MÁRCIA GARBINI FRANCO ORGANIZADORA: PROFª MÁRCIA GARBINI FRANCO APOSTILA: PLANEJAMENTO E APRESENTAÇÃO DE PALESTRAS São Bernardo do Campo Fevereiro, 2013 1 MÁRCIA GARBINI FRANCO SUMÁRIO 1 TESTE: COMO ESTÁ O SEU POTENCIAL COMUNICATIVO? 2 2 PLANEJAMENTO E APRESENTAÇÃO DE PALESTRAS 4 3 AULA, PALESTRA, SEMINÁRIO 5 3.1 A Aula 5 3.2 A Palestra 6 3.3 O Seminário 6 4 TIPOS DE COMUNICADOR 8 4.1 Como as pessoas recebem nossas mensagens 10 4.2 Dicas para desenvolver a comunicação interpessoal 10 5 CUIDADOS COM USO DE POWERPOINT 12 6 O PLANEJAMENTO DE UMA APRESENTAÇÃO 14 6.1 O check list da apresentação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15 17 2 1 TESTE: COMO ESTÁ O SEU POTENCIAL COMUNICATIVO? Antes de iniciar a leitura desta apostila, vamos refletir sobre o potencial e a MÁRCIA GARBINI FRANCO competência comunicativa. Lembre-se sempre que em comunicação nada é imutável, um ponto hoje considerado como uma dificuldade, se for bem observado e trabalhado, vai transformar-se em facilidade amanhã. Assim, passo a passo, a partir da reflexão sobre seu potencial comunicativo, você estará mapeando aspectos mais fortes e mais frágeis de sua comunicação e, durante a leitura, poderá encontrar caminhos facilitadores para apresentações de sucesso. Que tal conhecê-los agora? Responda e reflita sobre cada questão. : Sim : Em termos : Não Poder de comunicação pessoal (carisma, magnetismo, persuasão) Você dá importância ao seu processo pessoal de comunicação? Sente-se valorizado, a cada oportunidade de comunicação (em grupos, com amigos, nos relacionamentos afetivos)? Está disposto a assumir 100% de responsabilidade sobre o sucesso das suas comunicações? Tem usado o seu poder comunicativo para o sucesso e o marketing pessoal? Feedback Num encontro ou apresentação você sente que consegue cativar e manter a atenção dos ouvintes? Quando você é questionado ou contestado, em público, consegue reagir de maneira assertiva? Consegue absorver e compreender rapidamente o perfil dos componentes do grupo e encaminhar o seu discurso de acordo com as expectativas? 3 Você dá oportunidades às pessoas de expressar pensamentos e sentimentos a seu respeito? Quando recebe um feedback positivo, além de suas expectativas, aceita como um MÁRCIA GARBINI FRANCO fruto do seu esforço e merecimento? Valorização da comunicação Você conhece e domina o seu marketing visual (apresentação pessoal, vestuário, acessórios, regras de etiqueta)? Tem intimidade com seus gestos corporais, lê os sinais que o seu corpo emite, usa a linguagem corporal com desenvoltura? Sente-se contextualizado e atualizado sobre as informações que permeiam o novo milênio? Você se interessa pelo comportamento humano em suas variadas nuanças, com seus medos, inibições, dificuldades e expectativas? Potenciais a ser desenvolvidos Você domina os equipamentos e recursos audiovisuais? Sente-se seguro com a qualidade da sua interação com grupos especializados em arte, comunicação, teatro, economia, política etc? Usa suas habilidades criativas (no planejamento e na organização)? Você se interessa pela leitura e seleção de revistas, jornais, livros voltados para a área de comunicação? Caso não tenha assinalado à maioria das perguntas, não se preocupe. O objetivo da apostila é exatamente fornecer as técnicas e os instrumentos para desenvolver ou aprimorar o seu magnetismo, o carisma e a persuasão em suas comunicações formais e informais. 4 2 PLANEJAMENTO E APRESENTAÇÃO DE PALESTRAS A palavra é metade de quem a pronuncia MÁRCIA GARBINI FRANCO e metade de quem a escuta (Michel de Montaigne) Antes de iniciarmos a questão de como organizar uma palestra, é importante falarmos de alguns aspectos relacionados à comunicação verbal: 1º- Ninguém nasceu sabendo falar, muito menos fazendo discursos maravilhosos ou palestras. Isso se aprende! 2º- Destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele que se comunica melhor! 3º- Dois aspectos são fundamentais no processo de comunicação: “o que falar” e “como falar”. Pense e responda: a. Qual é a importância da comunicação em sua vida? b. Onde e quando você se comunica? c. Que comportamento você precisa ter para tornar eficaz a sua comunicação? Fonte: http://www.mariopersona.com.br/dicas.html 5 3 AULA, PALESTRA, SEMINÁRIO MÁRCIA GARBINI FRANCO Há algumas “formas” bem definidas de como comunicar oralmente um determinado tema, um assunto específico. Essas formas podem ser identificadas como aula, palestra e seminário. Numa apresentação, pode-se escolher uma dessas formas ou, por exemplo, mesclar uma e outra no decorrer da comunicação. O que vai determinar qual a forma que você vai utilizar é, basicamente, o tempo, o público-alvo e o assunto. Vamos conhecer abaixo cada uma dessas formas. 3.1 A Aula Há infinitos tipos de aula. Isso porque a aula é um laboratório de conteúdos e de formas: um mesmo assunto pode ser tratado com igual proveito em formas diferentes de aula e, de modo inverso, uma mesma forma de aula pode ser empregada para o estudo de diversos temas ou disciplinas. A aula pode ser, por exemplo, expositiva. Quando é necessário elucidar com detalhes certa questão, a aula expositiva é uma forma adequada, pertinente. Mas, se a necessidade é fixar alguns conhecimentos, ela é inadequada e dificultará o trabalho. Conteúdos são os temas da aula; as formas são as maneiras de executá-la. Como a aula é um laboratório de conteúdos e de formas, todos os conteúdos podem ser objeto de estudo na aula e todas as formas – existentes ou ainda a serem inventadas – são válidas: pode-se organizar uma aula na forma de debate, pode-se dar-lhe a forma de um seminário, pode-se imitar um tribunal de justiça, pode-se imitar um ensaio de teatro, pode-se imitar um telejornal, ou um interrogatório na delegacia etc. Como planejar uma aula: escolha o tema da aula; selecione o conteúdo; defina os métodos e as práticas que serão empregadas; defina que habilidades cognitivas ( de conhecimento) serão exercitadas; dê um formato criativo e adequado à sua aula; defina a forma de avaliação com base nas habilidades trabalhadas. 6 3.2 Palestra A palestra é uma espécie de aula expositiva. A abordagem do tema cabe MÁRCIA GARBINI FRANCO exclusivamente ao palestrante – o público participa ouvindo. Por isso, o tema deve ser interessante para o público presente e o palestrante tem de ter prestígio entre os que se interessam pelo tema. A produção de uma palestra passa pelo texto escrito, mesmo que ele não seja usado diante do público. Ao montar uma palestra, devemos pensar no tema e no público. O planejamento da exposição depende desse público. Organizar a abordagem da temática de modo simples ajuda o público na tarefa de captar os sentidos e os propósitos da palestra. Uma palestra conta com um público que ouve e com um palestrante que “palestra”. Normalmente, os organizadores da palestra abrem, ao final do discurso, uma sessão de perguntas a serem respondidas. Mas, já aí, estamos fora da palestra e ingressamos no terreno do debate – que é um recurso de esclarecimento e de acareação (confronto de versões sobre o mesmo evento). A vantagem desse recurso é que pode-se tratar de um tema específico, com o máximo de profundidade permitido pelo tempo. A desvantagem é que não tem continuidade (deu o horário, acabou a palestra, quem tiver dúvidas que as leve para casa) e o público não participa de sua autoria, o que o limita à condição de audiência (ouvinte). Como planejar uma palestra: defina o tema a ser tratado; organize a exposição do tema (quais elementos serão relevantes e em que ordem devem ser expostos); monte um pequeno roteiro de sua palestra (saudação, contexto do tema e sua importância, exposição das opiniões e reflexões sobre o assunto). 3.3 O Seminário A palavra “seminário” vem da mesma raiz de “semente” e significa semeadura, sementeira. E o que é “semeadura”? Plantio. É aquilo que o camponês faz ao atirar a semente na terra. 7 Como no plantio, a semente tem de ser jogada no momento correto, senão ela seca ou apodrece: é necessário, antes da semeadura, adubar o solo e arar a terra, ou seja, prepará-la. MÁRCIA GARBINI FRANCO Qual é a terra do seminário? O pensamento. Quais serão as sementes? Aquelas reflexões surgidas (planejadas) durante sua preparação e execução. Seminário é o espaço de gestação de reflexões. Dele devem surgir “mudas” e “brotos”, ou seja, mudanças. É o espaço para que as idéias e as reflexões brotem, vinguem e dêem frutos. Normalmente os seminários são organizados por temas e subtemas: o público é então dividido em grupos de discussão temática, cada grupo discutindo seu tema e, depois, expondo suas reflexões para os demais grupos. A estrutura de um seminário é assim simples, objetiva e produtiva. O mais comum é o método expositivo, igual à aula. Porém, nada impede do grupo expor suas reflexões na forma de dramatizações, de debate entre seus integrantes, de telejornal – com uso de transparências, cartazes entre outros. Como planejar um seminário: planeje com um tema central; divida o tema central em subtemas para discussões em grupos; proponha formas originais de exposição para cada grupo; você deve estar preparado para falar sobre o assunto, portanto – PESQUISE! 8 4 TIPOS DE COMUNICADOR MÁRCIA GARBINI FRANCO Há na verdade vários “tipos” de comunicador, ou várias características comportamentais que podemos identificar em uma pessoa. Por exemplo: tendência a falar rápido demais, ausência de gestos ou gesticulação exagerada etc. Essas características podem ser tanto positivas quanto negativas, dependendo da maneira como elas são utilizadas. Quando você conhece os seus pontos fortes, pode melhor explorar as suas qualidades e “deslizes” de maneira positiva. Abaixo encontramos alguns “exemplos” dessas características: Brilhantes: são pessoas que irradiam simpatia. Extrovertido: é o tipo alegre e brincalhão, está sempre bem-humorado, sabe contar piadas. Geralmente mobiliza e monopoliza a atenção de todos. Empático: sabe ouvir, tem sensibilidade, paciência, tolerância e flexibilidade. Elegante: cumprimenta as pessoas educadamente. Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim…”. É o tipo rígido, apegado à rotina. Não muda de jeito nenhum. Hardy: é o personagem do antigo desenho animado Lippy e Hardy. Trata-se de uma hiena pessimista, desanimada: “Ó dor, ó vida, ó céus, ó azar, isso não vai dar certo.” Sabe-tudo: é o tipo que, além de achar que sabe tudo, julga-se o dono da verdade. É um tipo desagradável e cansativo. Sádico: adora ver o circo pegar fogo – ao invés de construir, esse tipo destrói. Bajulador: “chefe, se o senhor espirrar, saúde!” Vingativo: os pensamentos que assolam esse tipo são: “Seu momento chegará”, “Não perde por esperar”, “A justiça tarda, mas não falha”. Provocador: age como se estivesse em guerra, criticando e atacando os colegas. Eu me amo: é uma pessoa que se julga superior às demais, arrogante, prepotente e antipática. Exagerado: extrapola tudo, ao contar uma história sempre aumenta um ponto. Transforma um simples fato em algo grandioso e dramático. Nojento: pessoas que, em público, enfiam o dedo no nariz ou na orelha, coçam as partes íntimas e depois estendem a mão para cumprimentar alguém. Assunto e palavras estão 9 relacionados com excrementos, vômitos ou flatulência. Sua intenção é chocar os outros por brincadeira e provar sabe-se lá o quê. Pêndulo hipnótico: o palestrante que caminha de um lado para o outro. Se ele de repente MÁRCIA GARBINI FRANCO parar é capaz de alguns ouvintes continuarem a movimentar a cabeça de lá para cá. Mama Mia e Mãos presas: um movimenta as mãos em demasia; o outro, cruza os braços, coloca as mãos no bolso, na cintura (açucareiro), atrás do corpo ou segura as mãos presas na frente do corpo – ou seja, não sabe o que fazer com elas. Horizonte perdido: o palestrante olha para cima, para baixo, para um ponto fixo na parede, menos para as pessoas, ou seja, conversa sozinho. João-teimoso: é o tipo que tem a mania de se balançar de um lado para o outro, para frente e para trás, dando a impressão de que está prestes a cair. Coçador: coça a cabeça, coça a orelha, as costas: manifestação de ansiedade. Estabanado: tipo que tropeça em degraus, que derruba pastas, papéis. Ligeirinho e Devagar quase parando: um fala depressa demais; o outro fala devagar, faz pausas tão longas que dão a sensação de que está perdendo a “pilha”. Dá vontade de dar um choque de 220 volts nesse tipo! Sussurrante: é o tipo que fala baixinho. É difícil de ouvi-lo. Piadista: faz piada de tudo e nem sempre é tão engraçado, além de perder credibilidade, pois faz transparecer pouca seriedade. Homem oculto: esse tipo faz de tudo para que as luzes se apaguem logo e o público só possa ver as transparências em PowerPoint. Costuma usar recursos audiovisuais para se esconder, repete o que está sendo exibido na tela (o que todos já estão lendo) e agradece ao final da apresentação (ah, geralmente o agradecimento também está escrito na tela). Estátua: Trata-se daquele sujeito que na hora “H” entra em choque e só consegue movimentar os lábios. Também é comumente confundido como “homem-árvore”. Seu coiso: é aquele tipo que possui vocabulário limitado e, em razão disso, transforma qualquer substantivo em “coisa”, “troço”, “negócio” ou “trem” (a lá mineiro). Lembre-se da velha máxima: Pode piorar; sempre pode ser pior: “Eu peguei aquela coisa e depois dei uma coisada naquele troço”. Seu né: tipos como esse nem percebem que estão repetindo expressões vazias de conteúdo (vício de linguagem) – “tá?”… “certo?”… “percebe?”… “tá entendendo?”… “hã…” “ééé…” “então…” “né?”… Biquíni: deixa quase tudo à mostra, mas esconde o principal. Esse tipo fala, fala, porém deixa evidente que não possui um objetivo claro – ele e a platéia ficam perdidos. 10 4.1 Como as pessoas recebem nossas mensagens De acordo com Cícero, filósofo e orador da Roma antiga, as pessoas MÁRCIA GARBINI FRANCO recebem um enunciado (algo comunicado) por meio de três canais: Cabeça: o enunciado possui lógica, dialética, coerência, ou seja, busca da verdade através do diálogo. Estômago: símbolo que representa a satisfação das necessidades das pessoas. Uma outra forma de tornar as apresentações interessantes, úteis e motivadoras é demonstrar os benefícios que os espectadores poderão obter de sua exposição. O que as pessoas ganharão com sua exposição? Conseguirão obter algo novo, seja material, social ou intelectual? O que você diz tem significado na vida das pessoas? Não importa o tipo, a forma ou a estratégia usada, contanto que proporcionem a satisfação, íntima que seja das necessidades de uma pessoa. Coração: provocar, estimular emoções não apenas positivas ou que provoquem pena, compaixão ou amor – se bem administradas podem tornar simples apresentações em magníficas e empolgantes palestras, além de gerar mudanças de comportamentos e atitudes. Procure encantar seu público com uma linguagem poética, usar exemplos históricos ou fatos que sensibilizem a audiência, gerar expectativas e provocar suspense ou curiosidade. 4.2 Dicas para desenvolver a comunicação interpessoal - Na dimensão emocional: a. Depois de fazer uma pergunta, é importante silenciar. Dê tempo ao outro para que ele possa elaborar a resposta. b. Evite interromper o outro, mesmo que não concorde com suas idéias. Fale apenas quando ele terminar. c. Demonstre respeito: admita que o outro tem valores, crenças ou idéias diferentes das suas. - Na dimensão corporal: a. Escute atenta e ativamente o outro. b. Mantenha contato visual, olhando nos olhos sem exagerar. 11 c. Nunca teremos a segunda chance de causar uma primeira boa impressão. É importante, portanto, adequar-se visualmente ao local onde você vai se apresentar. Desde questão da MÁRCIA GARBINI FRANCO higiene pessoal, vestimenta até as expressões faciais – sorriso, educação. d. Cuidado com os seus gestos em exagero ou a falta deles. - Na dimensão vocal: a. Atenção ao volume - baixo demais ninguém te ouve; alto demais estressa e incomoda. b. Tonalidade - evite uma fala de modo linear, fica monótono e sonolento. c. Velocidade - depressa demais, ninguém consegue acompanhar e entender seu raciocínio e o que você diz; devagar demais, fica enfadonho, chato. Dicção - é a articulação clara e correta de todos os sons, sílabas e palavras. 12 5 CUIDADOS COM USO DE POWERPOINT Ao decidir pelo uso de PowerPoint como estratégica de apresentação, todo MÁRCIA GARBINI FRANCO cuidado é pouco. Acredite – há mais contras do que prós. O maior pecado do sujeito que opta pelo PowerPoint é achar que o slide em si vai fazer a apresentação! Derrube o datashow e o apresentador vai abaixo! O importante é aprender explorá-lo adequadamente (leia-se "com inteligência") e fazer uma apresentação muito mais vibrante e segura. Em primeiro lugar, é importante conhecer uma regra: no PowerPoint, menos é mais. O que isso quer dizer? O PowerPoint não pode ser utilizado como um auxiliar para a nossa incapacidade em lembrar tudo o que será precisava falar e “socar” tudo quanto é texto no coitado do slide. As letras ficarão pequenininhas, com um monte de "bullets" lotando a tela (com numeração, bolinha ou outra referência qualquer). Hoje em dia tem uma forte corrente que estuda a comunicação e que é totalmente contra o uso de textos com bullets, pois, para esses estudiosos da linguagem, eles estragam totalmente a comunicação. Assim, vale o conselho - menos é mais: verifique o slide com o texto. Tente substituí-lo por apenas uma palavra. Pense bem em qual palavra, ela deve ser forte e nãotécnica. Ou uma imagem bem escolhida, ao invés de uma palavra. Mas se o slide vai ter pouco material, como se virar na hora do branco? Para aquele slide, tenha em mãos um "cue card", que é como aqueles cartões que os apresentadores de programa de televisão carregam. Os cue cards é que têm a missão de carregar o texto da sua apresentação, inclusive o roteiro do andamento. Lembretes de perguntas, piadas e pausas podem ser ali colocados, só pra você! O timing da sua apresentação pode estar lá. Procure deixar o cue card "leve" e objetivo, para você não se perder nele. Não coloque todo o texto nele! Não pegue os cue cards e comece a recitá-los em frente ao seu público, ou sua equipe, ou seus gerentes/chefes. Isso é usar mal o cue card. O cue card é um texto com itens para você ser lembrado dos pontos importantes que treinou previamente. Dessa forma seu PowerPoint ficará mais leve, mais intuitivo, menos poluído. 13 Um dos maiores líderes corporativos da atualidade, e um dos maiores speakers, foi Steve Jobs, da Apple. Suas palestras eram consideradas formidáveis e reconhecidas como extremamente eficazes mesmo pelos especialistas em apresentações. Ele MÁRCIA GARBINI FRANCO usava cue cards. 14 6 O PLANEJAMENTO DE UMA APRESENTAÇÃO MÁRCIA GARBINI FRANCO Como se aprende a fazer uma boa apresentação? Fazendo. É preciso, portanto, praticar. Vamos, então, iniciar a prática. Fonte: www.sergeicartoons.com Mas, para chegarmos a apresentação, precisamos, antes, passar pelo planejamento (que ocorre na dimensão intelectual). E para que ele alcance resultados desejados, você deve considerar as seguintes etapas: 1. Determine o tipo de apresentação: motivacional, persuasiva, informativa ou treinamento. Trata-se aqui de considerar os objetivos que você pretende com o trabalho, que podem ser o de informar, persuadir, motivar, entreter ou promover-se. 2. Analise seu público-alvo: número de participantes, faixa etária, profissão, interesses. Precisamos saber para quem vamos falar, escolhendo o tipo de vocabulário de acordo com a capacidade de compreensão da platéia. É necessário conhecer as expectativas e as necessidades dos ouvintes que receberão as informações. Procure saber o quanto os ouvintes já sabem sobre o assunto e quanto eles gostariam de saber. 3. Analise o ambiente: verifique o local que tem disponibilizado para o trabalho e determine como será feita a organização da sala. Verifique detalhes como iluminação, temperatura, voltagem, localização e quantidade de tomadas, mesas de apoio. O tamanho do auditório diz como deverá ser a apresentação. Se, por exemplo, for muito grande, o uso de “Flip Chart” não funciona. Os gestos terão de ser mais abrangentes e o volume de voz mais 15 intenso (em alguns casos é necessário o uso de um microfone). Verificar todos os recursos disponíveis para a apresentação, conferindo com antecedência o funcionamento de todo o equipamento escolhido: microfones, qualidade do som e a acústica da sala, aparelhos de MÁRCIA GARBINI FRANCO retroprojeção, projetores de “slides”, vídeos e áudios, local das tomadas, a necessidade de fios de extensão ou lâmpadas reservas, pincéis ou giz etc. Teste os recursos audivisuais: faça isso com antecedência. Importante: tome cuidado com relação à compatibilidade entre computadores e projetores de multimídia. 4. Determine o tempo da apresentação: apresentações longas tendem a tornar-se cansativas, tanto para quem fala, quanto para quem ouve (ninguém aguenta!). 6.1 O check list da apresentação A produção e o planejamento do check list constituem no mínimo 40% do sucesso de uma apresentação. Vamos a eles: Público-alvo: profissão faixa etária escolaridade nível econômico sexo áreas de interesse grau de conhecimento do público-alvo em relação ao tema a ser abordado Características do evento: horário local objetivos número de participantes tempo total do evento divisão de tempo para sua apresentação Local do evento – condições técnicas e ambientais: tamanho da sala desenho da sala número de participantes temperatura ventilação iluminação sistema acústico tensão banheiros sistema de áudio e vídeo 16 MÁRCIA GARBINI FRANCO Equipamentos eletrônicos: computador filmadora TV, telão aparelhagem de som microfones retroprojetor Recursos didáticos: flip charts mesas de apoio livros apostilas textos de apoios bloco de anotações testes lista de presença avaliações certificados Materiais de escritório: canetas lápis pincéis atômicos fita adesiva giz papel sulfite tesoura grampeador fita crepe alfinetes rolo de barbante forte apontador de lápis régua 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MÁRCIA GARBINI FRANCO PASSADORI, Reinaldo. Comunicação Essencial: estratégias eficazes para encantar seus ouvintes. São Paulo: Gente, 2003. PÓLITO, Reinaldo. Como preparar boas palestras e apresentações. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ______________ Como falar corretamente e sem inibições. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1986.