Diário do Minho
ID: 24413485
28-03-2009
Tiragem: 9000
Pág: 17
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 18,64 x 37,99 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Produtores de Monção e Melgaço
unidos em torno do Alvarinho
Autoridades e produtores, celebram a união em torno do Alvarinho
Daniel Lourenço
Avelino Lima
Já é oficial. A sub-região
de Monção, integrada na Região dos Vinhos Verdes, passa
a denominar-se Sub-região de
Monção e Melgaço, cumprindo-se assim uma reivindicação
antiga dos melgacenses que,
durante muitos anos, se sentiram discriminados por não
verem o nome do seu município nesta sub-região, apesar
de fazerem parte dela geográfica e economicamente.
O anúncio desta nova denominação – que é encarado
pelos dois lados como a confirmação de um estatuto de
igualdade para os dois parceiros – foi feito ontem em Melgaço, numa cerimónia que teve
no secretário de Estado Adjunto da Agricultura Luís Medeiros Vieira o convidado de
honra, contando ainda com o
governador civil de Viana, com
os autarcas dos dois municípios, o presidente da Comissão de Viticultura dos Vinhos
Verdes e dos representantes
das associações de produtores dos dois concelhos.
Esta alteração do nome para
Sub-região Monção e Melgaço
não é apenas uma formalidade
que fica registada em papel, é
antes uma alteração que significa a união, em todos os domínios, de todos os produtores
de Vinho Verde Alvarinho.
Assim, para além da mudança de nome da sub-região, ficou decidido criar-se
uma única associação representativa dos produtores dos
dois municípios e substituir
as duas ainda vigentes; alargar a Monção a Rota do Alvarinho, que até à data apenas abrangia Melgaço; permitir que os produtores dos
dois lados passam participar
nos eventos que um e outro
município organizam; alargar
aos produtores melegacenses
a adesão à Real Confraria do
Vinho Alvarinho, que até agora era dominada por confrades
de Monção (56 face a apenas
10 de Melgaço).
Segundo o autarca melgacense, todos os passos do
acordo de união «estão a ser
cumpridos rigorosamente por
todos». Rui Solheiro destacou,
na circunstância, a acção determinante do secretário de Estado Adjunto da Agricultura,
bem como de Manuel Pinheiro,
presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos
Verdes, entidade que «coordenou todo trabalho de aproximação de posições».
Organizações
conjuntas
Para dar corpo a esta união
de esforços, já estão a ser organizados eventos conjuntos. Assim, se 1 a 3 de Maio, Melgaço
organiza a XV Feira do Fumeiro e do Alvarinho, evento que
já vai contar com expositores
de Monção. Em Junho, a feira
de Monção também vai contar, de igual modo, com produtores melgacenses.
Para o autarca Melgacense, todo este trabalho conjunto tem como meta última, «a
defesa do Vinho Verde Alvarinho dos inimigos, não adversário, mas inimigos que estão
fora da região». Para Solheiro,
a pretensão de algumas grandes adegas em alargar a produção do Verde Alvarinho a
toda a região dos Vinhos Verdes, fora da Sub-região Monção e Melgaço, é uma jogada de «oportunismo», dado
o prestígio que a marca Verde Alvarinho foi granjeando ao
longo dos anos. «Devemos estar todos juntos para defender
esta sub-região, que já é pequena», disse, acrescentando
que os autarcas dos dois concelhos sempre estiveram lado
a lado nessa matéria.
O monçanense José Emílio Moreira concordou plenamente com as preocupações
manifestadas pelo homólogo de Melgaço, acrescentando ainda que esta união vai
permitir «transformar o Alvarinho numa grande fonte de
riqueza». Mas, para tal, será
necessário que os produtores
deixem de ser meros agricultores e se transformem «em
empresários agrícolas», tendo em vista a melhor comercialização do produto, aquém
e além fronteiras.
Três milhões de garrafas por ano
Nova Associação
junta mais de 40 marcas
Ontem mesmo, nasceu a nova Associação de Produtores de
Alvarinho de Monção e Melgaço, que vem substituir as até
agora APA (de Monção) e UPA (de Melgaço). A assinatura do
acordo, pelos dois presidentes, teve como palco no Solar do
Alvarinho, em Melgaço. Ao todo, esta nova associação, que
representa praticamente cem por cento dos produtores, engloba mais de 40 marcas de Verde Alvarinho, que produzem, em
média, cerca de três milhões de garrafas por ano. Convidado
de honra desta união entre produtores dos dois concelhos, o
secretário de Estado Luís Medeiros Vieira foi contemplado com
o lote completo de todas as marcas existentes. O governante
levou para Lisboa dois cabazes com um exemplar de cada
marca. Em jeito de brincadeira, Medeiros Vieira disse que já
tinha vinho «até ao final da legislatura».
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Produtores de Monção e Melgaço unidos em torno do Alvarinho