a precisão dos cálculos, menor os riscos na implantação de projetos na área estudada. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIGARELLA, J. 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