Acontece na JaSaoPaulo Ex-aluno vira mantenedor da Junior Achievement São Paulo Em um bate-papo, o hoje empresário Guilherme Reischl falou como foi o início da sua carreira ainda em Porto Alegre/RS, o porquê decidiu investir em educação empreendedora e ainda dá dicas para os jovens que querem empreender. Como você conheceu a Junior Achievement? Foi em 1997, eu era estudante do 2º ano do Ensino Médio e estudava no Colégio Anchieta de Porto Alegre. Eu não sabia o que eu ia fazer da minha vida, não tinha a menor ideia de qual vestibular eu ia prestar. Então a Junior Achievement começou uma miniempresa lá e eu fui aos encontros e acabei virando diretor de Marketing da minha miniempresa. Guilherme Reischl, 32 anos, diretor comercial da Egali Intercâmbio. Depois do Miniempresa, qual o foi o próximo passo? Fiz Administração de Empresas e entrei no NEXA (Núcleo de ex-achievers) e fui coordenador do grupo por um ano e meio. Fui para o FIE em Córdoba (Fórum Internacional de Empreendedores), fundamos o FINDINEXA lá em Caxias do Sul, que hoje é Participar dos programas fez dife- realizado no Piauí. Fomos também os primeiros organizadores do rença? Programa Empresário Sombra Até então eu não tinha a menor Por um Dia no Brasil. Tivemos idéia do que iria fazer em termos profissionais, mas aí eu gostei muito aproximadamente 140 “sombras” em um dia, naquela noite fizemos daquilo. Eu me lembro até hoje que o nosso produto era um mural um super coquetel em um hotel de metálico e que a nossa rentabilida- Porto Alegre. de foi de 1211%. Foi incrível, nós E como a Egali surgiu? ganhamos muitos prêmios com aquele negócio! E eu gostei demais, Saí da Junior Achievement porque eu achava que tinha que ir para a foi a primeira coisa que me chamou atenção. A partir daí as coisas carreira corporativa, com os contacomeçaram a mudar na minha vida. tos que fiz durante o miniempresa, Eu tive contato com advisers da Pe- fui trabalhar na Ipiranga e fiquei por tróleo Ipiranga, que era um pessoal lá durante a faculdade. Quando me super dinâmico e eu gostei do estilo formei, fui para a Ambev e trabalhei lá por mais 4 anos. Nesse período, deles. meus amigos Cristiano e Gabriel, também ex-achievers, fundaram a Egali e um ano depois me chamaram para ser sócio. Era 2008, o dólar estava caindo, o mundo estava explodindo, tudo estava acontecendo no planeta. Mesmo assim, com muita insistência deles, e contra a vontade da minha família, entrei como sócio no lugar do Gabriel. Saí da Ambev e comecei ao lado do Cristiano como diretor comercial. Qual era o sonho? Tínhamos quatro lojas e começamos um plano de expansão. Nós não queríamos ser micro-empresários para sempre, ser morno, não era para nós. Ou seríamos grandes ou iríamos quebrar e tudo iria para o ar. Daí começamos a abrir escritórios, abrimos no interior do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. No início de 2010 eu vim morar em São Paulo e comecei a abrir as lojas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Por que deu certo? Percebemos que o mercado respondia muito rápido a tudo de novo que a Egali fazia. Exemplo disso é a Egali House. Vimos que um dos problemas do intercâmbio é a hospedagem em uma casa de família, muitas pessoas não se sentem à vontade. Então abrimos a primeira Egali House em Londres e lotou no primeiro mês. Abrimos a segunda em Dublin, lotou também. Hoje temos várias casas espalhadas pelo mundo. Outro diferencial nosso foi que começamos a fazer uma área de vistos própria, onde as pessoas não precisam fazer esse serviço separado. E vimos que o mercado aceitou muito bem essas inovações. A Egali hoje está em 17 Estados no Brasil e em mais 4 países com equipes nossa. Nós ganhamos pelo terceiro ano consecutivo o prêmio do The Great Place to Work de “melhor empresa para se trabalhar no RS”. Hoje eu estou voltando como mantenedor aqui em São Paulo, porque está na hora de devolver. O nosso negócio é investir em empreendedorismo, todos os programas da Junior Achievement têm a ver com empreendedorismo. Nosso objetivo é desenvolver o empreendedor. Por que investir em educação empreendedora? É o mais importante. É exatamente o que falta no Brasil. Eu estava observando que diariamente as pessoas estão demandando cada vez mais do Estado, como se o Estado fosse um grande provedor, que tem que cuidar de tudo. E na minha opinião é o contrário, nós temos que cuidar da nossa vida. E a Junior Achievement deixa isso muito claro para o jovem, que nós somos os senhores do nosso destino e que não é ninguém mais. E o que Qual a importância da Junior eu acho que é a maior lacuna do Achievement para você? A Junior Achievement foi o começo Brasil, além, claro, do conhecimento técnico e da educação, é a cultura de tudo e foi a coisa mais impordo empreendedorismo. Por isso tante que ocorreu na minha vida que a gente decidiu não ‘se vender’ profissional. Porque foi a Junior Achievement o ponto de ruptura da usando o tema de responsabilidade minha vida, e depois com o NEXA social. Nós da Egali temos consciência de que não vamos resolver todos também. não vamos “ resolver todos os problemas do mundo, por isso decidimos ajudar o empreendedorismo, ajudar outros empreendedores a nascerem” os problemas do mundo, por isso decidimos ajudar o empreendedorismo, ajudar outros empreendedores a nascerem. E o jeito que a Junior Achievement atua é o que eu acho mais legal, porque não é dando dinheiro para o jovem começar, ele tem que se virar. E o que a Junior Achievement faz é estimular o espírito da pessoa, porque para conseguir dinheiro ela dá um jeito, mas esse estímulo de fazer a coisa acontecer não tem quem faça a não ser a Junior Achievement. E para o futuro, qual o próximo passo da Egali? Tem muita coisa para fazer na Egali, hoje ela é uma empresa de intercâmbio que esta crescendo, nós vamos fechar o ano líderes de mercado no Brasil. Nós estamos inaugurando 17 lojas em 4 meses. Vamos buscar novos caminhos, expandir para outros mercados além do de intercâmbio, mercados que sejam co-relatos. Nós estamos lançando nossa marca de turismo também. O Grupo Vitoria é a nossa holding, que agrega a Egali Intercâmbio, a ExpoMundi, a Egali House, a Egali Câmbio, e a OneOperadora. O que você diria para os jovens que estão começando o Programa Miniempresa? Empreendedorismo não é igual escola, não existe nota B ou nota C, ou você tira um A ou você tira um D. Ou você vai com tudo ou não vai. Não existe empreendedor part time Um miniempreendedor da miniempresa da Junior Achievement vai ter que pensar a venda, a produção, a gestão no negócio dele durante as 24h do dia dele, durante esse período da miniempresa, senão não tem graça nenhuma. ◆