CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA [conforme alínea a) do ponto 7.1 dos Termos de Referência do Concurso] CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA ÍNDICE 1 – INTRODUÇÃO 2 2 – INTEGRAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA 2 3 – ESQUEMA GERAL DA CONCEPÇÃO PROPOSTA 3 4 – ACESSO & CIRCULAÇÕES INTERIORES 4 5 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS DIVERSOS SERVIÇOS 5 6 – DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS SOLUÇÕES PRECONIZADAS PELAS ESPECIALIDADES INTERVENIENTES NA ELABORAÇÃO DO TRABALHO DE CONCEPÇÃO 7 6.1 – ESTABILIDADE, ESCAVAÇÃO E CONTENÇÃO PERIFÉRICA 7 6.2 – INSTALAÇÕES DE ELETRICIDADE 7 6.3 – REDE DE GÁS E GASES HOSPITALARES 8 6.4 – INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ÁGUAS E ESGOTOS 9 6.5 – INSTALAÇÕES TELEFÓNICAS E DE TELECOMUNICAÇÕES 9 6.6 – INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE TRANSPORTE DE PESSOAS E CARGAS 9 6.7 – CONDICIONAMENTO ACÚSTICO 10 6.8 – CLIMATIZAÇÃO – AVAC E DESENFUMAGEM 11 6.9 – SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS 11 6.10 – ARRANJOS EXTERIORES 12 7 - DESCRIÇÃO DAS SOLUÇÕES A ADOPTAR NA ÁREA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 13 8 - EXPLICITAÇÃO DA RACIONALIDADE DAS SOLUÇÕES TÉCNICAS E CONSTRUTIVAS ADOPTADAS FACE ÀS EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS, DE SEGURANÇA, HABITABILIDADE E DURABILIDADE 14 9 - EXPLICITAÇÃO DAS SOLUÇÕES ADOPTADAS CONSIDERANDO OS FUTUROS CUSTOS DE MANUTENÇÃO DO EDIFÍCIO PROPOSTO 15 1/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 1 - INTRODUÇÃO A presente Memória Descritiva e Justificativa é referente ao PROJETO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA. Pretende-se a construção de um novo edifício que possa complementar os edifícios existentes, melhorando de forma significativa a capacidade pedagógica e as condições de trabalho de docentes e discentes. Deste modo, a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa dotar-se-á de novos e avançados meios de ensino, afirmando a sua excelência no domínio do ensino da Enfermagem em Portugal. 2 – INTEGRAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA O novo Edifício Pedagógico da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa pretende estabelecer relações francas com a sua envolvente próxima, criando uma interação funcional e formal que promova a vivência “urbana” e paisagística, característica do lugar. Deste modo, a premissa base do projecto parte da conceção de um edifício que estabelece uma relação volumétrica com o edifício existente (Residência de Estudantes), conformando a definição de um U que afirma a definição de um espaço pública de referência – a Praça Central. Esta conformação volumétrica é especialmente reforçada pela linguagem arquitectónica na expressão dos seus alçados e pelo alinhamento de cérceas dos edifícios. Esta Praça Central, afirma-se como espaço público de excelência, plataforma de encontro da comunidade universitária que se determinada aberta e de relação franca e direta com o novo Edifício Pedagógico, enfatizando a ideia global de uma escola únicaservindo de estadia e organizando as acessibilidades e transições entre os edifícios. A formalidade da Praça Central como novo espaço público simbólico contrasta com a informalidade da envolvente paisagística nos quadrantes sul e poente, onde a vegetação, prado e densidade arbórea criam uma atmosfera “bucólica” em pleno coração da cidade. A proposta do novo Edifício Pedagógico procura explorar esta relação transversal de contrastes ao criar espaços interiores que permitem uma relação de permeabilidade visual e física, desmaterializando ao nível do piso térreo a presença da construção com recurso a áreas generosas de envidraçado. Isto é particulamente claro na relação sul-norte do Átrio de Entrada, e na relação Nascente-Poente do “átrio” que antecede a entrada no Centro de Documentação e no próprio interior deste espaço. A implantação proposta decorre das definições ditadas pelos Termos de Referência, situação que comprovamos como adequada, atendendo ao enquadramento paisagístico e relação volumétrica com o edifício existente. A relação de contacto entre este e o novo Edifício Pedagógico é concebida de forma sensível às condições existentes no local: existência de escada de emergência do edifícios das Residências e existências de vãos no alçado sul. Deste modo, propõe-se que o novo Edifício se implante com uma afastamento que permita um espaço livre de transição entre ambos. Estabelece-se apenas um “corredor” de ligação ao nível do piso térreo que interliga de forma directa a área de circulação do novo Edifício Pedagógico com o corredor central do edifício das Residências, permitindo assim uma ligação interna entre os 3 edifícios – Edfício Central, Residências e novo Edifício Pedagógico. Esta ligação apenas faz sentido ser efetuada ao nível do térreo considerando que nos pisos superiores do edifício das Residências apenas temos espaços de habitação dos estudantes, que não fazem sentido ser diretamente interlidados com áreas de ensino, evitando situações de incompatibilidade funcional. fig. 1 – VISTA A PARTIR DA “PRAÇA CENTRAL” 2/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 3 – ESQUEMA GERAL DA CONCEPÇÃO PROPOSTA As exigências funcionais e programáticas ditam um programa de grande densidade e complexidade na articulação dos diferentes sectores e os espaços de maior especificidade. Este facto conduz naturalmente à conceção de um edifício compacto, onde se torna essencial a inserção de vazios, momentos de abertura e diálogo entre os diversos níveis e programas, que se possam tornar espaços âncora, propícios à sociabilidade dos utentes. Assim, assumiu-se a volumetria total e procurou criar-se um conjunto de vazios internos que vão pontuando, organizando e iluminando áreas do programa, promovendo espaços de excepção que tornam a experiência espacial particularmente enriquecedora. Na definição e organização dos diferentes sectores funcionais do edifício estabelece-se um critério de grande clareza e pragmatismo que procura promover relações de uso adequadas e naturais. Estabelece-se o piso térreo como área de localização dos programas mais comuns: Cafetaria, Serviços de Sáude (comunidade exterior), Centro de Documentação e Núcleos de serviço aos estudantes. Espaços que estabelecem fortes relações com o exterior e com o pasiagismo envolvente com particular ênfase na relação do Centro de Documentação com a área a Poente e da Esplanada com a área a Sul. Relega-se para os pisos superiores a localização das áreas de ensino teórico, prático e áreas dos docentes, promovendo relações visuais com o exterior em situação de maior serenidade pela relação altimétrica estabelecida face ao plano de terra. Por último, relega-se para a área de cave (ainda que em determinada zona seja possivel ser semi-cave) a área de estacionamento, central técnica, armazéns e oficina de manutenção. A volumetria e a definição das fachadas ganha um grande relevo na conceção do edifício considerando que a orientação definida em concurso, e comprovadamente adequada, orienta a maior parte do programa a Nordeste/Sudoeste. Esta premissa motivou um estudo especial de sombreamento, analisado-se a colocação de palas horizontais e elementos verticais que minimizem a radiação solar direta no período de arrefecimento (Solstício de Verão – como pico máximo desfavorável) e ao mesmo tempo maximizem os ganhos térmicos no período de aquecimento (Sostício de Inverno – como pico máximo desfavorável), minimizando assim os gastos energéticos com sistemas de aquecimento. Este estudo exaustivo, cujos resultados se demonstram noutro capítulo da presente Memória Descritiva e Justificativa, ditaram o desenho final e a integração tecnicamente justificada de pálas horizontais e elementos verticais que contribuem para esse ajuste de eco-eficiência e de melhoria das condições internas de uso do edifício. Tira-se assim, especial partido estético desses elementos, conformando o desenho expressivo das fachadas com profundidade, numa lógica de intermediação e transição sensível entre interior e exterior. No desenho das fachadas, ganham especial destaque a presença dos auditórios que surgem como “caixas” ora suspensas, ora encastradas neste ritmo de elementos que compõem uma matriz de diferentes ritmos que estabelecem uma interessante relação com os fustes verticais das árvores. A excepcionalidade das “caixas” dos auditórios é também afirmada pela sua natureza tectónica, tema a explorar futuramente. Na proposta destaca-se também a criação de duas grandes “varandas” contínuas, dedicadas ao corpo docente em toda a ala nascente e poente do corpo norte-sul do L do edifício. Estas varandas que em termos altimétricos se assumem como de maior dimensão, são espaços particulamente interessantes pela sua configuração geométrica criando bolsas de estar, explorando a relação de vistas possível a esta cota com a cidade, sendo particularmente adequado para os docentes que terão de permancecer por longos períodos nos seus gabinetes. fig. 2 – VISTA DO ÁTRIO PRINCIPAL fig. 3 – VISTA DA BIBLIOTECA 3/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 4 – ACESSO & CIRCULAÇÕES INTERIORES O acesso principal ao novo Edifício Pedagógico faz-se a partir da Praça Central, no canto da configuração de implantação em em L do edifício. Este ponto, atua como zona de charneira da implantação em L e desse modo centraliza um conjunto de acessibilidades, que o transformam num ponto privilegiado e consequentemente na área de distriuição central aos sectores chave do programa. A partir do Átrio de Entrada e átrios nos pisos superiores desenvolvem-se corredores de ligação aos diferentes espaços em duas soluções diferentes: solução de galeria no corpo nascente-poente da implantação em “L” e solução de corredor central de distribuição no corpo sulnorte da implantação em “L”. O Átrio de Entrada é pontuado pelo jogo escultórico das escadas de transição entre pisos que vão “dançando” no espaço de forma assimétrica e variável, criando variaçõs de pé-direito e uma dinâmica espacial particulamente interessante. No que diz respeito aos restantes acessos, é considerado um segundo acesso, mais secundário e opcional, é feito na frente Nascente, permitindo a ligação direta ao “átrio” que antecede o Centro de Documentação, numa zona de relação transversal visual e física entre a Praça Central e a área paisagística a Poente. É definido também o acesso independente às áreas dos Serviços de Saúde de apoio à comunidade a partir da frente Norte que se relaciona com a Praça Central, na proximidade da área onde se admite, com carácter excepcional o parqueamento de viaturas automóveis. O acesso ao estacionamento faz-se a no topo Norte do edifício, a partir do acesso existente sem relação directa com a Praça Central, e deste modo evitando a presença de automóveis nesse espaço que se designa como de carácter pedonal por excelência. Os taludes existentes nesse ponto foram controlados para incorporar esse acesso e permitir de futuro a limpeza do terreno a Poente. A inclinação natural do terreno liberta o edifício do solo e permite a entrada de luz natural e a ventilação natural ao nível do piso do estacionamento. O estacionamento tem lugar para 98 lugares de estacionamento num único piso, respeitando-se também o rácio regulamentar para lugares para pessoas de mobilidade condicionada. São propostos 3 elevadores no edifício considerando uma elevador de uso geral junto aos átrios de piso, e dois elevadores de utilização condicionada dedicados a serem utilizados pelos docentes na relação de ligação directa do estacionamento com o piso 3 dos docentes e também no serviço de apoio ao Centro de Documentação e outros espaços lectivos onde seja necessário transportar equipamentos, produtos e outros materiais de porte ou peso considerável. fig. 4 – VISTA DO AUDITÓRIO – 160 PESSOAS 4/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 5 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS DIVERSOS SERVIÇOS A organização funcional entre os diversos sectores do programa decorre da leitura e análise atenta das definições ditadas pelo Programa Preliminar, considerando que a dinâmica funcional de uso dos espaços é fruto de uma boa e pragmática distribuição espacial dos diversos serviços. Nesse sentido, estabeleceu-se uma estrutura clara que permite uma fácil “interiorização mental” dos diferentes sectores do program por parte do utilizador, a saber: PISO TÉRREO Átrio de Entrada com relação directa com Cafetaria, Serviços de Saúde, Gabinetes de Serviços Auxiliares, Centro de Documentação, Reprografia, Centro de Informatização de Dados, Equipamentos e Salas de Estudo de Grupo de Estudantes (não obstante o facto de serem colocadas também algumas nos pisos superiores uniformizando estes espaços no edifício, ainda que com maior predominância no piso térreo, visando o mais fácil controlo e segurança em períodos nocturnos e não lectivos). PISO -1 Área de Estacionamento para 98 lugares, Central Técnica (com possibilidade pátio inglês para ventilação e extracção), Armazéns com relação directa com o exterior para cargas e descargas, Oficina de Manutenção com luz e ventilação natural, e também relação directa com o exterior. PISO 1 Zona de Aulas Teóricas onde se localizam os espaços dos auditórios, Salas teóricas comuns e Salas de Demonstração. PISO 2 Zona de Aulas Práticas com os Vestiários, Laboratórios de Enfermagem, Salas de Trabalho, Salas Multiusos, Salas de Sujos, Laboratórios de Prática Simulada, Salas de Procedimentos de Enfermagem, Sala de Observações, AVD, Sala de Pratos, Pediatria, Laboratório de Saúde Materna, Sala de Pratos, Sala de Comunicação e Salas de Informática. PISO 3 Piso exclusivo para os docentes e áreas de carácter administrativo, Gabinetes Individuais, Gabinetes Duplos, Salas de Reuniões, Secretariado e Sala de Trabalho. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS São consideradas instalações sanitárias em todos os pisos, exceptuando o piso -1 procurando-se uma maior rácio de área para as instalações sanitárias femininas, e estabelecendo áreas adequadas face ao número efectivo de utilizadores do edifício. COBERTURA A área da cobertura será utilizada para a colocação de equipamentos de suporte às infra-estruturas do edifício, nomeadamente: Painéis solares, UTAs, Chiller, Ventiloconvetores, Pára-raios e outros equipamentos. fig. 5 – VISTA DE UM LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM 5/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA fig. 6 – ORGANOGRAMA DO PROGRAMA - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL 6/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 6 – DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS SOLUÇÕES PRECONIZADAS PELAS ESPECIALIDADES INTERVENIENTES NA ELABORAÇÃO DO TRABALHO DE CONCEPÇÃO 6.1 – ESTABILIDADE, ESCAVAÇÃO E CONTENÇÃO PERIFÉRICA A solução estrutural adotada para o edifício consiste na realização dos pisos com lajes fungiformes maciças apoiadas nos pórticos interiores e em pórticos exteriores vigados em B.A. resultando numa solução simples e logo económica. A solução apresenta também um elevado desempenho, sendo pouco deformável, evitando desta forma problemas de fissuração nas paredes de fachada e interiores. Na conceção desta solução vários fatores foram tidos em atenção tais como: Simplicidade estrutural caracterizada por um sistema claro e direto de transmissão das forças estáticas e dinâmicas; a uniformidade e simetria na distribuição de massa e rigidez de modo a garantir-se uma adequada resistência às ações sísmicas, limitando os movimentos de torção do edifício. Os pilares estão em geral dispostos numa malha, aproximadamente regular. Esta malha permite simultaneamente um bom aproveitamento do espaço, bem como uma modelação de vãos económicos para este tipo de lajes. Este tipo de solução apresenta igualmente grande flexibilidade de ocupação dos espaços, com tolerância a variações de carga, bem como uma grande flexibilidade na distribuição de redes pela inexistência de vigas interiores. As lajes serão maciças com 0.25m de espessura com capitéis de 0.50m de espessura centrados nos pilares interiores e as vigas de bordadura apresentam, em geral secções de 0.30x0.60m2. Em zonas particulares de maior vão, como é o caso de auditórios, serão executadas vigas de grande altura, evitando sempre que possível o uso de pré-esforço. Optou-se desta forma por soluções simples e tradicionais, e desta forma económicas, com o objetivo de dar cumprimento ás condicionante orçamentais definidas, mas com elevado desempenho estrutural. Dado Lisboa estar situada numa zona de potencial actividade sísmica foi dada especial atenção á resistência sísmica do edifício. De acordo com o EC8 em zonas de elevada intensidade sísmica, as lajes fungiformes não devem ser utilizadas como parte do sistema sísmico primário, e devem ser associadas a outros elementos, tais como paredes e pórticos, para absorção das ações sísmicas. Assim, sempre que possível, para além dos núcleos dos elevadores, dispôs-se de paredes de betão armado com 0.25m de espessura, colocadas de forma regular pelo edifício com o intuito de dotá-lo de adequada resistência sísmica, e rigidez de torção, sem no entanto penalizar excessivamente o comportamento da estrutura face às ações térmicas. A construção do edifício requer a realização de trabalhos associado a obra geotécnica, nomeadamente no que se refere à escavação e contenção periférica, necessárias à obtenção de cotas de trabalho de acordo com o programa de arquitectura e da tipografia local. As obras geotécnicas serão tanto quanto possível minimizadas, de forma a controlar os custos da intervenção. Nesta perspetiva as escavações serão realizadas com técnicas convencionais, nomeadamente ao abrigo de taludes. As fundações serão estabelecidas de acordo com o estudo geológico/geotécnico a fornecer. 6.2 – INSTALAÇÕES DE ELETRICIDADE A instalação Elétrica será preconizada de forma a cumprir com o estipulado no programa preliminar e seguindo a normativa e regulamentação em vigor, nomeadamente: • Regras Técnicas de Instalações de Elétricas de Baixa Tensão (RTIEBT); • Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia Elétrica em Baixa Tensão (RSRDEEBT); • Diretiva de Baixa Tensão; • Norma EN 12464 “Light and lighting. Lighting of work places. Part 1: Indoor work places” • Normas Portuguesas aplicáveis, as recomendações técnicas da IEC e demais regulamentação aplicável; As instalações elétricas serão projetadas de forma a providenciar energia elétrica a todos os consumidores, garantindo o correto funcionamento de equipamentos, a sua proteção e a dos seus utilizadores. Conforme estipulado no Programa Preliminar, o posto de transformação existente será redimensionado de forma a garantir o fornecimento de energia ao novo edifício mantendo as alimentações existentes. A profundidade desta remodelação depende não só do balanço de potência do novo edifício, mas também da disponibilidade do existente, o que será avaliado durante a fase de projeto. Conforme Programa Preliminar, o novo grupo gerador servirá única e exclusivamente os equipamentos de segurança, garantindo o cumprimento do art.º 72º da Portaria nº 1532/2008. Nestas condições, as RTIEBT estipulam que a rede a jusante funcione em regime IT. Tendo em conta que este gerador servirá também os edifícios existentes, numa primeira fase será necessário obter em conjunto com o dono de obra, quais os equipamentos, ou as necessidades de potência que o gerador deverá satisfazer. A rede de energia estabilizada e ininterrupta assentará numa solução centralizada, suportada por uma única UPS. Alimentará os equipamentos cujo funcionamento não pode ser interrompido e que não dispõe de fontes próprias (equipamentos de laboratório, centros de dados, servidores,..). Estes consumidores serão aferidos em fase de projeto com o dono de obra. 7/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA No que respeita às luminárias a instalar, dar-se-á primazia a equipamento de elevado rendimento, assentado essencialmente em soluções equipadas com lâmpadas fluorescentes do tipo T5 com balastros eletrónicos ou leds. Pretende-se uma solução que garanta boas condições de trabalho e elevada eficiência energética. No que concerne aos níveis de iluminação, os cálculos luminotécnicos e a distribuição preconizada terão por base a seguinte tabela, estipulados pela EN 12464-1: Tipologia UGRL Laboratórios Iluminância Média (Lux) 650/800 Gabinetes, Locais com postos de trabalho Instalações Sanitárias Circulações Escadas Área técnica 500 200 100 150 200 19 25 25 25 22 19 Nos locais com mais de 50 pessoas, existirão pelo menos 2 circuitos protegidos por proteções contra sobrecargas e diferenciais distintas. Todos os espaços comuns poderão ser controlados pela GTC, de forma a maximizar o aproveitamento da iluminação natural e em função do horário de funcionamento da instituição. Em determinados locais, o comando será local por intermédio de aparelhagem própria. No que respeita à distribuição de tomadas considera-se o indicado programa preliminar, ou seja 3 tomadas por posto de trabalho. Adicionalmente serão instaladas outras tomadas, para ligação de equipamento, nomeadamente de limpeza, impressoras, etc. Sendo este edifício que recebe publico a instalação será composta por cabos isentos de halogéneos, enquanto os circuitos de segurança serão compostos por cabos resistentes ao fogo. O caminho de cabos será essencialmente composto por esteiras, para permitir uma fácil distribuição de cabos. Nos locais com necessidade de caixas de pavimento, recorrer-se-á a calha de pavimento. A rede de terras será única com valor inferior a 1 Ω, e será ligada à rede de terras dos edifícios existentes. A proteção contra descargas atmosféricas assentará numa gaiola de Faraday, com os captores colocados na cobertura e as descidas embebidas nos elementos estruturais. O Sistema de Gestão Técnica Centralizada (SGTC) terá uma forte incidência nas funções atribuídas ao sistema para a gestão das Instalações Mecânicas de AVAC e controlo de iluminação, muito embora se proponha o seu aproveitamento para, complementarmente, implementar funções ligadas com a generalidade das instalações especiais, nomeadamente, Instalações Elétricas, Instalações de Segurança e Elevador. Adicionalmente pretende-se também o registo de consumos das mais diversas fontes de energia (Elétrica, água,..), para facilitar a exploração da instalação, obter dados mais concretos para auditorias e implementação de planos de redução de consumo de energia e outros recursos. Embora todas as ações que devam ser tomadas em caso de sinistro sejam tomadas diretamente pelas Instalações de Segurança, este sistema assegurará um interface entre os sistemas de Segurança do edifício e as Instalações Técnicas, sendo possível executar algumas ações em caso de sinistro. O SGTC será constituído por controladores básicos do tipo "DDC”, em topologia distribuída, interligados entre si no interior dos edifícios, por intermédio de uma rede de comunicação através de adaptadores para protocolo aberto de comunicações, do tipo BACNET. Os controladores serão instalados junto aos equipamentos, ou em quadros próprios destinados exclusivamente a este sistema. Esta rede permite em qualquer ponto da mesma ligar outro equipamento, independentemente da marca ou fabricante. 6.3 – REDE DE GÁS E GASES HOSPITALARES Para servir as redes de gases preconiza-se a instalação de uma zona técnica, localizadas ao nível do piso técnico, com boas condições de acesso e ventilação. As redes serão de oxigénio, ar-comprimido e vácuo. Na generalidade as centrais serão equipadas com garrafas do tipo “B50” instaladas nas zonas técnicas do nível inferior. As redes desenvolvem-se a partir dos painéis equipados com dispositivos redutores de pressão associados aos postos de garrafas. A tubagem será realizada em cobre, de acordo com as especificações da EN-1057, prevendo-se que na distribuição o traçado se desenvolva em colunas localizadas nas coretes, que atravessam o pavimento e derivam para as distribuições horizontais localizadas nos tetos falsos até à entrada das salas de laboratórios, onde estão localizados os dispositivos de utilização. A instalação das redes de utilização de gases no interior de cada unidade terá origem nas válvulas de seccionamento a instalar à entrada de cada laboratório(enfermaria). Os pontos a servir serão determinados numa fase seguinte de projecto de acordo com a disposição funcional de cada espaço pretendida pelo Dono de Obra. Os dispositivos de utilização localizados dentro das salas serão servidos para cada tipo de gás, por um sistema redutor de pressão, com saída em baixa pressão e por válvula de seccionamento com racor de ligação à tubagem flexível de alimentação do equipamento laboratorial. 8/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 6.4 – INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS – ÁGUAS E ESGOTOS As redes exteriores serão alimentadas pela rede pública. Na entrada do edifício propõem-se a instalação de um sistema de filtragem e na derivação para as redes laboratoriais serão instaladas válvulas anti-retorno de forma a evitar qualquer contaminação. No interior os pontos a servir serão os dispositivos de utilização com localizações conhecidas ao nível das instalações sanitárias e balneários. A rede de incêndio armada alimentará as bocas-de-incêndio do tipo carretel, convenientemente localizadas. Considerando que para se estender o aproveitamento de águas pluviais a outras utilizações, nomeadamente para autoclismos, seria necessária bombagem e duplicação da rede, com os decorrentes custos de instalação, manutenção e de exploração (energia) associados, optou-se por não seguir essa via, em sintonia com a generalizada conclusão dos estudos de viabilidade económica, que consideramos mais honestos. Para controlar o consumo prevê-se também a montagem de dispositivos de utilização, com sistemas redutores de caudal. Todas as soluções procurarão também obter a maior simplicidade e fiabilidade possível. A produção de água quente sanitária far-se-á através de sistemas de coletores solares ao nível da cobertura, para abastecimento da cafetaria, balneários e laboratórios. Considerando as características de risco do edifício em termos de SCIE e que as infraestruturas urbanas vão ficar preparadas para as edificações em estudo, poderá admitir-se que será necessário prever meios de segunda intervenção, e meios complementares de combate a incêndio. Todas as redes serão dimensionadas com previsão de reservas. 6.5 – INSTALAÇÕES TELEFÓNICAS E DE TELECOMUNICAÇÕES Para a elaboração deste projeto serão consideradas as seguintes normas e regulamentos: • • • • • • • Manual ITED – Prescrições e Especificações Técnicas – ANACOM, 2ª Edição ou eventualmente a 3ª edição, que está em vias de promulgação; Conformidade com as normas de qualidade ISO9000; ISO/IEC 11801 - “Standards” para sistemas de cablagem estruturada; EN 50173 - “Standards” para sistemas de cablagem estruturada; IEEE 802.3 “Standards for Local Area Networking”. Normas Portuguesas aplicáveis, recomendações técnicas da CEI e demais regulamentação aplicável; Normas Europeias para os casos não abrangidos. As instalações de comunicações dotarão o edifício dos meios necessários a este tipo de exploração, permitindo a transmissão de dados, voz e TV. O edifício será equipado com uma infraestrutura de comunicações assente em redes de pares de cobre, cabo coaxial e fibra ótica, flexíveis, evolutivas, abertas e de alto desempenho, que possam suportar as exigências próprias do tipo de utilização preconizada e que tenham capacidade para se adaptar a um previsível crescimento e evolução tecnológica do sistema informático, quer ao nível de equipamentos, quer de aplicações, nomeadamente serviços do tipo Wi-Fi. A rede estruturada será composta por bastidores interligados por cabos UTP categoria 6 e por fibra ótica monomodo. A distribuição horizontal será em cabo UTP categoria 6. Além desta rede será preconizada uma rede de cabo coaxial para difusão de sinais CATV e MATV nos locais de convívio, caso o dono de obra assim o pretenda. Apesar de as redes deste edifício funcionarem de forma autónoma, serão ligadas ao ATE existente, para permitir a interligação com o restante complexo e com a rede pública, podendo eventualmente, ser necessário intervir para aumentar a capacidade deste ATE e da própria central telefónica, de forma a garantir um funcionamento adequado às pretensões do dono de obra. 6.6 – INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE TRANSPORTE DE PESSOAS E CARGAS Os elevadores e monta-cargas deverão ser elétricos sem casa de máquinas com as unidades de tração e comando instalados na respectiva caixa. Em alternativa poderá ser instalado um sistema hidráulico conforme indicado Anexo IX – Fichas de Caracterização das Exigências de Projecto para cada Espaço”. Os equipamentos serão para funcionamento em espaço interior, isto é, não estarão sujeitos a qualquer tipo de intempérie e deverão ser construídos e instalados de acordo com as normas e regulamentos seguintes: • • • • • • Norma Europeia EN 81.1:1998/A2:2004 – Conceção e Instalação de Ascensores Elétricos sem Casa da Maquina EN 81.28 – Alarme Remoto em Ascensores de Passageiros e Cargas EN 81.70 – Regras de Segurança para a Construção e Instalação de Ascensores e Monta-Cargas – Parte 1 (Ascensores Elétricos) NP 3163/1 de 1988 - Regulamento de ascensores elétricos EN 81-73 – Comportamento dos Ascensores em caso de Incêndio Diretiva 95/16/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Junho de 1995 relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos ascensores; • Decreto-Lei nº 163/2006 de 8 de Agosto referente à acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada. Pretende-se que os elevadores combinem tecnologia avançada e materiais adequados, que conduzam aos objetivos relacionados com poupança de energia, proteção ambiental, fiabilidade, segurança e conforto dos passageiros, economia de espaço para a sua instalação e redução dos prazos de instalação. De acordo com o Decreto-Lei nº 163/2006 de 8 de Agosto referente à acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada, pelo menos um dos elevadores terá capacidade para o transporte de pessoas de mobilidade condicionada. O monta cargas terá acesso condicionado, com ligação ao sistema de controlo de acessos. 9/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 6.7 – CONDICIONAMENTO ACÚSTICO A consideração de condicionantes acústicas ao nível do projeto tem uma grande relevância no conforto e desempenho da atividade neste tipo de edifícios. O estudo deverá atuar em diversos fatores, nomeadamente ao nível das características das superfícies reverberantes, sobre a transmissão do ruído exterior e sobre as medidas de controlo do ruído produzido por equipamentos. Deverá considerar-se que o projeto seja feito não só como uma formalidade de dar satisfação à conformidade com a legislação aplicável, mas também de forma a conferir elevados níveis de conforto acústico, dentro das orientações orçamentais de obra e da própria manutenção do edifício. Nos auditórios as exigências funcionais que se colocam, a nível acústico, dizem respeito, essencialmente, às suas características acústicas internas e ao isolamento conferido pela envolvente da sala. Neste toma-se como referencia as exigências regulamentares em vigor, nomeadamente as definidas no Art.º 10ºA – “Auditórios e salas” do Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios (Dec. Lei n.º 96/2008, de 9 de Junho). Dada a influência marcada das soluções de arquitetura nas condições acústicas finais da sala, importa adequar convenientemente as opções relativas ao volume global do espaço, à orientação das superfícies envolventes e disposição da audiência, e particularmente aos acabamentos das superfícies. Os requisitos mais significativos podem sintetizar-se como segue: • Característica de reverberação (Tr) interna dos espaços apropriada, proporcionando a melhor perceção auditiva possível: A característica de reverberação está ligada à contribuição que o próprio espaço tem nas condições de audição, dependendo da volumetria do espaço e das características dos materiais de revestimento das superfícies internas. • Intensidade sonora suficientemente elevada em todos os locais da assistência, em particular nos mais afastados do palco: Este parâmetro depende de aspetos ligados à disposição dos lugares da audiência e da sua proximidade às fontes, do gradiente dos planos das zonas de assentos para garantia de boa ligação visual ao palco, e da presença de superfícies refletoras devidamente orientadas na zona de origem dos estímulos sonoros e nos paramentos da sala. • Difusibilidade adequada da energia sonora, com a correspondente uniformidade de distribuição, no espaço da sala: As irregularidades das superfícies envolventes, conjugadas com uma distribuição mais aleatória dos revestimentos absorsores sonoros a prever, contribuem para a obtenção de características apropriadas neste domínio. • Ausência de “defeitos acústicos”, tais como ecos, reflexões com desfasamento temporal exagerado relativamente aos sons de incidência direta, efeitos de focalização ou ressonâncias: A correta concretização das soluções de arquitetura permitirá a eliminação de situações do tipo indicado, particularmente tendo em conta a orientação dos paramentos internos e a distribuição dos materiais com características de absorção sonora. 6.8 – CLIMATIZAÇÃO – AVAC E DESENFUMAGEM AVAC Na elaboração das Instalações Mecânicas de AVAC, serão tidas em conta as características construtivas do edifício do Pedagogico, condicionantes internas e externas, utilização, exigências funcionais e de horário, e a intenção de obter respostas e sistemas ativos de elevado desempenho. As instalações a desenvolver destinam-se a dotar os espaços que constituem a unidade ensino às necessárias infraestruturas de climatização e ventilação ambiente, de modo a criar condições adequadas de conforto e salubridade do ar, exigências específicas de segurança, necessárias à otimização do desempenho de pessoas e equipamentos. Consideram-se assim a existência de sistemas para aquecimento e arrefecimento em todos os espaços, e controlo de humidade em locais específicos e de acordo com o programa de consulta. Consideram-se as necessidades de ar novo e de exaustão em cada zona, as probabilidades de ocorrência de temperaturas e os diagramas de carga da instalação, as cargas térmicas e sua distribuição anual e a componente energética e económica no investimento e na exploração. Para efeitos do cálculo das necessidades de ar novo serão definidos os valores constantes no RSECE, Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios – Dec. Lei n.º 79/2006 de 4 de abril, em função das taxas máximas de ocupação humana. Proceder-se-á à respetiva emissão da DCR – Declaração de Conformidade Regulamentar. As temperaturas de projeto exterior serão consideradas para probabilidades de ocorrência de 2,5% para a situação de inverno e de 97,5% para a situação de verão. O edifício a climatizar é composto por vários pisos, internamente compartimentados, e oferecendo áreas de exposição exterior diferenciadas. Cada uma destas zonas será pois solicitada de forma diversa, no referente a períodos de utilização, e condições climáticas. Meios ativos, centralizados na produção e distribuição térmica, constituem a solução local de garantia das condições de conforto termo higrométrico e de renovação ambiente exigidas, sem alterar a arquitetura exterior, e reduzindo ao mínimo a afetação de ruídos exteriores e interiores. Ainda no domínio de economia de energia, colocar-se-á o edifício em sobrepressão para evitar infiltrações, promovendo-se desta forma a uma redução no consumo de energia para aquecimento. 10/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA Assim, procurou-se implementar nas instalações de AVAC os seguintes fundamentos: • • • • • • • Conforto termo-higrométrico adequado aos utentes, com controlo térmico todo o ano; Observância dos requisitos de utilização dos diferentes locais; Ar novo filtrado de acordo com as necessidades de renovação e filtragem dos locais, termicamente tratado e humidificado/desumidificado em situações específicas; Ventilação de extração nos locais especificados, em geral agrupada, salvo nas situações que exijam total independência funcional e controlo específico (Hepa); Custos de exploração dos sistemas não elevados; Facilidade de manutenção e condução das instalações; Custos de investimento adequados. A solução integrada a implementar deverá observar as seguintes premissas de eficiência energética: • • • • • • Isolamento da envolvente exterior (tendo em atenção o referido no ponto Envidraçados com factor solar apropriado e seu ensombreamento; Promoção de ventilações naturais; Na utilização de ventilações mecânicas, obrigatoriedade de instalação de recuperadores de calor; Obrigatoriedade de alta eficiência energética de todos os equipamentos e sistemas activos (ex: sistemas de AVAC, aparelhos de iluminação, etc.); Utilização de energias renováveis (Solar Térmica). Desenfumagem Em termos de proteção contra incêndios, as presentes instalações assumem particular importância, cuja função é garantir uma evacuação rápida, segura e isenta de pânico em caso de sinistro. Como resultado, o edifício possuirá, sempre que necessário, sistemas de desenfumagem das circulações horizontais nos pisos, constituído por ventiladores de introdução de ar exterior e ventiladores de extração colocados na cobertura. Com início nos ventiladores de introdução de ar exterior e nos ventiladores de extração previstos, desenvolvem-se condutas resistentes ao fogo em prumada vertical, incorporando as interligações de insuflação e extração respetivas, às circulações horizontais em cada um dos pisos. Em cada piso, as tomadas de insuflação e extração nas condutas incorporarão registos de desenfumagem, do tipo guilhotina, os quais, conjuntamente com os ventiladores, serão comandados pela Central de Deteção de Incêndios no respetivo quadro elétrico de alimentação QVE. Como garantia de condições de segurança em caso de incêndio, as condutas de ar incorporarão registos corta-fogo, os materiais a utilizar serão de classe resistente ao fogo, e o comando das instalações de Ar Condicionado e Ventilação será inserido na segurança global e integrada do edifício. A solução adotada para a ventilação do Estacionamento Automóvel em cave, considerará a necessidade de realização da ventilação normal e de proporcionar a sua ativação em correspondência com o sistema de deteção de monóxido de carbono. O sistema de ventilação mecânica funcionará regularmente na velocidade baixa, cujo caudal permite uma renovação de ar na base de 300m3/h por veículo, cumprindo os índices de renovação de ar na base do total dos lugares de estacionamento de veículos no piso, encontrando-se disponibilizada a velocidade alta para ativação pelo sistema de deteção de monóxido de carbono (e desenfumagem), com a qual será assegurado um caudal de extração de 600m3/h por veículo. 6.9 – SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS A elaboração do projeto e os critérios gerais de dimensionamento serão realizados considerando o especto multifuncional dos diversos espaços do edifício em estudo, atendendo e compatibilizando as seguintes disposições técnicas e Legais: • • • Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de Novembro – Regime Jurídico da Segurança contra incêndios em Edifícios (RJ-SCIE); Portaria n.º 1.532/2008 de 29 de Dezembro - Regulamento Técnico de segurança contra incêndio em edifícios (RT-SCIE); Despacho n.º 2.074/2009 de 15 de Janeiro – Critérios técnicos para a determinação da densidade de carga de incêndio modificada. Para adequar o edifício a uma utilização segura em caso de incêndio, serão especificadas soluções de forma a garantir que os elementos estruturais do edifício resistam à ação do fogo por um período de tempo determinado, que os ocupantes do edifício possam abandonar o mesmo rapidamente e em condições de segurança e que os bombeiros disponham de meios e facilidades para intervir em condições de segurança. Serão previstas um conjunto de medidas passivas de segurança, nomeadamente no que respeita à disposição arquitetónica, ao estabelecimento dos caminhos de evacuação, às características dos elementos estruturais e de construção, selagem dos ductos técnicos que promovam a qualificação de segurança das instalações. Serão também previstas um conjunto de medidas ativas de segurança que promovam a qualificação das instalações, nomeadamente no que respeita às disposições de segurança das instalações técnicas, sistemas de deteção e alarme de incêndio, Iluminação de segurança, deteção de gás e gases especiais, deteção de monóxido de carbono, sinalética, desenfumagem e extinção de incêndio. O sistema de controlo de intrusão consistirá num sistema integrado de segurança que engloba a deteção de intrusão, o controlo de acessos e o sistema de CCTV. Funcionarão de forma independente mas integrados numa única plataforma de forma a dificultar a intrusão e otimizar os recursos disponíveis. Propõe-se um sistema de CCTV assente em câmara do tipo IP. 11/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 6.10 – ARRANJOS EXTERIORES O desenvolvimento do projecto para os espaços exteriores do novo edifício pedagógico da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa centrou-se em duas questões-chave: por um lado criar, na intercepção do edifício de residências existentes e novo edifício pedagógico proposto, um espaço amplo, de livre circulação, com carácter de espaço de recepção aos serviços que os edifícios acolhem, mas também como espaço de estadia, com a proposta de uma área pavimentada, de circulação pedonal e viária condicionada e com bancos que criam 'ilhas de estadia'; e estabelecer a ligação formal e mnemónica com a 'mata' existente na envolvente imediata a Norte e Nascente com a criação de percursos informais de ligação entre a 'praça' e a 'mata' e a proposta de equipamento urbano, construído a partir da reutilização da matéria-prima dos elementos arbóreos a abater. Neste sentido, a proposta passa pela modelação do espaço central e ligação à via de acesso ao parque de estacionamento, com o objectivo de diluir as diferenças de nível e a fragmentação de espaço que existem actualmente, e o revestimento contínuo com um sistema de pavimentação de gravilha de granito, em tons cinza, agregado com resina. O tipo de pavimento selecionado, para além da elevada permeabilidade, durabilidade, capacidade de protecção do solo e custos controlados tem a vantagem de se adaptar aos diversos tipos de revestimento necessário - em cobertura, com sub-bases distintas (diferenciação da circulação automóvel e pedonal), revestimento de caldeiras das árvores, zonas com declives mais acentuados (talude da via de acesso ao parque de estacionamento) - com a mesma aparência e materialidade. Na área da praça propõe-se a plantação de 28 elementos arbóreos, junta da fachada do edifício existente. A localização destes elementos tem como objectivos diminuir a intensidade e nº de horas de insolação na fachada Nordeste do edifício de residências e a criação de zonas de sombra e de estadia na praça, deixando uma faixa livre a Nordeste, coincidente com a cobertura da área de estacionamento no piso -1, para acesso viário pontual. O plano de plantação densifica-se para Sul, estabelecendo uma ligação formal entre a área da 'mata' existente e o novo espaço exterior, de recepção. A proposta de plantação prevê uma única espécie autóctone, o carvalho-português (Quercus faginea), plantado com 3 alturas/dimensões distintas e conduzido em regime de alto-fuste. O carvalho-português é uma árvore de médio porte (até 20m de altura), copa regular e arredondada, de folha marcescente (queda das folhas tardia, na Primavera, quando nascem as novas folhas), que se distingue pelos tons amarelados e avermelhados da folhagem durante o Outono/Inverno e verde-claro durante a Primavera, e que contrasta com as espécies, dominantemente de folha persistente, da envolvente. A escolha da espécie deve-se também ao facto de ser uma espécie autóctone, adaptado ao clima e solos do local e de elevado valor ecológico e patrimonial. A proposta de equipamento prevê a reutilização da madeira dos elementos arbóreos de grande e médio porte (pinheiros-manso, eucaliptos, cedro-do-buçaco e acácia-bastarda) que serão abatidos, para a implantação do novo edifício, na construção de um sistema de bancos circulares que convidam a uma estadia informal. Propõe-se a implantação de 7 elementos na zona central de estadia, e preferencialmente nas áreas de ensombramento, e 2 no espaço da 'mata' existente. 12/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 7 - DESCRIÇÃO DAS SOLUÇÕES A ADOPTAR NA ÁREA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A definição das soluções de eco-eficiência do edifício decorrem de uma abordagem holística de interdisciplinaridade entre a Arquitectura, as Engenharias e o Paisagismo concorrendo em diálogo e coordenação por forma a um objetico comum – a redução de gastos energéticos e a criação de condições óptimas de habilitabilidade e conforto interno com recurso ao menor número possível de soluções mecânicas, não naturais. Neste sentido, a proposta parte da análise da implantação do edifício, da sua volumetria e do carácter das fachadas, entendidas como “pele” protectora e intermediadora entre exterior e interior. Neste domínio, foi desenvolvido um estudo solar com base nas cartas solares de Lisboa por forma a ser apurado do ponto de vista técnico a solução óptima em termos de elementos de sombreamento. O desenho das fachadas incorpora de forma rigorosa as seguintes conlusões do estudo realizado: • Criação de elementos horizontais coníutos de sombreamento (pálas) colocados logo no junto ao limite superior do vão. O posicionamento no limite superior do vão incrementa a sua eficácia, reduzindo a radiação solar directa sobre a zona envidraçada, resolvendo de forma muito eficaz principalmente no período de arrefecimento (Solstício de Verão). A profundidade destas palas é maior no alçado sul (2m), considerando precisamente a “agressividade” solar neste quadrante. Nos restantes alçados é igual (0,90m) sendo complementada com elementos verticais de sombreamento. • Criação de elementos verticais na fachada que contribuem para o controlo da incidência solar, sobretudo nas orientações Nascente e Poente, complementando a pala horizontal de ensombramento. Nestes quadrantes (Nascente e Poente) a pala resolve a incidência solar até às 15h aproximadamente, tendo em conta os ângulos verticais no período do Solstício de Verão. Nos espaços lectivos, os elementos verticais impedem a entrada de luz solar a partir das 15h e das 17h, nas zonas de maior densidade de elementos. O controlo da incidência solar neste período é fundamental para minimizar a radiação solar directa, optimizando o funcionamento térmico e o conforto visual / lumínico do edifício e reduzindo os custos associados à utilização de sistemas mecãnicos de climatização, ao longo da sua vida útil. Sempre que o afastamento entre elementos verticais é superior procura-se que a incidência solar aconteça junto aos planos de parede. Esta condição verifica-se nomeadamente no piso dos espaços para docentes, e é potenciada pelo recuar intercalado de gabinetes. • No quadrante Poente a radiação solar é também muito minimizada pela densidade arbórea e pela fisionomia das árvores que se apresentam com fustes altos e esguios, elevando as copas para as cotas mais altas ao nível da cércea do edifício proposto. fig. 7 – ESTUDO SOLAR COM BAASE NA CARTA SOLAR DE LISBOA PARA O SOLSTÍCIO DE VERÃO – PLANTAS E CORTE TRANSVERSAL 13/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA Paralelamente ao Estudo Solar que dita a definição arquitectónica, e deste modo passiva do edifício, são propostos outros elementos que contribuem de forma significativa para a redução do consumo energético, a saber: • • Instalação de colectores solares térmicos para a produção de águas quentes sanitárias. Utilização de materiais ecologicamente limpos • Aproveitamento e reciclagem de materiais e aplicação de materiais com um ciclo de vida útil amigo do ambiente • Conforto térmico através de estratégias de ventilação natural e transversalidade dos espaços • Isolamento adequado da cobertura • Aplicação de vãos exteriores com vidro e corte térmico • Isolamento adequado de todas as empenas cegas • Criação de espaços com iluminação natural adequada, minimizando o recurso a iluminação artificial 8 - EXPLICITAÇÃO DA RACIONALIDADE DAS SOLUÇÕES TÉCNICAS E CONSTRUTIVAS ADOPTADAS FACE ÀS EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS, DE SEGURANÇA, HABITABILIDADE E DURABILIDADE As soluções técnicas e construtivas propostas são de grande racionalidade face à limitação orçamental estabelecida e derivam desse modo de um processo de estudo e trabalho de relação entre as diferentes Especialidades (Arquitetura, Engenharias e Paisagismo) com vista à concepção de um edifício que consigo uma desemepenho óptimo com baixos recursos. Assim, toda a proposta é desenvolvida tendo por base esta premissa, quer na definição dos sistemas de suporte funcional (infra-estruturas) quer na caracterização geométrica e tectónica do edifício. As tónicas de durabilidade, segurança, habitabilidade, funcionalidade e economia são aspectos que se interligam e que são plenamente satisfeitos nos múltiplos domínios da presente proposta de conceção do edifício. Em suma, é proposto o seguinte: • Soluções técnicas de suporte (infra-estruturas) adequadas ao edifício e optimizadas na relação com a sua configuração volumétrica, paisagística e ambiental • Soluções de sistemas construtivos e materialidade de grande durabilidade e manutenção zero. • Soluções de materialidade no interior de grande durabilidade, resistência mecânica, resistência ao desgaste e de fácil limpeza: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Pavimento em pedra/mosaico hidráulico (circulações gerais, salas teóricas, instalações sanitárias) Pavimento em vinílico (laboratórios) Pavimento em alcatifa com atenuação acústica (auditórios) Tectos em betão à vista e em tectos falsos suspensos em gesso cartonado hidrófugo e/ou acústico Paredes em estuque projectado com pinturas à base de tintas laváveis e de alta resistência Paredes com lambrins de pedra/mosaico nas áreas de maior intensidade de circulação e uso Paredes em mosaicos cerâmicos nas instalações sanitárias Rodapés em perfis metálicos lacados Caixilharias exteriores em alumínio anodizado à cor natural com corte termico e vidro duplo Aplicação de telas de obscurecimento no interior (tipo blacout ou microperfuradas) 14/15 CONCURSO CONCEÇÃO DO PROJECTO DO NOVO EDIFICIO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE LISBOA 9 - EXPLICITAÇÃO DAS SOLUÇÕES ADOPTADAS CONSIDERANDO OS FUTUROS CUSTOS DE MANUTENÇÃO DO EDIFÍCIO PROPOSTO A minimização dos custos associados à manutenção no decurso da vida útil do edifício é uma estratégia fundamental a considerar no momento da concepção do projecto e na execução da obra. A presente proposta considera um conjunto de soluções construtivas que minimizam e nalguns pontos anulam a necessidade de operações de manutenção onerosas. A envolvente exterior, as fachadas, pela sua exposição directa às condições climatéricas externas são particularmente susceptíveis de desgaste e deterioração ao longo do tempo. Assim, importa desde logo fazer as opçõess correctas em termos de soluções construtivas materialidade por forma a evitar custos de manutenção a médio e longo prazo. Nesse sentido, a presente proposta considera o seguinte: • • • • • • Aplicação de revestimento exterior em tijolo de face à vista com isolamento térmico pelo exterior entre panos de alvenaria. Material sem necessidade de manutenção cujo aspecto, durabilidade e resistência é hoje tecnicamente comprovada e aconselhada para a aplicação no exterior. Material certificado com inúmeras possibilidades de aplicação em termos de confirguração geométrica conseguido-se excelentes resultados com baixo recursos (ver fig. 9) Aplicação de elementos de betão in situ (pálas de sombreamente) devidamente hidrofugado e sem recurso a pinturas. Aplicação na cobertura de lajetas compósitas pré-fabricadas de betão com isolamento térmico em poliestireno extrudido evitando a radiação solar directa sobre as telas betuminosas de impermeabilização e evitando o contacto directo destas com eventuais acções de manutenção na cobertura. Recurso a luminárias de baixo consumo energético, tecnologia LED em todas as situações em que seja efetivamente possível, reduzindo deste modo, o consumo energético de forma significativa. Aplicação de sistemas temporizados por programação e controlo de gestão centralizada do edifício para minimização dos consumos de eletricidade, climatização (AVAC) e águas. Aplicação de sistema de Gestão Técnica Centralizada que possa monitorizar em tempo real os consumos energéticos. fig. 8 - TIJOLO DE FACE À VISTA E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO 15/15