Técnicas de Apresentação
Por: Scott Richmond1 (www.westfly.com)
Tradução: Alejandro Antúnez de Mayolo
Técnicas de Apresentação para moscas secas
Você poderia escolher uma mosca seca da sua caixa, aplicar nela um gel flutuante e jogá-la no
rio livremente sem estar atada a uma linha de pesca. Ela flutuaria rio abaixo naturalmente como
se fosse um inseto verdadeiro. Se você escolhe corretamente o padrão e joga a isca de
maneira tal que a correnteza a leve até uma truta faminta, ela provavelmente acabará subindo
à superfície para abocanhá-la.
Você pode sentir algum tipo de satisfação enganando a truta desta maneira. Acontece que a
maioria de nos, pescadores, pensamos que é mais divertido fazer isto quando a mosca está
atada a uma linha de pesca. Desafortunadamente esta conexão entre a mosca, tippet, líder e
linha cria dois efeitos prejudiciais:
1. A linha cria um “arraste” na mosca (em inglês: drag) evitando que ela flutue
“naturalmente”.
2. A linha na água pode ser percebida pela truta desconfiada, e pode acabar espantando-a
ou tornando-a reticente a tomar a isca. Chamaremos este efeito de “espectro” (em
inglês spook)
Evitar estes problemas é a essência de uma boa “apresentação da mosca”. Antes de mergulhar
nos detalhes do “que queremos obter” é bom fazer algumas considerações sobre o “que
estamos tentando evitar”.
Arraste (Drag)
Nos rios, a água se desloca raramente na mesma
velocidade, alguma parte da linha e líder de pesca
ficará presa numa correnteza mais rápida e outras em
águas mais lentas. Isto faz com que a linha puxe a
mosca e certa direção o que acaba provocando um
movimento indesejado ou “não natural” da mosca que
chamamos de arraste ou em inglês: drag.
O efeito de arraste é obvio inclusive para os
pescadores iniciantes. As moscas acabam de
deslocando na superfície d’água deixando um rastro em
formato de “V”, ela não se movimenta ou simplesmente
não tem aparência de uma mosca “natural”. Uma
maneira de detectar o arraste é observando a espuma
na água, se a mosca está se deslocando numa
velocidade diferente à espuma temos um “problema” a
corrigir.
A corrente mais rápida entre você e a
mosca cria um arco na linha de pesca o
que acaba provocando o arraste da mosca
(drag).
No entanto cabe ressaltar que algumas vezes o arraste é uma coisa muito sutil, difícil de ser
1 Scott Richmond é criador e diretor executivo da Westfly. Ele é autor de 8 livros sobre a pesca no Oregon.
percebida ao olho nu. Mas a truta, especialmente a truta seletiva que passa a maior parte da
sua vida olhando os objetos que flutuam na superfície, vive tomando decisões rápidas do tipo
“é ou não é alimento”. Quando elas percebem o arraste a decisão é geralmente de recusar a
oferta e partem para procurar alguma outra “coisa” com aparência mais “natural”.
Espectro (Spook)
A linha de pesca é geralmente opaca, logo a truta pode
vela facilmente e ficar cautelosa ou até se espantar com
ela. Uma truta cautelosa ou espantada dificilmente irá
avançar encima de uma isca.
O líder é geralmente translúcido e cria uma distância
entre a mosca e a linha de pesca para evitar que a truta
enxergue a linha e fique desconfiada. Quanto mais clara
seja a água maior terá que ser o cumprimento do líder
para que a truta não consiga enxergar a linha antes de
ter visto a mosca e ter tomado a decisão de aceitar a
oferta.
Desafortunadamente nenhum líder é completamente
invisível nem completamente flexível. Os tippets mais
finos são necessários para pescar em pequenos
riachos de águas claras. Um tippet fino reduz o arraste
dado que é mais flexível e permite que a mosca flutue
“naturalmente”.
O efeito da escolha do equipamento de pesca
A “correção” da linha é uma das técnicas
utilizadas para retardar o arraste da
mosca. Arremesso (1), depois vem a
correção da linha (2) e finalmente uma
mosca à deriva sem arraste (3).
Alguns pescadores defendem o uso de “regras” na escolha do tippet, regras baseadas em
como eles afetam o arremesso da isca: Tippets finos para moscas pequenas e mais grossos
para moscas maiores. Existe toda uma lógica por trás desta regra, dado que é extremamente
difícil que um tippet fino possa tomar conta do arremesso de uma mosca grande e pesada.
No entanto, tem momentos nos quais esta regra deve ser quebrada. Por exemplo, quando você
está pescando com uma isca October Caddis atada num anzol #8 num riacho com águas
claras você vai precisar utilizar um tippet 6X ou 7X para poder conquistar um pique de uma
truta. Por outro lado, quando você está apresentando uma mosca Griffith’s Gnat atada num
anzol #20 para uma truta de 2.5 kg, você com certeza vai querer utilizar um tippet maior a um
6X.
A escolha certa da vara (do conjunto vara-carretilha e linha na verdade) também pode reduzir o
fator de “espectro”. Um conjunto #3 ou #4 fará uma apresentação mais delicada do que um
conjunto #6. Por outro lado a linha e o líder num conjunto #3 podem acabar “morrendo” durante
o arremesso em condições de muito vento. Pior ainda, podemos ter sérios problemas utilizando
conjuntos leves para arremessar moscas grandes como uma Mac-Salmon ou uma Stimulator.
As escolhas de varas e lideres não seguem regras específicas e rígidas, o que existe é uma
série de recomendações para orientar as escolhas.
Apresentação “rio acima e cruzada” (Up-and-across)
A apresentação básica de uma mosca seca consiste num arremesso rio acima num ângulo em
relação à correnteza, chamaremos esta técnica de “rio acima e cruzada”. Este tipo de
arremesso coloca a linha e o líder fora da “visão” da truta evitando espantá-la. O efeito de
espectro (spook) é minimizado, mas a chance de arraste é acrescentada dado que a linha e o
líder irão atravessar diferentes faixas de água que se movimentam em diferentes velocidades e
eventualmente em distintas direções.
Afortunadamente existem varias maneiras de lidar com este efeito de arraste. Existem livros
inteiros que foram escritos para cada uma destas técnicas, aqui simplesmente as
enumeraremos e descreveremos brevemente:
1. Localização, localização e localização. Antes de arremessar, observe o rio, mais
especificamente as diferentes correntes e entenda a dinâmica das águas tentando
imaginar onde estão os peixes e qual é a melhor posição para o arremesso. Escolher a
posição certa no rio reduz as chances de arraste da mosca.
2. Correção da linha. Como vimos anteriormente, significa mudar a maneira como a linha
repousa na água. Por exemplo, se você corrige a linha de maneira tal que a porção da
linha que atravessa as águas mais rápidas esteja deslocada água acima em relação a
porção da linha que fica nas águas mais lentas, isto proporcionará um lapso de tempo
para que a mosca fique na superfície d’água sem arraste.
3. Arremessos mais curtos. Quanto mais curto seja o arremesso menor a quantidade de
linha que está exposta as diferentes correntes d’água,o que minimiza o efeito de
arraste.
4. Deriva mais curta. Quando maior a distância que a mosca fica à deriva, maior a chance
de que a correnteza acabe prendendo uma parte da linha e provocando o arraste da
mosca. Quanto menor a distância na qual a mosca fica à deriva, melhor.
5. Reach cast (arremesso de chegada): Durante a última parte do arremesso (quando a
mosca está sendo apresentada), desloque a mão com a qual você está arremessando
para um dos lados (direita ou esquerda). Este movimento posiciona a linha numa das
laterais, onde você acredita que o efeito de arraste será menor. Em poucas palavras,
um reach cast é um arremesso acompanhado de uma correção da linha.
6. Wiggle cast (arremesso serpeado). Durante a fase final do arremesso mexa varias
vezes a ponta da vara de lado a lado na horizontal. Esta técnica acaba criando na linha
varias curvas em formato de “S” que atuam como uma “mola”. Na medida em que a
mosca vá à deriva a correnteza vai esticando a linha adiando o efeito de arraste. Mexa
a ponta da vara ao inicio do arremesso para colocar estas curvas mais próximas da
mosca ou faça-o no final do arremesso se você quer posicionar as curvas em “S” mais
longe da mosca.
Apresentação “em linha reta e rio acima” (Straight upstream)
Se você arremessa a mosca rio acima em linha reta, você minimiza o efeito de arraste (drag)
porque existe uma grande chance que o conjunto da “linha-líder-e-mosca” acabe caindo na
mesma faixa de corrente no rio e se desloque na mesma velocidade e na mesma direção. Em
contrapartida você aumenta o efeito de espectro (spook) dado que a linha irá passar sobre a
cabeça de cada truta que esteja no caminho da linha.
No entanto existem situações nas quais este
arremesso é a única opção. Funciona melhor se você
consegue posicionar a mosca 1.5 m acima do lugar
onde você suspeita que a truta esteja posicionada.
Desta maneira a linha pousará na frente do peixe
diminuindo a possibilidade de espantá-lo. Não é
necessário dizer que as chances aumentam se você
consegue fazer pousar a mosca delicadamente.
Quando arremesse rio acima posicione a
mosca na frente do peixe
Apresentação “em linha reta e rio abaixo” (Straight downstream)
Este tipo de apresentação é muito efetiva em riachos
com água muito clara assim como em outras situações
especiais. Para executar esta técnica de apresentação
posicione-se olhando rio abaixo e arremesse em linha
reta. Na medida em que a linha vai sendo liberada
recue a vara na sua direção. Isto liberará certa
quantidade de linha adicional criando uma certa folga
na linha e evitando que a mosca recue quando ela
pousar na água. Você pode provocar o mesmo efeito
balançando a vara no horizontal para colocar varias
curvas em “S” na linha.
Na apresentação rio abaixo, (1) Posicione
a mosca rio acima em relação ao peixe (2)
acompanhe o deslocamento da mosca
com a ponta da vara para evitar o arraste,
mas não exagere na velocidade para evita
que a linha fique solta demais.
Acompanhe o deslocamento da mosca com a ponta
da vara: O truque é minimizar a folga na linha para
poder cravar o anzol rapidamente, não se deve aplicar
excessiva tensão na linha para não atrapalhar o
deslocamento da mosca. Em algumas situações você pode liberar um pouco de linha para
estender a deriva da mosca, mas isto é muito difícil de ser feito sem provocar certo arraste da
mosca. Com esta técnica de apresentação a mosca entra no campo visual da truta antes da
linha e o líder e ao mesmo tempo minimiza-se o efeito do arraste.
Observe que dado que a linha está na sua frente, fica
mais fácil de cravar o anzol ante um pique. A
recomendação é esperar uma fração de segundo antes
de cravar o anzol e dar um tempo à truta para fechar a
boca.
Mosca saltitante (Dapping)
Esta é uma técnica de apresentação raramente
utilizada, mas pode ser muito efetiva na hora de imitar
insetos que estão pairando acima da superfície ou
depositando seus ovos.
Solte pouca linha, tente se ocultar na sombra ou atrás
da mata para evitar o campo visual da truta e
apresente a mosca acima da truta como movimentos
repetitivos na vertical para imitar o inseto tocando a
superfície d’água.
Quando apresente a mosca saltitando
acima da superfície faça-o com vários
movimentos na vertical imitando o inseto
que deposita os ovos, sem que a linha ou o
líder toquem a superfície d’água.
Patinação (Skating)
Esqueça tudo o que falamos até agora sobre arraste. O objetivo desta técnica é justamente
criar o arraste... Soa contraditório?
Utilize uma mosca com um colar sobrecarregado tipo uma Elk Hair Caddis ou uma Stimulator
que dado o desenho irá patinar na superfície d’água. Arremesse a isca rio abaixo num ângulo
aproximado de 45º em relação à correnteza, corrija a linha rio acima e deixe que a mosca
patine livremente na traversal. Você estará imitando o inseto adulto que está patinando na
superfície depositando os ovos ou uma stonefly que está sendo levada pelo vento.
Outras dicas para a apresentação de uma mosca seca
1. Administre a linha. Na medida em que a mosca se aproxima de você, cria-se um
excesso de linha na água o que dificulta capturar um pique da truta e cravar o anzol.
Este excesso também aumenta a possibilidade de acontecer o arraste da mosca.
Recolha a linha entre os dedos para minimizar a quantidade de linha na água, mas
faça-o com cuidado para não puxar a mosca.
2. Recolha a mosca utilizando um roll-cast. Um pequeno roll-cast pode desprender a
mosca da superfície com uma mínima perturbação da água. Apenas a mosca esteja no
ar comece o back-cast.
3. Evite a aspersão d’água. A linha acumula água na superfície. Quando você executa os
primeiro forward e back-cast a água se desprende da linha e acaba caindo na
superfície. Em açudes com água muito clara e quieta este efeito pode espantar as
trutas, especialmente as mais arredias. Execute o primeiro forward e back-cast numa
direção distinta, longe da truta, e depois corrija a direção para apresentar a mosca.
4. Emergente. Virtualmente tudo o que já foi dito anteriormente para a apresentação de
moscas secas aplica para a pesca com moscas emergentes assim como para outras
moscas abaixo da superfície. Quando pesque com moscas emergentes um pequeno
movimento da mosca pode atrair a truta. Fique de olho na junção do líder com a linha.
Se ela se mexe levemente crave o anzol. Muitos pescadores exageram nas cravadas
quando pescam com moscas emergentes e acabam arrastando a linha e a mosca,
espantando a truta.
5. Observe o campo visual do peixe. As trutas que estão caçando comida na superfície
d’água precisam ver-la entrando dentro do seu campo visual. Quanto maior for a
profundidade onde se encontra o peixe e maior a claridade d’água, maior será o campo
visual da truta, e portanto maior a distância na qual precisamos colocar a mosca da
truta. Quando esteja pescando rio acima calcule esta distância e coloque a mosca rio
acima e deixa-a à deriva atravessando o campo visual da truta. Espere que a mosca
tenha atravessado o campo visual antes de recolher-la e arremessar-la novamente.
6. Planeje antecipadamente Antes de apresentar a mosca pense aonde você irá recuperar
a mosca ao final da deriva. Assegure-se que neste lugar você não irá espantar a truta.
7. Recusas. Algumas vezes (ou freqüentemente) uma truta irá ascender na direção de sua
mosca, ou pelo menos você irá achar que ela foi nessa direção. Você observará um
borrifo d’água próximo da sua mosca ou quiçá só a cabeça dela surgindo fora d’água.
Mas quando você tente cravar o anzol você não sentirá nenhuma resistência. Isso quer
dizer que a truta foi em direção à mosca com um claro intuito de abocanhá-la, mas no
ultimo minuto ela desistiu. Recusas significam que o padrão de mosca e a apresentação
são bons, mas não o suficiente para provocar o ataque final da truta. O efeito de arraste
ou o tamanho do tippet podem ser alguns dos problemas, mas geralmente a recusa
significa que o colar da mosca é exagerado ou o tamanho da mosca é maior do que o
apropriado.
8. Moscas em CDC. NÃO utilize gel flutuante nas moscas atadas com CDC. Estas moscas
devem ser pescadas “au naturel”, isto é, do jeito que elas saem da caixa. Quando uma
mosca CDC não está mais flutuando seque-la utilizando pó de sílica ou utilize duas
peças de amadou para retirar a unidade. Faça um par de arremessos em falso (falsecasts) e volte à pescaria.
9. Escolha as moscas segundo o tipo d’água. Quando mais agitada for a superfície maior
será a quantidade de colar necessário para manter a mosca flutuando. Da mesma
maneira, quando mais calma seja a superfície d’água menor será a quantidade
necessária de colar para manter a mosca flutuando. Quando esteja pescando em águas
muito calmas e com pouca ou nenhuma correnteza uma mosca atada com o padrão “No
Hackle” pode ser a melhor opção. Mas em rios mais agitados este tipo de mosca
acabará afundando e você poderá precisar de moscas do tipo Elk Hair Caddis.
Técnicas de Apresentação para moscas “molhadas”
A pesca com moscas molhadas (em inglês: wet flies) impõe desafios similares aos enfrentados
na pesca com moscas secas. Uma apresentação sem arraste é essencial (existem algumas
exceções, é claro), também é muito importante não espantar a truta observando sempre o
campo visual da mesma. No entanto, na pesca com uma mosca molhada você enfrentará um
desafio adicional: Como apresentar a mosca na profundidade correta?
O que é a profundidade correta? Bom, isso depende de onde o peixe está procurando seu
alimento, ou seja, onde elas esperam achar comida! : Na superfície? Na parte superior da
coluna d’água? Ou será que é na profundeza onde elas esperam achar algum tipo de comida à
deriva próxima do leito?
Quando as trutas estão esperando a comida na superfície, uma mosca seca ou uma emergente
são geralmente as melhores opções. Esta situação foi coberta no capítulo anterior quando
discutimos a apresentação de moscas secas.
Quando elas esperam encontrar seu alimento abaixo da superfície, a melhor opção é
geralmente apresentar uma ninfa morta-à-deriva no fundo. Neste capítulo veremos duas
maneiras de conseguir esta apresentação:
1. Uma ninfa na profundeza com um indicador de pique.
2. Uma ninfa na profundeza com a linha tensa ou esticada.
Algumas vezes a truta espera que o alimento se encontre na meia-água. Este é o caso das
ninfas ou pupas dos insetos que emergem em direção da superfície. Neste caso utilizaremos
técnica de apresentação denominada “ninfa em ascensão”.
A terceira situação é quando precisamos imitar um inseto nadador ou um alevino. Nestes casos
uma mosca molhada ou um streamer balançando perto da superfície ou no fundo é a tática
correta.
Seis técnicas de apresentação serão discutidas mais a frente neste. Mas antes de mergulhar
nos detalhes precisamos dar uma olhada às diferentes opções que temos para colocar uma
ninfa perto do fundo.
Como colocar a isca no fundo
Durante a eclosão, as ninfas devem ser apresentadas numa profundidade de aproximadamente
25 cm. Alguns centímetros acima ou abaixo podem fazer toda a diferença durante uma
pescaria. Seguem algumas dicas de como colocar as ninfas na profundidade correta.
1. Colocando um peso no líder. Pode ser um chumbinho, um peso do tipo “twist on” ou um
peso do tipo massa. Coloque o peso a uma distância entre 30 e 45 cm da mosca
(colocar peso no líder vai contra o regulamento em alguns lugares, verifique o
regulamento antes de utilizar esta técnica). Desafortunadamente aplicar peso no líder
dificulta o arremesso dado que a mosca e o peso ficam girando no ar, a precisão e a
distância são prejudicadas utilizando esta técnica. Para facilitar o arremesso aumente a
abertura do laço na hora de arremessar. Você deve também diminuir a velocidade do
arremesso assegurando-se que a linha esteja bem estendida durante o back-cast antes
de iniciar o forward-cast. Faça o menor numero de arremessos em falso (false-cast).
Quanto mais longo e fino seja o peso, mais fácil será arremessar o conjunto, esta é uma
das vantagens de utilizar os pesos com formato de massa.
2. Utilizar uma mosca com lastro. Elas podem ter o lastre atado
embaixo do dubbing ou o lastre pode assumir o formato de
uma miçanga metálica atada na cabeça da mosca (versões
beadhead). O beadhead evita que as moscas pequenas
fiquem muito grossas e desproporcionadas ao mesmo tempo
que evitam os inconvenientes do arremesso utilizando peso
no líder.
3. Utilização de duas moscas na linha (Dropper). Nas pequenas
ninfas que imitam as blue-winged-olives atadas em anzóis
#18-#20 é muito difícil colocar suficiente peso na própria ninfa
como para que ela afunde especialmente em águas com
muita correnteza ou até correnteza moderada. A solução é
utilizar uma mosca muito pesada, tipo uma imitação de ninfa
de stonefly em combinação com uma ninfa mais leve. Uma
maneira de fazer isso é atar nó de sangue (blood-knot) no
tippet criando um rabicho com um cumprimento de 5 a 10 cm
onde será atada a mosca menor. A mosca mais pesada deve
ser atada no extremo do tippet. Outra maneira de montar o
cordame (ou dropper) é atar a ninfa mais pesada no extremo Dropper: Um cordame com
do tippet e atar um segundo tippet com 30 a 45 cm de uma ninfa Kaufman’s
cumprimento na curvatura do anzol utilizando um nó tipo Stonefly no extremo do
tippet e uma pequena ninfa
clinch. A segunda mosca mais leve deve ser atada no pheasant tail atada no
extremo deste tippet. Uma das vantagens de utilizar estes extremo do rabicho.
cordames com duas moscas é de poder oferecer dois tipos
de iscas para a truta e entender em que profundidade ela está se alimentando. A
desvantagem é que se a mosca mais pesada fica pressa numa pedra, tronco ou
qualquer outra estrutura submersa você perderá o dobro de moscas.
4. Utilize um líder mais fino. O arrasto é proporcional à grossura do líder. O uso de lideres
mais finos diminui o arraste e ajuda à mosca a afundar mais rapidamente.
5. Linha empilhada (Pile line): Após a mosca ter atingido a superfície, agite rapidamente a
ponta da vara de pesca na vertical uma ou duas vezes criando “ondas” na linha de
pesca. Quando estas ondas atinjam o líder e a mosca elas ajudarão a quebrar a tensão
superficial fazendo com que a mosca afunde mais rapidamente.
Ninfa de profundidade com um indicador (Deep nymph with indicator)
Coloque um indicador de pique (strike indicator) a uma
distância de 1.8 a 2.5 m da mosca e arremesse rio
acima. Idealmente a Mosa e o indicador de pique
devem estar numa linha reta e paralelos à corrente, se
for necessário corrija a linha. Trate o indicador de pique
como se fosse uma mosca seca apresentando-a à
deriva e sem arraste.
Indicador e ninfa: A linha para de se
Assim que o indicador de pique se mexa, afunde, deslocar rio abaixo quando a truta toma
a isca (2) e o indicador ira contra a
oscile ou faça qualquer outro movimento que não
pareça natural puxe simultaneamente a vara e a linha corrente afundando.
utilizando a mão livre. Nesta técnica de apresentação a
linha é normalmente muito frouxa sendo necessário puxar muita linha para cravar o anzol.
Arremesse varias vezes até cobrir toda a área em sua volta. Quando tenha concluído o
trabalho num setor do rio avance alguns passos rio acima e repita o processo. Podem ser
necessários vários arremessos até cobrir toda a área. 9 metros é a distância máxima do
arremesso que deveria ser utilizada neste método, pois esta distância permite identificar os
movimentos do indicador e poder cravar o anzol rapidamente.
Uma mosca pesada como uma ninfa de stonefly pode afundar facilmente o indicador de pique
especialmente num lugar profundo ou com pouca corrente. Caso isto aconteça desloque o
indicador no líder para aumentar a profundidade incrementando, se for necessário, o tamanho
do líder. Se o indicador continua afundando você precisa de um indicador maior. Sempre é
possível aumentar o tamanho do indicador de pique, mas lembre que quanto maior for o
indicador menor a sensibilidade aos piques mais sutis.
Os indicadores de pique vêm em diferentes formatos e são construídos com diversos materiais.
Você pode atar uma ou duas polegadas de lã de polipropileno no líder e aplicar gel flutuante na
lã. Alternativamente muitas lojas de pesca vendem indicadores de pique prontos. Alguns são
retorcidos em volta do líder, outros são pequenos pedaços de espuma plástica com cola
resistente a água que é fixado no líder. Outros são pequenas bolas de styrofoam pintadas em
cores vivas, o líder passa por um furo construído no meio da bola e é preso mediante um palito.
Uma variante deste ultimo modelo é a utilização de cortiça, um acessório comum entre os
pescadores de steelhead.
Cada pescador tem suas próprias preferências em relação ao tipo de indicador de pique, eu
recomendo experimentar cada um deles para ver qual se adapta melhor a seu estilo de pesca.
Existe um estilo muito especializado e efetivo de pesca com indicador chamado de “cordame
californiano”. É uma versão para a pesca de steelhead do que descreveremos mais a frente
como a técnica “pesca com mosca de steelhead utilizando à deriva morta”.
Ninfa de profundidade com a linha esticada (Deep nymph on a tight line)
Faça um arremesso curto rio acima com um
comprimento de linha que não exceda os 5 m
(incluindo o comprimento do líder). Assim que a mosca
pousar na superfície d’água corrija a linha de maneira
tal que a linha e o líder estejam posicionados em linha
reta. Na medida em que a mosca se aproxima na sua
direção mantenha a linha esticada levantando a ponta
da vara. Abaixe a ponta da vara novamente assim que
a mosca e a linha comecem a se afastar de você.
Observe a linha enquanto ela se desloca na água, se
você observa qualquer movimento irregular levante a
ponta da vara para cravar o anzol, o movimento na
precisa ser muito brusco dado que você está mantendo
a linha esticada.
Na técnica apresentação com a “linha
esticada” (tight line) levante a ponta da
vara (2) e (3) quando a mosca está
próxima de você e
baixe a ponta
quando ela se afasta.
Arremesse varias vezes ate cobrir toda a área na sua frente. Quando tenha terminado avance
dois ou três passos rio acima e repita o procedimento.
Observação: Nesta tática de pesca o toque é dado por intuição, a mesma que é desenvolvida
com a prática. Por isso esta técnica é mais difícil do que a técnica que usa um indicador de
pique. Este o motivo pelo qual alguns pescadores a consideram mais desafiante,
proporcionando um prazer particular a cada captura.
Ninfa em ascensão (Rising nymph)
Arremesse rio acima e deixe a mosca afundar, o que
pode levar mais tempo do que você imagina. Controle
a tensão na linha recolhendo-a mantendo a mosca no
fundo e indo à deriva rio abaixo. Quando você ache ter
atingido o ponto onde se encontra o peixe levante a
ponta da vara lentamente trazendo a ninfa em direção
à superfície. Esta tática é mais eficiente quando você
sabe ou tem fortes suspeitas da localização de uma
truta. Não é uma boa tática de exploração ou
reconhecimento.
Na técnica de apresentação “ninfa em
ascensão” levante a vara lentamente
para levar a ninfa em direção à
superfície.
Outra variante desta tática exige um pequeno indicador
de pique e uma linha flutuante. A distância entre a
mosca e o indicador deve ser aproximadamente a
mesma da profundidade do setor que você está pescando. Arremesse rio abaixo, num ângulo
em relação à corrente. Corrija a linha na mesma direção da corrente (i.e. rio abaixo) criando um
pequeno arco. Esta correção irá criar um arraste e o indicador irá se movimentar atravessando
a corrente. O resultado é que a mosca irá subir em direção da superfície. Esta tática funciona
melhor em rios com uma correnteza mais lenta e é muito efetiva em riachos.
Mosca molhada girando perto da superfície (Wet fly swing near the surface)
Em rios com pouca corrente arremesse a mosca atravessando o rio na perpendicular, em rios
com águas rápidas arremesse num ângulo de aproximadamente 60º. Corrija a linha rio acima
ou rio abaixo de maneira tal que a mosca se movimente na transversal á mesma velocidade
que ela se movimenta rio abaixo. Deixe a mosca girar até ela ficar na sua frente, paralela à
corrente, rio abaixo. Mantenha a mosca nesta posição alguns segundos antes de recolher e
arremessar novamente.
Enquanto a mosca está girando à deriva observe a água na vizinhança. Você deve procurar um
pequeno redemoinho na água, ou uma nadadeira dorsal saindo à superfície. Não tente cravar o
anzol neste momento! Normalmente o peixe acabará se ferrando sozinho, quando isso
acontecer, gire a vara na direção da beirada do rio, isto ajudará a cravar o anzol num canto da
boca, que é o melhor lugar para ferrar um peixe.
Para cobrir toda a área, comece sempre com uma pequena quantidade de linha e com
arremessos a curta distância. Aumente sucessivamente a distância do arremesso em 0,5 ou 1
m. Quando você tenha atingido seu limite de distância avance dois ou três passos à frente e
continue pescando com a mesma quantidade de linha.
Este tipo de apresentação funciona muito bem com iscas do tipo Soft Hackle, Sculpin,
imitações de pequenos peixes e moscas secas que imitem o inseto depositando os ovos.
Mosca molhada girando na profundeza (Deep wet fly swing)
Este tipo de apresentação é útil quando você está pescando trutas muito grandes que estão
escondidas sob uma saliência, comportamento típico das grandes trutas marrons.
Caso a técnica anterior não coloque a mosca na profundidade necessária, mude alinha de
pesca para uma do tipo sink-tip e utilize uma mosca com bastante lastre. Arremesse rio acima
da posição onde você suspeita que a truta esteja localizada e deixe que a mosca gire cruzando
esta área. A tensão na linha precisa ser bem administrada pois você precisa manter sempre um
bom contato com a mosca, ao mesmo tempo que você precisa soltar a quantidade necessária
de linha para que a mosca afunde e passe à deriva frente a saliência.
Ninfa no raso (Shallow nymph)
Durante a eclosão, as ninfas e pupas que emergem ficam à deriva Neuma profundidade que
oscila entre 2.5 e 5 cm, chegando algumas vezes até uma fração de centímetro da superfície.
Nestas situações as táticas de pesca são praticamente idênticas as utilizadas na pesca com
moscas secas, com uma exceção, diferentemente das moscas secas, a isca não é visível aos
olhos do pescador, podendo sofrer o efeito de arraste sem que este seja percebido. Outra
dificuldade é de não poder detectar os piques mais sutis.
Por estes motivos muitos pescadores utilizam um pequeno indicador de pique e tratam o
indicador como se fosse uma mosca seca, corrigindo a linha para evitar o arraste e cravando o
anzol quando o indicador afunda. A desvantagem desta abordagem é que indicador perturba a
água quando a mosca é apresentada, podendo espantar a truta. O indicador também fica bem
próximo da mosca podendo deixar a truta desconfiada em relação à isca.
Alguns pescadores substituem o indicador com uma mosca seca. Atam a mosca seca no tippet
e atam um segundo tippet de 45 a 60 cm de comprimento na curva do anzol utilizando um
clinch-knot. A ninfa é atada na ponta deste segundo tippet. A mosca seca funciona como um
indicador de pique assim como uma segunda “oferta” de alimento. Uma tática comum é utilizar
a combinação gafanhoto-dropper: A imitação de um gafanhoto e uma pequena ninfa. A
desvantagem da combinação de duas moscas é que ambas podem acabar se deslocando em
diferentes velocidades quando pegam diferentes correntes d’água provocando o
comportamento “não natural” de ambas. O arraste de uma mosca já é ruim, o de duas é muito
pior!
Então, se você quer pescar sossegado sem ter que se preocupar com tantos detalhes, use
uma única ninfa. Observe as áreas próximas da ninfa, especialmente a união do líder e a linha
procurando algum sinal de ação. Também fique atento aos pequenos redemoinhos ou as
nadadeiras dorsais aparecendo na superfície d’água. Puxe a vara para cravar o anzol caso
suspeite de qualquer tipo de ação. Será muito difícil detectar o arraste da mosca, mas este será
seu desafio do dia de pesca.
Técnicas de apresentação em lagos
Esta não é uma lista exaustiva de todas as técnicas disponíveis para a pesca em lagos. Mas é
uma lista básica de técnicas que todo pescador deve conhecer. Por outro lado, as técnicas não
aplicam só para lagos, mas na realidade para outros tipos de águas calmas e poções nos rios.
Um fator é comum a todos os tipos de apresentações de moscas descritas aqui: Mantenha a
linha tensa e evitando muitas folgas. Se você não faz isto perderá muito peixe porque os piques
em lagos e águas calmas são extremamente sutis. Se a linha tem muita folga uma grande truta
pode abocanhar a isca, decidir que não é natural e rejeitá-la (literalmente cuspi-la) e você nem
terá a mínima idéia de que isso aconteceu. Para evitar o excesso de folga na linha coloque a
vara perto d’água, ou até quem sabe coloque a ponta dentro d’água e observe a linha
mantendo ela tensa e sempre procurando algum sinal ou um pequeno movimento que indique
um provável pique.
Conta regressiva e recolhimento (Count-down-and-retrieve)
Este é o tipo de apresentação mais comum em lagos.
Profundidade e recuperação da linha são os dois
fatores mais importantes neste tipo de apresentação.
Eles chegam a ser até mais importantes do que a
própria escolha da mosca.
Apara atingir a profundidade correta utilize linhas de
afundamento tipo sink-tip (o afundamento acontece na
ponta da linha) ou full-sinking line (o afundamento Quanto mais demorada for a conta
acontece ao longo de toda a linha). Arremesse a regressiva, maior será a profundidade
atingida pela ninfa.
mosca e conte até a mosca atingir a profundidade
correta e só então comece a recuperar a linha utilizando uma das técnicas descritas a
continuação.
Até quando devo contar? A contagem deve permitir que a isca chegue à profundidade onde os
peixes estão se alimentando (ou você suspeita que eles estejam). Se isca começa a ficar presa
no fundo ou acaba engatando algas ou qualquer outra estrutura submersa, diminua a
contagem. Varie a contagem até chegar a aquela que revele mais ação por parte do peixe.
Dica: Raramente você ira encontrar peixes se alimentando a uma profundidade maior do que
2,5 a 3 m.
É muito importante aprender a contar de uma maneira consistente. Muitas pessoas contam
mais devagar quando não tem ação e estão entediados e aceleram a contagem quando vem
uma truta grande se aproximando. Uma contagem de 10 “segundos” pode virar 20 segundos
quando você está entediado e 5 segundos quando está animado. A utilização de um relógio é
uma solução extrema nos lagos, basta manter um ritmo constante na contagem.
Também leve em consideração que uma linha de afundamento continuará afundando caso
você a recupere lentamente, podendo afundar além da profundidade desejada. Existe um
balanço entre o índice de afundamento da linha e a velocidade da recuperação.
A velocidade e o método de recuperação São outros dois fatores importantes neste tipo de
apresentação. Geralmente a recuperação deve imitar o movimento do inseto, do vertebrado ou
invertebrado que estamos imitando. Seguem algumas dicas que não pretendem ser uma regra
geral e sim uma sugestão que o pescador poderá personalizar de acordo com suas
observações e preferências pessoais:

Donzelinhas: Puxe uns 45 cm em 3 segundos, faça uma pausa de dois a três segundos
antes de recomeçar.

Libélulas: Puxe de 5 a 15 cm de linha num segundo, e faça uma pequena pausa antes
de recomeçar.

Sanguessugas: Puxe uns 60 cm de linha em dois segundos, faça uma pausa de 2
segundo e puxe novamente. Quando as sanguessugas estão fugindo, elas podem se
movimentar muito mais rapidamente, então recuperação rápida da isca pode ser
interpretada pela truta como uma sanguessuga fugindo de algum outro predador e é
melhor atacar antes que outro a pegue.

Scuds: Puxadas erráticas, curtas e lentas.
Outros métodos de recuperação:

Recuperação lenta (slow retrieve): Este método e tão importante que merece um
capítulo aparte e será tratado mais a frente.

Puxar, e em seguida faça uma pausa (pull, then pause): Uma puxada de 10 cm seguida
de uma pausa funciona bem com a maioria das ninfas. Com moscas maiores utilize
uma puxada mais longa de até 70 cm, seguida de uma pausa.

Curto e rápido (short and rapid): Puxões de 5 cm com pausas praticamente
imperceptíveis. É um método muito efetivo para pescar com streamers tipo Woolly
Buggers.

Retorcer a mão (hand twist): O objetivo é ter um movimento suave e constante da
mosca. Você puxa a linha lentamente a linha e simultaneamente imprime movimentos
na vara com a munheca de um lado para o outro. Não deixe que a linha se enrosque na
sua mão, pois na fisgada de um grande peixe precisará que a linha corra livremente.

Rápido (fast): Algumas vezes as recuperações rápidas da linha são o único estimulo
que a truta aceita para arrancar um pique. Simplesmente puxe a linha tão rápido quanto
seja possível.
Caso você não esteja conseguindo fisgar nenhum peixe, observe seu colega, veja como ele
está recuperando a linha e imite-o.
Recolhimento lento (Slow retrieve)
O recolhimento lento de uma ninfa ou pupa justo
abaixo da superfície pode ser uma tática muito efetiva.
Algumas vezes ela imita o comportamento de insetos
emergentes, outras vezes ela simplesmente pode
chamar a atenção da truta para sua mosca.
Use uma linha de pesca flutuante ou de afundamento
intermediário e uma mosca com pouco ou até sem
lastre. Assegure-se que a mosca penetre a superfície
d’água. recolha a linha MUITO lentamente, a uma
velocidade de aproximadamente 2,5 a 5 cm por
segundo.
Um recolhimento muito lento da linha
pode se extremamente produtivo.
O recolhimento lento de uma pupa de midge ou de uma ninfa de Callibaetis como a Flashback
Callibaetis pode ser mortal em lagos. Ela também dá bons resultados quando utilizamos
imitações de sanguessugas (Woolly Bugger) e ninfas de donzelinhas.
Durante o recolhimento lento da linha muitos piques serão sutis e podem ser percebidos como
um leve aumento da tensão na linha. Quando sinta este leve aumento da tensão puxe a linha
com a mão livre, mas não levante a vara tentando cravar o anzol, pois caso não for um pique
você acabrá espantando as trutas que se encontram na proximidade da sua mosca.
Pupa de midge estática (Static pupa midge)
As pupas de midges são uma importante fonte de alimento nos lagos. Elas eclodem
freqüentemente ao crepúsculo, é então que os peixes começam a ascender abocanhando as
pequenas pupas de midges e ignorando qualquer outra oferta. Quando você observe este
comportamento ate uma pupa de midge num tippet muito fino e use uma linha flutuante para
apresentar a mosca.
Idealmente a mosca deve quebrar a tensão superficial d’água e ficar “pendurada” na vertical
logo abaixo da superfície. Aplique gel flutuante no líder e tippet na proximidade da mosca para
evitar que a mosca afunde.
Arremesse na área onde as trutas estão se alimentando e então deixe a mosca quieta, quieta, ,
quieta.
Enquanto a mosca está quieta e você está esperando que alguma coisa aconteça à brisa, o
vento e as correntes podem acabar criando certa folga na linha. Isto não é bom porque você
pode acabar perdendo um pique. Você precisa ir administrando essa folga na linha recolhendoa com cuidado para manter uma certa tensão mas sem mover a mosca.
Por outro lado, o vento e as correntes podem criar o efeito contrário e aumentar a tensão na
linha provocando o arraste da mosca. Este efeito pode ser difícil de perceber e não existe uma
solução mágica para detectar este problema. Só observe cuidadosamente e solte um pouco de
linha cuidadosamente quando você sinta que a mosca esta sofrendo arraste.
As trutas geralmente abocanham as pupas de midges dando uma “sugada” na isca ou com
uma ascensão da cabeça e cauda. Este tipo de ascensão é extremamente sutil e difícil de
detectar, pois provoca uma leve tensão na linha ou um redemoinho próximo à isca. Na dúvida,
sempre tente cravar o anzol puxando a linha com a mão livre, se você administra corretamente
a folga na linha, a fisgada deve ser relativamente fácil. Caso você sinta certa resistência na
hora de puxar a linha, relaxe e dê um leve toque com a ponta da vara para cravar o anzol.
Nunca crave o anzol levantando bruscamente a ponta da vara, é muito comum que a truta
ascenda e abocanhe um inseto próximo à sua isca (comportamento alias bastante comum
quando a truta se alimenta de midges), caso você faça qualquer movimento brusco com a vara
ou a linha você acabará perturbando a superfície d’água, espantando os peixes.
Se su a mosca não provocou nenhuma ação durante um ou dois minutos, recolha-a
LENTAMENTE uma pequena porção de linha, de maneira que a mosca ascenda novamente e
deixe-a quieta de novo.
As trutas podem ser extremamente seletivas quando se alimentam de pupas de midges, tanto
na cor quanto no tamanho. Logo você deverá ir experimentando até achar a cor e tamanho
certos. Alguns pescadores fazem isto atando até três pupas de midges ao mesmo tempo. Atam
duas no líder (separadas por “nós de sangue”, como mostrado anteriormente) e atam a terceira
na ponta do tippet. Usando esta técnica você pode ir testando diferentes tamanhos e cores até
identificar qual a combinação certa. Ou você pode pescar com três moscas para aumentar suas
chances de captura ou, só aumentar sua frustração. Este tipo de cordame (ou dropper) é um
pesadelo para arremessar e emaranha facilmente. Um líder emaranhado é a última coisa que
você gostaria de ter, especialmente quando está rodeado de grandes trutas se alimentando.
Pupa de midge na profundeza com indicador de pique (Deep midge pupa with indicator)
As pupas de midge eclodem durante a primavera, verão e começo do outono, este evento
acontece geralmente ao meio dia. Sob estas condições de claridade as trutas são geralmente
relutantes a subir na superfície e se expor aos predadores. Elas preferem abocanhar as pupas
de midges perto do fundo. Esta tática trata justamente de como colocar a isca nesta
profundidade.
Use uma mosca com certo peso (por exemplo, uma mosca com beadhead ou lastre) ou
adicione um peso ao líder para que afunde. Arremesse o conjunto e deixe-o afundar por um ou
dois minutos, então dê um par de puxões. Deixe a isca quieta por outro par de minutos e então
comece a recolhê-la lentamente 30 ou 60 cm. Repita os passos de afundamento, espera,
puxão, espera, recolhida, espera, afundamento, espera. A maioria dos piques acontece quando
a isca retoma o movimento.
Comece colocando o indicador a uma distância de 3 m ou na profundidade que você estime
tenha o lugar. Ajuste o indicador progressivamente até começar a sentir alguns piques.
Alçar e deixar afundar (Lift-and-settle)
Esta técnica de apresentação é muito útil par imitar o
comportamento da ninfa antes da eclosão, mas
especificamente das ninfas Hexagenia e Callibateis.
Use uma linha flutuante e arremesse uma ninfa que
afunde, espere até ela atingir a profundidade desejada.
Pode-se utilizar um indicador, que em determinadas
situações pode acabar sendo muito útil para limitar a
profundidade e anunciar o pique. Recolha lentamente a
linha para elevar a mosca aproximadamente 30 cm,
caso não tenha percebido nenhum pique deixe-a
afundar novamente e repita o processo. Esta técnica é
extremamente simples e algumas vezes, mortal !
A técnica de “alçar e deixar afundar”
apresenta a mosca perto do fundo
imitando o comportamento de várias
espécies de ninfas.
Recuperação na vertical (Vertical retrieve)
Algumas das fontes de alimento das trutas ascendem rapidamente do fundo em direção à
superfície; As pupas de caddis, por exemplo, imitam este comportamento quando são
pescadas com esta técnica de apresentação. Ela é similar a técnica anterior de “Alçar e deixar
afundar” exceto pelo fato de que você recolhe a ninfa de uma vez só e sem parar, até chegar à
superfície. Nesta técnica você pode usar uma linha tipo sink-tip ou uma do tipo flutuante com
um líder mais longo.
Deriva ao vento (Wind drifting)
A deriva ao vento permite cobrir uma grande área, e é ideal para a pesca em lagos. Quando ela
é executada corretamente é simplesmente uma covardia.
Utilize uma linha de afundamento intermediário do tipo full-sinking. As moscas idéias para o uso
desta técnica são as Woolly Buggers, ninfas de donzelinhas, Flashback Callibaetis e Flashback
Pheasant Tail.
Arremesse no vento, num ângulo de 45º em relação a trajetória do barco. Não faça nada,
simplesmente deixe que o vento arraste a mosca atrás de você.
O motivo para arremessar num ângulo de 45º é que a mosca será apresentada numa área que
está fora da trajetória por onde o barco acabou de passar espantando as trutas no caminho.
Após certo tempo a mosca irá ser arrastada até a área onde o barco acabou de passar, nesse
instante recolha a mosca e arremesse novamente.
Utilizando esta técnica, os piques das trutas se assemelham a um enrosco nas pedras ou na
vegetação submersa.
Algumas vezes os ventos são muito fortes, e sua mosca acabará se movimentando
rapidamente de maneira não natural. Caso você esteja num barco a velocidade pode ser
diminuída utilizando uma ancora.
Estalo e parada (Chuck-and-sit)
Todas as técnicas de apresentação discutidas até agora usam moscas molhadas ou ninfas. De
fato, grande parte da pesca em lagos é feita com estes tipos de moscas, mas existem algumas
circunstâncias nas quais uma mosca seca ou emergente é a melhor opção. Por exemplo,
durante a eclosão da Callibaetis usa-se uma Adams, Callibaetis Cripple ou uma mosca Sparkle
Dun. Outras situações similares acontecem durante a eclosão das mayflies Hexagenia, na
presença de formigas, na eclosão de midges quando utilizamos as moscas Griffith’s Gnat ou
quando as trutas estão se alimentando de donzelinhas adultas.
Utilize uma linha flutuante e aplique um gel flutuante na mosca (exceto nas moscas CDC),
Arremesse a mosca e deixe-a pousar na superfície. Caso nada aconteça em dois ou três
minutos recolha a mosca e arremesse novamente em outro lugar.
Quando você tem na mira um peixe que está se deslocando na água, arremesse sempre a
mosca à frente do peixe para que a mosca já tenha pousado na água quando a truta passe
pelo lugar. Caso você tenha na mira um peixe que está ascendendo, aponte para o centro da
ascensão. Durante a eclosão, antes de arremessar para qualquer lugar, é melhor esperar até
ver uma ascensão e só então arremessar nessa direção.
A apresentação de uma mosca seca num lago tem que ser mais delicada e precis do que nos
rios dado que a água nos lagos e açudes é geralmente mais calma. Num rio, a mosca é levada
pela correnteza, e o peixe tem que tomar uma decisão rápida. Num lago, a linha, o líder e a
mosca ficam no lugar onde foram arremessadas e estão sujeitas ao escrutínio sem fim da truta,
até ela decidir se deve aceitar ou recusar a oferta.
Isto é particularmente um problema em condições de pouco ou nenhum vento. Quando encarar
este tipo de situações você terá duas alternativas: Procurar alguma área do algo onde o vento
esteja perturbando a superfície e disfarce a linha e o líder, ou abandone a idéia de pescar com
uma mosca seca e use uma mosca molhada ou ninfa e pesque no fundo.
Outra situação na qual devemos abandonar a idéia de pescar com uma mosca seca é quando
os ventos estão muito fortes. Um dia com ventos exagerados pode provocar excessivo arraste
na mosca. Você terá pouquíssima ação nestas circunstâncias.
São Paulo, Outubro de 2011
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