II Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica – Santo Ângelo – 2012
PLANEJAMENTO DIDÁTICO NO ENSINO DE FÍSICA: NA PRÁTICA,
UMA FORMALIDADE DESNECESSÁRIA?
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Sandro Rogério Vargas Ustra1, Emerson Luiz Gelamo2
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal – FACIP/UFU, [email protected]
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal - FACIP/UFU, [email protected]
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Dificilmente se encontrará um professor de física que afirme não possuir um
planejamento para sua disciplina. A atividade de planejamento constitui-se numa das
competências profissionais básicas esperadas de qualquer professor, além de
representar uma exigência formal no contexto escolar. Entretanto, em raríssimas
oportunidades se pode conferir a atribuição de um significado efetivo no contexto da
prática docente. Parece tratar-se de um documento que funciona apenas na teoria,
praticamente inútil no contexto de sala de aula. Com o objetivo de compreender os
significados atribuídos ao planejamento didático na formação inicial de professores
de física, desenvolvemos, de 2011 até o presente, uma investigação junto aos
licenciandos em diferentes períodos, tanto no início do curso quanto durante a
realização dos estágios supervisionados. Desta forma, foram implementados
questionários e entrevistas semiestruturadas durante a realização das disciplinas de
Projeto Integrado de Prática Educativa I, II, III, IV e V e de Estágio Supervisionado I,
II e III, integrantes do currículo do Curso de Física de uma universidade federal do
Triângulo Mineiro. Basicamente, os instrumentos utilizados para coleta de dados,
enfocaram questões relacionadas à definição, utilidade, constituição e
implementação dos planejamentos didáticos. A análise dos dados obtidos permitiu
confirmar a carência de importância atribuída a estes instrumentos de trabalho
docente. Entretanto, também pudemos verificar que, conforme os estudantes
avançavam nas disciplinas de estágio supervisionado, ocorriam importantes
diferenças nas significações construídas, especialmente quanto à constituição dos
planejamentos e sua utilização para acompanhar e avaliar as práticas pedagógicas.
Estas mudanças levaram a uma importante diferenciação entre plano e
planejamento, principalmente pela compreensão da necessidade de previsão de
relações entre objetivos e conteúdos, metodologia e avaliação. Desta forma, os
planejamentos didáticos passaram a assumir uma perspectiva muito mais relacional
entre seus elementos constitutivos e a implicar numa necessária revisão da prática
desenvolvida e seus pressupostos, muitas vezes apenas implícitos. Estes resultados
evidenciam a necessidade de se problematizar e evidenciar o papel do planejamento
didático durante as disciplinas de prática em ensino de física, principalmente através
de uma postura coerente com as próprias atividades desenvolvidas nestas
disciplinas.
URI, 27-29 de junho de 2012.
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planejamento didático no ensino de física: na prática, uma