Universidade Virtual Africana 1 Aviso Este documento é publicado sob as condições da Criative commons Http://en.wikipedia.org/licence/Criative_commons Atribution http://creativecommons.org/licences/by/2.5/ Licença (abreviado “cc-by”). Versão 2.5 1 Indíce I. Química Física 2 ......................................................................................................... 3 II. Pré-requisitos para o curso ............................................................................................. 3 III. Tempo ........................................................................................................................... 3 IV. Material......................................................................................................................... 4 V. Justificação do módulo................................................................................................... 4 VI. CONTEÚDO........................................................................................................... 5 6. 1 Visão geral ........................................................................................................... 5 6. 2 Outline.................................................................................................................. 5 6.3 Organização gráfica .............................................................................................. 6 VII. Objectivo(s) geral(is)................................................................................................... 7 VIII. Objectivos específicos (Objectivos instructucionais) ................................................ 7 IX. Actividades de ensino aprendizagem ...................................................................... 9 X. Actividades de aprendizagem ...................................................................................... 14 XI. Compilação de conceitos chave (glossário)................................................................ 76 XII. Lista de leituras obrigatórias ..................................................................................... 82 XIII. Lista (opcional) de fontes multimédia ..................................................................... 86 XIV. Lista de links úteis ................................................................................................... 89 XV. Síntese do Módulo..................................................................................................... 97 XVI. Avaliação Sumaria................................................................................................... 98 XVII. Referências ........................................................................................................... 103 XVIII. Resultados do estudante ...................................................................................... 104 2 I. Química Física 2 II. Pré-requisitos para o curso Antes de iniciar este módulo o estudante deve estar familiarizado com os seguintes conceitos abrangidos nos módulos 2 e 3: química termodinâmica, química das soluções e reacções redox. O estudante deverá ser capaz de: Distinguir as diferentes terminologias de soluções, tais como soluções saturadas e soluções supersaturadas; Explicar os factores que afectam a solubilidade e rate da solução; Explicar as propriedades coligativas das soluções e resolver exercícios com isso relacionados; Distinguir as diferentes unidades de concentração e usá-las em cálculos relevantes; Diferenciar processos exotérmicos de endotérmicos; Resolver cálculos estequiométricos envolvendo mudanças de calor; Prever tanto qualitativamente como quantitativamente a espontaneidade de processos físico-químicos com base na entalpia, entropia e energias livre de Gibbs; Escrever reacções redox balançadas, fazer experiências e cálculos relacionados com as reacções redox. III. Tempo . 120 horas Tópicos Tempo aproximado (horas) Unidade I Soluções 20 Unidade Colóides 15 II Unidade Equilíbrio de fases 15 III Unidade Electroquímica 20 IV Unidade Introdução à química nuclear 30 V 3 IV. Material Acesso à Internet é essencial para completar com sucesso este módulo. O propósito do acesso à Internet é: o acesso às actividades de aprendizagem online; a avaliação online em forma de perguntas, testes, tarefas e experiências; a interacção multimedia (incluindo vídeo conferência); a biblioteca virtual e a utilização de base de dados; os grupos interactivos de discussão/sessões de chat; o acesso à biblioteca e centros de estudo individual; o acesso aos manuais recomendados e matérias de referência (matérias de aprendizagem na web). V. Justificação do módulo O módulo de Química Física 2 focaliza cinco (5) áreas de Química Física importantes para muitos aspectos da nossa vida: soluções, colóides, equilíbrio de fase, electroquímica e química nuclear. Soluções são, muitas vezes, necessárias para facilitar muitas reacções químicas nos processos vitais ou da indústria e colóides tem aplicação extensiva na indústria (para farmacêuticos, alimentos, tintas adesivos/colas, cosméticos, tintas gráficas e muitos outros). As aplicações da electroquímica são várias, com grande significância económica. Um grande número de processos vitais também envolve reacções electroquímicas. Muitas substâncias existem em mais de um estado físico, sendo os mais comuns os estados sólido, líquido e gasoso. Cada uma das fases tem propriedades físicas significativamente diferentes. Conhecimentos de electroquímica possibilitam-nos compreender certos processos biológicos. A ferrugem do ferro, a remoção de nódoas e a fotossíntese são exemplos de tais reacções. Apesar de núcleos de muitos isótopos serem estáveis, alguns são instáveis e irão sofrer o que é conhecido como reacções nucleares. Tais reacções podem ser úteis, como por exemplo, na geração de energia ou na medicina nuclear, mas também podem ser perigosas como no caso de armas de destruição maciça – armas nucleares. 4 VI. CONTEÚDO 6. 1 Visão geral Este módulo desenvolve-se a partir dos conceitos introduzidos no módulo de Química Física 1, o qual focalizou a teoria cinética molécular, termodinâmica e cinética química. Este módulo cobre o estudo das soluções e colóides, equilíbrio de fase, electroquímica e química nuclear. Nas soluções examinaremos essencialmente o comportamento das misturas homogéneas envolvendo substâncias puras. Daremos também uma vista nos colóides que diferem das soluções apenas em termos de quantidade do soluto. O tópico sobre equilíbrio de fases apresenta as transformações físicas de substâncias puras. Ideias sobre energia e entropia serão aplicadas ao equilíbrio fisico entre as fases de uma ou mais substâncias puras sob diferentes condições de temperatura e pressão. Em electroquímica, focalizaremos os sistemas químicos que envolvem transferências de electrões ou espécies carregadas, i.e. reacções de oxidação-redução. A química nuclear aborda os processos que estão associados com o núcleo. Núcleos de certos isótopos são incapazes de sofrer decaimento espontâneo emitindo radiação iónica e radiação não iónica. Examinaremos as razões por que certos processos nucleares ocorrem e como esses processos podem ser usados para aplicações pacíficas. 6. 2 Outline Unidade I (20 horas) Unidade II (15 horas) Unidade III (15 horas) Soluções Tipos de soluções Propriedades físicas de soluções Forças intermoleculares e processo de soluções Soluções ideais Efeitos de temperatura e pressão sobre a solubilidade Propriedades coligativas Colóides Classificação de colóides Preparação e purificação de colóides Estabilidade de colóides Propriedades de colóides Equilíbrio de fases Componentes Grau de liberdade Regras da fase de Gibbs. Diagrama de fases 5 Multicomponentes de sistemas Unidade IV (20 horas) Unidade V (30 horas) Electroquímica Células electroquímicas Potenciais de eléctrodos Energia livre e potenciais de eléctrodo Introdução à química nuclear Fenómeno da radioactividade Grau de decaimento radioactivo Estabilidade nuclear Interacção da radiação com a matéria 6.3 Organização gráfica Química Física 2 Soluções Colóides Equilíbrio de fases Electroquímica Introdução à química nuclear 6 VII. Objectivo(s) Geral(is) Ao terminar este módulo, o estudante deverá ser capaz de: Explicar a força motriz para os processos de soluções; Explicar o efeito da temperatura e da pressão na solubilidade; Providenciar explicações termodinâmicas para o fenómeno das misturas; Definir e explicar propriedades coligativas das soluções; Definir e classificar o estado dos colóides; Explicar factores que influem na estabilidade coloidal; Desenhar e explicar diagramas simples de fases; Usar o conceito de reacções redox para explicar reacções electroquímicas; Predizer a espontaneidade das reacções dado o potencial estandarte de redução; Usar o potencial da célula para determinar o equilíbrio constante da reacção; Explicar o fenómeno de radioactividade; Explicar as razões por que certos elementos são estáveis e outros não; Fazer cálculos relacionados com o fenómeno da radioactividade. VIII. Objectivos específicos (Objectivos instructucionais) Unidade Objectivo(s) especifico(s) Soluções Ao terminar esta unidade o estudante deverá ser capaz de: Definir e explicar a natureza das soluções; Identificar e distinguir diferentes tipos de soluções; Predizer se duas substâncias irão se misturar para formar soluções através da comparação das forças intermoléculares envolvidas; Compreender e explicar os efeitos da temperatura, pressão e polaridade do solvente/soluto na solubilidade; Reportar sobre propriedades coligativas das soluções e fazer cálculos envolvendo essas 7 propriedades. Colóides Equilíbrio de fases Electroquímica Química nuclear Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de: Descrever propriedades de sistemas coloidais; Diferenciar tipos de sistemas coloidais; Explicar factores que afectam a estabilidade dos colóides; Descrever e explicar as diferentes propriedades de colóides tais como difusão, osmose, viscosidade e propriedades eléctricas. Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de: Explicar conceitos de vaporização, ebulição, pressão de vapor e como esses aspectos são afectados pela variação de temperatura; Ser capaz de calcular as quantidades relevantes em sistemas binários de diagramas de equilíbrio de fases; Interpretar regras da fase de Gibbs. Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de: Explicar e descrever células electroquímicas; Representar em diagramas e em anotações curtas células voltaicas; Usar o conceito de potencial de redução para explicar as reacções que têm lugar no cátodo e ânodo; Explicar e usar o potencial de redução para predizer a espontaneidade das reacções químicas; Relacioná-los a energia de Gibbs e fazer cálculos relacionados. Ao completar esta unidade o estudante deverá ser capaz de: Explicar e descrever a natureza da radioactividade; Identificar diferentes tipos de emissões radioactivas e propriedades das radiações emitidas; 8 IX. Fazer cálculos usando a lei de decaimento radioactivo; Explicar a relação entre massa e energia e resolver problemas relacionados com equivalentes de energia e massa. Actividades de ensino aprendizagem 9. Pré-avaliação Título da Pré-avaliação: Pré-avaliação sobre a compreensão dos princípios fundamentais: para soluções e colóides, equilíbrio de fase, electroquímica e química nuclear. Justificação: Para o estudante terminar este módulo com sucesso, são necessários pré-requisitos de conhecimento. Esta pré-avaliação possibilita ao estudante saber o seu nível de preparação para os tópicos que provavelmente encontrará. As perguntas são uma avaliação dos conhecimentos adquiridos anteriormente, tais como os princípios sobre as soluções, balanço de reacções redox e termodinâmica. Estas questões relacionam-se com conceitos-chave para a compreensão de soluções, equilíbrio de fase, reacções que envolvem transferência de carga e reacções do nível subatómico. QUESTÕES 1. Quais das seguintes substâncias exercem maior pressão? Justifique a sua resposta. (a) 1 mole N 2 a 273 K em 11.2 dm−3 (b) 1 mole N 2 a 300 K em 22.4 dm−3 (c) 1 mole H 2 O a 300 K em1 dm−3 (d) 1 mole C 4 H 10 a sua normal b. pt 2. Como espera que as seguintes substâncias se comportem nos solventes indicados, isto é, baixa ou alta solubilidade? (a) HCl em H 2 O (b) HF em H 2 O (c) S 8 em H 2 O. 9 (d) NaNO 3 em hexano, C 6 H 14 3. Considere os dois seguintes grupos de misturas (a) água misturada com metanol, obedece a lei de Raoults e (b) água misturada com propanol, que forma mistura azeotrópica. Qual da informação dada desenha um esquema próprio para ilustrar o seu comportamento usando pressão de vapor/curvas de composição. 4. Dada a seguinte informação para o amoníaco: b. pt 240 K m. pt 195.0 K ponto triplo 194.9 K Desenhe um diagrama para ilustrar as mudanças de fases, sublinhando pontos significantes. 5. Balance a seguinte reacção redox usando o método de ião, electrão no meio ácido. Br− (aq) + MnO4 (aq) Br 2 (g) + 2Mn2+(aq) 6. Quando 193 C de electricidade são passados num metal fundido, 1.0 x 10−13 mol de átomos são depositados no cátodo. Qual poderia ser o metal depositado no cátodo? (a) Cu (b) Pb (c) Ag (d) Zn 7. Qual dos seguintes representa radiação sem partícula? (a) alfa (b) beta (c) neutrão (d) gama 8. Qual elemento no grupo 18 é naturalmente radioactivo e tem isótopos estáveis? Qual dos elementos no grupo 18 é naturalmente radioactivo e sem isótopos estáveis? (a) Ar (b) Kr (c) Xe (d) Rn 9. Considere a seguinte reacção: 2 1 H 21H 42 He energia Que processo a reacção acima representa? (a) ficção (b) fusão (c) transmutação artificial 10 (d) decaimento alfa 10. Em quantos dias 12 gramas de amostra de decaimento irão deixar um total de 1.5 gramas do isótopo original? (a meia vida de 131 53 I é 8.07 dias). (a) 8.0 (b) 16 (c) 20 (d) 24 Chave de respostas 1. A solução do problema leva em consideração as propriedades e o estado das substâncias em relação a pressão. As substâncias em (a) e (b) são gases. A comparação da pressão pode ser feita usando pV = nRT. (a) P 1 mol x 8.314 J mol 1 K _1 x 273 K 2.02 x 10 5 Pa 3 3 11.2 x 10 m 1 mol x 8.314 J mol 1 K _1 x 300 K 1.11x 10 5 Pa 22.4 x 10 3 m 3 (c), (d) Esses são líquidos a temperatura e pressão dadas. No caso de (d) na normal b.pt a pressão de vapor é 1.01 x 105 Pa. 2. (b) P (a) Uma vez que ambas são moléculas covalentes polares a solubilidade é alta. Uma vez que ambas são moléculas covalentes polares capazes de formar pontes de hidrogénio a solubilidade será alta. Baixa solubilidade é esperada uma vez que S 8 é molécula covalente não polar posta em H 2 O que é muito polar. A solubilidade esperada é baixa uma vez que NaNO 3 é um sólido iónico enquanto que C 6 H 14 é um solvente não polar. (b) (c) (d) 3. (a) (b) máximo PT Vapor Vapor Propann-1-ol P MeOH P Água P Água 1 X MeOH 0 1 X propano-1-ol 0 1 X Água 0 1 X Água 0 R R R R 11 4. líquid Pressão sólid 194.9 194.9 5. vapor 240.0 T/K A solução é alcançada seguindo os seguintes passos. 1º Passo: Determinar estados de oxidação Br− (aq) *+ MnO4 (aq) Br 2 (g) + 2Mn2+(aq) PA -1 +7(-2)+4 0 +2 2º Passo: Balancear outros átomos que não O e H nas semireacções 2Br− (aq) Br 2 (g) reacção de oxidação 2+ MnO4 (aq ) Mn (aq) reacção de redução 3º Passo: Balancear O e H 2Br− (aq) Br 2 (g) MnO4 (aq ) + 8H+ Mn2+(aq) + 4H 2 O 4º Passo: Balancear cargas 2Br− (aq) Br 2 (g) + 2e─ MnO4 (aq ) + 8H+ + 5e─ Mn2+(aq) + 4H 2 O 5º Passo: Balancear os electrões ] 5 x [2Br− (aq) Br 2 (g) + 2e─ + ─ 2+ 2 x [ MnO4 (aq) + 8H + 5e Mn (aq) + 4H 2 O] Dá-nos 10Br− (aq) 5 Br 2 (g) + 10e─ 2MnO4 (aq ) + 16H+ + 10e─ 2Mn2+(aq) + 8H 2 O 6º Passo: Adicionar a semireacção 2MnO4 (aq ) + 10Br− (aq)+ 16H+ 2Mn2+(aq) + 5 Br 2 (g) + 8H 2 O 6. Começamos por calcular o número de electrões passados sabendo que a carga eléctrica por mole de electrões é constante de Faraday, F = 96 485 C/mol e−. 12 193 C 2 x 10 -3 mol -1 -1 96 500 C mol 2 x 10 -3 mol -1 Assim a carga no metal é 2 1 x 10 -3 mol -1 7. O metal pode ser Cu/Cu2+, Pb/Pb2+ ou Zn/Zn2+ mas não Ag+ (d) gamma 8. (d) Rn 9. (b) fusão 10. Decaimento radioactivo segue a cinética de primeira ordem para a qual t 12 8.07 dias A constante de decaimento, λ, é caculada a partir de t 12 8.07 dias λ = 0.086 dia−1 Usando a equação integrada ln 0.693 λ 1.5 - 0.086 x t 12.0 Resolvendo para t, t = 24 dias Comentários Pedagógicos para os Estudantes Esta pré-avaliação tem como intenção estimular a prontidão/preparação para estudar e concluir com sucesso este módulo. A avaliação cobre princípios fundamentais, tais como os que se relacionam com forças intermoleculares e balanceamento de reacções redox que você irá encontrar neste módulo. A avaliação de conceitos que podem ser novos para o estudante, por exemplo, balanceamento de reacções nucleares, é incluída. O estudante que obter uma classificação abaixo de 60 porcento é aconselhado a rever a secção de pré-requisitos do curso ou pré-requisitos de conhecimentos e revisitar os conceitos. 13 X. Actividades de aprendizagem Actividade de aprendizagem número 1 Título da actividade de aprendizagem: Soluções Objectivos específicos da aprendizagem Quando tiver concluído esta actividade, o estudante deverá ser capaz de: Definir e explicar a natureza das soluções; Identificar e distinguir os diferentes tipos de soluções; Predizer se duas substâncias se misturam formando solução através da comparação das forças intermoleculares envolvidas; Compreender e explicar os efeitos da temperatura, pressão e polaridade do solvente/soluto na solunilidade; Explicar as propriedades coligativas das soluções e fazer cálculos envolvendo essas propriedades. Sumário da actividade de aprendizagem Soluções são importantes em muitos processos químicos. Na verdade, frequentemente, para que as reacções tenham lugar, as espécies reagentes devem entrar em contacto íntimo. Muitas substâncias na natureza são encontradas na forma de soluções, que são misturas homogéneas constituídas por solvente e soluto. Nesta unidade, vamos estudar o comportamento e propriedades das soluções. Os factores que favorecem a formação de soluções serão examinados para permitir que o estudante seja capaz de predizer se uma mistura particular irá formar solução ou não. Esta unidade vai procurar responder às questões seguintes: que papel tem as forças intermoleculares na formação de soluções? Qual é o efeito da temperatura e da pressão na solubilidade das substâncias? Como podemos usar a termodinâmica para explicar e predizer a formação de soluções? Que papel tem as forças intermoleculares na formação de soluções? E outras questões relacionadas com soluções. Por último, as propriedades das soluções que dependem significativamente apenas da presença do soluto, propriedades coligativas, tais como osmose , aumento de ponto de solidificação, ponto de depressão e de ebulição serão estudados. O estudante usará os conhecimentos adquiridos para fazer cálculos relacionados com o uso dessas propriedades. 14 Lista das leituras requeridas SOLUÇÕES SOLUÇÕES WIKIPEDIA Lista de links relevantes CONCEITOS DE QUÍMICA o http://www.wpi.edu/Academics/Depts/Chemistry/Courses/General/conceptt.html CHEM1 VIRTUAL TEXT BOOK o http://www.chem1.com/acad/webtext/virtualtextbook.html Lista de recursos de MULTIMEDIA relevantes Recursos de Multimedia: Computador com conectividade a internet para possibilitá-lo abrir recursos materiais de aprendizagem e aprendizagem interactiva através de email, vídeo conferência e uso de CD-ROMs; QuickTime Movie Player Software; Shockwave Player Software; Macromedia Flash Player Software; Descrição detalhada da actividade Esta actividade começará com a explicação da natureza das soluções, com a questão sobre o que é uma solução. Depois abordará diferentes tipos de soluções e os factores que favorecem a formação de uma solução. As mudanças de energia envolvidas no processo das soluções serão usadas para predizer se as substâncias se misturarão formando soluções ou não. Nesta actividade explicar-se-á como é que a presença de soluto afecta as propriedades físicas das soluções, tais como pressão de vapor ponto de ebulição e de solidificação. Avaliação formativa Assim que for avançando através desta actividade de aprendizagem encontrará problemas para testar a sua compreensão conceptual da matéria; Perguntas rápidas são providenciadas para testar a sua compreensão; 15 Experiências práticas serão dadas para avaliar a sua compreensão sobre a relação teoria-prática; Experiências/exercícios simulados serão dados para testar a sua compreensão em determinados conceitos. As soluções são importantes no sentido em que muitas reacções químicas ocorrem em soluções. Para que uma reacção química ocorra, as moléculas devem entrar em contacto. As soluções permitem um contacto íntimo entre as moléculas de diferentes tipos facilitando as reacções químicas. O estudo das soluções é importante, porque muitas reacções, no laboratório, na indústria ou em sistemas vitais, têm lugar em soluções. As soluções providenciam também um meio preciso através do qual nós podemos introduzir pequenas quantidades de substâncias em um sistema de reacção. Quando uma substância entra na solução, existentes forças atractivas são quebradas sendo formadas novas forças entre a substância sólida dissolvida e, por exemplo, o líquido. As forças intermoleculares entre as moléculas do soluto e do solvente têm mais influência na concentração do soluto do que na sua identidade. Tais propriedades são conhecidas como propriedades coligativas e são úteis na determinação da massa molar de moléculas grandes. Diversos processos biológicos são baseados nas propriedades coligativas das soluções, por exemplo, osmose é o processo por detrás da diálise dos rins. 1.1 O que é uma solução? Solução é uma mistura homogénea de duas ou mais substâncias. As substâncias poderão estar no estado líquido, gasoso ou sólido. Uma mistura homogénea é uma mistura física de duas ou mais substâncias puras cuja distribuição na mistura é uniforme. Quando uma solução se forma as moléculas do soluto são discretas e misturadas com as moléculas do solvente. O maior componente é designado solvente enquanto o menor é designado por soluto. Forças intermoleculares existem entre as moléculas do solvente e do soluto. Embora nós normalmente pensemos em soluções como líquidas, elas podem na Barreirá verdade ser mistura de solutos gases, líquidos ou removida sólidos em líquidos, gases ou sólidos. 1.2 Qual é a força motriz na formação de soluções? Figura 1.1 O diagrama mostra dois gases inicialmente separados por uma barreira. A remoção da barreira leva espontaneamente a uma mistura dos dois gases. O processo de solução é essencialmente um balanço entre várias trocas de energia que têm lugar quando o soluto é introduzido no solvente. Dos conhecimentos de termodinâmica sabemos que trocas de energia que conduzem a um sistema com energia mais baixa tendem a ser mais favoráveis. No processo das soluções dois passos precisam de ser considerados em 16 termos de troca de energia. No primeiro passo o soluto tem que ser introduzido no solvente; as moléculas devem ser separadas antes de serem dispersadas no solvente. Este passo pode por isso ser considerado desfavorável a formação de solução. Se a dispersão do soluto é favorável ou não depende no tipo de interacção soluto-solvente. A formação de solução é favorável no solvente-soluto (A-B) que as forças intermoleculares do soluto (A-A) e do solvente (B-B). Isto leva a um estado de potencial de energia mais baixo quando solução se forma e por isso energeticamente favorável. A formação de solução é favorecida se o balanço em termos de troca de energia entre os dois passos for exotérmico. No entanto, se lembra que do nosso estudo de termodinâmica, se há aumento ou diminuição na desordem ao nível molecular (entropia de troca) tem que ser levado em conta. Uma diminuição da desordem favorece o processo de solução. A formação espontânea de soluções gasosas explica o facto de que aumento de desordem é uma força motriz na formação de soluções. Considere dois gases inicialmente separados em dois compartimentos por uma barreira como mostra a figura 1.1 Uma vez que a barreira é removida os gases misturam-se espontaneamente para formar uma mistura homogénea, a solução. 1.3 Tipos de soluções A matéria, na natureza, pode ser encontrada em três estados: sólido, líquido e gasoso. Soluções também podem ser encontradas em três estados da matéria desde que as energias para a formação de soluções sejam favoráveis. A tabela abaixo dá um sumário das trocas de energia para diferentes tipos de soluções. Tabela 1 A tabela mostra possíveis misturas solvente-soluto com a energia associada e a entropia de troca. Solvente Soluto Gás Gás Líquido Sólido Líquido Gás Líquido ou sólido Gás Gás Líquido Energia para dispersar o soluto 0 Grande 0 0 Vários 0 Aumento de desordem (ao acaso) Grande 0 Grande Energia para dissolver (dispersar o soluto) Vários Endotérmico Vários Diminui Diminui Moderado 17 Misturar diferentes substâncias traz invariavelmente maior desordem no sistema e é acompanhado por um aumento de volume. A temperatura geralmente tende a favorecer um aumento de desordem ou a casualidade. Muitos exemplos de soluções envolvendo diferentes estados da matéria são ligados por natureza. A tabela dois mostra exemplos de soluções comummente encontradas nos seus vários estados. Tabela 2 Exemplos de diferentes tipos de soluções e correspondentes exemplos. Componente 1 (solvente) Componente 2 (soluto) Estado da solução resultante Exemplos Gás Líquido Líquido Água soda (Dióxido de carbono em água) Sólido Sólido Sólido Liga (Sn/Pb) Gás Sólido Sólido Hidrogénio gás em Pd Gás Gás Gás Ar Líquido Líquido Líquido Álcool em água Sólido Líquido Líquido Sal e água Exercicio 1 Qual das seguintes é uma mistura homogénea? (a) NaCl (s) (b) NaCl (l) (c) NaCl (g) (d) NaCl (aq) 1.3.1 Soluções gasosas Soluções gasosas são obtidas misturando gases para formar misturas homogéneas. Todas as misturas gás-gás são soluções de gases. O ar que respiramos é uma solução natural de gases contendo entre outros gases o oxigénio, nitrogénio e dióxido de carbono conforme ilustrado na tabela abaixo. 18 Tabela 3 Percentagem da abundância de gases seleccionados no ar. Gás Percentagem (%) Nitrogénio (N 2 ) 78 Oxigénio (O 2 ) 21 Água (H 2 O), dióxido de carbono (CO 2 ) Variável A quantidade de água e de dióxido de carbono são afectados por um número de factores incluindo temperatura, tempo, altitude e outros factores. A energia requerida nas misturas de gases é muito pequena e o aumento da casualidade é favorecido a todas as temperaturas. Além disso mais gases são miscíveis em todas as proporções. 1.3.2 Gases em soluções líquidas Quando um gás é introduzido num líquido, este é confinado a um menor volume, uma diminuição da casualidade ocorre, é um processo que não é favorecido. Por isso, para que a solução de um gás e um líquido se forme, deverá existir outros factores compensadores. Por exemplo, se o gás reage químicamente com o solvente como é o caso com dióxido de carbono, ácido hidroclórico ou amoníaco, dissolver-se-á em água. Embora o processo de introduzir esses gases no líquido resulte numa diminuição da casualidade, as trocas de energia associadas com as reacções contrabalança o efeito desfavorável de casualidade. Efeito da temperatura na solubilidade dos gases A solubilidade da maior parte dos gases diminui com o aumento da temperatura. Por exemplo, oxigénio e nitrogénio, dois maiores componentes do ar, sabe-se que diminuem a solubilidade com o aumento da temperatura. É por essa razão que muitos tipos de peixes só podem sobreviver em águas frias em contraste com a água morna onde há menor quantidade de oxigénio dissolvido. Dados comparativos são fornecidos na tabela 4, mostrando a solubilidade de gases seleccionados a diferentes temperaturas. Tabela 4 Dados comparativos ilustrando a solubilidade dos gases N 2 , O 2 e CO 2 . Temperatura (C) Gás 0 20 50 100 N2 0.0029 0.0019 0.0012 0 O2 0.0069 0.0043 0.0027 0 19 CO 0.335 2 0.169 0.076 0 O fenómeno oposto é frequentemente observado para solubilidade de gases em solventes orgânicos. Neste caso a solubilidade aumenta com o aumento da temperatura. Por exemplo, a solubilidade do hidrogénio, nitrogénio, dióxido de carbono, hélio e néon aumenta com o aumento da temperatura em solventes orgânicos como o tetracloreto de carbono, tolueno e acetona. Gases tornam-se mais solúveis a pressões maiores Um fenómeno comum quando abrimos uma lata de refrigerantes é o som efervescente quando o gás se liberta. Embora os gases no ar não sejam muito solúveis a temperatura ambiente, tornam-se cada vez mais solúveis com o aumento da pressão. A solubilidade do gás é afectada muito mais pela pressão do que pela temperatura. Para entender o efeito da pressão considere o seguinte equilíbrio para a dissolução de um gás: Gás + solvente solução Um aumento da pressão no sistema reduz o volume disponível para o gás. De acordo com o princípio de Le Chatelier o sistema tem de reagir para contrariar o stress criado. Consequentemente, o sistema reage no sentido de reduzir a pressão aumentando a quantidade de gás. As moléculas do gás são absorvidas da fase gasosa para a solução. O equilíbrio na equação da reacção acima desloca-se assim para a direita, isto é, aumenta solubilidade. Se a pressão na solução é reduzida, o efeito contrário no equilíbrio é observado, algumas das moléculas do gás deixam a solução e entram na fase gasosa. O equilíbrio desloca-se para a esquerda da equação da reacção. A efervescência da coca-cola ou outra bebida carbonada é resposta à diminuição da pressão uma vez que a lata (ou garrafa) é aberta. O químico William Henry estabeleceu que a solubilidade do gás aumenta com o aumento da pressão de acordo com a relação matemática, conhecida por lei de Henry. C = kP gás (1.1) A solubilidade do gás num solvente específico é representada por C. P gás é a pressão parcial do gás e k é a constante de proporcionalidade. A constante de gás é unica em cada gás. Racionalização da lei de Henry (1) Numa solução saturada, o número de moléculas entrando na solução ou deixando a solução é igual. A velocidade em que as moléculas deixam a fase gasosa para a solução e a das moléculas deixando a solução dependem ambas do número de moléculas por unidade de volume. Quando o (2) 20 número por unidade de volume das moléculas aumenta no estado gasoso, o número de moléculas por unidade de volume na solução também deve aumentar. Quando a pressão aumenta o número de moléculas por unidade de volume também deve aumentar. É importante notar, no entanto, que a lei de Henry não funciona para gases a altas pressões ou quando ocorre uma reacção química, ou quando a interacção solvente-soluto é significativamente diferente da interacção soluto-soluto ou solvente-solvente. Exemplo 2 Figura 1.2 Mostra o efeito da pressão na solubilidade dos gases. A intensidade da cor indica a concentração do gás. A solubilidade do gás oxigénio a 0 C e 101325 Pa é 48.9 mL por litro. Calcule a molaridade do oxigénio numa solução saturada de água quando o oxigénio está sob a sua pressão normal no ar de 0.2095 atm. Solução O problema é resolvido por primeiro determinar a molaridade da solução saturada a uma dada temperatura e pressão: 1 mol O 2 22.4 O 2 2.18 x 10 -3 M 1L 0.0489 L x Molaridade De acordo com a lei de Henry C kPgas k C C 2.18 x 10- 3 M C Pgas 1atm 0.2095 atm 0.2095 M x2.18 x 10 3 4.57 x 10 4 M 1atm Exercício 2 Qual é o equilíbrio de concentração (mg O 2 por L) de gás oxigénio em água fresca a 25 C quando exposto ao ar a uma pressão de 1 atm? A constante da lei de Henry para o oxigénio em água a 25 C é 3.0 x 107 atm. Demonstração visual: Forças de coesão 21 NO 2 + H 2 O HNO 3 SO 2 + H 2 O H 2 SO 4 NO 2 CHUVA ÁCIDA SO 2 Emissão de gás pelas indústrias e carros como o dióxido de enxofre ou nitrogénio dissolve em água para formar chuvas ácidas, com efeitos adversos para o meio ambiente. 1.3.3 Líquido em soluções líquidas É mais provável dois líquidos formarem uma solução se, por exemplo, para as espécies A e B as interacções A-A, B-B e A-B forem similares. As forças intermoleculares nos dois líquidos têm de ser semelhantes. As forças intermoleculares a actuarem no hexano são, principalmente, forças de dispersão (forças fracas devido aos dipolos temporários), o mesmo acontecendo no heptano. Assim, as forças intermoleculares que existiriam entre hexano e heptano são também forças de dispersão. Esses líquidos devem ser miscíveis. Por outro lado, se as forças intermoleculares são maiores num dos líquidos, por exemplo, hexano em água, os líquidos não formarão solução. Água forma fortes pontes de hidrogénio com outras moléculas de água. A água tenderá a ser miscível com líquidos que formam pontes de hidrogénio. Por exemplo, etanol e água são completamente miscíveis. 1.3.1 Considerações de energia − Miscível ou não miscível? Quando dois líquidos se misturam, há um aumento de entropia da mesma forma como o há no caso dos gases quando se misturam. Assim, a entropia das misturas é sempre 22 positiva. Há energia livre de mistura por isso para os dois líquidos pode ser escrita da seguinte forma: ΔG mix = ΔH mix - TΔS mix (1.2) O ΔG negativo favorece a mistura dos dois líquidos. Para uma solução ideal a mudança de entalpia é zero e, por isso, a mistura é somente devido à entropia positiva. No entanto, a mistura de certas soluções pode ser endotérmica ou exotérmica. Quando a mistura é exotérmica, irá interagir sinergeticamente com a entropia de mistura para dar um ΔG mais negativo. No caso em que a mistura é endotérmica a magnitude de ΔH torna-se importante para determinar ΔG. Se a magnitude de ΔH mix é pequena, isto é, ΔH mix < TΔS mix então o termo ΔH mix - TΔS mix ainda é negativo, mas se ΔH mix >> TΔS mix , o termo ΔH mix - TΔS mix se tornar positivo os líquidos não se misturarão. 1.3.4 Soluções de sólidos em líquidos H O H Os sistemas de sólidos em líquidos são dos mais frequentes encontrados em soluções químicas. Para introduzir o soluto sólido na solução, é requerida energia para ultrapassar as fortes forças intermoleculares existentes nos sólidos. Como é que podem essas forças ser ultrapassadas? Considere uma solução de critais − − Cl + de NaCl. Tal como mostra a Figura 1.3. Cl + Na Cl− − + Na Cl− Cl− +Cl − Na+ − H Na Na − Cl Cl + Na+Cl− Cl H O Na Cl− H O H O H H Em solução, as moléculas de água tendem a orientar-se elas próprias no sentido de o polo H positivo do dipolo ir aos iões cloretos (Cl−) H H Na+ O O H − H O O enquanto o negativo orienta-se para os iões de H Cl H H sódio. Os iões nas extremidades são mais fracamente ligados e muito mais facilmente se separam do cristal. Assim, o cristal é ‘chipped’. Isto continua com os iões entrando na solução Figure 1.3 Ilustração do processo de solução, pelas extermidades. Uma vez livres os iões são dissolução de NaCl. envoltos pelas moléculas da água. Podemos explicar a dissolução de substâncias não polares em solventes não polares da mesma forma. Neste caso as forças de atracção envolvidas são de dispersão. 1.4 Simulação: Soluções de sal Termodinâmica das misturas Nos tópicos relacionados com a teoria cinética molecular e gases falamos de uma propriedade conhecida por pressão parcial, usada para descrever a contribuição da pressão total de cada gás. Assim, a pressão parcial para gases descreve a contribuição de um componente para a pressão total. Para que possamos discutir as propriedades 23 termodinâmicas das misturas, precisamos de introduzir uma propriedade similar a pressão parcial nos gases chamada quantidade molar parcial. A quantidade molar parcial depende de um componente particular na mistura. O exemplo comum para ilustrar o conceito de quantidade molar parcial é o volume molar parcial. O volume molar parcial de uma substância A numa mistura é a mudança de volume quando 1 mole de A é adicionada a um grande excesso de mistura. O volume molar parcial da substância A numa certa composição é definido como V (1.3) VA n A T,P,n B onde VA é volume molar parcial, nA é o número de moles da substância A a uma temperatura constante, pressão e uma constante quantidade da substância B. Suponha que uma quantidade pequena da substância A, dnA e dnB de B são adicionadas a mistura, a mudança de volume na mistura é dada por V V dV dn A dn B (1.4) n A T,P,n nB T,P,n A B V A dn A VB dnB (1.5) A expressão torna-se V = n A V A + n B V B quando o volume molar parcial das duas substâncias a uma composição particular é conhecida. Este conceito pode ser estendido a dimensões termodinâmicas, tais como energia de Gibbs. A energia de Gibbs molar parcial é também conhecida como potencial químico, é designada pelo simbolo i . O potencial químico é a medida sobre quanta energia livre varia (dG i ) na adição ou remoção de dn i moles da substância ‘i’ mantendo T, P e a quantidade de qualquer outra substância constante (n J ) G i (1.6) ni T , P , n J O potencial químico de uma substância pura mostra quanta energia de Gibbs do sistema varia com a adição de outra substância. (nGm ) Para substâncias puras a energia de Gibbs é dada por G n P ,T Pode ser visto que a energia livre está relacionada com a pressão através da equação P G G nRT ln P A partir da qual o potencial químico é: (1.7) 24 P (1.8) P O potencial químico por isso mostra uma variação de G quando a quantidade de substância muda. nRT ln 1.5 Potencial químico de uma mistura gasosa O potencial químico de um gás puro é dado pela equação (1.8) Onde R é a constante universal dos gases, T é a temperatura absoluta em Kelvin e P é a pressão do gás: P A RT ln (1.9) P Se uma outra substância for adicionada a substância pura A, o potencial químico tornarse: P A RT ln A (1.10) P onde P A é a pressão parcial na mistura constituída por A e B. O potencial químico do componente B pode ser escrito da mesma forma. 1.6 Energia de Gibbs de mistura/combinação Para os dois componentes do sistema descrito antes (Equação 1.5) a energia livre de Gibbs total é dada por: G = nAA + nBB (1.11) Agora, considere dois gases puros que são postos em dois recipientes separados com n A e n B moles respectivamente. Antes da mistura os gases têm o seu potencial químico. A energia de Gibbs total é dada pela soma dos potenciais químicos. A (1.12) (1.12) B Os dois gases mistura – se quando a barreira é removida P P G initial n A A RT ln n B B RT ln P P Depois da barreira ser retirada os gases misturam-se de tal forma que a pressão total é a soma das suas pressões parciais P = P A + P B . A energia de Gibbs é dada por 25 Figure 1.4 ilutsrando a mistura dos dois gáses. P G Final n A A RT ln A n B P PB B RT ln P (1.13) A variação da energia livre de Gibbs na mistura é a diferença entre a energia livre inicial, G inicial , e a final G final i.e. P P mix G n A RT ln A n B RT ln B P P (1.14) Também pode ser escrita como fracções molares ∆ mix G x A RTln x A x Bln x B (1.15) Uma vez que n i = x i n and P i /P = x i . 1.7 E sobre a entropia das misturas? A entropia da mistura é derivada da expressão termodinâmica, − S = (G/T) P,n . segue então da equação (1.15) que a entropia da mistura é dada pela expressão: G mix S mix nR x A ln x A x B ln x B T P ,T ,nA ,nB (1.16) Das discussões prévias de termodinâmica lembrar-se-á que a energia de Gibbs está relacionada com a entalpia através da expressão ΔG = ΔH – TΔS. Para mistura de dois gases podemos escrever Δ mix G = Δ mix H – TΔ mix S, Δ mix H= Δ mix G + TΔ mix S. (1.17) Se os gases em consideração são gases perfeitos então a temperatura constante ΔH mix = 0 a partir da equação (1.15) e (1.16). O significado deste resultado é que confirma as nossas expectativas de que não há interacção nas moléculas de um gás perfeito. 3.2 ΔH 2 expansão do soluto num processo endotermico Potencial químico de mistura líquida A formação de uma solução líquido-líquido pode ser vista como envolvendo três passos principais. O 26 ΔH 3 , mistura de soluto num R ΔH , expansão R R R primeiro passo envolve a introdução do soluto líquido no solvente. As moléculas de um dos líquidos tem que ser deslocadas para dar passagem as moléculas do outro líquido. As forças de atracção devem ser ultrapassadas durante este processo. Assim, este processo requer energia (endotérmico) e leva à um aumento do potencial de energia do sistema. O Segundo passo envolve expansão das moléculas do solvente para dar passagem ao soluto líquido. Energia é também requerida e também leva à um aumento energético do sistema. No passo final as moléculas têm de se misturar. As moléculas experimentam uma atracção mútua perdendo energia e diminuindo a energia do sistema. Das anteriores discussões o total de energia/energia bruta é o balanço quando os três passos são considerados. O diagrama mostrando as variações de energia é ilustrado na Figura 1.5. Se a mudança de energia (input) no passo 1 e 2 é igual a mudança de energia (output) no passo 3, o calor da solução, ΔH solução = 0. Isto representa a condição em que as forças intermoleculares tanto no soluto como no solvente são iguais. Um exemplo típico é o benzeno e tetracloreto de carbono. A solução formada da mistura de benzeno e tetracloreto de carbono aproxima-se a uma solução ideal. 1.8 Soluções ideais Para considerar o potecial químico dos líquidos, primeiro consideraremos o equilíbrio que existe entre o líquido e a sua pressão de vapor. Fazemos uso do facto de no equilíbrio, o potencial químico da substância no líquido é igual ao potencial químico da substância no vapor. Consideremos o líquido puro A com potencial químico *A (l ) com pressão de vapor PA* . O potencial químico para o líquido puro A pode ser escrito do seguinte modo: A (g) A(g), B(g) A (l) A(l), B(l) Figura 1.6 O potencial químico da forma gasosa da substância A, A (g), é igual ao do líquido puro A, A ). PA* P *A (l ) A RT ln (1.18) Se um outro soluto fosse introduzido no líquido, a pressão de vapor acima não seria aquela da substância pura PA* , mas a pressão parcial P A . O potencial químico é assim dado por: P A (l ) A RT ln A (1.19) P 27 Combinando as equações (1.18) e (1.19), obtemos a equação (1.20), sem os padrões do potencial químico do gás. P (1.20) A (l ) *A (l ) RT ln A* P A Pressão total P r essu re Lei de Rauolt PA* Pressão parcial A Presão parcial B Mole Fraction of A Fracção molar de A, x A Figura 1.7 Diagrama ilustrando a variação da pressão de vapor e a pressão de vapor parcial de uma mistura binária. Lei de Rauolt diz que a pressão de vapor da solução P soln é igual ao produto da fracção molar do solvente x solv e a sua pressão de vapor PSolv . P A = x A PA Lei de Rauolt (1.21) Soluções que obedecem a essa lei de Rauolt a todas as composições dos componentes A e B são soluções ideiais. P Por isso, para uma solução ideal onde x A A o potencial PA químico para o líquido se torna A (l ) *A (l ) RT ln x A (1.22) O que providencia uma definição alternativa para solução ideal. Exercício interactivo: pressão de vapor Uma solução ideal é aquela em que as forças de atracção intermoleculares nos dois componentes (soluto e solvente) são muito semelhantes e também com as forças de atracção (solvente-soluto) na solução. As soluções ideiais são por isso aquelas em que as entalpias da solução são zero. Por outras palavras, elas ocorrem quando o soluto e o solvente são muito similares, por exemplo, benzeno e tolueno; hexano e heptano; pentanol e hexanol. Se as forças de atracção se diferem nos dois componentes da solução, a solução é dita como desviando da lei de Raoult. As soluções reais cumprem uma lei diferente conhecida por lei de Henry. William Henry verificou que a pressão de vapor de uma solução diluída é proporcional a fracção molar, x B . PB = xBKB Lei de Henry (1.23) A constante de proporcionalidade K B contém unidades de pressão e é única para cada gás. A lei de constante de Henry depende da temperatura e da combinação solvente/soluto. 28 1.9 Propriedades coligativas Propriedades coligativas são aquelas apenas dependentes da quantidade de soluto presente. As partículas na solução podem ser moléculas ou iões. As propriedades coligativas incluem pressão de vapor, ponto de ebulição, ponto de fusão e pressão de osmose. Na secção seguinte examinaremos os efeitos dos solutos em líquidos no concernente às propriedades já mencionadas. Pressão de vapor das soluções (a) (b) Figura 1.8 (a) equilíbrio líquido-vapor com relativamente alto grau de vaporização (b) algumas moléculas de solvente foram substituídas por moléculas de soluto. A velocidade a que as moléculas se escapam é baixa. Baixa velocidade, alto grau de vaporização. 1.9.1 A pressão de vapor de um líquido depende da tendência de escape das moléculas do solvente da fase líquida. Isto é uma medição directa da tendência de escape das moléculas do líquido para a fase de vapor. Um aumento da desordem tende a favorecer muitos processos incluindo a evaporação. Um aumento da desordem à entrada da fase gasosa é reduzido quando o solvente é diluído com o soluto. A incorporação de um soluto não volátil reduz a tendência de escape das moléculas do solvente. A pressão de vapor das soluções reduz assim que as concentrações do soluto aumentam e assim acontece também com a do solvente. O número de moléculas do solvente na superfície é reduzido e assim menos moléculas deixam o líquido. Adicionalmente, as forças intermoleculares na solução são geralmente mais fortes que das substâncias puras. O modelo molecular do abaixamento da pressão de vapor é ilustrado na Figura 1.8. Elevação de ponto de ebulição e diminuição do ponto de congelamento Tanto o ponto de fusão como o ponto de ebulição são propriedades coligativas. A adição de um soluto não volátil aumenta o ponto de ebulição do líquido. Para soluções diluídas o ponto de ebulição é directamente proporcional a concentração molal do soluto. ΔT b = K b m (1.24) 29 onde K b é a constante do ponto de ebulição molal em unidades de Cm−1. A concentração molal é a concentração de uma mole por peso, solução 1 molal contem 1 mole de soluto por kg de solvente. Por outro lado, o ponto de congelamento reduz devido à presença de soluto não volátil. O ponto de congelamento refere-se a temperatura na qual ambos líquidos e sólidos existem simultaneamente. O equilíbrio heterogénio existe entre o solvente sólido puro e a solução, na qual x B fracção de moles do soluto está presente. O ponto de congelamento está relacionado com a concentração molar do soluto na expressão ΔT f = K f m (1.25) onde K f é a constante de diminuição do ponto de congelamento em unidades de Cm−1. EXERCÍCIO INTERACTIVO: PROPRIEDADES COLIGATIVAS 1.9.2 Osmose P+∏ Membrana semipermeável P Moléculas de soluto Moléculas do solvente Figura 1.9 Diagrama mostrando a migração de moléculas de água da direita para a esquerda. As moléculas grandes do soluto mantém-se no lado esquerdo. Osmose é o movimento de material através de uma membrana semipermeável, na qual os poros permitem a passagem de moléculas de solvente, mas são muito pequenos para as moléculas do soluto. Este processo é particularmente importante nos seres vivos, onde várias misturas de soluções são separadas por membranas. Muitas células animais e vegetais são feitas de membranas semipermeáveis. A Figura 1.9 ilustra este processo. Considere uma célula consistindo em dois compartimentos separados por membranas semipermeáveis, uma das quais contendo uma solução diluída e a outra água pura. Os líquidos nos dois compartimentos são postos de tal forma que estejam ao mesmo nível. Depois de um certo tempo, o líquido do compartimento a esquerda sobe enquanto o nível do lado direito diminui. As moléculas de água da direita migram para a esquerda, enquanto o soluto é retido no mesmo lado. A certo ponto, o movimento do solvente pára devido à uma pressão oposta conhecida por pressão osmótica, . cRT M 30 onde c é a concentração em g L−1, R é a constante do gás, T é a temperatura absoluta e M é a massa molar. Exemplo 3 Albumina é um plasma de proteína humana com masa molar de 69 000 g mol─1. Qual deveria ser a pressão osmótica da solução para esta proteína contendo 2.0 g por 100 mL a 25 C. Assuma que a experiência é levada usando solução de sal para solvente e a membrana é solúvel ao sal. Solução Nós definimos pressão osmótica como a força que deve ser aplicada para prevenir exactamente o movimento osmótico e é dada pela equação: cRT M Substituímos a informação dada na equação: 20 g L1 x 0.082 L atm mol 1 x 298 K 69 000 g mol 1 7.08 x 10 3 atm Exercício prático 3 Insulina controla o metabolismo da glucose. Uma solução de 2.0 g de insulina em 250.0 mL de água tem uma pressão osmótica de 26.1 torr a 30oC. Qual é o peso molecular da insulina? (a) 7.5 x 103 (b) 5.8 x 103 (c) 3.4 x 103 (d) 4.2 x 103 (e) 6.8 x 103 31 Actividade de aprendizagem número 2 Título da actividade de aprendizagem: Colóides Ao terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de: Descrever propriedades de sistemas coloidais; Diferenciar tipos de sistemas coloidais; Explicar factores que afectam a estabilidade de sistemas coloidais; Descrever e explicar as propriedades coloidais tais como difusão, osmose, viscosidade e propriedades eléctricas de sistemas coloidais. Sumário da actividade de aprendizagem Esta actividade de aprendizagem é sobre colóides e suas propriedades. Por definição colóides são soluções com partículas com um certo intervalo de tamanho e exibem propriedades características. Um sistema coloidal é um sistema homogéneo constituído por uma fase dispersa de 50 a 2000 Ǻ numa fase contínua. Colóides são encontrados em muitos produtos naturais e sintéticos e têm as suas propriedades peculiares. Essas propriedades são relacionadas, em primeiro lugar, com tamanho das partículas e com a superfície. Nesta unidade, introduz-se os sistemas coloidais, tipos de colóides e como tais sistemas coloidais são preparados. Uma vez que sistemas coloidais são em parte definidos com base no tamanho, é importante que o tamanho da fase dispersa seja mantido dentro dos intervalos. Assim, factores que afectam a estabilidade dos colóides serão também estudados. As propriedades únicas dos colóides, tais como propriedades eléctricas e de superfície, serão discutidas. Colóides são particularmente significantes do fenómeno de superfície, porque a sua relação área de superficie e volume é muito grande. Consequentemente, as suas propriedades são dominadas pelos eventos na sua superfície. Lista de leituras requeridas COLÓIDES INTERFACES, COLÓIDES E GEL Lista de links relevantes EXPERIÊNCIAS NOS FENÓMENOS DE SUPERFÍCIE E COLÓIDES http://www.funscience.com COLÓIDES http://ull.chemistry.uakron.edu/genobc/Chapter_07/ 32 Lista de recursos de MULTIMEDIA relevantes Computador conectado a internet para permitir acesso aos materiais de aprendizagem livres e a aprendizagem interactiva através de email, vídeo conferência e uso de CD-ROMs; QuickTime Movie Player Software; Shockwave Player Software; Macromedia Flash Player Software. Descrição detalhada da actividade O estudo dos colóides começa estabelecendo a natureza dos colóides e os diferentes tipos de sistemas coloidais existentes: liofilicos e liofobicos. O método básico usado para produzir sistemas coloidais será discutido, seguido dos factores que afectam a sua estabilidade. Você irá aprender como tais sistemas podem ser estabilizados para manter as características e propriedades coloidais. Propriedades associadas aos colóides, tais como movimento Browniano, difusão, pressão osmótica e viscosidade, serão estudadas. O efeito de adsorção de espécies carregadas nas partículas da superfície de colóides será abordado. Avaliação formativa Assim que for avançando nesta actividade de aprendizagem, encontrará problemas para testar a sua compreensão conceitual da matéria; Perguntas rápidas serão providenciadas para testar a sua compreensão; Experiências práticas serão dadas para avaliar a sua compreensão sobre a relação teoria-prática; Experiências/exercícios de simulação serão dados para testar a sua compreensão de certos conceitos. Actividades de aprendizagem Os colóides são uma classe da matéria encontrada numa vasta lista de produtos desde cosméticos, alimentos, tintas e farmacêuticos. As substâncias incluem sólidos, líquidos emulsificantes, barro/argila, gels e proteínas. O sistema coloidal é constituido por pequenas partículas dispersas numa fase contínua. Embora colóides sejam agregados de átomos ou moléculas, as partículas coloidais não são ordinariamente vistas por microscópio óptico. Deve, no entanto, notar-se que o limite do tamanho é, de certa forma, arbitrário e certos sistemas podem conter partículas fora do intervalo de tamanho. A extensiva interface criada entre as partículas e a fase dispersa é uma característica predominante de sistemas coloidais. A área de superfície é muito maior que um volume igual de partículas. Por exemplo, o colóide platina é um efectivo catalisador o que é conseguido pela absorção de 33 reagentes na sua superfície. A cor de um sistema coloidal é afectada pela relação do tamanho das partículas. Por exemplo, ouro dá uma cor vermelha na forma colóide mas torna-se azul a medida que o tamanho aumenta. Trisulfetos de antimónio e de arsénio também exibem mudanças de cores associadas com o tamanho das partículas do sistema coloidal. As distinções e definições básicas nesta Unidade são indicadas abaixo. o Dispersão é um sistema no qual a fase dispersa está distribuída na fase contínua. o Dispersões podem ser moleculares, coloidais ou irregulares. A classificação de uma dispersão particular num subtipo particular é com base no tamanho das partículas da fase dispersa. Dispersões moleculares são homogéneas, enquanto dispersões coloidais e irregulares são heterogéneas. o Uma dispersão irregular pode ser tanto uma suspensão (na qual a fase dispersa é sólida) ou uma emulsão (na qual a fase dispersa é líquida). o As propriedades de um sistema disperso dependem do ‘peso’ das propriedades da superfície dos componentes do sistema. 2.1 Natureza de sistemas coloidais Não é fácil dar uma definição precisa de sistemas coloidais. Uma definição que é frequentemente usada é a de que é um sistema constituído por duas fases, uma das quais consistindo em pequenas partículas (fase dispersa) que estão dispersas uniformemente na segunda fase (fase contínua). Se consideramos a nossa vida no dia a dia podemos identificar muitos sistemas que encaixam na descrição acima. Muitas tintas e produtos colantes mudaram de uma base de solvente hidrocarboneto para emulsões. A cozinha está também cheia de sistemas de emulsões – mayonnaise e creme são alguns exemplos. Mais especificamente, um sistema coloidal é definido na base de um sistema de partículas da fase dispersa.Tendo dito isto, uma dispersão pode ser classificada como molecular, coloidal ou irregular dependendo do tamanho das partículas como mostra a tabela 1 abaixo. Tabela 1 Tamanho molecular e tipo de sistema de dispersão Tipo Tamanho das partículas dispersas Tipo de sistema Dispersão molecular < 50 Å Sistema homogéneo Dispersão coloidal < 50-2000 Å Siatema heterogéneo Dispersão irregular > 2000 Å Siatema heterogéneo Uma mistura de areia e água pode ser agitada para dar um sistema no qual as partículas de areia são dispersas na água. Para formar uma dispersão as partículas têm que ser de 34 tamanho maior que 1000 nm. Sistemas coloidais podem ser classificados pela natureza das fases dispersa e contínua. Tabela 2 Classificação e exemplos de tipos de sistemas coloidais. Tipos Fase Fase Dispersa Contínua Exemplos Aerosol Líquido Gás Insecticidas sprays, desodorizantes, etc Espuma Gás Líquido Espuma de sabão, creme batido Emulsão Líquido Líquido Creme, mayonnaise, tintas Colóide Sólido Líquido Amido em água Sólido Fumo Sólido Sólido Sólido Gás ligas, pérolas Poeira, nevoeiro As partículas do sistema coloidal exibem um movimento ao acaso semelhante ao movimento errático das moléculas, descrito quando tratámos a teoria cinética molecular dos gases. O movimento errático das partículas coloidais é chamado de movimento browniano em homenagem ao botânico escocês Robert Brown. 2.2 Classificação dos colóides Os colóides podem convenientemente ser classificados por liofilicos, liofobicos ou associação de colóides com base na interacção das partículas na fase dispersa e das moléculas da fase de dispersão. 2.2.1 Colóides liofilicos Colóides liofilicos são colóides nos quais há uma forte interacção entre as partículas coloidais e o meio de dispersão. Existe uma forte atracção entre as partículas e o meio de dispersão que resulta num sistema termodinâmico estável. Muitas das propriedades desta classe são devidas a atracção entre as partículas e a fase dispersa levando a solvatação (anexação de moléculas do solvente às moléculas da fase dispersa). Colóides hidrofolicos são os que a água é o meio de dispersão. A atracção das partículas dispersas e as moléculas de água levam a hidratação das partículas, moléculas ou iões. Exemplos de colóides liofilicos incluem a gelatina, acácia, insulina, e albumina, estas produzem colóides liofilicos num meio de dispersão aquoso. Poliestireno e borracha podem ser dispersos em meios não aquosos (solventes orgânicos). 35 2.2.3 Colóides liofobicos As partículas num sistema liofobico têm ‘ grande aversão’ a meios de dispersão. Existe pouca atracção entre as partículas numa fase dispersa e a fase de dispersão. Tipicamente, colóides liofobicos são constituidos por substâncias inorgânicas dispersas em meio aquoso, água. Exemplos incluem prata, ouro, cloreto de prata e sulfeno de arsénio. Os métodos usados para preparar colóides liofobicos são diferentes dos usados para colóides liofilicos. Dois métodos podem envolver tanto a dispersão de partículas na fase contínua ou a agregação de partículas para um tamanho coloidal. (a) Métodos de dispersão Os métodos de dispersão podem envolver o uso em excesso de alta geração de sónicos ou de 20, 000 ciclos por segundo ou a produção de uma arca eléctrica dentro do líquido. No método da arca eléctrica, o metal de um eléctrodo é descarregado como vapor na fase contínua. O terceiro método envolve trituração e moagem do material a ser disperso usando um moinho coloidal. O moinho coloidal consiste essencilamente em um disco de alta rotação, separado de um disco estacionário de cerca de 25 m. As partículas no colóide podem ser reduzidas a 1 m ou menos. Geralmente, um agente estabilizante tem que ser adicionado para evitar a aglomeração das partículas coloidais. (b) Método de condensação Este método envolve partículas de tamanho coloidal de uma dispersão molecular. Soluções muito concentradas ou muito diluídas são usadas com condições cuidadosamente controladas para evitar o crescimento de grandes partículas. Uma alternativa ao método de precipitação, o colóide de hidróxido férrico, pode ser formado a partir da ebulição de uma solução de cloreto férrico para produzir hidróxido de ferro (III). Moléculas do preparado fresco do hidróxido algomeramse então para formar partículas de tamanho coloidal. 3FeCl 3 2Fe(OH) 3 + 6HCl O colóide é estabilizado pelas partículas absorvendo iões Fe3+ iões da solução. 2.2.4 Associação de colóides As moléculas de sabão podem ser agrupadas para formar agregados chamados micelos. Essas moléculas têm tanto componentes polares como hidrofóbicos. Tais moléculas são conhecidas por superficies activas, surfactantes ou anfifilos. Os andifilos podem ser predominantemente hidrofílicos (gostando de água) ou hidrofóbicos (não gostando de água). 36 Formação de Micelo Os materiais de superfícies activas exibem propriedades não usuais. Em soluções diluídas, substâncias de superfície altamente activas comportam-se como solutos normais. A uma concentração bem definida as suas propriedades físicas (p.e. pressão de osmose, turbidade, condução eléctrica superfície de Cauda hidrofóbica tensão) mudam abruptamente. A mudança abrupta nas propriedades físicas é explicada pela via de formação de agregados conhecidos por micelos. Micelos são moléculas agrupadas Terminal hidrofílica de tamanho de colóide, nas quais a cauda hidrofóbica congrega no interior um Figura 2.1 Diagrama ilustrando a componente hidrofílico que reside do lado de estrutura dos micelos fora virado para a água, como ilustra o diagrama. A concentração, na qual a formação de micelo se torna apreciável, é conhecida por concentração de micelo critical (cmc). Os micelos que se formam são do tamanho de partículas coloidais e por isso o termo associação de colóides. Micelo 2.3 Que factores promovem a formação de micelos? A atracção intermolecular entre cadeias de hidrocarbonetos no interior representa energeticamente a posição mais favorável. Os micelos permitem uma ligação água-água forte (pontes de hidrogénio) que de outro modo não aconteceria se a solução fosse como uma única molécula. Alguns factores contra a formação de estruturas de micelo 2.4 Aumento da parte hidrofóbica das moléculas surfactantes no meio aquoso, cmc de surfactantes iónicos é dividido aproximadamente pelo meio pela adição de cada grupo ‘CH2’. Para não iónicos a diminuição é em 10 por cada ‘CH 2 ’. Baixamento da temperatura. A micelização é endotérmica e a sua entropia (ΔH = ΔG + TΔS). Adição de sais simples. A respulsão entre os grupos carregados é reduzida. Estabilidade de colóides A estabilidade dos colóides é importante em muitas indústrias, tais como alimentícias e de bebidas, farmacêuticas, tintas e pigmentos. A questão de estabilidade quando aplicada ao colóide é se o sistema poderá resistir a floculação ou agregação depois de um considerado período de tempo. A estabilidade irá, geralmente, depender do balanço das 37 forças de atracção e de repulsão entre as partículas, quando elas se aproximam umas das outras. A repulsão mútua das partículas leva a uma estável dispersão. Onde as partículas têm pouca ou nenhuma repulsão o sistema coloidal eventualmente quebrar-se-á, isto é, floculação, agregação e coagulação das partículas terá lugar. O mecanismo envolvido na quebra de uma dispersão coloidal envolve inicialmente partículas aderindo-se entre elas, formando agregados (flocos) que crescem com sucessivas adições. Uma contínua agregação de partículas leva a coagulação. A separação do meio ocorre de dois modos, dependendo das diferenças de densidade entre dispersas e meio de dispersão. Quando os agregados são densos, o meio de dispersão do sistema separa-se por sedimentação, enquanto a formação de creme ocorre quando o meio de dispersão é menos denso. Frequentemente, os termos floculação e coagulação são usados da mesma forma. No entanto, há algumas diferenças entre os dois termos; coagulação não é reversível, enquanto floculação (defloculação) é. A estabilidade de um sistema coloidal é, essencialmente, relacionado com o tamanho da partícula de colóide que não muda durante o tempo. A quebra de um sistema coloidal envolve, essencialmente, processos que levam a formação de partículas maiores. O diagrama abaixo ajuda a ilustrar o conceito básico. Fase de separação Sistema coloidal estável Floculação Figura 2.2 2.5 Coagulação Sedimentação Ilustração do processo que leva a quebra do sistema coloidal. Propriedades de colóides Os colóides exibem diferentes propriedades que são primariamente ligadas a grande área de superficie das partículas dispersas. Essas propriedades podem ser de forma geral classificadas em cinéticas e eléctricas. A primeira inclui o movimento Browniano, difusão, osmose e viscosidade. (a) Movimento Browniano Partículas coloidais exibem um movimento errático ao acaso. O movimento tem sido ligado ao bombardeamento de partículas por moléculas do meio de dispersão. O movimento é afectado pelo tamanho e também pela viscosidade do meio. Partículas menores têm um elevado 38 movimento ao acaso, enquanto alta viscosidade reduz o movimento Browniano. (b) Difusão Difusão é o movimento espontâneo de partículas de uma região de alta concentração para outra de menor concentração. O processo é consequência do movimento Browniano e procede até a um ponto onde a concentração do sistema se torna uniforme. O processo de difusão pode ser explicado usando a primeira lei de Fick: dC DS dc dt dx (2.1) onde dC é a quantidade da substância difundindo no tempo dt sobre a área plana da área de superfície S, dc é a mudança de concentração com a distância andada dx. O quoficiente de difusão, D, representa a quantidade de substância difundida por unidade de tempo sobre a área. Pressão Pressão osmótica osmótica alta baixa (c) Pressão osmótica - osmose é o movimento de moléculas do solvente (água) através de membrana semipermeável (permeável apenas para moléculas do solvente) de uma área de baixa concentração do soluto para a de maior concentração de soluto. A pressão exercida pelo movimento da água através da membrana semipermeável, separando as duas soluções de diferentes concentrações de soluto, é conhecida por pressão osmótica. Uma equação útil que relaciona a concentração e a pressão osmótica é a equação de Van’t Hoff = cRT (2.3) A equação é particularmente útil na determinação do peso molecular do colóide através da equação = m/M RT (2.4) Onde m é a massa em gramas do soluto por litro da solução e M é o peso molecular. A equação pode ser rearranjada para dar Figura 2.3 Diagrama ilustrando o processo osmótico 39 /m = RT/M (2.5) A quantidade /m é sempre uma função linear da forma RT 1 Bm onde B é m m constante dependente do sistema particular solvente-soluto e aplicável a sistemas com baixa concentração de solutos. (d) Viscosidade O grau de resistência do movimento de um sistema de fluido é conhecido por viscosidade. Estudos de viscometria podem providenciar informação relacionada com o formato e a massa das partículas na solução. Para dispersões coloidais diluídas a viscosidade é dada por: = 0 (1 + 2.5 ) (2.6) onde 0 é a viscosidade do meio de dispersão é a viscosidade intrínseca do meio de dispersão com uma fracção de volume das partículas coloidais . A fracção de volume é o volume das partículas coloidais dividido pelo volume total de dispersão. É equivalente ao termo concentração. A viscosidade é comummente medida usando o capilar viscométrico. A relativa viscosidade que é o ratio / 0 é dada pela expressão: ηrel η 1 2.5φ η0 (2.7) Enquanto a equação para a viscosidade especifica é: η sp η η η0 1 2.5 η0 η0 (2.8) Segue a partir da equação acima que o ratio da viscosidade específica para é uma constante, isto é: η sp φ 2.5 (2.9) Como a fracção de volume está relacionada com a concentração ηsp c k (2.10) 40 onde c é a concentração e k é a constante. A equação é comummente expressa: ηsp k1 k2c k3c 2 c (2.11) O valor de ηsp pode ser determinado extrapolando para uma diluição infinita a c parcela ηsp contra c. c Massas molares aproximadas são facilmente determinadas usando a equação de Mark-Houwink (2.12) η KM a A constante K é característica de um sistema particular polímero-solvente. (e) Partículas eléctricas As partículas coloidais são afectadas pelas cargas na superfície das partículas. As cargas são absorvidas quando as partículas são dispersas num meio líquido, uma camada eléctrica dupla forma-se a volta das partículas conforme ilustra a Figura 2.4 abaixo. Tais sistemas podem ser obtidos adicionando sal, por exemplo, iodeto de potássio, a uma solução diluída. A estabilidade de um sistema coloidal é afectada pela presença e magnitude da carga na partícula. A presença da carga na partícula cria uma protecção que evita a coalescência da partícula via repulsão mútua. Colóides liofóbicos são termodinâmicamente instáveis. A presença de carga eléctrica transmite estabilidade devido às repulsões que evitam a coagulação. Porção móvel ou difusa Partícula de + + + − + + + + − + + + − + ++ + + − + + + + + + + + + + Bulk solution + + + + + + + + + + + Porção fixa da camada dupla Figura 2.4 Ilustração da formação da camada dupla na vizinhança da partícula coloidal. O diagrama mostra a posição da partícula, a porção de difusão e o volume da solução. 41 Actividade de aprendizagem número 3 Título da actividade de aprendizagem: Equilíbrio de fase Ao concluir esta unidade, o estudante deverá ser capaz de: Explicar conceitos de vaporização, ebulição, pressão de vapor e, como esses fenómenos são afectados pelas variáveis temperatura e pressão e interpretar diagrama de fases; Calcular todas as quantidades relevantes no diagrama de equilíbrio de fase binário: número de fases, composição das fases, quantidade das fases; Interpretar a regra de fase de Gibb's; Descrever o papel da energia de Gibbs na determinação de espécies puras na fase de equilíbrio. Sumário da actividade de aprendizagem Nesta unidade, é introduzido o conceito de equilíbrio de fases. A fase é descrita como uma amostra da matéria com composição definida e propriedades que são características dessa fase e diferente de outras. Os estados da matéria: sólido, líquido e gasoso existem em diferentes fases. O estudante aprenderá a transformação da matéria como função da temperatura e pressão através do diagrama de fases. O diagrama de fases basicamente esquematiza a transformação da substância de uma fase para a outra. A regra de fase de Gibbs é introduzida e usada para identificar o número de variáveis que podem ser trocadas independentemente, mantendo-se a mesma fase. Ao fim desta unidade, o estudante será capaz de explicar, desenhar e interpretar diagrama de fases identificando pontos significantes. Lista das leituras requeridas DIAGRAMA DE FASES EQUILÍBRIO DE FASE E FORÇAS INTERMOLECULARES Lista de links relevantes o o Química geral http://www.vias.org/genchem/wrapnt_phase_equilibrium_and_intermolécular_int eractions74.html Mudança de fases http://www.chm.davidson.edu/ChemistryApplets/index.html 42 Lista de recursos de MULTIMEDIA relevantes Computador com acesso à internet para permitir acesso aos materiais livres e aprendizagem interactiva através de email, vídeo conferência e uso de CDROMs; QuickTime Movie Player Software; Shockwave Player Software; Macromedia Flash Player Software. Descrição detalhada da actividade O estudante irá, nesta actividade, estudar o conceito de fases e suas transformações. A Unidade começa com a explicação sobre o que é uma fase, que ela tem uma composição definida e as suas propriedades são distintas de outras fases. O estudante irá verificar a transição que tem lugar entre fases condensada e gasosa usando diagramas. A regra de fase de Gibbs é introduzida e usada para determinar o número de variáveis que se podem mudar independentemente, mantendo a mesma fase. O estudante será também capaz de desenhar e interpretar diagrama de fases. Avaliação formativa Assim que for avançando através desta actividade de aprendizagem irá encontrar problemas para testar a sua compreensão conceitual da matéria; Perguntas rápidas serão providenciadas para testar a sua compreensão; Experiências práticas serão dadas para avaliar a sua compreensão na relação teoriaprática; Experiências/exercícios simulados serão dados para testar a sua compreensão de determinados conceitos. Actividades de aprendizagem 3.1 O que é uma fase? O termo fase é frequentemente usado como sinónimo de estados da matéria, o último sendo gasoso, líquido ou sólido. A fase é uma amostra da matéria com composição definida e propriedades uniformes que a distinguem de outras fases, com as quais está em contacto. Podemos então falar de estados da matéria em diferentes fases, isto é, fases de substância gasosa, líquida e sólida. A mudança de fase ocorre quando a substância é convertida de uma fase para outra a uma temperatura característica e a uma dada pressão. 43 Por definição, temperatura de transição é a temperatura na qual os potenciais químicos na fase são iguais. Por exemplo, na transição de gelo para água, os potenciais químicos (sólido) = (líquido). Diagrama de fases Soli d Pressure Liquid gás Triple point Os diagramas de fases representam regiões de temperatura e pressão, nas quais diferentes fases são termodinâmicamente estáveis. As fases presentes no sistema a diferentes T e P, podem ser convenientemente representadas usando a parcela temperatura-pressão. A fronteira entre regiões mostra posições em que a temperatura (T) e a pressão (P) das duas fases coexistem em equilíbrio. Considere, por exemplo, um sistema hipotético ilustrado na Figura 3.1. Temperature Figura 3.1 Diagrama de fases mostrando mudanças de fase numa substância hipotética. Três regiões podem ser identificadas onde sólido, líquido e gasoso são estáveis. O diagrama mostra que a fase sólida é estável a baixa temperatura e alta pressão, enquanto a fase gasosa é estável a alta temperatura e pressão baixa. As regiões são separadas pela fronteira referida como fase de fronteira. Por exemplo, a pressão de vapor em equilíbrio com a sua fase condensada é conhecida como pressão de vapor da substância a uma temperatura específica. A pressão de vapor da substância, como indicado no diagrama, aumenta com o aumento de temperatura uma vez que a tendência de escape das moléculas sobe. Triplo ponto O triplo ponto de um sistema é a temperatura e pressão, no qual todas as fases coexistem – sólida, líquida e gasosa. Representa o ponto onde a fase de vapor, líquida e gasosa estão em equilíbrio. É característico de uma substância e como tal ocorre a uma temperatura e pressão definidas. O triplo ponto indica a pressão e temperatura mais baixas, no qual a substância líquida pode existir. 44 3.2 Construindo o diagrama de fases O diagrama de fases permite-nos analisar as mudanças que as misturas sofrem, quando sujeitas a calor ou arrefecimento. O diagrama permite-nos determinar se duas ou mais substâncias são mutuamente miscíveis sob certas condições dadas. A importância do diagrama de fases é verificada em várias áreas desde as de semicondutores a refinação de petróleo. É, por isso, importante desenvolver habilidades de desenhar diagramas. As regras de fase de Gibbs são usadas neste contexto. 3.3 Regras de fase de Gibbs A regra de fase é essencialmente usada para determinar o grau de liberdade ou o número de variáveis que podem mudar independentemente, mantendo-se a fase a mesma. Josiah Willard Gibbs (1876) deduziu da termodinâmica as relações entre os números possíveis de graus de liberdade num sistema fechado em equilíbrio, em termos de número de fases separadas e o número de componentes químicos no sistema. Para um sistema em equilíbrio a relação P + F = C + 2 verifica-se. O número de fases é representado por P. Fase é a parte físicamente separável do sistema com distintas propriedades físicas e químicas. Cada fase consiste em 1 ou mais componentes (C) quimicamente independente do componente do sistema. Sendo o constituinte A uma espécie química (ião ou molécula) que está presente no sistema. A regra geral da fase é usualmente representada na forma F = C – P + 2. O exemplo abaixo ajuda a compreender o conceito. Considere três pontos A, B e C indicados no diagrama para uma substância pura. Ponto A A Sólido Pressão Líquid B C Temperatura Figura 3.2 Diagrama de fase ilustrando pontos significativos envolvidos na transformação de fase. O primeiro ponto, A, encontra-se na região da fase líquida. A temperatura e pressão podem ser variadas independetemente, mantendo-se, contudo, a fase líquida, isto é, tanto a temperatura como a pressão podem mudar em pequena escala sem afectar o número de fases. O número de componentes C = 1 e uma vez que existe apenas uma fase P = 1 o número de grau de liberdade F = 1− 1 + 2 = 2. 45 Ponto B Uma vez que este ponto se situa na zona fronteiriça, F = 1− 2 + 2 = 1. Existe apenas um grau de liberdade indicando que apenas uma variável pode ser mudada independentemente em qualquer tempo. Uma variável é forçada a mudar para permanecer dentro da fase fronteiriça. O exemplo típico seria nas cercanias da fronteira do ponto de fusão e de ebulição. Ponto C O ponto C representa o ponto triplo, todas as três fases existem neste ponto i.e. P = 3. O número de grau de liberdade F = 1 − 3 + 2 = 0. Nenhuma variável pode ser mudada neste ponto sem causar mudança de número de fases. Qualquer mudança de temperatura ou de pressão irá resultar na mudança de número de fases. 1.3 Diagrama de fases para um sistema de dois componentes Diagramas de fases constituidos por mais de dois componentes são frequentemente encontrados em química. Sob essas circunstâncias, a concentração torna-se um factor importante a considerar. O exemplo mais simples de tal sistema é o de dois componentes (sistema binário) para líquidos que se podem dividir em dois. Considere um sistema de dois componentes A e B, respectivamente. Podemos desenhar um diagrama de temperatura e pressão sobre a composição. Se a pressão é mantida constante, apenas as outras duas variáveis manter-se-ão, temperatura e composição. A curva de temperatura e pressão para o sistema binário benzeno-naftaleno é ilustrado na Figura 3.3. O componente ilustrado do lado esquerdo é por concentração A (neste caso naftaleno), enquanto o componente à esquerda é designado por B (neste caso benzeno). O diagrama mostra duas intersecções, à esquerda a curva intersecta com a ordinada axis no ponto de A puro, enquanto à direita a intersecção ocorre no ponto de B puro. O ponto mais baixo da curva é conhecido por eutectic – o ponto de solidificação mais baixo para qualquer mistura de um específico constituínte. Numerosos sistemas binários em que os líquidos 46 são completamente miscíveis e os sólidos insolúveis têm diagrama de fases semelhantes ao ilustrado na Figura 3.3. 47 Actividade de aprendizagem número 4 Título da actividade de aprendizagem: Electroquímica Sumário da actividade de aprendizagem Ao concluir esta Unidade, o estudante deverá ser capaz de: Explicar e descrever célula electroquímica; Escrever diagramas de células para células voltáicas em diagrama e em notação curta; Usar o conceito de potencial de redução para explicar reacções que podem ocorrer no ânodo e no cátodo; Explicar e usar os potenciais de redução para predizer a espontaneidade das reacções químicas; Relacionar fem e energia livre de Gibbs e fazer cálculos relacionados. Esta Unidade em electroquímica lida com o estudo de troca de cargas entre a matéria. Isto é importante em muitos processos industriais e vitais. Muitas dessas reacções são estudadas na superfície dos reagentes e, essencialmente, envolvem transferência de ganho de electrões por várias espécies, isto é, reacções redox que o estudante já viu antes. Começamos por focalizar os processos que ocorrem ao nível atómico, quando o metal entra em contacto com um líquido, como por exemplo água. Observa-se que existe um movimento de iões do metal para a solução criando uma camada dupla. No entanto, tal diferença de potencial não é facilmente mensurável directamente. Para superar esta dificuldade, potencial padrão de hidrogénio é introduzido e os potenciais de eléctrodos são medidos usando o padrão (potencial padrão de hidrogénio). O potencial de eléctrodo dá uma ideia da tendência relativa das espécies químicas de ganhar electrões e serem reduzidos. Duas células podem ser acopladas para criarem uma célula electroquímica, que é conhecida por célula galvânica (ou voltáica). A célula galvânica produz electricidade devido às reacções espontâneas que ocorrem nas semicélulas. A ligação é feita entre a energia livre de Gibbs, o potencial da célula, e o equilíbrio constante. Isto não só permite predizer se as reacções das células acopladas serão espontâneas, como também permite determinar a constante de equilíbrio. Lista das leituras requeridas ELECTROCHEMISTRY (Stephen K. Lower) ELECTROCHEMISTRY (James C. Baird) Lista de links úteis ELECTROQUÍMICA 48 http://www.chem.queensu.ca/people/faculty/mombourquette/firstyrchem/electro/index.ht m STEVE MARSDEN'S CHEMISTRY RESOURCES ELECTROCHEMISTRY http://www.chemtopics.com/unit13/unit13f.htm#lecture Chemistry Experiment Simulations and Conceptual Computer Animations http://www.chem.iastate.edu/group/Greenbowe/sections/projectfolder/simDownload/inde x4.html Lista de MULTIMEDIA relevantes Computador com acesso à internet para permitir o acesso aos materiais de aprendizagem livre e aprendizagem interactiva através de email, vídeo conferência e uso de CD-ROMs; QuickTime Movie Player Software; Shockwave Player Software; Macromedia Flash Player Software. Descrição detalhada da actividade O estudante estudará os fenómenos de transferência de cargas nas interfaces e a formação do potencial de diferença. Este conhecimento será usado para explorar o conceito de potencial padrão de eléctrodo, que é medido em comparação com o eléctrodo de hidrogénio. A tendência relativa de ganhar electrões para as espécies químicas providencia a base para predizer a espontainedade de células electroquímicas acopladas. A ligação entre o trabalho máximo feito na célula voltáica e o G é feito. Isto também permite a associação do potencial da célula a constante de equilíbrio, isto é, a equação de Nerst. Avaliação formativa Assim que for avançando através desta actividade de aprendizagem irá encontrar problemas para testar a sua compreensão conceitual da matéria; Perguntas rápidas serão providenciadas para testar a sua compreensão; Experiências práticas serão dadas para avaliar a sua compreensão na relação teoriaprática; Experiências/exercícios simulados serão dados para testar a sua compreensão de determinados conceitos. Actividades de aprendizagem Electroquímica é o estudo do movimento e separação de cargas na matéria. A electroquímica está por detrás das baterias que dão energia a muitos dos nossos electrodomésticos, semicondutores e aplicações fotovoltáicas, sensores médicos e dá uma 49 melhor compreensão de muitos processos bioquímicos. A ciência unifica a electricidade e a química. Nesta actividade de aprendizagem analisa-se como a electricidade pode ser gerada a partir das reacções químicas, como a electricidade pode causar reacções químicas e como a electricidade envolve movimento de cargas (electrões). O estudo da electroquímica permite conhecer as reacções de oxidação-redução. A conversão de química em electricidade ocorre usualmente na interface com eléctrodos, geralmente, um metal em contacto com solução de sal ou outro composto apropriado solúvel em água. Por isso, começamos o nosso estudo de electroquímica analisando o que acontece na interface entre metal e solução. Células electroquímicas 4.1 O que acontece quando um metal como o zinco é imerso numa solução contendo iões de zinco? Considere um pedaço de zinco metálico que é imerso em água. Os átomos de zinco na superfície do metal são atraídos para a solução deixando os seus electrões. O aumento de número de electrões deixados leva a uma acumulação de cargas negativas. Zn(s) Zn2+ (aq) + 2e− ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ Figura 4.1 Ilustração da formação da camada dupla na vizinhança do eléctrodo metálico A acumulação de cargas positivas ocorre próximo do metal devido à presença de iões de Zn2+. A medida que o processo decorre, torna-se cada vez mais difícil para os iões de zinco se deslocarem devido à acumulação de cargas negativas. O processo pára com o alcance de uma espécie de equilíbrio. Uma camada eléctrica dupla é estabelecida, na qual a camada interior dos iões adsorvidos é uma camada exterior que compensa a carga local. O estudo da electroquímica envolve, geralmente, o estudo de processos que ocorrem no metal e a solução condutora (electrólito), isto é, a camada dupla. Embora exista um potencial de diferença estabelecido entre o eléctrodo e a solução, a sua medição não é fácil. Medir o potencial de diferença iria requerer trazer um segundo eléctrodo de metal, montando efectivamente um novo equilíbrio (outro eléctrodo). É por esta razão que o potencial de um eléctrodo simples não é medido directamente. A forma de superar esta dificuldade é medir a diferença de potencial entre duas camadas duplas. Assim, por acordo escolheu-se um eléctrodo em relação ao qual todos os outros eléctrodos são medidos. O sistema que foi escolhido para referência é o eléctrodo padrão de hidrogénio. 50 CLICK SIMULATION!: SIMULAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA ZINCO COBRE http://www.chem.iastate.edu/group/Greenbowe/sections/projectfolder/simDownlo ad/index4.html 4.2 O eléctrodo padrão de hidrogénio No eléctrodo padrão de hidrogénio, hidrogénio gás é submetido ao metal platina imerso numa solução aquosa contendo iões hidrónios. Platina é escolhida idealmente, porque é inerte. O propósito é estabelecer um contacto eléctrico com a solução. A solução tem uma concentração de 1M de iões hidrónio, a pressão do gás de hidrogénio é mantida a 1 bar e a temperatura fixada em 25 C. A medida que o hidrogénio se desloca através dos poros um equilíbrio de platina acontece entre moléculas de hidrogénio e os iões de hidrogénio na solução. H 2 (g) 1 bar T = 298 K Pt 2 H+(aq) + 2e− H 2 (g) + H (1 M) Figure 4.2 A semicélula do eléctrodo padrão de hidrogénio. 4.3 O potencial da célula é tido como padrão e as medidas são feitas em relação a este equilíbrio (eléctrodo). Um potencial de eléctrodo de zero volts (E) é atribuido a este. Tendo estabelecido o nosso padrão, conectamos outro eléctrodo e medimos a voltagem entre as duas células. Potenciais padrão de redução Potencial padrão de redução é a tendência de espécies químicas de ganharem electrões, tornando-se por isso reduzidos. Cada espécie tende a ter uma tendência intrínseca de captar electrões. Quanto mais electropositivo o potencial de redução for, maior será a tendência de captar electrões. Todos os potenciais de redução são definidos em relação ao EPH. O sistema no qual dois eléctrodos estão em contacto com uma solução condutora é conhecido por célula electroquímica. Considere o exemplo do eléctrodo de zinco que é acoplado pelo eléctrodo padrão de hidrogénio. 51 V Voltímetro H 2 (g) Zinco 1 bar Fio de platina Pt Ponte salina Ácido clorídrico diluído [H+] = 1 mol dm−3 Figura 4.3 Solução de sulfato de zinco [Zn2+ ] = 1 mol dm−3 Diagrama esquemático da célula electroquímica de zinco e eléctrodo padrão de hidrogénio. SIMULATION CLICK!: ELÉCTRODO PADRÃO DE HIDROGÉNIO Exemplo 1 Arrange as seguintes partículas pela ordem decrescente da capacidade de oxidação: Fe3+, F 2 , Pb2+ and Sn4+. Soluções As espécies com maior tendência de captar electrões, quando são reduzidas serão as que terão o potencial padrão de redução mais positivo. O potencial padrão pode ser obtido na tabela de potenciais padrão de eléctrodo como se mostra abaixo. Fe3+ (aq) + e− Fe2+ (aq) F 2 (g) + 2e− 2F− (g) E = + 0.77 V E = +2.87 V 52 Pb2+ (s) + 2e− Pb(s) Sn4+ (aq) + 2e─ Sn2+ (aq) E = ─ 0.13 V E = + 0.15 V As espécies arranjadas, de seguida, de acordo com a capacidade decrescente de oxidação: F 2 > Fe3+ > Sn4+ > Pb2+ Problema prático 1 Dadas as seguintes reacções, assumindo as condições padrão, terão as maiores capacidades de reduzir. Mg2+ (aq) + 2e− Mg (s) E = ─ 2.35 V Al3+ (aq) + 3e− Al (s) E = ─ 1.68 V Cu2+ (aq) + 2e− Cu (s) E = ─ 0.34V (a) Al3+ (b) Mg2+ 4.4 (c) Mg (d) Cu2+ Medindo o potencial de eléctrodo padrão de um metal Cada um dos vasos no diagrama (Figura 4.3) é descrito como semicélulas e o conjunto todo é uma célula electroquímica. O circuito externo é criado por um fio condutor ligando as duas semicélulas. A ponte salina é incluída para completar o circuito. Esta é constituída por solução de nitrato de potássio e evita a introdução de outro metal no sistema. Os equilíbrios nos dois eléctrodos são: Zn2+ (aq) + 2e− 2H+(aq) + 2e− Zn(s) H 2 (g) As reacções ocorrendo em cada eléctrodo são conhecidas por semi-reacções. O metal tem maior tendência de perder electrões e formar outros iões para além do hidrogénio. Consequentemente, haverá uma maior acumulação de electrões no metal zinco. A diferença de carga entre os dois eléctrodos - potencial de diferença - pode ser medida usando um voltímetro como mostra o diagrama (Figura 4.3). A diferença da força electromotriz entre as duas semicélulas (E) é dada por E cell E Zn2 / Zn E H / H 2 E cell E Zn2 / Zn Uma vez que E H / H = 0 V. 2 53 O potencial de redução padrão de muitas espécies químicas forma determinadas e podem ser encontradas em tabelas de dados. Comparando os potenciais de redução de espécies químicas, podemos predizer que tipo de reacções é provável que ocorra dentro de uma célula electroquímica (ou um sistema particular). Tabelas com potenciais de redução podem ser encontradas em muitas fontes. 4.4.1 Eléctrodo de zinco acoplato com eléctrodo de cobre? O potencial padrão de hidrogénio pode ser substituído por eléctrodos de cobre e a diferença de potencial medida entre os dois. Tal arranjo é chamado célula galvânica e permite a investigação de reacções que ocorrem nos dois eléctrodos. Células galvânicas (ou voltáicas) produzem electricidade que resulta das reacções químicas espontâneas nos eléctrodos. Os átomos de zinco perdem electrões e entram na solução deixando para trás electrões. Uma vez que existe um circuito externo, os electrões que ficam vão, através do fio externo por via do dispositivo de medição, para o eléctrodo de cobre onde são descarregados. As semi-reacções que ocorrem nos dois eléctrodos são: Zn (s) Zn2+(aq) + 2e− oxidação Cu2+(aq) + 2e− Cu (s) Redução A reacção total na célula electroquímica da Figura 4.4 é: Zn (s) + Cu2+ (aq) Zn2+(aq) + Cu (s) Movimento de electrões Zn 1 M Zn(NO 3 ) 2 V Cu 1 M Cu(NO 3 ) 2 Figura 4.4 Representação esquemática de uma célula electroquímica de eléctrodos de cobre e zinco. 54 Reacções electroquímicas envolvem a perda de electrões (oxidação) e ganho de electrões (redução). O eléctrodo onde ocorre a oxidação é posto do lado esquerdo, enquanto o eléctrodo onde ocorre redução é colocado do lado direito. SIMULATION CLICK!: CÉLULA ELECTROQUÍMICA DE ZINCO E COBRE 4.4.2 Notação curta da célula Uma forma simplificada de representar a célula é frequentemente usada em vez do diagrama completo que pode ser longo e tedioso. O diagrama da célula representada na Figura 4.4 pode ser escrito como: Oxidação Redução Zn(s)|Zn2+(aq)||Cu2+(aq)|Cu(s) A linha vertical mostra a fase fronteiriça A linha dupla representa a ponte salina O eléctrodo, no qual oxidação ocorre, é por convenção o ânodo, enquanto redução ocorre no cátodo. O potencial celular para a célula acima representada pode ser calculado tirando a diferença em potencial entre duas semicélulas (ou semi-reacções). E˚ Célula = E˚ Redução − E˚ Oxidação E˚ Célula = E˚ Cátodo − E˚ Ânodo Exemplo 2 Calcule o potencial da célula para a célula electroquímica na figura 4.4. 55 O potencial de redução para as duas semicélulas são os abaixo apresentados. Zn2+ (aq) + 2e− → Zn (s) E˚ = −0.76 V Cu2+ (aq) + 2e− → Cu (s) E˚ = + 0.34 V O E˚ para a célula é dado pelo, E˚ Célula = E˚ Redução − E˚ Oxidação podemos substituir as potenciais reduções relevantes para obter o valor do potencial da célula . E˚ Célula = 0.34− (−0.76) = 1. 100 V Exercício Prático 2 Suponha que uma semicélula do zinco fosse substituída por cadmio. A voltagem para a nova célula electroquímica pode ser mensurada e encontrada como ilustrado abaixo. Cd(s)|Cd2+(1 M)||Cu2+ (1 M)|Cu (s) Qual é o potencial redutor padrão para o eléctrodo Cd2+|Cd? (a) +0.34 (b) −0.40 (c) 1.08 (d) + 0.40 Os nossos cálculos do exemplo passado deram um valor positivo para o potencial da célula baseado em como as equações de reacção estão escritas. A reacção é espontânea como escritas, se o cálculo do potencial da célula for positivo. Se o valor calculado for negativo, a reacção não é espontânea (mas espontânea na direcção oposta). Baterias que usam vegetais como batata, limão ou cebola podem ser arranjadas para demonstrar propriedades voláteis. Baterias feitas de eléctrodos, formatos e área diferentes poderão mostrar diferentes níveis de resistência. Electricidade vinda de vegetais? 56 4.5 Energia livre e potencial da célula Numa célula voltáica o trabalho ocorre quando uma reacção da célula acontece. O trabalho total feito está relacionado com a força electromotiva (emf) da célula E˚Célula, o número de moles de electrões transferidos entre os eléctrodos (n) e as cargas eléctricas por mole de electrões que é a constante de Faraday (F= 96485 C/mol e-). O trabalho total pode assim ser calculado da seguinte fórmula: W eléctrico =n x F x E˚ Célula O número máximo de trabalho disponível para uma reacção relacionada a –ΔG. Podemos então combinar as duas equações para obter a ligação entre o potencial da célula e a energia livre como: ΔG= -n x F x E˚ Célula 4.6 E Célula como função de concentração – A equação de Nernst A relação entre o potencial da célula e concentração é facilmente estabelecida através da energia livre de Gibbs. Já vimos previamente que ΔG= ΔG˚ + RT InQ (4.3) Para ΔG e ΔG˚ podemos fazer as substituições correspondentes de –nFE célula e -nFE˚ célula para obter -nFE célula = -nFE˚ célula + RT InQ (4.4) Que pode ser reescrito como E célula = E˚ célula – RT/nF x InQ A equação de Nerst E célula = E˚ célula – 0.0592/n x log Q (4.5) (4.6) Exemplo 3 Se Fe2+ oxida espontaneamente por oxigénio do ar em solução acídica? Calcule ΔG e K. Solução Duas reacções envolvidas com o seu correspondente potencial são 57 Oxidação: 2Fe (s) → 2 Fe2+ (aq) + 4e- E˚ = -0.77 V Redução: O2(g) + 4H+ + 4e- → H2O (1) E˚ = = 1.23 V Potência total da célula 4Fe2+ + O2 + 4H+ + 4Fe3+ → 2H2O 0.46 V E˚célula = Note que a potência total da célula é positiva significando que o processo é espontâneo. A energia livre é calculada da equação ΔG= -nF E˚Célula . Fazendo a substituição E˚Célula = 0.46 V e n = 4 obtemos ΔG˚ = -4 mol x 96485 C/mol x 0.46 V = - 1.8 x 105 J = - 180 Kj O equilíbrio constante é calculado da relação ΔG˚ = -nRT lnK Ln K = - ΔG = RT -(-180 Kj mol-1) 8.314J mol-1K-1 x 298K K = e72.7 = 3.7 x 1031 58 Nota Corrosão é um processo químico importante, geralmente associado aos metais. Alguns metais como alumínio formam produtos de corrosão que aderem ao metal e protegem o metal de reacções de corrosão consequentes. Por outro lado, o óxido de ferro (ferrugem) cai constantemente expondo novos objectos à corrosão. O metal corroe-se continuamente. A corrosão ou processo de ferrugem é uma reacção redox típica. Exercício prático 3 Quando substâncias iónicas são colocadas na água, estabelece-se o equilíbrio entre os seus iões na solução e o excesso na fase sólida. Este equilíbrio é mensurado pela solubilidade constante Ks. Determine a solubilidade constante para cloreto de prata em 25º C, dada a seguinte informação: AgCl = Ag+ + ClSemi-reacções Ag+ +e- → (Ag) (s) AgCl + e- → Ag(s) + Cl- E˚= +0.80 V E˚= 0.22 V Solução 6.3 x 10-9 (b) 1.69 x 10-10 9 (c) ) 0.00 (d) 2.46 x-20 59 Processo de produção de cobre Electrólise O processo oposto acontece numa célula electrolítica ao invés de uma célula voltáica. A célula electrolítica, outro tipo de célula electroquímica, usa electricidade para causar reacções não espontâneas. Electrólise é um processo muito importante que permite a produção de uma vasta gama de produtos industriais. Princípio de refinação de cobre para alta qualidade A extracção de metais, notavelmente alumínio, magnésio e sódio. A preparação de halogéneos, como por exemplo, cloro. Refinamento de metais, como cobre e zinco. Electroplating. Cobre é extraído em muitos países africanos, um dos mais notáveis é a Zâmbia. 60 Actividade de aprendizagem número 5 Título da actividade de aprendizagem: Química Nuclear Sumário da actividade de aprendizagem Ao terminar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de: Explicar e descrever a natureza de radioactividade; Identificar os diferentes tipos de emissões de radioactividade e as propriedades da radiação emitida; Executar cálculos usando a lei de desgaste radioactivo; Explicar a relação entre massa e energia e resolver problemas relacionados com equivalência massa-energia. A Química Nuclear estuda os processos que ocorrem a nível sub-atómico. Todos os elementos têm origem nas estrelas incluindo o sol, onde elementos mais pesados são formados através dos menos pesados, através de reacções de fusões. Análises dos elementos encontrados na tabela periódica mostram que elementos com um número atómico maior que 83 não são estáveis e sofrem desgaste radioactivo. Não obstante a este facto, alguns elementos menos pesados também presenciam o fenómeno de desgaste. O estudante aprenderá as diferentes formas de desgaste radioactivo e quais os factores que influenciam no grau de probabilidade de um elemento ser radioactivo ou não. Os elementos desgastam emitindo radiação alfa, beta ou gama. Cada tipo de radiação emitida tem propriedades características, algumas das quais podem ser usadas especificamente em medicina nuclear, técnicas analíticas, ou geração de energia. Outro uso do fenómeno de desgaste radioactivo é datamento de rádio-carbono que permite estimar antiguidade de artefactos históricos. Lista de leitura necessária Uma introdução a radioactividade; Química nuclear. Lista de links importantes Química Nuclear: Uma Introdução http://www.visionlearning.com/library/module_viewer.php?mid=59 Química Nuclear e a Origem dos Elementos http://www2.wwnorton.com/college/chemistry/gilbert/tutorials/ch2.htm 61 Radiação e Radioactividade http://www.physics.isu.edu/radinf/cover.htm Química Nuclear http://www.bcpl.net/~kdrews/nuclearchem/nuclear.html Lista de MULTIMEDIA relevantes Computador com acesso à internet para permitir o acesso aos matériais de aprendizagem livres e aprendizagem interactiva através de email, vídeo conferência e uso de CD-ROMs; QuickTime Movie Player Software; Shockwave Player Software; Macromedia Flash Player Software. Avaliação formativa Assim que for avançando através desta actividade de aprendizagem irá encontrar problemas para testar a sua compreensão conceitual da matéria; Perguntas rápidas serão providenciadas para testar a sua compreensão; Experiências práticas serão dadas para avaliar a sua compreensão na relação teoriaprática; Experiências/exercícios simulados serão dados para testar a sua compreensão de determinados conceitos. Actividades de aprendizagem Em reacções químicas convencionais, interacções envolvem electrões de valências em volta do núcleo. Em contraste, reacções nucleares preocupam-se com reacções associadas ao núcleo. Este toma conta dos processos e propriedades nucleares. Os núcleos da maioria dos elementos são estáveis e oblívio ao que esta acontecer na ‘ superfície’ do átomo. Mesmo assim, alguns isótopos são instáveis resultando de emissão de radiação com propriedades que são importantes e também perigosas. Nesta unidade, iremos analisar a origem e propriedades que advêm de reacções nucleares. 5.1 Fenómeno de radioactividade Elementos instáveis desintegram e soltam volumes energéticos de radiação electromagnética. Isótopos deste género são radioactivos e exibem um fenómeno conhecido por radioactividade. As reacções nucleares resultam em transmutação de um elemento em um isótopo diferente ou mesmo num elemento diferente. Três trocas nucleares e tipos de radiação podem ocorrer. Estes são discutidos nas secções seguintes. 62 5.2 Tipos de radiação A radiação pode ser classificada como particulada (consistindo em partículas) ou nãoparticulada (electromagnética). Ambas radiações particuladas e não-particuladas têm aspectos positivos e adversos. É importante entender que as propriedades de formas diferentes de radiação são capazes de usá-los judicialmente e de forma apropriada. 5.2.1 Radiação alfa (α) Radiação alfa é a emissão de volumes de núcleo de átomos de hélio simbolizados por 4 2 2 He A massa atómica de um átomo diminui por 4 massas de unidades atómicas, quando emite uma partícula alfa. É dito que um elemento ‘transmuta’ em outro elemento. Um exemplo típico mostra que a reacção nuclear é a transmutação de urânio para o elemento thorio por emissão de uma partícula alfa. 238 234 4 92 U 90Th 2 He A omissão da carga em espécies focaliza a atenção no núcleo de uma forma que não se vê em nenhuma outra área da química, que normalmente focaliza nos electrões de fora. As regras para balancear reacções nucleares diferem das regras em reacções convencionais, em que: A soma de número de massa tem que ser a mesma nos dois lados. A soma de números atómicos tem que ser a mesma nos dois lados. Características As partículas alfa produzem uma grande quantidade de iões através das suas colisões e quase colisões quando passam por objectos. Elas têm um fraco poder de penetração e são paradas por uma folha de papel. São positivas e são deflectidas por campos eléctricos e magnéticos. 5.2.2 Partículas beta O processo mais simples envolve a degradação de um neutrão livre, que é instável fora do núcleo do átomo. 1 0 n 1 1 p 0 1 v ν é uma entidade chamada neutrino Durante a emissão beta, não ocorre nenhuma troca na massa do átomo uma vez que as partículas nucleares continuam as mesmas, mas o número atómico muda. O número atómico aumenta, porque um neutrino muda para um protão. Um exemplo típico é a degradação do carbono isótopo carbono-14 no elemento nitrogénio. 14 14 0 6 C 7 N -1e 63 Características Deflectidos em direcções opostas para partículas α em campos eléctricos e magnéticos; Menores e assim deflectem melhor que partículas α; Essencialmente electrões, mas que originam do núcleo de átomos a passarem degradação nuclear. Pode acontecer um processo similar que envolve as conversões de um protão para um neutrino e um positrão. Emissão de positrão é normalmente encontrada artificialmente em núcleo radioactivo dos elementos mais leves. 30 30 01 15 P 14 Si 5.2.3 Raios gama A radiação gama é emitida durante a degradação alfa ou beta. O processo de degradação radioactiva contendo as partículas α ou β deixa os nucleões num estado excitado. Os nucleões então perdem alguma energia na forma de radiação electromagnética. Estas são penetradas e não deflectidas nem por campos magnéticos ou eléctricos. Um exemplo típico de degradação de 234 92 U 4 U 230 90Th 2 He 234 92 234 92 U = 4.18 MeV Th Th γ-raios 230 90 230 90 = 4.13 MeV 230 90 Th* 0.05 MeV 230 90 Th Figura 5.1 Ilustração da produção de radiação gama depois de um emissão alfa Problema exemplo 1 Escreva uma equação nuclear que representa a emissão alfa de 222Rn. Solução Este problema requer conhecimento do conceito de balanço de equações nucleares. Para o presente problema a equação nuclear pode ser escrita como: 222 Rn X + 42 He Produto desconhecido Uma vez que a partícula alfa contem dois protões, X deve menos dois protões que o elemento 222 86 Rn i.e. 86-2= 84. A nossa tabela periódica mostrará que o elemento com 64 número atómico (Z) 84 é polónio, 84 Po. Para estabelecer o número de massa (A), subtraímos o número de alfa da partícula i.e. 222-4= 218. Podemos agora completar a equação nuclear da seguinte forma: 222 218 4 86 Rn → 84 Po + 2 He Problema prático 1 Qual é o valor de X na equação nuclear abaixo ilustrada? 9 1 6 4 Rn 1H 3 Li x 208 82 Pb x 14 7 265 108 N 42 He Hs 01n 17 8 Ox 5.3 Isótopos radioactivos que ocorrem naturalmente Alguns isótopos de elementos naturais são radioactivos. Por exemplo, a ocorrência natural de 238 92 U é radioactivo e se desintegra através da perda de partículas α. 238 92 U Rutherford descobriu que bombardeando 14 7 Th 42 He 234 90 14 7 N com uma partícula α produz 17 8 O e protões N 42 He178 O11H A reacção não ocorre de forma espontânea, mas deve ser atingida por uma outra partícula ( 42 He ) para desintegrar – induzir uma reacção nuclear. A descoberta dos Curie que o bombardeamento de alumínio causa a emissão de duas partículas: neutrinos e positrões. Eles também observaram nas suas experiências que quando o bombardeamento parou, a emissão de partículas α parou, mas a emissão de positrão continuou. Eles concluíram que fósforo degrada por emissão de positrões 27 13 1 Al 42 He30 15 P 0 N 30 15 0 P30 14 Si 1 O primeiro elemento produzido desta maneira foi 30 15 P e muitos mais foram produzidos desde então. 65 5.4 Elementos transurânio Em 1940, o primeiro elemento sintético 238 92 239 92 U foi produzido pelo bombardeamento de U com neutrinos. O bombardeamento usando neutrinos é efectivo na produção de reacções nucleares, porque as partículas pesadas não são repelidas quando se aproximam dos nucleões. Muitos elementos também foram produzidos usando bombardeamentos de átomos pesados. Por exemplo, um elemento como nitrogénios é bombardeado com núcleo de elementos menos pesados como: 249 98 1 Cf 157 N 260 105 Ha 4 0 n 5.5 Taxa de degradação radioactiva Numa amostra de material contendo todos os elementos radioactivos é esperado que todos nucleões se desintegrem em algum momento, mas não é possível prever quando isto acontece. No entanto, podemos usar métodos estatísticos para fazer previsões para uma colecção de átomos. Através de experiências, a taxa de desintegração de substâncias radioactivas é directamente proporcional ao número de radioactividade do núcleo, N. A lei estabelecida de degradação radioactiva é a seguinte: “A taxa de desintegração de material radioactivo chamado actividade A, ou taxa de degradação – está directamente proporcional ao número de átomos presentes. Em forma matemática podemos escrever que: Taxa de degradação (A) α N A= λN Onde A é a actividade e tem unidades de átomos/unidade de tempo, N é o número de átomos, no exemplo a ser observado e, λ é a constante de degradação do tempo-1. A radioactividade é um processo da primeira ordem. Podemos entender actividade como se fosse a taxa de uma reacção química, onde N corresponde a concentração do reagente e λ corresponde a taxa constante. Para um processo seguindo a primeira ordem cinética, a seguinte equação pode ser escrita para a taxa integrada e meia-vida. In N 1 =-λt N (5.1) 66 t 1 0.693 2 (5.2) N o é o número de átomos na altura inicial (t=0) e N t o número de átomos numa posterior, t. O período de meia-vida é, definido como antes, a duração do tempo necessário para metade da substância desaparecer. Lembrando-se que para o processo da primeira ordem a meia-vida é constante. Quanto mais curta for a meia-vida, maior será o valor de λ e mais rápido será o processo de degradação. As meias-vidas para elementos radioactivos variam – de extremamente curtos para extremamente longos. Exemplo 1 Calcule o número de desintegrações por segundo que ocorrem em 100 g de radio, sabendo que a constante de degradação é 1.36 x 10-11? A taxa de degradação radioactiva é dada A= λN Onde λ é o número de desintegrações por segundo e N é o número de átomos presentes. Começamos por calcular os números de átomos presentes 100 g No. de moles 0.442 moles 226 g mol-1 Sabemos que por cada 1 mole existem 6.02 x 1023 partículas, assim sendo, o número de partículas 9N) em 100g ou 0.442 mole é N=6.02 x 1023 átomos/partícula x 0.442 moles = 2.66 x 1023 átomos Desta forma número de desintegração é: A=λN = 1.36 x-11 x 2.66 x 1023 átomos =3.62 x 1012 desintegrações por segundo-1 5.6 Radiocarbono dating O fenómeno de radioactividade fornece uma ferramenta útil para determinar a idade de restos fósseis. O princípio por detrás da determinação é baseado no seguinte. A parte superior da atmosfera 140 C está a ser continuamente bombeada com neutrinos de 14 7 N . Neutrinos sendo produzidos por raios cósmicos. Os compostos que contem carbono em organismos vivos mantêm equilíbrio com 14C na atmosfera. Os organismos substituem 14C que sofreram degradação radioactiva com átomos 14C frescos através da interacção no ambiente. O equilíbrio é destruído no momento em que o organismo já não interage com a atmosfera (como ar que respirámos). A taxa de desintegração vai diminuindo com o tempo. 67 As medidas da taxa de desintegração em estágios mais avançados permitem-nos estimar a idade de artefactos. Exemplo 2 Dois estudantes a explorar um local arqueológico encontram algo que aparenta ser restos fosséis. A espécie tinha um ratio de 14C/12C 0.795 vezes, o que é encontrado em plantas. Qual seria a idade estimada do resto fóssil? A meia-vida para Carbono-14 é 5720 anos. Solução Degradação radioactiva é um processo de primeira ordem como indicado na equação: N λt N0 Para estar apto para resolver esta equação precisamos de encontrar λ. Isto pode ser calculado da equação: 0.693 t1 ln 2 Visto que t 1 5720 anos 2 λ podemos calcular λ, 0.693 1.21 x 10 - 4 yr 7520 yr -1 A taxa integrada pode ser escrita da seguinte forma: log 1 . 21 x 10 4 yr N N0 2 . 303 1 xt N0 é a quantidade de substância no tempo zero e, N é a quantidade num tempo posterior, t. N pode ser estimado para ser N=0.795N0 ou N/N0= 0.795, assim sendo: log 1 0.795 1.21 x 10 4 yr 2.303 1 x t − 0.100 = − 5.25 x 10−5 yr−1 x t t = 1895 yr t = 1900 yr Problema prático 2 Contando o número de anéis no tronco de uma árvore podemos obter a idade estimada da árvore. Uma espécie em estudo por um grupo de estudantes usando este método, estimou a idade em 7 000. Na experiência de datação radioactiva do carbono, a espécie mostrou ter uma 68 actividade de 6.6 desintegrações por segundo por grama de carbono. Use a técnica de datação de carbono para estimar a idade da madeira. (Resposta: 6225 anos) 5.7 Equivalência de energia de massa A relação entre massa e energia é estabelecida através da equação de Einstein E = mc2 (5.3) Onde E é a troca de energia, Δm a troca de massa e c a velocidade da luz. A equação implica que uma pequena quantidade de troca de massa muda para uma maior quantidade de energia. Usemos como exemplo a formação de 42 He de dois neutrinos e dois protões. A massa experimental é inferior a massa teórica. Isto sugere que alguma massa foi perdida. A diferença em massa é o defeito de massa. A massa não desaparece mas converte-se em energia. 5.7.1 Energia de binding Os nucleões de um átomo consistem em protões e neutrinos, os protões sendo positivamente carregados e os neutrinos sendo neutral. A presença de carregamentos similares não é energeticamente favorável. Os nucleões deveriam estar a quebrar-se por causa de repulsões electrostáticas. Como os nucleões não se quebram? Alguma da energia tem que ser usada para contra atacar os núcleos para não o fazer espontaneamente. Esta energia é energia nuclear binding. De onde vem a energia binding? Considere o exemplo da formação da partícula 42 He . Massa de dois protões= 2 x 1.00727646 uma= 2.01455292 uma Massa de dois neutrinos= 2 x 1.00866492 uma = 2.01732984 uma Massa total = 2,01455292 uma + 2,01732984 uma= 4.03188276 uma 69 A massa verdadeira de 4He (4.00260324 uma) é inferior a soma dos protões e neutrinos. A massa que resta é 0.02927952 uma. 0.02927952 uma x 1.66053873 x 10-27 kg 4.8619776 x 10-29 kg 1 uma A equivalência de energia, que é a energia binding, é obtida pela substituição em E =Δmc2. Binding energy = 4.8619776 x 10-29 kg x (3.0 x 108 m s-1)2 = 4.3697275 x 10-12 J + 2 protões + N + +N N N 2 neutrinos Figura 5.2 Ilustração da formação de uma partícula alfa de 2 protões e 2 Unidades importantes Energia de equações prévias em Joules (J) Outra unidade comum é o electrão-volt 1 e V= 1.60022 x 10-19J 1 MeV= 1.6022 x 10-13J Factor de conversão entre unidades de massa atómica (u) e Joules 1u = 1.6606 x 10-24g De E = mc2 = 1 ux 1.6606x1024 kg x (2.9979 x 108 )2 m2s- 2 103 = 1.4924 x 10-10J Energia equivalente a 1u 1 unidade de massa atómica (u) = 1.4924 x 10-10J 1 unidade de massa atómica= 931.5 MeV 70 5.7.2 Energia de binding e estabilidade nuclear A energia de binding por núcleo pode ser calculada para os diferentes elementos dividindo a energia de binding pelo número de núcleos. O gráfico de energia binding por núcleos providencia informação importante sobre a estabilidade dos elementos. A figura 5.2 mostra a variação de energia de binding por núcleo contra número de massa. O gráfico mostra a energia de binding a aumentar com o aumento do número de massa atingindo o máximo em Fe-56. Assim sendo, a energia diminui. Esta informação sugere que os núcleos em Fe são os com ligações mais fortes e assim o isótopo de ferro é o mais estável e menos propenso a quebrar-se. Os elementos irão separar-se ou combinar-se para produzir núcleos que são mais fortemente ligados. Os elementos antes de Fe soltam energia quando se fundem, enquanto os a seguir a Fe se separam para produzirem energia – fissão. A diminuição em energia de binding depois de Fe é atribuída ao tamanho crescente dos núcleos, enquanto os núcleos crescem a habilidade de junção de força enfraquece para contra atacar as forças electrostáticas entre os protões. Fe Libertada pela fissão nuclear O grupo de isótopos de Fe é mais fracamente Energia de binding por núcleo em MeV Elementos mais pesados que Fe. Podem dar energia por fissão nuclear Libertada pela fissão nuclear 2 50 100 150 200 Numero de massa, A 71 Figura 5.3 Variação de energia binding contra número de massa dos elementos na tabela periódica. A tabela ilustra áreas prováveis de sofrerem degradação por fissão ou fusão. http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/nuclear/nucstructcon.html#c1 5.8 Números mágicos A estabilidade de elementos é também influenciada pelo ratio de protões para neutrões. O núcleo que contem ou muitos ou poucos neutrões é instável. Uma observação é que estabilidade do núcleo ocorre mais em nucleões que têm um número par de protões. Uma comparação pode ser feita entre configurações electrónicas estáveis, números mágicos 2, 8, 18, 36, que normalmente são instáveis. Os números mágicos similares de protões no núcleo com 2, 8, 20, 28, 50, 82, ou 126 protões ou neutrinos são normalmente estáveis. Um núcleo tentará ganhar estabilidade livrando-se de nucleões, assim como de outras partículas, ou libertando energia em outras formas. Figura 5.4 Gráfico ilustrando a distribuição de núcleo em relação ao número de protões e neutrões. A banda de estabilidade é claramente visível com possibilidades de degradação em ambos os lados da banda. 72 *fonte de diagrama http://www/e-adiography.net/articles/Introduction%20 to%20Radioactivity.pdf A figura 5.4 mostra a banda de estabilidade de vários ratios de protão, neutrões que causam o aumento de meias-vidas. A emissão característica do núcleo depende do lado em que está na banda de estabilidade. Os nucleões com menor ratio de protão para neutrino tendem a sofrer emissão de positrão, captura de electrão ou emissão alfa. De outra forma, os protões com alto ratio de protão/neutrino tendem a usar a emissão beta. 5.9 Interacção entre radiação e matéria As radiações como alfa, beta, raios gama são exemplos de radiações ionizantes devido à sua habilidade de deixar cair electrões, quando passaram pela matéria. A radiação pode também criar energia dos electrões para um nível superior durante as suas interacções. A tendência geral em poder ionizante é a partícula α > partícula β > raios x. As aplicações de radiação fazem uso da natureza da interacção de vários tipos de radiação com matéria. Nas secções que se seguem analisaremos como as diferentes formas de radiação interagem com a matéria. Partículas Alfa Partículas alfa são relativamente mais pesadas (2 protões e 2 neutrinos) e também carregam uma dupla carga. Consequentemente, estes tendem a causar ionização significante quando colidem com electrões nos átomos derrubando-os, em alguns casos causando excitação. As partículas não são desviadas do seu percurso depois da colisão devido ao seu peso elevado. Não obstante, a partícula perde alguma energia em cada colisão sucessiva causando o seu abrandamento. Na eventual colisão com os núcleos, a partícula alfa é desviada significativamente da sua trajectória, enquanto os núcleos recolhem na outra direcção. A partícula alfa eventualmente pára depois de tantas colisões. O alcance de penetração, distância viajada antes de parar, depende da 73 energia da partícula e do material envolvido. A interacção entre uma partícula alfa e matéria é ilustrada graficamente no diagrama abaixo. Partícula depois de colidir com o núcleo Muitas colisões de eletrões Partícula antes das colisões Ocasional colisão com o núcleo Recuo do Núcleo - Alcance da particula Figura 5.5 Interacção de uma partícula alfa com matéria. O diagrama mostra os tipos de interacção e processos resultantes. 74 Partículas Beta Espera-se que as partículas beta causem menos ionização, comparadas as partículas alfa devido ao seu tamanho mais leve e ao facto de elas carregarem uma única carga. Elas produzem uma ionização menos densa. O desvio é mais pronunciado quando passam matéria causando ionização no processo. A colisão das partículas electrãobeta causa o desvio da partícula beta a um ângulo largo, enquanto o electrão contra o qual colide, chamando-se raio delta, ganha energia suficiente para se movimentar no seu próprio poder. O raio delta continua a produzir mais ionização. O encontro ocasional com uns núcleos atómicos (alto número atómico) causa um desvio violento soltando o que é conhecido por raio x bremsstrahlung. A partícula segue uma trajectória em zig-zag até eventualmente parar. As partículas beta têm um alcance maior que as partículas alfa, visto que produzem ionização menos densa (perda de energia) e abrandam mais gradualmente que as partículas alfa. Colisão de muitos electrões Bremsstrahlung X-ray -partícula Raio Delta Alcance da partícula - Figura 5.6 Interacção de uma partícula beta com matéria. O diagrama mostra a trajectória zig-zag usada pela partícula através da matéria. Gama e Raio-X Gama e raio-x são diferentes de radiações α e β, pois estas são de natureza nãoparticulada. Estas são radiações electromagnéticas. A interacção entre gama e raio-x e a matéria ocorre de forma muito limitada, se chega alguma vez a acontecer alguma interacção. A sua interacção é essencialmente através de electrões secundários que 75 são produzidos quando passam. Dois tipos de processos são identificados: dispersão e absorção. (i) Dispersão Compton Dispersão compton ocorre quando um raio de gama interage com electrões livres em matéria. Alguma energia de raios gama é transferida para o electrão, a outra parte continua como radiação dispersada. A radiação dispersada é menor em energia e desvia do seu percurso original. (ii) Absorção fotoeléctrica Absorção fotoeléctrica acontece quando um raio gama dá toda a sua energia de uma só vez para um electrão atómico livre que será então soltado do átomo. O segundo tipo de absorção envolve raios gama com energia superior a 1 MeV. Neste caso, a absorção causa a produção, simultaneamente, de um electrão e positrão. O positrão subsequentemente é aniquilado por um electrão atómico. O processo de aniquilação causa a produção de dois raios gama de energia 511 MeV. O gama e o raio x, como descritos na secção anterior, encontram poucas interacções, visto que não têm um alcance definido. Um método alternativo de observar o alcance de penetração é usado. A metade do valor, a distância necessária para metade dos raios gama, é usado. Sinónimo a meia-vida usado em degradação radioactiva. XI. Compilação de conceitos-chave (glossário) TERMINOLOGIA CHAVE E CONCEITOS Partícula alfa (α) é uma partícula emitida durante degradação radioactiva de certos núcleos atómicos formada por dois neutrinos e dois protões. É idêntica ao iodo de hélio, 4 2 He2+. Ânodo é o eléctrodo numa célula electroquímica na qual acontece a semi-reacção de oxidação. 76 Associações colóides são sistemas no qual a fase dispersa consiste em grupos de moléculas que têm partes liofobicos e liofilicos. Partícula beta (β) é um electrão emitido durante a conversão de um neutrino para protão em certos núcleos atómicos a sofrer degradação radioactiva. Ponto de fervura é a temperatura na qual a pressão do vapor saturado do líquido é igual a pressão atmosférica. Bremmsstrahlung são raios-x emitidos quando uma partícula carregada, especialmente um electrão rápido, é rapidamente abrandada. Cátodo é o eléctrodo numa célula electroquímica onde a semi-reacção de redução ocorre. Potencial de célula (E célula ) é a diferença potencial entre dois electrões de uma célula electroquímica . Mudança de energia livre (ΔG) é a mudança em energia livre que acompanha o processo. Potencial químico (μ) para uma mistura, é o coeficiente бG/ бn onde G é a energia livre de Gibbs e n é o número de substâncias moleculares do componente. É a mudança na energia livre de Gibbs com respeito a mudança da quantidade do componente. Coagulações são o processo no qual partículas coloidais se juntam irreversivelmente para formar partículas maiores. 77 Propriedades coligativas têm valores que dependem do número de partículas solúveis numa solução e não na identidade. Os exemplos incluem pressão cosmética, elevação do ponto de fervura e depressão do ponto de congelamento. Sistema colóide é a dispersão, com partículas que são intermediárias em tamanho, entre soluções verdadeiras e uma mistura heterogénea ordinária. Dispersão de Compton ocorre quando protões de alta energia são dispersos por electrões livres ganhando assim energia. Difusão é o processo no qual substâncias diferentes se misturam por causa de movimentos dos componentes dos átomos, moléculas e iões. Célula electroquímica é o instrumento no qual electrões transferidos numa reacção de oxidação e redução passam para um circuito externo. Força electromotiva (emf) é a diferença potencial entre dois eléctrodos numa célula voltáica em Volts (V). Mistura eutéctica é a solução que consiste em duas ou mais substâncias e tendo o mínimo ponto de congelamento de qualquer mistura possível destes componentes. Ponto eutéctico é o ponto de congelamento mínimo para um conjunto de componentes numa mistura eutéctica. Constante de Faraday (F) é a carga eléctrica carregada por um ou mais moles de electrões ou iões singularmente carregados, F= 96 500 C/mol. Cristalização fraccional é o método de purificação de uma substância por cristalização de uma substância sólida de uma solução, deixando as impurezas em soluções. 78 Destilação fraccional é a destilação na qual componentes de uma solução líquida são separados baseados nas suas volatilidades. Energia livre (G) é uma função termodinâmica desenhada para produzir um critério para mudanças espontâneas, G=H-TS. Ponto de congelamento é a temperatura na qual líquidos mudam para sólidos. Célula Galvânica (voltáica) é uma célula electroquímica na qual reacções espontâneas produzem electricidade. Raios gama (γ) são radiações electromagnéticas produzidas quando um nucleão atómico excitado volta para um nível de menor excitação. Regra da fase de Gibbs defende que para qualquer sistema em equilíbrio, a relação P+F=C+2 é verdade quando P é o número de fases distintas, C é o número de componentes e F é o número de graus de liberdade do sistema. Meia-vida num processo radioactivo, é o tempo necessário para metade dos átomos presentes sofrerem degradação radioactiva. Lei de Henry relaciona a solubilidade de um gás com a pressão de gás mantida acima da solução gasosa C=kP gás . Soluções ideais são soluções que obedecem a lei de Raoult. Números mágicos é o termo usado para descrever o número de neutrinos e protões que dão ao núcleo atómico uma estabilidade especial. Ponto de fusão é a temperatura característica no qual sólidos mudam para líquidos. 79 Concentração molar (m) é a concentração da solução expressa como quantidade de solução em moles, dividido por massa de solvente em kg. Molalidade (m) é a quantidade de substância por unidade de massa solvente, unidade geralmente usada, mol Kg-1. Equação Nernst relaciona o potencial de células E˚, E˚ célula e as actividades do reactantes e produtos numa reacção célular. Energia nuclear binding é a energia necessária para tirar neutrinos e protões em nucleões atómicos. Equação nuclear é a representação das mudanças que ocorrem durante o processo nuclear. Osmose é o fluxo total de moléculas solventes, através de uma membrana semipermeável, de uma solução diluída em uma solução concentrada. Pressão osmótica (II) é a pressão que seria necessária para uma solução parar a passagem através de uma membrana semipermeável. A pressão osmótica é dada por IIV=nRT onde n são moles em volumes V, R é o gás constantes e T a temperatura absoluta. Diagrama Fase é o gráfico que indica a relação entre sólido, líquido e gasoso em fases gasosas durante uma variedade de condições, normalmente temperatura, e pressão. Fase é a parte homogénea de um sistema heterogéneo que é separada das outras partes por uma barreira distinta. 80 Absorção fotoeléctrica acontece quando raios gama interagem com electrões livres dando toda a sua energia de uma só vez e o electrão é expulso do átomo. Constante de degradação radioactiva (k) é a constante proporcional na lei de degradação radioactiva. Degradação radioactiva é a lei que defende que a taxa de degradação radioactiva (A) é directamente proporcional ao número de átomos presentes. Lei de Raoult defende que pressão a vapor de uma solução componente é igual ao produto da pressão a vapor de um líquido puro e a fracção do mole na solução, Pg 85 Ponte de sal é um instrumento usado para ligar duas metades de células em uma célula electroquímica. Potencial padrão de eléctrodo (E˚) é o potencial que se desenvolve entre um eléctrodo quando as formas oxidadas e deduzidas de substâncias estão em estado padrão. Eléctrodo padrão de hidrogénio (EPH) é um eléctrodo no qual o equilíbrio é estabelecido entre o iodo de hidrogénio, H 3 O+ (a = 1) e H 2 (g, 1 atm) numa superfície de platina. Ponto triplo é a condição de temperatura e pressão, na qual todas as três fases (normalmente sólido, líquido e gasoso) de uma substância existem em equilíbrio. Viscosidade é a resistência do líquido ao fluxo em que a sua magnitude depende das forças de atracção intermoleculares, em algumas instâncias tamanho e formato. 81 XII. Lista de Leituras Obrigatórias Leitura número 1 Solução Referência completa: Texto de referência A Chem 1 http://www.chem1.com/acad/pdf/solut.pdf Sumário: o texto aborda o tópico de soluções de forma geral. Começa com a apresentação de diferentes tipos de soluções e depois segue com diferentes métodos de medidas de concentração. As propriedades coligativas, a pressão osmótica, a depressão do ponto de congelamento e a elevação de ponto de fervura são também discutidos. Justificação: este texto é uma referência leitura de fácil, o que é ideal para o estudo da unidade 1. O texto tem um número de diagramas bem elaborados para explicar conceitos facilitando a sua compreensão. Um número de problemas é dado em cada um dos tópicos para melhor ampliar e mostrar a sua aplicação. Leitura número 2 Solubilidade Referência completa: http://en.wikipedia.org/wiki/Solubility Data de acesso: 16 de Outubro de 2007 Sumário: o texto apresenta, de forma geral, vários aspectos de solubilidade. O mesmo faz referência a visão molecular de solubilidade e aos factores que influenciam o processo de solução como a polaridade de moléculas, temperatura, e pressão. O texto apresenta palavras-chave com ligações para providenciar referências imediatas. A quantificação é brevemente abordada. 82 Justificação: A explicação fundamental do conceito de solubilidade é dada nesta leitura. Esta é essencial para a revisão prévia do estudo da unidade em soluções. Providencia a matéria essencial com ligações para explanação de palavras-chave. Leitura número 3 Colóides Referência completa: http://mysite.du.edu/~jcalvert/phys/colloid.htm Data de acesso: 18 de Outubro de 2007 Sumário: o tópico sobre os colóides é abrangido de forma compreensiva e de maneira qualitativa. Diferentes tipos de sistemas coloidais e as suas propriedades são discutidos. A purificação de colóides usando osmose e diálise também é estudada. Contem alguns exemplos de sistemas coloidais. Justificação: o texto faz uma abordagem qualitativa e abrangente do tópico abordado na unidade II. Não somente explica os colóides sob o ponto de vista químico, mas também apresenta ilustrações de encontros diários que permitem ao aprendiz uma maior apreciação destes sistemas. Leitura número 4 Referência completa: http://en.wikipedia.org/wiki/colloi Data de acesso: 18 Outubro de 2007 Sumário: os colóides são abordados de forma breve e concisa. A classificação, com exemplos de tipos diferentes de colóides, é dada. Os factores que originam estabilidade coloidal são discutidos e também os que podem originar a destruturação do sistema. Justificação: este texto wiki é um resumo breve do tópico de colóides que o aprendiz encontra com ligações de termos importantes. Isto é ideal para uma revisão rápida e lembrará dos tópicos na Unidade. 83 Leitura número 5 Fase de equilíbrio Referência completa: http://www.wpi.edu/academics/Depts/Chemistry/Courses/General/concep10.html Data de acesso: 18 de Outubro de 2007 Sumário: esta leitura é um capítulo tirado do livro para o programa de Química Geral no WPI. O capítulo faz uma abordagem de termodinâmica antes de se ver a fase de equilíbrio. Vários tipos de fases de equilíbrio são apresentados usando exemplos para compreensão dos conceitos. Um número da fase de diagramas para sistemas seleccionados é também discutido. Justificação: Termodinâmica é um tópico importante, necessário para estudos envolvendo fase de equilíbrio. O texto começa apresentando a desordem e espontaneidade do processo. A leitura providencia as bases e o desenvolvimento no estudo da Unidade III deste módulo. Os exemplos dados permitem que o aprendiz tenha uma noção da aplicação em vários conceitos. Leitura número 6 Fase de equilíbrio e interacções intermoleculares Referência completa: http://enx.org/content/m12596/latest Sumário: este texto focaliza principalmente o equilíbrio gás-líquido, pressão a vapor e diagramas de fase associados. A diferença entre gases e a fase condensada é descrita. Continua a descrever a transição entre as fases sólidas, líquida e gasosa. O papel das forças intermoleculares na transição é também analisado. 84 Justificação: esta leitura permite ao aprendiz fazer ligações entre os tópicos aprendidos, relacionando a teoria molecular cinética com a fase de equilíbrio, o assunto da Unidade III. Adicionalmente, o conceito de equilíbrio dinâmico é trazido, o qual não é directamente abordado neste módulo. Leitura número 7 Electroquímica Referência completa: Chem1 Virtual Textbook http://www.chem1.com/acad/webtext/elchem/ Sumário: esta é uma leitura importante, que é parte do Chem 1 Virtual Textbook. Sistematicamente desenvolve o tópico de electroquímica começando com o fenómeno de transferência de carga, enquanto acontece a troca líquido-metal. O conceito de potencial de eléctrodo é analisado partindo para célula electroquímica. A ligação entre energia livre e potencial de célula é feito através da Equação Nernst. Justificação: esta leitura é intencional para estudar a Unidade IV deste módulo. Aborda todos os aspectos importantes de electroquímica, incluindo as suas aplicações. O aprendiz não só aprende os conceitos teóricos, como também as suas aplicações no dia a dia. O texto é acompanhado com problemas exemplos para clarificar os conceitos. Leitura número 8 Núcleo atómico Referência completa: Um livro de estudantes de uma escola secundária que estudavam química. Sumário: este é um livro gratuito direccionado para química da escola secundária. Apresenta quase todos os tópicos de química, incluindo estrutura atómica e química nuclear. 85 As forças nucleares são discutidas e é feita a análise da natureza de degradação radioactiva (alfa, beta, gama). O capítulo acaba com abordagem das aplicações de reacções nucleares como reactores nucleares. Justificação: esta leitura é sugerida para quem não estudou o tópico antes. Vem com todos os tópicos de química nuclear e de maneira elementar que é apropriado para estudar a Unidade V deste módulo. É uma leitura base para Unidade V. Leitura número 9 Introdução à Radioactividade Referência completa: http://www/e-radiography.net/articles/Introduction%20to%20Radioactivity.pdf Sumário: o texto começa dando uma perspectiva histórica do fenómeno de radioactividade. As unidades essenciais para o estudo da radioactividade são introduzidas. A natureza do núcleo atómico é discutida, seguindo os factores que causam estabilidade ou instabilidade nuclear. O tipo de radiação que acontece com a degradação nuclear e a natureza da sua interacção com a matéria é estudado. Justificação: a Unidade V trata da química que ocorre ao nível subátomico, que é acompanhado pela emissão de radioactividade. No texto faz-se uma apresentação compreensiva de reacções nucleares. É leitura essencial para a unidade em química nuclear. As secções na interacção de matéria e radiação alertam o aprendiz sobre os perigos de radiação. XIII. Lista (opcional) de Fontes Multimédia Fonte número 1 Referência completa: chemistry@davidson http://www.chm.davidson.edu/ChemistryApples/index.html 86 Sumário: esta fonte tem experiências e exercícios que são animados e interactivos. As experiências são bem tabuladas, acompanhadas com um curto sumário e são interactivas. Justificação: as experiências interactivas ajudam o aprendiz na aplicação de conceitos cobertos nas unidades respectivas. O aprendiz deve tentar estes exercícios para medir o seu sucesso no entendimento desta unidade. Fonte número 2 Referência completa: Chemodule http://www.karentimberlake.com/chemodul.htm Sumário: nesta fonte estão uma série de mini-aulas em forma de power point. As aulas de ppt podem ser usadas para estudo ao ritmo do estudante, assim como rever a matéria que acaba de aprender. Questionários acompanham as aulas permitindo ao aprendiz avaliar-se a si próprio. Justificação: mini-aulas relacionadas com a Unidade I e Unidade V podem ser encontradas aqui. Adicionalmente, conteúdos necessários para estudar os tópicos no módulo também estão disponíveis. Questionários sobre cada tópico permitem fazer avaliação tanto durante ou depois do processo de aprendizagem. Fonte número 3 Referência completa: Simulação de laboratório virtual http://www.chemcollective.org/applets/vlab.php Sumário: o laboratório virtual permite ao aprendiz levar a cabo experiências simuladas dando-lhe a noção de um laboratório prático. O aprendiz tem acesso à uma vasta gama de químicos, material de vidro e instrumentos que pode usar para executar uma experiência específica. 87 Justificação: as experiências simuladas são importantes para a ilustração de conceitos apresentados nas várias actividades de aprendizagem. O aprendiz pode desenhar e levar a cabo experiências relacionadas com termoquímica, solubilidade e electroquímica. O aprendiz pode pegar instrumentos de vidro e instrumentos de laboratório como medidores de pH. 88 XIV. Lista de Links Úteis Link útil número 1 Título: Conceitos de Química URL: http://www.wpi.edu/Academics/Depts/Chemistry/Courses/General/conceptt.html Imagem do site: Descrição: este website é uma colecção de capítulos virtuais sobre química. Os tópicos são bem organizados com uma tabela de conteúdos o que permite ao aprendiz fácil acesso ao material desejado. Também contem apêndices hyperlinked para material para unidades de conversões, análise dimensional, dados em termodinâmica e outros. Justificação: muitos dos tópicos que serão encontrados neste módulo necessitam de leitura suplementar. Este website oferece um único ponto para aceder e obter dados cognitivos para estudar este módulo. Vale a pena olhar para os seguintes tópicos: forças intramoleculares e energia molecular, fases líquidas e sólidas e mudança de desordem em processos químicos e físicos. Estes tópicos são importantes para estudar a Unidade 1. Link útil número 2 Título: Livro virtual Chem 1 URL: http://www.chem1.com/acad/webtext/virtualtextbook.html 89 Imagem do site: Descrição: o livro virtual Chem 1 é um texto de referência para química geral. Cobre alguns tópicos com boas ilustrações e exposição de conceitos químicos. O site contem muitos capítulos do tópico que podem ser baixados em formato PDF. Justificação: o aprendiz tem a possibilidade de usar esta fonte na Internet ou baixar o ficheiro PDF desejado. Os principais capítulos neste módulo são soluções e electroquímica, que podem ser baixados em PDF. Energéticas químicas e termodinâmica de equilíbrio são uma leitura útil. Link útil número 3 Título: Experiências em Fenómenos de Superfície e Colóides URL: http://www.funscience.com Imagem do site: 90 Descrição: conceitos básicos de química relacionados com soluções são apresentados em forma de tabela neste site. Estes incluem concentração e propriedades coligativas. Justificação: este link é útil para uma revisão rápida de fundamentos de soluções químicas. Vale a pena ler antes de estudar o tópico soluções na Unidade I. Link útil número 4 Título: Galeria divertida de ciência URL: http://www.funsci.com/fun3_en/exper2/exper2.htm Imagem do site: Descrição: este site apresenta o fenómeno de superfície e colóides com imagens vividas e coloridas. Algumas experiências são ilustradas no site. As experiências não são somente divertidas, mas simples de executar usando materiais encontrados em casa. Justificação: propriedades colóides são principalmente relacionadas com superfícies com largas áreas da partícula. Este site ajuda o aprendiz a apreciar alguns aspectos do fenómeno de superfície. O site é particularmente útil para a Unidade II que lida com colóides. Link útil número 5 Título: Química URL: http://www.public.asu.edu/~jpbirk/ Imagem do site: 91 Descrição: o site apresenta uma série de páginas sobre soluções e colóides. Os tópicos são dados em forma de tabela de conteúdos para facilitar o seu acesso. Justificação: a série de páginas permite ao aprendiz usar o material da Unidade II de forma gradual e de maneira medida. O site tem links para animações, para ilustrações de conceitos. Link útil número 6 Título: Química Geral URL: http://www.vias.org/genchem/wrapnt_phase_equilibrium_and_intermolécular_interac tions74.html Imagem do Site: 92 Descrição: este link para um livro de Química Geral, que opera sobre uma licença de uso comum, apresenta um número de tópicos relacionados com a dinâmica e fase de equilíbrio. O material de aprendizagem é apresentado de maneira breve e concisa. O material de leitura pode ser baixado ou estudado na Internet. Justificação: o material encontrado no site é mais adequado para a unidade sobre fase de equilíbrio. Outros tópicos relevantes incluem energética de reacções químicas e energia livre. Aspectos de misturas espontâneas também são apresentados. Link útil número 7 Título: Anotações de aulas para primeiro ano de química URL: http://www.chem.queensu.ca/people/faculty/mombourquette/firstyrchem/electro/index.ht m Imagem do Site: Descrição: este é um site útil e tem um menu que permite o acesso à vários tópicos de química geral. O material de aprendizagem é apresentado em forma de aula. Este site também tem uma boa secção sobre computadores em química, na qual se encontram tópicos variando de hardware, sistemas operativos para Excel e técnicas de gráficos. 93 Justificação: este é um bom ponto para aceder um número de material de aprendizagem adequado para quase todas as unidades deste módulo. Adicionalmente, esta secção sobre o uso de química em computadores permite ao aprendiz obter informação sobre pacotes de software para processamento de dados. Link útil número 8 Título: Recursos Químicos URL: http://www.chemtopics.com/index.html Imagem do Site: Descrição: este site contem um número de aulas online que estão em forma de páginas. As páginas podem ser visualizadas sequencialmente ou pode-se escolher saltar de um tópico para outro. Várias demonstrações e questionários são providenciados no site. Justificação: aulas, problemas práticos e experiências, que são relevantes para as Unidades IV e V do módulo, são encontrados no site. Alguns questionários são acompanhados com respostas, o que permite que o aprendiz controle o seu entendimento conceptual da matéria. O software de multimédia necessário pode ser baixado dos linked providenciados. Link útil número 9 Título: VisionLearning URL: http://www.visionlearning.com/library/module_viewer.php?mid=59 Imagem do Site: 94 Descrição: essencialmente, esta é uma breve discussão sobre química nuclear. O processo fundamental e as partículas são discutidos junto com a lei de degradação radioactiva. O site tem boas ilustrações de fissão nuclear e fusão que podem ser activadas. Justificação: este site aborda a química nuclear de forma muito breve, mas tem boas simulações do processo nuclear que pode ajudar na compreensão do aprendiz. Link útil número 10 Título: Conceito de Química URL: http://www2.wwnorton.com/college/chemistry/gilbert/tutorials/ch2.htm Imagem do Site: Descrição: este recurso apresenta vários conceitos de química em capítulos. Os materiais incluem explicações e animações que ajudam a visualizar os processos dinâmicos. 95 O aprendiz encontra explicações à medida em que vai passando pelos recursos, mas estes podem ser acedidos directamente. Justificação: o material de aprendizagem encontrado neste website oferece informação contextual importante para se estudar o módulo, mas também suplementa o novo material que será encontrado nas Unidades IV e V. Link útil número 11 Título: Radiação e Radioactividade URL: http://www.physics.isu.edu/radinf/cover.htm Imagem do Site: Descrição: os recursos são desenhados para levar o aprendiz a um estudo sobre radioactividade ao seu próprio ritmo. Para além de abordar a teoria fundamental, também analisa a medição de radioactividade. Links para sites relacionados são encontrados no site. Justificação: o recurso oferece informação adicional sobre os elementos de radioactividade, como vistos na Unidade V. Ele expande a perspectiva do aprendiz através de links sobre fontes da informação como riscos de radiação e radiação a nossa volta. 96 XV. Síntese do Módulo Este módulo apresentou cinco tópicos principais: soluções e colóides, equilíbrio de fase, electroquímica e química nuclear. Em soluções, analisámos o comportamento de misturas homogéneas envolvendo substâncias puras. O estudante aprendeu que na formação de uma solução a entalpia muda de papel no processo de solução, mas que o poder de continuar está na desordem do sistema. A solução ideal foi descrita como uma na qual a mudança de entalpia é zero, como no exemplo de forças intermoleculares para soluto e solvente, igualmente. As propriedades de solução que são influenciadas pela magnitude do soluto e não da sua natureza – propriedades coligativas como osmose, elevação do ponto de fervura e diminuição de ponto de congelamento foram estudadas. Os sistemas coloidais e a distinção feita das soluções somente em termos de tamanho do soluto foram estudados. A estabilidade dos sistemas requer que o tamanho da partícula continue dentro do alcance coloidal. A enorme área de superfície das partículas primeiramente influencia propriedades dos colóides. Na fase de equilíbrio, olhamos para a transformação física de substâncias puras. O conceito de diagrama de fase é introduzido, como forma de seguir as mudanças que acontecem quando misturas são aquecidas ou arrefecidas. A regra de fase é introduzida para determinar o número de variáveis que podem alterar independentemente enquanto continuam na mesma fase. Sistemas que envolvem movimentos de matéria foram discutidos na Unidade IV. A questão sobre as condições em que uma reacção envolvendo transferência de electrões ocorre espontaneamente é feita e respondida em electroquímica. A relação entre o potencial da célula e concentração é estabelecida através da equação de Nernst. Também foi estudado o fenómeno de radioactividade, onde núcleos de certos isótopos sofrem degradação espontânea, emitindo radiação ionizando e não-ionizado. A natureza das diferentes interacções com a matéria de vários tipos de radiação foi estabelecida e os riscos surgem da avaliação destas interacções. 97 XVI. Avaliação Sumária 1. Numa amostra de 50.0 g de naftaleno (um não electrólito não volátil), C 10 H 8 , é dissolvido em 100.0 g de benzeno, C 6 H 6 , aos 20º C. O vapor da pressão de benzeno pura é 74.6 torr aos 20º C. Calcule a pressão a vapor da solução. (Peso atómico: C=12.01, H=1.008). (a) (b) (c) (d) (e) 58.8 60.2 59.4 60.8 57.2 2. Uma solução de 1.00g de benzeno, C 6 H 6 , em 80.00g de ciclohexano, C 6 H 12 , reduz o ponto de congelamento de ciclohexano de 6.5 para 3.3º C. Qual é o valor de K t para ciclohexano. (Peso atómico: C=12.01, H=1.008). (a) (b) (c) (d) -20 C/m -14 C/m -16 C/m -18 C /m 3. Um bioquímico isola uma nova proteína e determina a sua massa molar por medições da pressão osmótica. Ela usa 0.270 g de proteína em 50.0 mL de solução e observa uma pressão osmótica de 3.86mm de Hg para a solução aos 25º C. Qual é a massa molar da nova proteína? (a) (b) (c) (d) 24, 980 25,980 28, 980 29, 000 As questões que se seguem são baseadas no seguinte diagrama de fase de uma substância hipotética. 98 300 P/atm B C 30 A 6 1 -105 - 15 0 50 T/C 200 4. Qual é o ponto de ebulição de uma substância aos 30 atm de pressão? (a) 0 C (b) -15 ºC (c) 50 ºC (d) -105 ºC 5. Que tipo de mudança de fase ocorre ao movimentar B para C? (a) Vaporização (b) Sublimação (c) Congelamento (d) Fusão 6. A que temperatura o ponto triplo ocorre para a substância? (a) -15 ºC e 1 atmosfera (b) 0 ºC e 6 atmosferas (c) 200 ºC e 300 atmosferas (d) - 15 ºC e 6 atmosferas 7. De que forma a substância existiria na temperatura e pressão padrão? (a) Somente um gás 99 (b) Somente um sólido (c) Somente um líquido (d) Um sólido ou gás 8. Qual seria o agente redutor se os potenciais padrão para os pares A+/A, B+/B, C+/C são +2.0V, +1.0V, e -0.5V? (a) C (b) B+. (c) C+ (d) A+ 9. Se o fem padrão da seguinte célula é 0.91V, qual é o potencial padrão do eléctrodo Zn/Zn2+? Zn(s)|Zn2+ (aq)||H+, H 2 (aq)| Pt(s) (a) 0.91V (b) -0.91V (c) 0.09V (d) -0.09V 10. Se o fem padrão da seguinte célula é 0.91V, qual é o potencial padrão para o eléctrodo H+/H 2 ? (a) -0.91V (b) 0.09V (c) -0.09V (d) 0 V 11. A voltagem padrão da célula A(s)|AB (s)|B-(aq)||C+(aq)|C(s) é 0.1V aos 25º C. Qual é a constante de equilíbrio? (a) 12 (b) 36 (c) 49 (d) 52 12. Em quantos dias uma amostra de degradação de 12-gramas, deixando um total de 1.5 gramas do isótopo original? (a meia vida é de 8.07 dias) (a) 8 (b) 16 (c) 20. (d) 24 100 13. Dada a seguinte reacção nuclear: 12 4 Be X 126C 01n Qual é a identidade da partícula X? (a) Partícula alfa (b) Partícula beta (c) Protão (d) Neutrino 14. Dada a seguinte equação nuclear correctamente balançada: 12 6 C 249 98 257 Cf 104 Unq 4 X Que partícula é representada pelo “X”? (a) 11 H (b) 01 n (c) 24 He (d) 15. 67 31 0 1 n Ga é usado em medicina nuclear para determinar o fluxo sanguíneo quando se suspeita a presença de uma infecção da artéria coronária. Se depois do tratamento a radiação inicial do sangue da pessoa é 20 000 por minuto, quanto tempo levaria para a actividade descer para 4066 por minuto? (a) 67 horas (b) 60 horas (c) 154 horas (d) 28 dias Respostas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. (e) (a) (d) (c) (c) (d) (a) (a) (b) (d) 57.2 -20 C/m 25,980 50 ºC Congelamento - 15 ºC and 6 atmosferas somente um gás C -0.91V 0V 101 11. 12. 13. 14. 15. (c) (d) (a) (b) (c) 49 24 Partícula alfa 1 0n 154 horas 102 XVII. Referências Atkins, P and Paula, J.(2005). Physical chemistry. New York: Oxford University Press Brady, J.E and Senese, F. (2004). Chemistry: matter and its changes. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons Levine I. N (1995). Physical Chemistry. New York: MacGraw-Hill. Barrow M. G. (1979). Physical chemistry. Japan, MacGraw-Hill. Petrucci, R. H and Harwood, W. S. (1997). General chemistry: principles and modern applications. New Jersey: Prentice-Hall International. Fonte de animações e simulações Breenbowe, T. Simulações de experiências Químicas e Animação Computadorizada de Conceitos, Grupo de Pesquisa em Educação de Química, Departamento de Química, 3051 Gilman Hall, Universidade do Estado de Iowa. http://www.chem.iastate.edu/group/Greenbowe/sections/projectfolder/simDownload/inde x4.h tml#kinetics Sciencebuddies http://www.sciencebuddies.org/mentoring/project_ideas/home_Chem.shtml?from=Home 103 XVIII. Resultados do Estudante Nome do ficheiro EXCEL: My Records Distribuição das notas Modelo de avaliação Trabalhos e questionários Exercícios práticos Testes Examinação final Notas 5% 15 % 20 % 60 % XIX. PRINCIPAL AUTOR DO MÓDULO Dr. Onesmus Munyati é docente no Departamento de Química na Universidade de Zâmbia, em Zâmbia. Tem um diploma BSc em Química obtido na Universidade de Zâmbia em 1989, MSc e PhD em Ciência Polímera e Tecnologia de UMIST, GrãBretanha. Também é autor de um módulo relacionado com Química Física 1, o qual já devem ter estudado. Por favor, envie qualquer comentário ou sugestões que possam melhorar o módulo. Contacto: [email protected] 104