I.Título: Gestão em Tecnologia da Informação no Estado de São Paulo: Elementos para um olhar analítico II. Resumo: São apresentados resultados da capacidade institucional de gestão da área de Tecnologia da Informação (TI) em 50 municípios paulistas. Esses estão inseridos na pesquisa “Fortalecimento Institucional e Qualificação da Gestão Municipal” (2010), apoiada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O trabalho foi realizado a partir dos marcos conceituais do Government Performance Project, do entendimento de que os instrumentos de TI podem contribuir para aprimorar e agilizar os processos da administração, bem como para dinamizar a comunicação entre administração, servidores e população. Os dados apontam que a estruturação da gestão de TI ainda é recente e seus instrumentos e ferramentas vêm sendo incorporados de forma gradual. O trabalho conclui que os instrumentos da área de TI ainda são subutilizados. Palavras-chave: Tecnologia da Informação; capacidade de gestão; estado de São Paulo Eixo temático: Políticas Gestão Social, Políticas Públicas e Território III. Texto do Trabalho Introdução A pesquisa Fortalecimento Institucional e Qualificação da Gestão Municipali foi desenvolvida, em 2010, com o objetivo de realizar um diagnóstico da atual gestão pública municipal brasileira em torno de quatro eixos, considerados basilares para o desenvolvimento da administração municipal: finanças, capital e infraestrutura, pessoas e tecnologia da informação. O trabalho foi realizado a partir dos marcos conceituais do Government Performance Project (GPP), metodologia aplicada há vários anos nos Estados Unidos para medir capacidade de gestão dos municípios e estados. O GPP, adaptado à realidade brasileira; os princípios da Administração Pública brasileira e alguns pressupostos orientaram a pesquisa. As instituições participantes da pesquisa elaboraram um questionário para cada eixo que foi utilizado como roteiro de entrevista estruturada nas visitas de campo. Este artigo apresenta e analisa os seus resultados no âmbito do estado de São Paulo, especificamente na área de tecnologia da informação (TI)ii. Cabe destacar que o estudo é exploratório e não almejou cobrir exaustivamente a realidade das prefeituras paulistas, mas discutir questões que necessitariam ser aprofundadas para a proposição de políticas públicas voltadas à melhoria da gestão. A pesquisa investigou 50 municípios do estado de São Paulo, o que corresponde a 8% dos municípios paulistas, escolhidos aleatoriamente segundo as variáveis “porte populacional” e “PIB per capita”. No universo considerado, excluiu-se o município de São Paulo, por entender-se que se trata de um município absolutamente atípico por diversos fatores, dentre os quais o porte populacional. As tabelas e gráficos aqui apresentados são produto de agregações dos dados dos municípios pelo recorte populacional, distribuídos em três faixas: pequenos (até 20.000 habitantes); médios (de 20.001 a 100.000 habitantes); e grandes (acima de 100.000) (Tabela 1). Tabela 1: Descrição da amostra do estado de São Paulo Faixa populacional Total de Total de municípios no municípios na estado amostra PIB per capita médio dos municípios amostrados– 2006 (R$) Pequenos¹ 399 27 30.475,95 Médios² 173 16 31.711,03 Grandes³ 73 7 17.491,78 Fonte: IBGE e IPEADATA. Em posse de tais informações, as seções seguintes analisam alguns aspectos observados na área de TI das prefeituras pesquisadas. Antes de tudo, é preciso destacar que as administrações municipais atualmente dispõem de ferramentas tecnológicas com vistas a cumprir sua tarefa de promover o desenvolvimento local e a melhoria na qualidade de vida da população. Tais ferramentas podem permitir a modernização administrativa, a reestruturação dos serviços e a criação de iniciativas de inclusão digital, melhorando assim o desempenho da gestão, a transparência das suas ações, e a comunicação e a interação com os cidadãos. Assim, no contexto da melhoria da infraestrutura e dos sistemas utilizados, o governo eletrônico, o uso da web e a promoção de iniciativas de inclusão digital podem ser consideradas importantes ferramentas a qualquer administração municipal no sentido de ampliar sua capacidade de gestão. A apropriação, por parte dos gestores municipais, da TI e da comunicação pode ser mais eficiente para a promoção de políticas efetivas por meio da adoção de sistemas interligados nas áreas fins (saúde, educação, assistência social, cultura, transporte e as demais políticas públicas) e nas áreas-meio (planejamento, finanças, recursos humanos, patrimônio, entre outras). Este artigo destaca os seguintes pontos da gestão de TI das prefeituras: a estrutura organizacional, as características e a capacitação da equipe, infraestrutura de informática, as atividades terceirizadas, as parcerias, as ações de inclusão digital e as ferramentas de comunicação com os funcionários e a população. 1. Aspectos Gerais de TI na amostra da pesquisa A análise da TI passa necessariamente por sua inserção na estrutura organizacional da prefeituraiii. Associada a outros elementos considerados na pesquisa, bem como o porte, as possibilidades e as necessidades de organização do município, essa informação pode indicar a importância atribuída à área e às suas competências no âmbito de uma gestão municipal. Em 28 municípios verificou-se a subordinação da área de TI a uma secretaria, o que corresponde a 56% da amostra (Gráfico 1), identificando maior incidência nos municípios médios (88%) e grandes (100%). Nos pequenos municípios da amostra, predomina a inexistência de uma estrutura específica (63%). A pesquisa identificou, ainda, em uma localidade, a existência de uma empresa municipal de informática que desenvolve a gestão de TI. 100,0% 6,0% 100% 6,0% 36,0% 8,0% 50% 75,0% 63,0% 56,0% 100,0% 50,0% 0% Total da amostra 88,0% 11,0% 25,0% Não possui estrutura 26,0% Setor subordinado ao Executivo Setor subordinado à secretaria 0,0% Pequenos Médios Grandes Gráfico 1: Estrutura organizacional responsável pela gestão de TI (%) Em relação ao setor subordinado a uma secretaria, em grande parte, trata-se da Secretaria de Administração, que engloba, além de TI, outras atividades, como Recursos Humanos e Patrimônio. Ou seja, existe a inserção da área dentro de uma estrutura organizacional, mas que não é exclusiva. Isso levanta algumas hipóteses de análise, entre estas, o fato de TI ser uma área de atuação nova na administração pública, cujo potencial está para ser explorado e cuja importância ainda não enseja a constituição de uma secretaria exclusiva. Vale ressaltar a existência, em várias prefeituras, de setores próprios de informática nas áreas de saúde e educação com a função de apoiar a gestão da política social, além de disponibilizar informações a órgãos estaduais e federais. Muitas vezes, esses sistemas são desconectados de outros sistemas da prefeitura e as informações não são apropriadas pelos gestores. Uma hipótese para essa situação é a falta de capacidade da área de TI de oferecer resposta rápida às solicitações das áreas-fim. Entretanto, é interessante analisar por que alguns municípios fazem essa opção e quais são seus resultados. A princípio, a falta de integração parece negativa, pois impede a construção e o desenvolvimento de uma política municipal única de TI, considerando a atualização e a manutenção do parque tecnológico, a adoção de ferramentas mais modernas, o acesso à Internet de qualidade, a troca de informação em rede, etc. A não articulação dos sistemas promove duplicação de informações, gerando custos e atendimento deficiente; no entanto, pode ter sido o caminho encontrado pelos gestores para viabilizar a introdução, o acompanhamento e a avaliação das áreas sociais. Observou-se que, em poucos municípios, a área de TI faz parte da gestão estratégica da prefeitura e há articulação com as demais áreas da prefeitura. Essa situação remete à necessidade de uma reflexão acerca de seu impacto na gestão. No caso dos municípios pequenos, podem-se levantar as hipóteses de que as prefeituras ainda estejam organizando essa área ou tenham optado pela não institucionalização, por contarem com o apoio das empresas fornecedoras de programas específicos para, por exemplo, as áreas de finanças e de gestão de pessoas, não necessitando de uma estrutura própria. A existência de uma equipe de TI pode ser considerada um fator capaz de agregar capacidade de gestão à administração municipal. No conjunto dos municípios a amostra, verificou-se a existência de, em média, seis pessoas ocupadas na área. Porém, na estratificação por faixa populacional, ocorrem variações: nos pequenos municípios, identificaram-se duas pessoas ocupadas; nos médios, cinco; e nos grandes, 20. Dentre as áreas de gestão consideradas nesta pesquisa, a de TI é a que possui a menor proporção de pessoas em relação ao total de pessoas ocupadas na prefeitura em geral. Quando comparado o vínculo empregatício das pessoas ocupadas na prefeitura de forma geral com a das pessoas ocupadas na gestão de TI (Gráfico 2), verificam-se grandes diferenças. Na prefeitura, como um todo, observa-se que mais de 86% das pessoas ocupadas têm vínculo efetivo (estatutários e celetistas), isso nas três faixas populacionais, enquanto cerca de 13% são comissionados ou não possuem vínculo permanente. 100% 100% 21,4% 43,2% 20,0% 18,2% 50% 75% 60,8% 26,2% 9,6% 28,9% 33,8% 0% Total da amostra 50% 28,6% 10,0% 8,2% 4,4% Sem vínculo permanente Somente comissionados Celetistas 25% 36,3% 26,6% 23,8% Estatutários 0% Pequenos Médios Grandes Gráfico 2 - Pessoas ocupadas na gestão de TI, segundo vínculo empregatício (%) Na área de TI, há uma quantidade menor de efetivos (estatutários e celetistas) e maior de comissionados e sem vínculo permanente em todas as faixas populacionais. Destaca-se que, nos grandes municípios, 60,8% são pessoas sem vínculo permanente e apenas 8,2% são comissionados. A primeira consideração a ser feita é que, conforme aumenta o tamanho do município, diminui a quantidade de efetivos e aumenta a quantidade de comissionados e sem vínculo permanente. A segunda é que o número de comissionados é maior do que o de sem vínculo permanente para pequenos e médios municípios, mas, no caso dos grandes, a situação é sensivelmente inversa. A partir dos números podem ser levantadas algumas hipóteses. Primeiramente, as prefeituras utilizam mais comissionados e sem vínculo permanente em TI pelo fato de que esses profissionais, pela especificidade do trabalho, requererem especialização e um salário mais altos, condizentes com o mercado, que poderiam ser obtido por meio de funções comissionadas e de serviços contratados por empresas especializadas. Outra hipótese é que os municípios podem estar buscando novos modelos organizacionais para prestação de serviços de informática a fim de obter agilidade dos processos, atualizações constantes, qualificação do atendimento e dinamismo, elementos essenciais à gestão de TI. Como a plataforma tecnológica se altera radicalmente a cada dez anos, as administrações podem estar optando pela contratação de terceiros para a execução dos serviços e pela manutenção de quadro próprio para planejamento. Ainda, é possível argumentar que, entre os sem vínculo permanente, estejam os estagiários, categoria bastante presente nas prefeituras visitadas. Diante do exposto, pode-se sugerir que a área de TI esteja mais sujeita a mudanças em períodos de troca de governantes, pelo fato de ter um número considerável de pessoas comissionadas e sem vínculo empregatício. Ao comparar o grau de instrução das pessoas ocupadas na prefeitura com o das ocupadas na área de TI observaram-se sensíveis diferenças. A escolaridade dos profissionais de TI é maior do que a dos profissionais da prefeitura em geral (Gráfico 3). 100% 4,8% 1,3% 100% 9,6% 15,2% 68,6% 50% 75% 59,5% 71,3% 20,4% 0% 69,6% 50% 1,4% Total da amostra Pós-graduação 25% 35,7% 22,5% 15,2% 5,0% Ensino fundamental incompleto e completo 0% Pequenos Médios Ensino superior incompleto e completo Ensino médio incompleto e completo Grandes Gráfico 3 – Pessoas ocupadas na gestão de TI, segundo o grau de instrução (%) Há uma correlação direta com o tamanho do município e a quantidade de pessoas com ensino superior incompleto e completo e pós-graduação. No caso de TI, não existe pessoa sem instrução e há apenas 5% com ensino fundamental incompleto e completo, no caso de municípios de porte médio. Destaca-se que 9,6% das pessoas têm pós-graduação. Algumas hipóteses sobre essas diferenças podem ser apontadas: i) o fato da área de informática requisitar um profissional com conhecimento técnico específico aumenta a necessidade de que este apresente melhor qualificação; ii) a alta incidência de profissionais não efetivos faz com que os mesmos busquem uma capacitação constante de modo a manter sua empregabilidade; iii) a presença de estagiários, estudantes de ensino superior; e iv) a maior escolaridade das pessoas ocupadas nos municípios grandes pode estar vinculada ao maior acesso a cursos universitários e de especialização e à necessidade de lidar com estruturas mais complexas de TI. Entende-se que a existência de maior escolaridade na área de TI impacta positivamente na capacidade de gestão da prefeitura; contudo, esse elemento isolado não necessariamente contribui para avanços significativos nos resultados desejados, os quais dependem também da visão do Executivo municipal com relação à área, dos investimentos feitos, da continuidade dos profissionais, entre outros pontos a serem mais bem explorados em pesquisas posteriores. Os dados coletados na pesquisa indicam que as prefeituras não atuam de forma tão intensa em relação à capacitação dessas equipes. Cerca de 32% da amostra afirmam realizar capacitação. Menos de 23% dos municípios pequenos disponibilizam ou custeiam cursos ou treinamentos para os funcionários da área de TI e esse percentual vai para 50% no caso dos municípios grandes (Gráfico 4). 100% 100% 32,0% 50% 0% 75% Total da amostra 50,0% 50% Realiza capacitação de funcionários da área de TI 40,0% 22,2% 25% 0% Pequenos Médios Grandes Gráfico 4 – Municípios que oferecem capacitação aos funcionários da área de TI (%) Dentre os cursos ofertados, 93% referem-se à transmissão de conhecimento relativo ao manuseio de software privado ou de equipamento de informática. A minoria refere-se a congressos da área de tecnologia, sendo um deles sobre a tecnologia wireless.Por ser uma área técnica que exige um conhecimento específico, a capacitação dos funcionários é um fator essencial para a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Dessa forma, é interessante que as prefeituras canalizem esforços para o desenvolvimento dos funcionários da área de TI. Alguns gestores entrevistados apontam que seria importante ter mais incentivo por parte dos governos federal e estadual, nesse item. Tendo em vista o quadro geral da equipe de TI nas prefeituras pesquisadas, é possível compreender os índices elevados de terceirização de atividades dessa área: dos 50 municípios da amostra, 92% afirmaram que terceirizam atividades. Os entrevistados apontam que a terceirização ocorre por uma necessidade de especialização, pela busca de qualidade nos serviços ofertados e, em alguns casos, pela falta de profissionais e infraestrutura para realizar ações necessárias. A pesquisa também levantou as seguintes atividades terceirizadas: desenvolvimento de site (64% da amostra), desenvolvimento de sistemas (62%), manutenção de equipamentos (58%), gerenciamento e suporte de rede (40%), manutenção corretiva, preventiva e evolutiva (16%); e locação de equipamentos (12%). O fornecimento de provedor, a instalação de rádio para comunicação, o sistema de segurança e o serviço de fotocópia são exemplos de outras atividades não executadas diretamente em algumas prefeituras. Chamou a atenção o elevado percentual de municípios que terceirizam o desenvolvimento do site; ressalta-se que em muitas localidades essa atividade não está vinculada à área de TI e sim à de Comunicação. A existência de terceirização das atividades de manutenção de equipamentos e de gerenciamento/suporte de rede reduz conforme aumenta o porte populacional. Ao longo das entrevistas, foi possível identificar que não há unanimidade entre os gestores quanto à terceirização de desenvolvimento de sistemas: enquanto parte dos gestores, de portes de municípios diferenciados, afirmam a importância de desenvolver sistemas próprios para atender às especificidades locais, outros apontam que não é papel da prefeitura desenvolvêlos, mas sim gerenciar e acompanhar o seu uso. Seria importante realizar estudos que indicassem a relação custo-benefício dessas opções. É necessário fazer uma análise aprofundada da locação de softwares, na medida em que se verificou uma concentração de fornecedores nos municípios visitados. Em alguns casos, os gestores locais têm pouca governabilidade para modificar a ferramenta do prestador de serviço. Há uma sistemática padronizada de trabalho e de emissão de relatórios, na qual os gestores possuem pouca autonomia para criar e/ou gerar novos, a partir de suas informações. Alguns entrevistados avaliam que os governos estadual e federal deveriam fornecer, gratuitamente, esses programas aos municípios, proporcionando economia de recursos por parte da municipalidade. As parcerias atualmente desenvolvidas com os governos federal e estadual não contemplam esse aspecto. Tais esferas públicas surgem como os principais parceiros dos municípios no processo de viabilização das atividades de TI (Gráfico 5). 100% 100% 87,5% 70,0% 60,0% 50% 4,0% 0% 68,8% 75% Total da amostra 63,0% 57,1% 57,1% 55,6% Governo Federal 50% Governo Estadual Municípios/consórcios /outros 25% 14,3% 6,3% 0,0% 0% Pequenos Médios Grandes Gráfico 5 – Municípios que realizam parcerias na gestão de TI, por parceiro (%) Na amostra da pesquisa, 35 municípios possuem parceria com a União, e 30, com o governo do Estado. Chama atenção o fato de que, quanto menor o município, mais as parcerias tendem a se restringir a esses parceiros. A pesquisa identificou, ainda, parcerias dos municípios com outras organizações, como: instituição de ensino superior (5 municípios), empresas (3), instituições de pesquisa (1), instituições internacionais (1) e organizações não-governamentais (ONGs) (1). Os custos de investimentos com infraestrutura, desenvolvimento de sistemas, capacitação de pessoas, entre outros, poderiam ser socializados entre os municípios, por consórcios ou outras formas organizacionais. Porém, mesmo após a promulgação da Lei de Consórcios Públicos, esse instrumento tem sido pouco utilizado para a criação de projetos da área de TI; apenas duas localidades afirmam dispor dessa de parceira. Assim, a articulação da política de TI concentra-se com o Poder Público, carecendo ainda de estímulos para ampliação de parcerias nos projetos da área, bem como de integração maior com os diversos atores – governo, empresas, sociedade civil organizada. Ressalta-se que as parcerias firmadas pelos municípios com as esferas estadual e federal se concentram nas ações de inclusão digital. O Acessa São Pauloiv, do governo estadual, e os Telecentrosv, do governo federal, são as iniciativas mais presentes nos municípios. Os programas de inclusão digital em 76% dos municípios são em parceria com o governo federal; em 72% com o governo estadual. As informações coletadas indicam que os programas de inclusão digital têm chegado aos municípios de forma proporcional nos três estratos. Observou-se também que várias localidades desenvolvem, com recursos próprios, iniciativas, tais como laboratórios nas escolas ou pontos de inclusão digital. Além do acesso à Internet, muitos promovem cursos e apoio a projetos comunitários, entre outras atividades. Um mesmo município pode ter programas das três esferas. A inclusão digital, enquanto acesso da população às tecnologias de informação e comunicação, passou a ser considerada um direito fundamental e uma estratégia de inclusão social. A inclusão digital valoriza o exercício da cidadania, fortalece as instâncias de participação social e, portanto, a democracia, possibilitando a promoção do conhecimento, a produção e reflexão cultural e ainda amplia a troca de informações. Entre os municípios pesquisados, há de 0,13 a 13,05 computadores públicos disponíveis a cada mil habitantes, o que possibilita inferir que o acesso é restrito e heterogêneo, sendo que a melhor relação ocorre nos pequenos municípios, todos com mais de dez computadores/mil habitantes. Seria interessante aprofundar essa análise. Entretanto, mostra que os governos estadual e federal ao disponibilizarem seus programas de inclusão digital não dimensionam a quantidade de salas e equipamentos ofertados combinando número de habitante. Tão pouco é analisada a proporção de população em situação de pobreza. 2. Infraestrutura de informática nas prefeituras analisadas Por meio das entrevistas, verificou-se que todas as prefeituras têm acesso à Internet. Esta ainda não é disponível para todos os equipamentos. Talvez pelo fato de possuírem um número reduzido de computadores, as prefeituras pequenas são as que possuem o maior percentual de máquinas com acesso à rede (tabela 2). Tabela 2: Municípios com acesso a Internet e que possuem Internet, por porte populacional (%) % de municípios que possuem Intranet Faixa populacional % de computadores com acesso à Internet Pequenos 97,00 18,52 Médios 93,19 46,67 Grandes 83,96 62,50 Total da amostra 94,00 34,00 Outro ponto que merece ser realçado é o acesso à Internet de banda larga (acima de 512 kbps): 98% das localidades dizem possuir. No Estado de São Paulo, em função da introdução do programa Intragov, os municípios dispõem de banda larga por conta da infraestrutura instalada e disponibilizada aos serviços municipais de saúde, educação, assistência social e ao programa Acessa São Paulo. Apesar do acesso à banda larga, a sua qualidade ainda é uma meta. Vários dos entrevistados afirmam que as operadoras de telefonia deveriam investir na infraestrutura para seu melhor funcionamento. Algumas prefeituras têm buscado alternativas para não depender unicamente de uma operadora, criando estrutura própria ou utilizando-se de mais de uma operadora. Já a Intranet, como ferramenta da gestão, é utilizada apenas em 34% dos municípios da amostra. Por proporcionar integração dos serviços e comunicação interna, trata-se de uma ferramenta que poderia ser mais explorada entre os municípios de todos os tamanhos. Outro ponto analisado refere-se à criação de redes entre as secretarias, indicando melhorias na estrutura existente. Os entrevistados afirmam que existe rede em 96% das localidades, sendo que, em 52% delas, a rede envolve os equipamentos de todas as secretarias. 3. Informatização dos serviços municipais nas Prefeituras As 50 prefeituras pesquisadas afirmam possuir atividades, serviços e/ou processos informatizados. As atividades vinculadas à gestão financeira (administração orçamentária e financeira, contabilidade, dívida ativa e IPTU) e a folha de pagamento, vinculada à gestão de pessoas, estão informatizadas em todas as localidades; seguidas da administração do ISS (98%) e do registro e do controle funcional (98%); do cadastro de fornecedores (96%); do controle dos bens móveis (92%); e do gerenciamento de estoque (90%) e do controle de bens imóveis e compras (88%). Dessa forma, é possível observar que a prioridade da informatização, segundo os entrevistados, está nos processos internos da administração em busca de maior eficiência das ações e melhoria no gerenciamento dos recursos e desburocratização. As respostas indicam priorização dos sistemas que estão vinculados ao fornecimento de informações ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) ou ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) bem como à gestão da folha de pagamento. Essa constatação necessitaria ser aprofundada, pois várias exigências legais obrigam a informatização ou o uso de sistemas informatizados. Há, ainda, um conjunto de serviços, inerentes às atribuições municipais e com vínculo direto ao cidadão, que foram apontados com incidência menor pelos entrevistados. São eles: agendamento de consultas (66%), cadastro de pacientes da saúde (72%), cadastro e matrículas de alunos (74%), entre outros. Chama a atenção que, no estrato dos municípios médios, o cadastro e a matrícula de alunos são informatizados em aproximadamente 50% dos municípios, percentual mais baixo dentro do estrato. Parte dos entrevistados declarou, ainda, que os processos vinculados à assistência social, ao saneamento, à gestão de frota, à biblioteca, ao meio ambiente e à vigilância estão em fase inicial de informatização. Os gestores explicitam que há poucos programas de apoio à modernização administrativa das prefeituras, nos moldes do Programa de Modernização da Administração Tributária e Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT) e do Programa Nacional de Apoio à Modernização Administrativa e Fiscal (PNAFM). Avaliam que acessar esses recursos exige uma equipe capacitada, nem sempre existente nos quadros municipais, e os juros desses financiamentos são altos, diante da disponibilidade financeira. Apontam que deveria haver mais programas e apoio dos governos estadual e federal para a modernização administrativa. 4. Emprego de ferramentas de TI A pesquisa também analisou o uso que as prefeituras fazem do sitevi, uma vez que todos os municípios contemplados no estudo apresentam tal ferramenta, com o intuito de verificar se as prefeituras têm caminhado em direção à implantação de um governo eletrônico, isto é, a divulgação de informações e serviços ao cidadão pela Internet vii. Este envolve um conjunto de medidas com vistas a promover a transparência dos atos estatais (conforme artigo 37 da Constituição Federal), além de possibilitar que o cidadão acompanhe e controle a administração. De acordo com os dados obtidos, os municípios de grande porte possuem um conjunto mais amplo de serviços e informações disponíveis em seu site. Já os pequenos indicam uma oferta menor, à exceção das estatísticas e do mapa do município (Tabela 3). Notícias, links e telefones úteis e informações turísticas são os itens que os gestores confirmam como mais frequentes nos seus respectivos sites, presentes em mais de 43 localidades. Tabela 3 – Percentual de serviços e informações disponíveis no site da prefeitura, por faixa populacional % em pequenos municípios % em médios municípios % em grandes municípios Total Faixa populacional/Serviços e informações no site Consulta de Processos 7,41 26,67 50,00 20,00 Diário Oficial 0,00 26,67 50,00 16,00 Estatísticas (sobre o município) 62,96 46,67 62,50 58,00 Estrutura Organizacional 59,26 66,67 87,50 66,00 Legislação Municipal 70,37 66,67 87,50 72,00 Mapa do Município 51,85 46,67 37,50 48,00 Notícias – Informativo 92,59 93,33 100,00 94,00 Ouvidoria Municipal 25,93 33,33 37,50 30,00 Prestação de Contas do Município 85,19 66,67 87,50 80,00 PROCON (do município) 7,41 26,67 37,50 18,00 Programas e Projetos 44,44 20,00 75,00 42,00 Protocolos 7,41 26,67 37,50 18,00 Atividades das Secretarias Municipais 44,44 66,67 100,00 60,00 Serviço de Atendimento ao Cidadão 33,33 40,00 50,00 38,00 Serviço de Emissão de Guia de ISS de Autônomos 11,11 26,67 75,00 26,00 Serviço de Emissão de Guia de Dívida Ativa 7,41 13,33 62,50 18,00 Segunda via de IPTU 3,70 33,33 62,50 22,00 Links e telefones úteis 81,48 93,33 100,00 88,00 Editais de licitação 70,37 86,67 87,50 78,00 Informações Turísticas do Município 81,48 93,33 87,50 86,00 Solicitação de Serviços de Manutenção Urbana 14,81 0,00 50,00 16,00 A divulgação de informações sobre a prestação de contas no site foi registrada em 80% da amostra (40 municípios). A alta incidência deve estar relacionada à Lei Complementar 101/2000 (LRF, art. 48, caput), que determina que planos, orçamentos, leis de diretrizes orçamentárias, prestações de contas e o respectivo parecer prévio, bem como o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal devem ser amplamente divulgados, inclusive em meios eletrônicos de acesso público como a Internetviii. Outro aspecto que merece destaque refere-se à publicação de editais de licitação nos sites de 78% da amostra (39 municípios). É provável que esse percentual decorra da Lei Federal 10.520/2002, que possibilitou aos entes federados a utilização do pregão como uma nova modalidade licitatória. Este não é obrigatório por lei, mas, com os Decretos Federal 5.450/2005 e Estadual 51.469/2007, passam a ser necessários, caso contrário o gestor público deve justificar a opção por outra modalidadeix. De todo modo, disponibilizar informações sobre editais é um avanço e aponta para a possibilidade de redução de custos nos procedimentos de compra; reduz a distância entre o poder público, o setor privado e o cidadão; e possibilita maior transparência. Alguns entrevistados declararam a existência de outros itens disponíveis: informações sobre concursos públicos, acompanhamento de obras, fornecimento de formulários para cadastramento em programas sociais, programação de eventos, oportunidades de trabalho, galeria de fotos, nota fiscal eletrônica, abertura de empresa, informações de interesse ao servidor, entre outros. Cabe destacar a nota fiscal eletrônica, pois alguns municípios optaram por estabelecê-la conforme orientação do Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais (Sinief). Já os serviços de emissão de guias de ISS ou Dívida Ativa, de segunda via de IPTU ou solicitação de serviços de manutenção apresentam uma freqüência bem menor nos sites. As informações fornecidas mostram que 18% dos municípios dispõem de, no mínimo, dois desses serviços on-line, o que representa 7,41% dos pequenos, 20% dos médios e 50% dos grandes. Uma explicação possível para esse percentual pouco expressivo está relacionada à dificuldade dos municípios em obter os recursos necessários para promover a integração entre vários órgãos, por exemplo, a tecnologia e organização administrativa. Igualmente, é preciso ressaltar que alguns sites não estão atualizadosx, o que sugere a necessidade de melhoria nos procedimentos de atualização internos, bem como de incorporação das novas tecnologias de comunicação. Outra forma de visualizar a importância atribuída ao site como ferramenta de gestão é verificar o acompanhamento dos acessos ao site. De fato, essa ação reflete não somente a organização interna da área de TI, mas também a preocupação com o gerenciamento dessa ferramenta enquanto canal de comunicação entre a administração e os cidadãos. Na amostra desta pesquisa, 54% declararam acompanhar os acessos ao site. De modo geral, esse quadro sugere que a cultura organizacional ainda passa por um processo de estabelecimento de rotinas que incorporem a dinâmica das novas tecnologias de comunicação. Também, seria interessante analisar mais detalhadamente o aparentemente baixo acesso aos sites municipais em relação, por exemplo, às funcionalidades disponibilizadas. Outro instrumento de TI destacado na pesquisa diz respeito ao uso da web. Esta começa a ser utilizada na relação entre as prefeituras e os cidadãos, com o objetivo de promover transparência, participação e colaboração. É uma inovação nas administrações municipais o uso da Web 2.0 para promover a relação governo-cidadão com o foco neste último. Verificouse que oito municípios (16%) afirmam utilizar o YouTube; cinco, blogs (10%); quatro, Twitter (8%); quatro, formulários web (8%); um, Orkut; um, Facebook; um, RSS; e um, o Skype. O uso do software livre pode ampliar a capacidade de gestão; como uma tecnologia, sem custos, pode propiciar o desenvolvimento das equipes locais e a formação de uma rede de municípios que trocam experiências e uma capacitação permanente. Essa modalidade vem sendo utilizada por 64% dos municípios. Seu uso cresce conforme amplia o porte populacional: 73,33% pelos médios municípios e 75% pelos grandes. Por sua vez, o acesso wireless à população é um avanço tecnológico identificado em sete municípios (14%) da amostra. Ressalta-se que a concentração está nos pequenos municípios, com cinco localidades disponibilizando o serviço (Tabela 4). Seria interessante analisar por que há maior incidência em pequenos. Tabela 4 – Municípios que oferecem acesso wireless à população (%) Faixa populacional % que oferece acesso wireless à população Pequenos 18,52 Médios 6,67 Grandes 12,50 Total 14,00 Alguns desses municípios concedem o uso do sinal de Internet à pessoa física que preencher uma série de requisitos, entre eles, não possuir débitos com a administração municipal. Contam com uma lei autorizando e apontam que essa medida tem proporcionado o aumento da arrecadação, fenômeno que merece um estudo aprofundado. 5. Planejamento e execução O planejamento da gestão de TI deve ser de curto, médio e longo prazo, abrangendo aspectos referentes à disponibilidade da infraestrutura de comunicação e de acesso público, de atualização do hardware e do software, e de capacitação das pessoas, entre outros. Deve estar inserido no planejamento geral da prefeitura, incorporando as diretrizes de desenvolvimento sustentável do município contidas nos instrumentos de planejamento existentes, como o Plano Diretor e o PPA. A não existência de um planejamento de longo prazo gera, muitas vezes, ações imediatistas, por demanda e sem uma política de TI para a prefeitura, indicando pouca capacidade de gestão nessa área. A pesquisa buscou identificar se havia um instrumento de diagnóstico, planejamento e gestão de TI para um período de tempo. Em 48% da amostra (26 municípios), os entrevistados declaram ter um planejamento. Ressalta-se que na maioria das vezes não é um Plano Diretor de Informática. Entre os que realizam planejamento, os itens abordados com maior frequência são aqueles relacionados à infraestrutura física, com destaque para a atualização de hardware (48%) e a infraestrutura de redes e de segurança (48%), seguido por atualização de software (42%). Os entrevistados declaram menor atenção ao item de capacitação de pessoas no processo de planejamento da área de TI. Alguns entrevistados destacam que as áreas de Saúde e Educação realizam planejamento à parte da área de gestão de TI, reforçando a hipótese de uma gestão “paralela” nas áreas sociais. Considerações Finais A gestão de TI pode ser considerada uma dimensão fundamental de análise da capacidade de gestão, na medida em que oferece instrumentos de trabalho e comunicação que contribuem para aprimorar, agilizar, assegurar e precisar os processos, assim como para a comunicação entre a administração, os servidores e a população. A análise das informações coletadas reforça a percepção do grande potencial que a TI tem para promover a modernização dos serviços. Entretanto, suas ferramentas são ainda subutilizadas, seja pelo investimento que requerem ou por desconhecimento de seu potencial. A efetivação da Internet como ferramenta de comunicação é hoje um desafio a ser enfrentado pelas administrações municipais, pois ainda há um conjunto de serviços e informações que precisam estar disponíveis de forma mais abrangente para ampliar a transparência e permitir o controle social. É importante que os sites sejam informativos, possibilitem receber informações e dados e também permitam fazer transações de informações, valores e serviços como pagamentos, realização de matrículas, etc. Portanto, há um longo caminho, principalmente nos pequenos e médios, para que seus sites possam “contribuir para a promoção da cidadania pela facilitação do acesso e o exercício de direitos: direito à informação de interesse particular; direito aos serviços públicos, direito ao próprio tempo; direito a ser ouvido pelo próprio governo; direito ao controle social do governo e direito à participação na gestão” (VAZ, 2008). Todos os municípios da pesquisa têm acesso à Internet, seguindo a tendência apontada na MUNIC 2009, e esta está disponível em mais de 90% dos computadores das prefeituras. Cerca de 98% têm acesso à internet banda larga. Dentre as prefeituras, 14% oferecem acesso à Internet wireless para a população. Esta situação destaca a importância da utilização da Internet como uma ferramenta de comunicação. Os gestores de TI apontam como principais avanços da área a melhoria da infraestrutura em hardware e software, da comunicação entre os setores da prefeitura, a economia de recursos a partir da informatização de serviços, a implantação de centros públicos de acesso à Internet, entre outros. Dentre os desafios destacam o oferecimento de Internet gratuita à população, o aprimoramento da infraestrutura de hardware e de comunicação, a integração dos sistemas, a capacitação dos funcionários, a implantação do geoprocessamento, a instalação de câmeras de monitoramento da cidade, e o “despertar da consciência do executivo para a importância e o retorno do investimento em informática”. Nos municípios da amostra, a estruturação da gestão de TI ainda é recente, e seus instrumentos e ferramentas vêm sendo incorporados de forma gradual às práticas das Administrações. A análise das informações coletadas reforça a percepção do grande potencial que a TI tem para promover a modernização dos serviços. Com efeito, entrevistados de outras áreas pesquisadas apontam a informatização de seus setores como um dos principais avanços observados e onde há maior número de inovações. Entretanto, verifica-se que as suas ferramentas, seja pelo investimento que requerem ou por desconhecimento de seu potencial, são ainda subutilizadas. IV. Referências BISPO, Marisa Becker. A Internet e as Compras Públicas. In: FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA – CEPAM. Inclusão Digital: um processo de fortalecimento da democracia. São Paulo, 2010 (no prelo). CRUZ, Maria do Carmo M. T.; MONTORO, Fernando Antonio Franco; BIO, Silvia R. Reflexões sobre a capacidade de gestão paulista: análise das gestões financeira, de capital e infraestrutura, de pessoas e de tecnologia da informação. Consad, 2011. Government Performance Project, Maxwell School of Citizenship and Public Affairs. (2003). Paths to performance in state and local government: a final assessment from the Maxwell School of Citizenship and Public Affairs INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA. Gestão municipal no Brasil: um retrato das prefeituras. Brasília, 2011 (Inédito) MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES. Portal Gesac. Disponível em: <http://www.idbrasil.gov.br/>. Acesso em: 29 jun. 2010. OBSERVATÓRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL (ONID). Mapa de Telecentros. Disponível em: <www.onid.org.br>. Acesso em: 2 jul. 2010. PORTAL INCLUSÃO DIGITAL. Disponível em: <www.inclusaodigital.gov.br>. Acesso em: 11 jul. 2010. SECRETARIA DE GESTÃO PÚBLICA. Projeto de avaliação de sites de Internet (websites) municipais do Estado de São Paulo. Disponível em: <www.municipiosnaweb.sp.gov.br/portal/index.html>. Acesso em: 3 jul. 2010. VAZ, José Carlos. A evolução da oferta de serviços e informações ao cidadão pelos portais municipais brasileiros: entre a inovação e a oferta básica. Informática Pública, a. 10, v. 2, p. 65-78, Belo Horizonte, 2008. V. Notas de Final de Texto i Esta pesquisa insere-se no Programa de Apoio a Redes de Pesquisa (Proredes) e apoiada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por meio da Diretoria de Estudos Regionais e Urbanos (Dirur)/Coordenação de Desenvolvimento Federativo (CDF). Participaram do trabalho as seguintes instituições regionais: Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj – RJ), Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará (Idesp – PA), Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (Ideme – PB), Instituto Jones dos Santos Neves do Espírito Santo (IJSN – ES), Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Ipardes – PR), Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento de Alagoas (Seplan – AL) e Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam de São Paulo (SP). ii Este texto baseou-se no capítulo de São Paulo da publicação Gestão municipal no Brasil: um retrato das prefeituras do Ipea. iii As opções de estrutura utilizadas na pesquisa foram as mesmas da pesquisa Munic da Fundação IBGE. Nos municípios onde o primeiro nível hierárquico é composto por Divisão, Departamento ou órgão similar, estes foram considerados com “setor subordinado diretamente à chefia do Executivo”. iv Instituído em julho de 2000, o programa Acessa São Paulo oferece à população do Estado o acesso a novas tecnologias de informação e comunicação, por meio da manutenção de espaços públicos com computadores para acesso à Internet gratuito e livre. O programa é desenvolvido em parceria com os municípios ou outros órgãos do governo estadual. Atualmente, possui postos em 525 municípios paulistas. Para mais informações, ver: <http://www.acessasaopaulo.sp.gov.br/>. Acesso em: 26 ago. 2010. v Os municípios denominam de telecentros os diversos programas federais de inclusão digital presentes nos Pontos de Cultura, Casa Brasil, Centros de Inclusão Digital, ProInfo, Infocentro, Projeto de Inclusão Digital Gesac (Ministério das Comunicações), entre outros. O governo federal apoia os municípios fornecendo mobiliário, computadores, infraestrutura de rede lógica e de sistemas, instalação de softwares livres e de programas informatizados de gestão do telecentro. Em contrapartida, as prefeituras devem oferecer local adequado, com acesso à Internet, luz, água potável, sanitários, linha telefônica e acessibilidade às pessoas com deficiência. Há 8.067 telecentros no Brasil (Fonte: Mapa dos Telecentros do Brasil). vi Verificou-se nos municípios da amostra que os sites possuem endereço oficial (sp.gov.br), o que sugere uma modificação em relação à pesquisa da Secretaria Estadual de Gestão Pública de São Paulo, concluída em março/2007. Segundo este estudo, 65% dos municípios apresentavam site oficial, sendo que 30% destes apresentavam endereços alternativos e 5% site. Para mais informações, ver: <http://www.municipiosnaweb.sp.gov.br/portal/conteudo/projeto.html>. Acesso em: 16 jul. 2010. vii Disponível em: <http://www.municipiosnaweb.sp.gov.br/portal/conteudo/projeto.html>. Acesso em: 16 jul. 2010. viii O exercício da transparência na gestão fiscal é reforçado com a Lei Complementar No. 131/2009 (Lei da Transparência, art. 48, inc. II), que afirma o “pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público”. Ressalta-se que, até junho de 2013, todos os municípios devem possuir os sistemas de gestão integrada e as informações da gestão financeira devem estar em um portal da transparência. ix Segundo Marisa B. Bispo (2010), o Decreto Federal No. 5.540/2005 determina o uso do pregão eletrônico para Estados, municípios e entidades privadas quando a compra envolver recursos públicos recebidos mediante convênios com instituições federais. Já o decreto estadual, para dar concretude ao princípio constitucional da transparência da Administração Pública, obriga a adoção da modalidade pregão eletrônico para toda aquisição de bens e serviços comuns. x Tal informação foi fornecida pelos próprios entrevistados. No entanto, a pesquisa não previu a consulta aos sites dos municípios pesquisados