CADERNOS SÉRIE COOPERAÇÃO IILA 35 Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico por Mario Lepore - Cecilia Santinelli Santa Tereza (Río Grande do Sul) - Brasil 18 - 29 de setembro de 2006 Curso financiado pela Direção Geral para a Cooperação ao Desenvolvimento do Ministério de Assuntos Exteriores da Itália no âmbito do Programa de Tutela, Gestão e Valorização do Patrimônio Cultural dos Países Latino-Americanos 1 © IILA, 2007 2 ÍNDICE Apresentações Embaixador Paolo Bruni, Secretário Geral do IILA pag. 5 Francesco Barbaro, Cônsul Geral da Itália no Rio Grande do Sul 7 Luiz Carlos Riboldi, Prefeito Municipal de Santa Tereza - RS 9 Andréa Papi, Coordenador Científico do Curso 11 Introduções A preservação do patrimônio arquitetônico nas áreas de imigração italiana no Rio Grande do Sul: registros de uma trajetória Ana Lúcia Goelzer Meira, Arquiteta, Mestre em Planejamento Urbano e Regional, Superintendente Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul 13 Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico Mario Lepore, experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de Firenze - Departamento de Economia Empresarial 17 Registro fotografico 21 História e arquitetura 29 As atrações deste território quanto ao aspecto naturalístico 45 Rota Religiosa 51 Economia, gastronomia, artesanato 54 Documento final elaborado pelos participantes 58 A imprensa 59 3 4 Embaixador Paolo Bruni Secretário Geral do IILA O Curso de Santa Tereza enquadra-se no processo de “Valorização e tutela do patrimônio cultural como recurso de desenvolvimento e promoção das relações neste campo entre a Itália e os países latino-americanos” encaminhado pelo IILA, após a subscrição de um Acordo de Trust Fund com a Direção Geral para a Cooperação ao Desenvolvimento do Ministério de Assuntos Exteriores da Itália (DGCS/MAE) em setembro de 2000. Nesse âmbito o IILA organizou intervenções dirigidas à formação de recursos humanos, instrumento principal e imprescindível para salvaguardar e valorizar o Patrimônio Cultural de um povo. O Curso de Santa Tereza nasce da vontade de preservar o importante patrimônio históricocultural das áreas de forte imigração italiana repetidamente expressada ao IILA pelo IPHAN o qual, sendo uma instituição nacional preposta à sua tutela e conservação, declarou bens patrimoniais de especial interesse histórico/artístico numerosas obras e/ou sítios da cidade enquadrando-os no âmbito da lei de tutela do Patrimônio Nacional. A realização deste curso foi intensamente desejada pela Municipalidade de Santa Tereza, que queria acelerar o processo de promoção turística já iniciado e considerado como uma das maiores prioridades na zona, enfatizando a herança cultural e a tradição arquitetônica de uma população que, ao 95%, é de clara descendência italiana. Nesse contexto julgou-se oportuno propor a mesma aproximação metodológica aplicada em atividades anteriores sobre o mesmo tema – Ouro Preto (Estado de Minas Gerais), Rio de Janeiro (também em colaboração com a Fundação Getúlio Vargas), Ilópolis (Estado de Rio Grande do Sul), Angra dos Reis (Estado de Rio de Janeiro) – embora considerando as diversas exigências econômicas e sociais do território de Santa Tereza. O Curso, destinado à promoção e à valorização do patrimônio cultural, teve o objetivo de realizar um projeto turístico integrado entre gestão cultural e gestão econômica, através da recuperação da memória histórica das raízes culturais e o desenvolvimento da organização dos serviços dos diversos atores do território. Dito projeto, que foi desenvolvido cuidando especialmente dos aspectos histórico e arquitetônico, naturalístico, religioso e econômico, permitiu identificar específicas figuras profissionais em um contexto desejoso de oferecer novos e mais adequados serviços, mas principalmente difundir o seu território e sua cultura. Assim foi possível incluir no projeto, percursos territoriais de comunidades confinantes com características ambientais e territoriais diversas, mas complementárias. Minha apreciação dirige-se, portanto, a todos os organizadores do Curso: em particular ao senhor Luiz Carlos Riboldi, prefeito de Santa Tereza, a César Augusto Prezzi, coordenador local, e à Arquiteta Ana Meira, Superintendente Regional do IPHAN no Estado de Rio Grande do Sul, quem sempre sustentou este projeto. Segue o meu agradecimento também às entidades privadas locais que ofereceram seu apoio dando exemplos práticos de colaboração entre público e privado. Desejo recordar de especial modo o meu predecessor, o Embaixador Paolo Faiola, quem com sua sensibilidade e atenção ao território de Santa Tereza, preparou os acordos para a realização deste projeto. 5 6 Francesco Bárbaro Cônsul Geral da Itália no Rio Grande do Sul Santa Tereza, município de 2000 almas, situado 130 km ao norte de Porto Alegre, foi fundada no ano 1875 por imigrantes vénetos, chegados no Brasil invitados pelas autoridades de Rio de Janeiro, as quais nesse tempo procuravam mão de obra especializada e agricultores da Europa para popular os extensos territórios da Serra Gaúcha e promover o desenvolvimento agrícola e industrial dessa área. Até os anos recentes, Santa Tereza foi uma aldeia do município de Bento Gonçalves, o qual também é uma cidade fundada por imigrantes chegados da Itália do norte, e é hoje um município autônomo, pequeno centro agrícola de primeira importância e uma localidade que goza de um status especial, o de município culturalmente protegido. A comuna conservou o perfil das velhas aldeias do Véneto: ruas com empedrado, casas de dois pisos com telhado de chapa de zinco, lojas de gêneros alimentares construídas com pedras e tijolos, com as velhas adegas para a conservação de queijos e vinhos. A torre da igreja da aldeia, construída com tijolos sem reboco segundo o modelo da igreja de San Biagio di Collalta, em província de Treviso, tem um bonito campanário que foi construído por fabricantes de campanas trazidos da Itália. Os habitantes de Santa Tereza falam o dialeto de seus antepassados, enriquecido com novas palavras brasileiras. Consideram o dialeto como uma sinal de distinção da qual estão orgulhosos. O amor da língua véneta, aliás, é comum à maioria dos habitantes de origem italiana da Serra Gaúcha. Zona de vocação agrícola, Santa Tereza fica no centro de uma área essencialmente vinícola, cujos campos e vinhas reproduzem um ambiente e uma atmosfera que lembra a paisagem italiana. Em uma área de 90 quilómetros quadrados, que estende-se entre Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Farroupilha e compreende, entre outros, os municípios de Nova Brescia, Garibaldi e Nova Roma, há uma produção anual de 80.000 toneladas de vinho, colocando a região à vanguarda no Brasil. Precisamente a área de Santa Tereza é o centro da produção do famoso espumante Moscatel, o melhor do Brasil e, provavelmente, um dos melhores do mundo. O agrado das residências urbanas e a ordenada sucessão de campos e vinhas em uma paisagem que conserva uma imponente beleza são testemunhas de um discreto bemestar e do equilíbrio entre os habitantes e a natureza. Mas tanto agrado não deve iludirnos: nada foi regalado aos habitantes do lugar. A área, hoje coligada por cômodas estradas, era impenetrável, praticamente inacessível quando chegaram os primeiros imigrados. Para chegar a Santa Tereza, por exemplo, era necessário subir navegando contra a corrente das águas do Guaíba em barcas e jangadas. Os imigrantes não foram recebidos por campos de trigo nem árvores carregados de frutos. Havia malária, que fiz centos de vítimas, e as terras, que o governo vendia por crédito aos imigrantes, eram principalmente pedragais, terrenos impérvios que somente uma vontade bravia podia enfrentar e arrotear. 7 Os imigrados não acharam o ouro nas areias do Guaíba, nem acharam ajuda nas autoridades do lugar, as que normalmente desinteressavam-se de sua sorte. Amontoados em barracas provisórias, sem assistência médica, sem escolas ou ligação com a cidade, os imigrados trabalharam, suaram, superaram todo tipo de obstáculos e por fim, venceram o seu desafio. A resistência às fadigas e o instinto de possuir uma propriedade explicam uma vicissitude que tem as características, dito sem retórica, da epopéia e que tem, precisamente em Santa Tereza, uma expressão emblemática. 8 Luiz Carlos Riboldi Prefeito Municipal de Santa Tereza - RS O município de Santa Tereza está situado na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul e foi colonizado em meados de 1877. Atualmente, cerca de 80% da sua população é formada por descendentes de italianos e entre eles a grande maioria originários das Regiões do Vêneto, Trentino, Friuli-Venezia Giulia e Lombardia. Desde a sua chegada os imigrantes e seus descendentes têm operado para o contínuo progresso da cidade. Sua população cujos sobrenomes típicos provêm do norte da Itália, como Cremonese, Ferronato, Cella, Casagrande, Furlanetto, Trevisan, Baggio, Sartori, Baldissera, Prezzi, Riboldi, Valduga, em diversas ocasiões manifestou grande interesse em estabelecer laços fortes e contínuos com Instituições representativas da região de proveniência dos imigrantes, como modo de aproximar os cidadãos da sua “pátria de origem” e reforçando assim as suas raízes culturais e históricas. Por ocasião dos 131° anos da chegada dos imigrantes italianos no Brasil, o Município de Santa Tereza estabeleceu uma série de ações e relações de intercâmbio que nortearam esta data comemorativa. É sobre a base destas premissas que a Municipalidade de Santa Tereza acatou imediatamente a idéia de dar início e facilitar fecundas relações de trabalho e amizade com a Itália, com o objetivo de promover iniciativas adequadas para favorecer o recíproco conhecimento entre as civilizações e reforçar o senso de pertencimento, estimulando o desejo de compartilhar e manter vivos os elementos de civilidade e cultura que são comuns entre as mesmas. As edificações históricas e centenárias que compõem o conjunto arquitetônico revelam a diversidade de origem dos imigrantes provenientes de diferentes regiões da Itália, sendo esse o maior legado deixado pelos antepassados ao reconhecido patrimônio material e imaterial deste singular conjunto histórico da imigração italiana na América do Sul. Em particular, a importância e o valor da arquitetura de Santa Tereza podem ser identificados primeiramente pela horizontalidade da paisagem, um verdadeiro “PAESE” às margens do Rio Taquari, rodeado de matas nativas e localizada ao final da antiga Linha Leopoldina que percorre todo Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves. A paisagem emoldura e destaca o campanário veneziano, uma réplica construída pelo imigrante Massimiliano Cremonese, originário de Fagaré della Battaglia, Comune di San Biagio di Callalta – Treviso. Sediar o curso de Valorização Turístico - Ambiental e estudar propostas e ações significativas para a gestão, promoção e valorização do Patrimônio Cultural envolvendo o território premia o trabalho da comunidade na preservação de seu importante acervo arquitetônico, histórico e natural, exatamente no ano em que o Ministério da Cultura através do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, concluiu todo processo de tombamento nacional, e que aguarda apenas a fase de inscrição e de lançamento no livro tombo do Patrimônio Histórico do Brasil. Em 2006 Santa Tereza emprestou seu belíssimo cenário para as gravações do Filme Saneamento Básico, dirigido pelo cineasta Jorge Furtado, com interessantes e intensas locações envolvendo o casario do núcleo histórico. Mais de uma centena de figurantes da comunidade participaram e envolveram-se na história do filme que foi rodado principalmente na Avenida Itália, no antigo cinema e em frente à sede da prefeitura, prédio que lembra traços da arquitetura palladiana. 9 O Município trabalha intensamente para o desenvolvimento de um modelo de turismo sustentável e harmônico que visa garantir a preservação da paisagem e o patrimônio cultural. Participa do Fórum Mundial de Turismo Sustentável e integra a rede das cidades junto com Diamantina, Bonito, Centro Histórico de Salvador, Penedo, Aracati, Goiás Velho. Desenvolve ações conjuntas também para Intensificação do Intercâmbio com a Itália e encaminhamento do processo de Gemellaggio com uma cidade de San Biagio di Callalta – Treviso. Foi o primeiro município do Brasil a realizar um concurso público para planejamento de toda infra-estrutura da cidade, em parceria com IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil, no qual participaram mais de 40 projetos apresentados por profissionais de todas as regiões. A Execução do Concurso para valorização turística e do Patrimônio junto ao IAB, está realizando, nesta fase, a sinalização turística na cidade e a renovação dos passeios públicos. Assim, ao recebermos em 2005, a visita de técnicos do IILA - que desenvolviam atividades em Ilópolis - RS, tivemos a certeza imediata da necessidade de realização de um trabalho conjunto com estes profissionais e especialistas gabaritados para encaminhar projetos de conscientização, valorização, preservação e desenvolvimento arquitetônico, turístico e ambiental em nosso Município. Agradeço em nome de todos os municípios do Rio Grande do Sul e também em nome de todos participantes da Serra Gaúcha a distinção conferida pelo IILA na escolha de nossa cidade, e ainda pelo apoio, empenho e interesse em desenvolver este trabalho pioneiro em Santa Tereza, modelo para toda região. Referência especial merecem o Presidente do Comitê, Dr. Adriano Bonaspetti, e o Prof. Andréa Papi por terem apoiado a realização deste Curso e, principalmente, por tornar conhecido o legado cultural dos imigrantes italianos no Rio Grande do Sul em laboriosas instituições da Itália. Ao assinalar os méritos de um trabalho de alto nível técnico realizado por profissionais brasileiros e italianos, destacamos o do Professor e Dr. Mario Lepore pelo seu significativo aporte técnico e profissional que extrapolou as fronteiras do Curso e deixa como legado as bases para um planejamento inteligente e vinculado às potencialidades regionais. Seu empenho, ensinamentos e sua capacidade de congregar lideranças, saberes e conhecimentos científicos relacionados à promoção e valorização do patrimônio cultural e ambiental, fortaleceram a convivência dos grupos de trabalho que indicaram novos caminhos pelos quais Santa Tereza trilha com um planejamento sólido e promissor. Ao Presidente da Associação de Preservação do Patrimônio Histórico Arquitetônico e Turístico de Santa Tereza (APHAT-ST), o Professor e Pesquisador Sr. César Augusto Prezzi pela iniciativa das ações acima citadas e pela liderança no sentido de divulgar o patrimônio cultural de Santa Tereza, assim como pelo gerenciamento de todas as etapas deste curso, demonstrando grande dedicação e disponibilidade na organização das atividades. Também no estabelecimento de toda programação paralela em conjunto com a Atuaserra e Iphan no sentido de reunir as melhores referências e experiências regionais que serviram de fundamentação para todo trabalho. Finalmente registrar o desejo dos participantes do curso e de toda comunidade por ocasião da conclusão do mesmo, no sentido de serem firmadas ações futuras para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos e para a concretização do projeto do Museu Histórico do Acordeão. 10 Andrea Papi Coordenador Científico do Curso O curso realizado em Santa Tereza é a continuação das intervenções do IILA no Rio Grande do Sul vinculadas à imigração italiana que tiveram início no ano 2005 em Ilópolis com dois cursos: um de “Artesanato e Restauração da Madeira” e outro de “Valorização do Patrimônio cultural da imigração italiana”. O objetivo comum e principal das intervenções realizadas foi sensibilizar a salvaguarda da história coletiva através da conservação da paisagem, das arquiteturas, dos objetos, das tradições artesanais e gastronômicas e também das memórias orais e de revitalizar antigas técnicas artísticas e artesanais que fazem parte desse patrimônio. Desenvolveu-se todo isso com o objetivo de oferecer instrumentos concretos e integrados que estimulem a valorização da zona e que encaminhem a realização de projetos vinculados à conservação, à restauração e à promoção turística da zona. A experiência e a profissionalidade do Prof. Mario Lepore, Docente na Faculdade de Economia da Universidade de Florência, adquiridas na Itália e nos países latino-americanos, permitiram identificar, além das instituições públicas, também a presença de operadores particulares indispensáveis na realização interativa do projeto turístico segundo as novas orientações do desenvolvimento sustentável, que prevêem uma conexão entre o setor público e o setor privado. 11 12 Introduções A preservação do patrimônio arquitetônico nas áreas de imigração italiana no Rio Grande do Sul: registros de uma trajetória Ana Lúcia Goelzer Meira * A vinda de imigrantes europeus ao Brasil, no século XIX, incentivada pelo Governo Imperial, atendia a vários interesses do país na época. Especificamente no Rio Grande do Sul – o mais meridional dos estados brasileiros, grande parte do processo de imigração ocorreu concomitante às guerras pela delimitação do território brasileiro em relação à Argentina e ao Uruguai. A colonização revestia-se de importância estratégica para garantir a ocupação dessas terras. Além disso, os minifúndios com mão de obra livre e produção diversificada dos imigrantes vieram se opor à sociedade escravista e estratificada dos latifúndios rio-grandenses, dedicados à pecuária e à monocultura. Os imigrantes foram influenciados e influenciaram a cultura do Rio Grande do Sul, aportando maior diversidade aos elementos e valores existentes antes de sua chegada. A vinda dos imigrantes germânicos iniciou, oficialmente, em 1824, e dos italianos, em 1875. Esses contingentes migratórios foram os mais importantes mas não os únicos, pois também aportaram, no Estado, imigrantes portugueses, franceses, espanhóis, letos, sírios, libaneses, poloneses, judeus de diversos países, austríacos e outros. As diferenças transformaram-se em fontes de troca e de socialização, propiciando uma acumulação de saberes e um processo de avanços que garantiu a sobrevivência desses grupos. No que se refere à arquitetura, cada corrente migratória trouxe uma cultura que se adaptou nos programas de necessidades, nos partidos arquitetônicos e nas técnicas construtivas. Em decorrência, as edificações construídas nas diversas áreas de imigração compreendem espaços edificados com diversidade formal e técnica, com características peculiares devido à utilização de materiais locais e, muitas vezes, com influência do repertório arquitetônico luso-brasileiro ou do historicista. E marcaram profundamente a paisagem do Rio Grande do Sul. No entanto, não é exagero dizer que as arquiteturas das áreas de imigração alemã e italiana encontram-se ameaçadas de extinção, como o mico-leão dourado ou a arara azul na natureza brasileira. Essas edificações testemunham um período fundamental na história da ocupação e do desenvolvimento regional, período que já encerrou o seu ciclo econômico e que deixou valiosos testemunhos materiais e imateriais. Algumas casas de pedra, de enxaimel ou de madeira teimam em permanecer em pé e ainda fazem parte do nosso cotidiano, mas o ritmo da destruição é acelerado. A imigração italiana foi implantada na Encosta Superior do Nordeste – região de relevo acidentado e nas terras devolutas da Depressão Central do Estado, em Silveira Martins. Também houve colônias particulares como a Vila Nova – hoje bairro de Porto Alegre, Cacique Doble e –––––––––––––––– * Arquiteta, Mestre em Planejamento Urbano e Regional, Superintendente Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul. 13 outras. Os imigrantes não constituíam um grupo homogêneo. Provinham de diferentes regiões do norte da Itália – principalmente do Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto-Adige e Friuli-Venezia Giulia. No período de 1875 a 1914, aproximadamente 75.000 italianos se estabeleceram no Rio Grande do Sul.1 Nas décadas iniciais, os colonos construíram com materiais disponíveis nos locais - como pedra, madeira, barro. A grande disponibilidade de madeira na região nordeste do Estado propiciou a utilização maciça desse material na arquitetura. Com o desenvolvimento da indústria madeireira, que explorou principalmente as grandes reservas de araucária da região, as construções com esse material se disseminaram. As casas de madeira coloniais, que apresentam grande diversidade formal, podem ser consideradas uma criação dos imigrantes italianos. Adquiriram características próprias quando associadas à pedra e ao tijolo como alternativas para vencer a topografia acidentada das colônias. Os programas arquitetônicos mais importantes, além do residencial, eram aqueles relacionados ao trabalho e à religião. Dispersos pelos lotes oficiais, os imigrantes construíam coletivamente as capelas, que se transformaram nos lugares fundamentais de sociabilidade das regiões coloniais. A religiosidade era importante para manter a coesão e a solidariedade e às igrejas somavam-se os capitéis. No entorno das capelas apareceram os salões de festa, as casas comerciais e as ferrarias, e muitas vezes deram origem a pequenos núcleos. A evolução de estabelecimentos artesanais como ferrarias, marcenarias, padarias, sapatarias, lanifícios, serrarias, tanoarias e cantinas e a acumulação de capital daí decorrente colaborou para o desenvolvimento industrial das colônias italianas. O desenvolvimento verificado, a partir da década de 1950, trouxe profundas mudanças em seu território. As cidades se adensaram, a paisagem tradicional foi modificada, as casas antigas demolidas. As formas tradicionais foram substituídas por padrões mais homogêneos. Núcleos urbanos como Antônio Prado e Santa Tereza fugiram à regra e ainda mantiveram um conjunto significativo de edificações de madeira e alvenaria rebocada que mescla elementos tradicionais com a influência da arquitetura oficial. Antônio Prado se constitui no mais significativo conjunto de arquitetura urbana representativo da imigração italiana no país. Manteve-se preservado devido à estagnação econômica e ao isolamento em relação à rede viária da região. O primeiro tombamento realizado pelo IPHAN foi o da Casa Neni em 1985. Logo depois, foi preservado o conjunto arquitetônico e urbanístico da área central, composto por quarenta e sete exemplares. Predominam as edificações de madeira, com um ou dois pavimentos, ornamentadas com lambrequins. As residências de alvenaria rebocada possuem ornamentação simples, restrita a cimalha e cunhais. Representam uma arquitetura nova, que aliou a bagagem trazida pelos imigrantes com a disponibilidade farta da madeira para construção, que não ocorria na Itália. Mas a importância de Antônio Prado não se esgota no conjunto arquitetônico. Enriquece-se com os hábitos cotidianos da população. O isolamento da cidade manteve preservados os dialetos, a culinária, o artesanato, as crenças, os mitos, as canções, enfim, uma visão de mundo particular. A paisagem, com a vegetação e o relevo do sítio, emoldura o conjunto. Santa Tereza representa um outro patrimônio, em que a recriação da Itália no novo país se fez presente na escolha do sítio de implantação da cidade e na construção da igreja e do –––––––––––––––– 1 BERTUSSI, Paulo Iroquez. Elementos de arquitetura da imigração italiana. In: WEIMER, Günter (Org.). A Arquitetura no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983. 14 campanário à semelhança do país de origem. Difícil não evocar a paisagem italiana ao chegar à cidade. A variedade das tipologias encontradas na área central da cidade, que remetem à região de origem dos imigrantes,2 reforçam o sentimento de trazer uma imagem perdida para servir como referência à construção de um novo lugar. Como Antônio Prado, a preservação do conjunto se deu pela interrupção do transporte que passava pelo local. Neste caso, a via fluvial que deu origem e vida a Santa Tereza foi substituída pela nova estrada, cuja construção beneficiou Bento Gonçalves. O núcleo urbano anteriormente de grande vitalidade, ficou isolado e preservou seu acervo. Ao contrário de Antônio Prado, em que a ênfase é o conjunto arquitetônico, no caso de Santa Tereza a imponência das montanhas parcialmente cultivadas trazem a necessidade de proteção mais extensa, que abrange a área urbana, o rio, a via férrea, uma parte da área suburbana. Pretende-se a proteção da paisagem urbana do núcleo, cujo processo de tombamento está em tramitação. Porém, mesmo com os tombamentos de Antônio Prado e Santa Tereza, muito ainda há que se preservar como testemunho da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Nas áreas de imigração, a arquitetura tradicional está sofrendo um processo de transformação e praticamente desaparecendo. Nas áreas urbanas, onde a destruição maciça desse patrimônio apagou as referências materiais da trajetória histórica dos imigrantes, há iniciativas que privilegiam o simulacro – como as réplicas das antigas casas de Caxias do Sul implantadas na área da Festa da Uva ou as edificações contemporâneas em “neo-enxaimel” na Região das Hortênsias. O equívoco dessas experiências leva à necessidade de preservar os remanescentes da arquitetura colonial - não como contemplação do passado, mas como acervo a partir do qual as comunidades locais podem reaprender o uso apropriado de técnicas e materiais visando à construção de um ambiente equilibrado, bem como reutilizar, economicamente, as edificações que se encontram abandonadas por meio do turismo cultural – equilibrado e respeitoso com as identidades locais. Nos anos 1980, concentraram-se os principais estudos e ações em relação a esse patrimônio. Foi a preocupação com um legado que culminou no tombamento pelo IPHAN da Casa da Neni, do conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado e de outras edificações protegidas em nível estadual e municipal. As dezenas de tombamentos realizados nessa década refletiram o momento de ampliação do conceito de patrimônio cultural no país e vieram a reconhecer, oficialmente, a contribuição dos imigrantes na constituição do que Aloísio Magalhães chamava de mosaico cultural brasileiro.3 O reconhecimento oficial desse legado, através de tombamentos, praticamente cessou no início dos anos 1990, bem como os principais projetos relativos ao seu conhecimento e valorização que eram realizados por instituições regionais. Muitas edificações de importância excepcional, –––––––––––––––– 2 Segundo informação do professor Cezar Prezzi, natural de Santa Tereza. 3 Na década de 1980, foram realizados mais de 60 tombamentos de bens representativos das culturas da imigração italiana e alemã e de sua influência posterior. Foram tombadas pelo IPHAN 48 edificações em Antônio Prado, além da Ponte do Imperador e da Casa Schmitt-Presser. Em nível estadual, foram tombadas diversas edificações, como o Casarão dos Veronese em Flores da Cunha, a Casa de Pedra em Farroupilha, a Casa Saretta em Veranópolis, o Antigo Hospital Carbone em Caxias do Sul, a Igreja Matriz de São Miguel em Dois Irmãos, dentre outras. Na década seguinte, quase nada foi protegido. Na virada do século, edificações urbanas projetadas por arquitetos alemães e italianos voltaram a ser preservadas em Porto Alegre. O tombamento da paisagem urbana de Santa Tereza tenta retomar a proteção ao patrimônio nas antigas colônias italianas. Aloísio Magalhães foi Presidente do IPHAN e responsável pela institucionalização de uma política de patrimônio voltada aos saberes da população e ao respeito pelas comunidades locais. 15 sem proteção legal, foram perdidas. Agora, torna-se necessária uma redescoberta desse patrimônio. As referências patrimoniais são fatores constitutivos das identidades locais, portanto básicas para preservar a diversidade cultural frente ao mundo globalizado. A proposta de tombamento da paisagem urbana de Santa Tereza, no momento em que se comemoram 70 anos da criação do IPHAN, pretende contribuir para manter o patrimônio legado pelos imigrantes e seus descendentes para as próximas gerações, bem como reforçar o turismo cultural que pode se constituir em importante fonte de geração de empregos a partir de agora. 16 CURSO DE TURISMO AMBIENTAL E PATRIMÔNIO HISTÓRICO Mario Lepore* O curso, orientado à gestão e à valorização do território da cidade de Santa Tereza do Rio Grande do Sul (Brasil), tinha a finalidade de realizar um projeto orientado não só à recuperação da memória histórica e de sua identidade, mas também à identificação de um percurso turísticocultural que, através da conservação e valorização do patrimônio cultural, pudesse permitir mecanismos de desenvolvimento e crescimento econômico e social. O projeto permitiu identificar e articular, graças a relevantes e coerentes ações de promoção, um percurso turístico estendido a todos os atores do território de Santa Tereza capazes de oferecer elementos de atração e desenvolvimento coligados com o processo da imigração italiana. Efetivamente, a idéia da cooperação dos sujeitos habilitados, por diversas razões, à promoção e valorização de um patrimônio compartilhado foi o elemento de maior interesse que permitiu enfrentar as várias problemáticas da gestão cultural do território aplicando o modelo de “museu difundido”. A aproximação metodológica – fruto de experiências positivas em projetos anteriores realizados pelo Instituto Ítalo Latino Americano no Brasil nos territórios de Ouro Preto (Estado de Minas Gerais), Ilópolis (Estado do Rio Grande do Sul) e Angra dos Reis (Estado do Rio de Janeiro) – representou um ponto de referimento mesmo considerando as diversas exigências locais e organizativas do território. Sob o aspecto didático a aproximação metodológica teve o objeto de observar, adquirir, analisar as informações em suas diversas formas do sentir, do comportar-se, do trabalhar e do viver com o objeto de individuar relações interativas sinérgicas entre os diversos operadores territoriais. Nesse contexto foram individuados os objetivos gerais e específicos. Objetivos Os objetivos gerais tiveram o propósito de: a) desenvolver competências organizativas em reconhecer e valorizar o patrimônio cultural do território como atividade integrada entre gestão cultural e econômica; b) identificar, através de significativas ações de marketing, atividades educativas e de trabalho para a valorização do patrimônio cultural compartido não só com as diversas organizações territoriais às quais fisicamente pertence mas também com outros grupos sociais os que, porém, compartem a mesma identidade cultural. Os objetivos específicos permitiram: a) identificar o patrimônio em suas manifestações culturais; b) estabelecer os tempos nas atividades das várias ações de pesquisa; –––––––––––––––– * Experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de Firenze - Departamento de Economia Empresarial 17 c) reconhecer, antes de empreender ações de promoção e de valorização, a importância da documentação museológica como evolução da preservação da própria identidade, conscientes de que a falta de qualquer inventariação e catalogação criaria um vazio de conhecimento. Os programas de valorização foram individuados observando as seguintes prioridades: – Pesquisa e estudo propedêuticos à realização de ações de valorização do patrimônio cultural com específico interesse territorial (por exemplo, o análise das atrativas turísticas, a ativação da secretaria de turismo e cultura, a criação de um folder e tarifário, etc. Ver as quinze prioridades propostas ao Município de Santa Tereza ao final do curso e reportadas na parte final do trabalho) observadas como estratégias de desenvolvimento para a promoção de um turismo sustentável; – Implementação das atividades sinérgicas entre os diversos atores dos territórios para a criação de novas oportunidades de trabalho e de novas figuras profissionais na atividade turística. Sujeitos interessados O percurso cultural, inicialmente previsto para o território de Santa Tereza, será ulteriormente desenvolvido no âmbito territorial de outras comunidades vizinhas cujas atividades turísticas, já consolidadas, experimentarão uma ulterior expansão graças às diversas e complementares atrações presentes em Santa Tereza. A criação de um vasto conjunto organizado de sítios culturais estimulará o desenvolvimento de um sistema de redes interconexas entre as instituições públicas e privadas favorecendo os serviços de transporte, as estruturas receptivas, as agências de viagens e as atividades culturais melhorando a gestão dos distritos culturais. Convenções especiais entre municípios competentes por território disciplinarão as realidades organizativas de “sistema” reforçando, alargando e integrando as lógicas cooperativas que presidem seu funcionamento. Conteúdo do curso Para oferecer aos participantes instrumentos significativos de aproximação às problemáticas de gestão e de marketing turístico, o programa foi desenvolvido em dois módulos distintos. O primeiro módulo tinha, sob o aspecto didático, a finalidade de desenvolver competências organizativas dentro do curso e de valorizar o patrimônio cultural da cidade e do território de Santa Tereza: mais concretamente foram observadas as diversas problemáticas relativas à interação entre gestão cultural e econômica. Na fase sucessiva dirigiu-se um especial interesse à organização dos serviços do território, às redes e aos distritos culturais, à fidelização, às fontes de financiamento, à comunicação e promoção cultural, às diversas estratégias de marketing e ao sistema de medição dos resultados. Os temas tratados foram desenvolvidos através de lições na sala de aula, visitas ao território e às suas estruturas culturais mais significativas, ao análise e à discussão de casehistories e de hipóteses de projetos elaborados para o território de Santa Tereza com a participação significativa de operadores territoriais do setor sejam públicos como privados. Com o segundo módulo foi realizado um projeto operativo de promoção e valorização de um percurso cultural articulado em quatro áreas específicas relativas a: 1. o aspeto histórico de Santa Tereza e de sua arquitetura; 2. o aspeto naturalístico e as atrações turísticas; 3. o percurso religioso; 4. o aspeto eno-gastronômico e artesanal. O módulo foi articulado nas seguintes fases de atuação: 18 Primeira Fase: Fichamento Nesta primeira fase verificou-se a existência do recenseamento, da catalogação e da eventual notificação dos diversos sítios culturais presentes no território, com especial referência à parte arquitetônica da cidade de Santa Tereza, às capelas e aos “capitéis” do seu território, às atrações turísticas. A coleção dos dados concerniu aspectos gerais do patrimônio considerado como a classe prevalecente de pertença dos bens expostos, o estado de inventariação e/ou de pré-catalogação de ditos bens, a eventual disponibilidade de um sistema de legendas, a instituição à qual pertence, as modalidades de acesso, o horário de apertura e fechamento, a existência de um sistema de segurança, a disponibilidade de um sujeito coordenador preposto à direção e à coordenação científica. Segunda Fase: Análise dos dados Os dados recolhidos foram analisados com o propósito de constituir a base cognitiva ? necessária para orientar a definição dos patrões mínimos. Do análise realizado emergiu que o recenseamento e a catalogação deverão ser completados. Com respeito aos móveis e às alfaias internas à parte arquitetônica da cidade de Santa Tereza, propõe-se um curso específico de catalogação que permita uma ulterior recuperação da memória histórica vinculada à imigração italiana. Terceira Fase: Definição dos padrões Os resultados dos análises anteriores conduziram à definição de um sistema de “patrões mínimos” de qualidade, isto é, um conjunto de parâmetros de funcionamento das instituições culturais que devem ser considerados imprescindíveis para a realização de um percurso turístico-cultural alcançáveis em um período de tempo definido. Os critérios identificados foram: 1. disponibilidade de um órgão preposto à direção técnica e científica das estru-turas das atividades consideradas; 2. inventariação e a catalogação já efetuadas das obras expostas (em nosso caso fazemos referência à catalogação já efetuada pela Prefeitura de Santa Tereza das obras incluídas no interno das capelas e dos “capitéis” do percurso religioso observado); 3. disponibilidade de um sistema completo de legendas para a identificação clara das obras expostas; 4. disponibilidade de horário de apertura e fechamento bem definido, garantido por uma convenção que regule o serviço de apertura dos vários sítios culturais no caso de concessão do serviço aos privados. Quarta Fase: Individuação dos itinerários Nesta fase foram individuadas algumas categorias homogêneas nas quais podem ser incluídos os sítios culturais existentes no território em base à sua proximidade geográfica e temática. Os itinerários propostos no projeto – já indicados na redação do segundo módulo – de duração máxima de dois dias foram: - itinerário histórico e arquitetônico da cidade de Santa Tereza; - itinerário naturalístico, as atrações turísticas; - itinerário religioso; - itinerário eno-gastronômico. 19 Quinta Fase: Instituição e publicação dos itinerários Para promover e valorizar os diversos itinerários, foram previstas algumas intervenções específicas: - realização de um sítio internet em páginas web com a descrição e a imagem dos itinerários; - ativação de uma secretaria de turismo e cultura; - predisposição de sinalização rodoviária especial; - produção de material informativo sobre os itinerários propostos com folder, DVD e guias do território a realizar com o patrocínio do Município e/ou de privados. Sexta Fase: Verificação dos resultados Nesta fase, além da verificação dos resultados programados em relação com um prazo temporal, foi efetuado o ponto de adiantamento do projeto, o qual poderá ser ulteriormente desenvolvido pelas autoridades locais perseguindo objetivos de melhoramento nas atividades organizativas, educativas, promocionais e de valorização. Podemos, portanto, considerar que os objetivos de planejamento do projeto foram alcançados em sua fase inicial. O Município de Santa Tereza e alguns operadores – incluídos os do território vizinho de Bento Gonçalves – tomaram compromisso, já para começo de 2007, de realizar um primeiro percurso integrado entre as diversas áreas observadas. Seguem os trabalhos realizados por cada um dos grupos das quatro áreas observadas. 20 O TERRITÓRIO DE SANTA TEREZA 21 22 OS EDIFÍCIOS DE SANTA TEREZA 23 24 AS ATIVIDADES ECONÔMICAS 25 O CURSO 26 27 28 Santa Tereza - RS História e Arquitetura “Quando il nonno non racconta, quando il nipote non ascolta, si rompe la vita” “Quando o vô não conta, quando o neto não escuta, se rompe a vida” (Vigilio Franceschini- Família Prezzi) Leopoldina, a maior da Colônia Dona Isabel, um istmo conforma a geografia da Vila que é rodeada pelos Rios Vinte e Dois, Marrecão e Rio Taquari. A distribuição dos lotes coloniais na primeira década de ocupação do território obedeceu um critério de agrupamento por origem de procedência das famílias de acordo com a província da Itália de onde partiam. Também foi considerado o aspecto prático de chegada conforme Localização geográfica Os primeiros imigrantes chegaram ao território de Santa Tereza, Rio Grande do Sul – RS, por volta de 1877, vindos do norte da Itália, das regiões do Vêneto, Trentino, Lombardia e Friuli. Além dos italianos, os poloneses, por volta de 1885, complementaram a ocupação desta região. A localização geográfica da Vila de Santa Tereza, localizada aos fundos da Linha Mapa da Região de Colonização Italiana 29 Mapa de Lotes Santa Tereza Dados Gerais do Município • Nome do Município: Santa Tereza • Localização: Encosta Superior do Nordeste • Microregião: Caxias do Sul • Data de Emancipação: 20.03.1992 – Lei nº 9627 • Distância da Capital: 147 Km • Área do Município: 72 Km2 • Localidades: Sagrado Coração de Jesus, Santo Stanislau, São José, Linha Beltrame, agrupamento e lotação por navios ou pela localização de familiares, parentes e amigos. As terras disponíveis á ocupação foram divididas em seis colônias, em posse dessa colônia o imigrante deveria derrubar a mata e cultivar o lote, a fim de tornar a terra produtiva para pagar a dívida de aquisição do lote. O atual município está situado em território pertencente á antiga colônia de Dona Isabel (Bento Gonçalves). 30 ao leste: Monte Belo do Sul e Bento Gonçalves ao oeste: São Valentim do Sul e Muçum Histórico Santa Tereza, denominação surgida com expressão de gratidão e amor do engenheiro chefe da colonização Sr. Joaquim Rodrigues Antunes, pela sua esposa Tereza. Já a denominação Santa foi feita pelo bispo Sebastião Dias Laranjeiras para homenagear a religiosidade e o culto da comunidade de cristãos e católicos. Teresa de Ávila ou Teresa de Jesus (Gotarrendura, 28 de março de 1515 — Alba de Tormes, 4 de outubro de 1582) foi uma religiosa e escritora espanhola, famosa pela reforma que realizou no Carmelo e por suas obras místicas. Foi canonizada em 1662. No dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja. Santa Teresa de Ávila é unanimemente considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O Mapa Urbano Santa Tereza • • • • • • • Dolorata, Cesca, São Valentim, Linha Bento Gonçalves da Silva, Pederneira, 103 da Leopoldina, Santa Tecla, Capanema, Soares Baixa, 150 da Leopoldina, Graciema Alta, Graciema Baixa e Linha Nova Esperança População: 1769 (IBGE censo de 2000) Densidade Demográfica: 24,57 hab./Km2 Altitude: varia de 65 a 700 metros do nível do mar Temperatura: varia de 0ºC a 40ºC Clima: temperado Estradas Municipais: 125Km Limites: ao norte: Cotiporã ao sul: Garibaldi e Roca Sales 31 rantes, alfaiates, casas de comércio, usina elétrica, hospital, farmácia, carrocerias e carretas, fábrica de alambiques, produtores de aguardentes, construtores de moinhos, moinho e descascador de arroz, aluguéis de automóveis, sapataria e moinho flutuante. Paralelo a todo esse avanço, mutirões de colonos seguiam construindo capelas, salões paroquiais, Igreja Matriz e Campanário de Santa Tereza. Em 1886, foi construída a primeira capela de madeira, benta pelo Reverendo Padre Finotti, no mesmo local da atual. Em 1889, foi colocada a Pedra Fundamental da Igreja Matriz, construída em alvenaria, inaugurada no ano de 1902. Em 1966, atingida por fortes ventos que avariaram grande parte da estrutura da igreja a comunidade decidiu demolir a mesma e construíram uma outra, inaugurada em 10.12.1967. grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos. Sua festa é comemorada no dia 15 de outubro. De acordo com Costamilan (2005, p.24) a história de Santa Tereza inicia como a maioria das colônias que foram ocupadas pelos imigrantes italianos em fins do século XIX, sendo o ano de 1875 o marco referencial da chegada dos primeiros imigrantes italianos ao Rio Grande do Sul. Iniciou-se com três casais e suas respectivas famílias, que antecipam a sua chegada a um grupo maior de 78 famílias que aguardavam junto ao Porto de Guimarães, hoje município de São Sebastião do Caí. Nos primeiros anos de ocupação da Vila, conforme Prezzi (1995) os italianos promoveram a revolução da propriedade e da produção, transformando Santa Tereza em local de convergência para o escoamento de produtos. Descia-se rio abaixo para abastecer a capital do Estado, Porto Alegre. A região Nordeste cumpria a sua função de produzir alimentos e o vale de Santa Tereza se transformava no braço proporcionador do escoamento e do comércio. Segundo Costamilan (2005, p.27) a partir de 1910, com a implantação da estrada de ferro, que alavancou mais ainda o desenvolvimento econômico, Santa Tereza se transformou em um ponto de ligação importante entre as colônias e a capital do Estado, e entre São João de Montenegro e a região dos campos de Lagoa Vermelha. Realizava, desta forma, a ligação entre as colônias italianas da serra gaúcha e o caminho das tropas, proveniente da região dos campos de Lagoa Vermelha. Santa Tereza funcionou como centro comercial e manufatureiro principalmente para a produção de ferramentas e utensílios agrícolas. Nos diversos ramos de atividades são citados: fábricas de gaitas, banco do comércio, banco pelotense, Banco do Rio Grande, olaria, curtume, indústria de ferramentas, empresas de ônibus, fábricas de queijos, fábrica de refrige32 33 Em 1920 foi realizada uma festa comunitária em honra a Santa Teresa com fins de arrecadar recursos para a construção do campanário. A obra teve início em 1928 a cargo dos construtores Massimiliano Cremonese e Alexandre Brunello e foi concluída em 1932. Em meados de 1927, iniciou-se a construção da estrada que ligaria o distrito de Santa Tereza a Bento Gonçalves. Após 1950, com o processo de assoreamento do Rio Taquari e o isolamento geográfico pelas péssimas condições rodoviárias, iniciou-se a decadência do processo econômico da cidade de Santa Tereza ocasionando assim a retração do comércio e êxodo rural e urbano, em busca de melhores condições de estudo em grandes centros. Deste período até a década de 90 não houve grandes alterações no quadro econômico, mesmo assim de 1992 o distrito de Santa Tereza conquista sua independência política, emancipando-se de Bento Gonçalves. Com a independência política, a comunidade de Santa Tereza busca novas alternativas de desenvolvimento econômico. O turismo cultural se revela como a mais adequada atividade econômica a ser implementada no município. Inicia-se, então, o processo de tombamento histórico e paisagístico para garantir a preservação de todo o centro histórico cultural e natural da cidade. 34 Marrecão e o Rio Taquari, possibilitando a instalação do porto cujo acesso se dava através de maxambombas1. Seu traçado regular e decumânico2 foi implantado rigidamente na direção norte-sul acompanhando a orientação dos lotes rurais. Na sua parte mais elevada instalou-se a praça e posteriormente a igreja e o campanário. Santa Tereza está circundada por rios, o que ocasionou a necessidade de construção de diversas formas de acesso: uma ferroviária, duas estradas e uma pinguela, além destas, uma balsa para fazer a travessia para o vizinho município de Muçum. Arquitetura Introdução Conforme Costamilan (2005) – p.150, a arquitetura produzida em Santa Tereza traz as marcas da influência de elementos da cultura de origem dos imigrantes. A mudança de certas relações, sobretudo espaciais, para os moldes adotados na Itália modificou esta arquitetura adaptando-a aos novos padrões de ocupação territorial das colônias. Com relação á arquitetura de imigração italiana regional, as edificações de Santa Tereza se destacam pela imponência de suas construções, em se considerando a data em que foram erguidas: desde início do século a arquitetura oficial do estilo eclético já era praticada no núcleo. É possível verificar que as edificações “refletem uma tecnologia conhecida pelos imigrantes, o que traduz a sua experiência européia”, além do fato que a comunicação direta com os centros mais desenvolvidos do estado pelo rio propiciou uma troca de materiais e conhecimentos. Da arquitetura A arquitetura revela características formais da diversidade de origem dos imigrantes, que são provenientes de diferentes regiões da Itália. Seus característicos casarões evocam em seus elementos a composição clássica: base, corpo e coroamento, além disso, simetria especular. Apresentam ritmo regular das aberturas com predominância de cheios sobre vazios. As linhas verticais e horizontais das fachadas são destacadas por frisos e pilastras com a adição de elementos de adorno principalmente nas cimalhas e platibandas, tais como, dentículos e jarrões. Há duas tipologias percebidas Do urbanismo O núcleo urbano foi localizado na península e em local elevado entre o Arroio –––––––––––––––– 1 Maxambombas – Sistema de tração sobre trilhos que permitia a elevação de cargas e bagagens provenientes dos barcos até a parte superior da barranca. Era utilizada tração animal e ao seu lado existia uma escada de madeira. 2 Decumânico – Refere-se ao esquema de implantação urbanístico ortogonal das cidades de colonização romana em que se estabelecia o cardo maximus – principal eixo norte-sul que cruzava com o eixo leste-oeste - decumanus maximus. Terraço Casa Franceschini 35 Brunello e réplica do existente na cidade de Fagarè della Battaglia, Treviso – Itália. Relação dos prédios com mapa Descrição arquitetônica e histórico 1) PRÉDIO DA COOPERATIVA – Rua José Francisco de Nadal esq. Rua Abramo Caumo. nas edificações: o casarão de alvenaria, e a casa totalmente em madeira, expressando influências distintas. As edificações são estruturadas em dois pavimentos e porão. Os prédios geralmente apresentam platibanda cobrindo o telhado em quatro águas. O material mais utilizado é o tijolo em alvenarias portantes. Os entrepisos, forros, esquadrias e estruturas dos telhados são executados em madeira e o telhado recoberto com telhas cerâmicas. Um dos exemplares, inclusive, apresenta um terraço de cobertura plana impermeabilizado. O prédio mais significativo e símbolo da cidade é o campanário com 45 metros de altura, estrutura em tijolos, construído em 1927 por Massimiliano Cremonese e Alexandre Atualmente utilizada como residência, por sua posição no acesso principal da cidade e amplo espaço para estacionamento se vocaciona para o Posto de Informações Turísticas da cidade. Prédio de alvenaria de tijolos com um pavimento e porão e sótão. Aberturas com vergas retas e óculo na empena. Telhado em duas águas de telha francesa com beiral. 2) ANTIGA FÁBRICA DE ALAMBIQUES E MÁQUINAS DE SULFATAR – Av. Itália, 158. Construída por volta de 1945. Na época era a única fábrica de alambiques e de máqui36 nas de sulfatar da região. De propriedade do Sr. Luiz Pasini. Prédio em alvenaria de tijolos com dois pavimentos e porão. Telhado com quatro águas com telhas de aço galvanizado e beiral. Aberturas com vergas retas e esquadrias de madeira. Apresenta um chanfro na esquina. Os pavimentos são marcados por um friso horizontal, sendo que na fachada principal se destaca a verticalidade através de um balcão com gradil em ferro. Molduras e elementos decorativos reforçam a importância desta fachada. abandonada à espera de uma restauração para a instalação do futuro Museu da Gaita. O telhado se apresenta com duas águas 3) CASA DE DIANEI FERRI – Av. Itália esq. Rua Abramo Caumo. 5) FÁBRICA DE CALÇADOS – Av. Itália, 499. Localizada na esquina, sua fachada principal está situada sobre a Av. Itália. Casa com 2 pisos, toda em madeira construída em 1910. Nela funcionou a primeira fábrica de gaitas do Brasil de propriedade de Cesare Appiani e Maria Savóia. Atualmente encontra-se abandonada a espera de uma restauração para a instalação do futuro Museu da Gaita. O telhado se apresenta com duas águas com beiral com lambrequim e telhas de aço galvanizado. Esquadrias de madeira com verga reta. Apresenta um pavimento com porão em alvenaria e térreo em madeira. Cobertura em quatro águas com telhas em aço galvanizado. Aberturas de madeira com verga reta e atualmente utilizado como residência. 6) PREFEITURA MUNICIPAL – Av. Itália, 474 Construída em 1903 por Amadeo Stringhini. Foi aplicado na construção 500 contos de reis. Originalmente o prédio abrigava comércio e residência da família. Foi a mais antiga e poderosa organização comercial da região, e também funcionou como banco onde os colonos depositavam seu dinheiro tendo como garantia apenas a confiança do proprietário. Também o comércio funcionava em forma de escambo. Após um período de sessenta anos o esta- 4) ESCRITÓRIO CONTÁBIL – Av. Itália, s/n Funcionou como maternidade e possuía dois pavimentos. Estrutura portante de alvenaria de tijolos com porão. Telhado em quatro águas com telhas de aço galvanizado. Esquadrias de madeira com verga reta acha-se 37 Vignatti Miele. Originalmente estava instalada uma barbearia e fábrica de calçados. O barbeiro, Sr. Fausto Miele, era quem fabricava os calçados: botas, sapatos, sandálias, chinelos e tamancos. belecimento foi fechado e o prédio entrou em ruínas. Em 1997, a Prefeitura Municipal adquiriu o prédio, tombou o mesmo e iniciouse a restauração onde 80% dos recursos vieram do Ministério da Cultura via Instituto de Patrimônio Histórico Nacional – IPHAN, e o restante com recursos próprios. A restauração da obra durou 4 anos sendo que foram mantidas todas as características originais do prédio. De estilo eclético, foi construída com tijolos fabricados manualmente e ainda hoje podemos ver as enormes vigas de madeira falquejadas existentes no porão. Hoje é o Centro Administrativo Municipal nos dois pavimentos superiores e no porão se conservam objetos e móveis antigos, e parte do mesmo foi refuncionalizado com a instalação de um auditório para oitenta pessoas. Sua alvenaria é portante com dois pavimentos, porão e sótão. Telhado em duas águas com telhas cerâmicas de capa e canal. Aberturas em arco pleno no térreo e verga reta no primeiro pavimento com esquadrias em madeira. Na fachada principal, de composição simétrica, apresenta frontão triangular, platibanda, pilastras, cimalha com dentículos, frisos e acabamentos rústicos imitando pedras nas pilastras e bases das janelas. Casa toda em madeira com dois pavimentos e porão. Telhado de aço galvanizado em duas águas com beiral ornamentado com lambrequins. Aberturas com verga reta e esquadrias de madeira. 8) ANTIGO HOTEL CENTRAL – Av. Itália, 442 Reformada em 1956, originalmente era hotel e residência de Lívio Foppa. Possuía 18 quartos distribuídos em dois níveis. Alguns anos após foi instalado o Banco Nacional do Comércio. Atualmente está desocupada. Situada na esquina possui dois acessos e está elevada da rua. Possui referências da arquitetura neo-clássica com embasamento, corpo principal de dois pavimentos demarcado com frisos e coroamento. Na fachada lateral se observa um frontão indicando a caída das águas e um sótão com uso. Presença de um 7) CASA MIELE – Av. Itália, 460 Construída por volta de 1910, em madeira, por Maximiliano Cremonese. A cozinha construída nos fundos com o passar dos anos foi demolida e construída em alvenaria. Os proprietários eram Fausto Miele e Ernesta 38 mento em madeira com estrutura autônoma e sótão com uso. O telhado possui telhas de aço galvanizado com duas águas e empena voltada para a rua. O acesso se dá por escada lateral. Possui anexo posterior de dois pavimentos em alvenaria. Uso residencial e comércio. anexo lateral com porão e coroamento escalonado e de uma cisterna aos fundos, que recebia a água da chuva recolhida do telhado. Construção em alvenaria de tijolos portantes com dois pavimentos, porão e sótão. Telhado de duas águas com telha francesa e platibanda. Aberturas com vergas retas e esquadrias de madeira. Marcação da entrada principal com pilastras e presença de frisos no corpo da edificação. 11) CASA PREZZI – Av. Itália, 425 9) RESIDÊNCIA – CASA FINATTO – Av. Itália esq. Rua Vergílio Franceschini Construída em 1905. Seu primeiro proprietário foi o Sr.Vigílio Franceschini e os construtores foram João Zílio, Basega, Marobim, Vergílio Prezzi e André Prezzi. Mais tarde Roberto Prezzi adquiriu a propriedade e o comércio por 17.300 contos de reis. Originalmente a cobertura era uma laje impermeabilizada de tijolos, onde nos finais de tarde ou nos domingos a banda aproveitava o espaço para tocar e se divertir. Com o passar dos anos houve a necessidade de proteção em razão de infiltração de águas das chuvas, tendo sido construído um telhado com estrutura de madeira, de quatro águas e cobertura com telhas francesas. O segundo pavimento é marcado por um balcão de ferro, que também marca o acesso principal. A propriedade é composta ainda por outra edificação que abriga a cantina e a garagem, sendo unidas por um túnel que conecta dois porões. Neste porão existe ainda uma nascente de água. Se situa num dos pontos mais altos da Av. Itália e o acesso na calçada se dá por escadas. Posteriormente foram anexados ao corpo da casa a cozinha e o banho. Nos fundos da propriedade corre o Arroio Marrecão. Ainda hoje se mantém toda Casa de esquina com marcação em chanfro, destacando o acesso e um terceiro telhado neste recorte. Um pavimento em alvenaria, referenciado ao antigo porão que sustenta o segundo pavimento em madeira. Cobertura em telhas de aço galvanizado com beiral. 10) RESIDÊNCIA DE JOÃO FERRONATTO – Rua Vergílio Franceschini, 335 Construída em 1915. Nela estava instalado um banco. Possui porão, segundo pavi39 a característica do estabelecimento comercial (armarinho) que se conserva como na época de implantação. Prédio em alvenaria de tijolos portantes com dois pavimentos e porão totalmente enterrado, característico de casas comerciais. Fachada de composição simétrica com platibanda vazada ornada na parte superior das pilastras com jarrões e leões nas extremidades. Aberturas com vergas retas e pestanas, esquadrias de madeira. Frisos marcando a divisão dos pavimentos e cimalha com dentículos. gem arquitetônica mais despojada, com elementos do Art Decò. 12) CASA LAHUDE – Av. Itália esq. Rua Antônio Tramontina 14) CASA REMUS – Rua Césare Appiani, 260 Casa construída aproximadamente em 1915. Originalmente era um Salão de Festas (bailes). Quando Miguel Lahude adquiriu a propriedade passou a ser Estabelecimento Comercial Miguel Lahude. Arquitetura com função mista, serve de residência e armazém, mantendo atualmente as mesmas características (armarinho) da época. Edificação com dois pavimentos em alvenaria de tijolos portantes. Telhado em quatro águas de aço galvanizado. Platibanda fechada com pinhas nas extremidades das pilastras. Apresenta ornamentos junto à cimalha que aparecem também na Casa Foppa (antigo Hotel Central) e no antigo Hospital. Casa construída por volta de 1920. Foi construída com a finalidade de ser hotel, mas por razões familiares não se concretizou. Hoje o proprietário é Stefano Remus. Edificação com dois pavimentos, porão e sótão. Telhado em quatro águas de aço galvanizado. Apresenta balcão central com pequeno frontão com óculo e moldura contínua envolvendo as esquadrias do pavimento superior. 15) ANTIGA FÁBRICA DE REFRIGERANTES – Rua Césare Appiani, 269 Construída aproximadamente por volta de 1900. No local estava instalada uma fábrica de queijos e de refrigerantes “Aurora”. Os refrigerantes eram comercializados na vila como também nas cidades vizinhas. Eram 13) SALÃO PAROQUIAL – Rua Don Giosué Bardin, 409 Antigo cinema da Cidade de Santa Tereza de construção mais recente, apresenta lingua40 liana. O telhado é em quatro águas com telhas de aço galvanizado com beiral. 17) CASA FURLANETTO – Rua Don Giosué Bardin, 302 transportados por mulas ou com o ônibus quando se dirigia à cidade. Hoje é apenas residência e oficina. O corpo central da residência apresenta dois pavimentos e porão.Telhado em quatro águas de aço galvanizado com beiral. As aberturas do pavimento inferior em arco pleno e no superior com verga reta. Apresenta também pilastras e cimalha. Inicialmente, apresentava dois corpos laterais, restando hoje apenas o do lado sul em um pavimento com platibanda. Casa de alvenaria de tijolos com um pavimento e sótão. Telhado em duas águas com telhas de aço galvanizado, empena frontal, esquadrias de madeira com verga reta com alteração na altura. 18) CÂMARA DE VEREADORES – Rua Amadeu Picinini esq. Don Giosué Bardin 16) PRIMEIRA ESCOLA E CASA DO PROFESSOR Construída em 1898 com 2 pisos. O porão é de pedra e tijolos sendo os mesmos feitos manualmente. Foi a primeira escola e também residência do professor. Após foi instalado o Banco Nacional do Comércio. Sua fachada é profusamente decorada com efiges e rosáceas. As janelas e portas apresentam verga em arco pleno no térreo e verga plana no superior. Suas portas são contraplacadas características da arquitetura ita- Edificação de um pavimento em alvenaria de tijolos com telhado de várias águas em aço galvanizado, aberturas com vergas retas. Utilizada atualmente como Câmara de Vereadores. 19) ANTIGO HOSPITAL Prédio construído por Maximiliano Cremonese em 1922. A distância até Bento Gonçalves e a 41 20) SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL – Rua Antônio Tramontina necessidade de atender a população na área da saúde fez surgir a idéia e a concretização da construção de um hospital. Formou-se uma sociedade entre vários moradores da vila e interior, tendo como presidente o Padre Ferlin. Era necessário capital para construir e para a aquisição do mobiliário. A sociedade fez um empréstimo de 45.000 contos de Reis com a firma Amadeu Piccinini & Cia Ltda. Havia leitos para 15 pessoas. O movimento era grande e por muitas vezes alojavam doentes em casas vizinhas. Faziam cirurgias e apenas eram encaminhados para Bento Gonçalves ou Caxias do Sul quando necessitavam de raios X. Construído em 1935. Foi a 1ª Escola Estadual do Município e no porão funcionou a cadeia pública. Era chamado de Grupo Escolar Padre Vicente Rodrigues. O prédio foi totalmente restaurado e tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual. Hoje está instalada a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e a Biblioteca Pública Municipal de Santa Tereza. Prédio de um pavimento com porão. Telhado em quatro águas com telha cerâmica francesa. Platibanda vazada com frontão central com armas da República. 21) RESIDÊNCIA CASAGRANDE - Rua Antônio Tramontina Também estava instalada a Farmácia Santa Theresa. A dívida não foi paga e por concorrência pública, o prédio passou a pertencer a Amadeu Piccinini como pagamento da dívida. Hoje reside a família do Sr. Victor Amadeu Piccinini. Edificação com 2 pavimentos e porão de alvenaria em tijolos. Telhado com várias águas em aço galvanizado. Acesso central com varanda e terraço no primeiro pavimento dividindo a edificação em dois volumes laterais, um retangular e outro com dois chanfros. Aberturas de madeira com vergas retas. Prédio cuja principal característica é o corpo principal em madeira com fachada em alvenaria visando demonstrar status superior. 42 do projeto do Concurso Público de Valorização da Paisagem Urbana de Santa Tereza. Apresenta dois pavimentos com platibanda. Telhado em duas águas com telha de aço galvanizado com empena lateral. Esquadrias com verga reta com quase ausência de elementos decorativos. 24) IGREJA – Cremonese Praça Massimiliano 22) BRIGADA MILITAR – Rua Antônio Tramontina, 102 Após a demolição da antiga Igreja, em 1966, em dezembro de 1967, foi inaugurada a nova Igreja sob a coordenação do construtor Victor Tosi. Foi uma das primeiras Igrejas de arquitetura moderna da região com planta hexagonal dentro da nova tendência dos templos pós-conciliares. Construída por volta de 1930, era residência e estava instalado o correio. Hoje está instalada a Brigada Militar. À semelhança do prédio vizinho, também apresenta fachada em alvenaria e corpo principal em madeira. O acesso se dá pela lateral. Fachada com três janelas em arco abatido, friso, frontão com jarrões e pináculo central. 25) CAMPANÁRIO – Praça Massimiliano Cremonese 23) PRAÇA MAXIMILIANO CREMONESE Praça construída durante a administração de Amadeo Piccinini por volta de 1950. Na época era subprefeito e delegado. No local apenas existiam pedras e banhado. As pedras foram retiradas com o auxílio de tropas de burros. Quando algum morador cometia alguma penalidade, brigas, bebedeiras etc. e não pagasse a multa estabelecida o valor revertia em serviço comunitário. A praça foi construída através dos serviços comunitários e pela ajuda de voluntários. A Praça se apresenta em dois níveis com a Igreja e o Campanário no nível superior e área de lazer no nível mais baixo. Hoje está em processo de reformulação com a implantação Construído por Massimiliano Domenico Cremonese e Alexandre Brunello com 45 metros de altura, três sinos, um relógio e uma cruz. Foi construída com o auxílio de toda a população que carregou os tijolos da olaria até 43 Referencias COSTAMILAN, Eloise. Documentação para Processo de Tombamento do Núcleo de Santa Tereza. Monografia apresentada como requisito para aprovação na disciplina: Laboratório de Arquitetura e Urbanismo. 2005. Universidade de Caxias do Sul. BUCHEBUAN, Terezinha de O; ROVEDA, Fernando; ROMAN, Vlademir;. Fotos. FUNDAÇÃO CASA DAS ARTES – MUSEU HISTÓRICO CASA DO IMINGRANTE. Bento Gonçalves, 1978. Material didático - Oficina para Valorização Turístico Ambiental. Instituto Ítalo Latino Americano – IILA (Serviço para a Cooperação) e Prefeitura Municipal de Santa Tereza. 18 a 29 de setembro de 2006. PREZZI, Cesar Augusto. Pesquisa não publicada Proposta de Atuação – CONHEÇA. 10ª. Dr/SPHAN/ Projeto Pró-Memória. Prefeitura Municipal de Santa Tereza. 1988. ZORZI, Amarilda C; PRETTO, Matheus; CARUCCIO, Olavo de O; LAMPERT, Wladimir. Trabalho de Pesquisa Histórica e Construtiva para construção da disciplina de História da Arte e Estética. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Ulbra. Canoas, 2005. a igreja um passando para o outro em uma fila. Está localizada na rua Antônio Tramontina, junto à Igreja Matriz. É uma réplica da torre de San Biagio di Callalta da cidade de Treviso, Itália. Iniciada em 1927, foi concluída em 1932. Se constitui como o principal referencial da cidade. Formava uma unidade harmônica com a antiga igreja. Considerações finais A partir da coleta de informações resgatando a memória, reconstituindo a história, é possível dar visibilidade a novas possibilidades decorrentes do trabalho de pesquisa. Novas etapas serão necessárias para a formatação de um roteiro cultural, como: catalogação, análise e diagnóstico do patrimônio cultural, planejamento e diretrizes, agregando ações educativas e culturais, adequadas ao perfil do município. 44 As atrações deste território quanto ao aspecto naturalístico natural e cenários encantadores, como a Torre da Igreja, ruas com prédios históricos, o charme do Rio Taquari tendo como principal atrativo a travessia da Balsa, podendo degustar das cachaças aqui produzidas. Conta também com duas reservas naturais (em fase de implantação) “Reserva Vale do Moinho Brun e Reserva do Gioanin”. Santa Tereza tem ainda outras atrações como a vista da sede do Município na Linha Bento Gonçalves, possui um Camping Municipal e um centro de eventos (CTG e Ginásio de Esportes). Introdução O município situa-se entre vales e montanhas, na encosta superior do Nordeste à 30 Km de Bento Gonçalves, emancipando-se politicamente em 1992, com uma população de 2.000 habitantes. Seu clima é agradável principalmente no inverno e primavera, quando as temperaturas apresentam-se mais amenas quenas áreas altas das montanhas, devido à sua proximidade ao Rio Taquari e ao Vale que a envolve. No verão o calor é intenso, sendo propício aos esportes e ao lazer junto ao Rio. A sede também é envolta pelos Arroios Marrecão e Vinte e Dois, estes de águas cristalinas e límpidas. Possui uma área de 72 km sendo que a sede está a uma altitude de 75m, enquanto as partes mais altas chegam a 750 metros. Contando com uma exuberante beleza 1 - Reserva do Patrimônio Natural do Vale Moinho Brun. Trata-se de uma gleba de terras destinada para Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN- em implantação), pelo seu 45 estão na área, sendo importante tributário do Rio Taquari pertence à Bacia Hidrológica Taquari – Antas. A flora descrita na propriedade apresenta cerca de 97 espécie de plantas nativas e a fauna encontra-se com certa freqüência sabiás, gralha azul, tucanos, nhambu, lagartos, graxaim, cutia, mão pelada, quati, tatu, macaco, serelepe, veados. aspecto paisagístico ou ainda pelas características ambientais de patrimônio natural. É de domínio privado a ser especialmente protegida, por iniciativa de seu proprietário e com reconhecimento do poder público, em função de ser considerada de relevante importância e biodiversidade. Localizada Linha Pederneira, junto ao Arroio Vinte e Dois, ligando as Linhas Leopoldina e a Linha 1ª Secção de Santa Bárbara, distando cerca de 06 Km do centro da cidade de Santa Tereza e 150 km da Capital do Estado, Porto Alegre. 1.3 - Topografia local. O relevo da propriedade não é homogêneo, atravessando um vale de aspectos suaves, no meio da encosta e partes e fortemente ondulados e montanhosos na maior parte da área. As altitudes variam desde 160 metros até aproximadamente 450 metros na divisa sul. Há no local Mata Ciliar cobrindo as margens dos Arroios e fontes. As análises de qualidade da água indicam não haver poluição orgânica ou metais pesados. 1.1 - Dados Históricos. O histórico da propriedade da família Brun cita que foi adquirida no ano de 1895, pelo imigrante italiano Giuseppe Brun, sendo ali construído um Moinho de trigo e milho movido por roda de água, que permaneceu em funcionamento até meados da década de 40. A partir desta data até 1970, se desenvolveu na propriedade uma agricultura mais intensiva de subsistência. Atualmente, observa-se diversos estágios sucessionais de florestas primárias ao longo de um córrego tributário do Arroio Vinte e Dois, passando por floresta secundária até capoeirões 36 a 70 anos de idades. 1.4 - Infra-estrutura. A reserva atualmente possui: 1.4.1-Acesso pavimentado com paralelepípedos: da RS 444 até proximidades do Arroio 22, extensão 700 m. 1.4.2-Quatro trilhas, sendo duas com passeios suaves, uma grau dificuldade médio (6000 m) e por último trilha radical. 1.4.3-Canal e roda da água restaurados, junto à ruína do moinho. 1.4.4-Duas pontes pênseis e uma ponte de madeira dos namorados. 1.2 - Atrativos Naturais. A propriedade da família Brun está inserida no Vale que desemboca na cidade de Santa Tereza, sendo um dos mais preservados da Região, pois a totalidade de suas terras estão atualmente cobertas por florestas naturais, formando verdadeiros corredores de fauna e reguladores do ciclo hidrológico. Na propriedade, com alto potencial turístico e de educação ambiental, observa-se verdadeiros laboratórios ecológicos, além de paisagens belíssimas, com uma fauna exuberante, uma casa de madeira do século passado, ruínas do moinho movido a água, três pontes suspensas de madeira e cascatas de águas cristalinas. O local é rico em recursos hídricos, pois diversas nascentes e córregos de baixa vazão Necessidades a serem implementadas: • Conclusão do Processo de Registro RPPN junto ao Ibama; • Sinalização indicativa, educativa e informativa; • Portão na entrada da Reserva, com placas de orientação das visitações (dias, horários, agendamentos de visitas e telefone de contato); • Construção de lixeiras seletivas, em locais próprios; 46 Além deste ponto as potencionalidades turísticas não são tanto expressivas tendo em vista que os alambiques não são legalizados, há problemas de higiene, queimadas, não optando pela agricultura orgânica. Também o roteiro religioso não indica a localização correta onde nasceu o Monsenhor Benvegnu, na comunidade a Igreja é interessante quanto à arquitetura, mas nada registra a história deste religioso. • Construção de cochos para alimentação da fauna; • Construção de mirante para observação geral; • Construção de sanitários higiênicos; • Construção de um quiosque. 2 - Orla do Rio Taquari no Perímetro Urbano. Localizada no sudoeste da zona urbana do Município de Santa Tereza, possuindo uma área destinada a abrigar campistas com fácil acesso, e completa infraestrutura (banheiros, churrasqueira, instalações elétricas e hidráulicas). A Orla do Rio Taquari, pela sua extensão, apresenta condições para esportes da canoagem e visão privilegiada em diversos pontos de sua margem. O rio, nas estações mais quentes do ano, como na primavera, e no verão é utilizado para banhos. O rio foi de grande importância econômica para o desenvolvimento de Santa Tereza, pois, no passado, com os barcos, chamados “gasolina”, efetuavam o principal meio de transporte de mercadorias promovendo um intercâmbio com as cidades da região e com a capital, e ainda hoje, podemos encontrar as ruínas do porto, onde atracavam estas embarcações. Por muito tempo e até nos dias atuais é possível retirar dele diversos tipos de peixes para alimentação da população local. 4 - Parque de Eventos. É uma área dentro perímetro urbano, mas com características rurais, que possui um Centro de Tradições Gaúchas (CTG), um ginásio de esportes, uma cancha para provas de rodeio crioulo, área de camping com sanitários e churrasqueiras O acesso rodoviário é estrada de chão, com arborização recente excelente para caminhadas, porem, falta iluminação. Temos um acesso pela avenida Itália pela ponte pênsil, sobre o arroio Marrecão, somente para pedestres. 4.1 - Possibilidades de melhoramentos: - Um projeto arquitetônico para o CTG - Pavimentação, com paralelepípedos, no acesso rodoviário, bem como iluminação. 4.2 - Aproveitamento das margens do arroio Marrecão para implantar uma trilha ecológica entre as duas pontes pênseis. Os eventos realizados são: Rodeio, Semana Farroupilha e enduro com motocicleta. 2.1 - Necessidades para incrementar a orla do Rio Taquari. Execução das obras projetadas no Concurso do Patrimônio Histórico do Município e um memorial do antigo porto. 5 - Esportes. Rafting: tem possibilidade de num trajeto entre a comunidade de Santo Stanislau até a sede do município, num percurso de 5 km de descida em corredeiras de graus de baixa dificuldade, dentro de botes infláveis no Rio Taquari. Paraglider: Temos locais na Linha Bento e Santa Tecla para decolagens que já foram utilizados no passado, para este esporte por um período. Hoje este esporte não é mais pra- 3 - Travessia do Rio Taquari. Através do rio é possível fazer passeios de balsa, para pessoas e transporte de veículos, com finalidade turística num trajeto de até a casa da família Villa, onde se pode vislumbrar esta visão. 47 corais italianos, 60.000 mil turistas fazem essa viagem a cada ano. A Maria Fumaça da Serra Gaúcha é o maior sucesso ferroviário de um país que não anda nos trilhos. ticado mas sabemos que é possível. Para a segurança e tranqüilidade dos praticantes deverão ser construídas rampas e obter licença dos proprietários das terras para prática deste esporte. Há necessidade de um apoio especializado. As modalidades de vôo são: de parapente, individual e de paraglider. Cavalgada: Com guias especialmente treinados, poderão ser realizados passeios a cavalo saindo do parque de rodeios subindo pela Linha Leopoldina pela estrada dos Parenti e retornado pela estrada Velha onde poder-se-á apreciar a bela vista entre os parreirais, matas nativas, casas de agricultores. Mountain Bike: Podemos montar um trajeto para pedalar por picadas, trilhas e matas de estradas de terra abertos em diversas épocas, em meio a bosques e riachos, dentro do perímetro e no interior de Santa Tereza. Trilha: Já existem 4 rotas na Reserva Brun, e temos a proposta de uma nova rota entre as duas pontes pênseis sobre o Arroio Marrecão. ESTRADA DE FERRO CURITIBA – PARANAGUÁ 5.2 - Passeios existentes no Paraná. A linha ainda hoje, em seus 110 quilômetros de extensão que descem os 900 metros da serra, guarda alguns trechos originais daquele tempo, o que perpetua a comprovação do arrojado projeto do século passado. Você já se imaginou passando por um túnel bem no meio de uma enorme serra? Não? Então você precisa fazer essa viagem. Para fazer o passeio de Curitiba até Paranaguá, nosso ponto de partida é a Estação Ferroviária de Curitiba, onde a empresa Serra Verde Express administra os passeios do trem e garante um ótimo serviço de bordo - como os de aviões, além, se necessário, presença de guias poliglotas. Nos primeiros 22 quilômetros de trilhos, o trem atravessa dois municípios muito bonitos da região metropolitana de Curitiba. Trata-se de Pinhais e Piraquara. Logo depois, em mais alguns minutos de passeio, chega-se até o Túnel de Roça Nova, o primeiro de outros 13 túneis que se encontram no percurso e atravessam a maciça rocha da grandiosa serra. Com 457 metros, o Roça Nova, é o maior deles e se localiza no ponto mais elevado do trajeto. Nesse ponto, as fotos não podem faltar. Logo em seguida, a linha segue em direção à Casa Ipiranga, que serviu de meio de hospedagem para figuras ilustres da nossa história. O Imperador Dom Pedro II, o então pre- 5 - Trem Turístico. MARIA FUMAÇA NA SERRA GAÚCHA 5.1 - Passeios Existentes no sul do Brasil. O passeio com a simpática Maria Fumaça que vai de Bento Gonçalves a Carlos Barbosa, passando por Garibaldi no Rio Grande do Sul. A Maria Fumaça recuperada de um déposito de sucata ferroviária, faz um trajeto de 23 Km com uma velocidade de até 30 Km em 1h 30min. O passeio é todo animado por músicos e artistas, tem farta degustação de vinhos e champanhes (na parada em Garibaldi) além de 48 Motivo de sobra para um passeio na Rua General Carneiro, onde se encontra a Igreja Matriz e o Museu de Arqueologia e Etnologia. sidente da Província do Paraná Carlos de Carvalho, sem esquecer, é claro, do famoso pintor paranaense Alfredo Andersen. Aproveite para observar a passagem do Rio Ipiranga que corta toda essa área dando um charme especial à construção. O melhor mesmo ainda está por vir. Mais à frente, os passageiros irão se deparar com a cachoeira Véu da Noiva, enorme, com grande volume de água saindo da rocha e que consegue produzir um som mais alto do que o da locomotiva. Bem perto dali, antes de se chegar ao décimo primeiro túnel, se encontra o imponente Pico do Diabo, enorme rochedo com uma fenda entre duas escarpas, dando a sensação de que a qualquer momento tudo aquilo irá se desprender da serra. Fique atento e não peraa a oportunidade de registrar essa impressionante obra da natureza com vários cliques. Mas fique calmo, se não deu para fotografar tudo que você queria. Na parada que o trem faz, na Estação de Marumbi, será possível tirar belas fotos da natureza que compõe o Parque Nacional do Pico do Marumbi, criado em 1990, com mais de 2300 hectares. Sem precisar andar muito você poderá conhecer o Morro do Leão e também o Pico Marumbi, ambos altíssimos e freqüentados por alpinistas. Após continuar o trajeto, a próxima parada é na Estação de Morretes, cidade histórica onde o passageiro pode aproveitar para comprar lembranças do artesanato local. O souvenir mais procurado é uma miniatura da Serra do Mar. Não deixe também de experimentar o barreado, prato típico do litoral do Paraná, além de levar os doces feitos na região. Para quem se interessa pelo assunto, a qualidade da aguardente produzida na cidade é reconhecida em todo o Estado. Feita a visita em Morretes, é hora de percorrer os últimos 41 quilômetros do passeio até chegar à cidadezinha de Paranaguá. Com seus 349 anos, a cidade não só é a mais antiga do Paraná, como abriga o porto de maior movimento em toda a região sul do país. Projeto do Trem Turístico Bento Gonçalves - Jabutica LOCOMOTIVA USADA ENTRE BENTO E CARLOS BARBOSA, MAS P/ ESTE TRECHO É INVIÁVEL 5.3 - Projeto do trem turístico entre Bento Gonçalves Jabuticaba – Santa Tereza. - Ligação com trem a Diesel - Bela visão do Vale do Rio das Antas - Percurso: 48 Km saida de Bento Gonçalves passando pelo Bairro São Roque, São Valentin, no Distrito de Tuiuty e começa a descida onde há visão da ferradura do Rio das Antas - Término na estação de Jabuticaba 5.3.1 - Proposta. Ver a possibilidade do trajeto ser extendido até a Santa Tereza. Vantagem: - Estação está em Santa Tereza onde, para os turistas tendo como chegada uma pequena cidade entre o vale, e com todo patrimônio histórico. - Também a estação está em local seguro, pois sabemos que em Jaburicaba a estação e a Vila Ferroviária está todo depredado. - Em Santa Tereza até a estação tem pavimentação, já em Jabuticaba tem que percorrer 5km de estrada não pavimentada. - O trecho de retorno a Bento, a via rodoviária passa pelo Vale dos Vinhedos. - O turista terá 36 Km a mais de trajeto onde poderá contemplar toda a beleza do Rio 49 5.3.1.1 - Vantagens. A extensão da via férrea até Santa Tereza oferece, aos turistas, a visão de uma pequena cidade, com ótimo Patrimônio Histórico, cercada de vales e montanhas com uma visão encantadora. A estação de Santa Tereza está em local seguro, já, a de Jabuticaba e da Vila Ferroviária estão depredadas e precisa-se percorrer 5 km de estrada não pavimentada para alcançar a rodovia. Taquari-Antas, grandes túneis, e muito verde. Metas. Agendar reunião com a ALL-América Latina Logística, com Girodani Turismo e Ministério do turismo onde devemos salientar que o projeto terá muito a ganhar com este trajeto maior onde o total do percurso será de 74 Km no mesmos molde da Ferrovia Curitiba Paranaguá. 50 Rota Religiosa os bancos são originais. Situada na Linha Leopoldina, distante 4 Km da sede. No trajeto existe o Capitel Nossa Senhora do Caravágio construído em 1928, por José Telche. As iniciais M.V.D.C significa Maria Virgem de Caravágio. 1 - Torre. Construída em 1927 pelo arquiteto Italiano Massimiliano Cremonese, réplica originária de San Biagio di Callalta, Treviso Itália. A altura é de 45 metros. Os três sinos de bronze fabricados em 1923 pela Fundição João Bellini de Garibaldi, pesando juntos 1.600 Kg. O Pároco da época era o Padre José Ferlin. Em 1886 existia uma pequena capela de madeira que foi benta pelo Reverendo Padre Finotti. Em 1889 foi colocada e benta a pedra fundamental da Igreja Matriz, durando a construção até 1902 quando foi inaugurada e benta, com a presença de Bruno Capuccino, do Padre Giosué Bardin e do Polaco Onorato Capucciani. Houve um temporal muito grande, que destruiu parcialmente a Igreja. Decidiu-se então pela demolição da mesma, em novembro de 1966. Durante a construção da nova Igreja Matriz, as missas eram rezadas no salão paroquial. Em fins de novembro de 1967, iniciaram-se os trabalhos de construção da Igreja, que foi inaugurada em 24 de janeiro de 1971, com a presença do bispo D. Benedito Zorzi e do padre Alberto Antônio Peroni. A Paróquia de Santa Tereza foi criada em 15 de outubro de 1916. A Padroeira é Santa Tereza de Ávila (Teresa de Cepeda y de Ahumada), nasceu em Ávila - Espanha, no ano de 1515. Criadora de vários Conventos do Carmelo. Morreu em Alba de Tormes em 15 de outubro de 1582. Proclamada Santa em 1622 e o título de Doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970. 3 - Capela Nossa Senhora de Pompéia. A primeira Construção deu-se em 1906 em madeira. A segunda construção em alvenaria deu-se em 1961 e concluída em 1969, sendo seu arquiteto e construtor Valdemiro Possebom e o ajudante Armando Brandalisse. Houve também a participação da comunidade com 500 Kg de uva por sócio, durante o período de construção. Conservando a originalidade do altar, a imagem de Nossa Senhora de Pompéia restaurada e os bancos. Localizada na linha 130 da Leopoldina, distante 7 Km da sede. Ao lado da Capela existe o Capitel Santo Antônio, construído em 1933, por Abramo Berra. 4 - Capela Nossa Senhora das Graças e São Gotardo. A primeira construção em madeira deu-se no ano de 1895. Foi restaurada em 1965. As imagens são originais, inclusive as lamparinas e os candelabros. Localizada na Linha Graciema Baixa, distante 12 Km do município. 5 - Gruta Nossa Senhora de Lurdes. Inaugurada em 07 de junho de 1998. Na descoberta da gruta havia indícios da ocupação por nativos da região, como cinzas e utensílios. Porém, com difícil acesso para visitação, se propõe a construção de escadarias ou acesso seguro para visitação. Localizada na Linha Graciema Baixa a 14 Km da sede. No 2 - Capela São Roque. Antes da construção da capela havia um capitel com o quadro de Santo Antônio. A capela foi constituída em 1958. O altar, a imagem de São Roque, os quadros da Via Sacra e 51 na Linha José Júlio, distante da sede 4 Km. No trajeto existe o capitel São José. retorno, na Comunidade do 150 da Leopoldina existe o capitel São Valentim, construído por Ernesto Bochi. 7 - Capela de Nossa Senhora das Graças. Construída em 1898 pelo arquiteto Agostinho Casagranda, em forma de mutirão. O primeiro telhado era de tabuinhas (Scandole) cuja benção de inauguração foi dada por D. Giosué Bardin. É a única capela tombada no município, no dia 26 de novembro de 2003. A primeira restauração foi em 1949 e a segunda em 2003. A imagem de Nossa Senhora das Graças veio da Itália, sendo que as vestes foram confeccionadas pelas moradoras da comunidade. O altar, a via Sacra e os bancos de araucária são originais. É a única capela que tem coro. Localizada na Linha Bento Gonçalves, a 6 Km da sede. 6 - Capela Santo Stanislau - São José. Construída em 1890. Segundo informações dos moradores, o arquiteto foi Agostinho Casagranda. Foi a primeira Capela do município. A primeira imagem foi de Santo Stanislau Kostka até 1912, quando foi transferida para a capela de Santo Stanislau e foi substituída pela imagem de São José. O altar, a Via Sacra, os bancos, lamparinas e quadros com orações em Latim são originais. A última restauração foi feita em 1951. O campanário em anexo é original. No cemitério existe uma Cruz de madeira de 1907, no túmulo de A. Koslowski, contendo mais duas Cruzes de ferro. Está localizada Outras Comunidades Religiosas: Linha Soares Baixa - Padroeiro São José Capela São Valentim - Padroeiro São Valentim Linha 150 da Leopoldina - Padroeiro São Brás Linha 103 da Leopoldina - Padroeiro Nossa Senhora de Caravágio Capela Sagrado Coração de Jesus - Padroeiro Sagrado Coração de Jesus Linha Graciema Alta - Padroeiro Nossa Senhora da Paz Capela Santo Stanislau - Padroeiro Santo Stanislau Linha Dolorata - Padroeiro Nossa Senhora das Dores Linha Pederneiras - Padroeiro Santa Lúcia Linha Beltrame - Padroeiro Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus Linha Santa Tecla - Padroeiro Santa Tecla Linha Capanema - Padroeiro Santo Antão Santa Tereza de Ávila Festas Religiosas: Março: Festa na Capela de São José Festa na Capela da Soares Baixa Abril: Festa na Capela 150 da Leopoldina Festa na Gruta de Graciema Baixa Capitel Santa Antônio 52 Festa na Capela São Valentim Maio: Festa na Capela 130 da Leopoldina Festa na Capela 103 da Leopoldina Junho: Festa na Capela Sagrado Coração de Jesus Festa de Santo Antônio – Paróquia de Santa Tereza Julho: Festa na Capela Graciema Baixa Festa Nossa Senhora do Carmo – São Valentim Agosto: Festa Santo Stanislau – Linha José Júlio Setembro: Festa na Capela Graciema Baixa Festa na Capela Linha Dolorata Outubro: Festa de Santa Tereza – Paróquia Novembro: Festa na Capela de Linha Bento Dezembro: Festa na Capela Pederneiras Capela de Nossa Senhora das Graças Capitel Nossa Senhora do Caravágio 53 Economia, gastronomia, artesanato lidade. Os alimentos mais freqüentes são: sopa de capeleti, polenta, arroz, massa, carne de galinha, porco, peixe e gado, ovos, queijo, salame, pão, saladas cruas e cozidas de hortaliças e verduras diversas, feijão, lentilha, milho verde, batata, moranga, frutas cítricas, uva, abacate, caqui, goiaba, figo e pêssego. A bebida mais comum é o vinho, mas também é consumida a cerveja, a cachaça e sucos. Tem como destaque os Eventos Municipais como o Festival de Cantorias Italianas e o Festival do Leitão, Frango e Vinho. No Festival de Cantorias Italianas os pratos servidos são: fortaia, massa, polenta, frango assado, salame, copa, queijo e saladas diversas (representando a culinária italiana). No Festival do Leitão, Frango e Vinho os pratos servidos são: leitão assado, pernil, costelinha no espeto, frango, massa, moranga caramelada, polenta, scodegin, queijo de porco, fortaia, saladas diversas, frutas, vinho. Nas festas religiosas se destaca, na maioria das vezes, o mesmo cardápio - também de origem italiana: sopa de capeleti, carne lessa de galinha, pien (recheio), saladas diversas e churrasco de gado, porco e frango assado. Visitação do Patrimônio Ambiental e Cultural 1 - Economia. Santa Tereza baseia-se economicamente na agricultura, com destaque no cultivo de parreirais, hortifrutigranjeiros: vagem, pimentão, chicória, alface, pepino, mandioca, batata doce, abobrinha, tomate, milho, feijão e citricultura com bergamota montenegrina e nativa, laranja de umbigo e do céu, dentre outros. Também possui criação de suínos (Doux Frangosul), bovinos de leite e corte, aves de postura para consumo da família. Na área industrial destacam-se móveis para exportação (Palanex), metalúrgica (Artimec), plásticos (reciclagem), agroindústrias (Vicezar, Remus & Bettinelli, Rovereto, Braido Produtos Coloniais), além do comércio local, que conta com: Pousada Caumo, Comércio de Combustíveis Colosso do Vale, além de farmácia e vendas de produtos alimentícios em geral. 2 - Gastronomia. A alimentação é farta em qualidade devido à descendência italiana, pelos seus hábitos e costumes, sendo farta em quantidade e qua- Antiga Cooperativa Agrícola de Santa Tereza Vinhos Vicezar, Reserva Vignatti 54 Comidas típicas da cidade Calendário eventos: Capela Nossa Senhora das Graças, Linha Bento Março: Festa na Capela São José – Linha José Júlio Festa na Capela Soares Baixa Abril: Festival de Cantorias Italianas Festa na Capela 150 da Leopoldina Festa na Gruta Graciema Baixa Maio: Festa na Capela 130 da Leopoldina Festa na Capela 103 da Leopoldina Junho: Festa de Santo Antônio – Paróquia Santa Tereza Julho: Festa do Agricultor Jantar do Coelho Festa Capela São Valentin Festa da Capela Graciema Alta Agosto: Festival do Leitão, Frango e Vinho Setembro: Semana Farroupilha Festa na Capela Graciema Baixa Festa na Capela Linha Dolorata Outubro: Festa da Padroeira Santa Tereza Novembro: Festa na Capela São Cristóvão Filó em Santa Tereza – Paróquia Festa na Capela Linha Bento Dezembro: Festa em Santa Bárbara Festa na Capela Pedernei Capela São José, Linha José Júlio 3 - Artesanato. Existe uma grande diversidade que abrange desde trabalhos em palha de trigo e milho, trabalhos em vime, pinturas e bordados em toalhas, tapetes, além de miniaturas em madeira. 55 PROPOSTAS EM IMPLANTAÇÃO: Estamos viabilizando um ponto receptivo para divulgar os roteiros turísticos e também o artesanato local. Além disso, existem propostas de implantação e melhoria de agroindústrias como: 1) VELHO ALAMBIQUE – Reestruturação do porão para a recepção turística. Consultoria: Vlademir Roman– SEBRAE/RS 56 2) MOINHO BRUM – Visitas à Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Proposta de Acesso para Centro de Visitantes - Consultoria: Vlademir Roman– SEBRAE/RS 3) VINHOS VICEZAR – Construção de restaurante, ponto de venda e cantina para a guarda e degustação dos vinhos. Consultoria: Vlademir Roman– SEBRAE/RS AÇÕES FUTURAS Criação de novas agroindústrias: RUBENS GRAYKY – Fábrica de açúcar mascavo e rapadura. MAURI BIELSKI – Fábrica de açúcar e melado. CANTINA ROVERETTO – Elaboração de vinhos. CANTINA SARTORI – Elaboração de vinhos. CANTINA PANIZZI – Elaboração de vinhos. QUEIJARIA PIGOSSO – Fábrica de queijos. 57 Documento final elaborado pelos participantes Quinze prioridades para o Município de Santa Tereza em 2007 como estratégia para o desenvolvimento do turismo sustentável e valorização da paisagem cultural. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Implementação do Roteiro Turístico Interativo, criação de Folder e tarifário; Criação da Secretaria de Turismo e Cultura; Instalação do Centro de informações turísticas e artesanato; Desapropriação da casa Ferri (padaria) para implementação do Museu Histórico do Acordeão; Artesanato Loca: Cursos, design e qualificação de produtos; Projeto de sinalização e mobiliário para um Parque Ambiental entre as duas pontes do Rio Marrecão e para a reserva ambiental da Família Brun, completar arborização urbana e rural; Recursos para formação e fortalecimento das agroindústrias, vinícolas e programa de capacitação da rede de alimentação e restaurantes; Formação de grupos de teatro e música, assim como apoio à qualificação dos grupos culturais já em andamento; Implementação do projeto de educação ambiental, cultural e turística na rede escolar; Contratação de novo Projeto para a Igreja Matriz; Contratação de um arquiteto para monitorar o Centro Histórico, orientar restaurações e avaliar novas edificações; Implementação da catalogação do Inventário cultural, histórico e artístico do município, Inventariar a memória oral; Implementação da orquestra de acordeões e de instrumentos de sopro; Recursos para APHAT – ST implementar o projeto do museu, assim com outras iniciativas, eventos e gemellagio com San Biagio – Treviso (Itália) Efetivação do tombamento pelo IPHAN e apoio à restauração das casas históricas que exigem intervenção urgente. 58 A imprensa Jornal Integração da Serra 31 de agosto de 2006 Jornal Semanário Sabado, 28 de outubro de 2006 59 Professores e relatores: – Mario Lepore, experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de Firenze - Departamento de Economia Empresarial – Ana Lucía Goelzer Meira – Inventário e preservação do centro histórico Santa Tereza – IPHAN – Ivo da Rold – Turismo regional e o Caso de Bento Gonçalves – Gabriel Grandó – Apresentação projeto vencedor Concurso de Revitalização Paisagística de Santa Tereza – Idéia 1 Arquitetura – José Albano Volkmer /IAB. – avaliação da importância dos concursos públicos – IAB – Nestor Forest – Roteiro Cultural Caminhos de Pedra – AUTUASERRA – Fernando Roveda – O Patrimônio Cultural de Antônio Prado – SETUR ANTONIO PRADO – Jorge Mariani – A Estrada do Sabor e os empreendimentos típicos e ecológicos – Agricultor Setur Garibaldi – Luiz Antonio Balcato Custódio – Turismo Cultural – Projetos de Interpretação – IPHAN – Vlademir Roman – Turismo Cultural – Projetos de Interpretação – SEBRAE – Sandro Vaccaro – Tese de doutorado sobre meio ambiente e florestas de Santa Tereza – CERAN IDRELETRICAS – Luiz Brun – Apresentação da Reserva Ambiental e ruínas do antigo Moinho Família Brun PROPIETÁRIO – Tarcísio Michelon – Turismo na Serra Gaúcha – ATUASERRA – FENAVINHO – Beatriz Paulus – O Turismo em Santa Tereza e o Fórum Mondial de Turismo – MBTC ATUASERRA – Irina Caumo – Centro Histórico, Mirantes, Paisagens nas Linhas de Santa Tereza – O Turismo em Santa Tereza – Setur Santa Tereza Os participantes no Curso: - Abramo Caumo Amarilda Casagrande Zorzi Ana Paula Barros Beatriz Paulus César Augusto Prezzi Daniela A. Rezera Emanuele Senise Enio Antonio Casagrande Fernando Riveda Flávio H. Fontana Irina Rosa Caumo Ivandro Remus - Jarbas Macedo Pinto Jorge Mariani Juliana Scapin Lairto Vignatti Luiz Antonio Bolcato Custodio Luiz Brun Luiz Carlos Ribaldi Marcio André Cella Maria Tereza Mirando Marim Peruzzo Michel Batista Bettinelli Nádia Panizzi 60 - Nestor José Foresti Neusa Zoldan Spagnol Noeli Bolesina Paulo Ferronatto Paulo Ricardo Berni Capoani Rosa Lucía Prezzi Rudi Dalberto Acco Sandra Acco Sirley Morello Cella Tadeu dos Anjos Senise Terezinha Buchebuan Vlademir Roman Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico Instituçoes organizadora: Instituto Italo-Latino Americano (IILA) Preifetutra de Santa Tereza De acordo com: Superintendente Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul Com apoio de: Embaixada de Itália no Brasil Consulado Geral da Itália no Rio Grande do Sul Embaixada do Brasil na Itália Direção cientifíca e didática: Prof. Andrea Papi Coordenação: – Cesar Augusto Prezzi - Preifetura de Santa Tereza – Prof. Mario Lepore, experto IILA. Docente na Faculdade de Economia da Universidades de Firenze - Departamento de Economia Empresarial 61 Organização da publicação: Texto de: Mario Lepore - Cecilia Santinelli Tradução: Francesco Bertello Composição gráfica: Mario Lepore - Cecilia Santinelli - Mauro Camicia Imagens: Vlademir Roman - Cellana Sirley Morello Cella - Terezinha Buchebuan Cesar Augusto Presti - Paulo Ricardo Barni Capoani Publicação cofinanciada por: Instituto Italo-Latino Americano (IILA) Preifetura de Santa Tereza 62 Cadernos IILA - Série Cooperação 1. Curso Internacional Post-universitario de Desarrollo y Gestión de Cuencas Hidrográficas. Ciclo Trienal 1987-1988 - 1989. Informe Final. Roma 1989. 2. PAVAN, M. Trastorno ecológico, hambre e inseguridad en el mundo. Quito, 1991. 3. Curso de formación sobre las tecnologías empleadas en la eleboración y acabado de joyas. Cuenca, 1995. 4. Caracas: Memorias para el futuro. Tivoli, 1995. 5. Centro Piloto de Agrozootecnia, Escuela Agrícola de Itapaya de la Ciudad de los Niños. Cochabamba, 1995. 6. Atti del Corso Sviluppo e Gestione dei Bacini Idrografici. Documentos del Curso Desarrollo y Gestión de Cuencas Hidrografícas. Roma, 1996. 7. Curso de formación sobre las tecnologías empleadas en la elaboración y acabado de objetos de piel. Cuenca, 1996. 8. Nove Lezioni: Roma, “le capitali” nel nuovo ruolo metropolitano. Istituto Italo-Latino Americano “Progetto Italia” - Universitá degli Studi di Roma “La Sapienza”, Scuola di Specializzazione in Tecniche Urbanistiche per le Aree Metropolitane. Roma 1997. 9. BALDESCHI, L.; TORAL A., L. Guía Metodológica de Marketing para Empresas Artesanas. Roma, 1999. 10. SORIA, S.; SALICE, G.; AVENDAÑO, F., Guía Práctica de Sericultura. Roma, 2001. 11. BALDESCHI, L. y OTROS, Guía Metodológica para la Gestión de las Pequeñas Empresas y de las Empresas Artesanas en América Latina. Roma, 2001. 12. Atti delle Giornate di Studio “Analisi del rischio idrogeologico e misure di prevenzione dei rischi naturali in America Latina” - Actas de las Jornadas de Estudio “Analisis del riesgo hidrogeológico y medidas de prevención de los riesgos naturales en America Latina” Roma, 2002. 13. Curso de capacitación y transferencia de tecnología para la conservación de edificios de valor histórico-monumental. Roma, 2003. 14. Forum sobre “La seda en los Países de la comunidad andina”. Roma, 2003 15. CURZEL, N. La Finca Integral Conservacionista: una Experiencia en Costa Rica. Roma 2003. 16. CECCARELLI, P; AVE, G.; BERVEJILLO, F., Estudio de prefactibilidad para la revitalización de la Ciudad Vieja y del Centro de Montevideo. Roma, 2003. 17. Curso de Conservação, Gestão e Valorização dos Bens Culturais, Ouro Preto - Brasil (Janeiro/Março 2002). Roma, 2003. 18. Curso de Aperfeiçoamento Restauro de Madeira Entalhada e Douramento, Belo Horizonte - Brasil (Outubro 2001-Março 2002). Roma, 2003. 19. Curso de Restauração da Cerâmica Histórica, Artística e Arqueológica, Salvador da Bahia – Brasil (Agosto – Outubro 2002). Roma, 2003. 20. Forum Internacional: La révitalización urbana en América Latina y Europa. El caso de Montevideo - Montevideo, 10-12 de Diciembre de 2002. Atti (Roma, octubre 2003. 21. Curso y Mesa Redonda: CONSERVACION, GESTION Y VALORIZACION DE LOS BIENES CULTURALES EN URUGUAY, EN EL MERCOSUR Y EN CHILE. (Montevideo: 16 de Setiembre – 16 de Octubre de 2002) - Volumen I “El Curso Volumen II “La Mesa Redonda” - Roma, octubre 2003. 63 22. AMATO, P. Proyectar un Museo.Nociones fundamentales, Montevideo (7-16 de abril de 2003). Roma, 2004. 23. CRETARA, L. y OTROS. Breve Manual sobre las técnicas del modelado en cera, repujado, cincelado, fundición y esmaltado. Roma, 2004. 24. CECILIA SANTINELLI - La Madera: historia de un trayecto artesanal entre Europa y Uruguay. Curso Regional de Formación para Restauración de La Madera; Montevideo, Uruguay: 16 de agosto - 5 de noviembre de 2004. Roma 2005. 25. IL PATRIMONIO CULTURALE: RISORSA DI SVILUPPO ED INCONTRO DEI POPOLI ATTRAVERSO CONOSCENZA TUTELA E COMUNICAZIONE. Nell’ambito delle “Giornate per la Cooperazione Italiana” organizzate dalla Direzione Generale per la Cooperazione allo Sviluppo del Ministero degli Affari Esteri. Roma 2005. 26. Patrimonio Cultural en los Países andinos: perspectivas a nivel regional y de cooperación. Encuentro entre la cultura de los Países andinos y la tradición humanista italiana. ACTAS. Cartagena de Indias, 26-27-28 de abril de 2005, Roma 2005. 27. La ciudad histórica como oportunidad. Recuperación urbana y nuevos modelos de desarrollo en América Latina - Paolo Ceccarelli, Emanuela De Menna, Compiladores Roma 2006. 28. ESCOLA-OBRA, MOINHO “COLOGNESE” DE ILÓPOLIS, por Cecilia Santinelli Curso de Artesanato e Restauro da Madeira; Curso de Gestão e Valorização do Patrimônio Cultural da Imigração Italiana. Ilópolis, 18 de Abril – 30 de Setembro de 2005 - Roma 2006. 29. A CERÂMICA GUARANI E GUARANI MISSIONEIRA, aos cuidados de Cecilia Santinelli - Curso de Restauração da cerâmica sul-americana São Miguel das MissõesRS-Brasil - 27 de Junho - 23 de Setembro de 2005 - Roma 2006. 30. Curso de Especialización sobre la Restauración del Vidrio. Teoría de la Restauración. La Habana, Cuba 27 de Junio – 1 de Julio de 2005 – Roma 2006. 31. UNIVERSITA’ ITALIANE IN VENEZUELA, Caracas, 28 e 29 novembre 2005. 32. LA CULTURA MATERIAL DE LOS AYOREO Y EL ARTE RUPESTRE DE BOLIVIA Y PARAGUAY, de Gabriella Enrica Pia - Curso de capacitación de catalogadores de bienes demo etno antropológicos en Paraguay y Bolivia 2004 – 2005. Asunción 2006. - IILA, Roma, 2006. 33. CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM RESTAURO DE ESCULTURA POLICROMADA. Curso de Gestão e Valorização do Patrimônio Cultural, por Cecilia Santinelli Angra dos Reis - Brasil, 21 de agosto a 8 de setembro de 2006.- IILA, Roma, 2006. 34. CURSO DE RESTAURACIÓN DE MADERA, por Cecilia Santinelli - Valparaíso, Chile del 12 de Septiembre de 2005 al 10 de Marzo de 2006. - IILA, Roma, 2006. 64 STAMPA 3 SNC 00143 Roma - Via del Colle della Strega, 49/51 Tel. / Fax 06.5917592 - E-mail: [email protected] 65