UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-UFAM INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS-ICHL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIEDADE E CULTURA NA AMAZÔNIA-PPGSCA SANDRO ADALBERTO COLFERAI UM JEITO AMAZÔNIDA DE SER MUNDO A AMAZÔNIA COMO METÁFORA DO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL: UMA LEITURA DO CONCEITO A PARTIR DA REGIÃO Manaus 2014 SANDRO ADALBERTO COLFERAI TESE UM JEITO AMAZÔNIDA DE SER MUNDO A AMAZÔNIA COMO METÁFORA DO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL: UMA LEITURA DO CONCEITO A PARTIR DA REGIÃO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia, PPGSCA, da Universidade Federal do Amazonas, UFAM, como requisito final para obtenção do título de Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia (área de concentração Processos sócio-culturais na Amazônia, linha de pesquisa Redes, processos e formas de conhecimento) Orientador: Prof. Dr. Gilson Vieira Monteiro Manaus 2014 FICHA CATALOGRÁFICA C695a Colferai, Sandro Adalberto. Um jeito amazônida de ser mundo – a Amazônia como metáfora do ecossistema comunicacional: uma leitura do conceito a partir da região / Sandro Adalberto Colferai. – 2014. 226 f. Orientador: Prof. Dr. Gilson Vieira Monteiro. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Amazonas, Instituto de Ciências Humanas e Socias, Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia, Área de Concentração: Processos Sócio-culturais na Amazônia, Linha de Pesquisa: Redes, Processos e Formas de Comhecimento, 2014. Bibliografia: f. 208-226. 1. Ecossistema comunicacional – Amazônia. 2. Amazônia – Povos indígenas. 3. Amazônia – Populações ameríndias. 4. Amazônia – Cartografia. 5. Comunicação social - Amazônia. I. Título. CDU – 316.77(811A) Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931 Para Bruna, tudo e sempre! Por Pedro, incondicionalmente! AGRADECIMENTOS Muito longe de ser uma formalidade, os agradecimentos que seguem são uma demonstração de afeto e sincera gratidão às boas almas que estiveram no meu caminho ao longo do doutorado, algumas desde muito antes, e que por certo seguirão como parte desta arrepiante aventura que é a vida. Uma questão de justiça que, juro, nada tem a ver com salamaleques ao orientador, é agradecer ao professor Gilson Vieira Monteiro por ter me oferecido muito mais do que a orientação protocolar. Ofereceu-me sua amizade, boas conversas sobre tudo e me abriu para novas visões e atitudes para o trabalho de pesquisa e para a vida. A grande lição, a que levarei comigo, foi aprendida na convivência! Agora seguiremos compartilhando projetos que são mais do que ideias... De novas amizades o doutorado foi profícuo e entre elas a de Elias Farias, colega de curso, músico talentoso, anfitrião atencioso, avô derretido, é a mais leve e sorridente. Desde as primeiras semanas em Manaus até os últimos dias desta jornada sempre foi o melhor papo e exemplo do quanto boas almas iluminam a jornada de quem tem o privilégio de tê-las por perto! A disposição permanente do professor Frederico Arruda para dividir o que sabe foi fundamental para minha pesquisa. De fala fácil e com causos e anedotas na ponta da língua, sempre esteve disposto a ouvir e contribuir com o que precisei. Talvez tenha sido o melhor exemplo de como colocar leveza onde outros carregam nas tintas. Uma indicação rápida e certeira feita in box pelo Facebook num início de madrugada acabou por ser fundamental para a argumentação que realizo, o que só mostra o quanto é permanente o papel do pesquisador-educador. Por essa lição e a indicação de Viveiros de Castro agradeço profundamente à professora Patrícia Sampaio! Fundamental também foi a indicação feita pela professora Maria Luisa Cardinale Baptista, que por força de um acróstico e por opção é Maluca. Ao apontar Derrick de Kerckhove como referência para a tese fez o acoplamento que talvez seja o mais importante deste trabalho, e mostrou que o pesquisador não busca apenas conhecer, mas encontrar as cifras das músicas que somente os loucos ouvem e por isso dançam amorosamente com o mundo. E se espalhar amorosidade tem algo de maluco, que sejamos todos desviados! – eis mais uma lição que o doutorado deixa para mim! Maria Ataíde! Agora compartilhamos um sonho que não é nosso, mas que tem em você a convergência. Se estamos num lugar que é visto e se vê periférico, muito distantes uns dos outros e com barreiras de todos os tamanhos, juntar as pessoas é o mais importante e o mais difícil. É com isso que sonha e é para isso que trabalha. Não está mais sozinha, e pelo exemplo ensina a toda uma geração de pesquisadores neo-amazônidas que o centro é sempre onde estamos. Gratidão perpétua, professora! No meio do caminho havia uma surpresa, e ela ajudou a alicerçar tudo o que eu estava fazendo. Fernanda, pelo trabalho meticuloso e incansável, tanto na leitura das diferentes versões desta tese como na tessitura de redes para dentro e para fora da terra de diferentes nuanças que habitamos, não dirijo a você somente agradecimentos. Há aqui, principalmente, uma nota de compromisso, disposição e esperanças pelo que ainda poderemos fazer juntos ao seguir por este caminho! Somos uma família, Roseli! Não a agradeço com frequência pelo que faz, pelo papel de porto seguro que representa para todos lá em casa. E mesmo se o fizesse cotidianamente não seria o suficiente! Força constante e uma paciência que nega ter estão sempre a serviço do equilíbrio, da boa convivência e da busca pelo melhor de cada um de nós – e claro, sempre arruma um tempo para massagear corpos e almas! És fundamental! Sandra e Altair! Sou extremamente grato por tudo o que fizeram, e seguem fazendo, para dar tranquilidade a mim e Bruna e principalmente segurança para o nosso Pedro. Quando as coisas mais parecem nebulosas é certamente o momento em que conseguimos distinguir quais são as candeias que orientam a jornada. São esta luz, pois família é porto seguro. Sempre estarei em dívida! De um filme de Sessão da Tarde surgiu um nome ruim para uma turma boa. Andréa, Soraya, de novo o Elias, o desaparecido Benedito, e eu – que receberei uma alcunha que vou recusar. Foi este o Clube dos Cinco, que na primeira metade do doutorado adotou uns aos outros para tornar suportável as ausências, pressões e angústias, mas também para celebrar conquistas ou para simplesmente estar juntos e festejar a vida! Obrigado – e sempre deveremos a nós mesmos novos encontros! Os 1,5 mil quilômetros entre Vilhena e Manaus poderiam ter feito tudo mais difícil ao longo desses quase quatro anos. Não foi assim graças a duas boas almas que ajudaram sem restrições e compreenderam cada um dos pedidos que fiz, sim!, cada um deles! Alberta e Caio, não tenho dúvidas de que foram além da atenção respeitosa que os seus trabalhos na secretaria do PPGSCA exige! Pelos imensos galhos quebrados, muitíssimo obrigado! A minha banca de qualificação não poderia ter sido mais proveitosa. Para além das contribuições fundamentais para a continuidade deste trabalho, ao receber as críticas dos professores Odenei Ribeiro e Walmir Albuquerque ficou claro que erudição e comprometimento com o trabalho acadêmico e com a Amazônia não apenas estão presentes entre intelectuais amazônidas, mas pautam as lidas cotidianas dos que se recusam a ser limítrofes e universalizam o local. As professoras Rosemara Staub e Marilene Silva, cada uma a seu modo, apoiaram e incentivaram não apenas de maneira formal as minhas pretensões no doutorado, mas se mostraram verdadeiramente interessadas nos momentos em que falamos do quão fundamental é ter na Amazônia pesquisadores amazônidas. Não apenas agradeço por isso, faço votos que suas competências e dedicação sigam gerando cada vez mais frutos! Marcus Fiori, o professor de jornalismo que parece um caminhoneiro! O jeito turrão não consegue esconder um sujeito boa praça que sempre esteve presente nas minhas passagens por Porto Velho – em que me deliciei com as comidas preparadas por sua mãe, Dona Rosa – e que depois se desdobrou para dar-me tranquilidade nos momentos finais do doutorado, justamente na hora em que tudo parecia estar se complicando. Obrigado, amigo! Aos colegas do Departamento de Jornalismo, do campus da Unir em Vilhena que souberam compreender e apoiar quando mais foi preciso! Grato, mesmo! À Cida, que no início do doutorado talvez tenha sido quem mais me apoiou, especialmente para os trâmites burocráticos na Unir – e sabemos o quanto isso é importante! Ao Beto e à Carla, que sempre abrem as portas da casa e do coração para tornar possíveis risadas quando o humor tenta desaparecer! Gratidão e amizade perpétuas! Ao Dhiony, que sempre torceu com sinceridade pelo meu trabalho e se manteve a postos durante todo o tempo para dar os providenciais socorros técnicos que constantemente precisei! Às crianças da oncologia pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, que ensinam a todos que tudo fica mais fácil quando se é forte com o coração puro e um sorriso no rosto! Vocês transformaram um momento de incertezas e dor na mais valiosa lição de vida que já recebi! Se há anjos, tenho certeza que são carequinhas e carregam tablets entre as mãos... A Manaus que bem acolhe com um calor que vai além dos mormaços... É para vocês, todos vocês e a tantos outros, que cito uma frase de Carl Segan que venho guardando há muito tempo, especialmente para este lugar: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer dividir um planeta e uma época com você[s]”. Talvez sejamos ao mesmo tempo, como crêem os panteístas, todos os minerais, todas as plantas, todos os animais, todos os homens. Mas felizmente não o sabemos. Felizmente acreditamos na existência de indivíduos. Porque senão seríamos esmagados, aniquilados por essa plenitude. Jorge Luis Borges, Borges, oral. Deus sive natura Espinoza, Ética RESUMO Esta tese apresenta uma leitura interdisciplinar do conceito de Ecossistema Comunicacional tomando a Amazônia como metáfora explicativa, para o que aciona arcabouços teóricos que convergem para uma abordagem complexa e novo paradigmática da produção de conhecimento e para posturas dialógicas ao tratar das relações entre o local e o universal. A argumentação parte de uma recuperação do conceito de Ecossistema Comunicacional institucionalizado na pesquisa acadêmica brasileira e apropriado no Campo da Comunicação na Amazônia sob chaves interpretativas próprias. A partir daí, na tese, se organiza a proposta pela qual o conceito se refere às multiplicidades que atravessam o ser humano, a natureza e as tecnologias da comunicação e informação que, inapartáveis, compõem o Ecossistema Comunicacional. Trata-se de uma abordagem ecossistêmica que considera a corporalidade das relações e as subjetividades acionadas em sociedade, tomando-as como instâncias inseparáveis amplificadas pelas tecnologias que estendem as inervações humanas para além dos limites corpóreos. Neste ponto as vivências de populações ameríndias, especialmente de povos indígenas da Amazônia e de populações tradicionais da região, que se relacionam com o ambiente de maneiras diversas das ocidentais, são o ponto de contato entre o conceito e as práticas ordinárias cotidianas: a Amazônia, por ser uma das porções do planeta onde se percebe claramente as recursivas relações entre ser humano, natureza e – pela crescente presença – tecnologias da comunicação e informação, torna-se metáfora explicativa do Ecossistema Comunicacional. PALAVRAS-CHAVE: Ecossistema Comunicacional; Amazônia; Enação; Complexidade; Cartografia. ABSTRACT This thesis presents an interdisciplinary interpretation of the concept of Communicational Ecosystem taking the Amazon as an explanatory metaphor for what triggers theoretical frameworks that converge to a complex and new paradigmatic approach to knowledge production and dialogical postures in dealing with the relations between the local and the universal. The argumentation comes from a recovery of the concept of Communicational Ecosystem institutionalized in the Brazilian academic research and it is appropriated in the communicational field in the Amazon under proper interpretation keys. From this, the proposal by which the concept refers to the multiplicities that traverse the human being, the nature and the technical means of communication and information that completely comprise the Communicational Ecosystem are organized in this thesis. This thesis is about an ecosystem approach that considers corporeality of relations and subjectivities driven in society, taking them as inseparable instances amplified by technologies that extend human innervations beyond the corporeal boundaries. At this point, the experiences of Amerindian populations, especially indigenous peoples of Amazonia and traditional communities of the region, which have different relation with the environment, comparing with westerner communities, are the point of contact between the concept and the everyday common practices: the Amazon, being a region of the planet where it is clearly perceived the recursive relationships between humans, nature, and - by the increasing presence - information and communication technologies, it becomes explanatory metaphor of the Communicational Ecosystem . KEYWORDS: Communicational Ecosystem; Amazon; Enation; Complexity; Cartography. RÉSUMÉ Cette thèse présente une lecture interdisciplinaire du concept de l'Ecosystème Communicationnel prenant l'Amazonie comme une métaphore explicative pour ce qui déclenche des cadres théoriques qui convergent vers une approche complexe et un paradigme nouveau de la production de connaissances et vers des postures dialogiques dans le traitement des relations entre le local et l’universel. La partie de l'argument d'une reprise de la notion de l'écosystème communicationnelle institutionnalisée dans la recherche universitaire brésilienne et appropriée dans le domaine de la communication dans l'Amazonie sous les clés appropriées d'interprétation. De là, dans la thèse est organisée la proposition par laquelle le concept se réfère aux multiplicités qui traversent l'être humain, la nature, et les technologies de la communication et de l'information qui, inséparables, composent l'Ecosystème Communicationnel. Il s'agit d'une approche écosystémique qui considère la corporéité des relations et les subjectivités entraînées en société, en les prenant comme des cas inséparables amplifiés par les technologies qui prolongent les innervations humaines au-delà des limites corporelles. A ce stade, les expériences des populations amérindiennes, en particulier les peuples autochtones de l'Amazonie et les populations traditionnelles de la région, qui ont trait à l'environnement de manières diverses des occidentales, sont le point de contact entre le concept et les pratiques courantes de tous les jours: l'Amazonie, parce qu’étant une des parties de la planète où l’on perçoit clairement les relations récursives entre l'homme et la nature, et – par la présence croissante - des technologies de la communication et de l'information, devient métaphore explicative de l’Ecosystème Communicationnel. MOTS-CLÉS: Cartographie. . Ecosystème Communicationnel; Amazonie; Enaction; Complexit; RESUMEN Estas tesis presenta una lectura interdisciplinária del concepto de Ecosistema Comunicacional teniendo la Amazonia como metáfora explicativa, para lo que acciona marcos teóricos que convergen para un abordaje complejo nuevo paradgmático de producción de conocimiento y para posturas de diálogo al tratar de las relaciones entre el local y el universo. El argumento parte de la recuperación del concepto de Ecosistema Comunicacional institucionalizado en la investigación académica brasileña, apropriado en la facultat de Comunicación en Amazonia bajo claves próprias interpretativas. De ahí, en la tesis, se organiza la propuesta por la cuál el concepto se refiere a la multiplicidades que atravesan el ser humano, la naturaleza y las tecnologias de comunicación y información que amplia las inervaciones humanas allá de los limites corpóreos. En este punto, las vivencias de los poblados ameríndios, en especial poblados indígenas de Amazonia y de poblados tradicionales de la región, que relaciona concepto y las praticas ordinárias cotidianas: la Amazonia por ser una parte del planeta donde se percibe claramente las recursivas relaciones entre el ser humano, naturaleza y, por la creciente presencia, tecnologias de comunicación y información, se convierte en metáfora explicativa del Ecosistema Comunicacional. PALABRAS CLAVES: Ecosistema Comunicacional; Amazonas; Enacción; Complejidad; Cartografía. SUMÁRIO ENTRADA UM CONVITE À IMERSÃO! .............................................................................................. 13 A complexidade como princípio .............................................................................................. 19 O texto plano como pretensão .................................................................................................. 24 INSTITUCIONALIZAÇÃO E ULTRAPASSAGENS: A REANGULAÇÃO AMAZÔNIDA DO CONCEITO DE ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL .............. 32 Novos modos de sentir e conhecer .......................................................................................... 35 Ecossistemas construídos ........................................................................................................ 40 A leitura amazônida do Ecossistema Comunicacional ............................................................ 45 A busca por uma abertura do conceito .................................................................................... 51 Apropriações e ultrapassagens ................................................................................................. 54 DA CRISE À RECONCILIAÇÃO: A INTERDISCIPLINARIDADE NECESSÁRIA AO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL............................................ 58 A cisão entre física e metafísica .............................................................................................. 60 E a física volta a encontrar a filosofia ...................................................................................... 63 A emersão das periferias e do particular .................................................................................. 66 Novos lugares para o pensamento ............................................................................................ 69 Ciência na periferia da periferia ............................................................................................... 75 Ciência para uma vida decente ................................................................................................. 82 MAPAS NA CHEGADA: UMA POSTURA CARTOGRÁFICA PARA O ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL ............................................................. 90 Multiplicidades rizomáticas ...................................................................................................... 95 Sobre uma teoria-pesquisa inventiva ...................................................................................... 105 Dos procedimentos movediços para a pesquisa ..................................................................... 115 COMPLEXA AMAZÔNIA: UMA MANIFESTAÇÃO MATERIAL-IDEAL DO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL .............................. 119 Paisagem ou espaço amazônico? ............................................................................................ 121 Amazônia, região Arte-Fato ................................................................................................... 126 Des-continuidades constituidoras ........................................................................................... 136 Uma lógica reticular para a Região Amazônica ..................................................................... 144 CORPORALIDADES AMPLIADAS: RECURSIVAS CONTINUIDADES PSICOTECNOLÓGICAS, AS COATUAÇÕES NO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL .................................................................................... 154 O mundo lá fora ..................................................................................................................... 157 Corpos fechados e atuantes..................................................................................................... 160 Ontologias amazônicas: a atuação corporalizada ................................................................... 168 Performance ampliada ............................................................................................................ 175 Um jeito amazônida de ser mundo ......................................................................................... 184 SAÍDA NOTAS SOBRE AS IMPLICAÇÕES DO ECOSSISTEMA COMUNICACIONAL ........................................................................... 198 REFERÊNCIAS....................................................................................................................208