ESTUDO COMPARATIVO DE CONSUMO ENERGÉTICO DE UMA MOTOBOMBA CENTRÍFUGA COM O CONTROLE DA VAZÃO NA FORMA TRADICIONAL E COM A UTILIZAÇÃO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA Gabriel Fonseca de Mesquita Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Reinaldo de Falco RIO DE JANEIRO MAIO DE 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ ESTUDO COMPARATIVO DE CONSUMO ENERGÉTICO DE UMA MOTOBOMBA CENTRÍFUGA COM O CONTROLE DA VAZÃO NA FORMA TRADICIONAL E COM A UTILIZAÇÃO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA Gabriel Fonseca de Mesquita PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO. Aprovado por: ________________________________________________ Prof. Reinaldo de Falco (Orientador) ________________________________________________ Prof. Fábio Luiz Zamberlan ________________________________________________ Prof. Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL MAIO DE 2015 Fonseca de Mesquita, Gabriel Estudo comparativo de consumo energético de uma motobomba centrífuga com o controle da vazão na forma tradicional e com a utilização do inversor de frequência/ Gabriel Fonseca de Mesquita – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2015. VIII, 58 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Reinaldo de Falco Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Engenharia Mecânica, 2015. Referências Bibliográficas: p. 59. RESUMO O desenvolvimento econômico mundial e o crescente aumento populacional dependem cada vez mais da água. Este bem natural não está mais tão acessível quanto no século passado. Isto vem exigindo a utilização, cada vez mais frequente, de equipamentos capazes de captar esta água de fontes longínquas e reservatórios subterrâneos. Estes equipamentos são as bombas hidráulicas que por sua vez são movimentadas por motores elétricos, meio mais econômico, e por isso mais utilizado. O custo da energia elétrica, fundamental para movimentar os motores elétricos, tem aumentado significativamente nos últimos anos e o seu desperdício cada vez menos aceito pela sociedade nos faz procurar meios que racionalizem o seu uso, aumentando a eficiência dos equipamentos. Este trabalho relata a realização de um teste de bancada buscando a eficiência energética através da utilização de um inversor de frequência na variação da velocidade de um motor elétrico que movimenta uma bomba hidráulica. Através desta bancada montada em laboratório, foram levantadas algumas medições durante os testes que permitiram a análise da viabilidade operacional dos inversores de frequência para esta aplicação. 1 ABSTRACT World economic development and the increasing population growth increasingly demand more water. This natural asset is no longer as accessible as in the last century. This has required the use, increasingly frequent, equipment able to capture this water from distant sources and underground reservoirs. These devices are hydraulic pumps which in turn are moved by electric motors, means cheaper, and therefore more used. The cost of electricity, which is essential to move the electric motors, has increased significantly in recent years and their waste less and less accepted by society makes us look for ways to rationalize its use, increasing equipment efficiency. This paper describes the realization of a bench test seeking energy efficiency through the use of a frequency inverter in varying the speed of an electric motor that drives a hydraulic pump. Through this bench, mounted laboratory measurements have been raised during the tests which allowed the analysis of the operational viability of the frequency converter for this application. 2 ÍNDICE ....................................................................................................................................................... 0 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8 1.1. 2. OBJETIVO ....................................................................................................................... 8 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HIDRÁULICA ................................................................................. 10 2.1. FLUIDO......................................................................................................................... 10 2.1.1. Líquido Perfeito: .................................................................................................. 10 2.1.2. Peso Específico ( : ............................................................................................. 10 2.1.3. Massa Específica ( ): ........................................................................................... 10 2.1.4. Viscosidade Dinâmica ou Absoluta (µ): ............................................................... 11 2.2. PRESSÃO ...................................................................................................................... 11 2.2.1. 2.2.2. Teorema de Stevin: ............................................................................................. 12 2.2.3. Pressão Absoluta (Pabs): ..................................................................................... 12 2.2.4. Pressão Manométrica (Pman): ............................................................................ 12 2.3. EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE .................................................................................... 13 2.4. ENERGIA ...................................................................................................................... 13 2.4.1. Energia de Posição ou Geométrica (Z): ............................................................... 14 2.4.2. Energia de pressão: ............................................................................................. 14 2.4.3. Energia Cinética ou de Velocidade (m): .............................................................. 14 2.5. 4. 5. Princípio de Pascal: .................................................................................................. 12 TEOREMA DE BERNOUILLI ........................................................................................... 15 BOMBA HIDRÁULICA ........................................................................................................... 16 4.1. CARCAÇA ..................................................................................................................... 17 4.2. ROTOR ......................................................................................................................... 17 4.3. SELO MECÂNICO.......................................................................................................... 18 4.4. FUNCIONAMENTO....................................................................................................... 18 4.5. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL (AMT) ....................................................................... 18 4.6. RENDIMENTO DO CONJUNTO MOTOBOMBA ............................................................. 19 4.7. POTÊNCIA HIDRÁULICA ............................................................................................... 19 MOTOR ELÉTRICO................................................................................................................ 20 5.1. TIPOS ........................................................................................................................... 20 5.2. MONOFÁSICOS ............................................................................................................ 21 5.2.1. Split-phase: .......................................................................................................... 21 5.2.2. Capacitor permanente: ....................................................................................... 21 5.2.3. Capacitor de partida: ........................................................................................... 21 3 5.2.4. Dois capacitores: ................................................................................................. 21 5.3. TRIFÁSICOS .................................................................................................................. 22 5.4. VELOCIDADE DE ROTAÇÃO DO MOTOR ...................................................................... 22 6. INVERSOR DE FREQUÊNCIA ................................................................................................. 24 6.1. FUNCIONAMENTO DE INVERSOR DE FREQUÊNCIA..................................................... 25 6.2. PROCESSAMENTO (PID) .............................................................................................. 28 6.3. PARÂMETROS .............................................................................................................. 30 7. 6.3.1. Parâmetros de Leitura: ........................................................................................ 31 6.3.2. Parâmetros de Regulação: .................................................................................. 31 6.3.3. Parâmetros de Configuração:.............................................................................. 32 6.3.4. Parâmetros do Motor:......................................................................................... 32 6.3.5. Parâmetros das Funções Especiais: ..................................................................... 32 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................ 33 7.1. ESQUEMA DA INSTALAÇÃO DOS TESTES..................................................................... 33 7.3. SELEÇÃO DO CONJUNTO MOTOBOMBA ..................................................................... 37 7.4. SELEÇÃO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA ................................................................... 37 7.5. SELEÇÃO DOS PARÂMETROS ....................................................................................... 38 7.6. DEMAIS INSTRUMENTOS UTILIZADOS ........................................................................ 39 7.7. EXECUÇÃO DOS TESTES ............................................................................................... 42 8. ANÁLISE DOS DADOS EXPERIMENTAIS................................................................................ 44 8.1. TESTE #1 – BOMBA SEM INVERSOR DE FREQUÊNCIA ................................................. 44 8.2. TESTE #2 – BOMBA COM INVERSOR DE FREQUÊNCIA ................................................ 45 8.3. COMPARAÇÃO DAS DUAS CONFIGURAÇÕES DE ATUAÇÃO DA BOMBA .................... 46 9. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 48 10. APÊNDICE............................................................................................................................ 49 10.1. Memória de cálculo do NPSH ...................................................................................... 49 10.2. Relatório dos Testes .................................................................................................... 52 10.2.1. Teste da motobomba se controle do Inversor de frequência............................. 52 10.2.2. Teste da motobomba com controle do Inversor de Frequência......................... 52 10.3. Dados do motor acoplado às bombas......................................................................... 53 10.4. Dados de catálogo da bomba selecionada .................................................................. 54 11. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 56 4 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Pincípio de Pascal ........................................................................................................ 12 Figura 2 - Teorema de Stevin ...................................................................................................... 12 Figura 3 – Continuidade dos fluidos em escoamento interno .................................................... 13 Figura 4 - Teorema de Bernouilli ................................................................................................. 15 Figura 5 - Tipos de bombas ......................................................................................................... 16 Figura 6 - Partes de uma bomba ................................................................................................. 17 Figura 7 - Tipos de rotores .......................................................................................................... 17 Figura 8 - Sucção de uma bomba ................................................................................................ 18 Figura 9 - Componentes de um motor elétrico ........................................................................... 20 Figura 10 - Tipos de motores elétricos ........................................................................................ 20 Figura 11 - Diagrama de blocos de um inversor de frequência .................................................. 25 Figura 12 - Controle de um inversor de frequência .................................................................... 26 Figura 13 - Controle do motor pelos transistores ....................................................................... 27 Figura 14 - Lógica do controlador para fornecer corrente alternada ao motor ......................... 27 Figura 15 - Geração dos pulsos quadrados ................................................................................. 28 Figura 16 - Controle PID .............................................................................................................. 28 Figura 17 - Esquema da instalação de teste com controle de vazão por estrangulamento da tubulação. 1) Quadro elétrico; 2) Medidor de vazão; 3) Válvula de estrangulamento; 4) Motobomba; 5) Transdutor de pressão; 6) Manovacuômetro ................................................... 34 Figura 18 - Esquema da instalação de teste com controle de vazão por inversor de frequência. 1) Quadro elétrico; 2) Medidor de vazão; 3) Inversor de frequência; 4) Motobomba; 5) Transdutor de pressão; 6) Manovacuômetro ............................................................................. 34 Figura 19 - Motobomba CAM-W21 de 2,0cv .............................................................................. 37 Figura 20 - Quadro de comando com o inversor de frequência CFW500 ................................... 38 Figura 21 - Medidor de vazão Krohne ......................................................................................... 39 Figura 22 - Bancada de controle elétrico .................................................................................... 40 Figura 23 - Transdutor de pressão .............................................................................................. 40 Figura 24 - Manovacuômetro e mostrador de vácuo ................................................................. 41 Figura 25 - Tacômetro ................................................................................................................. 41 Figura 26 - Dados do motor utilizado nos testes ........................................................................ 53 Figura 27 - Dados técnicos da bomba (1) .................................................................................... 54 Figura 28 - Dados técnicos da bomba (2) .................................................................................... 55 5 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Conversão de unidades de pressão ............................................................................ 11 Tabela 2 - Dados da boba sem controle de inversor de frequência ........................................... 44 Tabela 3 - Dados da bomba com controle do inversor de frequência ........................................ 45 Tabela 4 - Planilha de teste da motobomba sem controle do Inversor de Frequência .............. 52 Tabela 5 - Planilha de teste da motobomba com controle do Inversor de Frequência .............. 52 6 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Variação da curva com a rotação .............................................................................. 42 Gráfico 2 - AMT e Potência da bomba sem controle do inversor de frequência ........................ 44 Gráfico 3 - AMT e Potência da bomba com controle do inversor de frequência ....................... 45 Gráfico 4 - Comparativo das curvas ............................................................................................ 46 Gráfico 5 - Economia de energia ................................................................................................. 46 7 1. INTRODUÇÃO O crescente mercado mundial de bombas industriais movimentou em 2006 cerca de US$ 30 bilhões, em 2013 está na ordem de US$ 38 bilhões e estima-se na ordem de US$ 49 bilhões em 2016. Segundo estudo da FAO (Food and Agriculture Organization) – agência das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, dentro de 20 anos por volta de dois terços da população mundial enfrentará escassez de água. Essa projeção alarmante, por outro lado, resultará num crescimento anual no mercado de bombas em torno de 5%, em função da necessidade de retirar águas de reservatórios subterrâneos cada vez mais profundos e deslocamentos mais longos entre a fonte e os principais centros consumidores. O consumo de água em processos industriais também não pode ser deixado de fora deste contexto. Estima-se que é necessário 1,44 bilhão de litros de água para produzir um dia de papel para a imprensa mundial e 9400 litros para produzir quatro pneus de automóvel. O crescimento mundial da demanda de energia e, por consequência, o aumento do seu custo nos últimos anos, tem exigido dos fabricantes de turbomáquinas uma constante evolução energética dos seus produtos. De acordo com estudos da Eletrobrás, 2,5% do consumo total de energia elétrica no Brasil, o equivalente a 9,3 bilhões de kWh/ano, é consumido por prestadores de serviços de água e esgotamento sanitário. Existem várias formas de aumentar a racionalidade no uso da energia em um sistema de bombeamento e neste trabalho será analisada a aplicação dos inversores de frequência para este fim. 1.1. OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo demonstrar, através de simulação em laboratório, a economia de energia alcançada utilizando um Inversor de Frequência para controle de vazão comparado ao método tradicional, estrangulamento da válvula na tubulação. Serão levantadas as curvas características da bomba nas duas situações e posteriormente comparadas. Com os dados de vazão, pressão, corrente e potência consumida, haverá a análise onde serão confrontados, de forma direta, o consumo de 8 energia a fim de demonstrar a eficácia do inversor de frequência como controle de vazão. 9 2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA HIDRÁULICA Inicialmente serão apresentadas algumas definições e considerações necessárias para o entendimento do estudo proposto neste trabalho. 2.1. FLUIDO O fluido é uma substância capaz de escoar e cujo volume toma a forma de seu recipiente. Quando em equilíbrio, os fluidos não suportam forças tangenciais ou cisalhantes. Todos os fluidos possuem certo grau de compressibilidade e oferecem pequenas resistências à mudança de forma. Os fluidos podem ser divididos em líquidos e gases. As principais diferenças entre eles são: a) os líquidos são praticamente incompressíveis, ao passo que os gases são compressíveis e muitas vezes devem ser assim tratados e b) os líquidos ocupam volumes definidos e tem superfícies livres ao passo que uma dada massa de gás expande-se até ocupar todas as partes do recipiente. Tais características são válidas quando nas CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão). 2.1.1. Líquido Perfeito: Será considerado como fluido de trabalho o líquido perfeito, ou seja, fluido ideal (ausência de tensões de cisalhamento entre as camadas de fluido), incompressível, perfeitamente móvel, contínuo e de propriedades homogêneas. 2.1.2. Peso Específico ( : O peso específico de uma substância é a razão entre o seu peso e o volume por ele ocupado. Onde w – Peso da substância V – Volume ocupado pela substância - Peso específico (kgf/m³; kgf/dm³; N/m³ (SI); lbf/ft³) 2.1.3. Massa Específica ( ): A massa específica de uma substância é a razão entre a sua massa e o volume por ele ocupado. 10 Onde m – Massa da substância V – Volume ocupado pela substância - Massa específica (kg/m³ (SI); kg/dm³; lb/ft³) 2.1.4. Viscosidade Dinâmica ou Absoluta (µ): Exprime a medida das forças internas de atrito do fluido e é o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade. A sua unidade no Sistema Internacional é o Pascal segundo (Pa.s). 2.2. PRESSÃO Pressão é a razão entre a força exercida e a área de aplicação desta força. Onde F – Força A – Área - Pressão Segue abaixo uma tabela com as principais unidades de pressão utilizadas. Unidade Atmosfera Atmosfera Pascal Atm Pa 5 1 1,01325×10 -6 Bar milibar ou hect opascal mmHg mH2O kgf/cm² Bar mBar / hPa mmHg mH2O kgf/cm² 1,01325 1013,25 760 10,33 -3 Pascal 9,869×10 1 10/mai 0,01 7,501×10 1,020×10 Bar mBar ou hPa mmHg 0,9869 100000 1 1000 750,1 10,2 mH2O kgf/cm² -4 100 0,001 -3 133,3 1,333×10 9,869×10 1,316×10 -2 9,678×10 0,968 9807 9,810×10 4 1,033 -4 -5 1,019×10 1,02 1 0,7501 1,020×10 -2 -3 1,333 1 1,360×10 -2 -2 9,807×10 98,06 73,56 1 0,1 0,981 981 735,8 10 1 Tabela 1 - Conversão de unidades de pressão A unidade utilizada no Sistema Internacional é Pascal (Pa) 11 10,2 13,6 2.2.1. Princípio de Pascal: “A pressão aplicada sobre um fluido contido em um recipiente fechado age igualmente em todas as direções do fluido e perpendicularmente às paredes deste recipiente.” Figura 1 - Pincípio de Pascal 2.2.2. Teorema de Stevin: “A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de cota entre os dois pontos.” Figura 2 - Teorema de Stevin 2.2.3. Pressão Absoluta (Pabs): A pressão absoluta é a pressão medida em relação ao vácuo. Todos os valores que expressam pressão absoluta são obrigatoriamente positivos. 2.2.4. Pressão Manométrica (Pman): A pressão manométrica é a pressão que excede a pressão atmosférica no local da medição, medida por um manômetro, também sendo chamada de pressão efetiva ou relativa. 12 O manômetro registra a pressão manométrica positiva enquanto o vacuômetro registra valores de pressão manométrica negativas; o manovacuômetro registra tanto pressões manométricas positivas quanto negativas. Estes instrumentos registram zero quando abertos à atmosfera, assim, tem como referência (zero da escala) a pressão atmosférica local de onde está sendo realizada a medição. 2.3. EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Considerando o escoamento em regime permanente no interior de uma tubulação, temos que a vazão volumétrica (m³/h) que entra na seção 1 é igual à vazão volumétrica que sai na seção 2. Como a vazão é o produto entre a velocidade de escoamento e a área da seção transversal da tubulação, temos que Logo Figura 3 – Continuidade dos fluidos em escoamento interno 2.4. ENERGIA A energia não pode ser criada nem destruída, mas apenas transformada, ou seja, a energia global é constante. Para a hidráulica três são as principais formas de energia: 13 2.4.1. Energia de Posição ou Geométrica (Z): Esta é a energia potencial de um fluido em um ponto definida como a altura deste ponto em relação a um determinado plano de referência. 2.4.2. Energia de pressão: É a energia de pressão em um ponto de um determinado fluido, é definida como Onde Hpr – Energia de pressão (m) P – Pressão atuante em um determinado ponto (Pa) γ – Peso específico do fluido (N/m³) 2.4.3. Energia Cinética ou de Velocidade (m): É a energia cinética de um determinado fluido em um ponto, é definida como Onde Hv – Energia cinética ou de velocidade (m) v – Velocidade de escoamento do fluido (m/s) g – Aceleração da gravidade (m/s²) A energia do fluido em determinado ponto se dá pela soma destas três energias (energia de posição, energia de pressão e energia cinética) e tem o nome de energia mecânica total (H): 14 2.5. TEOREMA DE BERNOUILLI Este teorema é um dos mais importantes da hidráulica e representa um caso particular do Princípio da Conservação de Energia. Linha Piezométrica Figura 4 - Teorema de Bernouilli A linha piezométrica é determinada pela soma das energias de cada ponto como segue. A energia de posição somada à energia de pressão e energia cinética do fluido em um ponto 1 é igual à energia de posição somada à energia de pressão e energia cinética do mesmo fluido no ponto 2. Com o estudo deste capítulo é possível entender como são traçadas as curvas características das bombas apresentadas no capítulo 6 e 7 deste trabalho. 15 4. BOMBA HIDRÁULICA Existem, hoje, inúmeros tipos de bombas hidráulicas que se dividem, basicamente, em dois grandes grupos: bombas dinâmicas (ou turbobombas) e bombas volumétricas (ou de deslocamento positivo). Segue abaixo um quadro da classificação dos principais tipos de bombas pela forma com que é fornecida energia do fluido que é transportado. PURAS OU RADIAIS CENTRÍFUGAS TIPO FRANCIS FLUXO MISTO DINÂMMICAS OU TURBOBOMBAS FLUXO AXIAL PERIFÉRICAS OU REGENERATIVAS PISTÃO BOMBAS ALTERNATIVAS ÊMBULO DIAFRAGMA VOLUMÉTRICAS OU DESLOCAMENTO POSITIVO ENGRENAGENS LÓBULOS ROTATIVAS PARAFUSOS PALHETAS DELIZANTES Figura 5 - Tipos de bombas Apesar da grande quantidade de tipos de bombas para as mais variadas aplicações, a bomba centrífuga é a mais difundida pela alta vazão e pressão considerável. Por tal motivo, o tipo de bomba abordado neste trabalho é a bomba centrífuga. 16 As bombas centrífugas são compostas basicamente por uma carcaça (ou voluta), um rotor (ou impelidor) e um selo mecânico. Carcaça (ou voluta) Selo mec Rotor (ou impelidor) Figura 6 - Partes de uma bomba 4.1. CARCAÇA A carcaça é responsável pela contenção do fluido bombeado, pela conversão da energia cinética contida no fluido em energia de pressão e pelo direcionamento do fluido para a descarga da bomba. 4.2. ROTOR Rotor é o componente giratório, dotado de pás, que tem a função de transformar a energia mecânica em energia cinética e de pressão que é transferida ao fluido. Existem basicamente três tipos de rotores: Aberto; Semi-aberto; Fechado Figura 7 - Tipos de rotores 17 4.3. SELO MECÂNICO O selo mecânico deixa a parte hidráulica totalmente estanque evitando vazamentos. Mais utilizado quedo o fluido bombeado é inflamável, tóxico, corrosivo ou quando o vazamento não é permitido. Embora os selos mecânicos possam diferir em alguns aspectos físicos, todos têm o mesmo princípio de funcionamento. As superfícies de selagem são localizadas em um plano perpendicular ao eixo e consistem de duas partes adjacentes altamente polidas, uma superfície ligada ao eixo e a outra à parte estacionária da bomba. 4.4. FUNCIONAMENTO O rotor, quando girando em alta velocidade, diminui a pressão no seu centro e a pressão atmosférica empurra a água para dentro do rotor. Ao entrar no rotor, a água é imediatamente expulsa para sua periferia pelas pás até se chocarem com a cercaça que direciona o fluxo até a descarga da bomba. Figura 8 - Sucção de uma bomba 4.5. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL (AMT) A Altura Monométrica Total é a energia que o sistema solicita para transportar o fluido do reservatório de sucção ao reservatório de descarga com uma determinada vazão. Podemos calcular a AMT da seguinte forma: 18 Onde H – AMT (m) – Pressão de descarga ou recalque (m) – Pressão de sucção (m) – Velocidade de escoamento do fluido na descarga ou recalque (m/s) – Velocidade de escoamento do fluido na sucção (m/s) – Altura do ponto de medição na descarga ou recalque (m) – Altura do ponto de medição na sucção (m) 4.6. RENDIMENTO DO CONJUNTO MOTOBOMBA O rendimento do conjunto motobomba é calculado de forma indireta. Onde – Rendimento – Potência Hidráulica (kW) – Potência Elétrica Absorvida Pelo Conjunto Motobomba (kW) A potência elétrica é um dado coletado no momento em que a motobomba está em teste e é capturado por instrumentos elétricos. 4.7. POTÊNCIA HIDRÁULICA Onde – Potência Hidráulica (kW) – Massa Específica (kg/m³) – Aceleração da gravidade (m/s²) – Vazão (m³/s) – Altura Manométrica Total (m) 19 5. MOTOR ELÉTRICO Motores são equipamentos responsáveis por transformar formas de energia. O motor elétrico transforma energia elétrica em energia mecânica. Os componentes básicos do motor elétrico são carcaça, estator e rotor, como seguem as imagens, respectivamente. Figura 9 - Componentes de um motor elétrico 5.1. TIPOS Os motores elétricos são classificados segundo a sua forma construtiva se dividindo em dois grandes grupos: Motores de corrente contínua – CC – e motores de correte alternada – AC – segundo o organograma abaixo. Figura 10 - Tipos de motores elétricos 20 Os motores mais utilizados quando se fala em acionamento hidráulico são os assíncronos do tipo gaiola de esquilo. 5.2. MONOFÁSICOS Os motores monofásicos têm por característica a presença do capacitor, exceto nos motores tipo Split-phase, baixa eficiência, baixo torque de partida e necessidade de enrolamento auxiliar para criar o campo girante, pois o enrolamento principal não consegue dar partida sozinho. 5.2.1. Split-phase: Sem capacitor e com enrolamento auxiliar necessário para aumentar o torque de partida, sendo o mesmo desligado pelo mecanismo composto de centrífugo e platinado quando a rotação atingir 85% da nominal. Utilizado em potência de até 1,0 CV e com torque de partida igual ao torque nominal. 5.2.2. Capacitor permanente: Presença de capacitor permanente sempre ligado à rede e ao enrolamento auxiliar sem a presença de platinado ou centrífugo. Comumente utilizado até 1,0 CV podendo chegar a 3,0 CV, com torque de partida entre 0,4 e 1,0 vez o torque nominal. Permite reversão imediata. 5.2.3. Capacitor de partida: Presença de capacitor de partida ligado ao enrolamento auxiliar sendo o mesmo desligado pelo mecanismo composto de centrífugo e platinado quando a rotação atingir 85% da nominal. Torque de partida de 2,0 a 3,5 vezes o torque nominal não permitindo reversão imediata. Utilizado até 3,0 CV, limitado a 10 partidas/hora para que haja o equilíbrio térmico do capacitor. 5.2.4. Dois capacitores: Por ter os dois capacitores presentes, suas características são uma mistura dos atributos de cada um deles como torque de partida de 2, a 3,5 vezes o torque nominal, limitado a 10 partidas/hora, utilizado em potências acima de 1,0 CV. O capacitor de partida é desligado pelo centrífugo e platinado quando a rotação do eixo atingir 85% da nominal permanecendo o capacitor permanente ligado à rede. 21 5.3. TRIFÁSICOS Os motores trifásicos têm por característica a sua alta eficiência, alto torque de partida sem a necessidade de capacitores ou enrolamento auxiliar ficando menos susceptíveis a problemas, pois com menos mecanismos, menor é o desgaste e a possível manutenção. Utilizado em uma gama grande de potências. É menor que os motores monofásicos com a mesma potência acarretando um custo mais baixo. 5.4. VELOCIDADE DE ROTAÇÃO DO MOTOR Os motores síncronos têm este nome devido ao rotor do motor acompanhar o campo eletromagnético girante gerado pelo estator, ou seja, ficam em sincronia mantendo o torque independentemente da carga movimentada. A velocidade desenvolvida pelo motor síncrono depende de dois fatores: Número de polos e Frequência de alimentação. Conseguimos notar tal influência quando mostrado matematicamente pela seguinte fórmula: Onde N – Velocidade do motor (RPM) f – Frequência de alimentação do motor (Hz) P – Número de polos do motor Os motores assíncronos têm este nome devido ao rotor do motor não acompanhar o campo eletromagnético girante do estator, havendo uma defasagem entre os dois, chamado escorregamento. Têm a sua velocidade dependente da carga movimentada e varia de 3% a 5% da velocidade do motor síncrono. Quanto maior é a potência do motor, menor é o escorregamento. Com isto, o motor de 2 polos tem a rotação nominal de 3500 rpm enquanto que o de 4 polos tem a metade desta rotação nominal, 1750 rpm. Com relação às bombas, uma hidráulica instalada num motor 4 polos fornece uma menor vazão e menor pressão quando comparado à mesma hidráulica instalada num motor 2 polos, porém desenvolve um torque maior, devido à Lei de Semelhança de bombas que relaciona a velocidade com a vazão, pressão e potência como segue abaixo. 22 √ √ Onde: N - Velocidade Q - Vazão H - Pressão Pot - Potência Com isto entendemos melhor a relação da velocidade do motor e a curva característica da bomba ao analisarmos os dois testes nos capítulos seguintes. 23 6. INVERSOR DE FREQUÊNCIA O Inversor de Frequência é um dispositivo de controle da velocidade e torque de um motor de corrente alternada por um comando eletrônico. Este equipamento tem sido bastante utilizado nas mais variadas áreas como elevadores, máquinas-ferramenta, bombas, tração mecânica, etc. O Inversor de Frequência possui internamente um controlador proporcional integral derivativo (PID) o qual permite que o equipamento seja programado para acionar o motor de forma controlada mantendo a variável de processo sempre estável e foram desenvolvidos para trabalhar com motores de corrente alternada (ca). Ele é um dos principais dispositivos de automação industrial e a sua evolução tem contribuído para a otimização das plantas fabris tanto nos processos ditos contínuos como nas manufaturas. A razão para tal é a facilidade de utilização de motores de corrente alternada visto que é nesta forma que a energia é distribuída. Pode-se resumir as vantagens do uso de inversores no acionamento de motores de corrente alternada em cinco grupos: 1) OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO: O inversor contribui para a redução das taxas de rejeição (perdas) e consumo de material na produção; 2) SUAVIZAÇÃO DE OPERAÇÃO DE MÁQUINAS: O número de partidas e paradas bruscas é sensivelmente reduzido. Através de rampas de aceleração e frenagem o impacto direto sobre os componentes mecânicos é minimizado, o que aumenta a vida útil do equipamento; 3) MENOR MANUNTENÇÃO: Toda a tecnologia em corrente alternada dispensa manutenção preventiva. Como não há comutação entre escovas e coletor, típicas de motores de corrente contínua, a vida útil é maior; 4) ECONOMIA DE ENERGIA: O inversor economiza energia elétrica. Dois clássicos exemplos são bombas e ventiladores em que o consumo é reduzido ao cubo. Um motor deste tipo, quando ligado a um inversor a meia velocidade, gasta apenas 12,5% do que consumiria se estivesse ligado diretamente à rede elétrica. 24 5) MELHORA NAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS: A redução do ruído é uma vantagem do inversor em relação aos sistemas mecânicos de variação de velocidade. 6.1. FUNCIONAMENTO DE INVERSOR DE FREQUÊNCIA Conforme foi visto no capítulo anterior, a velocidade de rotação de um motor de corrente alternada depende da frequência da sua alimentação. Quanto maior for a frequência maior será a rotação e vice-versa, considerando que o número de polos seja constante. Onde N – Velocidade do motor (RPM) F – Frequência de alimentação do motor (Hz) P – Números de polos do motor Tendo o número de polos do motor fixo (determinado na sua construção), variando a frequência de alimentação muda proporcionalmente a velocidade de rotação. De forma aproximada, pode-se dizer que o inversor de frequência é uma fonte de tensão alternada de frequência variável. Por isso o nome, “Inversor de Frequência”. Apesar de cada fabricante utilizar sua própria tecnologia, o diagrama de blocos ilustrado abaixo descreve bem grande parte dos Inversores encontrados no mercado. Figura 11 - Diagrama de blocos de um inversor de frequência 25 De acordo com a figura 10, o Inversor de Frequência pode ser dividido em quatro partes principais: 1) CPU – Central Processing Unit (Unidade Central de Processamento): Pode ser formada por um microprocessador ou um microcontrolador. Isto depende apenas do fabricante. De qualquer forma, é neste bloco que todas as informações (parâmetros e dados do sistema) estão armazenadas, visto que uma memória está integrada a este conjunto. 2) IHM – Interface Homem Máquina: É através deste dispositivo que se pode visualizar o que ocorre com o Inversor de Frequência e parametrizá-lo de acordo com a aplicação. 3) Interface: É composta por entradas digitais e analógicas, que podem ser utilizadas para receber ou fornecer sinais de comando ao Inversor de Frequência. É neste bloco que ocorre a comunicação externa ao dispositivo. 4) Bloco de Potência: É constituído de um circuito retificador capaz de transformar a corrente alternada que entra no Inversor de Frequência em corrente contínua e posteriormente em corrente alternada novamente com a frequência controlada. A interação do bloco CPU responsável pelo controle do dispositivo com o bloco de Potência é detalhada abaixo por se tratar das partes principais do Inversor de Frequência. Figura 12 - Controle de um inversor de frequência A primeira etapa do circuito é formada por uma ponte retificadora trifásica e dois capacitores de filtro. Este circuito forma uma fonte DC (corrente contínua) 26 simétrica, pois há um ponto de terra como referência. Têm-se uma tensão contínua +V/2 e uma tensão contínua –V/2 em relação ao terra, formando o “Barramento DC”. O barramento DC alimenta a segunda etapa constituída de seis transistores (do tipo IGBT) e, com uma lógica de controle (terceira etapa) “liga e desliga” os transistores de modo a alternarem o sentido de corrente da circula pelo motor. Para facilitar a explicação, será utilizado um modelo monofásico onde são quatro os transistores IGBT’s controlados que alternam o sentido da corrente no motor. Figura 13 - Controle do motor pelos transistores O circuito lógico de controle faz a alternância entre duas configurações: 1ª – Transistores T1e T4 fechados e T2 e T3 abertos forçando a passagem da corrente pelo motor em um determinado sentido; 2ª – Transistores T2 e T3 fechados e T1 e T4 abertos forçando a passagem da corrente no outro sentido. Figura 14 - Lógica do controlador para fornecer corrente alternada ao motor É na frequência com que ocorre esta alternância que o Inversor de Frequência atua. Como os transistores funcionam como chaves liga/desliga, a forma da onda de tensão de saída do inversor é sempre quadrada como é notado na imagem a seguir. 27 Figura 15 - Geração dos pulsos quadrados 6.2. PROCESSAMENTO (PID) Apresentar um processo de parametrização que sirva em todos os Inversores de Frequência não é possível, pois o endereço dos parâmetros e a sua lógica de programação mudam conforme o fabricante, assim como uma nova versão do mesmo produto. Sendo assim, será apresentado apenas o procedimento lógico de como ocorre o controle internamente. O procedimento consiste em fazer com que o Inversor de Frequência opere em malha fechada, ou seja, possuir um valor de referência programado pelo usuário, receber um sinal de realimentação do sensor de medição da variável de processo e possuir um sistema de controle de modo a manter a variável do processo no valor desejado, como mostrado na figura 16. Este controle é realizado pelo controlador PID que atua sobre o erro do sistema (diferença entre dois sinais de referência e realimentação), de forma a mantê-lo próximo do zero, o que se efetiva indiretamente pela variação da frequência de operação do Inversor de Frequência. Figura 16 - Controle PID 28 A fórmula do controle PID é dada por: ( ( ∫ ( ( Onde u(t) – Saída em relação ao tempo e(t) – Entrada menos o erro em relação ao tempo Kp – Constante proporcional Ki – Constante integral Kd – Constante derivativa Para a aplicação estudada neste trabalho, a variável de processo é a pressão na descarga do sistema de bombeamento. Ao contrário do sinal de referência, onde existe um parâmetro para selecionar o seu valor, o sinal de realimentação é proveniente de um sensor que monitora o comportamento do sistema, o qual fornece um sinal analógico de corrente entre 4 e 20 mA em corrente contínua, que para o Inversor de Frequência equivale à faixa de 0 a 100% do funcho de escala do transdutor de pressão. Este sinal de realimentação deve ser conectado a uma das entradas analógicas do Inversor de Frequência, o qual deve ser habilitado para receber o sinal de corrente. Além deste parâmetro, é importante a seleção das rampas de aceleração e desaceleração, com o objetivo de não sobrecarregar a tubulação do sistema com o aumento repentino da pressão caso a bomba fosse acionada instantaneamente. Estas rampas são controladas segundo a sintonia de cada um dos parâmetros do PID (ganho proporcional Kp, tempo integral Ti e tempo derivativo Td). Esses controladores PID calculam um erro entre o valor medido na saída e o valor desejado no processo. Assim o controlador tenta diminuir o erro que foi gerado pela saída, ajustando suas entradas. FUNÇÃO PROPORCIONAL [ ( ] Essa função do controlador PID produz um valor na saída proporcional ao erro obtido na Realimentação. A resposta proporcional pode ser ajustada a partir da 29 constante de ganho Kp. Quanto maior a constante Kp, maior será o ganho do erro e mais instável será o sistema. Mas se a constante Kp for muito pequeno, menor será o seu tempo de resposta. FUNÇÃO INTEGRAL [ ∫ ( ] A função integral soma todos os erros instantâneos e a somatória é multiplicada pela constante Ki. A função integral do controlador PID acelera o movimento do processo até o ponto desejado e elimina o erro que ocorre na função anterior. Como a função soma dados instantâneos, o resultado do processo pode ultrapassar o ponto desejado. Essa consequência se chama "overshoot". FUNÇÃO DERIVATIVA [ ( ] A função derivativa retarda a taxa de variação de saída do controlador. Essa função diminui o "overshoot" da função anterior e melhora a estabilidade do controlador. Por outro lado, a função derivativa causa um retardo na resposta e é muito suscetível aos ruídos. Isto acontece porque essa função amplifica o ruído e caso o ruído e o ganho Kd forem muito grandes, podem causar instabilidade no controlador. 6.3. PARÂMETROS Um Inversor de Frequência é projetado para operar em diversas aplicações, desde um elevador até uma máquina operatriz. Seu desempenho deve se adequar à necessidade, e isto é feito pela sua parametrização. Isto só é conseguido através da parametrização do Inversor de Frequência, ou seja, configurando o inversor para que o motor se comporte de forma controlada e previsível, ajustada para determinada aplicação. É através destes parâmetros que o controlador PID processa as informações provenientes dos sensores domina o funcionamento do motor. Os parâmetros são divididos em blocos, para facilitar a programação pelo usuário. - Parâmetros de leitura; - Parâmetros de regulação; - Parâmetros de configuração; - Parâmetros de motor; - Parâmetros de funções especiais. 30 6.3.1. Parâmetros de Leitura: Os parâmetros de leitura, como o nome indica, permitem a visualização dos valores programados nos parâmetros de regulação, de configuração, do motor e de funções especiais. Estes parâmetros não permitem a edições dos valores programados, somente a sua visualização. Seguem alguns exemplos. P0001 – Referência de velocidade. Valor de referência de velocidade antes da rampa. P0002 – Velocidade do motor. Indica o valor da velocidade real do motor, em RPM. P0003 – Corrente do motor. Indica a corrente de saída do inversor, em amperes. P0005 – Frequência aplicada ao motor. Valor de referência de saída do inversor, em Hz. P0009 – Torque do motor. Indica a parcela da corrente atual que é proporcional ao torque, em %. 6.3.2. Parâmetros de Regulação: São parâmetros ajustáveis a serem utilizados pelas funções do inversor. Seguem alguns exemplos. P0100 e P0101 – Tempo de aceleração e desaceleração, respectivamente. Definem os tempos para acelerar linearmente de 0 até a velocidade máxima, ou desacelerar linearmente da velocidade máxima até 0. Estes tempos suavizam ou intensificam a rampa de aceleração/desaceleração. Quanto maior é o tempo configurado, melhor é para o sistema pois minimiza os golpes na tubulação, quando se trata de acionamento com bombas. P0133 e P0134 – Referência de velocidade mínima e máxima, respectivamente. Define os valores máximo/mínimo de velocidade na saída quando o inversor é habilitado. 31 6.3.3. Parâmetros de Configuração: Definem as características do inversor, as funções a serem executadas bem como as funções das entradas e saídas. - Frenagens; - Rampas de desaceleração; - Injeção de corrente contínua; - Partida com motor girando; - Compensação de escorregamento; - Etc. 6.3.4. Parâmetros do Motor: Estes parâmetros caracterizam o motor que será controlado pelo inversor de frequência para que as proteções internas possam proteger o motor, como proteção contra sobrecorrente. P0400 – Tensão nominal do motor; P0401 – Corrente nominal do motor; P0402 – Velocidade nominal do motor; P0403 – Frequência nominal do motor; P0404 – Potência nominal do motor; P0405 – Fator de potência do motor. 6.3.5. Parâmetros das Funções Especiais: Inclui os parâmetros relacionados ao ciclo automático, regulador PID e regulador de velocidade. Os parâmetros deste bloco são modificados apenas por pessoas capacitadas. A partir da leitura deste capítulo conseguimos entender como o inversor de frequência interpreta a informação enviada do transdutor de pressão e controla a velocidade do motor. 32 7. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Neste capítulo será detalhado o procedimento para realização dos testes na bancada do laboratório com as duas configurações: a) Motobomba ligada diretamente em 60Hz (utilizada como referência) e b) Motobomba acionada por um Inversor de Frequência. Inicialmente foi tomada a curva da motobomba com rotação referente a 60Hz para usar como base de comparação com a curva com rotação reduzida. A tomada dos pontos de trabalho é feita através do estrangulamento da descarga da bomba ou pela variação da rotação do motor. Para que fossem realizados os experimentos a fim de obter os dados para análise neste trabalho foram selecionados alguns equipamentos e configurações específicos que serão detalhados neste capítulo. 7.1. ESQUEMA DA INSTALAÇÃO DOS TESTES Os testes foram realizados com a motobomba acima do reservatório d’água com o seu recalque retornando para o mesmo tanque como o esquema abaixo demonstra. Os testes foram realizados de forma similar, com um transdutor manovacuômetro realizando a leitura da pressão de sucção, um transdutor de pressão realizando a leitura da pressão de recalque, um medidor de vazão e o quadro elétrico que realiza a leitura dos dados elétricos como corrente e potência consumida. O que difere os dois testes é o tipo de controle de vazão e o acionamento elétrico. No controle de vazão por estrangulamento da tubulação a motobomba é acionada diretamente pelo quadro elétrico que a alimenta com corrente alternada a 60 Hz constantemente. No controle de vazão por inversor de frequência, a motobomba é acionada pelo inversor de frequência que é alimentado pelo quadro elétrico. 33 Figura 17 - Esquema da instalação de teste com controle de vazão por estrangulamento da tubulação. 1) Quadro elétrico; 2) Medidor de vazão; 3) Válvula de estrangulamento; 4) Motobomba; 5) Transdutor de pressão; 6) Manovacuômetro Figura 18 - Esquema da instalação de teste com controle de vazão por inversor de frequência. 1) Quadro elétrico; 2) Medidor de vazão; 3) Inversor de frequência; 4) Motobomba; 5) Transdutor de pressão; 6) Manovacuômetro 34 7.2. RELAÇÃO DAS VARIÁVEIS MEDIDAS Para tomada da curva característica da bomba e da curva de consumo energético foram medidos os dados hidráulicos e elétricos como segue: Vazão: Q Q [m³/h] – Vazão medida no dispositivo através da aquisição de dados. Altura Manométrica Total: H ( ) Onde H [m] – Altura total de elevação; ( [m] – Pressão no transdutor na saída da bomba; ( [m] – Pressão no manovacuômetro na entrada da bomba; [m/s] – Velocidade de escoamento na saída da bomba; [m/s] – Velocidade de escoamento na entrada da bomba; 35 [m] – Diâmetro interno na posição 1; [m] – Diâmetro interno na posição 2. [m] – Altura entre o eixo da bomba e a lâmina d’água; [m] – Altura entre o ponto de medida de recalque e a lâmina d’água Segue uma tabela com os valores dos diâmetros e as alturas em relação à lâmina d’água: Diâmetro interno (D) Altura com relação à lâmina d’água (Z) Sucção (1) Recalque (2) 0,0635 m 0,0508 m 0,4 m 1,4 m Corrente: I I [A] – Corrente absorvida pelo conjunto motobomba no caso do controle de vazão pelo estrangulamento da tubulação; e corrente absorvida pelo conjunto motobomba e inversor de frequência no caso de controle de vazão pelo mesmo. Potência: Pot Pot [W] – Potência absorvida pelo conjunto motobomba no caso do controle de vazão pelo estrangulamento da tubulação; e potência absorvida pelo conjunto motobomba e inversor de frequência no caso de controle de vazão pelo mesmo. Os dados elétricos foram registrados automaticamente pelo quadro elétrico. NPSHreq: O NPSH requerido é a diferença da pressão atmosférica local e a altura máxima de sucção. A altura máxima de sucção da motobomba é calculada através de alguns fatores como pressão de vapor da água, perda de carga, etc. E estes dependem de alguns outros como será descrito abaixo. Onde – Pressão atmosférica local [mca]; – Altura de sucção máxima [mca]. 36 A memória de cálculo do NPSHreq está no apêndice A. Rotação: N N [RPM] – Rotação do motor. Esta rotação é registrada para que seja normalizada a curva característica da bomba para 3500 rpm ou 1750 para motores de 2 ou 4 polos respectivamente. 7.3. SELEÇÃO DO CONJUNTO MOTOBOMBA Para seleção da motobomba, levei em consideração as características de motobombas largamente utilizadas no mercado que é centrífuga de simples estágio com rotor do tipo fechado. Com relação à bomba propriamente dita, tomei como base uma que tivesse a curva característica mais longa, onde eu pudesse alterar a vazão com mais facilidade sem modificar tanto a altura da bomba. Com isto, o modelo da bomba é CAM-W21 da fabricante DANCOR S.A. com a sucção de 2,5 polegadas e descarga de 2,0 polegadas, flangeadas com o objetivo de facilitar a montagem. No apêndice consta maiores detalhes desta motobomba como curva de seleção, tabela de seleção, dimensionais, etc. Figura 19 - Motobomba CAM-W21 de 2,0cv O motor utilizado é de 2,0cv com corrente máxima de 6,0A da fabricante WEG. 7.4. SELEÇÃO DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA O Inversor de Frequência utilizado é o modelo CFW500 com programação e interface computacional voltada para a aplicação multibombas. 37 Figura 20 - Quadro de comando com o inversor de frequência CFW500 7.5. SELEÇÃO DOS PARÂMETROS Para fazer a seleção dos parâmetros a serem configurados no Inversor de Frequência, foi tomada como base a pressão de 2,0 bar. Segue a parametrização do Inversor de Frequência. Aqui serão apresentados os principais parâmetros configurados, no entanto constará no apêndice a parametrização completa. P0100 – Tempo de aceleração (s) Tempo da rampa de aceleração linear; Valor configurado: 2,0 P0101 – Tempo de desaceleração (s) Tempo da rampa de desaceleração linear quando o motor for desligado; Valor configurado: 2,0 P0133 – Limite de referência de Velocidade Mínima (Hz) Frequência mínima desejada para o motor; Valor configurado: 40,0 P0134 – Limite de Referência de Velocidade Máxima (Hz) Frequência máxima desejada para o motor; Valor configurado: 60,0 38 P1011 – Setpoint para controle de pressão de saída (bar) Setpoint de pressão de controle; Valor configurado: 2,0 P1028 – Escala do sensor da variável de controle Fundo de escala do sensor de pressão utilizado; Valor configurado: 10 P1033 – Ação do controle PID Definição da ação do controlador PID (Direto (0) ou Inverso (1)) Valor configurado: 0 P1034 – Ganho Proporcional do PID Valor configurado: 4 P1035 – Ganho Integral do PID Valor configurado: 35 P1036 – Ganho Derivativo do PID Valor configurado: 0 Os valores dos parâmetros P1034, P1035 e P1036 foram configurados de forma empírica, ou seja, na tentativa e erro, até que o sistema permanecesse estável. 7.6. DEMAIS INSTRUMENTOS UTILIZADOS - Medidor de vazão: Medidor de vazão KROHNE IFC 010 D com medição máxima de 40m³/h. Figura 21 - Medidor de vazão Krohne 39 - Bancada de Medição Elétrica (Quadro elétrico) Esta bancada é o local onde são medidos os parâmetros elétricos (tensão, corrente, potência, etc.) através do multimedidor KRON MKM-D. Também contém o display NOVUS N480-I de temperatura da água e de pressão no transdutor. Figura 22 - Bancada de controle elétrico - Transdutor de Pressão e Manovacuômetro O transdutor de pressão é da fabricante Tecnotron com medição de 0 a 10bar. Figura 23 - Transdutor de pressão 40 O transdutor manovacuômetro é fabricado pela Wika com medição de -1 a 1 bar. Figura 24 - Manovacuômetro e mostrador de vácuo - Tacômetro Tacômetro de contato Minipa MDT-2245A com leitura de 0 a 9999 rpm. Figura 25 - Tacômetro 41 7.7. EXECUÇÃO DOS TESTES De forma geral, os testes foram realizados da seguinte forma: - Acionamento da bomba; - Espera até a estabilização do sistema (vazão e pressão); - Tomada dos dados elétricos e hidráulicos no ponto de maior vazão (H = 0mca); - Estrangulamento da descarga; - Repetição do ciclo estrangulando a descarga até Shut off da bomba (vazão = zero). Na tomada da curva da bomba controlada pelo inversor de frequência há a parametrização do inversor antes do acionamento da bomba. Como visto nas seções anteriores, a curva da bomba sofre mudanças drásticas com a simples alteração da rotação do motor a ela acoplada. O Inversor de Frequência controla a pressão do sistema através da manipulação da rotação do motor por meio da mudança da frequência de alimentação do mesmo. Sendo assim, a figura que segue é a exemplificação do que ocorre com a curva. AMT (mca) 30 25 20 15 10 3500 rpm (60Hz) 3300 rpm (55Hz) 3250 rpm (54Hz) 3200 rpm (53Hz) 3050 rpm (50Hz) 5 0 0 5 10 15 Vazão (m³/h) 20 25 30 Gráfico 1 - Variação da curva com a rotação Para cada rotação diferente da bomba há uma curva que a especifique e seguem sempre a lei de semelhança de bombas que relaciona a vazão, pressão e potência à sua rotação. 42 Nos pontos de atuação do Inversor de Frequência a fim de manter a pressão do sistema constante, há a mudança da rotação do motor fazendo com que sejam tomados os pontos de curvas paralelas à da bomba, porém com rotações inferiores. Os testes foram realizados da seguinte forma: 1º) Foram capturados os dados da bomba CAM-W21 sem a utilização do Inversor de Frequência e plotada a sua curva característica, assim como as curvas de potência consumida e rendimento do conjunto motobomba; 2º) Foram capturados os dados da bomba CAM-W21 com a utilização do Inversor de Frequência, assim como as curvas de potência consumida e rendimento do arranjo de motobombas; 43 8. ANÁLISE DOS DADOS EXPERIMENTAIS Neste capítulo serão apresentados os dados coletados nos dois testes e as suas análises. Os dados detalhados dos testes se encontram no apêndice deste trabalho. 8.1. TESTE #1 – BOMBA SEM INVERSOR DE FREQUÊNCIA Neste teste foram coletados todos os pontos do funcionamento da bomba CAM-W21 sem o controle do Inversor de Frequência para plotagem da curva característica da bomba e os dados elétricos do mesmo para futura comparação. 1 2 3 4 5 6 7 Q - Vazão(m /h) 26,99 24,67 21,92 19,24 15,75 11,12 0,00 AMT (mca) 7,8 10,1 12,9 15,5 18,2 20,9 24,5 POTÊNCIA (kW) 2,71 2,65 2,52 2,41 2,24 1,95 1,19 PONTO DE TESTE 3 Tabela 2 - Dados da boba sem controle de inversor de frequência AMT e Potência AMT (mca) Potência (kW) 30 2,8 2,6 25 2,4 20 2,2 2,0 15 1,8 10 1,6 1,4 5 1,2 0 1,0 0 5 10 15 20 25 30 Vazão (m³/h) Gráfico 2 - AMT e Potência da bomba sem controle do inversor de frequência 44 8.2. TESTE #2 – BOMBA COM INVERSOR DE FREQUÊNCIA Neste teste foram coletados todos os pontos do funcionamento da bomba CAM-W21 com o controle do Inversor de Frequência para plotagem da curva característica da bomba e os dados elétricos do mesmo para futura comparação. PONTO DE TESTE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Q - Vazão(m /h) 27,15 24,31 21,60 18,81 15,35 13,54 10,15 8,74 7,27 5,56 4,07 0,00 AMT (mca) 8,1 10,7 13,5 16,1 18,8 19,7 19,6 19,5 19,6 19,6 19,6 19,6 POTÊNCIA (kW) 2,74 2,63 2,53 2,40 2,21 2,08 1,71 1,57 1,43 1,30 1,17 0,93 3 Tabela 3 - Dados da bomba com controle do inversor de frequência AMT e Potência AMT (mca) Potência (kW) 25 3,0 2,5 20 2,0 15 1,5 10 1,0 5 0,5 0 0,0 0 5 10 15 20 25 30 Vazão (m³/h) Gráfico 3 - AMT e Potência da bomba com controle do inversor de frequência Nos pontos formadores da reta horizontal, nota-se que o Inversor de Frequência controla a rotação da motobomba fazendo com que a pressão se mantenha constante apesar da variação da vazão. 45 8.3. COMPARAÇÃO DAS DUAS CONFIGURAÇÕES DE ATUAÇÃO DA BOMBA Comparativo AMT(mca) Potência (kW) 3,0 30 25 2,5 20 2,0 15 1,5 AMT - Sem inversor 10 1,0 AMT - Com inversor Pot. Sem inversor 5 0,5 Pot. Com inversor 0 0,0 0 5 10 15 Vazão (m³/h) 20 25 30 Gráfico 4 - Comparativo das curvas Nota-se que o consumo elétrico da motobomba que é ligada ao Inversor de Frequência é menor enquanto a vazão requerida estiver abaixo de 13 m³/h, ou seja, enquanto a frequência do motor estiver abaixo de 60 Hz como mostrado no gráfico abaixo. 25,0% 21,8% 21,0% 17,9% 15,8% 20,0% Economia (%) 15,0% 12,6% 9,3% 10,0% 5,0% 0,3% -1,2% 0,0% -2,1% -2,7% -3,2% -4,9% -5,0% -10,0% 0 5 10 15 20 25 30 Vazão (m³/h) Gráfico 5 - Economia de energia 46 Com isto conseguimos uma economia de aproximadamente 21% na utilização do inversor de frequência para controle de vazão. O consumo é maior a partir de 13 m³/h em decorrência do consumo energético do inversor de frequência para realizar o chaveamento. 47 9. CONCLUSÃO Com a exigência da sociedade por menor consumo de energia, a busca para tal objetivo se faz mais que necessária, e sim obrigatória. Os testes comprovaram claramente a proposta deste trabalho que é demonstrar, através de medições em laboratório, a diminuição do consumo de energia e as limitações dos motores quando acionados através de Inversores de Frequência e operando em capacidade reduzida. A economia chegou próximo de 21% em relação ao controle tradicional da vazão que se dá pelo estrangulamento da tubulação. Para a simulação realizada, foi claramente vantajosa a utilização do inversor de frequência em substituição do método tradicional. Porém, o percentual de economia varia conforme a característica da carga e, por isto, cada situação deve ser analisada criteriosamente para definir se a instalação deste tipo de equipamento é economicamente viável. A aplicação do inversor de frequência para controle de vazão é economicamente viável quando há um superdimensionamento da motobomba e para sistemas onde a vazão requerida não seja fixa. Há a possibilidade de estudos futuros para o controle de mais de uma bomba, simultaneamente, pelo inversor de frequência e o controle para frequências de alimentação do motor maiores que 60 Hz. 48 10. APÊNDICE 10.1. Memória de cálculo do NPSH - Viscosidade ( ) - [ ⁄ ] ( ) Onde – Temperatura da água [K] - Densidade (ρ) - [ ⁄ ] Onde – Temperatura da água [°C] - Pressão de Vapor da Água ( )-[ ⁄ ] A equação foi gerada a partir da curva gerada pelos pontos da tabela de pressão de vapor da água que segue. 49 Após a tomada da curva de pressão de vapor da água, fez-se a curva de tendência com um polinômio de quinto grau que representou com fidelidade a curva de pressão de vapor. Onde – Temperatura da água [°C] - Número de Reynolds ( ) Onde – Densidade [ ⁄ ]; – Velocidade da água na sucção da bomba [m/s]; – Diâmetro de sucção da bomba [m]; – Viscosidade [ ⁄ ]. ) – [m] - Perda de Carga ( Onde – Fator de atrito; – Comprimento equivalente da tubulação [m]; – Velocidade da água na sucção da bomba [m/s]; – Diâmetro da sucção da bomba [m]. - Fator de atrito ( ) √ * ( )+ Onde 50 – Fator de entrada na tubulação; – Diâmetro da sucção da bomba [m]; – Número de Reynolds; - Altura máxima de sucção ( ) – [m] [ [ ( ]] Onde – Pressão atmosférica [mca]; – Pressão de vapor da água [mca]; – Pressão de sucção [mca]; – Densidade [ ⁄ ]; – Perda de carga [m]. - Altura máxima de sucção ( ) – [m] A pressão atmosférica varia com a altitude segundo a tabela: Como a pressão atmosférica varia pouco com a altitude, estou considerando que a pressão atmosférica, ao nível do mar, é de 10 mca. 51 10.2. Relatório dos Testes 10.2.1. Teste da motobomba se controle do Inversor de frequência PONTO DE TESTE 3 1 2 3 4 5 6 7 Q - Vazão(m /h) 26,99 24,67 21,92 19,24 15,75 11,12 0,00 P2 - Descarga (mca) 5,42 8,03 11,13 14,02 17,01 20,03 23,90 P1 - Sucção (mca) -1,63 -1,39 -1,17 -0,95 -0,71 -0,47 -0,27 v2/2g 0,41 0,34 0,27 0,21 0,14 0,07 0,00 AMT (mca) 8,5 10,8 13,6 16,2 18,9 21,6 25,2 AMPERAGEM (A) 9,37 10,02 9,31 8,91 8,36 7,33 4,83 FASE 1 9,89 10,54 9,73 9,45 9,00 7,81 5,41 FASE 2 9,24 9,91 9,22 8,66 8,29 7,32 4,72 FASE 3 8,96 9,60 8,96 8,62 7,79 6,87 4,35 POTÊNCIA 2,71 2,65 2,52 2,41 2,24 1,95 1,19 FASE 1 0,97 0,92 0,88 0,85 0,81 0,70 0,45 FASE 2 0,89 0,89 0,85 0,79 0,75 0,66 0,39 FASE 3 0,85 0,84 0,79 0,77 0,68 0,60 0,35 NPSH 1,93 1,61 1,31 1,02 0,70 0,38 0,10 RPM BOMBA 3270 3315 3316 3308 3323 3390 3463 8 9 10 11 12 Tabela 4 - Planilha de teste da motobomba sem controle do Inversor de Frequência 10.2.2. Teste da motobomba com controle do Inversor de Frequência PONTO DE TESTE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Q - Vazão(m3/h) 27,15 24,31 21,60 18,81 15,35 13,54 10,15 8,74 7,27 5,56 4,07 0,00 P2 - Descarga (mca) 5,01 8,01 11,08 14,03 17,03 18,00 18,10 18,15 18,20 18,25 18,28 18,31 P1 - Sucção (mca) -1,65 -1,37 -1,15 -0,88 -0,68 -0,59 -0,43 -0,35 -0,35 -0,31 -0,29 -0,28 2 v /2g 0,42 0,33 0,26 0,20 0,13 0,10 0,06 0,04 0,03 0,02 0,01 0,00 AMT (mca) 8,1 10,7 13,5 16,1 18,8 19,7 19,6 19,5 19,6 19,6 19,6 19,6 AMPERAGEM (A) 10,34 9,91 9,67 8,98 8,64 8,02 6,69 6,39 5,89 5,50 5,11 4,28 FASE 1 11,09 10,76 10,56 9,68 9,44 8,85 7,44 7,33 6,82 6,43 6,10 5,25 FASE 2 10,38 10,00 9,68 8,93 8,55 7,91 6,67 6,30 5,87 5,56 5,25 4,49 FASE 3 9,54 8,98 8,77 8,31 7,93 7,28 5,96 5,55 4,97 4,51 3,98 3,10 POTÊNCIA 2,74 2,63 2,53 2,40 2,21 2,08 1,71 1,57 1,43 1,30 1,17 0,93 FASE 1 0,97 0,95 0,92 0,86 0,80 0,77 0,63 0,61 0,56 0,52 0,49 0,41 FASE 2 0,93 0,89 0,85 0,81 0,74 0,69 0,57 0,51 0,47 0,43 0,39 0,31 FASE 3 0,84 0,79 0,75 0,73 0,67 0,62 0,50 0,45 0,39 0,34 0,30 0,22 NPSH 2,08 1,71 1,41 1,07 0,79 0,67 0,46 0,36 0,35 0,29 0,26 0,24 RPM BOMBA 3324 3325 3336 3349 3367 3368 3274 3243 3204 3190 3182 3115 Tabela 5 - Planilha de teste da motobomba com controle do Inversor de Frequência 52 10.3. Dados do motor acoplado às bombas Figura 26 - Dados do motor utilizado nos testes 53 10.4. Dados de catálogo da bomba selecionada Figura 27 - Dados técnicos da bomba (1) 54 Figura 28 - Dados técnicos da bomba (2) 55 11. BIBLIOGRAFIA [1] FOX, Robert W. Introdução à mecânica dos fluidos. 7ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010. [2] PFLEIDERER, Carl. Máquinas de fluxo. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979. [3] MATTOS, Edson E. Bombas industriais. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Interciância, 1998. [4] MACINTYRE, Archibald, J. Bombas e instalações de bombeamento. 2ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. [5] SOUZA, Zulci. Projetos de máquinas de fluxo: Tomo II, bombas hidráulicas com rotores radiais e axiais. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Acta, 2011. [6] CAPELLI, Alexandre. Automação industrial: controle do movimento e processos contínuos. 2ª Ed. São Paulo: Érica, 2008. 56