JORNAL IMAGEM CULTURA São Miguel do Oeste - Quarta-feira, 22/02/2012 15 Lembranças da Alemanha (XIV) Em três países num só dia... A pós dois imprevistos (sabotagens à linha férrea) na viagem de Düsseldorf - Mainz - Skt. Wendel - cheguei à casa do meu amigo, Armin Neis, em Alsweiler quando faltavam trinta minutos para 01:00 hora do dia 9 de setembro. Meu novo anfitrião havia preparado um frango à moda local para a "janta..." Muito bom! Àquelas horas, o cansaço já era notável em todos. E lá pelas 02:30 horas, fomos dormir. Acordei às 08:00 horas e após um bom "Frühstück" (café matinal), onde o pão de centeio sempre tinha o seu lugar, Armin e eu, empreendemos viagem à França, cuja fronteira distava a poucos quilômetros. Transpusemo-la entre as cidades de Merzig (Alemanha) e Thionville (França). Tal como eu já vira duas semanas antes, ao adentrar em território polonês (exPomerânia alemã), também aqui não havia guardas fronteiriços. Apenas do lado francês, o ex-posto de controle policial estava em ruínas... (portas e janelas quebradas e o telhado detonado, prestes a cair.) Aquela região - Alsácia e Lorena - hoje francesa, ao longo dos séculos trocou várias vezes de dono: França x Alemanha. O que me chamou a atenção é que lá continuam existindo cidades com nomes alemães e outras com nomes franceses. A população é predominantemente bilíngue e, segundo informantes locais, nunca as populações foram expatriadas, nem perderam suas propriedades, quando a região trocava de "nacionalidade...!" E segundo as mesmas fontes, hoje há casos de propriedades rurais, onde a casa está num país e os galpões e estábulos no outro... As relações entre franceses e alemães - até onde me foi possível ver - são muito cordiais. Em estabelecimentos comerciais, onde chegávamos, a recepção sempre era cordial e não tivemos problemas com a comunicação. (Muito diferente era na ex-Pomerânia - hoje Polônia - uma região há muitos séculos habitada por alemães, onde as cidades tiveram seus nomes trocados e tudo o mais, que lembrasse a cultura alemã precisou ser eliminado... Todos perderam as suas propriedades. Hoje, sabe-se que em torno de um milhão e meio de pomeranos foram mortos naquela região. Outros tantos fugiram. Apenas uma minoria continua morando lá... E são estes que ainda falam a Língua Alemã. Os poloneses, por sua vez - "...isto, até onde me foi possível ver..." - de forma chauvinista, se orgulham em dizer que "aqui só se fala polonês...!" Raros falam um pouquinho de inglês... Inequívocas provas de atraso sociocultural, onde turistas mui pouco têm a esperar...!) Um dos locais, que queríamos visitar, era a parte interna - de parte - da famosa "Linha Marginot", (a subterrânea muralha de aço), em Hackenberg, que os franceses haviam construído para impossibilitar qualquer invasão inimiga. Por causa de uma informação incorreta, não pudemos visitá-la. Somente à tarde havia uma possibilidade de visitação, que iniciava às 15:00 horas. E nós chegamos meia hora depois. Paciência! E assim só pudemos ver uma das entradas e diversos pontos externos, camuflados, donde se atirava nos inimigos. Após visitar uma usina nuclear, próxima a Thionville, prosseguimos viagem rumo ao Grão-Ducado de Luxemburgo, cuja capital tem o mesmo nome. É um pequenino país, com apenas 2.586 Km², tem menos habitantes que a cidade catarinense de Joinville e a capital conta com cerca de 200 mil almas. E há três Línguas Oficias: a Alemã, a Francesa e a Luxemburgesa, que tem grande semelhança com o nosso "dialeto Hunsrückisch", largamente falado pela nossa população teuta do sul do Brasil. A capital, "Luxemburg", é muito limpa e bem organizada. Muitas flores. Muitos turistas. E muita gente vai ao Luxemburgo a fim de fazer compras. Produtos como o café, cigarros, farinha, com- bustíveis e outros são bem mais baratos naquele país. À tardinha, deixamos o Grão-Ducado e empreendemos viagem de regresso. Em Wadgassen ainda fizemos uma rápida visita a outro amigo, Rudi Zorzut, "um jovem com 90 anos de experiência de vida...", que há poucos anos, com Herr Neis, nos visitara em Maravilha. Ele não esqueceu que "Maravilha" significava "Wunderbar". E não poupou elogios ao sul do Brasil e de modo especial, a Maravilha. Com ele fomos jantar num restaurante chinês, cujo buffet e modo de servir me fizeram lembrar dos restaurantes do gênero de nossa região... E o preço nem era tão exagerado: um bem variado buffet e 800 ml de chopp = E$ 20,00. Ótimo! Para a realidade de lá, é um preço bem acessível (R$ 50,00...!) Prof. Altair Reinehr Monumento e nos fundos, entrada à Linha Marginot Na usina nuclear de Thionville, França Um mui bem cuidado e lindo jardim numa praça central da capital, Luxemburgo Os amigos, Rudi e Armin, que não esquecem "do sul do Brasil...!"