PLANO DE
DESENVOLVIMENTO
TURÍSTICO DE SERPA
Parte 1
Julho 2008
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Índice
1. Enquadramento
2
1.1 Introdução
2
1.2 Nota Metodológica
4
1.3 Posição Comparativa
8
2. Matriz de Caracterização e Estratégica
9
2.1 Matriz de Caracterização
9
2.2 Matriz Estratégica
13
2.3 Objectivos Estratégicos
14
3. Nichos de Mercado, Produtos Turísticos e Indicadores
16
3.1 Nichos de Mercado e Produtos Turísticos
17
3.2 Indicadores de Qualidade
29
4. Áreas e Medidas de Acção Estratégicas
33
4.1 Áreas Estratégicas de Acção
33
4.2 Medidas Estratégicas de Acção
34
4.3 Factores Críticos de Sucesso
36
5. Acções Estratégicas e Projectos Estruturantes
39
5.1 Programas e Projectos Estratégicos
39
5.2 Selecção Projectos Estruturantes
41
5.3 Prioridades de Investimento Público
45
5.4 Concretização de Oportunidades de Investimento e de Negócio
48
6. Fontes de Financiamento
50
6.1 Fontes de Financiamento Comunitário
50
6.2 Fontes de Financiamento Nacional Público
58
7. Matriz de Investimento – Financiamento
64
Anexo I
67
1
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
1. Enquadramento
1.1. Introdução
1. O concelho de Serpa, situado no Baixo Alentejo, distrito de Beja, é limitado a oeste
pelo Rio Guadiana, a norte pelo concelho de Moura, a sul pelo de Mértola e a leste pela
fronteira com Espanha. Apresenta uma diversidade de recursos turísticos, alguns
objecto de valorização no presente, outros claramente subaproveitados.
Nessa diversidade figura o património natural e a paisagem, associados nomeadamente
a áreas protegidas, mas também a acidentes topográficos e a uma longa ocupação
humana e rural, com suas estruturas sociais, suas formas de habitar, seus modos de
vida e suas tradições culturais; figura igualmente o património edificado, destacando-se
a arquitectura em terra.
Património edificado erudito e popular, património cultural e património natural são
recursos turísticos que podem ser mobilizados numa estratégia de desenvolvimento
capaz de atrair clientelas diversas, nacionais e ibéricas, regionais ou mais distantes, no
Inverno como nas estações intermédias e mesmo no Verão. Clientelas que se
posicionam por uma escolha clara pela qualidade, sustentada nomeadamente em
elementos ambientais, paisagísticos, arquitecturais e urbanos, movidas por imaginários
de descoberta, de regresso ao natural e autêntico, de cultura ou mesmo de desporto e
saúde.
2. O Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa, contratado pelo Município de Serpa,
tem como objectivo afirmar o concelho como território de desenvolvimento turístico
baseado na qualidade, orientado para a atracção selectiva de nichos de mercado
turístico e para a polarização de investimentos empresariais, através:
A) do aproveitamento das potencialidades dos recursos naturais, ambientais,
patrimoniais, culturais, económicos e turísticos;
2
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
B) do reforço do aproveitamento dos recursos turísticos existentes no concelho
e nas regiões limítrofes com potencial turístico;
C) da definição de estratégias de desenvolvimento do turismo, identificando
projectos estruturantes e iniciativas e acções a realizar por entidades públicas
e privadas de âmbito regional e local;
D) da atracção de investimento – capitais e conhecimentos –, gerador de
desenvolvimento económico e susceptível de ser completado pela qualificação
do capital humano da Região.
Diversamente de um plano estratégico do turismo para o Município, que avalia o papel
estratégico do turismo no desenvolvimento local e propõe escolhas políticas baseadas
na qualidade, sustentabilidade, viabilidade e responsabilidade, o presente Plano de
Desenvolvimento Turístico, no quadro das tendências europeias e internacionais do
turismo,
das
opções
estratégicas
do
turismo
português
e
das
opções
de
desenvolvimento regional e local, propõe formas de funcionamento estruturado de um
sistema de parceiros públicos e privados e de actividades com vista à viabilidade
continuada da actividade turística no concelho.
3. Assim, pensar e planear o futuro do desenvolvimento turístico do concelho de Serpa
significa privilegiar a sustentabilidade dos recursos, a identidade local, os sistemas de
comunicação, a diversidade económica e os produtos culturais, tendo presente que o
mundo contemporâneo se caracteriza pelo reforço e multiplicação das redes, o
crescimento e desenvolvimento do trabalho baseado no conhecimento e a globalização
da produção e do consumo, incluindo o do lazer e o do turismo. Significa, ainda, ter em
atenção o micro-local e evoluir para ideias e negócios inovadores, concretizar
competências de «fabrico» que sustentem resultados de indiscutível qualidade assente
na tradição/inovação, conjugar os recursos colectivos e promover uma rede de
conexões geograficamente alargada.
3
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Neste contexto, as escolhas públicas de investimento e de constituição de parcerias
público-privadas para o desenvolvimento turístico e económico, nomeadamente em
projectos
estruturantes,
revestem-se
de
importância
decisiva.
O
que
implica,
obviamente, reforçar a confiança recíproca, entendida como a base necessária ao
surgimento de mútuas expectativas duráveis e ao alargamento de solidariedades.
4. O Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa que se apresenta, face ao estádio de
estruturação e sofisticação em que se encontram os recursos do concelho, aposta não
apenas no aumento do seu valor acrescentado para a indústria turística, mas também
nas potencialidades de protecção e valorização própria que para os mesmos advirão da
promoção e marketing do território e do aumento da presença de turistas e visitantes.
Significa isto que os planos de acção que se propõem baseiam-se em estratégias
intersectoriais, aptas para servir o turismo, o ambiente, o património e a cultura;
supõem a partilha do conhecimento sobre os mercados potenciais e os perfis das
respectivas clientelas, assim como dos canais de difusão, promoção e distribuição,
utilizando e cruzando as várias redes disponíveis; envolvem o desenvolvimento de
produtos, a criação de parcerias entre estabelecimentos hoteleiros, os detentores dos
recursos turísticos, a promoção e marketing, a comunicação com os média turísticos e a
utilização intensiva das tecnologias da comunicação.
1.2. Nota Metodológica
As
opções
metodológicas
Desenvolvimento
Turístico
seleccionadas
de
Serpa,
para
a
obedeceram
elaboração
ao
princípio
do
do
Plano
de
pluralismo
metodológico1, combinando metodologias quantitativas – extensivas2, metodologias
comparativas – tipológicas e metodologias qualitativas intensivas3.
1
Cf Ragin, Charles (1994), Constructing Social Research. The Unity and Diversity of Method, Thousand
Oaks, Pine Forge.
4
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Sendo o turismo um sector/indústria claramente verticalizado, sofisticado4, procuramos
potenciar as “horizontalidades” do sistema turístico, onde no processo de globalização5
as procuras da diferença, das especificidades, de tradições e modos e vida, dos
patrimónios culturais e naturais, podem constituir “matéria – prima” para transformar
patrimónios em recursos turísticos.
Os sentimentos de pertença e as identidades locais, a memória e a história, podem, ser
organizados em recursos turísticos com tal capacidade de atractividade, que no limite,
oferecem ao turista uma experiência única, e ao residente, um orgulho acrescido na
valorização do olhar do outro, onde não é despiciente a capacidade de fixação de
população local, de jovens, com recurso à criatividade, formação e inovação,
enquadrados por um conhecimento técnico da extrema competitividade deste sector.
Neste sentido, explorámos as clássicas e obrigatórias linhas de investigação
bibliográfica, documental e estatística, tanto ao nível do próprio concelho como do
Alentejo, do País, de Espanha e internacionalmente, analisando os dados referentes a
Serpa e muitos outros, do Baixo Alentejo, da Região de Turismo, do PENT, do INE, da
OMT, numa perspectiva simultaneamente diacrónica, sincrónica e prospectiva.
Na análise bibliográfica específica tivemos em conta duas décadas de investigação
sobre o papel do turismo no desenvolvimento do interior do país6. E neste contexto
podemos considerar o investigador como um dos principais recursos da investigação. A
presença prolongada dos investigadores no terreno da investigação em turismo,
constitui um recurso metodológico essencial nas relações entre a autarquia local, o
posicionamento regional, o turismo nacional, e o contexto de aceleradas mudanças
internacionais, tanto ao nível da procura como da oferta turísticas.
2
Cf Ghilione e Benjamin (1987), Les Enquêtes Sociologiques-Théories et Pratique, Ed. Armand Colin, Paris.
3
Cf Burguess,Robert G.(2001), A Pesquisa de Terreno. Uma introdução, Oeiras, Celta Editora.
4
Cf Urry,Jonh(1990), The Tourist Gaze. Leisure and Travel in Contemporary Societies, Sage, Londres.
5
Cf Giddens (2000), O Mundo na Era da Globalização, Presença, Lisboa.
6
Para além dos trabalhos pioneiros e continuados de Cavaco, cf Capucha sobre o «turismo e
desenvolvimento rural» (1986); Joaquim 1989;1992;19941997;2001;2003;2006) sobre o mesmo tema e
sobre o Alentejo; Ribeiro (2000;2003;) e Figueiredo (1999;2000;2003) sobre o Norte do País. Sobre a
região Centro cf. Caracterização do Potencial Turístico do Distrito de Castelo Branco, NERCAB, IPI, 2002.
5
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Este posicionamento metodológico do papel do investigador enquanto instrumento de
investigação, materializou-se também por uma pesquisa de terreno intensiva/qualitativa,
com permanência em Serpa de dois elementos da equipa técnica e uma proximidade
metodológica essencial, objectivada nos contactos telefónicos posteriores e regulares.
As entrevistas realizadas a informantes/observadores privilegiados (6 entrevistas),
informadores institucionais (12 entrevistas) e unidades de alojamento (13 entrevistas),
assim como a multiplicidade de visitas realizadas, da adega aos museus, queijaria,
albufeira e outras, permitiram um conhecimento do terreno, das diferentes dinâmicas
sociais e das diferenciadas representações sobre o turismo (ressaltaram aliás fortes
descoincidências ao nível dos observadores privilegiados, institucionais e do turismo). A
informação e o conhecimento então obtidos autorizam-nos a analisar as dinâmicas
locais,
cruzando
nomeadamente
representações
muito
diferenciadas
sobre
o
desenvolvimento do concelho e da região.
Importa também relevar que a IPI tem, desde o início da sua actividade (1999),
trabalhado sobre o sector turístico, tendo realizado e estando a desenvolver algumas
dezenas de trabalhos, quer de âmbito nacional, quer de âmbito local, directa ou
indirectamente ligados ao turismo e ao seu impacte no desenvolvimento.
As análises extensivas, de cariz nacional e internacional, e o conhecimento do sector,
em
termos
científicos
e
também
tecnicamente,
assim
como
as
profundas
transformações internacionais, das quais o turismo é simultaneamente agente e actor,
permitem-nos situar Serpa num contexto não apenas local, mas também regional,
nacional e internacional, e identificar as principais oportunidades e ameaças internas e
externas ao seu desenvolvimento turístico.
Neste contexto alargado, as propostas apresentadas são o resultado de uma análise
amadurecida pelo pluralismo metodológico usado, constituindo um plano de acção que
pode efectivamente ser aplicado, numa negociação da natural conflitualidade entre
agentes/actores diferenciados, mas onde o resultado final será certamente a melhoria
do tecido produtivo, a criação de emprego, novas oportunidades no turismo e noutras
actividades a montante e a jusante, em suma, o turismo como um dos pilares do
6
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
desenvolvimento sustentável do concelho nas suas múltiplas vertentes – ambiental,
económica, social, cultural, institucional e organizativa.
A título de exemplo: a qualidade do património não o torna automaticamente um
recurso turístico, salvo nos casos excepcionais com atribuição e reconhecimento de
valor simbólico nacional ou internacional, que ultrapassa em muito as classificações
oficiais/institucionais. Este é um dos mitos que, recorrentemente, enforma muitos dos
planos de desenvolvimento turístico e os condena ao fracasso. Um recurso pressupõe
investimento, caracterização, potencialidades, estado de conservação, negociação no
caso dos privados, sinalização, informação, promoção. Pressupõe organização e
envolvimento simbólico e institucional.
O turismo
é um
dos sectores
mais competitivos
e sofisticados do
mundo
contemporâneo. Se «o turista é um investigador do gozo das coisas», a indústria
turística é uma fábrica de fantasias e sonhos. E neste palco planetário, salvo as raras
excepções
de
patrimónios
emblemáticos
que
se
constituem
simultânea
e
imperativamente como produtos e destinos, as nossas pertenças e as nossas
identidades patrimoniais, só são recursos turísticos quando acrescidos do saber, da
técnica, da parceria público privado, do jogo simbólico entre agentes/actores do
processo turístico. Ou de uma qualquer marca poderosa, multinacional, que tenha a
capacidade de promover e comercializar a planície como a mais ancestral das
experiências humanas.
Como se nos afigura que o objectivo de Serpa é o primeiro caminho, neste jogam todos
os actores em presença. Desde os turistas que configuram a procura turística, e
dispõem cada vez mais, de ofertas multifacetadas e planetárias em todos os produtos,
aos agentes privados com os seus objectivos diversificados, aos institucionais que, a
quererem o desenvolvimento turístico do concelho, necessitam de parcerias e processos
de negociação sobre outras visões que não a sua. Mas estas são apenas algumas das
linhas de reflexão a que o pluralismo metodológico nos conduziu e que exploramos ao
longo das propostas.
7
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
1.3. Posição Comparativa
O concelho de Serpa apresenta um conjunto de recursos com potencial turístico
passíveis
de
criarem
potencialidades
de
desenvolvimento
turístico.
Este
desenvolvimento depende da capacidade de valorização dos recursos existentes e da
criação de novos factores de atracção.
Todavia, apesar de o Concelho constatar, no plano das iniciativas públicas, esforços
vários com vista à captação de fluxos turísticos, o peso relativo de Serpa no contexto
nacional e regional do turismo é diminuto.
A atestar este facto estão os indicadores a nível da capacidade e tipologia de
alojamento, número de turistas, estada média de hóspedes, número de camas por
habitante e capacidade instalada de oferta de restauração qualificada quando
confrontados com os resultados médios constatados, nos mesmos indicadores, no
Baixo Alentejo7.
Situação semelhante ocorre quando se avalia o posicionamento do concelho
relativamente aos factores externos que condicionarão o desenvolvimento futuro do
turismo, revelando existir, no presente, uma capacidade insuficiente no destino para
fazer face às determinantes estratégicas do turismo.
7
Ver Relatório de Progresso – Fevereiro 2008.
8
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
2. Matriz de caracterização e Estratégica
2.1. Matriz de Caracterização
A Matriz de Caracterização permite avaliar o posicionamento do município relativamente
aos factores externos e internos que determinam as condições de competitividade do
turismo no território de implantação. Importa, por isso, avaliar o posicionamento global
do município relativamente aqueles factores e simultaneamente identificar aqueles que
se deverão priorizar e sobre os quais se deverá agir em termos estratégicos.
2.1.1. Factores Externos
Os factores externos estratégicos incorporam as oportunidades e ameaças que
contextualizam e determinam o desenvolvimento futuro do turismo num determinado
destino. Assim, umas e outras, na sua globalidade, constituem-se no contexto
estratégico que influenciará, no curto e médio prazo, o turismo nomeadamente no
município de Serpa.
O
Quadro
de
Análise
dos
Factores
Externos
pretende
avaliar
a
condição
(posicionamento) relativa actual do destino Serpa face aos factores externos
estruturantes do turismo, tanto no nosso país como na área do município em apreço.
Este posicionamento é o resultado da conjugação dos factores externos com a
capacidade de resposta actual do destino a cada um desses factores.
A selecção daqueles factores externos decorre da análise, e respectiva síntese,
efectuada pela equipa técnica da IPI dos elementos que condicionam, por um lado, a
actividade turística a nível nacional e internacional e, por outro, o desenvolvimento do
turismo em Serpa, os quais, no seu conjunto, se repercutirão em condições e
potencialidades
de
geração
de
fluxos
turísticos,
tanto
no
presente
como,
prospectivamente, no futuro.
9
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O critério de ponderação – e o valor dessa ponderação – é da responsabilidade da
equipa técnica. Naturalmente que as oportunidades e ameaças identificadas, com maior
capacidade de impacto na natureza e na condição do turismo, recebem um valor mais
elevado, correspondente aos seus efeitos (repercussão) relativos no desenvolvimento do
turismo e na potencialização de geração de fluxos turísticos num futuro próximo,
mormente no destino em estudo. Para uma melhor compreensão dos seus efeitos e,
logicamente, do seu valor, cada factor externo é acompanhado com a explicitação da
condição que justifica a valoração da ponderação8.
A escala de valoração utilizada para efeitos de avaliação da capacidade de resposta do
destino à natureza do factor estratégico foi de 1 a 5, abrangendo a banda de,
respectivamente, “fraca” a “forte”.
QUADRO n.º 1
QUADRO DE ANÁLISE DOS FACTORES EXTERNOS
8
Ver coluna de “Observação” no Quadro de Análise dos Factores Externos.
10
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O resultado final deste exercício revela existir, no presente, uma capacidade insuficiente
no destino para fazer face às determinantes estratégicas actuais do turismo.
2.1.2. Factores Internos
Os factores internos estratégicos incorporam as forças e as fraquezas que coexistem
num determinado destino turístico em face dos factores externos estratégicos
constatados. Assim, umas e outras, na sua globalidade, constituem-se na capacidade
interna passível de, no curto e médio prazo, contribuir para o reforço do potencial
turístico e de fluxos turísticos no destino, tendo por base a maximização dos factores
externos.
O Quadro de Análise dos Factores Internos pretende avaliar a capacidade interna global
do agente promotor do desenvolvimento turístico, traduzida pela existência de
elementos no destino passíveis de contribuir para o aproveitamento das potencialidades
de desenvolvimento turístico geradas pelos factores externos.
Esta capacidade global é o resultado da conjugação dos factores internos estratégicos
com a capacidade de resposta actual do promotor do desenvolvimento turístico a cada
um desses factores.
A selecção dos factores internos decorre da análise, e respectiva síntese, efectuada
pela equipa técnica multidisciplinar da IPI – com base no trabalho de campo efectuado –
dos elementos locais que podem responder à evolução dos comportamentos dos
consumidores e à natureza dos fluxos turísticos futuros e que capacitam a sua atracção
ou fixação no destino (Serpa).
O critério de ponderação – e o valor dessa ponderação – é da responsabilidade da
equipa técnica e resulta da necessidade de avaliar a existência de recursos turísticos, de
condições socioeconómicas ou outros elementos internos para desenvolver políticas e
medidas que respondam ao contexto e às tendências turísticas futuras.
As forças e as fraquezas identificadas, com maior capacidade de repercussão no
processo, recebem um valor mais elevado, correspondente aos seus contributos
11
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
relativos para a maximização dos factores externos. Para uma melhor compreensão dos
seus efeitos e, logicamente, do seu valor, cada factor interno é acompanhado com a
explicitação da condição que justifica a valoração da ponderação9.
A escala de valoração utilizada para efeitos de avaliação da capacidade de resposta do
destino à natureza do factor estratégico foi de 1 a 5, abrangendo a banda de,
respectivamente, “fraca” a “forte”.
QUADRO n.º 2
QUADRO DE ANÁLISE DOS FACTORES INTERNOS
O resultado final deste exercício revela existir um significativo potencial interno do
município para fazer face às determinantes estratégicas actuais do turismo.
9
Ver coluna de “Observação” no Quadro de Análise dos Factores Internos.
12
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
2.2. Matriz Estratégica
A Matriz Estratégica, resultante da combinação dos factores externos com os factores
internos anteriormente identificados, expressa as propostas estratégias a desenvolver.
No caso em apreço, as estratégias propostas para o desenvolvimento turístico de Serpa
são as seguintes:
- Estratégia de Crescimento da Oferta
Através da utilização dos factores internos, que se configuraram Forças, para
obtenção das vantagens das Oportunidades estratégicas identificadas no
contexto externo;
- Estratégia de Diferenciação do Produto Turístico
Fazendo uso das Forças como factores essenciais para evitar ou diluir o
impacto das Ameaças em presença;
- Estratégia de Qualificação do Serviço
Pela selecção e implementação de medidas e acções de política que permitam
ultrapassar as Fraquezas com base nas Oportunidades presentes no contexto;
- Estratégia de Minimização de Impactos
Traduzida na selecção e implementação de medidas e acções de política que
reduzam, por um lado, as Fraquezas e afastem, por outro, as Ameaças
identificadas.
A configuração e o posicionamento destas estratégias encontram-se traduzidos na
Matriz Estratégica para o efeito desenvolvida. Nesta é, igualmente, possível identificar
os factores, externos e internos, que cada uma das estratégias utilizará para efeitos de
alavancar as potencialidades, externas e internas, e de debelar as dificuldades presentes
nos contextos externo e interno.
13
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
QUADRO n.º 3
MATRIZ ESTRATÉGICA
A natureza de cada uma das estratégias a desenvolver e as características dos factores
estratégicos com os quais cada uma delas se relaciona determinam os programas e os
projectos a implementar. Todavia, este exercício deve estar em perfeita sintonia com as
opções estratégicas que devem subordinar o desenvolvimento do turismo no município
de Serpa, quer a nível dos seus objectivos estratégicos e dos mercados e produtos
turísticos.
2.3. Objectivos Estratégicos
As opções estratégicas propostas traduzem, por um lado, a posicionamento turístico do
município de Serpa no contexto do turismo nacional e, por outro, os objectivos
estratégicos primários a alcançar pelo turismo no âmbito do modelo de desenvolvimento
económico e social para o município de Serpa.
14
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O posicionamento e os objectivos estratégicos propostos, para os próximos cinco anos,
são os seguintes:
‹
Posicionar o Município de Serpa como destino turístico diferenciado;
‹
Contribuir, através do turismo, para a dinamização da sociedade, cultura e
economia locais;
‹
Contribuir para a qualificação do território;
‹
Reforçar o contributo de Serpa, através do turismo, no desenvolvimento regional.
15
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
3. Nichos de Mercado, Produtos Turísticos e Indicadores
As condições estruturais no contexto externo, já anteriormente referidas, a par da
natureza e características dos recursos turísticos existentes no município de Serpa e do
papel que se deseja atribuir ao turismo, igualmente já expresso, no modelo de
desenvolvimento económico e social do município de Serpa aconselham a uma selecção
criteriosa dos produtos turísticos e dos segmentos de mercado a eleger como
prioritários.
Relembrando:
OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS PARA O TURISMO EM SERPA
O posicionamento e os objectivos estratégicos propostos, para os próximos cinco anos,
são os seguintes:
ƒ
Posicionar o Município de Serpa como destino turístico diferenciado;
ƒ
Contribuir, através do turismo, para a dinamização da sociedade, cultura e
economia locais;
ƒ
Contribuir para a qualificação do território;
ƒ
Reforçar o contributo de Serpa, através do turismo, no desenvolvimento
regional.
MERCADO E PRODUTOS TURÍSTICOS
As condições estruturais, o contexto externo, já anteriormente referidos, a par da
natureza e características dos recursos turísticos existentes no município de Serpa e
do papel que se deseja atribuir ao turismo, igualmente já expresso, no modelo de
desenvolvimento económico e social do município aconselham a uma selecção
criteriosa dos produtos turísticos e dos segmentos de mercado a eleger como
prioritários.
16
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
3.1. Nichos de Mercado e Produtos Turísticos
3.1.1. Turismo em Espaço Rural (TER)
O Turismo em Espaço Rural (TER), constitui já um segmento turístico relevante em
Serpa, sobretudo nas modalidades de Turismo Rural e Agro - Turismo. Assinale-se ainda
a presença do Turismo de Habitação e do Turismo em Casa de Campo. Também o facto
de Pias pertencer a uma rede europeia de Turismo de Aldeia, pode ser potenciado neste
contexto.
O Turismo em Espaço Rural privilegia espaços com densidades populacionais baixas,
patrimónios naturais e culturais preservados, modos de vida “autênticos”, sossego,
gastronomia local de qualidade e com características identitárias e articula-se com
outros segmentos e nichos de mercado turístico e de lazer.
Ao nível do Agro-turismo e mesmo do Turismo Rural, de Habitação e em Casa de
Campo, a valorização dos produtos agrícolas de base local, a inovação em termos de
animação ligada às actividades agrícolas, o enoturismo, o turismo equestre, a
articulação e cooperação de operadores locais, ao nível da produção integrada de
itinerários constituem necessidades de profissionalização e afirmação deste segmento.
A predominância do turismo interno no Turismo em Espaço Rural do Sul do País, assim
como do mercado espanhol, tanto ao nível turístico como de lazer ou excursionismo, e
mesmo dos mercados holandeses e alemães, já com uma presença actual, ainda que
residual, a aposta no mercado francês e italiano, através de ofertas concertadas de
produtos baseados na genuinidade, e na preservação das componentes primárias da
oferta
turística,
aliadas
a
um
forte
investimento
na
informação,
sinalização,
disponibilização de produtos com processos de interpretação da natureza e da cultura,
constituem necessidades de profissionalização neste segmento.
As classes médias, média baixa e média alta, relativamente escolarizadas, o segmento
famílias, com preocupações ambientais, consumidores culturais, assumem-se como os
perfis mais consistentes neste tipo de segmento.
17
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
A oferta existe, mas não está organizada. A necessidade de cooperação entre os vários
operadores e entre o sector público e privado é condição indispensável ao sucesso
deste segmento turístico.
Ao nível dos operadores privados, existe a necessidade de desenvolver pequenos
operadores vocacionados para os itinerários turísticos, específicos, integrados e
temáticos, e guias especializados na região. Como por exemplo criar o itinerário dos
Engenhos Hidráulicos Tradicionais, onde o concelho é exemplar.
A articulação das múltiplas actividades culturais da Câmara Municipal com os
operadores locais, pode constituir um primeiro passo na profissionalização deste
segmento. Como por exemplo uma estada numa unidade de TER, um itinerário
histórico, uma prova de vinho, uma refeição típica e uma noite de cante, articulando
entidades e espaços diferenciados. As possibilidades são inúmeras, mas necessitam de
uma efectiva cooperação entre os vários agentes, públicos e privados.
Para todos os segmentos e nichos a questão da comercialização é vital, e ultrapassa
claramente o nível local e regional.
3.1.2. Turismo de Natureza
O turismo de natureza assume actualmente múltiplas formas e abrange produtos
diferenciados, que vão do ecoturismo, à ornitologia, ao turismo de aventura, ao turismo
radical, a algumas tipologias de turismo de saúde e bem estar, ao pedestrianismo, entre
muitas outras práticas de turismo e denominações associadas: denominações que
variam de contexto para contexto, onde podemos encontrar, por exemplo, a de
«turismo suave» ou a de «turismo responsável».
No caso português, o turismo de natureza está legislado como as actividades turísticas
que têm lugar no âmbito das áreas protegidas, dispondo de alojamento classificado para
tal, como as unidades de TER ou ainda as casas de abrigo. No entanto os operadores
turísticos comercializam o turismo natureza de uma forma muito mais abrangente que a
18
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
definição legal, e os turistas percepcionam as suas experiências turísticas como turismo
de natureza numa lógica próxima da dos operadores.
O nível de preservação da natureza é a condição essencial para o desenvolvimento
deste tipo de turismo. A definição e delimitação de áreas de protecção especial,
codificam os espaços naturais e acrescentam-lhe um elevado valor simbólico, enquanto
espaços de visitação e consumo turístico.
A exemplo dos outros nichos de mercado do turismo, o nível de qualidade das infra –
estruturas, a disponibilidade de informação (guias, brochuras), a qualidade da
sinalização são elementos essenciais para o desenvolvimento do turismo de natureza.
Neste nicho de mercado a existência de equipamentos de interpretação da natureza e
do património, assim como o grau de profissionalismo de guias e monitores de natureza
assumem-se como centrais.
Os processos de auto regulação, como os rótulos ecológicos ou o EMAS, acrescentam
um valor importante a este tipo de oferta turística e atraem consumidores com maior
poder intelectual e económico.
Pela diversidade de ofertas no contexto deste nicho, os públicos alvo, vão das famílias
com filhos, onde a interpretação ambiental, numa lógica de educação ambiental e o
pedestrianismo assumem particular importância, aos jovens que combinam ofertas mais
tradicionais com actividades mais radicais, aos reformados nas modalidades mais
tradicionais da natureza, até a um turismo aventura mais suave, aos “amantes” do “bird
watching”, ao turismo aventura para grupos específicos, e ainda aos que procuram a
natureza como tratamento do corpo e do espírito, numa vertente mais contemplativa e
de rotura com as paisagens urbanas quotidianas. O mito do “eterno retorno” ou da
“utopia do rural” nas palavras de Rambaud, investe o campo de qualidades simbólicas
que têm como função restaurar o corpo e o espírito. Os mercados português, espanhol,
alemão, holandês e britânico, são determinantes neste nicho.
A multiplicidade de actividades e o cruzamento de nichos ao nível da natureza é imenso.
Dos itinerários organizados à informação sobre passeios, às ciclovias, passeios a cavalo,
centros de interpretação, ementas adaptadas a estes “exploradores”, potenciando as
19
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
actividades de outros nichos como o TER e a animação agrícola ou a integração dos
circuitos culturais do concelho em alguns itinerários, a imaginação e capacidade de
cooperação entre os operadores privados e públicos é o limite.
A proximidade do Alqueva, que deverá vir a constituir-se como um dos mais
importantes pólos turísticos do Alentejo, aconselha à constituição de redes integradas
de entidades públicas e privadas nos domínios da natureza, cultura, gastronomia e
vinhos, grandes mais valias da região, por forma a capacitá-la para uma oferta turística
integrada e enriquecedora.
3.1.3. Gastronomia e vinhos
A gastronomia e os vinhos assumem-se cada vez mais como importantes factores no
contexto das motivações turísticas, de visitação e de lazer.
Não está estudado o peso da gastronomia e dos vinhos no excursionismo e visitação
em Portugal, mas todos os estudos apontam a gastronomia como um factor importante
na qualidade de um destino turístico, podendo assumir-se como motivação principal ao
nível de segmentos e nichos de mercado.
O Alentejo tem uma forte imagem de marca no campo da gastronomia e dos vinhos e
este nicho do mercado turístico deve ser encarado de forma profissional, com vista a
desenvolver o enoturismo e o turismo/excursionismo gastronómico, tanto interno como
externo, com particular atenção para os mercados de proximidade como o espanhol.
Acresce o facto deste nicho poder potenciar o desenvolvimento de outros segmentos e
nichos de mercado como o TER, o turismo natureza, o touring paisagístico e cultural, o
turismo cinegético e o excursionismo e a visitação.
A proliferação de feiras gastronómicas, semanas gastronómicas, provas de vinho,
confrarias, e a crescente valorização social da “comida caseira”, do vinho, do azeite, do
queijo, da dieta mediterrânea tradicional (pão, vinho e azeite), dos produtos de origem
local, dos vinhos DOC e VQPRD, dos prémios gastronómicos e vitivinícolas, assim como
20
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
o surgimento e consolidação de movimentos como o “Slow Food”, fazem deste nicho
um dos com maior capacidade de crescimento e afirmação.
No que concerne aos públicos alvo, este nicho tem ainda a vantagem de se apresentar
bastante abrangente, desde famílias, “ninhos vazios”, reformados, clubes de vinho e de
gastronomia, confrarias, e ser transversal a todos os outros segmentos e nichos,
podendo potenciar o seu próprio desenvolvimento e o crescimento sustentado de outros
nichos. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Holanda e Itália são os mercados
preferenciais deste tipo de produtos.
O desenvolvimento e consolidação do nicho Gastronomia e Vinhos exige, para além dos
indicadores de qualidade dos outros nichos, tais como a qualidade das infraestruturas
de acolhimento, disponibilidade de informação (livros, guias, brochuras), equipamentos
e guias de interpretação histórico-cultural, natural e dos produtos, nível de qualidade da
sinalização, uma forte aposta na certificação dos produtos gastronómicos e vitivinícolas.
A oferta organizada de actividades de degustação e prova gastronómica e de vinhos,
assim como a existência de pontos de venda especializados em produtos locais
emblemáticos, constitui um eixo importante de consolidação deste nicho.
Importa também introduzir algum grau de inovação ao nível das “artes da mesa” e a
introdução de outros produtos locais nas ementas, para além dos tradicionais porcos e
borrego. A aposta nas ervas silvestres comestíveis e a organização de semanas/feiras
gastronómicas e de vinhos com presença diversificada de produtos regionais, podem ser
um bom complemento para os produtos tradicionais da região.
A cooperação entre restauradores, outros operadores privados como as unidades de
TER e operadores públicos ao nível da criação de rotas e itinerários gastronómicos e
vitivinícolas, e a introdução da componente gastronómica e vitivinícola em itinerários de
dominância patrimonial e de natureza, constituem lógicas de integração das actividades
turísticas e de lazer, conducentes ao sucesso destas actividades.
21
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
3.1.4. Touring urbano/cultural
Com o aumento dos tempos livres, semanais e de férias, a melhoria dos níveis de vida,
a democratização dos lazeres, as novas acessibilidades (novas estradas e autoestradas), a banalização do automóvel e com ele as novas mobilidades, o encurtar das
distâncias, a afirmação cultural urbana de valores rurais, eco e etno, e de novos
conceitos de património, a difusão de imagens através de revistas da especialidade,
cadernos de jornais como o Fugas, programas de televisão e conteúdos em sites da
Internet, a familiarização com o espaço europeu comum, sem fronteiras e com uma
mesma moeda - território, economia, cultura, língua – viabilizou-se a efectivação da
curiosidade e desejo de conhecer o país, outros países também acessíveis, ou pelo
menos as regiões mais próximas, como é próprio do tour/turismo desde os seus
primórdios dos séculos XVIII e XIX.
A motivação principal destes lazeres, procura primária, é a descoberta, o conhecimento
e a exploração do território, dos atractivos de uma região, principalmente do seu diverso
e abrangente património cultural, histórico, natural, durante estadas curtas, 1-2 noites,
e desse modo lazeres e viagens com experiências mais ricas, com mais conhecimentos,
bem mais activas do que as tradicionais estadas de vilegiatura à beira mar, nas termas
ou nas aldeias de familiares e amigos, as terras de origem de muitos citadinos.
Em causa, uma itinerância difusa e generalista, sobretudo de clientelas regionais de
Portugal e de Espanha, mais raramente de turistas de além Pirinéus viajando com
independência, e de alguns turistas estrangeiros com outras motivações primárias que
realizam percursos rápidos pelas regiões próximas:
•
viagens decididas no seguimento de recomendações de familiares e amigos,
programas de televisão e revistas dos jornais diários ou semanais;
•
viagens independentes, em veículo particular, próprio ou alugado, com
programas à medida das suas preferências, no geral duas pessoas, casal, mas
também famílias, casais com filhos, e muitos reformados, com bastante tempo e
liberdade, ou grupos reduzidos de amigos;
22
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
•
viagens de classes média e alta, tanto em termos económicos como de nível de
formação, e desse modo gastos muito variados nos destinos percorridos
(alojamento, mesmo alojamento privado e intimo, além de hotéis e também de
campismo e caravanismo, serviços avulsos de restauração, compras de
souvenirs, de produtos artesanais ou de produtos DOC...;
•
viagens que se realizam em épocas variadas, durante as férias escolares, nos fins
de semana, nas «pontes», com preferência nas estações intermédias – Abril,
Maio, Junho, Setembro e mesmo Outubro, com dias longos, bom tempo,
paisagens frescas e sem multidões nas estradas e nos destinos visitados.
Muitos destes turistas independentes provêm de países além Pirinéus, como França,
Alemanha, Holanda, RU ou Itália, com suas «casas de férias móveis, ou favorecidos
pelas low cost, com fly and drive, bed and breakfast, enquanto outros praticam o
touring a partir dos destinos de férias, durante estas: este funciona como procura
secundária no quadro de viagens com outras motivações principais, diversificando e
enriquecendo as experiências através de circuitos ocasionais e regionais, de descoberta
e fruição do território onde se encontram, das suas atracções paisagísticas e culturais e
mesmo da sua oferta de restauração e animação
Acresce o touring organizado em tours de interesse geral, com conteúdos culturais e
paisagísticos, como outrora o excursionismo, ou em tours especializados, centrados em
determinados interesses, como história, arqueologia, castelos e muralhas, arte, eventos,
de grupos no geral bem mais reduzidos, com ou sem recurso a alojamento nos locais
visitados, com destaque para alojamento de nível médio/superior e pequeno-almoço
incluído, e com recurso a restauração, logo à gastronomia local, sobretudo na base de
produtos de qualidade e certificados, e compras de souvenirs e de produtos locais
específicos e identitários.
No caso de Serpa é de considerar a concentração de atractivos diversos e de qualidade,
naturais e culturais, a pequenas distâncias, favoráveis a itinerâncias que se
desenvolvem bastante ao sabor do acaso, como convém a populações terciárias, de
23
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
quotidianos rígidos, em ambientes fechados, e largamente imobilizados em frente dos
computadores (paisagens, aldeias e vilas, gastronomia, vinhos, adegas, herdades,
património histórico – arquitectónico - cultural urbano). Sem esquecer a sua
acessibilidade a partir de mercados urbanos potencialmente emissores e difusores de
procura de touring primária e secundária, como Beja, Évora, Setúbal, Lisboa, Badajoz,
Mérida, ou mesmo Sevilha. Sem esquecer também a sua inserção em percursos
polarizados por Mértola, Reguengos, Alqueva, Beja ou Évora, ou pelo Parque Natural do
Vale do Guadiana. E em particular a difusão regional da procura turística que venha a se
instalar no futuro pólo turístico de Alqueva, seja do turismo residencial seja do turismo
de golfo ou equitação.
A potenciação deste segmento de mercado implica:
•
optimização da sinalização dos recursos e atracções turísticas, das que melhor
definem a identidade ou a personalidade e singularidade dos lugares;
•
dos miradouros que proporcionam pontos de vista únicos e paisagens de beleza
indiscutível, pela amenidade ou pela rudeza, pelas sonoridades ou pelos tons
avermelhados de cada pôr-do-sol, onde não devem faltar os devidos painéis de
orientação e interpretação;
•
a dos horários de funcionamento dos museus, monumentos e postos de
informação e apoio dos turistas e do próprio comércio, não esquecendo que
neste segmento predominam os turistas de fim-de-semana;
•
a disponibilização de
informação em
diferentes
idiomas,
do
património
construído, mesmo do pequeno património rural, e do património imaterial,
incluindo a história e as estórias e lendas que lhe andam associadas, e incluindo
muito particularmente a música popular tradicional (CANTE);
•
oferta e informação também quanto a alojamento e restauração, com adequados
padrões de qualidade e modernidade, por exemplo em termos de meios de
pagamento e serviços ao cliente com perfil personalizado, guias locais com
24
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
conhecimentos dos recursos e domínio de línguas estrangeiras, não obstante o
esmagador predomínio do mercado interno, secundado pelo espanhol;
•
a oferta comercial de produtos artesanais;
•
a animação local, com seu calendário de eventos, das feiras e festas locais, a
festivais ou a reconstituições históricas;
•
a qualidade geral dos serviços prestados, estreitamente dependente da formação
dos recursos humanos e da sua abertura ao turismo, ao Outro, ao de fora, ao
estrangeiro;
•
sem esquecer as facilidades de parqueamento, as boas estradas secundárias e
respectiva sinalização, o conforto, a comodidade e a segurança das visitas, as
sombras repousantes e frescas para as horas mais quentes, as da «sesta»
tradicional;
•
sem esquecer igualmente as acções promocionais orientadas para os principais
mercados emissores de turistas e visitantes, nomeadamente encarando estes
últimos como possíveis turistas num futuro próximo e como potenciais
informadores influentes na decisões de visita e permanência de amigos e
familiares, a quem recomendem o destino Serpa;
•
implica também a inserção de Serpa e do seu concelho em diferentes tipos de
circuitos de touring, mesmo em rotas temáticas10 (vinhos, azeites, sabores,
castelos e muralhas, restos arqueológicos, aldeias tradicionais, à semelhança das
«aldeias históricas» ou das «aldeias de xisto»...), como sucede com Pias e a
Rede Europeia de Turismo de Aldeia.
No conjunto, factores de sucesso a que importa estar atento, e que envolvem tanto o
sector público como o sector privado, em acções que vão desde promover Serpa não
apenas como destino mas como experiência de descoberta e de vivências marcadas
10
A título exemplificativo disponibiliza-se no Anexo I a metodologia de elaboração da organização da oferta
turística que é constituída pelos itinerários.
25
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
pelo contacto com as populações locais, pela sua hospitalidade, algo de particular e de
diferente, mobilizando a sociedade local para o turismo – sensibilização, motivação,
formação,
cooperação,
mobilizando
também
a
atenção
de
tour
operadores
especializados em percursos demorados nos locais de visita, suportada por um website
atraente e motivador, que convide a visitas, descobertas, e também a estadas.
3.1.5. Turismo residencial
Como em muitas outras regiões rurais do interior, observa-se diminuição da população
residente (e de consumidores) e libertação de unidades de alojamento, com riscos de
degradação, que pela estrutura dominante do povoamento se concentram em Serpa e
nas aldeias. Ao mesmo tempo, acentua-se por todo o mundo ocidental, o peso da
população essencialmente urbana, pelas origens e pela residência, o da população idosa
e reformada, e na continuidade, o isolamento e o desejo de natureza ou pelo menos de
espaço, um espaço de andar a pé, um espaço de encontro, seguro.
Muitos citadinos respondem a essas aspirações através da aquisição de residências
secundárias, de férias e de fins-de-semana, quando facilmente acessíveis em termos de
tempo e custos, que passam a residências alternantes e mesmo a residências
permanentes, uma vez alcançada a situação de reformas:
•
habitações de ocupação pessoal, exclusiva, livre de constrangimentos de tempos
e funcionalidades, que permitem decorações e recheios ao gosto dos seus
ocupantes;
•
habitações com dimensões suficientes para acolher familiares e amigos;
•
custos de manutenção modestos e controlados;
•
habitações que pela localização em vilas e aldeias proporcionam novos
conhecimentos e solidariedades, segurança, acessibilidades por transportes
colectivos, comércio e serviços de proximidade, em particular comércio
alimentar, banco, médico, farmácia, restaurantes, e espaços de lazer...
26
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Importam nesta perspectiva:
•
locais com climas pouco chuvosos, fraca nebulosidade, quase sem nevoeiros,
muito sol, em suma amenos, mesmo de Inverno;
•
locais não isolados e com personalidade, pelas paisagens envolventes, pelo
património, pela arquitectura tradicional, pela estrutura urbana, pelos modos de
vida, pela cultura, com suas tradições;
•
locais onde seja fácil viver, conviver e ocupar os tempos livres;
•
locais infra estruturados, com equipamentos modernizados e funcionais, dos de
saúde aos desportivos (piscinas, campos de ténis e campos de jogos);
•
locais onde não falte uma restauração de qualidade e cunho regional, nem
animação variada ao longo do ano, capaz de satisfazer diferentes gerações, dos
avós aos netos;
•
regiões que revelem algum dinamismo económico, que se modernizem, mesmo
se agrícolas, como vem sucedendo no concelho (vinhas e olivais; novos
regadios, etc.).
A aquisição, a renovação e a ocupação do património edificado, mesmo se com
descontinuidades temporárias, permite:
•
a sua manutenção e valorização, a continuidade do povoamento, garante de
mínimos de clientelas que viabilizam a oferta de bens e serviços básicos, e
reforça a tradicional hospitalidade;
•
sustenta a auto estima dos que não emigraram, possibilita alguns rendimentos de
complemento aos que se disponibilizam para a prestação remunerada de alguns
trabalhos, sobretudo se houver sensibilização social para o turismo e em
particular para a satisfação das suas necessidades.
27
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O público alvo são populações urbanas, residentes em grandes cidades, adultas e com
filhos crescidos e independentes, ou já reformadas, das classes média e média baixa, e
sem raízes rurais, nacionais (Portugal do Sul), e estrangeiras, de Espanha, mas
sobretudo da Europa Ocidental e da Europa do Norte, desde há muito atraídas pelos
climas do Sul, pela sua luz e amenidade, pelas paisagens meridionais, com largos
horizontes e suas cores sazonais, como lugares de férias e de residência, quando não de
trabalho, mesmo de trabalho agrícola.
Alemães, holandeses, franceses, sem esquecer os mercados inglês e irlandês, muito
atraídos pela península ibérica como destino de férias e não menos como lugar de
residência prolongada após a reforma, no seguimento de apropriação plena de habitação
particular, não necessariamente em resorts integrados, sempre mais dispendiosos, mais
segregadores social e economicamente e muito menos autênticos.
A qualidade deste segmento aparece intimamente associada à qualidade do quadro de
vida local, em que os turistas residenciais vindos de fora se integram:
•
infraestruturas, equipamentos, acessibilidades, transportes, serviços públicos,
comércio de bens de primeira necessidade e aquisição diária ou semanal;
•
renovação urbana preservando os traços tradicionais identificadores;
•
limpeza e embelezamento de ruas, pelo mobiliário, pelas fachadas, pela
iluminação, pelas sombras, pelas montras, pelas esplanadas;
•
disponibilização de informação que estimule a valorização do património local, do
arqueológico ao museológico, ao cultural e ao natural, e dos equipamentos de
lazer;
•
possibilidades de participação nos eventos de animação que se sucedem ao
longo do ano, também atractivos para turistas e visitantes vindos de fora,
instalados e residentes na região, ibéricos e estrangeiros.
28
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
A promoção deste segmento passa pela difusão de imagens da cidade e das aldeias e
vilas, aldeias brancas, luminosas, calmas..., das paisagens envolventes, das naturais e
das agrícolas, das tradicionais e não menos das modernas. Pode ser facilitada pelo
inventário das casas desocupadas, da sua venda eventual, por facilidades de
reconversão, adaptação, modernização e funcionalidade, pelo jogo das licenças de
obras, IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis e disponibilização da respectiva
informação útil num site camarário de fácil leitura.
3.2. Indicadores de Qualidade
O desenvolvimento e a existência de indicadores de qualidade num destino turístico são
percepcionados como uma questão essencial do processo de planeamento e gestão do
destino e um elemento fundamental no esforço de promoção do desenvolvimento
sustentável do turismo em todos os seus níveis.
Além disso, a utilização de indicadores, podendo desencadear acções de antecipação e
de prevenção de situações indesejáveis no destino turístico, é uma ferramenta útil para
os agentes económicos e públicos.
Em face dos produtos e nichos de mercado anteriormente propostos emerge uma
bateria de indicadores considerados essenciais à sua monitorização, avaliação e
controlo.
A natureza e o âmbito dos indicadores propostos para cada um dos produtos são os
seguintes:
TURISMO EM ESPAÇO RURAL
- Nível de preservação do património;
- Nível de preservação da natureza;
- Existência de equipamentos de interpretação patrimonial e paisagística;
29
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
- Nível de genuinidade e de atractividade;
- Nível de qualidade da sinalização.
TURISMO DE NATUREZA
- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;
- Nível de informação (guias, brochuras, etc.);
- Existência de equipamentos de interpretação da natureza;
- Nível de preservação da natureza;
- Nível de genuinidade e de atractividade;
- Nível de qualidade da sinalização.
GASTRONOMIA E VINHOS
- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;
- Nível de informação (livros, guias, brochuras, etc.);
- Existência de equipamentos de interpretação tecnológica (áudio-guias e
multimédia) para gastronomia e vinhos;
- Grau de genuinidade e certificação dos produtos;
- Nível de qualidade da sinalização;
- Oferta de actividades de degustação e prova gastronómica e de vinhos;
- Oferta de pontos de venda especializados em produtos típicos;
- Existência de Roteiro.
“TOURING” URBANO/CULTURAL
- Nível de preservação do património;
30
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;
- Nível de informação (livros, guias, brochuras, etc.);
- Existência de equipamentos de interpretação cultural;
- Disponibilização de conteúdos com recurso às TIC;
- Nível de qualidade da sinalização;
- Grau de qualificação de guias e monitores culturais (técnica e línguas);
- Existência de Roteiro.
“TOURING” PAISAGÍSTICO
- Nível de preservação da paisagem;
- Nível de qualidade das infra-estruturas de acolhimento;
- Nível genuinidade e atractividade;
- Nível de informação (livros, guias, brochuras, etc.);
- Existência de equipamentos de interpretação paisagística;
- Nível de qualidade da sinalização;
- Grau de qualificação de guias e monitores paisagísticos (técnica e línguas);
- Existência de Roteiro.
TURISMO RESIDENCIAL
- Número de habitações desabitadas objecto de recuperação por habitantes
portugueses não permanentes;
- Número de habitações desabitadas objecto de recuperação por habitantes
estrangeiros não permanentes;
31
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
- Nível de qualidade das obras de recuperação e seus contributos para a
manutenção das identidades arquitecturais locais;
- Localização das novas residências secundárias e seus contributos para o
povoamento e a vida económica e social local;
- Disponibilização de informação detalhada sobre oportunidades de aquisição de
imóveis desabitados (áreas de construção, planta, idade dos imóveis, estado de
conservação, localização em Serpa ou nas aldeias...);
- Disponibilização de informação detalhada sobre condições de recuperação com
vista a habitação não permanente.
32
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
4. Áreas e Medidas de Acção Estratégicas
4.1. Áreas Estratégicas de Acção
Tendo em atenção os objectivos propostos para o Plano de Desenvolvimento Turístico,
as áreas seleccionadas de intervenção prioritária são as seguintes:
Território e Produtos Turísticos
Através da requalificação do território, dos recursos turísticos e do desenvolvimento dos
produtos turísticos estratégicos propostos, numa base sustentável sobre o ponto de
vista ambiental, económico e social
Qualificação e Inovação
Contribuindo para a promoção de condições de competitividade dos agentes
económicos
e capacidade de
resposta aos desafios do mercado e destinos
concorrenciais
Marketing Turístico
Reforçando a visibilidade da marca, assegurando a promoção do destino, monitorizando
os mercados, gerindo as ferramentas comunicacionais e avaliando os resultados obtidos
Cooperação e Parcerias
Promovendo a constituição de redes de cooperação, regionais, nacionais e internacional,
constituindo parcerias com os agentes envolvidos no turismo, sejam públicos ou
privados, assegurando o envolvimento activo da população nas condições de atracção e
fixação do turismo e a sua participação nos seus benefícios gerados pela actividade
turística.
33
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
4.2. Medidas Estratégicas de Acção
As medidas estratégicas de acção propostas, desenvolvendo-se no âmbito e natureza
das estratégias anteriormente identificadas, concorrem, nas áreas de acção estratégicas
eleitas, para a concretização dos objectivos do Plano.
Propõem-se as seguintes Medidas, por área de acção estratégica:
Na área do Território e Produtos Turísticos:
- Fomento da criação de produtos turísticos, com base nas motivações ambientais,
culturais e gastronómicas, e que se enquadrem no leque de produtos considerados
no PENT como estratégicos para a região do Alentejo;
- Implementação de roteiros temáticos que potenciem o conhecimento, o usufruto e a
experiência dos produtos turísticos, existentes ou a criar;
- Requalificação de equipamentos culturais e de lazer de natureza pública e das suas
envolventes;
- Requalificação do espaço público em centros históricos ou de espaços turísticos de
natureza pública integrados em roteiros temáticos;
- Requalificação de imóveis de interesse público.
Na área da Qualificação e Inovação
- Apoio a iniciativas de criação de novo alojamento turístico e às iniciativas de
requalificação e redimensionamento do alojamento existente;
- Apoio às iniciativas de requalificação e inovação da oferta de restauração;
- Apoio a projectos de inovação de processos de produção na cadeia de valor do
turismo;
- Reforço e inovação na sinalização rodoviária turística.
34
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Na área do Marketing Turístico
- Construção do conceito e imagem de Serpa como uma nova centralidade regional do
Alentejo;
- Dinamização da marca “Serpa – Terra Forte” e reforço dos seus actuais e novos
valores como elemento de reforço da sua visibilidade e notoriedade;
- Dinamização de ferramentas tecnológicas para promoção do destino, comunicação
das suas actividades turísticas e facilitação do negócio turístico.
Na área da Cooperação e Parcerias
- Promoção de acções de sensibilização dos agentes envolvidos na actividade turística
para a necessidade da sua dinamização e qualificação de forma a contribuir para o
desenvolvimento económico e social das populações;
- Promoção de acções e agregação de iniciativas que tenham por objectivo a
endogeneização dos recursos locais existentes;
- Desenvolvimento de instrumentos e mecanismo de cooperação e de constituição de
parcerias para a promoção e reforço da competitividade do território e dos produtos
turísticos;
- Desenvolvimento de instrumentos e mecanismo de cooperação para a qualificação
global do centro histórico de Serpa.
Para melhor percepção do enquadramento das medidas propostas na concretização das
estratégias anteriormente apontadas, bem assim como dos factores, externos e
internos, envolvidos é apresentada a Matriz de Medidas de Acção Prioritária.
35
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
QUADRO n.º 4
MATRIZ ESTRATÉGICA – MEDIDAS DE ACÇÃO
4.3. Factores Críticos de Sucesso
Os desígnios prosseguidos pelo Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa impõem a
identificação dos factores, de natureza material e imaterial, que se configuram como
críticos para a sua concretização. Ou seja, a identificação dos elementos que, se
inexistentes ou insuficientemente tratados, comprometem a concretização do papel
desejado para o turismo no economia local e dos objectivos estratégicos fixados no
Plano.
36
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Consideram-se como factores críticos de sucesso na implementação e concretização
das estratégias inscritas na Matriz Estratégica, os seguintes:
ƒ PLANEAMENTO
Este factor é elemento chave no processo de implementação e concretização de um
Plano por se constituir numa ferramenta eficaz para a sua boa gestão e concretização.
O seu processo deve assegurar que serão materializados, em tempo útil e em condições
de
operacionalidade
–
sob
pena
de
comprometer
os
objectivos
estratégicos
prosseguidos pelo Plano de Desenvolvimento do Turismo de Serpa - os seguintes
projectos:
9
Sustentabilidade dos recursos;
9
Revitalização do Centro Histórico de Serpa;
9
Estruturação e concretização de itinerários
9
Informação e Sinalização.
ƒ NEGÓCIO
Neste factor reside a base económica que é vital para a competitividade da economia
local, para a remuneração dos factores endógenos locais e para a criação e distribuição
de riqueza pelos agentes locais (famílias, empresas e entidades públicas).
Para que este contributo das actividades económicas possa ocorrer haverá que
assegurar:
9
Dinamismo empresarial;
9
Articulação e cooperação entre todos os agentes envolvidos.
37
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
ƒ COMPETITIVIDADE
Este factor assegura as condições, tangíveis e intangíveis, propícias, por um lado, ao
investimento e, por outro, ao desenvolvimento de capacidades de um espaço, área, ou
organização poder criar, desenvolver, implementar e manter um contexto (ou moldura)
distintiva e favorável à aquisição, utilização e reforço de condições - de mercado ou
outra - de forma sustentada e perdurável.
Sendo certo não ser possível alcançar, a médio prazo, níveis superiores de
competitividade sem produtividade e sustentabilidade, também estas últimas não
poderão, por si só, ocorrer sem que se alcance a primeira.
Para que aqueles níveis de competitividade possam ser prosseguidos no âmbito da
execução do Plano de Desenvolvimento do Turismo em Serpa é essencial assegurar:
9
Parcerias público-privadas;
9
Qualificação da oferta de alojamento e de restauração;
9
Imagem e Promoção do destino.
38
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
5. Acções Estratégicas e Projectos Estruturantes
5.1. Programas e Projectos Estratégicos
5.1.1. Programas
A operacionalização do Plano de Desenvolvimento é assegurada através da concepção e
implementação de Programas de Acção e da Identificação dos Projectos Estratégicos.
Assim, propõe-se a criação de quatro Programas que possam, no seu conjunto,
assegurar os objectivos prosseguidos pelo Plano, agir sobre as áreas estratégicas de
intervenção e assegurar a concretização das medidas consideradas prioritárias.
Os Programas11 são os seguintes:
P1 – Acolher Mais Turismo
P2 – Prestar Melhor Serviço
P3 – Inovar em Produtos Turísticos
P4 – Ganhar o Turismo
O Programa “Acolher Mais Turismo” pretende agir fundamentalmente na área do
Território e Produtos Turísticos assegurando os projectos que concorrem para a boa
materialização das Medidas nela contidas.
O Programa “Prestar Melhor Serviço Turístico” pretende agir fundamentalmente na área
da Qualificação e Inovação assegurando os projectos que concorrem para a boa
materialização das Medidas aí previstas.
11
Os títulos dos Programas são meramente indicativos.
39
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O Programa “Inovar Produtos Turísticos” pretende agir fundamentalmente na vertente
dos Produtos Turísticos (área do Território e Produtos Turísticos) assegurando os
projectos que concorrem para a boa materialização das Medidas que lhe estão
associadas.
O Programa “Ganhar o Turismo” pretende agir fundamentalmente nas áreas do
Marketing Turístico e da Cooperação e Parcerias assegurando os projectos que
concorrem para a concretização das Medidas previstas no seu âmbito.
5.1.2. Projectos Estratégicos
Sendo conhecidos os actuais constrangimentos orçamentais com que os agentes
institucionais e empresariais se debatem, bem assim como, as características e a
natureza da procura e da oferta presente no município de Serpa, propõem-se os
seguintes projectos estratégicos para concretização nos próximos cinco anos, no âmbito
de cada um dos Programas:
Programa “Acolher Mais Turismo”
- Revitalização do Centro Histórico de Serpa;
- Reforço da Internacionalização e Projecção do Festival Encontro de Culturas;
- Apoio à Projecção do Museu do Relógio;
- Incentivos ao Reforço e Qualificação da Oferta de Alojamento;
- Incentivos à Qualificação e Inovação da Oferta e Serviço de Restauração.
Programa “Prestar Melhor Serviço Turístico”
- Criação do Roteiro Gastronómico, do Roteiro dos Azeites e dos Vinhos;
- Criação do roteiro das “Aldeias de Terra Forte”
- Incentivo à formação e requalificação dos profissionais de turismo.
Programa “Inovar Produtos Turísticos”
- Dinamização de Feiras Gastronómicas;
40
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
- Dinamização de Visitas a Adegas, Provas de Vinhos, Provas de Azeites e
Interpretação.
Programa “Ganhar o Turismo”
- Dinamização da marca “Serpa Terra Forte”;
- Divulgação do Cante Alentejano;
- Sensibilização das Entidades Públicas para o Turismo;
- Criação do Conselho Municipal de Turismo;
- Sensibilização da População para os benefícios económicos e de bem-estar
proporcionados pelo turismo sustentável.
5.2. Selecção de Projectos Estruturantes
Considera-se projecto estruturante todo aquele que, em face do contexto em que se
insere, apresenta capacidades para influenciar ou determinar um novo padrão de
desenvolvimento socioeconómico ou contribuir fortemente para a alteração, reforço ou
manutenção das condições de sustentabilidade do modelo de desenvolvimento
prosseguido.
Um projecto estruturante congrega, assim, uma visão de desenvolvimento, de
objectivos estratégicos e de resultados socioeconómicos capaz de por si só (ou em
conjugação com outros elementos) alterar significativamente o status quo de uma
realidade. Ele é integrado por capacidades, iniciativas e elementos de ordem
organizacional, processual, financeira (não necessária e estritamente de volume), de
mercado e de sustentabilidade suficientemente fortes para alterar, reconfigurar ou
projectar um território ou as condições de partida numa nova realidade ou contexto.
De entre os projectos propostos no âmbito do Plano de Desenvolvimento Turístico,
assumem o carácter de projectos estruturantes os seguintes:
a) Revitalização do Centro Histórico de Serpa;
b) Reforço e qualificação da oferta de alojamento e de restauração;
41
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
c) Promoção do destino.
A – Revitalização do Centro Histórico de Serpa
O Centro Histórico de Serpa assume-se como projecto âncora. O objectivo
estratégico deverá ser a sua revitalização, devendo esta ser prosseguido através
da:
- Requalificação dos espaços e actividades; e
- Reutilização dos espaços.
No âmbito da requalificação dos espaços e das actividades devem ser privilegiadas
políticas que actuem nos campos da inovação e modernização dos espaços,
públicos e privados, e das actividades, nomeadamente, económicas (comércio,
serviços e turismo) e culturais.
As acções a desenvolver no âmbito daquelas políticas devem incidir em vertentes
heterogéneas, todavia complementares e integradoras, como sejam:
- Recuperação de imóveis, equipamentos e espaços públicos;
- Incentivos à recuperação de imóveis por parte dos privados;
- Incentivos ao repovoamento do Centro Histórico;
- Mobilidade de pessoas;
- Incentivo à modernização e inovação nas actividades económicas;
- Gestão energética;
- Gestão ambiental;
- Transportes;
- Limpeza.
42
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
No âmbito da reutilização dos espaços devem ser privilegiadas políticas que
actuem nos campos da atractividade e repovoamento do Centro.
As acções a desenvolver no âmbito destas políticas devem incidir na:
- Atracção e fixação de novos públicos (jovens, artistas e empresários),
através da redução do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis e da
agilização do processo de obras;
- Atracção de população com maior poder de compra (nomeadamente para
aquisição
de
segunda
residência),
disponibilizando
lista
de
casas
desocupadas, de venda potencial ou com facilidades de reconversão;
- Modernização e instalação de novos serviços públicos;
- Identificação e concretização de novos usos dos equipamentos e imóveis,
públicos e privados;
- Promoção de actividades culturais e de animação.
B – Reforço e Qualificação da Oferta de Alojamento e Restauração
A ausência de oferta qualificada é um constrangimento à captação e fixação dos
fluxos turísticos. Neste campo o objectivo estratégico a alcançar é o de dotar o
município, nomeadamente a sua sede, de oferta de alojamento e de restauração
em tipologia, dimensão e qualidade adequadas aos segmentos de mercado que se
pretendem atingir.
As acções prioritárias a desenvolver devem assegurar um contexto favorável às
actividades económicas, à geração de negócio, à criação de oferta de alojamento
e de restauração, bem assim, como a criação de emprego, numa lógica de
inovação, modernização e endogeneização dos recursos existentes.
Neste sentido, as políticas públicas devem incidir na criação de um contexto
adequado e na cooperação com os agentes económicos privados de forma a
prosseguir o progresso social e económico da área territorial.
43
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
As acções concretas a desenvolver no âmbito destas políticas devem incidir na:
- Criação de incentivos à oferta qualificada de alojamento, mormente na
sede do concelho;
- Criação de incentivos à oferta qualificada de restauração, mormente na
sede do concelho;
- Criação de incentivos à oferta de animação, mormente na sede do
concelho;
- Criação de incentivos à criação de outros serviços turísticos;
- Criação de clima propício ao desenvolvimento de parcerias públicoprivadas, para execução de projectos turísticos. e de apoio à recepção e
fixação de fluxos turísticos.
C – Promoção do Destino
Num contexto global de competição, que é característica dos mercados turísticos,
a promoção dos destinos e dos seus produtos turísticos afigura-se como uma
condição essencial ao sucesso de qualquer estratégia de desenvolvimento
turístico.
Nesta área o objectivo prioritário deve ser o de assegurar a visibilidade e
notoriedade da marca, assente em valores de genuinidade e singularidade. A par
deste desígnio, a cooperação de todos os agentes envolvidos no produto turístico
é de primordial importância.
Deste modo, as acções a desenvolver no âmbito deste projecto estruturante
devem assegurar a:
- Criação, na esfera da Câmara Municipal, de órgão consultivo para as
questões do turismo, integrando representantes públicos, privados e da
comunidade;
44
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
- Criação de clima propício ao estabelecimento de parcerias públicoprivadas, para desenvolvimento de iniciativas e projectos de recepção e
fixação de fluxos turísticos;
- “Comercialização” do destino nos circuitos de distribuição, nacionais e
estrangeiros;
- Desenvolvimento de plataforma comunicacional do destino (website,
blogs, etc.);
- Produção de material promocional.
5.3. Prioridades de Investimento Público
O turismo é uma actividade económica que, no contexto actual das economias, tem na
iniciativa privada o seu principal elemento dinamizador. Contudo, a natureza dos
recursos, a base territorial da sua implantação e as características de alguns dos seus
problemas, determinam a necessidade de uma actuação e intervenção por parte das
entidades públicas. Estes planos e posicionamentos determinam a assumpção de
responsabilidades, distintas nos papéis a desempenhar e nos projectos a desenvolver.
Neste contexto, cabe à iniciativa pública o desempenho de um conjunto de papéis de
entre os quais se destacam os de planeamento, coordenação, angariação, facilitação e
criação de contexto e fomento do investimento e de iniciativas. A nível dos projectos, a
sua iniciativa deve recair naqueles que promovam o desenvolvimento social, infraestrutural e territorial, pugnando pela defesa do bem público e do interesse das
comunidades envolvidas.
Contudo, entre outras razões, a complexidade e dimensão de muitos dos problemas
com que o turismo se confronta, por um lado, e as restrições de ordem orçamental que
afligem as entidades públicas, por outro, determinam a necessidade de estabelecimento
de parcerias público-privadas no turismo.
45
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Assim, as prioridades do investimento público assentam na implementação de políticas
que consagrem os principais papéis que cabem aos actores públicos e de medidas de
política pró-activas que concorram para a criação de uma base competitiva do destino
turístico.
QUADRO n.º 5
PRIORIDADES DE INVESTIMENTO PÚBLICO
PARCERIAS
PAPÉIS
(Áreas de Cooperação)
Planeamento Estratégico
Criação condições sustentabilidade no turismo
Coordenação
Reforço da competitividade no turismo
Angariação de Investimento (procurement)
Promoção do destino turístico
Facilitação e Criação de Contexto
Acções de marketing turístico
Fomento de Investimento e Iniciativas
Formulação de políticas
Regulação
Coordenação das actuações
Concretizando uma tipologia de acções a desenvolver dentro das áreas de cooperação
público-privadas, temos como prioritárias as seguintes:
Criação de Condições de Sustentabilidade no Turismo
9
Protecção do meio ambiente.
9
Conservação dos recursos culturais;
9
Conservação do património;
9
Afectação local dos benefícios do turismo.
Reforço da Competitividade no Turismo
9
Criação de quadro favorável ao turismo;
46
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
9
Redução de custos de contexto;
9
Reforço do investimento público.
Promoção do Destino Turístico
9
Melhoria da imagem do destino;
9
Melhoria das infra-estruturas;
9
Criação de marcas e sub-marcas;
9
Criação de produtos turísticos.
Acções de Marketing Turístico
9
Aprofundamento na utilização das novas tecnologias de informação e
comunicação;
9
Melhoria do marketing electrónico;
9
Integração em motores de busca na internet.
Relativamente
ao
conjunto
de
projectos
propostos
no
presente
Plano
de
Desenvolvimento Turístico, a prioridade pública deve ser dada aos projectos constantes
do quadro seguinte.
47
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
QUADRO n.º 6
PRIORIDADES DE INVESTIMENTO PÚBLICO
- PROJECTOS –
PRÓPRIOS
EM PARCERIA
Revitalização do Centro Histórico
Revitalização do Centro Histórico
(vertente requalificação dos espaços e das
(vertente reutilização dos espaços)
actividades)
Projecção do Festival Encontro de Culturas
Criação do Conselho Municipal de Turismo
Incentivos ao reforço da oferta de alojamento
Criação e promoção do calendário de eventos
Incentivos à qualificação da oferta de alojamento
Criação de roteiro gastronómico e de vinhos
Incentivos à qualificação da restauração
Criação de roteiro “Aldeias de Terra Forte”
Dinamização da marca “Serpa Terra Forte”
Qualificação de profissionais de turismo
Divulgação do Cante Alentejano
Dinamização de feiras gastronómicas
Sensibilização das entidades públicas para o
turismo
Dinamização de visitas a adegas e provas
Sensibilização da população para o turismo
Acções concretas de marketing
5.4. Concretização de Oportunidades de Investimento e de Negócio
A concretização de alguns dos projectos previstos implicam a angariação (procurement)
dos potenciais investidores e o seu posterior envolvimento.
O sucesso da estratégia de desenvolvimento desejada passa em boa parte pela
aceitação e comunhão com interesses estratégicos privados. Encontrar parceiros
48
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
privados para a implementação do Plano de Desenvolvimento é pois uma tarefa
primordial. Garantir um acerto estratégico e operacional é, então, um elemento chave de
sucesso da estratégia.
Desejando contribuir para esse desiderato, enumeram-se, a título indicativo, um
conjunto de potenciais investidores interessados, cujas estratégias empresariais se
revelam mais adequadas ao território em presença e à estratégia a desenvolver
localmente no âmbito do turismo.
A identificação dos potenciais investidores é feita através da sede de decisão
estratégica, nesta se integrando todas as marcas (sociedades) por si detidas
(participadas) numa lógica de grupo empresarial.
QUADRO n.º 7
POTENCIAIS INVESTIDORES
ALOJAMENTO
Base Nacional
DISTRIBUIÇÃO
Base Internacional
Grupo Pestana
Choice Hotels
Grupo Espírito Santo Viagens
Grupo Vila Galé
Grupo Accor
Viagens Abreu
Grupo Lena
Halcon Viagens
Evidência Hotéis
Viagens Marsans
Alentejo Tours
Fuga Perfeita, Animação e Turismo Cultural
Cabra Montez – Eventos Alternativos e
Animação Turística
49
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
6. FONTES DE FINANCIAMENTO
6.1. Fontes de Financiamento Comunitário
O QREN, ao traduzir as Opções Estratégicas nacionais para o período da sua vigência,
estabeleceu os Eixos Prioritários do desenvolvimento e orientou a programação de
utilização de fundos comunitários. Esta última está materializada nos diversos sistemas
de incentivos ao desenvolvimento e investimento. Assim, no que ao objecto do presente
trabalho importa, referem-se aqueles que se poderão traduzir em instrumentos de
concretização das opções, programas e projectos estratégicos anteriormente propostos.
6.1.1. POR ALENTEJO – Programa Operacional do Alentejo
O PO Alentejo é, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional a
moldura de identificação da matriz de desenvolvimento pretendida para o Alentejo e a
base de enquadramento das tipologias de incentivos financeiros.
O POA, consagrando a Estratégia “Alentejo 2015”, está estruturado em 5 eixos, sendo
os Eixos 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento; Eixo 2 – Desenvolvimento
Urbano e Eixo 4 – Qualificação Ambiental e Valorização do Espaço Rural os mais
significativos para os fins de enquadramento do Plano de Desenvolvimento Turístico de
Serpa.
De entre as áreas que constituem os Eixos as mais relevantes são as seguintes:
Eixo 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento
- criação de micro e pequenas empresas inovadoras;
- projectos de investimento produtivo para inovação em micro e pequenas
empresas;
- qualificação de micro e pequenas empresas;
- acções colectivas de desenvolvimento empresarial.
50
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Eixo 2 – Desenvolvimento Urbano
- parcerias para a regeneração urbana;
- redes urbanas para a competitividade e inovação.
Eixo 4 – Qualificação Ambiental e Valorização do Espaço Rural
- conservação da natureza e promoção da biodiversidade;
- valorização económica do espaço rural.
Em cada um destes Eixos e nas Áreas respectivas serão criados sistemas de incentivos
financeiros ao investimento e definidos a tipologia dos projectos a apoiar, a natureza
dos incentivos e a sua intensidade.
Assim, nos pontos seguintes identificam-se os principais instrumentos financeiros de
apoio12, passíveis de serem utilizados na implementação do Plano de Desenvolvimento
Turístico.
6.1.2. PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural
O PRODER é um programa, adoptado no âmbito do PEN – Plano Estratégico Nacional,
que visa apoiar o desenvolvimento rural do continente.
A promoção da qualidade de vida nas zonas rurais e a diversificação das actividades
económicas
são dois
dos seus
grandes
objectivos, a par da promoção
da
sustentabilidade dos espaços rurais e dos recursos naturais.
De entre os Subprogramas que o constituem, o Subprograma 3 – Dinamização das
Zonas Rurais é o mais adaptado às condições de implementação do Plano de
Desenvolvimento Turístico de Serpa, sendo aplicado numa abordagem LEADER em
estratégia de desenvolvimento definida pelo respectivo GAL – Grupo de Acção Local.
Neste Subprograma está contida a Acção 3.1.3. – Desenvolvimento de Actividades
Turísticas e de Lazer, tendo como objectivos o desenvolvimento do turismo e de outras
12
Dentro e fora do âmbito do QREN.
51
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
actividades de lazer como forma de potenciar e valorizar os recursos endógenos do
território, nomeadamente, a nível dos produtos locais e do património cultural e natural.
Esta
intervenção
apoia
a
criação
e
desenvolvimento
de
produtos
turísticos
(nomeadamente cultural); o alojamento turístico de pequena escala (TER e de Natureza)
e infra-estruturas de pequena escala (centros de observação da natureza/paisagem,
rotas/percursos e animação turística).
Os beneficiários são pessoas colectivas ou singular de direito privado que desenvolvam
um projecto, localizados fora das explorações agrícolas, de valor igual ou superior a 5
mil euros.
Os projectos de investimento são apoiados até ao montante de 200 mil euros de
despesa elegível, de acordo com as seguintes regras:
- Investimento até 25 mil euros: o incentivo é não reembolsável até 30% das
despesas elegíveis, sendo de 50% no caso de criação de pelo menos um posto
de trabalho;
- Investimento superior a 25 mil euros: o incentivo é não reembolsável até 30%
das despesas elegíveis, sendo de 40% ou 50% no caso de, respectivamente,
criação de um ou dois postos de trabalho.
6.1.3. SUDOE (Sudoeste Europeu) INTERREG IV B
O Programa de cooperação transnacional SUDOE (aprovado pela Comissão Europeia
através da sua Decisão (2007) 4347 de 26 de Setembro) permite co-financiar projectos
de cooperação no território SUDOE sobre as temáticas prioritárias identificadas no
Programa Operacional (PO).
O objectivo Cooperação Territorial Europeia encontra-se dividido em três vertentes:
Cooperação transfronteiriça, Cooperação transnacional e Cooperação inter-regional.
52
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O Programa SUDOE 2007-2013 faz parte da vertente transnacional da cooperação e
agrupa regiões de Portugal, Espanha, França e Reino Unido13.
Os principais objectivos do Programa SUDOE são:
• Aumentar o grau de integração do espaço SUDOE no resto da UE através da melhoria
da acessibilidade e da intensificação das interacções económicas e sociais;
• Formar uma zona de carácter sustentável na Europa proporcionando a protecção e a
melhoria do património natural e cultural, na qual o espaço seja um lugar privilegiado
das experimentações ecológicas e sociais para um desenvolvimento sustentável;
• Desenvolver a economia do espaço SUDOE;
• Integrar
as
cooperações
transnacionais
nas
estratégias
de
desenvolvimento
promovidas pelos actores públicos nacionais, regionais e locais.
Os projectos aprovados são co-financiados até uma taxa máxima de 75% dos custos
elegíveis. São beneficiários os actores públicos (administrações nacionais, regionais e
locais, outros organismos públicos, institutos de investigação, universidades, actores e
organizações socioeconómicas).
As prioridades do Programa 2007-2013 articulam-se em redor de 4 eixos. Os objectivos
(gerais e intermédios) dos Eixos com maior importância no âmbito do Plano de
Desenvolvimento Turístico de Serpa são os seguintes:
13
Portugal, a totalidade do seu território continental; Espanha a totalidade do seu território com excepção
das Ilhas Canária; França, região da Aquitaine, Auvergne, Languedoc-Roussillon, Limousin, Midi-Pyrénées,
Poitou-Charentes e Reino Unido, somente Gibraltar
53
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
EIXO 2 – Reforço da protecção e da conservação duradoura do ambiente e do meio
natural do SUDOE
Objectivo Geral
Proporcionar as bases para as práticas mais adequadas no campo da prevenção de
riscos e a conservação dos recursos naturais.
Objectivos Intermédios
ƒ Preservar e melhorar o valor patrimonial dos espaços e dos recursos naturais;
ƒ Melhora a gestão dos recursos naturais, em especial, fomentando a eficiência
energética e a utilização sustentável dos recursos hídricos;
ƒ Desenvolver estratégias de cooperação conjuntas a favor da prevenção de riscos
naturais e, particularmente, do risco de incêndios.
EIXO 3 - Integração harmoniosa do Espaço do SUDOE e melhoria da acessibilidade às
redes de informação
Objectivo Geral
Desenvolver fórmulas alternativas que contribuam para uma maior eficiência dos
sistemas de transporte, uma melhor integração das redes de infra-estruturas ou para
uma identificação mais clara das necessidades de interconexão dos diferentes territórios
do SUDOE
Objectivos Intermédios
ƒ Integrar a multi-modalidade no transporte e a inter-conexão das redes numa óptica
transnacional;
ƒ Promover condições de igualdade territorial no acesso às infra-estruturas de
comunicação, à sociedade da informação e do conhecimento.
54
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
EIXO 4 - Incentivar o desenvolvimento urbano sustentável aproveitando os efeitos
positivos da cooperação transnacional
Objectivo Geral
Impulsionar o desenvolvimento equilibrado das cidades e as redes de cidades,
favorecendo a criação de sinergias entre elas e os meios rurais.
Objectivos Intermédios
ƒ Aproveitar as sinergias entre as zonas urbanas e rurais para impulsionar o
desenvolvimento sustentável do SUDOE, mediante a associação de recursos e
conhecimento;
ƒ Acrescer o valor socioeconómico dos municípios e regiões do SUDOE mediante a sua
inclusão em redes de cooperação.
ƒ Valorizar o património cultural com interesse transnacional e a identidade do espaço
SUDOE.
6.1.4. PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos
O PROVERE é dirigido aos territórios com baixa densidade populacional e baixos índices
de desenvolvimento económico, mas que dispõem de valores singulares, ambientais,
paisagísticos ou patrimoniais que podem suportar actividades económicas.
O Programa visa estimular iniciativas dos agentes económicos orientadas para a
melhoria da competitividade territorial e que criem valor económico nos recursos
endógenos.
O Programa pretende, ainda, concretizar programas de acção integrada, em torno de
parcerias público-privadas locais, enquadrados em estratégias de médio e longo prazo
que contribuem para o reforço da base económica e atractividade do território.
O PROVERE pretende atingir um conjunto de objectivos de entre os quais se ressaltam
os de criação de espaços atractivos para estratos específicos da população e das
empresas (que ajudem igualmente à criação de mercados locais, nomeadamente de
55
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
bens culturais) e de fixação de segmentos empresariais dinâmicos que induzam o
desenvolvimento local e do território.
O funcionamento do Programa assenta no lançamento de concursos para a
apresentação de Estratégias e Programas de Acção centrados numa visão de
valorização do território e dos recursos endógenos. Estes Programas de Acção podem
compreender projectos âncoras e projectos complementares indispensáveis à viabilidade
daqueles.
Assim um PROVERE deve ser concebido e implementado por parcerias, envolvendo
actores relevantes (Município, empresas, associações sem fins lucrativos), numa base
de consórcio.
Os instrumentos de apoio financeiro cobrem a fase de preparação de Estratégias e
Programas de Acção, bem assim como, o desenvolvimento do próprio PROVERE,
incluindo os projectos integrados no programa de acção.
Os apoios financeiros no âmbito do PROVERE são veiculados pelos Programas
Operacionais do QREN ou do PRODER.
6.1.5. SI QUALIFICAÇÃO de PME – Sistema de Incentivos à Qualificação e
Internacionalização de PME14
O objectivo deste Sistema é o de promover a competitividade das PME através do
aumento da produtividade, da dinamização dos factores imateriais de competitividade e
da capacidade de resposta aos desafios do mercado.
Os beneficiários são as PME de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica, bem
assim como as entidades públicas com competências específicas em políticas dirigidas
às PME.
14
Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se, ser útil o
seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no
desenvolvimento turístico do concelho de Serpa.
56
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
As áreas de intervenção deste Sistema abarcam o desenvolvimento e engenharia de
produtos, serviços e processos; a qualidade; o ambiente; a inovação; a diversificação e
eficiência energética; a comercialização e marketing; a segurança e saúde no trabalho e
a igualdade de oportunidades.
A tipologia de projectos abrange os projectos individuais (promovidos apenas por uma
empresa), os projectos em cooperação (mínimo de três empresas) e os projectos
conjuntos (apresentado por uma entidade pública ou associação que se proponham
desenvolver um Programa de intervenção num conjunto de PME).
A despesa mínima elegível é de 25 mil euros e o incentivo máximo para os projectos
individuais pode atingir os 750 mil euros. O incentivo é repartido por uma parcela não
reembolsável e outra reembolsável, sem juros, por um período máximo de 5 anos, com
2 anos de carência. A taxa de incentivo base é de 35%, podendo atingir, sob
determinadas condições, uma taxa de apoio máximo de 75%. A apresentação de
candidaturas processa-se mediante Aviso de Abertura de Concurso.
6.1.6. SI INOVAÇÃO – Sistema de Incentivos à Inovação15
O objectivo deste Sistema é o de promover a inovação no tecido empresarial, pela via
de prestação de novos serviços e de processos que suportem a progressão da empresa
na cadeia de valor, bem assim como estimular o empreendedorismo qualificado.
Os beneficiários são empresas de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica.
A tipologia de projectos abrange os projectos de inovação em novos bens e serviços;
projectos de inovação de processos, através da adopção de novos ou melhorados
processos e métodos de fabrico, de logística e distribuição, organizacionais ou de
marketing; projectos em actividades de elevado valor acrescentado com procura
internacional dinâmica e projectos de empreendedorismo qualificado.
15
Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se, ser útil o
seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no
desenvolvimento turístico do concelho de Serpa.
57
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
A despesa mínima elegível é de 150 mil euros, para os dois primeiros tipos de projecto
e de 50 mil a 1 milhão de euros para os projectos de empreendedorismo qualificado.
O incentivo base é de 35 % das despesas elegíveis, podendo sob determinadas
condições atingir 55%. O reembolso é feito sem juros, no prazo base máximo de 5 anos
(podendo atingir 10 anos no caso de criação de estabelecimentos hoteleiros), com um
período de carência base de 2 anos (podendo atingir 3 anos no caso dos
estabelecimentos hoteleiros). Caso o projecto venha a ter uma avaliação de
desempenho superior a 100%, o incentivo reembolsável poderá ser convertido em
incentivo não reembolsável, até ao montante máximo de 75% do incentivo concedido.
A apresentação de candidaturas processa-se mediante Aviso de Abertura de Concurso.
6.2. Fontes de Financiamento Nacional Público
6.2.1. PIT – Programa de Intervenção do Turismo (2007-2009)
O Programa incentiva, por um lado, as intervenções prioritárias de interesse público que
visem a qualificação da oferta em complemento do investimento empresarial e, por
outro, estimula as opções de investimento público na actividade de organização e
divulgação de eventos de grande dimensão que contribuam para a promoção da imagem
de Portugal enquanto destino turístico.
O PIT está, assim, destinado a investimentos de natureza infra-estrutural que
contribuam para a concretização da estratégia definida no PENT, cujos projectos visem
o desenvolvimento de pólos turísticos, desenvolvimento ou consolidação dos produtos
estratégicos e requalificação de destinos turísticos, bem como eventos relevantes para
a promoção da notoriedade de Portugal enquanto destino turístico.
58
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O PIT estrutura-se em duas linhas de apoio:
Linha de Apoio I – Território, Destinos e Produtos Turísticos
Assentando nas noções de pólo turístico e de produto turístico estratégico do PENT,
visa a valorização turística dos recursos naturais e patrimoniais das regiões, bem como
a requalificação dos destinos turísticos tradicionais.
Os projectos elegíveis devem assegurar um investimento superior a 250 mil , serem
financiados com um mínimo de 10 % de capitais próprios, estar localizados no Pólo de
Alqueva e prosseguirem o desenvolvimento dos produtos estratégicos de Touring
Cultural e Paisagístico, Gastronomia e Vinhos, Resorts Integrados / Turismo Residencial,
Saúde e Bem-Estar e Golfe.
Os promotores elegíveis são:
ƒ Entidades Públicas;
ƒ Outras entidades jurídicas desde que as entidades públicas exerçam uma influência
dominante na sua gestão;
ƒ Pessoas colectivas sem fins lucrativos que tenham a posse de património cultural
edificado;
ƒ Pessoas colectivas de utilidade pública.
A tipologia indicativa de projectos elegíveis é a seguinte:
ƒ Requalificação de imóveis classificados;
ƒ Criação / requalificação de equipamentos culturais e de lazer;
ƒ Requalificação de espaço público em centros históricos ou zonas turísticas de
interesse integrados em circuitos temáticos;
ƒ Criação de sinalização rodoviária turística;
ƒ Criação / requalificação de estruturas e equipamentos de apoio à gastronomia e / ou
vinhos regionais.
59
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
As candidaturas são apresentadas a todo o tempo.
O incentivo financeiro é não reembolsável e pode variar entre 10 % a 60 %, podendo
obter uma majoração de 5 p.p. por incorporação de componente ambiental.
Linha de Apoio II – Eventos para a Projecção do Destino Portugal
Centra-se em projectos de promoção da imagem do País enquanto destino turístico de
excelência através de um apoio mais explícito aos eventos cujo potencial de promoção
efectiva justifica a intervenção pública.
Os projectos elegíveis devem assegurar um investimento superior a 500 mil , podendo
ser de montante inferior se a relevância turística do evento o justificar.
Os promotores elegíveis são:
ƒ Entidades Públicas com competência na área do turismo;
ƒ Entidades detentoras dos direitos de organização dos eventos.
A tipologia indicativa de projectos elegíveis é a seguinte:
ƒ Eventos desportivos, culturais ou de outra natureza que, pela sua projecção
internacional alcançada, se demonstrem relevantes para a promoção internacional de
Portugal;
ƒ Excepcionalmente, outros eventos que contribuam para o desenvolvimento de um
Pólo Turístico ou de um Produto Turístico estratégico, desde que demonstrem ter
potencial para obter dimensão e projecção internacional.
As candidaturas são apresentadas de 1 de Setembro a 31 de Outubro para eventos a
realizar no ano seguinte.
O incentivo financeiro é não reembolsável e pode variar entre 100 mil a 500 mil .
60
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
6.2.2. Crédito ao Investimento no Turismo – Protocolos Bancários (Até 4 de
Junho de 2009)16
A Linha de Crédito, criada em parceria com o sector financeiro, visa o apoio financeiro a
projectos turísticos, promovidos por empresas que, em função das prioridades definidas
no PENT, contribuam para o acréscimo da qualidade, inovação e competitividade da
oferta do turismo.
As entidades beneficiárias são micro, pequenas e médias empresas de qualquer
natureza e sob qualquer forma jurídica que se proponham desenvolver projectos de
investimento que:
ƒ Visem o desenvolvimento de Produtos Turísticos Estratégicos identificados no PENT;
ƒ Outros projectos que demonstrem contribuírem para uma adequada estruturação de
algum dos Pólos de Desenvolvimento Turístico ou Produtos Turísticos Estratégicos.
A tipologia indicativa de projectos elegíveis é a seguinte:
ƒ Projectos enquadráveis em Pólos de Desenvolvimento Turístico;
ƒ Criação de unidades de alojamento, restauração e animação, através da recuperação
e adaptação de património cultural de interesse nacional ou público;
ƒ Criação de hotéis e restaurantes inovadores;
ƒ Empreendimentos, equipamentos e actividades de animação turística;
ƒ Criação ou requalificação de esplanadas de estabelecimentos de restauração e
bebidas.
Os projectos elegíveis devem assegurar um investimento superior a 150 mil .
As candidaturas são apresentadas a todo o tempo junto das instituições de crédito
aderentes ao Protocolo.
16
Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se ser útil o
seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no
desenvolvimento turístico do concelho de Serpa
61
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
O financiamento é reembolsável e pode atingir um montante máximo equivalente a 75
% do investimento. A taxa de juro é bonificada, podendo situar-se entre 3,5% a 4,5%
com spread incluído. O financiamento concedido ao abrigo do Protocolo é acumulável
com os incentivos no âmbito do QREN.
Os prazos de reembolso variam, sendo de 15 anos (incluindo um período máximo de
carência de 4 anos), para a criação de estabelecimentos hoteleiros; de 10 anos
(incluindo um período máximo de carência de 3 anos), para a requalificação de
estabelecimentos hoteleiros e de empreendimentos, actividades ou equipamentos de
animação e de 6 anos (incluindo um período máximo de carência de 2 anos) nos
restantes projectos.
6.2.3. Programa FINICIA17
Este Programa proporciona a empresas de pequena dimensão recursos essenciais ao
desenvolvimento da actividade nas fases iniciais do seu ciclo de vida.
O Programa assenta em três eixos de intervenção:
Eixo I – Projectos de Forte Conteúdo de Inovação
Destinado à criação de empresas ou a PME existentes que apresentem projectos
empresariais com elevada componente de inovação reconhecida pelo organismo gestor
(IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação) e que
apresentem investimentos com necessidades de financiamento até 2,5 milhões de
euros.
17
Não sendo, contudo, as Câmaras Municipais entidades beneficiárias deste Sistema, entende-se ser útil o
seu conhecimento para efeitos de esclarecimento junto das empresas potencialmente interessadas no
desenvolvimento turístico do concelho de Serpa
62
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Eixo II – Negócios Emergentes de Pequena Escala
Financiamento para a criação de empresas ou para PME criadas há menos de 3 anos.
Pretende apoiar negócios emergentes, com necessidades de financiamento até 250 mil
euros, e de pequena dimensão através dos seguintes produtos financeiros:
1 - O micro crédito – para financiamento de investimento empresarial até 25 mil euros,
e destinado exclusivamente a micro empresas (até 9 trabalhadores).
2 - O micro capital de risco para iniciativas no âmbito do fomento do espírito
empreendedor, em particular as oriundas do meio académico.
Eixo III – Iniciativas Empresariais de Interesse Regional
Destinado a PME existentes ou em fase de criação, com actividade ou projecto
empresarial de relevância local em municípios aderentes aos Fundos FINICIA. Pretende
apoiar projectos de investimentos promovidos por empresas de dimensão reduzida com
actividade essencialmente de âmbito local, complementando a actuação de outros
agentes públicos de desenvolvimento local e regional, entre os quais as Câmaras
Municipais, as Agências de Desenvolvimento Local e as CCDR.
No âmbito deste eixo o Município de Serpa aderiu ao FAME – Fundo de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas do Concelho de Serpa ao qual se podem candidatar,
nomeadamente, empresas do turismo, comércio e serviços. O montante máximo de
financiamento é de 45 mil euros.
63
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
7. Matriz de Investimento/Investimento
A Matriz de Investimento/Financiamento identifica o cruzamento entre os programas e
os projectos propostos e as fontes de financiamento externas disponíveis para apoio à
sua concretização. Estas encontram-se distribuídas em razão da natureza dos projectos
e dos seus beneficiários.
Importa, contudo, reter que os instrumentos financeiros de apoio público não garantem
na íntegra o financiamento do investimento total dos projectos. Assim o financiamento
dos projectos implica complementarmente o recurso, em menor ou maior grau, a fontes
de
financiamento
internas,
públicas
ou
privadas,
para
cobertura
integral
do
investimento. Os promotores deverão, por isso, encontrar internamente (ou em fontes
externas fora do quadro instrumental apresentado) os recursos financeiros em falta. No
caso das entidades públicas, com recurso a orçamento próprio e no caso de entidades
privadas, com recurso a capitais próprios. Num e noutra caso, podendo recorrer ainda
ao sistema bancário para obtenção de crédito.
64
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
QUADRO n.º 8
MATRIZ DE INVESTIMENTO / FINANCIAMENTO
FONTES DE FINANCIAMENTO
PLANO DE
DESENVOLVIMENTO
Beneficiários Públicos
Beneficiários Privados
PROGRAMA
FINICIA
PB
PIT
SII
SIQI
PROVERE
SUDOE
Acolher mais Turismo
Revitalização do Centro
Histórico de Serpa
Aprofundamento do Encontro
de Culturas
x
x
x
Incentivo à Qualificação do
Projectos
PRODER
POA
TURÍSTICO
x
Alojamento
Reforço da sua capacidade de
oferta
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Incentivo à Qualificação e
Inovação da oferta e serviço
x
de Restauração
Projecção do Museu do
Relógio
Projectos
PROGRAMA
x
x
x
x
x
Prestar Melhor Serviço
Turístico
Criação Roteiro Gastronómico
x
x
x
Criação Roteiro de Vinhos
x
x
x
x
x
x
Criação Roteiro “Aldeias de
Terra Forte”
65
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Qualificação Profissionais
Turismo
PROGRAMA
Inovar
em
x
Turísticos
Gastronómicas
Projectos
x
Produtos
Dinamização de Feiras
Dinamização Visitas Adegas e
Provas de Vinhos
Turismo de Natureza
Touring Cultural e
Paisagístico
PROGRAMA
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Ganhar o Turismo
Dinamização da Marca “Serpa
Terra Forte”
x
x
x
x
x
x
x
x
Projectos
Sensibilização das entidades
públicas para apoio ao
turismo no interior
Sensibilização da população
para benefícios do turismo
Divulgação do Cante
Alentejano
66
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
ANEXO I
ITINERÁRIOS
Uma proposta de Organização da Oferta Turística
A visitação, o recreio e o turismo, constituem formas privilegiadas de articular o
passado e o presente e de materializar a relação tradição/inovação. Constituem ainda
poderosos instrumentos de aprendizagem da nossa e de outras culturas.
Numa época em que a experiência turística se torna cada vez mais sofisticada em
contextos de produção e comercialização claramente internacionalizados e altamente
profissionalizados, afigura – se - nos extraordinariamente importante organizar e propor
olhares de dimensão local e regional, que possam potenciar o desenvolvimento de
actividades
sustentáveis,
dando
visibilidade
à
nossa
memória
colectiva
permanentemente reestruturada pela marcha inexorável da história.
Esta proposta pretende testemunhar de forma muito sintética como se elaboram
itinerários18. Tecnicamente que metodologia propomos.
Os itinerários turísticos nada mais são, que uma proposta de organização da oferta
turística existente, ao nível das suas componentes primárias, os patrimónios natural,
histórico – cultural e artístico móvel, fortemente definidores da vocação turística de
uma região.
São um instrumento flexível e poderoso na organização dos recursos turísticos, que
permitem às entidades públicas e privadas que operam no sistema turístico,
organizarem o olhar do visitante em função das mais-valias materiais e simbólicas da
região.
18
A base desta metodologia foi desenvolvida e testada ao longo de quatro anos (2001/2005), em Alcácer
do Sal, por Graça Joaquim e Raquel Moreira, e encontra-se publicada em Valagão, org ,(2006)) Tradição e
Inovação Alimentar. Dos Recursos Silvestres aos Itinerários Turísticos, Colibri/Iniap, Joaquim e Moreira”
Itinerários Turísticos. Passeando em Torno do Ambiente, do Património e da Gastronomia” pp 207-250.
67
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
No contexto do Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa, esta metodologia
constitui um Plano de Acção que a Autarquia pode desenvolver em colaboração com
outros operadores do sistema turístico, tanto locais, como regionais ou nacionais.
Sobretudo nas fases de promoção, comercialização e distribuição destes produtos
turísticos, o nível regional e nacional, e mesmo transfronteiriço, impõe-se.
Tipologia dos Itinerários
A tipologia dos Itinerários proposta resulta de muitos anos de reflexão e trabalho de
terreno no campo do turismo, onde, maioritariamente os itinerários aparecem como
passeios ou colecções de patrimónios exemplares. O raciocínio que esteve na base
desta proposta prende – se com a natureza do consumo turístico, que tendo uma forte
componente simbólica, tem evoluído para procuras cada vez mais diversificadas e
sofisticadas. O conceito de Rota, que o Conselho da Europa tem vindo a desenvolver,
foi também uma fonte de inspiração. Se a rota é essencialmente uma marcação
temática num território, mais ou menos alargado, porque não organizar o material e o
imaterial ao nível da oferta turística? Articular patrimónios diferenciados, gastronomia,
alojamento, e fazer propostas com durações distintas, formas de transporte diferentes,
para visitantes ou para turistas. Nesta lógica, consideramos três tipos de itinerários: os
integrados, os temáticos e os específicos;
Itinerários Integrados – Constituídos por várias componentes do património natural,
histórico-cultural e artístico móvel. Podem ser mais especializados ou mais generalistas
e podem ter duração diferenciada, de 1 a 3 ou mais dias. Normalmente incluem várias
opções de alojamento e restauração. Podem ainda combinar vários tipos de transporte,
desde o carro, a bicicleta, o barco, o passeio ou outros.
Itinerários Temáticos – São constituídos por uma só componente do património da
região, e tal como os integrados podem ter durações diferenciadas e incluir diferentes
68
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
combinações de alojamento, restauração e transporte. Podem ainda ser de muito curta
duração, inserindo-se na categoria da visitação. Dentro do mesmo tema podem fazer-se
várias combinações, articulando territórios diferentes dentro da região, ou mesmo interregional.
Itinerários Específicos – Trata-se de itinerários claramente especializados num aspecto
particular da região, como por exemplo uma visita guiada ao museu do relógio com
explicação detalhada de algumas peças e até experimentação de alguns engenhos, a
observação das técnicas de produção de vinho, queijo, azeite ou enchidos. ou a
observação da apanha de azeitonas. São itinerários de curta duração que podem
funcionar autonomamente ou surgirem como uma componente dos temáticos ou
integrados.
A organização dos itinerários permite múltiplas combinações, que podem funcionar em
simultâneo para visitante e turistas com interesses diferentes.
Como “fazer” itinerários?
Já testadas no terreno, estas são as fases obrigatórias para a elaboração de itinerários
concretos:
1.Conhecimento da região;
2.Consulta de bibliografia relevante e outras fontes sobre a região;
3.Levantamento e inventário dos patrimónios existentes;
4.De Património a Recurso Turístico
Caracterização e definição das potencialidades;
4.1 Classificação;
4.2 Estado de conservação
4.3 Acessibilidade
69
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
5.Definição dos itinerários
6.Monitorização dos itinerários.
7.Negociação dos Itinerários.
8.Comercialização e Distribuição.
Só é possível definir itinerários exequíveis e que espelhem o sentido identitário da
região, fazendo trabalho de campo, conhecendo a região de carro e a pé, de mapa e
cronómetro na mão, e voltando a repetir várias vezes este exercício .É preciso ter a
noção do todo, para poder organizar itinerários multifacetados e flexíveis que
enriqueçam o olhar do visitante.
1.Conhecimento da Região
No caso em que a elaboração de itinerários seja solicitada a uma equipa externa,
começar por passear sem destino pela região que vamos estudar. As denominadas
visitas exploratórias. Sentir o ambiente. Provar a gastronomia local. Dormir nas aldeias
mais remotas. E voltar sempre a este exercício. Começar a conhecer os notáveis locais
e os observadores privilegiados.
No caso da elaboração de itinerários por equipas locais, conhecedoras do terreno, é
necessário fazer um exercício de “exterioridade”, para que as propostas finais reflictam
a pertença identitária colectiva, e não apenas o olhar dos técnicos. Tal como no caso
das equipas externas, torna-se indispensável o contacto com os observadores
privilegiados, o passear sem destino, para permitir um outro olhar sobre o território e as
suas potencialidades.
2.Consulta de bibliografia relevante e outras fontes sobre a região
A exploração bibliográfica, seja mais específica e técnica, como mais documental, um
bom acervo de mapas sobre a região e fontes de informação oral são fundamentais para
70
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
se perceber não só a história, como a dinâmica da região, de modo a poder vir a
identificar itinerários que espelhem o sentir, a pertença das pessoas, em suma a
identidade que hoje é uma marca turística tão importante, como factor de atracção, de
visitantes, de turistas e de viajantes.
Do ponto de vista documental é importante identificar zonas de especial sensibilidade e
testar no terreno a viabilidade da inclusão dessas zonas nos itinerários.
O recurso a fontes orais transporta-nos para o profundo conhecimento que os locais
têm da sua região e permite-nos identificar espaços de especial valor simbólico. Nesta
fase dever – se á já dispor de um primeiro inventário dos patrimónios a partir de fontes
escritas e orais.
3.Levantamento e inventário dos patrimónios existentes
A partir do primeiro levantamento elaborado na fase anterior, este deverá ser
complementado e testado no terreno, identificando fisicamente os patrimónios
históricos – culturais e naturais.
Ao sistematizar o levantamento dos patrimónios, é relativamente comum, a existência
de descoincidências entre os registos e o terreno.
Procedemos então a uma inventariação temática dos patrimónios da região.
4.De Património a Recurso Turístico
Caracterização e definição das potencialidades. Classificação, estado de conservação e
estatuto de propriedade.
Como é que se define se um património tem ou não tem potencialidades turísticas? Isto
é se é potencialmente visitável, se pode vir a constituir um motivo de atracção para a
região? Ninguém tem dúvidas que os Jerónimos, que Évora, ou que um Parque Natural
têm fortes potencialidades turísticas. Porquê? Porque têm um forte valor simbólico
(veja-se o caso de Évora antes de ser classificado património mundial). A definição das
71
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
potencialidades
turísticas,
depois
de
todo
o
levantamento,
caracterização,
inventariação, classificação, estado de conservação, acessibilidade, estatuto de
propriedade, pressupõe o conhecimento das tendências do lazer e do turismo tanto
internas como externas, e um profundo conhecimento da região que permita a definição
de potencialidades genuínas da região, de patrimónios enquanto recursos turísticos, que
permitam ao visitante o espaço da memória do território que visita, e a beleza cénica
com que o presente lhe presenteia os sentidos, num perfume onde tradição e inovação
dão no presente, futuro ao nosso passado.
5.Definição dos itinerários
Nesta fase, temos o concelho todo mapeado e zonado. Temos a classificação dos
recursos, o seu estado de conservação, o estatuto de propriedade e já temos uma
primeira abordagem dos itinerários a definir através da identificação das potencialidades,
que consideramos relevantes.
Temos muitos dos itinerários possíveis, já mentalmente definidos, muitos rascunhados
nos mapas.
Trata-se agora de definir os itinerários propriamente ditos e experimentá-los no terreno,
tal qual vão ser propostos.
Devem ser feitos de mapa na mão, de cronómetro, onde vão ser anotadas as
correcções e feitas as alterações.
É a fase em que se alteram sentidos, que se mudam horários propostos inicialmente, em
que se começam a conseguir trabalhar de forma flexível os vários itinerários já
definidos.
6.Monitorização dos itinerários.
Na fase de monitorização, a proposta de itinerários é já a final. Importa testá-los com os
operadores do sistema turístico local, e com observadores privilegiados.
72
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
Cada itinerário deve ter uma ficha técnica, com a identificação do percurso, a duração,
o património a visitar, as hipóteses de restauração e alojamento, as várias formas de
transporte.
Os itinerários devem ser monitorizados regularmente, para garantir a qualidade da oferta
turística e a manutenção das condições que constam do itinerário.
7. Negociação dos Itinerários
Para a implementação dos itinerários é necessário um processo de negociação, quando
estes atravessam propriedade privada. Esta fase fundamental caberá aos poderes locais
ou à iniciativa privada, dependendo de quem vai promover este tipo de oferta turística.
8. Comercialização e Distribuição
A questão da comercialização é vital, e existem nos país circuitos de comercialização
profissionais. Estamos na era da integração e da complementaridade de produtos. Seria
desejável que esta complementaridade e integração de produtos se estendesse
territorialmente, no caso do Alentejo, a Lisboa, a Espanha e ao Algarve, com a oferta de
itinerários integrados tanto de produtos diferenciados como de territórios com diferentes
competências turísticas.
Usualmente, as autarquias promovem publicações com alguma organização da oferta
turística, de forma não integrada. Publicações sobre património, alojamento, natureza,
gastronomia e outras.
No caso da distribuição e comercialização ser feita pela autarquia, uma boa publicação
turística de natureza integrada, é um excelente apoio ao visitante que chega a Serpa,
mas por si só não atrai visitantes.
Um processo de comercialização e distribuição feito por operadores especializados,
coloca a questão da procura turística a outro nível e tem mais hipóteses de ser eficaz.
73
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 1
A integração dos itinerários turísticos em produtos territorialmente mais vastos traz
óbvias vantagens a Serpa.
74
PLANO DE
DESENVOLVIMENTO
TURÍSTICO DE SERPA
Parte 2
Julho 2008
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Índice
1. Introdução
2
2. Turismo Hoje
5
2.1 Turismo no Mundo
5
2.2 Turismo em Portugal
7
2.3 PENT: produtos e destinos
10
2.4 O Alentejo no quadro do PENT
11
2.5 Instrumentos de gestão territorial relevantes para
o turismo
3. Turismo no concelho de Serpa: condições de partida
12
14
3.1 Enquadramento e Acessibilidades
14
3.2 População
18
3.3 Estrutura empresarial
27
3.4 Recursos turísticos
28
3.4.1 Cultura e Património
29
3.4.2 Produtos agro-alimentares e florestais
38
3.4.3 Ambiente e Paisagem
41
3.4.4 Artes e ofícios tradicionais
47
3.4.5 “Do caminho de ferro às Ecopistas”
48
3.5 Projectos Âncora identificados como estratégicos
pelo Município
4. Oferta Turística
50
52
4.1 Alojamento
52
4.2 Restauração
56
4.3 Animação turística
58
5. Procura Turística
60
6. Informadores Privilegiados
68
7. Empresa e Equipa
70
1
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
1. Introdução
A afirmação do concelho de Serpa como território de desenvolvimento turístico baseado
na qualidade, orientado para a atracção selectiva de nichos de mercado turístico e para
a polarização de investimentos empresariais, que constitui o objectivo do presente
trabalho, supõe:
o aproveitamento das potencialidades dos recursos naturais, ambientais,
patrimoniais, culturais, económicos e turísticos;
o reforço do aproveitamento dos recursos turísticos existentes no
concelho e nas regiões limítrofes com potencial turístico;
a definição de estratégias de desenvolvimento do turismo, identificando
projectos estruturantes e iniciativas e acções a realizar por entidades públicas
e privadas de âmbito regional e local.
Património edificado, erudito e popular, património cultural e património natural são
recursos turísticos que podem ser mobilizados numa estratégia de desenvolvimento
capaz de atrair clientelas diversas, nacionais e ibéricas, regionais ou mais distantes, no
Inverno como nas estações intermédias e mesmo no Verão.
Clientelas que se posicionam por uma escolha clara pela qualidade, sustentada
nomeadamente em elementos ambientais, paisagísticos, arquitecturais e urbanos,
movidas por imaginários de descoberta, de autenticidade e de singularidade.
Neste potencial percurso de desenvolvimento do Município, a qualidade de vida é um
factor crescentemente importante de atractividade turística, sobretudo num contexto
geral de globalização da produção e do consumo, que inclui o do lazer e o do turismo.
2
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Todavia:
O interior alentejano, comparativamente a outras regiões do país como o Algarve,
Lisboa ou mesmo o litoral Alentejano, apresenta um nível de desenvolvimento
turístico pouco expressivo.
O seu futuro parece no entanto promissor, se atendermos ao conjunto de projectos
que existem e poderão vir a existir, projectos esses que assegurarão um crescimento
significativo da função turística deste território do interior sul.
O concelho de Serpa dispõe de recursos turísticos relevantes, como o património
arquitectónico e arqueológico, a cultura, a gastronomia, as paisagens, a fauna, a
proximidade ao Guadiana na vertente rio e albufeira.
A integração de parte do território no Parque
Natural
Vale
do
Guadiana
(PNVG)
é
demonstrativa do património natural de que
dispõe (fauna e flora) e da percepção desta
mais-valia
ambiental.
Esses
recursos
ambientais, se mobilizados por uma estratégia
adequada, poderão constituir um importante
factor de suporte do desenvolvimento do turismo e um possível motor de
desenvolvimento económico e social.
A valorização dos recursos ambientais do Vale do Guadiana em termos de turismo
deverá contar com a criação de infra-estruturas de apoio a actividades educativas,
desportivas, de lazer e recreio. Importa que o município de Serpa tenha em conta que,
3
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
uma vez que o Parque Natural Vale do Guadiana ocupa uma vasta área repartida por
vários concelhos, a abordagem dos seus visitantes será sempre mais próxima dos
concelhos que oferecerem melhores condições de acolhimento.
O aumento da procura turística, sobretudo de segmentos mais exigentes, aliado a uma
oferta de qualidade e diversificada é criador de emprego durável e qualificado. Os
efeitos multiplicadores na restauração, no comércio e nos serviços que lhes estão
associados fortalecem as economias locais e as estruturas empresariais subjacentes.
A localização central do concelho de Serpa relativamente ao sul alentejano, posiciona-o
como ponto de partida e ponto de chegada para diversos rotas e percursos pela região.
Os distintos pontos de interesse, explorados e promovidos de forma integrada, podem
incrementar a atractividade e o período de permanência dos visitantes no Município.
Acresce que:
A divulgação dos recursos turísticos do Município é um factor crítico de sucesso na
atracção dos fluxos turísticos potenciais de Serpa.
A mobilização dos diferentes agentes económicos e a sua sensibilização para uma
oferta integrada de qualidade é também uma necessidade premente.
Experiências de qualidade associadas a uma passagem ou uma curta permanência
em Serpa, mesmo que em trabalho, poderão fomentar, a curto e médio prazo, a
repetição de visitas e estadas e/ou passar palavra a familiares e amigos.
O desenvolvimento turístico não pode ser considerado uma opção exclusiva do
Governo, do Município, do sector privado ou dos cidadãos: cada stakeholder deve
desempenhar o seu papel e contribuir para um todo. O papel do Município é, no
4
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
entanto, fulcral por se encontrar num posição intermédia entre o Governo Central, os
cidadãos e o sector privado local.
Neste sentido, é determinante estruturar um modo de actuação que, por um lado
traduza as directrizes nacionais para a realidade do concelho e, por outro, enquadre o
conjunto de actividades nas disponibilidades financeiras, técnicas e humanas.
2. Turismo Hoje
2.1 Turismo no Mundo
A Europa continuará a ser, em 2020, a principal região receptora de turistas
internacionais (717 milhões de turistas, contra 397 milhões para a Ásia Oriental/Pacífico
e 282 milhões para a América, seguidas de África, Médio Oriente e Ásia do Sul –
Organização Mundial de Turismo).
O turismo Internacional representa 7% das exportações anuais de bens e serviços e
aparece em 4º lugar atrás das exportações de químicos, automóveis e combustíveis.
Cálculos recentes do World Trade and Tourism Council (WTTC) indiciam que o
turismo é, em média, responsável por impactes directos sobre o PIB e o emprego na
ordem dos 6,4% e 7,3% respectivamente.
O mercado do turismo internacional está cada vez mais competitivo, com os
destinos a disputarem os mesmos consumidores.
Ao turismo internacional há que juntar o turismo doméstico, dos residentes num país no
próprio país, muito mais volumoso do que aquele, sobretudo no quadro dos países
5
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
desenvolvidos, onde as férias e as viagens de lazer são reconhecidas como direitos
democráticos.
Com o encurtar das distâncias, tanto em termos de tempo como de custos, e mesmo
das distâncias culturais, uma parcela dos fluxos turísticos internacionais tende para
global, muito embora predominem largamente as componentes regionais, por exemplo
dos turistas europeus na própria Europa.
Com a banalização dos fluxos de turismo internacional e a multiplicação das viagens
para destinos distantes, não se apaga a força atractiva das diferenças, antes valoriza-se
cada vez mais as identidades locais.
A par das férias grandes aumentam as férias repartidas, por diferentes períodos do ano
e diferentes destinos, nomeadamente destinos relativamente próximos e acessíveis,
mesmo se de outros países: acessos rápidos por auto-estradas, TGV e low cost;
touring, short breaks, prática de golfe, caça, etc.
Existe uma maior utilização da Internet nas reservas de viagens, aumentando a
desmaterialização do sector.
A natureza cultural da prática
turística
acompanhe
faz
a
com
esta
diferenciação
cultural dos turistas, e com ela
a segmentação da procura e a
afirmação
de
nichos
diferenciados de procura. Na
continuação, têm vindo a ser
desenvolvidos novos produtos
para novos mercados: turismo ecológico, turismo de ambientes rurais, turismo de
aventura, com desafios para aumentar a adrenalina.
6
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
2.2 Turismo em Portugal
O turismo internacional tem vindo a conquistar, desde meados do passado século, uma
posição de destaque na economia e no desenvolvimento socioeconómico do país,
nomeadamente nas regiões de Lisboa, Algarve e Madeira, regiões igualmente
privilegiadas pelo turismo interno.
Portugal constitui um destino muito procurado pelos turistas europeus, desde logo pelos
espanhóis, com que partilha uma vasta fronteira, mas também pelos ingleses, alemães,
irlandeses, franceses, italianos, etc.
Um destino de certo modo regional, pelo encurtar das distâncias atrás referido, e um
destino familiar, já que europeu e misto entre o atlântico e o mediterrâneo, familiaridade
reforçada com a multiplicação das estadas dos turistas que nos visitam, o
desenvolvimento e modernização do país, e a sua já longa integração na UE.
Continua a ser reconhecida a importância estratégica do sector do Turismo, enquanto
vector de criação de novos equipamentos e empregos e, em última instância, de
crescimento económico e de redução das assimetrias regionais.
Os factores que nos diferenciam de outros destinos turísticos concorrentes são:
clima e luz, associados à sua posição entre o Mediterrâneo e o Atlântico;
a História, de diferenciação e independência no quadro peninsular e de
descoberta, comércio e colonização de escalas mundiais, com reflexos na
cultura e nas tradições;
o sentido da hospitalidade, desenvolvida nos contactos com outros povos e
civilizações;
a diversidade paisagística, do noroeste montanhoso e chuvoso aos planaltos
interiores, às planuras meridionais de estios longos e secos, aos litorais
7
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
atlânticos e aos quase mediterrâneos, uma diversidade concentrada numa
pequena superfície, da ordem dos 90 mil km2;
uma autenticidade algo moderna;
segurança e qualidade competitivas.
Trata-se de factores de atracção relativamente aos quais o território de Serpa se
apresenta no geral bem dotado.
Em termos promocionais, o País foi estrategicamente apresentado como um todo, no
qual cabe um conjunto de subdestinos com conceitos, imagens e marcas próprias: tem
como base o conceito “umbrella”, isto é, sobre um grande “guarda-chuva”.
Por outro lado, tem-se vindo a registar a
democratização
das
férias
e
das
deslocações turísticas entre a população
nacional residente no país, se bem que com
flutuações
associadas
económicas,
não
a
obstante
dificuldades
uma
certa
generalização do subsídio de férias, e com
níveis que permanecem muito inferiores
aos dos povos mais ricos da Europa
ocidental e do Norte:
em 2006, as taxas de gozo de férias fora da residência habitual elevavam-se a
53% da população residente com 15 e +anos;
os valores mais altos observavam-se então nas áreas Metropolitanas,
nomeadamente na de Lisboa, e nas principais cidades do Sul – Setúbal,
Sines, Évora, Portalegre, Beja;
8
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
as taxas de partida eram maiores entre os adultos jovens e os profissionais
liberais que compõem o estrato sócio-económico mais elevado, ao contrário
da classe média inferior e dos trabalhadores por conta de outrem, por
condicionalismos económicos;
os destinos preferidos para férias eram os ambientes de praia e as áreas
rurais, sem dúvida predominantemente em relação com as origens (êxodo
rural tardio);
no alojamento preferencial relevavam-se as casas de familiares e amigos e as
segundas residências, não obstante o recurso crescente à hotelaria em
sentido
lato,
incluindo
unidades
TER
(Turismo
em
Espaço
Rural),
designadamente no Alentejo, onde predominam nas dormidas;
o fraccionamento das férias permanece ainda fraco, muito embora se
multipliquem as viagens de lazer de curta duração (menos de 4 noites),
processos condicionados por razões económicas, e em particular pela
evolução dos preços dos combustíveis e portagens;
a sazonalidade das férias permanece muito forte e marcadamente estival, em
larga medida condicionada pelos calendários escolares;
pelo contrário, as deslocações de curta duração repartem-se ao longo do ano,
ao sabor de festividades como o Natal, Ano Novo, Carnaval ou Páscoa e dos
fins-de-semana alargados, com pontes envolvendo feriados.
9
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
2.3 Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT): produtos e destinos
O PENT é responsável pela realização de 11 programas com várias acções que visam
captar turistas para Portugal, e cuja monitorização vai ser seguida pelo Instituto de
Turismo de Portugal.
Para a sua concretização vão ser disponibilizados cem milhões de euros, através do PIT
(Programa de Intervenção para o Turismo) e do QREN (Quadro de Referência Estratégico
Nacional), onde o turismo consta das medidas referentes à competitividade e à
formação profissional.
A maior parte dos 11 programas do PENT deverão ser lançados até final de 2008, e vão
ser apoiados por dez produtos estratégicos:
o
gastronomia e vinhos;
o
turismo náutico;
o
golfe;
o
saúde e bem-estar;
o
turismo da natureza;
o
turismo residencial;
o
turismo de negócios;
o
city/short breaks;
o
touring cultural e paisagístico;
o
sol e mar.
O programa vai desenvolver sete novos pólos turísticos para diversificar a oferta:
o
Douro;
o
Oeste;
o
Litoral Alentejano;
10
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
o
Serra da Estrela;
o
Alqueva;
o
Açores;
o
Porto Santo.
2.4 O Alentejo no Quadro do PENT
Principais recursos turísticos:
o
o
o
o
o
o
Património arquitectónico e
arqueológico;
Alqueva;
Aldeias típicas;
Pousadas;
Gastronomia e vinhos;
Castelos e fortalezas.
Objectivos do desenvolvimento do turismo regional:
o
o
o
Crescimento em número e sobretudo em valor de turistas (nacional e
internacional);
Contraste entre tranquilidade e diversão saudável;
Aposta no Touring.
Principais acções:
o
o
o
Requalificar a oferta hoteleira;
Promover o desenvolvimento da oferta de animação diurna – passeios,
natureza, jogos;
Desenvolver as actividades culturais.
11
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
2.5 Instrumentos de Gestão Territorial relevantes para o turismo
No âmbito do sistema de gestão territorial destacamos:
1
Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) em que se
releva como necessário:
melhorar a integração territorial e a atractividade do vasto espaço de
baixa densidade que é o Alentejo;
consolidar o corredor Sines-Grândola-Beja-Vila Verde de Ficalho como
elementos estruturantes de um sistema urbano regional policêntrico;
reforçar a cooperação urbana transfronteiriça de Beja e outros centros
urbanos do Baixo Alentejo com as cidades da Andaluzia.
2
O Plano de Ordenamento do Parque Natural do Vale do Guadiana:
abrange as freguesias de Santa Maria e São Salvador do concelho de
Serpa;
define regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais tendo em
vista a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento económico das
populações;
promove a harmonização e compatibilização das actividades humanas
com a manutenção e valorização das características das paisagens
naturais e seminaturais e a diversidade ecológica.
3
O Plano de Ordenamento das Albufeiras do Alqueva e do Pedrógão:
define as áreas de vocação turística, que reúnem condições potenciais
para
o
desenvolvimento
turístico,
numa
perspectiva
de
complementaridade e de compatibilização de funções e de aproveitamento
das potencialidades existentes em especial do plano de água;
contempla a Mina da Orada, freguesia de Pias, concelho de Serpa.
12
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
4
O Plano de Ordenamento da Albufeira do Enxoé, no concelho de Serpa:
procura conciliar a forte procura desta área com a conservação dos
valores ambientais e ecológicos, principalmente a preservação da
qualidade da água;
prevê um espaço de utilização turística, no qual admite a instalação de
um parque de campismo rural.
5
O Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo:
identifica e propõe espaços florestais prioritários para instalação de Zona
de Intervenção Florestal (ZIF) nas freguesias de Vale de Vargo e Vila
Verde de Ficalho, concelho de Serpa.
6
O Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo:
prevê o desenvolvimento de áreas de especialização regional e de
desenvolvimento turístico com relevância para o concelho de Serpa;
bem como uma articulação transfronteiriça com a Andaluzia ao nível do
subsistema urbano do Baixo Alentejo.
13
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3 Turismo no concelho de Serpa: condições de partida
3.1 Enquadramento e acessibilidades
Serpa situa-se no Baixo Alentejo, no distrito de Beja, na margem esquerda do rio
Guadiana:
ocupa uma área de 1.106,5 km2;
compreende 7 freguesias (Brinches, Pias, S. Salvador, Santa Maria, Vale de
Vargo, Vila Nova de S. Bento e Vila Verde de Ficalho).
O IP8 terá um papel fundamental nas acessibilidades do Concelho de Serpa e para a
revitalização económica e demográfica de todo o Baixo Alentejo, fazendo a ligação entre
o Porto de Sines, Beja, Alqueva, Serpa, a fronteira com Espanha e com ligação ao eixo
Lisboa-Sevilha.
14
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
O Aeroporto de Beja assume-se, igualmente, como importante motor para o
desenvolvimento económico e turístico para a região do Alentejo.
A EN260 com um percurso semelhante de ligação de Beja à fronteira não apresenta
actualmente grandes condições de segurança.
15
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Figura 1 – População das Regiões Metropolitanas e Cidades da Península Ibérica
Porto
Madrid
Lisboa
Badajoz
Sevilha
Huelva
Fonte: Plano Nacional de Política de Ordenamento do Território
Serpa
Distâncias a:
Alqueva – 25 km e 0:25 horas
Beja – 28 km e 0:25 horas
Sines – 140 km e 1:55 horas
Faro – 180 km e 2:00 horas
Lisboa – 220 km e 2:20 horas
Espanha
Huelva – 140 km e 2:20 horas
Sevilha – 195 km e 2:35 horas
Madrid – 590km e 6:10 horas
Nota: os tempos e distâncias foram calculados para um percurso de automóvel através
do Viamichelin
16
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Figura 2 – Sistema Urbano e acessibilidades de Portugal Continental
Fonte: PROT – Alentejo (2007)
17
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.2 População
Figura 3 – População residente nas freguesias e concelho de Serpa.
18000
16000
Habitantes (nº)
14000
12000
10000
8000
6000
1991
4000
2001
2000
2006
0
Vale de Brinches
Vila
Vargo
Verde de
Ficalho
Santa
Maria
Pias
Vila Nova Salvador Concelho
(total)
de S.
Bento
Fonte: INE, Censos 1991 e 2001 e Estimativas da população para 2006
Figura 4 – Dinâmica demográfica
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
-5,00
-10,00
-15,00
Indicadores de
população (2005)
Taxa de
natalidade
(‰)
Taxa de
m ortalidade
(‰)
8,40
16,40
Taxa de
Evolução da
crescim ento
pop. 91-06 (%)
efectivo (%)
-11,80
-0,76
Fonte: INE, 2005
18
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Todas as freguesias perderam população, excepto Salvador (+10,5%).
A maior perda aconteceu em Brinches (-17,7%).
Em 1960 residiam 32.476 habitantes e em 1981, 20.784 habitantes.
A evolução da população, entre 1991 e 2006 continuou a ser negativa (-11,8%).
A população em idade activa (15-64 anos) situa-se em 63% (2006).
Muitos outros têm 65 ou mais anos.
Figura 5 – População residente, por classes etárias, em 2006.
Serpa
13,6
11,3
51,2
23,9
Baixo Alentejo
13,3
11,4
51,7
23,6
0-14
15-24
Portugal
15,5
11,9
55,4
17,3
25-64
>=65
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Fonte: INE, 2006
Licenciatura
Bacharelato
Ensino
Secundário
3º Ciclo do
Ensino
Básico
2º Ciclo do
Ensino
Básico
1º Ciclo do
Ensino
Básico
População residente
Figura 6 – População residente, por qualificação académica*
5000
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
* Nível de instrução completo mais elevado que o indivíduo atingiu no período de referência.
Fonte: INE, Censos 2001
19
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Os níveis de qualificação académica da população residente são baixos.
Em 2001, apenas metade tinham completado o ensino básico e apenas 5% o ensino
superior.
Figura 7 – População residente com qualificação académica ao nível da licenciatura e bacharelato
População residente
120
100
80
60
40
20
Outras
Direito
Arquitectura e
Construção
Ciências Sociais e
do Comportam.
Comércio e
Administração
Letras e Ciências
Religiosas
Agricultura,Silvicult.,
Ciências Vet. e
Pescas
Saúde
Formação Profes. e
Ciênc.Educação
0
Bacharelato e Licenciatura
Fonte: INE, Censos 2001
No ensino superior dominavam as formações de professores e ciências da educação,
seguidos da saúde;
Faltavam qualificações na área do turismo.
Em 2006 surgiu o curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural, na Escola
Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa;
Existem várias escolas na região do Baixo Alentejo com oferta de cursos de
formação na área do turismo, que variam ao longo dos anos;
20
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Em Serpa, o curso profissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural,
vocacionado para o turismo sustentável e actividades de animação ao ar livre, existe
desde 2006:
o
a carga horária é de 3100 horas (3 anos);
o
funcionam duas turmas, com cerca de
15-20 alunos cada;
o
ainda não existem alunos formados;
o
complementarmente, esta escola oferece
também cursos profissionais ligados ao
comércio e à produção agrária, que também poderão vir a reforçar a
qualidade da oferta de bens e serviços com interesse para o turismo.
INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO BAIXO ALENTEJO
COM OFERTA NA ÁREA DO TURISMO
Escola Profissional (E.P.) de Alvito
(Técnico de Turismo; Hotelaria e Cozinha)
E.P. Bento de Jesus Caraça (Técnico de Turismo – Beja;
Técnico de Turismo Ambiental e Rural – Mértola)
E.P. de Desenvolvimento Rural de Serpa (Técnico de
Comércio; Técnico de Turismo Ambiental e Rural)
E.P. de Moura (Técnico de Turismo; Técnico de
Restauração/Cozinha-Pastelaria)
E.P. de Odemira (Curso Prof. Hotelaria e Restauração;
Curso Educação-Formação Serviço de Mesa)
I. S. Politécnico de Beja
Licenciatura em Turismo (3 anos – diurno)
Fonte: Região de Turismo da Planície Dourada
21
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Acresce que:
Está prevista a criação do núcleo da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa em
Beja, com oferta formativa especializada nas áreas de hotelaria e restauração
(formação inicial e contínua);
O Instituto Nacional de Formação Turística tem organizado diversas acções de
formação e de divulgação para a certificação e/ou reciclagem de activos, em horário
pós-laboral;
A Região de Turismo da Planície Dourada tem um papel de divulgação destes cursos
nos treze concelhos abrangidos, e de organização da parte logística (ex. de cursos:
doçaria regional, mesa e cozinha, entre outros).
Figura 8 – População residente empregada, por ramos de actividade económica (2001)
3355
3000
2500
2000
1348
1500
1000
1227
916
807
856
492
771
436
355
500
374
Sector Primário
Sector Secundário
Total população
CAE G-Q
Alojamento e
Restauração
Educação
Total população
CAE C-F
Comércio por
Grosso e a
retalho
Adm. Pública,
defesa e seg.
social
Construção
Indústrias
Transformadoras
Total população
CAE A-B
Prod. Animal,
Silvicult, Caça e
Pesca
0
Agricultura,
População residente empregada
3500
Sector Terciário
Fonte: INE, Censos 2001
22
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Em termos de emprego:
Destacava-se, e continua a destacar-se, o sector terciário, particularmente nos
ramos do comércio por grosso e a retalho e na administração pública;
Destacava-se também a Câmara Municipal, em termos de empregabilidade;
O concelho dispõe de pouca indústria, maioritariamente pequenas e médias
empresas.
23
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Quadro 1 – Peso do turismo no emprego em Serpa
População residente empregada em
actividades directa ou indirectamente
ligadas ao turismo (INE, 2001)
Estabelecimentos hoteleiros
Parques campismo e outros locais de
alojamento de curta duração
Nº
101
9
Restaurantes
153
Estabelecimentos de bebidas
106
Aluguer de veículos automóveis
1
Agências de viagens e de turismo
2
Actividade das bibliotecas, arquivos,
museus e outras actividades culturais
3
Actividades desportivas
Outras actividades recreativas
10
1
Total (no turismo em sentido lato)
386
Total de população residente empregada
5.930
Peso do turismo
6,5 %
Fonte: INE (2001)
O turismo, tomado em sentido lato, representava em 2001 cerca de 6,5% da população
empregada, com predomínio dos restaurantes, estabelecimentos de bebidas e
hoteleiros:
Nos últimos 7 anos os sectores do alojamento e restauração cresceram, em
quantidade e qualidade;
Está sedeada em Serpa uma agência de viagens da Halcon, mas nenhuma empresa
de animação turística.
24
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Figura 9 – Total de activos que saem do concelho de Serpa para outros concelhos
Fonte: Elaborado a partir de Marques da Costa et al, Estratégias de Povoamento
e Políticas de Expansão dos Aglomerados Urbanos.
Serpa perdeu atractividade nas deslocações casa-trabalho inter concelhias. Em 1991, o
concelho de Serpa foi atractivo em termos de emprego para o concelho de Moura:
a população residente no concelho de Serpa que trabalha fora do concelho
(representado na figura pelo índice de geração), não tem peso significativo, sendo
inferior a 15%;
25
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
em 1991, 25% e 50% dos que saíam tinham como local de trabalho os concelhos
de Beja e Mértola, mas em 2001 apenas o concelho de Beja.
800
1400
700
1200
600
1000
500
800
400
600
300
400
200
200
100
0
Nº total de desempregados
Nº de desempregados por
género
Figura 10 – Evolução do nº de desempregados
0
Abr-05
M
Out-05
Abr-06
H
Total
Out-06
Abr-07
Out-07
Taxa desem prego (2001) = 16,5%
Fonte: IEFP, 2007
Entre 2005 e 2007 o nº total de desempregados diminuiu, mantendo-se o maior
peso no sexo feminino.
Segundo dados do IEFP, de Novembro de 2007, o desemprego dominava na classe
35-54 anos (44%), com o 1º e 2º ciclos do ensino básico (33% e 24%,
respectivamente).
Figura 11 – Desemprego registado no concelho por grupos etários e os seus níveis de
escolaridade (Novembro de 2007)
11%
24%
11%
21%
3%
15%
14%
33%
24%
44%
< 25 anos
25-34 anos
35-54 anos
55 e + anos
Nenhum
2º ciclo ens. bás.
Secundário
1º ciclo ens. bás.
3º ciclo ens. bás.
Superior
Fonte: IEFP, 2007
26
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.3 Estrutura empresarial
Da análise destaca-se:
o peso esmagador dos estabelecimentos com menos de 10 pessoas ao serviço,
93%; segundo a CAE-Rev. 2.1, de 2005, computavam-se 1.972, com 616 no
comércio por grosso e a retalho e 501 na agricultura e pesca;
a Zona industrial de Serpa, constituída actualmente por 24 lotes de empresas,
oficinas e armazéns, microempresas na área da agricultura, comércio e serviços.
Em termos de turismo, relevam-se os estabelecimentos no âmbito do pequeno
comércio, lojas de venda de produtos tradicionais no centro da cidade, queijarias, várias
unidades de alojamento concentradas na cidade e restaurantes.
A Rota do Guadiana – Associação de Desenvolvimento Integrado é uma entidade
privada sem fins lucrativos, criada em 1992 e com sede em Serpa. Assume-se como
uma iniciativa de desenvolvimento local e tem a Margem Esquerda do Guadiana como
território prioritário de intervenção.
As suas grandes áreas de intervenção são:
Animação Económica;
Cultura e Ambiente;
Educação, Formação e Certificação de Competências;
Inserção Social, Profissional e Animação Comunitária;
Serviços de Apoio aos Agentes Locais;
Através desta associação está a decorrer um
novo projecto turístico no concelho de Serpa,
que consiste na recuperação e remodelação de
um conjunto de Edifícios existentes em S.
Marcos, que foram instalações da Guarda Fiscal
com vista a transformá-lo como Centro de Lazer
e Educação Ambiental.
27
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.4 Recursos turísticos
RECURSOS
TURÍSTICOS
CULTURA e
PATRIMÓNIO
- Museus
- Monumentos
- Arqueologia
- Festas, feiras,
teatro, pintura,
música
- Cante
PRODUTOS
AGROALIMENTARES
E FLORESTAIS
- Queijo
- Mel
- Azeite
- Enchidos
- Vinho
- Doçaria regional
- Cortiça
AMBIENTE
E PAISAGEM
- PNVG e Rio
Guadiana
- Observação de
aves
- Caça
- Actividades de
desporto/aventura
ARTESANATO
LOCAL
- Cadeiras em
buínho;
- Calçado
artesanal;
- Latoaria;
- Cestaria;
- Ferro forjado
Fonte: trabalho de campo
28
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.4.1 Cultura e Património
Museus
MUSEUS
MUSEU DO RELÓGIO
(Privado)
Dez salas de exposição,
1.800 peças, datadas
do século XVII.
- Muito atractivo, recebe
visitantes de todo o país
- Oficina de restauro e
loja do museu
- Pequeno jardim, bar e
biblioteca
- Exposições temáticas.
MUSEU
ETNOGRÁFICO
MUSEU
ARQUEOLÓGICO
(CMS)
(CMS)
Exposição permanente
sobre onze Ofícios
Tradicionais
Fechado para
recuperação e
reabilitação
- Maior público: visitas
de escolas e de
excursões seniores
- Mais visitantes
portugueses do que
estrangeiros (Espanhóis,
Ingleses e Franceses).
- Protocolo entre a
CMS, o Instituto de
Gestão do Património
Arquitectónico e
Arqueológico, Direcção
Regional de Cultura do
Alentejo e Instituto
Português dos Museus.
www.museudorelogio.com
Fonte: CMS e trabalho de campo
De acordo com o Anuário Estatístico do Alentejo 2005 do INE, em 2004 existiam no
concelho de Serpa 3 Museus1 (Museu do Relógio, Museu Etnográfico e Museu
Arqueológico).
Os dados apresentados correspondem aos museus que, no ano de referência, cumpriam os seguintes critérios:
existência de, pelo menos, uma sala ou espaço de exposição, abertura ao público permanente ou sazonal; existência de,
pelo menos, um conservador ou técnico superior.
1
29
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Com vista a que o Museu Arqueológico seja integrado na Rede Portuguesa de Museus
está a ser executada a renovação do seu espaço, nas vertentes de Arquitectura Recuperação do Sistema Construtivo e na Reabilitação dos usos.
Acresce a reformulação da exposição permanente, baseada nos conceitos actuais de
Museologia e a criação de actividades diversas, que passam pelas exposições
temporárias e pelo serviço educativo, entre outras.
O projecto encontra-se em articulação com outros preconizados pela autarquia:
o
o
o
beneficiação do Caminho de Ronda do Castelo;
conservação das Muralhas;
arranjo do espaço da Alcáçova.
Em termos de frequentação museológica:
o Museu Arqueológico recebeu, em 2005,
18.262 visitantes;
o Museu Etnográfico recebeu, no mesmo
ano, 4.518 visitantes e em 2006, 5.119
visitantes.
Importa destacar o Museu do Relógio:
é único na Península Ibérica;
é auto-sustentável graças aos relógios mecânicos que produz artesanalmente;
nos meses fortes de 2007 (Julho e Agosto), recebeu uma média diária de 100
visitas, nomeadamente turistas nacionais, mas também estrangeiros.
No Baixo Alentejo existem mais 7 Museus (1 em Aljustrel, 2 em Almodôvar, 1 em Beja,
1 em Castro Verde, 1 em Moura e 1 em Mértola).
30
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Espectáculos ao vivo
Quadro 2 – Indicadores de Cultura por concelho em 2004 – espectáculos ao vivo.
Serpa
Mértola
Moura
Baixo
Alentejo
Nº de
sessões
Nº de
espectadore
s
Receitas
(milhares de )
Bilhetes
vendidos
Espectadores
por habitante
Valor médio
dos bilhetes
vendidos )
130
80
42
24.677
28.773
14.388
3
15
105
372
3.016
5.217
1,5
3,6
0,9
7,0
5,0
20,1
496
112.866
240
20.986
0,9
11,4
Os espectáculos ao vivo incluem teatro, dança, concertos musicais e outros pequenos espectáculos; não inclui cinema.
Fonte: Anuário Estatístico do Alentejo, 2005
Em Serpa, os bilhetes vendidos em 2004 foram em número bastante reduzido, em
comparação com os outros concelhos:
a relação nº de espectadores/nº de bilhetes vendidos indicia que a maioria dos
espectáculos ao vivo são gratuitos;
as despesas da Câmara Municipal com as actividades culturais representavam
12,2% no total de despesas (2004);
a capitação de actividades culturais por habitante foi de 99,9
(2004);
O concelho de Serpa tem uma agenda cultural muito
diversificada ao longo do ano, nomeadamente feiras,
festivais de música e dança, festas e romarias.
A Câmara Municipal é a principal promotora dos
eventos
culturais
e
existe
um
grupo
de
teatro
profissional, os Baal 17, que enriquece o panorama teatral do concelho.
31
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
A Região de Turismo da Planície Dourada organiza diversas semanas gastronómicas,
com a participação de restaurantes dos treze concelhos.
No início do mês de Junho de cada ano tem lugar o Encontro de Culturas/Mercado
Cultural promovido pela Câmara Municipal de Serpa, com a participação das Juntas de
Freguesia do concelho e do movimento associativo.
O objectivo é promover a cultura enquanto factor de desenvolvimento: ocorrem
demonstrações culturais de vários pontos de Portugal e de outros países com os quais o
município tem laços de cooperação e de amizade (Brasil, Angola, entre outros);
De salientar
a forte presença do cante alentejano na região;
os grupos de Serpa e o grupo “Os Cantadores” de
Aldeia Nova de São Bento, entusiastas do cante
alentejano
estes grupos têm sido solicitados para actuações em
diversos pontos do país e do mundo.
Situada no centro da cidade de Serpa desde 2002, a livraria “Vemos, Ouvimos e
Lemos” é igualmente um espaço de cultura e lazer, que organiza regularmente eventos
e iniciativas, incluindo actividades dirigidas ao público infantil, como leitura de contos e
exposições. Funciona das 8h as 20h todos os dias e tem como áreas funcionais, uma
papelaria, um espaço dedicado a livros e discos, um café/bar e uma sala para
exposições.
32
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Agenda Cultural 2007 de Serpa
Mês
Exposições
e
congressos
Duração
Local
“Mina de S.
Domingos”
1 mês
Serpa
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
300 anos de
relógios
mecânicos
usados no
Norte
Até 31
Julho
Espectáculos ao
vivo (teatro,
dança, concertos
musicais)
Teatro “Caldo
Verde”
Duração
Local
Feiras, Festas e
Romarias
Duração
Local
7 dias
Serpa, Vales Mortos e
V. N. São Bento
Festas de S.
Sebastião
2 dias
II edição do
Musikando:
Festival de Inverno
9 dias
Serpa e V. N. São
Bento
Vale de
Vargo e V.N
São Bento
Feira do Queijo do
Alentejo
Festa de N. S.
dos Remédios
3 dias
Serpa
2 dias
Serpa
3 dias
5 dias
Vale de
Vargo
Serpa
4 dias
V. V. Ficalho
6 dias
V. N Sao
Bento
Vale de
Vargo
Serpa
Mês do Teatro
Festival da Mulher
1 mês
4 dias
Pias
Concelho de Serpa
IV Feira do Azeite
de Vale de Vargo
Festa de N. Sr.ª
da Guadalupe
Festas de N. Sr.ª
das Pazes e S.
Jorge
Festa das Santas
Cruzes
Festas da
Ascensao
4 dias
33
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Mês
JUN
Exposições
e
congressos
Duração
Local
O orfeon de
Serpa na
historia do
cante alent.
1 dia
Serpa
JUL e
AGO
SET
OUT
NOV /
DEZ
Espectáculos ao
vivo (teatro,
dança, concertos
musicais)
IV Encontro de
culturas/Mercado
cultural
Duração
Local
Feiras, Festas e
Romarias
Duração
Local
10 dias
Serpa
Festas dos
Jordoes
7 dias
Pias
V Docks Kingdom
– Seminário
intern. sobre
cinema document.
Noites de Rua
Cheia
Festival Cultural
Noites na Nora
6 dias
Serpa
Mês e meio
Festas da Penalva
2 dias
2 semanas
Julho
Ruas e Praças do
concelho de Serpa
Esplanada da Nora Serpa
Feira da Tradição
e do
desenvolvimento
4 dias
V. N. São
Bento
Serpa
3 dias
Pias
Feira Anual
3 dias
V. N São
Bento
7 dias
Vale de Vargo
Festas do Sant.
Sacramento
V Feira Agro
Pecuária
Transfronteiriça
4 dias
Pias
3 dias
Vale do Poço
Feira do Vinho
2/3 dias
Pias
Espectáculo de
acordeão; cinema
ao ar livre
Semana Cultural
de Vale de Vargo
Pintura de
Maria C.
Ventura
Serpa
2 Festival de Folha
Caída
Teatro Valsa nº 6
1 mês
Serpa
5 dias
Serpa
Fonte: Câmara Municipal de Serpa e Região de Turismo da Planície Dourada
34
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Quadro 3 – Agenda de actividades de Natureza e Ambiente
MÊS
JAN
FEV
MAR
ABR
NATUREZA E AMBIENTE
Descida do Rio Guadiana e Travessia do Tejo em
BTT (2 fins de semana)
MAI
JUN
JUL e AGO
Grande travessia de Verão em BTT
Queluz – Serpa
1 dia
SET
OUT
NOV / DEZ
Organizadores:
Câmara Municipal de Serpa
Grupo de Teatro Profissional de Serpa BAAL 17 www.baal17.com
Grupo de Teatro Experimental de Pias
Natureza e Ambiente: Cabra Montez www.cabramontez.com
Outros:
Semana Gastronómica do Gaspacho e Tomatada, Julho, organizado pela RTPD (Região Turismo
Planície Dourada), com restaurantes dos vários concelhos
Semana Gastronómica do Porco, Borrego e da Caça, organizadas pela RTPD, com restaurantes
dos vários concelhos, incluindo Serpa
Cineteatro Municipal de Serpa
Todas as 3ª F, 6ªF e Sábados
CINEMA
Cineteatro Maria Lamas, V. N. São Bento
Todas as 6.ª F e Sábados
35
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Património Monumental e Arqueológico
O concelho tem um património rico e classificado:
O património arqueológico de Serpa surge numa posição de destaque no Inventário
Nacional, nomeadamente a Cidade das Rosas e a Necrópole;
O património arquitectónico assume no seu conjunto grande relevo, em especial o
núcleo mais antigo da cidade;
O Núcleo Intra-muralhas da Cidade de Serpa encontra-se classificado como Imóvel
de Interesse Público;
O Gabinete do Património da Câmara Municipal de Serpa tem em curso uma série de
projectos de recuperação e reabilitação de espaços públicos no centro histórico da
cidade;
Património
Monumental
(IGESPAR)
Barragem
romana do
Muro dos
Mouros
Muralhas de
Serpa
Igreja de São
Francisco //
Convento de
Santo António
Palácio dos
Condes de
Ficalho // Casa
do Castelo
Mosteirinho //
Convento do
Mosteirinho
Igreja de Santa
Iria // Igreja
Paroquial de
Santa Iria
Ermida de
Santa Luzia
Igreja de Santa
Maria // Igreja
Matriz de
Serpa
Núcleo
Intramuralhas
da Cidade de
Serpa
Ponte antiga
sobre a ribeira
do Enxoé
Situação actual
Categoria de Protecção
Classificado
IIP Imóvel de Interesse Público
Em Vias de Classificação
MN Monumento Nacional
Em Vias de Classificação (Homologado)
Fonte: IGESPAR – Instituto de Gestão de Património Arquitectónico e Arqueológico
36
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
A informação disponível na figura anterior resulta do carregamento de um módulo
específico dedicado ao Património Imóvel, constante do Sistema de Informação do
IGESPAR, e refere-se preferencialmente aos imóveis classificados e em vias de
classificação.
Paralelamente é divulgado um conjunto de imóveis que não possui protecção legal, mas
que faz parte dos inventários temáticos em curso no IGESPAR. Integra-se neste
conjunto a Ponte sobre a Ribeira de Enxoé, que por sua vez integra o itinerário das
Pontes Históricas do Alentejo.
Em 1997 foi realizada a carta arqueológica com uma listagem de 322 sítios.
Actualmente, segundo o IGESPAR, existem 516 sítios arqueológicos.
37
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.4.2 Produtos agro-alimentares e florestais
A grande qualidade dos produtos encontra-se reconhecida pela Denominação de Origem
Protegida (DOP), casos do Azeite, Mel, Queijo e Vinho, e pela Indicação Geográfica
Protegida (IGP), no caso do Borrego.
Olival e Azeite
O concelho apresenta condições climáticas excelentes e solos de elevada aptidão para
esta cultura:
em 2005, o concelho produziu cerca de 5% do azeite extraído em Portugal e foi o
2º maior produtor do Baixo Alentejo;
o consumo do azeite está enraizado nos hábitos
alimentares e presente em todos os restaurantes;
Na produção concelhia, destaque para a Cooperativa
Agrícola de Brinches e a Sociedade Agrícola de Pias,
entre outros.
De destacar também para a compra de terrenos por Espanhóis, com vista à plantação
de olival de produção intensiva.
Mel
O mel também é produzido na região, na continuação das pastagens naturais dos
montados;
Constitui um elemento importante na doçaria regional;
38
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Enchidos
Os enchidos de porco preto (da raça negra alentejana) são famosos em todo o
concelho, relevando-se os de Vila Nova de S. Bento e de Vila Verde de Ficalho;
Cortiça
A cortiça que se extrai junto à Serra de Serpa é considerada uma das melhores do
mundo.
Queijo Serpa
Produto artesanal conhecido e reconhecido pela sua excepcional qualidade;
fabricado exclusivamente com o leite de ovelha produzido na Região Demarcada do
Queijo Serpa, criada em Junho de 1987 e abrangendo 12 concelhos da região do
Baixo Alentejo;
«Queijo Serpa» premiado internacionalmente2.
2
Os Presidia são distinções atribuídas pela Slow Food. (www.slowfoodfoundation.org) Têm o
objectivo de premiar produtos extraordinários de todo o mundo. Estes produtos de Presidia
conquistaram não somente cozinheiros e gourmets, mas ganharam também os consumidores.
39
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Vinho
Em 2005 o concelho produziu 10% do total de vinho do Baixo Alentejo:
na produção, destaque para o Vinho Regional
Tinto;
o Vinho da região de Pias é o mais conhecido;
os Vinhos de Pias e de Serpa, de que se
distinguem os tintos, são encorpados, de cor
escura e gosto suave, e têm sido premiados a nível nacional.
Borrego
Esta carne provém essencialmente de borregos da raça Merino Branco.
A sua criação beneficia de um ecossistema característico que impera em torno de
Serpa e Beja;
o sistema de produção é tradicional, tem raízes seculares, e conjuga factores
naturais e humanos.
40
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.4.3 Ambiente e Paisagem
A paisagem de Serpa estende-se para lá das muralhas e do centro histórico e espraia-se
nas extensas planícies e montes com vinhas e olivais. É toda uma riqueza natural,
ambiental e paisagística.
São de considerar o Parque Natural do Vale do Guadiana, os sítios e as zonas de
protecção especial, onde a flora e sobretudo a fauna merece especial destaque.
O rio Guadiana destaca-se pela barragem do Alqueva e a sua albufeira, e pela
diversidade biológica e paisagística das suas margens, na quase totalidade da sua
extensão.
41
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Algumas espécies raras encontram refúgio nesta região, casos da Cegonha Preta, Grou,
Cortiçol-de-barriga-preta, Águia-imperial e Alcaravão e fazem do Sul Alentejano um dos
poucos sítios do globo onde podem ser encontradas.
A denominação IBA (em inglês Important Bird Area)
representa sítios com significado internacional para
a conservação das aves à escala Global.
Estas áreas, definidas através de critérios
científicos internacionais são, na sua
maioria, compatíveis com os princípios de
criação de Zonas de Protecção Especial
(ZPE) prevista na Directiva 79/409/CEE
(Directiva Aves da União Europeia).
Serpa tem dentro dos limites do concelho
parcelas de duas IBA’s das quais pode retirar proveitos significativos para o
seu desenvolvimento local.
Em termos de turismo, importa ter presente que:
O Touring cultural e paisagístico tem vindo a afirmar-se, em paralelo com a
crescente mobilidade, melhoria das acessibilidades e tempo livre, designadamente
nos fins-de-semana;
a riqueza ornitóloga pode funcionar como atractivo de Birdwatching. Em todo o
mundo haverá cerca de 80 milhões de pessoas que têm como entretenimento
observar aves, sendo que muitas delas viajam milhares de quilómetros para
fotografar espécies que não existem nos seus países;
42
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Muitos destes turistas permanecem algum tempo no destino, sendo clientes do
alojamento e restauração também adquirem artesanato e outros produtos,
impulsionando o comércio e a economia locais;
Serpa e os concelhos vizinhos apresentam um enorme potencial cinegético. Embora
ainda se observem caçadores com a arma ao ombro e os seus cães a passear pelos
campos e se pense que a caça é apenas isso, a actividade cinegética tem vindo a
converter-se num autêntico negócio que envolve muito dinheiro:
A caça, actividade muito antiga, está a adaptar-se aos novos tempos e as novas
tecnologias. Caminha-se para uma caça mais técnica e regulamentada que exige, não
apenas guardas mas, especialistas, cursos de formação para gestores cinegéticos e
técnicos responsáveis por planos de caça ou certificações de qualidade cinegética, que
contribuem para dinamizar economicamente o município e a região.
43
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Figura 12 – Áreas de aptidão potencial para caça
Fonte: Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo, MADRP (2007)
Um exemplo da importância económica desta actividade é ilustrado por Huelva,
província espanhola mais próxima do Sul Alentejano, incluída na Comunidade Autónoma
da Andaluzia e que faz fronteira com Portugal desde Barrancos até à costa
Mediterrânica, com área semelhante ao distrito de Beja (10.128 km2), mas quase três
vezes mais população (483.792 habitantes) e território com clima, fauna e flora muito
semelhantes às que se verificam no sul interior alentejano.
A actividade cinegética desenrola-se em Huelva, tal como em Portugal, em coutos
associativos e em privados. Os primeiros são em geral terrenos regionais ou municipais
e cada um deles tem características particulares atendendo ao número de sócios, às
quotas a pagar e à repartição das peças de caçadas:
44
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
num couto privado paga-se em geral por
dia de caçada ou por peça, e os valores
praticados em Espanha são semelhantes
aos portugueses, ou seja, valores que
podem facilmente passar dos 500
por
pessoa e por dia ou os 50 por perdiz;
com a actividade cinegética movem-se anualmente na província de Huelva 30
milhões de euros. Os caçadores garantem gastos pela caça e outros pela
alimentação, transporte dos animais abatidos e dos cães, e muitas vezes também
alojamento.
Figura 13 – Zonas de Caça do concelho de Serpa
Fonte: Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo, MADRP (2007)
45
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Mudanças no Ambiente e nas paisagens introduzidas pelo Empreendimento de Fins
Múltiplos do Alqueva
Alqueva tem uma grande influência sobre toda a região interior do Alentejo. Destacamse várias valências, como o abastecimento público, a agricultura de regadio, a energia,
o ambiente e de um modo particular o turismo.
O aumento da produtividade e diversidade das culturas agrícolas, através dos novos
perímetros de rega, gerará maior riqueza e competitividade económica e com eles,
maiores fluxos de bens e pessoas, nomeadamente associadas ao negócio;
a vastidão do novo lago interior criou uma nova paisagem, com forte capacidade de
atracção de turistas sensíveis aos horizontes aquáticos e as novas amenidades;
estas novas potencialidades para actividades náuticas fundamentam muitos novos
projectos de desenvolvimento de uma oferta turística diversificada, do alojamento ao
desporto;
as facilidades de rega, combinam-se com estruturas fundiárias dominadas pela
média e grande propriedade e capacidades empresariais e exprimem-se em grandes
projectos PIN, de resorts integrados, com hotelaria, turismo residencial, golfe...
o perímetro de Alqueva foi oficialmente reconhecido pelo PENT como um novo
destino turístico a desenvolver e promover.
Pela vizinhança do perímetro de Alqueva e dos
projectos turísticos que nele serão implementados,
o Município de Serpa pode tirar benefícios de uma
procura crescente e diferenciada, capaz de valorizar
lazeres e experiências diversas, dos silêncios e
rusticidades rurais e ambientais, das manifestações
culturais, passando pelo património, pelos museus,
pela gastronomia, pelos vinhos...
46
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.4.4 Artes e ofícios tradicionais
Artesanato
O artesanato em Serpa permanece sem grande inovação.
Alguns exemplos dos velhos ofícios (ferrador, latoeiro,
abegão, sapateiro, ceramista) e os seus utensílios
(cadeira em buínho, calçado artesanal, cestos) estão
patentes no museu etnográfico.
A prática das actividades tradicionais tem se vindo a perder; os poucos artesãos
são, na sua maioria, idosos e sem capacidade para, por si sós, passar o
conhecimento às novas gerações.
Gastronomia
A Região continua a oferecer pratos tradicionais, que se podem encontrar nos
restaurantes
locais
-
"migas",
"açorda",
"borrego
à
pastora",
"lavadas",
"gaspacho", "masmarras", "grãos com alho e louro", "surra-burra", "caldeiradas de
peixe do rio", etc..
As sobremesas e doces são também tidas como
especialidades
e
"folhados
gila",
de
características
da
“tosquiados",
região:
"turtas",
"queijadas de requeijão".
47
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.4.5 “Do Caminho-de-ferro às Ecopistas…”
Foi elaborado pela REFER um plano estratégico para a requalificação de canais
ferroviários em Ecopistas, entre os quais se encontra a reconversão do ramal de Moura.
Este percurso atravessa os três concelhos de Beja, Serpa e Moura, numa extensão total
de 57,6 km. Tem início na cidade de Beja (estação de Beja, em funcionamento) e
termina na estação de Moura (actualmente desactivada).
Aproximadamente a meio do percurso a Ecopista intersectará o Sitio do “Guadiana”,
pertencente à Rede Natura 2000, local de grande beleza cénica e diversidade ecológica.
Algumas estações (como é o caso de Pias),
apeadeiros
e
edifícios
associados,
encontram-se num estado avançado de
degradação. Dado o seu valor cultural
susceptível de recuperação, estes edifícios
oferecem
potencialidades
de
funcionar
como infra-estruturas de apoio à referida
Ecopista.
Com
a
implementação
do
projecto pretende-se, também, a sua preservação e recuperação, mantendo viva a
memória do local.
48
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Fonte: REFER (2006)
49
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
3.5 Projectos âncora identificados como estratégicos pelo Município
GRANDES
OPÇÕES DO
PLANO
(2007-2013)
A água e o
ambiente de
futuro
- Recursos Hídricos
para as populações
- Prevenção de Riscos
- Gestão de resíduos
sólidos e limpeza
Urbana
- Tratamento de águas
residuais
- Ambiente do Futuro
LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO
DE TÉCNICAS E MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO TRADICIONAIS
DA CIDADE ATÉ AO RIO CAMINHOS PEDONAIS E DE
BICICLETAS DA CIDADE ATÉ AO RIO
Valorizar a
herança e
promover a
cultura
Desenvolver o
concelho com
qualidade de vida
Revitalizar o Centro
Histórico de Serpa e
Valorizar o Património
Histórico e Arquitectónico
- Valorizar as Tradições e
Produções Locais
- Dinamizar Projectos
Culturais
- World Music Center
- Melhorar a circulação e
a mobilidade
- Valorizar os espaços
urbanos
- Promover a e Dinamizar
a Rede de Equipamentos
Culturais e Desportivos
- Promover e apoiar
iniciativas para a
população jovem
MUSIBERIA – CENTRO
INTERNACIONAL DE MÚSICAS E
DANÇAS DO MUNDO IBÉRICO
PLANO MUNICIPAL DE PORMENOR
DE SALVAGUARDA E
REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO
CULTURAL
CONJUNTO MUSEOLÓGICO E
MUSEU ARQUEOLÓGICO
Fonte: Gabinete do Património da Câmara Municipal de Serpa
50
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Nestes projectos destacamos:
O de criação de um centro de música a nível europeu – World Music Center –
assumido actualmente pela CMS como um projecto de menor dimensão – Musiberia.
O MUSIBERIA – Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico com vista
a aproximar, integrar e divulgar a música e a dança do Mundo, assentando a sua oferta
de partida nas expressões de países e grupos culturais da diáspora luso-espanhola;
espera-se que este centro inicie as suas funções no último trimestre de 2009, com os
turistas, a comunidade e os alunos das escolas como público-alvo.
O MUSIBERIA vai instalar-se em Serpa, num espaço que foi anteriormente uma Fábrica
de Moagem, situado junto das muralhas da cidade. As suas actividades principais vão
ser:
a formação especializada em música e dança a artistas, professores e alunos;
a difusão cultural, através de concertos e exposições;
e a educação para a vida.
51
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
4 Oferta Turística
4.1 Alojamento
Unidades de alojamento – caracterização resultante do trabalho de campo
(Nov. 2007)
Clientes:
80% - 90% Portugueses
Estrangeiros: espanhóis, ingleses e franceses
Estada média: 1-2 dias
Características:
Trabalhadores (incluindo gerentes) sem formação adequada na área do turismo
Maioria não vende produtos regionais nas unidades; Alguns vendem azeite e vinho da
região.
Maioria não serve refeições sem ser o pequeno-almoço
Divulgação:
Maioria com página de Internet, somente informativo; pouco interactivo, sem
possibilidade de fazer reservas
Poucos trabalham com operadores turísticos
Lacunas: folhetos de informação turística
Taxa de ocupação média: Máx. JUL/AGO: 80% -90%
Min. NOV/DEZ: 30-40%
Preços praticados (euros)
Residenciais: Single varia entre 30 a 40 Duplo entre 40 a 50
Estalagem S. Gens: single 65 duplo 75 suite 100
52
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Alojamentos turísticos
Localidade
Categoria
Nº quartos
Nº de camas
Estalagem S. Gens *
Serpa
Estalagem
18
36
Zens Village *
Serpa
Estalagem
7
14
Residencial Beatriz *
Serpa
Residencial
10
17
Residencial Serpínia
Serpa
Residencial
31
40
Residencial Pulo do Lobo
Serpa
Residencial
8
13
Casa de Serpa *
Serpa
TER - turismo rural
6
9
Colaboração com uma empresa de
Beja para grupos;
Rent-a-bike ( 4 bicicletas)
Casa da Muralha *
Serpa
TER - turismo rural
4
8
canoagem
El Rincon *
Serpa
TER - turismo habit.
7
14
Herdade do Topo *
Serpa
TER - agro-turismo
4
8
Cavalos; lições de equitação
Serpa
TER - agro-turismo
7
(5 + Apart. T2)
10
O proprietário recomenda visitas e
actividades
Monte da Morena *
(inserido numa propriedade
agrícola de 30 ha)
Organização de actividades
Para grupos: actividades ao ar
livre – BTT, TT e canoagem
53
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Alojamentos turísticos
Localidade
Categoria
Nº quartos
Nº de camas
Organização de actividades
Herdade de Besteiros *
(propriedade de 400 ha)
Serpa
TER - turismo rural
7 (distribuídos por
4 casas)
10
Passeios de barco ou canoa pelo
Guadiana a partir de Mértola,
slide, escalada em parede, tiro
com arco, paintball, rotas de jeep,
etc..
Monte de Vale Perditos *
Vila N. São Bento
TER - agro-turismo
4
8
Caça
Outeiro da Vila *
(nova unidade de alojamento)
Vila Verde Ficalho
TER - casas de Campo
6
12
Casa agrícola centenária; possível
conhecer o processo de produção
do azeite
Horta da Larga
Serpa
Alojamento Part.
3
4
O Casarão
Serpa
Alojamento Part.
14
28
Albergaria Bética *
Pias
Albergaria
14
25
Monte da Portela Nova *
Serpa
Moradia Turística 2ª
3
6
Casa Hóspedes "Virgínia"
Serpa
Casa de Hóspedes
6
9
Parque Campismo Municipal
Serpa
O proprietário recomenda visitas e
actividades
Passeios TT para motos;
participação na época da vindima
e da azeitona; passeios safari com
Jeep
110 tendas 30 caravanas
* Alojamentos Turísticos Classificados pela Direcção Geral de Turismo
Fonte: Trabalho de campo; Câmara Municipal de Serpa; sites das unidades de alojamento, 2007
54
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
O alojamento e a restauração são componentes essenciais
da oferta turística, sendo responsáveis, em grande parte,
pela retenção dos benefícios económicos do turismo numa
dada localidade:
O alojamento no concelho de Serpa conta com 18
unidades (além do parque de campismo), sendo o nº de
camas de 271, 13 são classificadas pela Direcção-Geral de Turismo, 8 são
englobadas no Turismo em Espaço Rural (TER), a grande maioria encontra-se na
cidade de Serpa;
O alojamento é diversificado, mas insuficiente, não existe uma unidade hoteleira que
receba grandes grupos. A Pousada de Serpa perdeu, recentemente, a sua ligação às
Pousadas de Portugal e passo para Estalagem;
Sente-se a ausência de comunicação entre os diversos
estabelecimentos
e
a
falta
de
programas
para
ocupação durante as estadias. Na maioria das vezes
são os proprietários destas unidades que indicam aos
hóspedes os vários percursos e locais a visitar no
concelho e na região, tanto a Barragem do Alqueva como a região da Andaluzia.
De salientar o facto de algumas unidades de alojamento nos terem referido que recebem
hóspedes estrangeiros por se encontrarem incluídas em guias turísticos internacionais
conhecidos (Routard, Lonely Planet).
A complementar a oferta hoteleira e similares contam-se também 17 quartos com 32
camas oferecidas por particulares e não inscritas na Direcção-Geral do Turismo, que em
geral, praticam preços inferiores aos restantes alojamentos turísticos: a mão-de-obra é
sobretudo doméstica e pouco qualificada, e o acolhimento tem um cariz familiar.
55
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
O parque de campismo municipal acolhe no Inverno vários estrangeiros, nomeadamente
holandeses e ingleses, com estadias longas.
4.2 Restauração
Quadro 4 – Estabelecimentos de restauração no concelho de Serpa
Restaurante
A Adega
A Gare
A Quintinha
As Piscinas
Cruz Nova
D. Pedro
O Casalinho -Estalagem de
S. Gens
Lebrinha
Molho Bico
Nascer do Sol
O Alentejano
O Casarão
O Cuiça
O Forcado
O Forno
O Gato
O Nay
O Recanto
O Voluntário
O Zé
Pedra de Sal
Ponto de Encontro
Toca do Coelho
Tradição
Vila Branca
Zens – Restaurante Bar
Medieval
Girassol
Local
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Tipo de estabelecimento
Pizzeria
Snack Bar
Take Away
Snack Bar
Restaurante
Restaurante
Capacidade
70
68
30
90
35
42
Serpa
Restaurante
60
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Serpa
Cervejaria
Restaurante
Snack Bar
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Snack Bar
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Restaurante
Snack Bar
Restaurante
Restaurante
Restaurante
100
120
40
48
46
44
55
53
25
45
60
42
30
40
20
60
38
30
180
Serpa (St.ª
Snack Bar
Iria)
Total Serpa = 27 estabelecimentos (1491 lugares)
20
56
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Arroz Doce
Pias
Restaurante
O Adro
Pias
Restaurante
O Lagar
Pias
Restaurante
Central Norte
Pias
Restaurante
Central
Pias
Restaurante
A Cantina
Pias
Restaurante
O Alpendre
Pias
Restaurante
A Trindade
Pias
Restaurante
Zorrito
Pias
Restaurante
Total Pias = 9 estabelecimentos (878 lugares)
V. V.
Restaurante
Ficalho
Azinheira dos Guiões
V. V.
Snack Bar
Ficalho
Boa Vista
V. V.
Restaurante
Ficalho
Dimas
V. V.
Restaurante
Ficalho
A Bica do Vinho
V. V.
Restaurante
Ficalho
O Património
V. V.
Restaurante
Ficalho
Total V.V. Ficalho = 6 estabelecimentos (470 lugares)
70
80
258
80
50
140
70
80
50
A Raiana
Venâncio
O Milho
Primavera
O Tareco
20
40
170
120
V.N. São
Restaurante
Bento
V.N. São
Restaurante
Bento
V.N. São
Restaurante
Bento
Total = 3 estabelecimentos (115 lugares)
Vale de
Restaurante
Vargo
Total = 1 estabelecimento (60 lugares)
60
60
33
50
32
60
Fonte: Região de Turismo da Planície Dourada e Câmara Municipal de Serpa, 2007
No total existem 46 estabelecimentos com capacidade para 3014 lugares:
Os restaurantes são em geral de boa qualidade, maioritariamente na cidade de Serpa
e na Vila de Pias;
57
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
A gastronomia é característica da região e a sua confecção é tradicional (sem
grandes inovações);
Três produtos da região estão presentes em quase todas as refeições: o queijo, o
azeite (azeitona) e o vinho, acresce a doçaria regional.
Existe um conjunto de estabelecimentos com capacidade para grupos e que atraem
clientela proveniente de Espanha.
A mão-de-obra é em geral qualificada nos restaurantes de melhor qualidade, alguns
saídos dos cursos de formação de Beja; inversamente nos restaurantes de nível inferior
e estrutura familiar.
4.3 Animação turística
Nos concelhos de Beja e Mértola já existem empresas com ofertas nesta área,
sobretudo para actividades ao ar livre ao longo do Rio Guadiana.
Algumas empresas sedeadas na região de Lisboa e no Alentejo oferecem programas
para o concelho de Serpa, principalmente relacionados com as actividades de
desporto e aventura, património monumental e gastronomia;
A AlentejoTours, com sede em Beja, que tem como objectivo organizar a oferta
turística do Alentejo, incluindo Serpa, através da oferta de programas estruturados,
organizados por temas e programas faça você mesmo. Têm acordos com várias
agências de viagens em Portugal e fazem a promoção externa em Espanha, nas
regiões da Andaluzia e da Estremadura.
58
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
EMPRESAS DE
ANIMAÇÃO TURÍSTICA
COM PROGRAMAS EM
SERPA
Cabra Montez – Eventos
Alternativos e Animação
Turística
Sede: Belas
Fuga Perfeita Animação e
Turismo Cultural
Actividades ao ar livre –
canoagem, BTT, passeios
pedestres, entre outros
Programa Histórias e
Sabores do Alentejo,
Serpa e Moura
Sede: Colares
Alentejo Tours,
Operador turístico
regional especializado no
Alentejo Sede: Beja
Programas:
Vinhos e Gastronomia
Histórico Culturais
Natureza
O Monte das Arouchas, a 2 km de Serpa, a caminho de Pias, oferece a possibilidade
de realização de eventos diversos, como casamentos, festas tradicionais alentejanas
com cantares e comida típica.
59
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
5 Procura Turística
Recordemos os traços gerais do turismo na Região da Planície Dourada, segundo
informação disponibilizada pela Região de Turismo e referente a 2006, ano em que foi
elaborado um inquérito ao turista, tendo sido obtidas 300 respostas (64% de
Portugueses e 36% de Estrangeiros).
O território da Planície Dourada, correspondente à parte interior do distrito de Beja (13
concelhos) atrai um perfil de turista que quer fugir aos destinos de massas e que está
disposto a gastar mais dinheiro em produtos cuja qualidade reconhece.
O turista que procura o Baixo Alentejo, seja ele nacional ou estrangeiro, pertence, na
sua generalidade, a um estrato social, económico e cultural mais elevado do que a
média:
são turistas que se deslocam em pequenos grupos, famílias ou em casais e,
normalmente, em automóvel próprio ou alugado;
predominam largamente os turistas portugueses, claramente menos no segmento de
65 e +anos;
a motivação das viagens é a vivência de férias e fins-de-semana;
As estadas são predominantemente curtas e inferiores a 5 noites;
Na
atractividade
destacam
a
paisagem,
a
tranquilidade
e
o
património
arquitectónico, mas também a gastronomia e a hospitalidade;
Muitos definem as visitas, sobretudo os portugueses, muito influenciados por
familiares e amigos;
Nas práticas turísticas relevam-se o descanso, a par das visitas aos museus e
monumentos, de algumas actividades ao ar livre, sem esquecer a restauração, a que
os estrangeiros são também muito sensíveis;
60
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
INQUÉRITO AO TURISTA 2006 – REGIÃO DE TURISMO DA PLANÍCIE DOURADA (RTPD)
CARACTERIZAÇÃO DO TURISTA
Nacionalidade dos turistas com origem fora de Portugal
20
15
10
5
25-34 anos (24,7%)
45-54 anos (19,1%)
15-24 anos (82% origem em Portugal)
= ou > 65 anos (turistas estrangeiros
são mais do dobro dos nacionais)
Britânica
Alemã
Holandesa
Estatuto profissional actual segundo o país de origem do turista
Quadro superior
Estatuto profissional
Faixas etárias mais representadas:
Espanhola
Italiana
Nacionalidade
Francesa
Suiça
Canadiana
Americana
Sul Africana
Russa
Brasileira
Australiana
Sueca
Dinamarquesa
Lituana
Belga
Austriaca
Irlandesa
Estoniana
0
Finlandesa
Nº de respostas
25
Conta-própria
Portugal
Trabalhador qualificado
Estudante
Outro
país
Quadro técnico
Reformado
Outro
Desempregado
Doméstico/a
0
5
10
15
20 25 30 35
Nº de respostas
40
45
61
50
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
INQUÉRITO AO TURISTA 2006 – REGIÃO DE TURISMO DA PLANÍCIE DOURADA (RTPD)
CARACTERIZAÇÃO DA VISITA
Nº de noites de estada na Planície Dourada
5%
Motivo da visita em função da origem
82
79
Motivo da viagem
Férias
Nenhuma
Uma a duas
Portugal
49
Fim de semana
11%
11%
7%
Três a cinco
3
Seis a oito
Outro
país
28
Trabalho
11
Visitas (sem
dormida)
14
23%
9
7
0
10
Sem dados
43%
2
Outro
Mais de oito
Principais atractivos que o trouxeram à RTPD
20
30
40
50
60
Nº de respostas
70
80
90
Paisagem
Tranquilidade
Gastronomia
Mais visitantes nos meses:
Património Arquitectónico
Hospitalidade
Agosto (1º), Julho (2º),
Dezembro (3º) Janeiro (4º)
Concelhos mais visitados:
Beja (1º), Serpa (2º),
Mértola (3º), Moura (4º)
Preservação do ambiente
Preços
Outros
Acessibilidades
0
20
40
60
80 100 120 140 160 180 200 220
Nº de respostas
62
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
INQUÉRITO AO TURISTA 2006 – REGIÃO DE TURISMO DA PLANÍCIE DOURADA (RTPD)
CARACTERIZAÇÃO DA VISITA
Razões de escolha da RTPD
Visita anterior
Conselho de amigos/familiares
Avaliação de 17 aspectos da região
(escala de 1 – mau a 5 – excelente)
Portugal
Outro
Internet
Outro
país
Artigos revistas/jornais
Classificação global da região é marcadamente
positiva
Média: 3,73
Guias turísticos
Publicidade da RTPD
Agência de viagens
Brochuras turísticas
Actividades praticadas/a praticar durante a visita à RTPD
0
10
20
30
40
50
Nº de respostas
60
70
80
Museus/Monumentos
Descansar
Restaurantes
Portugal
Actividades ao ar livre
Outro
país
Feiras
Bares/Discotecas
Outro
Rota do Fresco
Parque Temático
Eventos desportivos
Congressos/Seminários
0
20
40
60
80
Nº de respostas
100
120
63
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Analisemos complementarmente, alguma informação específica da procura turística
incidente no concelho de Serpa, e traduzida nos quadros que se seguem:
Quadro 5 – Indicadores de Hotelaria por concelho (2004)
Nº. de noites
1,3
4,9
0,4
16,8
28,1
Dormidas
em estab.
Hoteleiros
e
Similares
por 100
Hab.
N.º
55,8
1,2
21,4
0,2
2,8
25,5
41,4
1,3
14,0
1,1
21,6
27,6
154,5
1,4
8,4
0,5
17,1
28,9
76,0
Estada média
de hóspedes
estrangeiros
Serpa
Ferreira
do
Alentejo
Beja
Baixo
Alentejo
Número de
camas por
por 1000
Habitantes
Hóspedes
por
habitante
Proporção
de
Hóspedes
Estrangeiros
N.º
Proporção
de
dormidas
entre
Julho
e
Setembro
%
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2004
Nota: Os dados apresentados abrangem apenas os estabelecimentos classificados na Direcção Geral do
Turismo. Estes e outros indicadores de hotelaria não foram possíveis de obter para o concelho no ano 2005
visto que, segundo o INE, não respeitaram os critérios de qualidade por uma de duas situações: “o número
de estabelecimentos é inferior a 10 e houve estimativa do valor de dormidas de pelo menos um
estabelecimento ou a unidades territoriais com 10 ou mais estabelecimentos em que o valor declarado das
dormidas é inferior a 70% do total das dormidas estimadas”.
Figura 14 – Nº de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros no concelho de Serpa, segundo o
país de residência habitual, em 2004.
União Europeia (15)
Total
Geral
Total
UE25
6.167
5.942
Total
Portuga
l
Reino
Unid
o
5.94
0
5 129
210
Espanh
a
Alemanh
a
Franç
a
Países
Baixos
Itália
192
182
76
53
37
E.U.A
68
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2004
64
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Figura 15 – Nº de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros no concelho de Serpa, segundo o
país de residência habitual, em 2004
Total
Geral
Total
UE25
Total
Portugal
8.967
8.702
8.700
7.600
União Europeia (15)
Reino
Alemanha
Espanha
Unido
278
272
251
França
Países
Baixos
Itália
90
66
57
E.U.A.
89
Fonte: INE, Estatísticas do Turismo, 2004
Nota: Em ambos os quadros os totais não correspondem à soma das partes em virtude de não ser publicada
alguma informação de menor valor expressão quantitativa.
Em 2006, as dormidas apontam para um crescimento de 19% em relação a 2005:
os portugueses continuam a ser o principal mercado com um peso de 82%;
os acréscimos verificaram-se em todos os principais mercados externos, excepto
nos EUA;
Espanha é o país mais representativo dos mercados externos, com 29,6% do total
das dormidas: proximidade e campanhas de promoção desenvolvidas pelo Turismo
do Alentejo;
em segundo lugar encontramos o Reino Unido, com 11,6%, seguido pela Alemanha
com 9,6%.
Apenas foi possível obter dados para a estada média no estabelecimento (hotel, pensão,
outros) – Serpa (1,5 noites) e Baixo Alentejo (1,4 noites) e para a taxa de ocupaçãocama – Serpa (32,7%) e Baixo Alentejo (25%).
65
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
A informação anterior é, até certo ponto, confirmada pela frequentação dos Postos de
Turismo.
Existem dois postos no concelho de
Serpa: um situado na cidade, no
centro histórico, junto da Praça do
Município;
outro,
localizado
na
estrada que faz a ligação a Espanha,
freguesia Vila Verde de Ficalho, muito
perto da fronteira.
Muitos turistas não procuram os postos de turismo e muitos visitantes que os procuram
não são turistas (permanência inferior a 24 horas).
Nos últimos anos, o número de visitantes anuais tem registado flutuações várias,
tanto dos nacionais como dos residentes no estrangeiro, com ritmos aliás em grande
medida semelhantes;
Nos estrangeiros figuram maioritariamente, mas dependendo dos meses do ano,
ingleses, espanhóis e franceses;
Note-se que a informação turística facultada no posto de Serpa é pouco articulada e
orientadora. Os folhetos disponibilizados não têm ligação entre si, nem se enquadram
num roteiro geral; Alguns são esteticamente agradáveis mas dão pouca informação.
Não existe por exemplo referência às zonas de caça. O posto abre as 9h, fecha para
almoço das 12.30h as 14h e encerra às 17h30 (7 dias por semana). Assegura vendas
de publicações diversas e de artesanato.
A maioria das unidades de alojamento está presente nos Postos de Turismo apenas
através de um pequeno cartão de visita.
66
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
10000
16000
9000
14000
8000
12000
7000
6000
10000
5000
8000
4000
6000
3000
4000
2000
2000
1000
0
Nº total de visitantes no posto de
turismo
Nº de visitantes portugueses e
estrangeiros
Figura 16 – Visitantes no Posto de Turismo de Serpa
0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Portugueses
Estrangeiros
Total
Fonte: Câmara Municipal de Serpa, 2007
67
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
6. Informadores Privilegiados
Trabalho de campo – Concelho de Serpa 19/11 a
30/11 de 2007
Ao nível da Câmara
Vice-Presidente e Vereador José Sesinando – Pelouros da Cultura e Urbanismo
Dr.ª Anabela Arsénio – Câmara Municipal de Serpa
Sr. Fernando Mestre - Câmara Municipal de Serpa (viagem pelo concelho)
Dr. Sebastião Rodrigues – Vereador da Oposição e Presidente da Associação de
Agricultores do concelho de Serpa
Dr. Sérgio Pestana – Câmara Municipal de Serpa
Informadores Institucionais:
Sr.ª Rosalina Caeiro – Junta de Freguesia de Pias
Dr. Manuel Machado Nunes – Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de S.
Bento
Dr. Mário Apolinário – Presidente da Junta de Freguesia de Salvador
Dr. José Monteiro – Junta de Freguesia de Salvador
Dr.ª Ana de Seixas Palma – Região de Turismo da Planície Dourada
Dr. Pedro Rocha – Director do Parque Natural do Vale do Guadiana
Eng.º. David Machado – Associação Rota do Guadiana
Ana Margarida Bravo – Chefe da Agência HALCON Viagens
Domingos Breyner – Proprietário do Monte das Arouchas
Sr. José Miguel Carvalho – Representante da Zona de Caça Turística e proprietário da
Herdade da Cascalheira
Professora Lurdes Pato – Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa
Professor Azedo (Ginásio)
68
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Unidades de alojamento (visita e/ou contacto telefónico):
Sr.ª Margarida Gonçalves – Residencial Pulo do Lobo
Sr. Vítor – Albergaria Bética
Sr.ª Raquel – Residencial Serpínia
Sr. David Figueira – Residencial Beatriz
Eng.º João Costa – Monte de Vale Perditos
Dr.ª Teresa – Monte da Morena
Dr.ª Sílvia – Casa de Serpa
Sr. José Horta – O Casarão
Sr. Vasco Azedo – Zens Village
Estalagem S. Gens
Outeiro da Vila
Casa da Muralha
Parque de Campismo Municipal
Visitas:
Museu Etnográfico
Museu do Relógio
Livraria “Vemos, Ouvimos e Lemos”
Adega em Pias
Queijaria em Serpa
Pulo do Lobo
Albufeira do Enxoé
Espanha – Rosal de la Frontera
69
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
7. Empresa e Equipa
A IPI, fundada em Lisboa em 1999, integra uma rede de pequenas empresas de
consultadoria de excelência em Lisboa, Madrid, Paris, Washington, D.C., Maastricht e
Istambul, com ética, dimensão e procedimentos análogos.
Esta rede desenvolve uma política de integração e complementaridade, que é também
apoiada num conjunto de parcerias com empresas e instituições perfilhando os mesmos
valores.
A rede IPI:
afirma
uma
actividade
de
consultadoria
orientada
para
a
inovação,
o
desenvolvimento estratégico, a potenciação de oportunidades, a implementação de
projectos e a concretização de iniciativas;
adopta uma morfologia interdisciplinar, assumindo a dinâmica do risco e a partilha
do conhecimento na confiança e numa ética de responsabilidade.
A rede IPI actua nas seguintes áreas:
Desenvolvimento regional, local e sectorial;
Microempresas e trabalho;
Inovação e qualidade;
Ambiente;
Património cultural;
Análise de impacte económico e fiscal;
Indicadores de actividade económica.
Na constituição das suas equipas, a IPI escolhe pessoas com carreiras e experiências
profissionais consolidadas e reconhecidas na vida académica, na administração pública
e na administração de empresas.
70
Plano de Desenvolvimento Turístico de Serpa – Parte 2
Neste trabalho colaboraram:
Coordenador:
−
Professor Dr. Carlos Laranjo Medeiros
Consultores especialistas:
−
Dr. António Abrantes
−
Professora Doutora Carminda Cavaco
−
Mestre Graça Joaquim
−
Drª. Paula Oliveira
Investigadores:
−
Engª. Andreia Salvado
−
Eng. Bruno Vila Lobos
71
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