www.institutosiegen.com.br Aula 5 1. Sistemas Integrados de Gestão Enterprise Resource Planning Os Sistemas Integrados de Gerenciamento Empresarial (SIGE) ou do acrônimo inglês ERP, como comumente é conhecido, teve seu início nos anos 60 com as listas de materiais (BOMP). Nos anos 90, com a popularização dos microcomputadores, os ERPs tiveram um ganho de funções e ampliaram sua gama de atuação. A linha de informatização segue da seguinte forma: 1. Iniciação – Os primeiros computadores são adquiridos. O que caracteriza esta fase é a mecanização dos processos; 2. Contágio – Diversas áreas aderem o uso dos computadores. As características desta fase são os altos e descontrolados gastos da área de TI, muitas vezes inexistente. 3. Controle – Definição de processos e softwares adequados à organização. As características desta fase são o estabelecimento da área de TI e suas políticas, bem como orçamentos e processos rígidos. 4. Integração – Conversão de processos em Banco de Dados. Adoção de ERPs em que cada função por ele controlada. 5. Administração de dados – Resultados claros dos processos de informatização e economias, tempo, qualidade e outros itens ligados, mensuráveis. 6. Maturidade – Uso estratégico dos ERPs, transações on-line, coresponsabilidade entre usuários e TI, participação dos usuários na construção do software. Para compreender melhor os ERPs, é preciso conhecer um pouco sobre: Planejamento de demanda; Capacidade produtiva; Tipos de produção; Gerenciamento de estoques; Lista de materiais; e Controle de produção. Erwin Alexander Uhlmann Página 1 www.institutosiegen.com.br No planejamento de demanda deve-se pensar que: Planejamento de longo prazo -> 5-10 anos Planejamento de médio prazo -> 6-18 meses Planejamento de curto prazo -> um dia - 6 meses Nivelar a oferta e a demanda (Efetividade) Minimizar custos (Eficiência) Figura 1 - Entradas Necessárias para o Sistema de Planejamento da Produção Figura 2 - Estratégia de Acompanhamento da Demanda Erwin Alexander Uhlmann Página 2 www.institutosiegen.com.br Figura 3 - Estratégia da Capacidade Constante Para a capacidade produtiva é preciso pensar sobre: Custos de Mão-de-Obra Custos de Distribuição Custos de Instalação Taxas de Câmbio Figura 4 - Comparando Capacidade e Demanda em uma Operação de Serviços Erwin Alexander Uhlmann Página 3 www.institutosiegen.com.br Figura 5 - Estratégia da Capacidade Pró-ativa Figura 6 - Gráfico de Precedência para a Camioneta Modelo J Tipos de produção; Alguns tipos de produção são necessários para o estudo de um ERP. Produção sob-demanda, que é quando o cliente faz a solicitação e a empresa atende o que leva baixo consumo da empresa, e altos preços; Seriada que produz de forma única, sem diferenciação entre seus produtos de mesmo tipo, o que leva a empresa a ganhos de escala e produção para um cliente incerto e a baixo custo; e Contínua, que são produtos ou serviços que não podem parar como petróleo, eletricidade, hospitais. Erwin Alexander Uhlmann Página 4 www.institutosiegen.com.br Gerenciamento de Estoques Estoque são quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem tanto os produtos acabados que aguardam a venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção. Figura 7 - Definição dos estoques O objetivo do estoque é: Para se proteger da incerteza Matéria-prima Lead times Estoques em Processo Produtos acabados Para suportar um plano estratégico Estratégia de capacidade constante Obter vantagens da economia de escala Descontos de quantidade Custos do estoque Custos de manuseio e manutenção Custos de armazenagem Custos de capital Custos de obsolescência/redução Custos de preparação ou de pedido Custos de escassez ou falta de estoque Custos de compra de material Lista de materiais; e Controle de produção. Erwin Alexander Uhlmann Página 5 www.institutosiegen.com.br BOMP – BILL OF MATERIAL PROCESSOR Ter material adequado para a produção, sem comprometer as finanças da empresa ou ter material improdutivo desvalorizado. Para o BOMP, deve-se desenhar a árvore do produto, como no exemplo da caneta esferográfica abaixo: Caneta esferográfica TAMPAS CORPO DA CANETA FIXA Para vedação do corpo da caneta MÓVEL para vedação da ponta da caneta MIOLO DA CANETA TUBO DE TINTA PONTA TINTA PARTE PLÁSTICA DA PONTA TUBO PLÁSTICO PONTA METÁLICA ESFERA A partir desta árvore é possível construir uma lista de materiais para a construção da caneta: Qte Material 1 1 1 1 1 1 Tampa Fixa Tampa Móvel Corpo da Caneta Tubo plástico (tinta) Tinta Parte plástica da ponta 1 Ponta metálica 1 Esfera O objetivo do BOMP é calcular as quantidades de materiais estipulados na lista relacionada (Bill of Materials – BOM), desenvolvido pela IBM em 1960. Ele poderia ser utilizado em qualquer produto que pudesse ser lista através do método de árvore de produtos. Erwin Alexander Uhlmann Página 6 www.institutosiegen.com.br PICS – PRODUCTION INFORMATION AND CONTROL SYSTEM No final da década de 60, a IBM lançou o PICS, que representava um avanço sobre o BOMP, pois permitia a inserção de custos para cálculo de valores de produtos ou operações. O PICS era dividido em módulos referentes a áreas específicas ou partes de um processo, com um Banco de Dados (BD) centralizado; Por ser modular, a empresa poderia decidir quais módulos comprar e a forma de implantá-los; Adaptabilidade com outros programas; Não possuía os módulos para controle de finanças, RH, fiscal, entre outras; Qte Material 1 1 1 1 1 1 Tampa Fixa Tampa Móvel Corpo da Caneta Tubo plástico (tinta) Tinta Parte plástica da ponta 1 Ponta metálica 1 Esfera R$ 0,00145 0,00991 0,032 0,0211 0,0122 0,0098 0,0054 0,0095 MRP – MATERIAL REQUIREMENTS PLANNING No início da década de 70, o sistema MRP se popularizou, sendo utilizado até a atualidade. Apesar de não constituir uma novidade o MRP começou a demonstrar seus resultados e na resolução de problemas para o sistema de Administração de Produção (AP) para a tomada de decisão como: Planejar as necessidades futuras da capacidade produtiva; Planejar a compra de materiais; mês Planejar níveis adequados de estoque; jan Ser capaz de reagir eficazmente. fev Qte Material 1 1 1 1 1 1 Tampa Fixa Tampa Móvel Corpo da Caneta Tubo plástico (tinta) Tinta Parte plástica da ponta 1 Ponta metálica 1 Esfera Erwin Alexander Uhlmann R$ 0,00145 0,00991 0,032 0,0211 0,0122 0,0098 0,0054 0,0095 mar abr mai jun jul ago set out nov dez qte 6548 7654 7896 7456 8564 6543 7894 9875 8754 7878 6132 5874 Página 7 www.institutosiegen.com.br MRPII – MANUFACTORING RESOURCE PLANNING A inclusão de calculo de necessidades ao MRP fez surgir um novo sistema, que calcula as quantidades de materiais utilizados e outros processos, principalmente o tempo necessário para a realização de cada operação, facilitando a elaboração da programação e seqüenciamento da produção. O MRPII surgiu nos anos 80 com uma pequena alteração no nome. MRP é Material Requirement Planning, enquanto o MRPII é Manufactoring Resource Planning. O MRPII fornecido pela IBM não era o único sistema de planejamento de materiais. Na Alemanha, nos anos 70, a SAP lançou o sistema R/2 que integrava áreas como Contabilidade, Custos, RH, manutenção, qualidade, projetos, gerenciamento e planejamento de produção, vendas e distribuição. Outros sistemas importantes também se destacavam como o MM II da HP, no final dos anos 80. ERP – Enterprise Resource Planning O termo ERP foi cunhado pelo Gartner Group como sendo uma evolução do MRPII. Para diferenciar, ou seja, para que um sistema seja considerado um ERP ele deve incluir os módulos de contabilidade, finanças, vendas e distribuição, recursos humanos, gerenciamento de materiais, entre outros, todos trabalhando de forma integrada. Um Sistema Integrador de Dados é um Banco de Dados, um Sistema Integrador de Processos é um Workflow e um Sistema Integrador de Dados e Processos é um ERP. Algumas definições: O’BRIEN (2004)“O planejamento de recursos empresariais (ERP) é um sistema interfuncional que atua como uma estrutura para integrar e automatizar muitos dos processos de negócios que devem ser realizados pelas funções de produção, logística, distribuição, contabilidade, finanças e de recursos humanos de uma empresa”. LAUDON & LAUDON (2001) “o planejamento de recursos da empresa(ERP – Enterprise Resource Planning) é um sistema gerencial que integra todas as facetas da empresa, inclusive planejamento, produção, vendas, e finanças, de forma que elas podem ser coordenadas mais de perto compartilhando a informação”. TURBAN, RAINER Jr. E POTTER (2003) “concentra-se em coordenar todos os recursos materiais, de produção e de economia global exitente dentro de uma empresa, geralmente vinculando todas as áreas funcionais que contribuem de alguma maneira para a produção de determinado produto”. Erwin Alexander Uhlmann Página 8