INCLUSÃO DOS ALUNOS SURDOS NO ENSINO SUPERIOR
Bruna de Moura1 - UNICENTRO-PR
Christian Junior Licheski Díaz 2 - UNICENTRO-PR
Gabriel Plaviak da Silva3 - UNICENTRO- PR
João Gabriel Barbosa de Oliveira 4 - UNICENTRO- PR
Kelly Regina Stori5 - UNICENTRO- PR
Grupo de Trabalho: Diversidade e Inclusão
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
O presente trabalho busca fazer uma abordagem sobre as dificuldades que os alunos surdos
enfrentam ao adentrarem a Universidade, esses problemas podem ir desde a dificuldade em
conseguir estabelecer uma comunicação com os demais colegas e professores, ou até mesmo
na compreensão dos assuntos e conteúdos propostos nas disciplinas, se refletir na educação
que os mesmos recebem. Dessa forma, foi argumentada a necessidade de pensar em formas de
inclusão, de modo que a comunidade acadêmica consiga acolher de forma adequada os alunos
com necessidades especiais, neste caso, os surdos. As formas de inclusão aqui sugeridas
foram, propor às Universidades que façam programas culturais, bem como poesia, teatro,
atividades plásticas, ciências, jogos, entre outros, para que desperte o interesse do aluno em
aprender e a socializar com os demais, melhorando seu próprio desempenho nas atividades
acadêmicas. Aqui, temos por principal objetivo, relatar a inclusão de alunos surdos no meio
acadêmico, de modo com que tenha fortalecimento nas relações pessoais de aluno surdo com
colegas e professores, com a vinculação de comunicação entre eles através de linguagem
gestual ou até mesmo moralismo. Através dessas relações sociais, é evidente que teremos um
avanço na educação, formalizando novas metodologias de ensino que ajudem em vários
aspectos a essa comunidade. Para contextualizar tais questões fez-se necessário realizar
entrevistas com alunos surdos e interpretes para poder conhecer mais sobre os principais
problemas que os mesmos encontram e quais suas perspectivas. Foi buscada uma
compreensão sobre os motivos que levam uma pessoa a ser intérprete de libras, o andamento
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Acadêmica do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro. Bolsista do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID .E-mail: [email protected]
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Mestrando no curso de Geografia na Universidade Estadual do Centro Oeste, atualmente trabalha como
laboratorista no Laboratório de Hidrologia e no Núcleo de Estudos da Agua, NEA. E-mail:
[email protected]
³Acadêmico do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro. Bolsista do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID .E-mail: [email protected]
Acadêmico do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro. Bolsista do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID .E-mail:[email protected]
Acadêmico do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro. Bolsista do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID .E-mail: [email protected]
ISSN 2176-1396
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de políticas públicas em relação a isso, a produção de materiais didáticos para auxiliar na
inclusão desses alunos, a influência do intérprete no processo de inclusão e como os
intérpretes auxiliam na comunicação dos alunos surdos com seus colegas e professores.
Palavras-chave: Inclusão. Surdo. Acadêmico.
Introdução
Este trabalho tem como proposta relatar as dificuldades que alunos surdos possuem no
ensino superior e problemas enfrentados para conseguirem possuir uma educação digna e
inclusiva. Primeiramente devemos entender o que seria a inclusão para podermos por em
análise as características encontradas no dia a dia destes alunos.
O principal objetivo deste trabalho é a inclusão dos alunos surdos no meio acadêmico,
a importância de ter algumas formas de inclusão no meio acadêmico, como por exemplo,
atividades culturais, poesias, jogos, entre outros, que permitam fortalecer as relações pessoais
entre os colegas e professores vinculando uma comunicação direta tanto por oralismo ou por
linguagem gestual. Aqui é relatado que, através da interação social e da aproximação destes
com o aluno surdo, permite-se um avanço na educação, formalizando metodologias
inovadoras de ensino que ajudam em diversos aspectos a esses alunos surdos e a comunidade
que os rodeia.
Para dar contexto a essas questões estudadas, foram realizadas algumas entrevistas
com alunos surdos e com intérpretes de libras. Através dessas, foi possível perceber os
principais problemas enfrentados pelos alunos surdos, que na maioria das vezes sofrem
discriminação. Houve uma compreensão sobre os motivos que levam alguém a querer ser
intérprete, bem como as políticas públicas realizadas para melhor inclusão dos surdos na
comunidade, o material didático utilizado para um melhor auxilio na inclusão desses alunos
surdos, a influência que tem um interprete no processo de inclusão e como eles auxiliam na
comunicação dos alunos surdos com seus colegas e professores.
Desenvolvimento
A inclusão é compreendida como "uma ação política, cultural, social e pedagógica,
desencadeada em defesa do direito de todos os alunos estarem juntos, aprendendo e
participando, sem nenhum tipo de discriminação" (LODI apud BRASIL, 2008, p. 1), apesar
de lutarmos por uma inclusão, facilmente encontramos exemplos de discriminação, citando
como exemplo os cidadãos que pagam suas penas em presídios e recebem a liberdade, muitas
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pessoas os rejeitam socialmente, e estes possuem dificuldades para encontrar empregos. Do
mesmo modo, ocorre com pessoas surdas, cegas, deficientes, ou com problemas psicológicos,
todas passam por discriminações, mas, o objetivo deste trabalho é poder demonstrar as
dificuldades e as discriminações que os alunos surdos sofrem, para poderem se socializar com
colegas e professores no meio acadêmico. Segundo Cardoso (2003), o processo de inclusão
pode condicionar uma revolução educacional, onde se deve ter uma escola diferenciada, mais
eficiente, aberta à comunidade, solidária e democrática onde não são apenas integrados os
alunos surdos, mas sim incluídos no processo educativo. Dessa forma pode-se pensar na
necessidade de toda a comunidade escolar estar preparada para acolher os alunos com
necessidades especiais, para que o processo formativo seja eficiente.
Não podemos citar uma regra ou uma receita para tais pessoas serem incluídas na
sociedade, mais existem várias circunstâncias e pequenas atitudes que podemos ajudar a
mudar este quadro. O próprio educador vem com o papel de sociabilizar e estabelecer laços de
comunicação destes alunos com a sociedade, (ROSA, 2011). O trabalho de inclusão não é
exclusividade dos professores, a própria comunidade surda luta pelos seus direitos e pela
inclusão própria na sociedade real.
Os surdos formam uma comunidade linguística minoritária caracterizada por
compartilhar uma língua de sinais e valores culturais, hábitos e modo de
socialização próprios. A língua de sinais constitui o elemento identitário dos surdos,
e o fato de constituir-se em comunidade significa que compartilham e conhecem os
usos e normas de uso da mesma língua, já que interagem cotidianamente em um
processo comunicativo eficaz e eficiente. Isto é, desenvolveram as competências
linguística e comunicativa – e cognitiva – por meio do uso da língua de sinais
própria de cada comunidade de surdos (…) A língua de sinais anula a deficiência
linguística consequência da surdez e permite que os surdos constituam, então, uma
comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade
(SKLIAR , 1997, p .102).
Nessas perspectivas é necessário que a Universidade deve ter algumas atividades
específicas em relação à educação de surdos: propor varias atividades culturais como poesia,
teatro, artes plásticas, ciências, jogos, entre outras que despertem o interesse dos alunos.
A comunidade surda luta por seus direitos, por sua cultura, história, identidade e
língua. Porém, esta sociedade encontra grandes dificuldades ao tentar a inclusão no meio
acadêmico, apesar de serem respaldados por leis e por decretos, como exemplos temos a Lei
nº 10.436, de 24 de Abril de 2002 e o Decreto Nº 5.626, de 22 de Dezembro de 2005, a
execução destas leis e decretos ainda é rara, pois, não existe capacitação para profissionais
atuarem na área, os poucos cursos de especialização, são apenas nos grandes centros urbanos
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e geralmente particulares, onde o candidato precisa dispor de recursos próprios para conseguir
realizar tais especializações, para poder ter uma formação sólida e de qualidade para atuar na
área com capacitação e clareza. Segundo Lopes e Menezes (2005), outros problemas
enfrentados pelos surdos são referentes ao contato com o professor e com os colegas. Existe
uma extrema dificuldade de comunicação entre eles, desta forma laços sociais não são
estabelecidos. Cada surdo precisa do acompanhamento de um intérprete para poder
estabelecer contato com professores e alunos, mais infelizmente não existe um contato
integral entre intérprete e surdo, assim dificultando a comunicação e as relações pessoais
destes. Desde o século passado, outros modelos de ensino foram testes para o aprendizado dos
surdos, o “Oralismo” é umas das correntes que lutava contra a comunicação visual, visando
apenas uma comunicação vocal. Diversas metodologias de professores foram estudadas, estes
que possuem alunos surdos e não conheciam a linguagem brasileira de sinal, mesmo com
todas as dificuldades enfrentadas conseguiram pequenos avanços na inclusão destes alunos
juntos aos intérpretes no meio acadêmico. Hoje em dia podemos propor avanços para estes
alunos, sendo políticos ou mesmo pedagógicos, demonstrando como a sociedade se importa
com estas pessoas e busca soluções para auxiliar em seus problemas. Uma proposta a ser
realizada é a de possuir libras como uma disciplina do currículo escolar do ensino médio, pois
a libras é considerada a segunda língua oficial brasileira, deste modo deveria ser
disponibilizado o ensino desde o colegial.
Aqui, temos por principal objetivo a inclusão dos alunos surdos no meio acadêmico,
fortalecendo as relações pessoais entre os colegas e professores para vincularem entre si uma
comunicação direta, seja por oralismo ou pela linguagem gestual. Através da interação social
e da aproximação destes com o aluno surdo, teremos um avanço na educação, formalizando
metodologias inovadoras de ensino que possam ajudar em diversos aspectos a essas pessoas.
Metodologia
Primeiramente, estudos e leituras foram desenvolvidos para a realização desta
pesquisa, após o estudo teórico a respeito do assunto foram redigidas algumas indagações
para podermos compreender as dificuldades vividas pelos alunos surdos como também de
seus intérpretes.
Para cumprir o objetivo proposto, realizaram-se algumas entrevistas. Para a entrevista
foram necessários alguns pré-requisitos como agendamento prévio e equipamentos para a
consumação, tais como: Câmera Canon 60D, Tripé, Notebook, Software de edição de vídeo
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MovieMaker, após a entrevista o vídeo foi editado e preparado para exibição como sendo um
recurso didático. A partir das entrevistas, realizou-se análise dos resultados obtidos em campo
aos resultados descritos nos trabalhos acadêmicos de terceiros, desta forma, foi possível
analisar que os problemas vivenciados por acadêmicos de outras Universidades não são tão
distintos dos nossos.
Resultados e discussões:
Na imagem 1, 2 e 3 podemos observar as entrevistas realizadas, envolvendo dois
intérpretes e uma aluna surda.
Imagem 1 Imagem 1 interprete Wagner
Na primeira entrevista buscamos compreender os motivos por qual uma pessoa busca
a ser um intérprete de libras, também como está o andamento das políticas públicas e como se
da a produção de materiais didáticos para auxiliar na inclusão de tais alunos. Wagner
mencionou que sentiu interesse de se especializar na área, pois seu irmão nasceu surdo, então
para poder se comunicar, e interagir com seu irmão optou por se tornar um profissional em
libras. Em relação às políticas públicas disseram que elas existem, como também existem
recursos para executar tais propostas, mais o que preocupa é que não se observa a prática
destas leis e os recursos ainda são insuficientes para poder atender a toda comunidade surda,
ressalta também que faltam profissionais que se especializem na área para poder avançar mais
um passo rumo a inclusão destes alunos.
Na imagem 2 temos a entrevista com Fabiele, acadêmica da UniversidadeEstadual do
Centro Oeste - UNICENTRO, a qual é deficiente auditiva. Primeiramente foi realizada uma
conversa prévia com a ajuda da intérprete e a entrevista se baseou na questão das dificuldades
que ela possui para poder se relacionar com os colegas e para com os professores. Também na
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entrevista procuramos entender quais eram suas dificuldades em relação a educação, quais
suas dificuldades e desafios encontrados no dia a dia.
Imagem 2: acadêmica Fabiele
Imagem 3: professora Giane
A acadêmica Fabiele citou vários exemplos do seu dia a dia, e os momentos de
maiores dificuldades encontradas, mas cita que muito da própria inclusão social se da pela
autoestima e desejo de superação do indivíduo, mas também deixa claro a dependência que
possuem de bons professores e intérpretes, que possam ser atenciosos e que saibam lidar com
as situações e os problemas da comunicação. Já na entrevista com a intérprete Giane,
conforme representada na imagem 3 busquemos compreender a importância da função do
intérprete na inclusão e também como se da o relacionamento dos intérpretes e dos alunos
surdos, se existe laços de amizade ou meramente uma formalidade como qualquer outro
emprego. Segundo a professora Giane a influência do intérprete é de extrema importância no
auxilio a inclusão destes, pois, eles auxiliam na comunicação direta com o professor
auxiliando no ensino como também na comunicação indireta com os amigos e colegas de
curso, desta maneira estabelecendo laços sociais que ajudam muito no psicológico dos
mesmos. Em relação ao contato social dos intérpretes e surdos se da das duas maneiras
contato apenas profissional e também podem se formar amizades como no caso da intérprete
Giane, que possui vários amigos surdos e frequentam os mesmos lugares como igreja, etc.
Portanto, com as entrevistas podemos verificar a veracidade de outros artigos e compreender
mais os problemas locais, como no caso da UNICENTRO em Guarapuava, e poder saber agir
como futuros professores quando tivermos um aluno com necessidades especiais de ensino
como no caso dos surdos.
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Conclusão
Portanto por meio deste trabalho, podemos reconstituir ideais e perspectivas de ensino
se referindo a alunos surdos, com dificuldades de inclusão social e como se relacionar com
tais pessoas, sem preconceito ou medo, mas com a convicção de que nossa atuação poderá
afetar na vida dessas pessoas, pois, somos nós a sociedade da qual estes tentam estar
inseridos, sendo nosso dever como professores auxiliar estas pessoas a serem agrupadas
socialmente.
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Marilene da Silva. Aspectos Históricos da Educação Especial: da Exclusão a
Inclusão – Uma longa caminhada. In STOBAUS; Claus Dieter; MOSQUERA; Juan José
Mourino (orgs). Educação Especial: em direção à Educação Inclusiva. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2003.
LODI, Ana Claudia Balieiro. Educação bilíngue para surdos e inclusão segundo a Política
Nacional de Educação Especial o Decreto nº 5.626/05 Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022 013000100004>
aceso em 10 de Julho de 2015.
LOPES, Maura Corcini; MENEZES Eliana da Costa Pereira. Inclusão de alunos surdos na
escola regular. Disponível em: <http://www2.ufpel.edu.br/fae/caduc/downloads/n36/03.pdf>
aceso em 25 de Julho de 2015.
ROSA, Emiliana Faria. Educação de Surdos e Inclusão: Caminhos e Perspectivas Atuais.
Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/download/.../1907aceso
em 15 de Julho de 2015.
SKLIAR, C. Educação & Exclusão: abordagens sócio-antropológicas em Educação Especial.
Porto Alegre: Mediação, 1997.
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