Nestor Agostini [email protected] SISTEMAS PNEUMÁTICOS INDUSTRIAIS Rio do Sul 2008 1 1. Introdução: Desenvolvimento da Técnica do ar comprimido e propriedades dos gases O ar comprimido é, provavelmente, uma das mais antigas formas de transmissão de energia que o homem conhece, empregada e aproveitada para ampliar sua capacidade física. O reconhecimento da existência física do ar, bem como a sua utilização mais ou menos consciente para o trabalho, são comprovados há milhares de anos. O primeiro homem que, com certeza, sabemos ter-se interessado pela pneumática, isto é, o emprego do ar comprimido como meio auxiliar de trabalho, foi o grego Ktésibios que á mais de 2000 anos, ele construiu uma catapulta a ar comprimido. Um dos primeiros livros sobre o emprego do ar comprimido como transmissão de energia, data do 1º século d.C. e descreve equipamentos que foram acionados com ar aquecido. Dos antigos gregos provem a expressão "PNEUMA" que significa fôlego, vento e, filosoficamente, a alma. Derivando da palavra "PNEUMA", surgiu, entre outros, o conceito de "PNEUMÁTICA" ciência que estuda o movimento dos gases e fenômenos dos gases. Embora, a base da pneumática seja um dos mais velhos conhecimentos da humanidade, foi preciso aguardar o século XIX para que o estudo de seu comportamento e de suas características se tornasse sistemático. Porém, pode-se dizer que somente após o ano 1950 é que ela foi realmente introduzida na produção industrial. Antes, porém, já existiam alguns campos de aplicação e aproveitamento da pneumática, como, por exemplo, a indústria mineira, a construção civil e a indústria ferroviária (freios a ar comprimido). A introdução, de forma mais generalizada, da pneumática na indústria, começou com a necessidade, cada vez maior, de automatização e racionalização dos processos de trabalho. Apesar de sua rejeição inicial, quase sempre proveniente da falta de conhecimento e instrução, ela foi aceita e o número de campos de aplicação tornou-se cada vez maior. Hoje, o ar comprimido tornou-se indispensável para a automação industrial que tem como objetivo retirar do homem as funções de comando e regulação conservando apenas as funções de controle. Um processo é considerado automatizado quando este é executado sem a intervenção do homem, sempre do mesmo modo com o mesmo resultado. Pressão Manométrica É a pressão feita através de manômetros onde indica a pressão relativa ( Pe. ) não registra a pressão atmosférica; Portanto em termos de pressão absoluta é necessário somar mais uma atmosfera ( 1 atm. ) ao valor indicado no manômetro. ( verifique no gráfico ). ( Pabs.) Pressão absoluta (pe.) sobre pressão ou manométrica Atm. Pressão atmosférica. Variação da Pressão atm. Atm. ( - Pe. ) Depressão Ponto “zero” Vácuo Figura 1.1: Pressão atmosférica absoluta e relativa As unidades de pressão mais utilizadas são: atm., bar, Kgf/ cm², Kp/cm² e PS/ (Lb/pol² ) 2 Para cálculos aproximados consideramos: 1 atm. = 1,013 bar = 1 Kgf/cm² = 14,7 PSI. Leis físicas dos gases Consideramos para o estudo dos gases : - Utiliza-se com freqüência, a pressão absoluta; Pois as pressões indicadas em ( Pabs ). - Utiliza-se a temperatura em Kelvins, na escala também conhecida como escala de temperatura absoluta; As escalas de temperatura mais usadas são: -Celsius (ºC ) com 100 Divisões. Kelvin ( K ) com 100 Divisões :Fahrenheit (ºF ) com 180 Divisões. Comparativo das escalas: ºC 100 100 Div. K 100 div. 0 373 ºF 212 100 div. 273 32 “Zero absoluto” Figura 1.2: Escalas de temperaturas Lei de Boyle – Mariottes (transformação isométrica) “Os volumes ocupados pelos gases a uma mesma temperatura são inversamente proporcionais as pressões que suportam” ( transformação Isométrica ). P. V1 = P2 . V2 = P3 . V3 = Constante. 3 Exemplo: Temos 1 cilindro onde um volume V1 = 1m³ sob pressão P 1 = 1 bar é reduzido pela força ao volume V 2 = 0,5m³ mantendo-se a temperatura. Qual é a pressão P2 resultante ? P1.V1=P2.V2 F 1 bar . 1m³ = P2 . 0,5m³ P 2 = 1 bar. 1m³ = 2 bar O,5m³ F V1 P1 V2 P2 Figura 1.3: Transformação isométrica Lei de Gay – Lussac (transformação isobárica) Os volumes específicos ocupados pelo gás a uma mesma pressão são diretamente alterados quando há oscilações de temperatura. V1 = T1 ( transformação isobárica ) V2 T2 Considerando do que o gás , mantido sob pressão constante aumenta de 1/273 K ( 0ºC ) de seu volume, aplicado em qualquer gás, sempre que a temperatura aumenta de 1K obtemos: Vt2 = V t1 + Vt1 . (T2 – T1) 273 Vt1 = Volume na temperatura T1 Vt2 = Volume na temperatura T2 Expansão do ar ( m³ ) Exemplo Qual será o volume final? Para: V1 = 0,9m³ T1 = 100 K (≅ 50ºC) este gás será aquecido para T2 = 344 K ( ≅ 71ºC). VT2 = VT1 + VT1 . ( T2 – T1 ) 273 VT2 = 0,9+ 0,9 . ( 344 – 100 ) K 273 Resolver Primeiro VT2 = 0,9 + 0,8m³ VT2 = 1,7m³ ( O ar se expandiu em 0,8m³ resultando um volume final de 1,7m³ ) Lei de Charles (transformação isométrica) As pressões suportadas pelos gases que ocupam um mesmo volume, são diretamente proporcionais as suas temperaturas absolutas. ( Transformação Isométrica ) 4 P1 = P2 = Constante T2 T1 Exemplo: Um certo volume de ar em um recipiente possui uma temperatura T1=293K á uma pressão = 1 bar e será submetido para uma temperatura de 586 K; Qual será a pressão final ( P 2 ). P1 T1 = P2 T2 P1 . T2 = T1 . P2 P1 P 2 = P1 . T2. T1 1 bar . 586 k P2= 293 k 586 P2= 293 P2= 2 bar V2 V1 T1 T2 P1 P1 P2 Figura 1.4: Transformação isobárica Aquecendo uma massa de ar comprimido de uma temperatura T1 para T2 (T1<T2) Temas. Aumento do volume. Aumento da pressão. Aumento do volume e da pressão. Principio de Pascal. Em 1652 um cientista francês Blaise Pascal (1623-1662) através do estudo no comportamento dos fluidos, enunciou um princípio muito importante na Física, o Princípio de Pascal: "A pressão exercida em um ponto qualquer de um fluido estático é a mesma em todas as direções e exerce forças iguais em áreas iguais". Figura 1.5: Princípio de Pascal 1.2 Características da Pneumática. 5 • • • • • • • • • • • • Trabalha com baixa pressão e alta velocidade (4m/s). Velocidade e força facilmente controladas. Circuito aberto, não possui retorno do ar. Energia facilmente armazenável e transportável. Fácil instalação e manutenção de equipamentos. Fluido e componentes insensíveis a variação de temperatura. Aplicação altamente flexível. Necessita de tratamento do ar a ser utilizado. Perdas por vazamento reduzem sua eficiência. Fluido compressível provoca movimentos irregulares nos atuadores. Limitação da força máxima de trabalho em função da pressão (3.000 kgf). Escape de ar ruidoso. 1.3 Aplicações da pneumática A pneumática pode ser usada em todos os segmentos industriais e de transporte para a realização de movimentos lineares, rotativos e outros. Movimentos lineares: Fixar, levantar, alimentar, transportar, abrir, fechar. Movimentos rotativos: Lixar, furar, cortar, aparafusar, rosquear. Outros: Pulverizar, pintar, soprar, transportar. 1.4 Composição de um sistema pneumático. Geração Transmissão Controle Transmissão Atuadores 1.5 Características do ar Comprimido. Quantidade: O ar a ser comprimido, é encontrado em quantidade ilimitado na atmosfera. Transporte: O ar comprimido é facilmente transportável por tubulações, mesmo para distâncias consideravelmente grandes. Não há necessidade de se preocupar com o retorno do ar. Armazenamento: O ar pode ser sempre armazenado em um reservatório e, posteriormente ser utilizado ou transportado. Temperatura: O trabalho realizado com o ar comprimido é insensível às oscilações de temperatura. Isto garante um funcionamento seguro em situações extremas. Segurança: Não existe o perigo de explosão ou de incêndio. Portanto não são necessárias custosas proteções contra explosões. 6 Velocidade: O ar comprimido devido a sua baixa viscosidade é um meio de transmissão de energia muito veloz. Preparação: O ar comprimido requer boa preparação. Impurezas e umidade devem ser evitadas, pois provocam desgaste nos elementos pneumáticos Limpeza: O ar comprimido é limpo, mas o ar de exaustão dos componentes libera óleo pulverizado na atmosfera. Custo: Estabelecendo o valor 1 para a energia elétrica a relação com a pneumática e hidráulica: De 7 a 10 o custo da energia pneumática. De 3 a 5 o custo da energia hidráulica Esta avaliação é apenas orientativa, considerando apenas o custo energético, sem considerar os custos de componentes. Considerando os valores de válvulas e atuadores o custo fica relacionado como: 2. PROPRIEDADES FÍSICAS DO AR Compressibilidade: Propriedade do ar que permite a redução do seu volume sob a ação de uma força externa resultando no aumento de sua pressão. Vi Vf < Vi Vf Fig. 2.1: Compressibilidade do ar. Elasticidade: Propriedade do ar que possibilita voltar ao seu volume inicial uma vez extinta a força externa responsável pela redução de volume. Vi Vf > Vi Vf Fig. 2.2: Elasticidade do ar. Difusibilidade: Propriedade do ar que permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio gasoso que não esteja saturado. 7 Volumes contendo ar e gases: Válvula fechada. Quando a válvula é aberta temos uma mistura homogênea. Fig. 2.3: Difusibilidade do ar. Expansibilidade: Propriedade do ar que possibilita ocupar totalmente o volume de qualquer recipiente, adquirindo o seu formato. Possuímos um recipiente contendo ar, a válvula na situação 1 está fechada. Quando a válvula é aberta o ar expande assumindo o formato dos recipientes. Fig. 2.4: Expansibilidade do ar. Peso: como toda matéria concreta o ar tem peso e este peso é de 1,293 x 10-3 Kgf a 0° C e ao nível do mar. Fig. 2.5: Peso do ar. 3. GRANDEZAS PNEUMÁTICAS 8 3.1 Pressão: força exercida por unidade de área. P= F/A p = pressão F = força A = Área Pressão manométrica: É a pressão registrada nos manômetros. Pressão atmosférica: É o peso da coluna de ar da atmosfera em 1 cm2 de área. A pressão atmosférica varia com a altitude, pois em grandes alturas, a massa de ar é menor do que ao nível do mar. No nível do mar a pressão atmosférica é considerada 1 Atm (1,033 Kgf/cm2). Pressão absoluta: É a soma da pressão manométrica com a pressão atmosférica. Quando representamos a pressão absoluta, acrescentamos o símbolo (a) após a unidade ex PSIa, Kgf/cm2a 3.1.1 Unidades de pressão: Sistema internacional = Pa = N/m2. Unidade métrica = Kgf/cm2, atm, bar. Unidade inglesa = psi (pounds per Square Inches), lb/pol2. Relação entre as unidades de pressão: PARA CONVERTER psi psi psi psi atm atm atm atm bar bar bar bar kgf/cm² kgf/cm² kgf/cm² kgf/cm² MPa MPa MPa EM atm bar kgf/cm² MPa psi bar kgf/cm² MPa psi atm kgf/cm² MPa bar psi atm MPa bar psi atm MULTIPLICAR POR 0,06804 0,0671 0,07031 0,00689 14,7 1,013 1,033 0,10132 14,50 0,9869 1,02 0,1 0,9807 14,22 0,9678 0,098 10 145,04 9,87 9 MPa kgf/cm² 10,2 3.1.2 Variação da pressão atmosférica em relação à altitude. Figura 3.1: Variação da pressão atmosférica. Altitude em M 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Pressão em kg/cm² 1.033 1.021 1.008 0.996 0.985 0.973 0.960 0.948 0.936 0.925 Altitude em M 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 Pressão em kg/cm² 0.915 0.810 0.715 0.629 0.552 0.481 0.419 0.363 0.313 0.270 Variação da pressão atmosférica. 3.1.3. Vazão: volume deslocado por unidade de tempo. Q = V/t Q = Vazão V = Volume deslocado t = tempo Unidades de vazão - L/s: Litros por segundo. 10 - L/min: - m³/min: - m³/h: - cfm: Litros por minuto. Metros cúbicos por minuto. Metros cúbicos por hora. (Cubic feet for minute), pcm. Relação entre as unidades de vazão: PARA CONVERTER pcm pcm pcm pcm L/s L/s m³/min EM cfm L/s m³/min m³/h m³/min pcm pcm MULTIPLICAR POR 1 0,4720 0,02832 1,69923 0,06 2,1186 35,31 Conversão entre unidades de vazão. Estas unidades se referem a quantidade de ar - ou gás - comprimido efetivamente nas condições de temperatura e pressão no local onde está instalado o compressor. Como estas condições variam em função da altitude, umidade relativa e temperatura, são definidas condições padrão de medidas, sendo que as mais usadas são: Nm³/h: Normal metro cúbico por hora - definido à pressão de 1,033 kg/cm2, temperatura de 0°C e umidade relativa de 0%. SCFM: Standard cubic feet per minute - definida à pressão de 14,7 lb/pol2, temperatura de 60°F e umidade relativa de 0%. 11 4. SIMBOLOGIA/ RESUMO Na área de pneumática a simbologia utilizada é, praticamente, um padrão mundial. Em seguida tabelas com os principais símbolos utilizados nesta área. Linhas de fluxo: Linha de trabalho e retorno. Linha de pilotagem. Indicação de componentes. conjunto de funções Mangueira flexível. ou . União de linhas. Linhas cruzadas e não conectadas. Possibilidade de regulagem ( Inclinação à 45º ). Direção do fluxo. Fluxo pneumático. Sentido de rotação Fontes de energia: M motor elétrico. motor térmico. 12 M Acoplamentos Acoplamento Acoplamento com proteção. Compressores: Compressor unidirecional de deslocamento fixo Condicionadores de energia: 1.1 Filtro. 1.2 1.3 Separador com dreno manual. 1.4 Separador com dreno automático. Filtro com separador e dreno manual. 13 Desumidificador de ar. Lubrificador. Reservatório de ar: Válvulas direcionais: 3/2 vias 4/3 vias 14 Métodos de acionamento: Detente ou trava Manual Mecânico (rolete) Pedal Alavanca Botão Mola Solenóide Piloto Duplo acionamento Conversores rotativos de energia: 15 Motor de deslocamento fixo bidirecional. Osciladores. Conversores lineares de energia: simples ação ou simples efeito. De dupla ação ou duplo efeito. De haste dupla Com amortecimento regulável. Válvulas controladoras de vazão: Orifício fixo 16 Orifício variável Orifício variável com retorno livre (By pass) Válvula de retenção: Simples Válvula alternadora (Elemento OU). Válvula seletora (Elemento E). Válvula reguladora de pressão: Alivio ou segurança. Redutora de pressão Instrumentos e acessórios: Manômetro. 17 Vacuômetro. Termômetro. Medidor de vazão (Rotâmetro). Filtro. Registro fechado. Registro aberto. Figura 4.1: Simbologia pneumática 5. O CIRCUITO PNEUMÁTICO Os circuitos pneumáticos são geralmente abertos, ou seja, não há retorno do fluido, visto que o fluido é o próprio ar e seu custo não justificaria uma estrutura de retorno. A figura seguinte mostra um sistema pneumático clássico: 18 Figura 5.1: Sistema pneumático genérico 19 6. COMPRESSORES A norma americana ANSI estabeleceu algumas cores como padrão para melhor visualizar os processos a ar comprimido. Apresentamos abaixo as cores utilizadas pelo ANSI (American National Standard Institute), que substitui a organização ASA: sua padronização de cores é bem completa e abrange a maioria das necessidades de um circuito. Vermelho: Indica pressão de alimentação, pressão normal do sistema, é a pressão do processo de transformação de energia; ex.: compressor. Violeta: Indica que a pressão do sistema de transformação de energia foi intensificada; ex.: multiplicador de pressão. Laranja: Indica linha de comando, pilotagem ou que a pressão básica foi reduzida; ex.: pilotagem de uma válvula. Amarelo: Indica uma restrição no controle de passagem do fluxo; ex.: utilização de válvula de controle de fluxo. Azul: Indica fluxo em descarga, escape ou retorno; ex.: exaustão para atmosfera. Verde: Indica sucção ou linha de drenagem; ex.: sucção do compressor. Branco: Indica fluido inativo; ex.: armazenagem. 5.1. Definição de compressor: Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de certo volume de ar até uma determinada pressão, exigida na execução dos trabalhos realizados pelo sistema de ar comprimido. A bomba de encher pneu de bicicleta é um exemplo simples de compressor. Como ilustrado pelo diagrama, esta máquina simples incluí cilindro, pistão, copo de vedação de couro, haste de pistão, cabo, e válvula de retenção. Se o pistão estiver na parte superior de seu curso, o ar atmosférico no cilindro será comprimido quando o cabo for empurrado para baixo. Quando o ar no cilindro atingir uma pressão levemente maior que a pressão na linha ligada à bomba, a válvula de retenção se abrirá e o ar será descarregado do cilindro. Quando o pistão atingir a base do cilindro, a válvula de retenção se fechará. Quando o pistão for puxado para cima novamente, para a parte superior do curso empurrado para baixo o copo de vedação de couro flexível que deixará o ar atmosférico penetrar no cilindro. Quando o pistão empurrado para baixo, o corpo de vedação atuará como uma válvula de retenção, vedando o espaço entre o cilindro e o pistão. 20 Figura 6.1: Compressor elementar Uma bomba a vácuo é um compressor que opera com uma pressão de entrada menor que a pressão atmosférica, e com uma pressão de descarga próxima da pressão atmosférica ou maior. 5.2. Eficiência de compressores de ar A eficiência de um compressor é de suma importância no projeto de um sistema de ar comprimido. Notar que uma baixa eficiência significa um maior consumo de energia durante toda a vida útil do compressor. Podemos dizer que um compressor eficiente é aquele que desloca maior quantidade de ar, aquecendo o mínimo possível e com menor esforço. Resumindo, é aquele que possui melhor eficiência volumétrica e adiabática (ou térmica). Eficiência Volumétrica: Indica o quanto de ar que o compressor consegue comprimir e quanto é perdido através de vazamentos. Por exemplo, se um compressor tem capacidade de 10 litros de ar de deslocamento, mas apenas 7,2 litros são deslocados, sua eficiência é de 72%. Um compressor com 45% de eficiência deverá ter o dobro do tamanho, para deslocar o dobro de ar e se comparar ao mesmo volume deslocado por um outro compressor de 90% de eficiência. Eficiência Adiabática: Indica a quantidade de energia que o compressor perde em forma de calor para produzir potência. Um compressor com 100% de eficiência adiabática irá utilizar toda a energia necessária para comprimir o ar, sem aquecer o conjunto ou o próprio ar. Portanto, um compressor eficiente deve ter alta eficiência volumétrica para minimizar o seu tamanho e alta eficiência adiabática para maximizar a quantidade de ar comprimido pela unidade. Classificação e Definição Segundo os Princípios de Trabalho: São duas as classificações fundamentais para os princípios de trabalho. Deslocamento Positivo Baseia-se fundamentalmente na redução de volume. O ar é admitido em uma câmara isolada do meio exterior, onde seu volume é gradualmente diminuído, processando-se a compressão. Quando uma certa pressão é 21 tingida, provoca a abertura de válvulas de descarga, ou simplesmente o ar é empurrado para o tubo de descarga durante a contínua diminuição do volume da câmara de compressão. Figura 6.2: Compressor de deslocamento positivo Deslocamento dinâmico A elevação da pressão é obtida por meio de conversão de energia cinética em energia de pressão, durante a passagem do ar através do compressor. O ar admitido é colocado em contato com impulsores (rotor laminado) dotados de alta velocidade. Este ar é acelerado, atingindo velocidades elevadas e conseqüentemente os impulsores transmitem energia cinética ao ar. Posteriormente, seu escoamento é retardado por meio de difusores, obrigando a uma elevação na pressão. 22 Figura 6.3: Compressor de deslocamento dinâmico Difusor É uma espécie de duto que provoca diminuição na velocidade de escoamento de um fluido, causando aumento de pressão. Figura 6.4: Tipos de compressores 7. RESERVATÓRIO DE AR COMPRIMIDO O reservatório serve para a estabilização da distribuição do ar comprimido. Ele elimina as oscilações de pressão na rede distribuidora e, quando há momentaneamente alto consumo de ar, é uma garantia de reserva. A grande superfície do reservatório refrigera o ar suplementar. Por isso se separa diretamente no reservatório, uma parte da umidade do ar. Os reservatórios devem ser instalados de modo que todos os drenos, conexões e a abertura de inspeção sejam de fácil acesso. Os reservatórios não devem ser enterrados ou instalados em local de difícil acesso, devem ser instalados de preferência fora da casa dos compressores na sombra, para facilitar a condensação da umidade no ponto mais baixo para a retirada do condensado. 23 1 Manômetro 3 Entrada 2 Saída 4 Válvula alivio 5 Abertura inspeção de 6 Dreno de Figura 7.1: Depósito de ar comprimido 7.1. Preparação do ar comprimido O ar absorvido diretamente do ambiente e comprimido não é adequado para ser utilizado em sistemas pneumáticos. Impurezas em forma de partículas de sujeira ou ferrugem, restos de óleo e umidade levam, em muitos casos à falhas em instalações e avarias nos elementos pneumáticos. Enquanto a separação primária do condensado é feita no separador após o resfriador, a separação final, filtragem e outros tratamentos secundários do ar comprimido é executada no local de consumo. Nisso é necessário atentar especialmente para a ocorrência de umidade. A água (umidade) já penetra na rede pelo próprio ar aspirado pelo compressor A incidência da umidade depende, em primeira instância, da umidade relativa do ar que por sua vez, depende da temperatura e condições atmosféricas. A umidade geralmente é expressa em “ umidade relativa”. Para compreender o significado da umidade relativa é necessário lembrar de alguns conceitos físicos. O ar atmosférico é uma mistura de gases (nitrogênio, oxigênio, gás carbônico, vapor de água, etc). A massa de vapor de água por unidade de volume existente no ar atmosférico é chamada de umidade absoluta. Assim, a equação seguinte define a umidade absoluta (SEARS, ZEMANSKY, 1997): umidade _ absoluta = massa _ do _ vapor _ de volume _ do _ ar A pressão total exercida pela atmosfera é a soma das pressões parciais exercida por cada um de seus componentes tomadas em separado. A pressão de cada um dos componentes é chamada de pressão parcial. Do exposto acima deduzimos a equação: Pr essão _ atmosférica = ∑ Pr essões _ de _ cada _ com 24 A pressão parcial de cada componente da mistura gasosa é, praticamente, a mesma que exerceria em estado puro, ocupando o volume total da mistura, ou seja, cada componente tem um comportamento independente dos outros. A título de informação, apresentamos a tabela abaixo onde é apresentada a pressão parcial exercida pelo vapor de água (SEARS, ZEMANSKY, 1977) e a pressão atmosférica total. Pressão parcial do vapor da água para diferentes temperaturas Temperatura Pressão do vapor de água Temperatura Pressão do vapor de água saturado (mmHg) saturado (mmHg) (°C) (°C) -20 0,8 60 149,5 -10 1,9 70 233,8 0 4,6 10 9,2 20 17,5 30 31,8 80 355,3 40 55,4 90 525,9 50 92,6 100 760,0 Chama-se pressão de vapor de água saturado à pressão exercida quando o vapor de água e o liquido existem em equilíbrio dinâmico, isto é, o número de moléculas do vapor que se condensam é igual ao número de moléculas que evaporam. A pressão de vapor de água saturado depende da temperatura, sendo que a temperatura em que o vapor de água de uma amostra se torna saturado é chamado de ponto de orvalho (SEARS, ZEMANSKY, YOUNG, 1997). A partir dos conceitos expostos podemos definir, através de uma relação matemática, a umidade relativa do ar: UR% = pressão _ parcial _ do _ vap pressão _ do _ vapor _ de _ ág Onde: UR% é a umidade relativa em percentagem e as pressões citadas são como foram expostas acima. Nota-se que a umidade relativa depende da quantidade de água presente no ar (pressão parcial do vapor de água) e da temperatura do ar, pois, a pressão de vapor de água saturado depende desta. Assim, se a temperatura do ar aumentar, a pressão do vapor de água saturada também aumenta, provocando uma redução na umidade relativa. Uma outra maneira de expressar a umidade relativa do ar, a uma dada temperatura, é através da relação entre a quantidade de vapor de água no ar e o montante que este conteria se estivesse saturado na mesma temperatura. Sabemos que a quantidade de água absorvida pelo ar está relacionada com a sua temperatura e volume. A maior quantidade de vapor d'água contida num volume de ar sem ocorrer condensação dependerá da temperatura de saturação ou ponto de orvalho a que está submetido este volume. No ar comprimido temos ar saturado. O ar estará saturado quando a pressão parcial do vapor d'água for igual à pressão de saturação do vapor d'água, à temperatura local. O vapor é superaquecido quando a pressão parcial do vapor d'água for menor que a pressão de saturação. Enquanto tivermos a presença de água em forma de vapor normalmente superaquecido, nenhum problema ocorrerá. Analisemos agora: um certo volume de ar está saturado com vapor d'água, isto é, sua umidade relativa é 100%; comprimimos este volume até o dobro da pressão absoluta, o seu volume se reduzirá à metade. Logicamente, isto significará que sua capacidade de reter vapor d'água também foi reduzida à metade devido ao aumento da pressão e redução do seu volume. Então o excesso de vapor será precipitado como água. Isto ocorre se a temperatura for mantida constante durante a compressão, ou seja, processo isotérmico de compressão. 25 Entretanto, isso não acontece; verifica-se uma elevação considerável na temperatura durante a compressão. Como foi mencionado anteriormente, a capacidade de retenção da água pelo ar está relacionada com a temperatura, sendo assim, não haverá precipitação no interior das câmaras de compressão. A precipitação de água ocorrerá quando o ar sofrer um resfriamento, seja no resfriador ou na linha de distribuição. Isto explica porque no ar comprimido existe sempre ar saturado com vapor de água em suspensão que se precipita ao longo da tubulação. Quando o ar é resfriado à pressão constante, a temperatura diminui, então a parcial do vapor será igual à pressão de saturação no ponto de orvalho. Qualquer resfriamento adicional provocará condensação da umidade. Denomina-se Ponto de Orvalho o estado termodinâmico correspondente ao início da condensação do vapor d'água, quando o ar úmido é resfriado e a pressão parcial do vapor é constante. A presença desta água condensada nas linhas de ar, causada pela diminuição de temperatura, terá como conseqüências: - Oxida a tubulação e componentes pneumáticos. - Destrói a película lubrificante existente entre as duas superfícies que estão em contato, acarretando desgaste prematuro e reduzindo a vida útil das peças, válvulas, cilindros, etc. - Prejudica a produção de peças. - Arrasta partículas sólidas que prejudicarão o funcionamento dos componentes pneumáticos. - Aumenta o índice de manutenção - Impossibilita a aplicação em equipamentos de pulverização. - Provoca golpes de aríete nas superfícies adjacentes, etc. Portanto, é da maior importância que grande parte da água, bem como dos resíduos de óleo, seja removida do ar para evitar redução de todos os dispositivos e máquinas pneumáticas. Para desumidificar o ar são utilizados os resfriadores e separadores de condensado e os resfriadores propriamente ditos. 7.1.1. Resfriador de ar e separador de condensados. Para ajudar a resolver de maneira eficaz o problema inicial da água nas instalações de ar comprimido, temos o resfriador posterior, localizado entre a saída do compressor e o reservatório, pelo fato de o ar comprimido na saída atingir sua maior temperatura. O resfriador posterior é simplesmente um trocador de calor utilizado para resfriar o ar comprimido. Como conseqüência deste resfriamento, permite-se retirar cerca de 75% a 90% do vapor de água contido no ar, bem como vapores de óleo; além de evitar que a linha de distribuição sofra uma dilatação, causada pela alta temperatura de descarga do ar. Um resfriador posterior é constituído basicamente de duas partes: um corpo geralmente cilíndrico onde se alojam feixes de tubos confeccionados com materiais de boa condução de calor, formando no interior do corpo uma espécie de colméia. A segunda parte é um separador de condensado dotado de dreno. Figura 7.2: Resfriador de ar e separador de condensados (Parker). 26 O ar proveniente do compressor é obrigado a passar através dos tubos, sempre em sentido oposto ao fluxo da água de refrigeração. Na saída, está o separador. Devido à sinuosidade do caminho que o ar deve percorrer, provoca-se a eliminação da água condensada, que fica retida numa câmara. A parte inferior do separador é dotada de um dreno manual ou automático na maioria dos casos, através do qual a água condensada é expulsa para a atmosfera. A temperatura na saída do resfriador dependerá da temperatura que o ar é descarregado, da temperatura da água de refrigeração e do volume de água necessário para a refrigeração. Certamente, a capacidade do compressor influi diretamente no porte do resfriador. 7.1.2 Secador por absorção. A secagem por absorção é um processo puramente químico. Neste processo, o ar comprimido passa sobre uma camada solta de um elemento secador. A água ou vapor de água que entra em contato com esse elemento, combina-se quimicamente com ele e se dilui na forma de uma combinação elemento secador/água. Esta mistura deve ser removida periodicamente do absorvedor. Essa operação pode ser manual ou automática. Com o tempo, o elemento secador é consumido e o secador deve ser reabastecido periodicamente (duas a quatro vezes por ano). O secador por absorção separa ao mesmo tempo vapor e partículas de óleo, porém, quantidades maiores de óleo influenciam no funcionamento do secador. Devido a isso é conveniente antepor um filtro fino ao secador. O processo de absorção caracteriza-se por: − Montagem simples da instalação. − Desgaste mecânico mínimo já que o secador não possui peças móveis. − Não necessita de energia externa. Figura 7.3 Secagem por absorção (Parker). 27 As principais substâncias utilizadas são: Cloreto de Cálcio, Cloreto de Lítio, Dry-o-Lite. Com a conseqüente diluição das substâncias, é necessária uma reposição regular, caso contrário o processo torna-se deficiente. A umidade retirada e a substância diluída são depositadas na parte inferior do invólucro, junto a um dreno, de onde são eliminadas para a atmosfera. 7.1.3 Secador por adsorção. A secagem por adsorção está baseada num processo físico.(Adsorver: admitir uma substância à superfície de outra). O elemento secador é um material granulado com arestas ou em forma de pérolas. Este elemento secador está formado de quase 100% de dióxido de silício. Em geral é conhecido pelo nome "GEL" (Sílica Gel). A tarefa do "GEL" consiste em adsorver a água e o vapor de água. O ar comprimido úmido é conduzido através da camada de "GEL". O elemento secador segura a umidade do ar comprimido. É evidente que a capacidade de acumulação de uma camada de "GEL" é limitada. Uma vez que o elemento secador estiver saturado, poderá ser regenerado soprando se ar quente na camada saturada. Mediante a montagem em paralelo de duas instalações de adsorção, uma delas pode estar ligada para secar enquanto a outra está sendo soprada com ar quente (regeneração). Figura 7.4: Esquematização da secagem por adsorção ((Parker). 28 7.1.4 Secador por refrigeração. O secador de ar comprimido por resfriamento funciona pelo princípio da diminuição de temperatura do ponto de orvalho. A temperatura do ponto de orvalho é a temperatura à qual deve ser esfriado um gás para obter a condensação do vapor de água contida nele. O ar comprimido a ser secado entra no secador, passando primeiro pelo denominado trocador de calor a ar. Mediante o ar frio e seco proveniente do trocador de calor (vaporizador) é esfriado o ar quente que está entrando. A formação de condensado de óleo e água é eliminado pelo trocador de calor. Este ar comprimido pré-esfriado circula através do trocador de calor (vaporizador) e devido a isso, sua temperatura desce até 1,7ºC aproximadamente. Desta maneira o ar é submetido a uma segunda separação de condensado de água e óleo. Posteriormente, o ar comprimido pode ainda passar por um filtro fino a fim de eliminar os corpos estranhos. Figura 7.5: Secagem por refrigeração (Parker). 29 8. DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO 8.1 Rede de Distribuição A rede de distribuição de ar comprimido compreende todas as tubulações que saem do reservatório passando pelo secador e que unidas, orientam o ar comprimido até os pontos individuais de utilização. A rede possui duas funções básicas: - Funcionar como um reservatório para atender as exigências locais. - Comunicar a fonte com os equipamentos consumidores. Numa rede distribuidora, para que haja eficiência, segurança e economia, são importantes três pontos: - Baixa queda de pressão entre a instalação do compressor e os pontos de utilizações; - Apresentar o mínimo de vazamento; - Boa capacidade de separação do condensado em todo o sistema. Figura 8.1: Rede de Distribuição (Fargon engenharia e indústria) 1 Compressor de parafuso 2 Resfriador posterior ar/ar 3 Separador de condensado 4 Reservatório 5 Purgador automático 6 Pré Filtro coalescente 7 Secador 8 Filtros coalescentes (grau x, y, z) 9 Purgador automático eletrônico 10 Separador de água e óleo 11 Separador de condensado 30 8.1.1 Rede de Distribuição em Anel Aberto Assim chamada por não haver uma interligação na rede. Este tipo facilita a separação do condensado pois ela é montada com uma certa inclinação, na direção do fluxo, permitindo o escoamento para um ponto de drenagem Consumidores Reservatório Secundário Figura 8.2: Rede de Distribuição em Anel Fechado Geralmente as tubulações principais são montadas em circuito fechado. Este tipo auxilia na manutenção de uma pressão constante, proporciona uma distribuição mais uniforme do ar, pois o fluxo circula em duas direções. Consumidores Reservatório Secundário Figura 8.3: Rede de Distribuição Combinada aberta A rede combinada também é uma instalação em circuito fechado, a qual, por suas ligações longitudinais e transversais, oferece a possibilidade de trabalhar com ar em qualquer lugar. Mediante válvulas de fechamento existe a possibilidade de fechar determinadas linhas de ar comprimido quando as mesmas não forem usadas ou quando for necessário pô-las fora de serviço por razões de reparação e manutenção. Também pode ser feito um controle de estanqueidade 31 Figura 8.4: Rede de Distribuição Combinada fechada 8.1.4 Posicionamento É de importância não somente o correto dimensionamento mas também a montagem das tubulações. As tubulações de ar comprimido requerem uma manutenção regular, razão pela qual as mesmas não devem, dentro do possível, serem montadas dentro de paredes ou de cavidades estreitas. O controle da estanqueidade das tubulações seria dificultado por essa causa. Em alguns casos especiais, é aconselhável colocar as redes em valetas apropriadas sob o pavimento, levando em consideração os espaços para montagem e manutenção. O posicionamento também deve permitir a drenagem do condensado. Figura 8.5: Inclinação, tomadas de ar e drenagem da umidade (Fargon engenharia e indústria) As tubulações, em especial nas redes em circuito aberto, devem ser montadas com um declive de 0,5% a 2%, na direção do fluxo. Por causa da formação de água condensada, é fundamental, em tubulações horizontais, instalar os ramais de tomadas de ar na parte superior do tubo principal. Desta forma, evita-se que a água condensada eventualmente existente na tubulação principal possa chegar às tomadas de ar através dos ramais. Para interceptar e drenar a água condensada devem ser instaladas derivações com drenos na parte inferior da tubulação principal. Os drenos, colocados nos pontos mais baixos, de preferência devem ser automáticos. Em redes mais extensas aconselha-se instalar drenos distanciados aproximadamente 20 a 30 metros um do outro. 8.1.5 Curvatura das tubulações 32 As curvas devem ser feitas no maior raio possível para evitar perdas excessivas por turbulência. Evitar sempre a colocação de cotovelos de 90 graus. A curva mínima deve possuir um raio mínimo de duas vezes o diâmetro externo do tubo. Figura 8.6: Curvatura da tubulação (Parker) 8.1.6 Vazamentos As quantidades de ar perdidas através de pequenos furos, acoplamentos com folgas, vedações defeituosas, quando somadas, alcançam elevados valores. A importância econômica desta contínua perda de ar torna-se mais evidente quando comparada com o consumo do equipamento e a potência necessária para realizar a compressão. Desta forma, um vazamento na rede representa um consumo consideravelmente maior de energia. Podemos constatar isto através da tabela. 33 8.2 Considerações a respeito da tubulação 8.2.1. Tubulações principais Na escolha do material da tubulação temos várias possibilidades: cobre, latão, aço liga, material sintético, tubo de aço preto, tubo de aço zincado (galvanizado). Toda tubulação deve ser fácil de instalar, resistente à corrosão e de preço vantajoso. Tubulações instaladas para um tempo indeterminado devem ter uniões soldadas que, neste caso, serão de grande vantagem, pois, são bem vedadas e não muito custosas. As desvantagens destas uniões são as escamas que se criam ao soldar. Estas escamas devem ser retiradas da tubulação. A costura da solda também é sujeita à corrosão, e isto requer a montagem de uma unidade de conservação. Em tubulações de tubos de aço zincado (galvanizado), o ponto de conexão nem sempre é totalmente vedado. A resistência à corrosão, nestes tubos, não é muito melhor do que a do tubo de aço preto. Lugares decapados (roscas) também podem enferrujar, razão pela qual também aqui é importante o emprego da unidade de conservação. Em casos especiais prevêem-se tubos de cobre ou de material sintético (plástico). 8.2.2 Tubulações secundárias 34 Tubulações à base de borracha (mangueiras) somente devem ser usadas onde for requerida uma certa flexibilidade e onde, devido a um esforço mecânico mais elevado, não possam ser usadas tubulações de material sintético. Tubulações à base de polietileno e poliamido, hoje são mais freqüentemente usadas em maquinas e, aproveitando novos tipos de conexões rápidas, as tubulações de material sintético podem ser instaladas de maneira rápida e simples, sendo ainda de baixo custo. 8.2.3 Dimensionamento da rede condutora Redes mal dimensionadas podem provocar consideráveis perdas de carga. O diâmetro da tubulação, deve ser escolhido de maneira que, mesmo com um consumo de ar crescente, a queda da pressão, do reservatório até o consumidor, não ultrapasse valores aceitáveis. Uma queda maior da pressão prejudica a rentabilidade do sistema e diminui consideravelmente sua capacidade. Já no projeto da instalação de compressores deve ser prevista uma possível ampliação posterior e, consequentemente, maior demanda de ar, determinando dimensões maiores dos tubos na rede distribuidora. A montagem posterior de uma rede distribuidora de dimensões maiores (ampliação), acarreta despesas elevadas. A escolha do diâmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas empíricas ou para aproveitar tubos por acaso existentes em depósito, mas sim considerando-se: - Volume corrente (vazão) - Comprimento de rede - Queda de pressão admissível - Pressão de trabalho - número de pontos de estrangulamento na rede . Para esta escolha, existem dois critérios de cálculo que estão intimamente ligados: - Dimensionamento pela perda de carga - Dimensionamento pela velocidade Dimensionamento pela perda de carga A perda de carga é decorrente do atrito do ar contra as paredes das tubulações. Quanto mais longa a linha maior será a perda. Além de considerar o comprimento físico da tubulação, também deve ser dada especial atenção as perdas localizadas nas válvulas e conexões instaladas, na linha. Através da equação abaixo poderemos calcular a perda da carga na rede de distribuição. Onde: ∆p Q Lr p d - Perda de carga (não superior a 0,3; em grandes redes pode chegar a 0,5 bar) - Vazão de ar (N m³/s) - Comprimento real da tubulação (M) - Pressão de trabalho absoluta (Bar) - Diâmetro interno da tubulação (mm) Da equação acima deduzimos a fórmula para calcular o diâmetro interno da tubulação: 35 5 1,663785 x 103 x Q1,85 x Lr d = 10 x pxp A tabela a seguir determina o comprimento equivalente em função da perda de carga: 1.5 Conexões 90O COTOVELO COMUM 90O CURVA RAIO LONGO 13.1 ROS Q 13.2 FLA N 13.3 ROS Q 13.4 FLA N 13.5 ROS Q 13.6 FLA N 13.7 ROS Q 13.8 FLA N 13.9 ROS Q CURVA 45O TEE FLUXO EM LINHA TEE FLUXO PELO RAMAL CURVA 180O RAIO LONGO VÁLVULA GLOBO ABERTA 2 Diâmetro Nominal 3 1 4 / 2 " 3 / 5 4 " 6 1 " 1. 7 1 / 4 " 1. 1 8 / 2 " 9 2 " 2. 1 10 / 2 " 3 11 " 4 12 " 5" 13 1,1 1,34 1,58 2,0 2,25 2,6 2,8 3,4 4,0 - - 0,30 0,37 0,50 0,62 0,73 0,95 1,1 1,3 1,8 2,2 2,7 0,67 0,70 0,83 0,98 1,0 1,1 1,1 1,2 1,4 - - 0,33 0,40 0,49 0,61 0,70 0,83 0,88 1,0 1,3 1,5 1,7 0,21 0,28 0,39 0,52 0,64 0,83 0,97 1,2 1,7 - - 0,14 0,18 0,25 0,34 0,40 0,52 0,61 0,80 1,1 1,4 1,7 0,52 0,73 0,99 1,4 1,7 2,3 2,8 3,7 5,2 - - 0,21 0,25 0,30 0,40 0,45 0,55 0,58 0,67 0,85 1,0 1,2 1,3 1,6 2,0 2,7 3,0 3,7 3,9 5,2 6,4 - - 0,61 0,80 1,0 1,3 1,6 2,0 2,3 2,9 3,7 4,6 5,5 1,1 1,3 1,6 2,0 2,3 2,6 2,8 3,4 4,0 0,34 0,40 ,049 0,61 0,70 0,83 0,88 1,00 1,3 1,5 1,7 6,7 7,3 8,8 11,3 12,8 16,5 18,9 24,0 33,5 - - 6" 13.10 FLA N 13.11 ROS Q 13.12 FLA N 13.13 ROS Q 36 11,6 12,2 13,7 16,5 18,0 21,4 23,5 28,7 36,6 45,7 47,9 0,17 0,20 0,25 0,34 0,37 0,46 0,52 0,58 0,76 - - - - - - - 0,80 0,83 0,85 0,88 0,95 0,98 4,6 4,6 5,2 5,5 5,5 5,55 5,55 5,55 5,55 - - 4,6 4,6 5,2 5,5 5,5 6,4 6,7 8,5 11,6 15,2 19,2 2,4 2,7 3,4 4,0 4,6 5,8 6,7 8,2 11,6 - - 1,2 1,6 2,2 3,0 3,7 5,2 6,4 8,3 11,6 15,2 19,2 0,07 0,07 0,08 0,11 0,12 0,14 0,14 0,16 0,19 - - 1,5 2,0 2,3 5,5 8,1 8,3 8,8 10,4 12,8 16,2 18,6 13.14 FLA N VÁLVULA GAVETA 13.15 ROS Q 13.16 FLA N VÁLVULA ANGULAR 13.17 ROS Q 13.18 FLA N VÁLVULA 13.19 ROS Q RETENÇÃO PORTINHO LA 13.20 FLA N UNIÃO FILTRO Y 13.21 ROS Q 13.22 FLA N Perda de carga 9. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE AR Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distribuição, o ar comprimido deve sofrer um último condicionamento, antes de ser utilizado nos equipamentos. Neste caso, o beneficiamento do ar comprimido consiste no seguinte: filtragem, regulagem da pressão e lubrificação. Uma duração prolongada e funcionamento regular de qualquer componente em um circuito depende antes de tudo do grau de filtragem, da isenção de umidade, da estabilidade da pressão e da lubrificação das partes móveis. Uma das maneiras de fazer isto acontecer é a instalação da unidade de conservação de ar. Esta unidade é composta basicamente da combinação dos seguintes elementos: - Filtro de ar comprimido - Regulador de ar comprimido com manômetro - Lubrificador de ar comprimido 37 Unidade de conservação do ar Simbologia detalhada Simbologia simplificada Figura 9.1: Unidade de conservação do ar 38 9.1 Filtro de ar comprimido A função de um filtro de ar comprimido é reter as partículas de impureza, bem como a água condensada presentes no ar que passa por ele. O ar comprimido, ao entrar no copo é forçado a um movimento de rotação por meio de "rasgos direcionais". Com isso, separam-se as impurezas maiores, bem como as gotículas de água, por meio de força centrífuga e depositam-se então no fundo do copo. O condensado acumulado no fundo do copo deve ser eliminado, o mais tardar ao atingir a marca do nível máximo, já que se isto ocorrer, o condensado será arrastado novamente pelo ar que passa. As partículas sólidas, maiores que a porosidade do filtro, são retidas por este. Com o tempo, o acúmulo destas partículas impede a passagem do ar. Portanto, o elemento filtrante deve ser limpo ou substituído a intervalos regulares. Em filtros normais, a porosidade se encontra entre 30 a 70 microns. Filtros mais finos tem elementos com porosidade até 3 microns. Se houver uma acentuada deposição de condensado, convém substituir a válvula de descarga manual por uma automática. Figura 9.2: Filtro de ar comprimido (Parker). 9.1.1 Funcionamento do dreno automático Por um furo de passagem, o condensado atinge o fundo do copo. Com o aumento do nível do condensado um flutuador se ergue. A um determinado nível, abre-se uma passagem. O ar comprimido existente no copo passa por ela e desloca o êmbolo para a direita. Com isso se abre o escape para o condensado. Pelo escape, o ar só passa lentamente, mantendo-se com isso, aberta por um tempo ligeiramente maior a saída do condensado. 9.2 Regulador de pressão O regulador tem por função manter constante a pressão de trabalho (secundária) independente da pressão da rede (primária) e consumo do ar. A pressão primária tem que ser sempre maior que a secundária. A pressão é regulada por meio de uma membrana. 39 Uma das faces da membrana é submetida à pressão de trabalho. Do outro lado, atua uma mola cuja pressão é ajustável por meio de um parafuso de regulagem. Com aumento da pressão de trabalho a membrana se movimenta contra a força mola. Com isso, a secção nominal de passagem na sede da válvula diminui progressivamente, ou se fecha totalmente. Isto significa que a pressão é regulada pelo fluxo. Na ocasião do consumo a pressão diminui e a força da mola reabre a válvula. Com isso, o manter da pressão regulada se torna um constante abrir a fechar da válvula. Para evitar a ocorrência de uma vibração indesejável, sobre o prato da válvula é constituído um amortecimento por mola ou ar. A pressão de trabalho é indicada por um manômetro. Se a pressão crescer demasiado do lado secundário, a membrana é pressionada contra a mola. Com isso, abre-se a parte central da membrana e o ar em excesso sai pelo furo de escape para a atmosfera. Figura 9.3: Regulador de pressão 40 9.3 Manômetros São instrumentos utilizados para medir e indicar a intensidade de pressão do ar comprimido, óleo, etc. Nos circuitos pneumáticos e hidráulicos, os manômetros são utilizados para indicar o ajuste da intensidade de pressão nas válvulas, que pode influenciar a força ou o torque de um conversor de energia. Um dos manômetros mais utilizados é o do tipo Bourdon. 9.3.1 Manômetro tipo tubo de Bourdon. Consiste em uma escala circular sobre a qual gira um ponteiro indicador ligado a um jogo de engrenagens e alavancas, este conjunto é ligado a um tubo recurvado, fechado em uma extremidade e aberto em outra que está ligada com a entrada de pressão. Aplicando-se pressão na entrada, o tubo tende a endireitar-se, articulando as alavancas com a engrenagem, transmitindo movimento para o indicador e registrando a pressão sobre a escala. Figura 9.4: Manômetro tipo tubo de Bourdon (Parker). 41 9.4 Lubrificador O lubrificador tem a tarefa de abastecer suficientemente, com materiais lubrificantes, os elementos pneumáticos. Os materiais lubrificantes são necessários para garantir um desgaste mínimo dos elementos móveis, manter tão mínimos quanto possível as forças de atrito e proteger os aparelhos contra a corrosão. Lubrificadores de óleo trabalham, geralmente, segundo o princípio Venturi. A diferença de pressão ∆p (queda da pressão), entre a pressão antes do bocal nebulizador e a pressão no ponto estrangulador do bocal, será aproveitada para sugar óleo de um reservatório e de misturá-lo com o ar em forma de neblina. Com um parafuso de regulagem é dada a possibilidade de regular as gotas de óleo por unidade de tempo. Figura 9.5: Lubrificador (Parker) 9.4.1 Princípio de Venturi É a diferença de pressão ∆p (queda de pressão) entre a pressão antes do local nebulizador e a pressão no ponto de estrangulamento do local, será aproveitada para sugar óleo de um reservatório e de misturá-lo com o ar em forma de neblina. ∆p 42 Figura 9.6: Tubo de Venturi 9.5 Instalação das Unidades de Conservação A vazão total de ar em m³/hora é determinante para o tamanho da unidade. Uma demanda (consumo) de ar grande demais provoca uma queda de pressão nos aparelhos. Deve-se observar rigorosamente os dados indicados pelo fabricante. A pressão de trabalho nunca deve ser superior à indicada no aparelho. A temperatura ambiente não deve ser maior que 50ºC (máximo para copos de material sintético). Muito importante observar, é o posicionamento da Unidade de Conservação no circuito. A instalação da mesma deve ser em nível superior ao das válvulas e dos atuadores. Quando isto não for possível, pelo menos o lubrificador deve estar nesta condição. A razão deste cuidado deve-se ao fato de que o óleo contido no lubrificador é arrastado pelo ar até as válvulas, atuadores e ferramentas em forma de névoa através de um sistema de pulverização. Se o lubrificador se situa em um nível inferior aos componentes a serem lubrificados, o óleo pode se condensar nas paredes dos condutos, prejudicando a lubrificação. Outro ponto à ser observado é a distância máxima do lubrificador aos equipamentos a serem lubrificados. Esta distância não deve ultrapassar a cinco (5) metros quando se tem um número muito grande de cotovelos no circuito , ou a dez (10) metros, quando a instalação é mais retilínea. Caso típico se observa nas grandes indústrias, onde se tem uma linha de ar alimentando vários equipamentos pneumáticos situados a distâncias consideráveis e um único lubrificador no início do sistema. Quando se tem uma rede muito extensa, deve-se colocar quantos lubrificantes se fizerem necessários, respeitando a distância máxima permitida. 9.5.1 Manutenção das Unidades de Conservação a) Filtro de ar comprimido: O nível de água condensada deve ser controlado regularmente, pois a altura marcada no copo indicador não deve ser ultrapassada. A água condensada acumulada pode ser arrastada para a tubulação de ar comprimido e para os equipamentos. Para drenar a água condensada deve-se abrir o parafuso de dreno no fundo do copo indicador. O cartucho filtrante, quando sujo, também deve ser limpo ou substituído. b) Regulador de pressão de ar comprimido: na existência de um filtro de ar comprimido antes do regulador, este não necessita de manutenção. c) Lubrificador de ar comprimido. Controlar o nível de óleo no copo indicador. Se necessário, completar óleo até a marcação. Filtros de material plástico e o copo do lubrificador devem ser limpos somente com querosene. Para o lubrificador devem ser usados somente óleos minerais de baixa viscosidade (3,5ºE a 20ºC). 43 Tabela de Lubrificantes. Tipos de óleos adequados Aral Oel TU 500 Avia Avilub RSL3 BP Energol HLP 40 Esso Spinesso 10 Mobil Vac HLP 9 Shell Tellus C-10 Texaco Rando Oil AAA Valvoline Ritzol R-60 Vedol Andarin 38 HR - 32 BR Viscosidade a 20 Cº 23.6 c St 34 c St 27 c St 23 c St 25.2 c St 22 c St 25 c St 26 c St 20.5 c St 31.2 c St 44 10. Válvulas Pneumáticas Os comandos pneumáticos consistem em elementos de sinal, elementos de comando e elementos de trabalho. Os elementos emissores de sinal e de comando influenciam o processo de trabalho, razão pela qual são denominados "válvulas". As válvulas, segundo as suas funções, são subdivididas em cinco grupos: - Válvulas direcionais - Válvulas de bloqueio - Válvulas de fluxo - Válvulas de pressão - Válvulas de fechamento - Combinação de válvulas 10.1 Válvulas Direcionais. São elementos que influenciam o percurso do fluxo de ar, principalmente nas partidas, paradas e na direção do fluxo. 10.1.1 Simbologia de Válvulas. Em esquemas pneumáticos para representarmos as válvulas direcionais, são utilizados símbolos. Estes símbolos não caracterizam o tipo de construção, mas somente a função das válvulas. 10.1.2 Características principais: Numero de posições: contadas a partir do numero de quadrados da simbologia. 2 posições 3 posições Figura 10.1: Simbologia válvulas 1 Numero de vias: contadas a partir do número de tomadas que a válvula possui em apenas uma posição. As válvulas direcionais podem ser descritas abreviadamente da seguinte forma: Coloca-se V.D., para representar abreviadamente o termo válvula direcional. Depois, escreve-se o número de vias, ao lado a barra (/). Logo após, o número de posições e mais a palavra vias. V.D.3/2 vias V.D. 5/2 vias Figura 10.2: Simbologia válvulas 2 10.1.3 Meios de Acionamento 45 Os acionamentos servem para inverter de posição as válvulas direcionais. Geral Alavanca Botão Pedal Pino Rolete Mola Gatilho MANUAIS MECÂNICOS ELÉTRICOS PNEUMÁTICOS DIRETOS PNEUMÁTICOS INDIRETOS Solenóide bobina com uma Piloto positivo (acréscimo de pressão) Piloto negativo (decréscimo de pressão) Servo-piloto positivo Solenóides com duas bobinas Diferencial de áreas Controle interno Servo-piloto negativo Por piloto positivo Por trava CENTRALIZAÇÕES Por molas Figura 10.4: Simbologia válvulas 3 46 10.1.4 Identificação de Vias. Para garantir a identificação e a ligação correta das válvulas, marcam-se as vias com letras maiúsculas ou números. ORIFÍCIO Pressão Utilização Escape Pilotagem NORMA DIN 24300 P A B C R S T EA EB EC X Y Z NORMA ISO 1219 1 2 4 6 3 5 7 10 12 14 Figura 10.5: Simbologia válvulas 4 10.1.5 Válvulas NA e NF Válvulas direcionais com 2 posições e até 3 vias que tenham, na posição de repouso, a via de pressão bloqueada são chamadas de Normalmente Fechadas (NF). Aquelas que, ao contrário, possuírem esta via aberta, denominaremos de Normalmente Abertas (NA). V.D. 3/2 Vias NA V.D. 2/2 Vias NF Figura 10.6: Simbologia válvulas 5 10.1.6 Válvulas CF, CAP e CAN As válvulas direcionais de 3 posições caracterizam-se pela sua posição central. Aquelas que possuírem na sua posição central, as vias de utilização bloqueadas, denominaremos como Centro Fechado (CF). V.D. 5/3 Vias CF Figura 10.7: Simbologia válvulas 6 47 Já as válvulas que tiverem as vias de utilização sendo pressurizadas, chamaremos de Centro Aberto Positivo (CAP). V.D. 5/3 Vias CAP Figura 10.8: Simbologia válvulas 5 Quando encontrarmos estas vias em exaustão, elas receberão o nome de Centro Aberto Negativo (CAN). V.D. 5/3 CAN Figura 10.9: Simbologia válvulas 6 10.1.7 Válvulas de Memórias São válvulas de duas posições acionadas por duplo piloto. Figura 10.10: Simbologia válvulas 7 10.1.8 Tipos de escapes. Os escapes das válvulas são representados por triângulos. Quando encontrarmos o triângulo junto à simbologia da válvula, ele estará representando um Escape Livre, ou seja, sem conexão. Figura 10.11: Simbologia válvulas 8 Se ele estiver afastado, o escape representado será o Escape Dirigido; com conexão. Figura 10.12: Simbologia válvulas 9 48 10.1.9 Válvulas em repouso ou trabalho. Válvulas direcionais acionadas mecanicamente, eletricamente ou pneumaticamente podem ser encontradas e representadas em circuitos de duas formas diferentes: em posição de repouso (não acionada) ou de trabalho (acionada). 2 1 3 Repouso Acionada Figura 10.13: Simbologia válvulas 10 10.2 Regulagem de pressão O regulador tem por função manter constante a pressão de trabalho ( secundário ) independente da pressão da rede (primaria) e consumo de ar. A pressão primária tem que ser sempre maior que a pressão secundaria. A pressão é regulada por meio de uma membrana (1). Umas das faces da membrana é submetida à pressão de trabalho, enquanto a outra é pressionada por uma mola (2) cuja pressão é ajustável por meio de um parafuso de regulagem (3). Com o aumento da pressão de trabalho ,a membrana se movimenta contra a força da mola. Com isso a secção nominal de passagem na sede da válvula (4) diminui até o fechamento completo. Isto significa que a pressão é regulada pela vazão. Por ocasião do consumo a pressão diminui e a força da mola reabre a válvula. Com isso, o manter da pressão regulada se torna um constante abrir e fechar da válvula (6) é constituído um amortecedor por mola (5) ou ar. A pressão de trabalho é indicada por manômetro. Se a pressão crescer demasiadamente do lado secundário, a membrana contra a mola. Com isso, abre-se o orifício da parte central da membrana e o ar em excesso sai pelo furo de escape para a atmosfera . Regulador de pressão sem orifício de escape No comércio encontram-se reguladores de pressão sem abertura de escape. Nesses casos, não se pode permitir a fuga do ar contido no sistema para a atmosfera. Funcionamento Por meio do parafuso de ajuste (2) é tencionada a mola (8) juntamente com a membrana (3). Conforme a regulagem da mola (8) a passagem do primário para o secundário se torna maior ou menor. Com isso o pino (6) encostado à membrana afasta ou aproxima a vedação (5) do assento. 49 Se do lado secundário não houver passagem de ar, a pressão cresce e força a membrana (3) contra a mola (8). Desta forma, a mola (7) pressiona o pio para baixo e a passagem é fechada pela vedação (5). Somente quando houver demanda de ar pelo lado secundário é que o ar comprimido do lado primário voltará a fluir. Orifício de escape Figura 10.14: Regulagem de pressão em válvulas pneumáticas 11. ATUADORES PNEUMÁTICOS O cilindro de êmbolo consiste de: um tubo (camisa) cilíndrico, uma tampa (cabeçote dianteira e traseira, um êmbolo com gaxeta dupla tipo copo), uma haste do êmbolo, bucha de guia, anel limpador e peças para fixação e vedações. A camisa (1) na maioria dos casos é feita de um tubo de aço sem costura trefilado a frio. Para aumentar a vida útil dos elementos de vedação, a superfície deslizante do tubo é brunida. Para casos especiais fabrica-se cilindros de alumínio, de latão ou de aço com superfície deslizante de cromo duro. Estes tipos especiais serão usados para trabalhos nem sempre contínuos ou onde existe a possibilidade de corrosão muito acentuado. Para as tampas (2) e (3) usa- se normalmente material fundido (alumínio fundido ou ferro maleável) A fixação das tampas pode ser feita com tirantes, roscas ou flanges. A haste de êmbolo (4) geralmente é feita de aço beneficiado, e como proteção anti- corrosiva possui uma boa porcentagem de cromo. As roscas são geralmente laminadas, dimanadas, diminuindo assim o perigo de ruptura. Sob pedido , a haste do êmbolo pode ser temperada. Uma maior densidade superficial será alcançada por laminação com rolos. A rugosidade da haste, caso, é de 1 um. Na hidráulica é necessário que a haste do êmbolo seja de material duro ou temperado. Para a vedação do êmbolo existe um anel circular (5) na tampa dianteira. A Haste do êmbolo esta guiada pela bucha de guia (6). Esta bucha pode ser de bronze sinterizado ou de material sintético metalizado. Ante esta bucha encontra-se o anel limpador (7). Ele evita a entrada de partículas de pó e sujeira nos cilindros. Portando, não é necessário outra proteção. 50 A guarnição duplo lábio (8) veda de ambos os lados. Material: Perbunan Para temperatura entre - 20ºC e + 80ºC0 Viton Para temperatura entre - 20ºC e + 190ºC Teflon Para temperatura entre - 80ºC e + 200ºC Juntas tóricas ou “O-ring”(9) são utilizadas para vedação estática. Este tipo de vedação não é recomendada em vedações moveis, pois provocam relativa perda de carga por atrito. Construção do cilindro pneumático. Figura 11.1: Atuador pneumático Elementos pneumáticos de movimento retilíneo ( cilindros pneumáticos ) A geração de uma movimento retilíneo com elementos mecânicos, conjugados com acionamentos elétricos é relativamente custosa e ligada a certas dificuldades de fabricação e durabilidade. Por esta razão utilizam-se os cilindros pneumáticos. Cilindros de ação simples Os cilindros de ação simples são acionados por ar comprimido de um só lado, e portanto, realizam trabalho em um só sentido. O retrocesso efetua-se mediante uma mola ou através de força externa. A força de mola é calculada para que possa retroceder o êmbolo à posição inicial, com uma velocidade suficientemente alta, sem absorver, porém, energia elevada. Em cilindros de ação simples com mola, o curso do êmbolo é limitado pelo comprimento desta. Por esta razão fabricam-se cilindros de ação simples com 51 comprimento de curso até aproximadamente 100 mm. Este elementos são utilizados principalmente para fixar, expulsar, prensar, elevar, alimentar, etc. Figura 11.2: Cilindro de ação simples Cilindros de êmbolo A vedação é fita por uma material flexível alojado em um êmbolo metálico, ou de material sintético ( Perbunan). Durante o movimento do êmbolo. Os lábios da junta deslizam sobre a superfície interna do cilindro. Na Segunda execução mostrada, o curso de avanço é feito por uma mola e o retrocesso por ar comprimido. São utilizados para freios de caminhões e vagões ferroviários . Frenagem instantânea quando da falta de energia. Cilindro de membrana Figura 11.3: Cilindro de membrana (simbologia) Uma membrana, que pode ser de borracha, de material sintético ou também metálico, assume a tarefa do êmbolo. A haste do êmbolo é fixada no centro da membrana. Nesse caso a vedação deslizante não existe. Em ação contrária existe somente a força elástica da membrana. Estes elementos são utilizados na fabricação de ferramentas e dispositivos, bem como em presas de cunhar, rebitar e fixar peças em lugares estreitos. 52 Cilindro de membrana Figura 11.4: Cilindro de membrana Cilindro de membrana de projeção A construção destes cilindros é similar ao anterior. Também se emprega uma membrana que, quando submetida a pressão, projeta-se ao longo da parede inferior do cilindro movimentado a haste para fora. Este sistema permite cursos maiores (aproximadamente 50-80mm). O atrito é bem menor. Cilindro de membrana de projeção Figura 11.4: Cilindro de membrana de projeção Cilindros de ação dupla A força exercida pelo ar comprimido movimenta o êmbolo do cilindro de ação dupla, realizando movimento nos dois sentidos. Será produzida uma determinada força no avanço , bem como no retorno do êmbolo. Os cilindros de ação dupla são utilizados especialmente onde é necessário também realizar trabalho no retrocesso. O curso, em princípio, é ilimitado, porém é importante levar em consideração a deformação, por flexão e flambagem. A vedação aqui, efetua-se mediante êmbolo ( êmbolo de dupla vedação). 53 Figura 11.5: Cilindro de ação dupla Cilindro com amortecimento nos fins de curso Quando volumes grandes e pesados são movimentados por um cilindro, deve existe neste, um sistema de amortecimento para evitar impacto secos ou até danificações. Antes de alcançar a posição final, um êmbolo de amortecimento interrompe o escape direto do ar, deixando somente uma pequena passagem geralmente regulável. Com o escape do ar restringido cria-se uma sobrepressão que, para ser vencida absorve parte da energia e resulta em perda de velocidade nos fins de curso. Invertendo o movimento do êmbolo, o ar entra sem impedimento pelas válvulas de retenção, e o êmbolo pode, com força e velocidade total, retroceder. Figura 11.6: Cilindro com amortecimento nos fins de curso 54 Outras possibilidade de amortecimentos Amortecimento não regulável em ambos os lados Amortecimento não regulável de um só lado do êmbolo Amortecimento regulável de um só lado do êmbolo Figura 11.7: Tipos de amortecimento em cilindros Cilindros de haste passante Este tipo de cilindro de haste passante possui, algumas vantagens. A haste é melhor guiada devido aos dois mancais de guia. Isto possibilita a admissão de uma ligeira carga lateral. Os elementos sinalizadores podem ser montados na parte livre da haste do êmbolo. Neste cilindro, as forças de avanço e retorno são iguais devido a mesma área de aplicação de pressão e, ambas as faces do êmbolo. Figura 11.8: Cilindro com haste passante Cilindro Tandem Esta construção nada mais é do que dois cilindros de ação dupla, os quais formam uma só unidade. Desta forma, com simultânea pressão nos dois êmbolos, a força é uma soma das forças dos dois cilindros. O uso desta unidade é necessário para se obter grandes forças em locais onde não se dispõe de espaço suficiente para a utilização de cilindros de maior diâmetro. 55 Figura 11.9: Cilindro tanden Cilindro de múltiplas posições Este tipo de cilindro é formado de dois ou mais cilindros de ação dupla. Estes elementos estão, como ilustrado, unidos um ao outro. Os cilindros movimentam-se conforme os lados do êmbolos que estão sob pressão, individualmente. Com dois cilindros de cursos diferentes obtém-se quatro (4) posições. Cilindro de múltiplas posições Figura 11.10: Cilindro com múltiplas posições Aplicação: Seleção de ramais para transporte de peças e, esteira. Acionamento de alavancas. Dispositivo selecionador ( peças boas, refugadas e a serem aproveitadas). Cilindro de impacto O uso de cilindros normais para trabalho de deformação é limitado. O cilindro de impacto é utilizado para se obter energia cinética elevada. Segundo a fórmula de energia cinética, pode-se obter uma grande energia de impacto, elevando a velocidade. E = m . v² 2 56 E = Energia em kg m² = Nm = Jou¹e s² m = Massa em Kg v = Velocidade em m/s Os cilindros de impacto desenvolvem uma velocidade de 7,5 a 10 m/s (a velocidade de um cilindro normal é de 1 a 2 m/s). Esta velocidade só pode ser alcançada por um elemento de construção especial. A energia deste cilindro será empregada para prensar, rebordar, rebitar, cortar, etc... A força de impacto é muito grande em relação ao tamanho de construção dos cilindros. Geralmente são usados em pequenas prensas. Em relação ao diâmetro do cilindro podem ser alcançadas energias cinéticas de 25 a 500 Nm. Para deformação profunda, a velocidade diminui rapidamente, assim como a energia cinética, razão pela qual este cilindro não é bem apropriado para este fim. Figura 11.11: Cilindro de impacto A câmara “A” do cilindro está sob pressão. Por acionamento de uma válvula, a pressão aumenta na câmara “B”. A câmara “A” é exaurida. Quando a força exercida na superfície “C” for maior que a força sobre a superfície da coroa na câmara “A” o pistão se movimenta em direção a Z. Com isso, libera-se o restante da superfície do êmbolo e sua força é aumentada. O ar comprimido contido na câmara “B” pode fluir rapidamente pela grande secção de passagem, acelerando fortemente o êmbolo do cilindro. Cilindro de cabos Aqui se trata de um cilindro de ação dupla. De cada lado do êmbolo está fixado um cabo, guiado por rolos. Este cilindro trabalha tracionando. É utilizado em abertura e fechamento de portas, onde são necessários grandes cursos com pequenas dimensões de construção. 57 Figura 11.12: Cilindro pro tração a cabos Cilindro rotativo Neste tipo, a haste de êmbolo tem um perfil dentado (cremalheira). A haste de êmbolo aciona com esta cremalheira uma engrenagem, transformando o movimento linear num movimento rotativo à esquerda ou direita, sempre de acordo com o sentido do curso. Os campos de rotação mais usuais são vários, isto é, de 45º 90º - 180º - 290º até 720º. Um parafuso de regulagem possibilita porém a determinação do campo de rotação parcial, dentro do total. O momento de torção depende da pressão de trabalho da área do êmbolo e da relação de transmissão. O acionamento giratório é utilizado para virar peças, curvas tubos, regular instalações de ar condicionado, e no acionamento de válvulas de fechamento e válvulas borboletas Figura 11.13: Cilindro rotativo 58 12 MOTORES PNEUMÁTICOS Motores de pistão Este tipo está subdividido em motores de pistão radial e axial. Por pistões em movimento radial, o êmbolo, através de uma biela, aciona o eixo do motor. Para que seja garantido um movimento sem golpes e vibrações são necessários vários pistões. A potência dos motores depende da pressão de entrada, número de pistões, área dos pistões e do curso dos mesmos. O funcionamento dos motores de pistão axial é similar ao dos motores de pistão radial. Um disco oscilante transforma a força de 5 cilindros, axialmente posicionados, em movimentos giratório. Dois pistões são alimentados simultaneamente com ar comprimido. Com isso obter-se-á um momento de inércia equilibrado, garantindo um movimento do motor, uniforme e sem vibrações. Existe motores pneumáticos com rotação à direita e à esquerda. A rotação máxima está fixada em 5000 rpm e a faixa de potência, em pressão normal, varia entre 1,5 a 19 kW (2 a 25 CV). Motor radial Motor axial Figura 12.1: Motores de pistão Motor de palhetas Graças à construção simples e pequeno peso, os motores pneumáticos geralmente são fabricados segundo este tipo construídos. Estes são, em principio, de funcionamento inverso aos compressores multicelular de palhetas (compressor rotativo). O rotor está fixado excentricamente em um espaço cilíndrico. O rotor é dotado de ranhuras. As palhetas colocadas nas ranhuras serão, pela força centrifuga, afastadas contra a parede interna do cilindro. A vedação individual das câmaras é garantida. Por meio de pequena quantidade de ar, as palhetas serão afastadas contra a parede interna do cilindro, já antes de acionar o rotor. Em tipos de construção diferente, o encosto das palhetas é feio por pressão de molas. Motores desta execução têm geralmente entre 3 a 10 palhetas. Estas formam no motor, câmaras de trabalho, nas quais pode aturar o ar, sempre de acordo com o tamanho da área de ataque das palhetas. O ar entra na câmara menor, se expandindo na medida do aumento da câmara. 59 A rotação do rotor varia de 3000 a 8500 rpm e a faixa de potência, em pressão normal, é de 0,1 a 17 kW (0,1 a 24, CV ). Existem motores pneumáticos com padrão à direita e à esquerda. Figura 12.2: Motor de palhetas Motores de engrenagem A geração do momento de torção efetua-se neste tipo, pela pressão do ar contra os francos dos dentes de duas engrenagens engrenadas, Uma engrenagens é montada fixa no eixo do motor, a outra livre no outro eixo. Estes motores, são utilizados como máquinas de acionar; estão à disposição com até 44kW (60.CV ) .O sentido de rotação destes motores, fabricados com engrenagens retas ou helicoidais, é reversível . Turbomotores Turbomotores somente são usados para trabalhos leves, pois sua velocidade de giro é muito alta (são utilizados em equipamentos dentários até 500,000rpm). O princípio de funcionamento é o inverso dos turbocompressores. Características dos motores pneumáticos Regulagem sem escala de rotação e do momento de torção Grande escolha de rotação Construção leve e pequena Seguro contra sobre carga Insensível contra poeira, água, calor e frio Seguro contra explosão Conservação e manutenção insignificantes Sentido de rotação fácil de inverter 13. VÁLVULAS As válvulas são subdivididas, segundo as suas funções, em cinco grupos. 1. 2. 3. 4. Válvulas direcionais Válvulas de bloqueio Válvula de pressão Válvulas de fluxo 60 5. Válvulas de fechamento Válvulas direcionais São elementos que influenciam o percurso de um fluxo de ar, principalmente nas partidas e na direção do fluxo. Em esquemas pneumáticos, usam-se símbolos gráficos para descrições de válvulas. Estes símbolos não caracterizam os diferentes tipos de construção, mas somente a função das válvulas. As válvulas direcionais caracterizam-se por: Numero de posições Número de vias Posição de repouso Tipo de acionamento (comando) Tipo de retorno ( para posição de descanso) Vazão As válvulas são simbolizada graficamente com quadrados. O número de quadrados unidos indica o numero de posições ou manobras distintas que uma válvula pode assumir. Para melhor compreensão, tomemos uma torneira comum como exemplo. Esta torneira poderá estar aberta ou fechada. Fechada Aberta Figura 13.1: Torneira comum No primeiro desenho, a torneira está fechada e não permite a passagem da água, no segundo, a torneira aberta permite a passagem da água. A torneira é representada, graficamente, por dois quadrados. 61 As vias de passagem de uma válvula são indicadas por linhas nos quadrados representativos de posições e a direção do fluxo, por setas. Os fechamentos ou bloqueios de passagem são indicados dentro dos quadrados, com tracinhos transversais. Tracinhos externos indicam as conexões (entrada e saída ) e o número de traços indica o número de vias. Em geral, as Conexões são representadas nos quadrados da direita. Denominamos posição de repouso ou posição normal da válvula, a posição em que se encontram os elementos internos quando a válvula não está acionada. Assim temos: Válvula normal fechada (NF) que não permite passagem do fluido na posição normal. Válvula normal aberta (NA) que permite passagem do fluido na posição normal. No exemplo da torneira, representado pela figura da página anterior, podemos caracterizar ima válvula de duas vias, duas posições. Considerando-se que a torneira na posição normal não permite a passagem da água, ela é normal fechada (NF). Se a mesma torneira, na posição normal, permitir a passagem da água, ela é normal aberta (NA). Na representação gráfica de válvulas com 3 posições de comando a posição do meio é considerada como posição de repouso. a o b 62 Triângulo no símbolo representa vias de exaustão do ar: 2 A P R 3 A denominação de uma válvula depende do número de vias e do número de posições: As condições NF e NA devem ser observadas nas válvulas 1 Exemplo Válvulas direcional de 3 vias, 2 posições, NF. Válvula direcional de 4 vias, 3 posições, centro aberto (válvula 4/3 vias, centro aberto). Para garantir a identificação e ligação corretas das válvulas, marcam-se as vias com letras maiúsculas ( DIN ) ou com números (ISSO). Considere-se Vias para utilização (saída) Linhas de alimentação (entrada) Escapes (exaustão ) Linha de comando (pilotagem) Norma DIN A, B, C, D P R, S, T Z, Y, X Norma ISO .....ou 2,4 ou 1 ou 3, 5 ou 12, 1 Características de construção em válvulas direcionais O princípio de construção da válvula determina: A força de acionamento. A maneira de acionar. A possibilidade de ligação. 63 O tamanho de construção. Segundo o tipo de construção, as válvulas distinguem-se em dois grupos: 1. Válvula de sede ou de assento. –Esférica –Prato (torneiros). 2. Válvulas corrediças –Longitudinal (carretel) –Plana longitudinal (comutador) –Giratória (disco). Válvulas de sede ou de assento As ligações em válvulas de sede são abertas e fechada por esfera, prato ou cone. A vedação das sedes de válvulas efetua-se de maneira simples, geralmente com elementos elásticos de vedação. As válvulas de sede tem poucas peças de desgaste, prolongando assim a vida útil. A força de acionamento é relativamente alta, pois é necessário vencer a força da mola de retorno e do ar comprimido agindo sobre a área do obturador. Válvulas de sede esférica A construção das válvulas de sede esférica é muito simples e de preço vantajoso. Estas válvulas caracterizam-se por seu pequeno tamanho. O acionamento das válvulas efetua-se manual ou mecanicamente. Uma mola pressiona uma esfera contra a sede evitando que o ar comprimido passe da ligação de pressão P para o canal . Por acionamento da haste da válvula, afasta-se a esfera da sede. Para isso, é necessário vencer a força da mola e a força do ar comprimido. Válvulas direcional 2/2 vias NT Válvulas direcional 3/2 vias NF Figura 13.2: Válvula de sede esférica Válvula de sede de prato Estas válvulas tem uma vedação simples e boa. Seu tempo de comutação é curto e assim como as de sede esférica, tem uma longa vida útil. Ao acionar o apalpador , as três ligações, P, A e R, são interligadas entre si num campo limitado. 64 Isto provoca, quando em movimento lento, o escape livre de um grande volume de ar, que não é aproveitado para o trabalho. Quando isto ocorre, diz-se que existe exaustão cruzada. Válvulas direcional 3/2 vias NA Válvulas direcional 3/2 vias NF Figura 13.3: Válvula de sede de prato As válvulas concebidas segundo o princípio de sede de prato único são livres de exaustão cruzada. Não existe perda de ar com uma comutação lenta. Válvula direcional (sem exaustão cruzada). 3/2 vias NF Figura 13.4: Válvula de sede de prato sem exaustão cruzada Ao acionar o apalpador, fecha-se primeiro a ligação de A para R (exaustão, pois o apalpador se assenta no prato. Continuando a empurrar, o prato afasta-se da sede, abrindo passagem de P para A. 65 O retorno efetua-se mediante a pressão da mola Empregam-se as válvulas direcionais de 3 vias para comandar cilindros de ação simples ou como emissores de sinais para pilotar válvulas de comando. Em uma válvula em posição de repouso aberta, fecha ao primeiro a ligação entre P e A com um prato, e posteriormente, a passagem de A para R através de um segundo prato. O retorno do apalpador é por mola. O acionamento das válvulas pode ser feito manual, mecânica, elétrica ou pneumaticamente. Válvulas direcional (sem exaustão cruzada) 3/2 vias NA. Figura 13.5: Válvula de sede de prato sem exaustão cruzada 1 Uma válvula direcional de 4 vias (4/2), com princípio de sede prato, consiste na combinação de duas válvulas de 3 vias (3/2). Sendo uma válvula em posição inicial fechada e outra aberta. Na posição de repouso, estão abertas as vias de P para B e de A para R. Ao acionar simultaneamente os dois apalpadores, serão fechados as vias de P para B e de A para R.. Empurrando ainda mais os palpadores até os pratos, serão abertas as vias de P para A e de B para B. Este tipo de válvula é livre exaustão cruzada e o retorno à posição inicial é feita através de molas. Empregam-se válvulas direcionais de 4 vias em comandos de cilindros de ação dupla. 66 Válvulas direcional 4/2 vias Figura 13.6: Válvula 4/2 Válvula direcional de 3/2 vias (sede prato) acionada pneumaticamente. A comutação da válvula (pilotagem) é feita com ar comprimido pela conexão 2, deslocando o eixo da válvula contra a mola de retorno, Exaurindo o sinal de comando Z, o pistão será recolocado na posição inicial por intermédio da mola. Válvula direcional 3/2 vias NH (acionamento pneumático). Acionada 67 Figura 13.7: Válvula 3/2 com acionamento pneumático Outro tipo de construção de uma válvula direcional 3/2 vias com princípio de sede de prato está representado na figura abaixo. A pressão de comando na conexão Z aciona uma membrana ligada ao pistão de comutação, afastando o prato de sua sede. Devido ao tamanho da membrana a pressão necessária para comutação é baixa (1,2bar para uma pressão de trabalho de 6bar). Invertendo as ligações P e R, a válvula pode ser normal aberta ou normal fechada. Válvula direcional (pilotada 3/2 vias NF. Figura 13.8: Válvula pilotada 3/2 A figura abaixo mostra uma válvulas direcional de 5 vias (5/2 duplo piloto). Trata-se de uma válvula de construção pequena (tipo miniatura) que trabalha segundo o princípio de assento flutuante. Esta válvula é comutada através de impulso em Z e Y, mantendo a posição, mesmo sendo retirada a pressão de comando. É uma válvula biestável. Com impulso em Z, o pistão desloca-se no centro do pistão de comando encontra-se um prato com um anel, vedante o qual seleciona os canais de trabalho A e B com o canal de entrada de pressão P. A exaustão efetua-se através dos canais R ou S. Com impulso em Y, o pistão retorna à posição inicial. 68 Válvula direcional 5/2 vias (princípio de assento flutuante). Figura 13.9: Válvula 5/2 com acento flutuante Válvula direcional de 3/2 vias servo comandada (princípio de sede de prato). Válvulas com servo comandos tem por finalidade diminuir a força de acionamento. A força de acionamento de uma válvulas é, geralmente, um fator determinante para o emprego da mesma. Válvula direcional 3/2 vias de rolete (servo comandada ) Figura 13.10: Válvula 3/2 servo comandada Válvulas de bloqueio 69 Válvulas de bloqueios são aparelhos que impedem a passagem do fluxo de ar em uma direção, dando passagem na direção oposta. Internamente, a própria pressão acionada a peça de vedação positiva e ajusta, com isto, a vedação da válvula. Válvula de retenção Esta válvula pode fechar completamente a passagem do ar em um sentido determinado. Em sentido contrário, o ar passa com a mínima queda possível de pressão. O bloqueio do fluxo pode ser feio por cone, esfera, placa ou membrana. Há dois tipos de válvulas de retenção: Retenção com mola. Retenção sem mola Com contrapressão (mola), dá-se o bloqueio do ar quando a pressão de saída é maior ou igual à pressão de entrada. 14 Símbolos Na retenção sem mola, o bloqueio é feito pela própria pressão do ar na peça de vedação Figura 13.11: Válvula de retenção 70 ANEXO 1: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS TÍPICAS DE UM COMPRESSOR Dados Técnicos MODELO WTV 20 G/250 1050 RPM Pressão de Operação Unidade Compressora Volume do Reservatório D (mm) Volante Ø Potência do Motor * Volume de Óleo ** Peso Líquido sem motor Peso Bruto sem motor Deslocamento Teórico Mínima Máxima Nº de Estágios Nº de Pistões 135 lbf/pol² - 9,3 bar 175 lbf/pol² - 12 bar 2 2 em V 261 L 420 5 hp - 3,7 kW 900 ml 208 Kg 238 Kg 20 pés³/min - 566 l/min Observação: * Motor à combustão instalado pelo usuário **Volume de óleo lubrificante de unidade compressora 71 ANEXO 2: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS TÍPICAS DE UM ATUADOR 72 ANEXO 3: ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS TÍPICAS DE UMA VÁLVULA PNEUMÁTICA 73 BIBLIOGRAFIA: CHRISPIN, MARCELO R., Apostila pneumática, eletropneumática e hidráulica geral, 1 Ed. Organização Einsten, 2002 DRAPINSK, J., Hidráulica e pneumática industrial e móvel, São Paulo, SP, MacGraw Hill do Brasil, 1977, 287p. FIALHO, Arivelto Bustamente, Automação pneumática – Projetos, dimensionamento e análise de circuitos, 5ª Ed., Ed. Erica, 2007 PALMIERI, A.C., Manual de hidráulica básica, Albarus, PARKER HANNIFIN CO., Tecnologia hidráulica industrial, Centro Didático de Automação Parker Hannifin – Divisão Schrader Bellows PARKER HANNIFIN CO., Tecnologia pneumática industrial, Centro Didático de Automação Parker Hannifin – Divisão Schrader Bellows PARKER HANNIFIN CO., Tecnologia eletropneumática industrial, Centro Didático de Automação Parker Hannifin – Divisão Schrader Bellows REXROTH, Treinamento hidráulico – curso thr, Rexroth Hidráulica Ltda, 1985 SENAI FLORIANÓPOLIS, Hidráulica e técnicas de comando, Florianópolis, 2004 74