COMISSÃO DA AMAZONIA E DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL REQUERIMENTO (Do Sr. Eduardo Valverde) Solicita que seja criada Comissão Especial para acompanhar os Planos de desenvolvimento regional das áreas de influências dos empreendimentos estruturantes na Amazônia. Senhor Presidente, Nos termos regimentais, requeiro a V.Exa, ouvido o Plenário desta comissão, que seja criada Comissão Especial para acompanhar os Planos de desenvolvimento regional nas áreas de influências dos empreendimentos estruturantes na Amazônia. JUSTIFICAÇÃO A Amazônia legal vem sendo palco de várias obras de grande vulto, todas incluídas no PAC, tanto as voltadas aos modais de transportes ( hidrovias, rodovias, pontes) como para a infra-estrutura energética (linhas de transmissão, hidrelétricas, gasodutos). Não é inobservável que a construção de uma obra estruturante de grande porte em uma região de baixo dinamismo econômico e de frágil infra estrutura social e ambiental acarreta transtornos não facilmente avaliáveis. Sem dúvida que estas obras induzem um rápido dinamismo econômico e rápidas alterações no ambiente social e ambiental. Os licenciamentos ambientais se atentam para os efeitos imediatos ambientais, em áreas que circunscrevem o epicentro da obra, sem, contudo mitigar e avaliar a área de influência, que certamente tem diâmetro muito maior. Acertadamente, o Governo Federal vem criando Grupos de Trabalho Interministerial (GTI) com a finalidade de melhor compreender os fenômenos sociais, ambientais e econômicos nas áreas abrangência, com o intuito de antecipar políticas públicas, tantos nos aspectos mitigatórios, mas, principalmente, visando melhor aproveitamento econômico e social dos investimentos, focado na sustentabilidade da economia local, pós-empreendimento. Dando como exemplo o Complexo hidrelétrico do Rio Madeira, onde vivem cerca de 500 mil pessoas em povoamentos urbanos precários, decorrente de sucessivos processos de ocupação territorial (ciclos extrativistas e expansão da fronteira agrícola), fenômeno tipicamente amazônico. Não é sem razão supor que a obra em si submeterá os serviços de saúde, educação e segurança pública ao colapso, por outro lado, o investimento de quase trinta bilhões, movimentará milhares de pequenos negócios no entorno e na região de abrangência, que precisam ser sustentado posteriormente. Contexto similar, também pode ser antevisto na execução da Br. 163 e da hidrelétrica de Belo Monte, todos no Estado do Para. É no sentido de cometer ao Parlamento, em especial a esta Comissão, avaliar e acompanhar a execução dos Planos de desenvolvimento regional, ou ainda, propor ao Poder Executivo outros Planos ainda não criados, é o mote da presente Comissão Especial provisória. Sala das Sessões, EDUARDO VALVERDE Deputado Federal PT-RO de 2009